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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Laboratório de Eletrônica

Experimento # 2

AMPLIFICADOR OPERACIONAL - Aplicações lineares com


amplificadores operacionais (parte II)

Aluna: Thamiles Rodrigues de Melo. (Matrícula: 20821264)


Professor: Gutemberg Lira
Turma: 03

Campina Grande, 27 de Abril de 2011


Experimento 2: Amplificador Operacional - Aplicações lineares com
amplificadores operacionais (parte II)

1. Objetivos

1.1 Objetivos Gerais

Montagem e observação experimental com diversos circuitos usando


amplificadores operacionais. Os experimentos de laboratório aqui
apresentados têm por objetivo análise experimental de um circuito seguidor
de tensão (buffer), amplificador diferencial, defasador e diferenciador.

1.2 Objetivos Específicos

Após completar estas atividades de laboratório, pretende-se estar


habilitado a:

1. Projetar um amplificador diferencial.


2. Projetar um circuito defasador.
3. Projetar um gerador de sinal senoidal trifásico usando
amplificadores operacionais a partir de um sinal monofásico.
4. Dimensionar um circuito diferenciador passivo.

2. Introdução Teórica

Os amplificadores operacionais (Amp Ops) são dispositivos que


apresentam como principal função a amplificação de tensão. A combinação
deles com outros componentes permite criar circuitos com diversas aplicações
eletrônicas.
Um amplificador operacional operando na configuração de seguidor de
tensão (buffer) (Figura 1) fornece um meio de isolar o sinal de entrada de uma
carga por meio de um estágio de ganho unitário, sem inversão de fase ou
polarização, agindo com um circuito ideal de alta impedância de entrada e baixa
impedância de saída.
Figura 1: Seguidor de tensão (Buffer)

Já um amplificador diferencial (Figura 2) é um tipo de amplificador eletrônico


que multiplica a diferença entre as duas entradas por um valor constante (o ganho
diferencial). Esse tipo de amplificador tem uma aplicação muito importante na área de
Instrumentação Eletrônica, que chega a receber uma denominação especial:
amplificador de instrumentação. Ele apresenta como vantagens: alta impedância de
entrada (isolador), elimina o ruído e possui um ganho variável com apenas um resistor.

Figura 2: Amplificador Diferencial

Muitas aplicações industriais fazem uso desta configuração para obtenção de


saídas com tensões mais elevadas a partir de pequenas tensões ocasionadas por sensores
(pressão, temperatura, luminosidade, aceleração, força) colocados nos braços da Ponte
de Wheatstone (Figura 3). As variações sobre a ponte de Wheatstone podem ser usadas
para medir essas grandezas físicas. A partir das medições realizadas, é possível tomar
decisões, muitas vezes automatizadas e associadas ao uso de microcontroladores.
V 0=
R5
R4
( V 2−V 1 ) =
(
R5 R2

R3
) V
R 4 R 1+ R 2 R 3 + R X i

Figura 3: Amplificador Diferencial com Ponte Wheatstone

Um circuito defasador é um circuito que produz uma diferença de fase entre o


sinal de entrada e o sinal de saída (Figura 4). A diferença de fase ϕ, entre a entrada e a
saída do circuito é determinada pela equação:

φ=180−arctg2πfRC,

onde: R = resistor da malha de realimentação negativa,


C = capacitor,
f = freqüência angular do sinal de entrada.
Como esse circuito tem a característica de manter a amplitude de saída igual à
amplitude de entrada para qualquer frequência, recebe a denominação de filtro passa-
tudo (all pass filter).

V0 sRC−1
=H ( s )=
Vi sRC +1

Figura 4: Circuito Defasador


A partir da associação de dois circuitos defasadores é possível montar um
gerador trifásico, isto é, gerar um sinal trifásico (saídas defasadas entre si por 120°) a
partir de um sinal monofásico (Figura 5).

Figura 5: Gerador de sinal trifásico

É muito comum ter associado aos amplificadores operacionais um circuito


diferenciador passivo (circuitos RC) (Figura 6). Este tipo de circuito é caracterizado
por apresentar na sua saída um sinal que representa a derivada do sinal aplicado na sua
entrada.
Função de transferência:

Tomando , logo:

Figura 6: Circuito diferenciador passivo


3. Material utilizado

 CI – TL084;

 Capacitores de 1nF e 10 nF;

 Resistores de 1kΩ, 10kΩ, e 100 kΩ;

 Potenciômetro de 47 k;

 Fotoresistor - LDR;

 Fonte de tensão contínua (+ ou – 12V);

 Osciloscópio;

 Multímetro;

 Gerador de Sinais.

4. Desenvolvimento experimental

4.1 Montagem 1: Buffer – Seguidor de Tensão

Montado o circuito da Figura 7 abaixo e aplicado um sinal senoidal e


triangular com 5V@1kHz na entrada inversora do Amp Op, observou-se
simultaneamente através do uso dos dois canais do osciloscópio, o sinal de
entrada Vi (Canal 1) e o sina gerado na saída do amplificador (Canal 2). Pode-
se notar que o sinal de saída é exatamente igual ao sinal de entrada, isto é, se
houver variação tanto na amplitude como na freqüência do sinal de entrada,
haverá repetição no sinal de saída (Figura 8-a) e 8-b)).
Figura 7: Seguidor de tensão

a)

b)

Figura 8: a) Visualização do sinal de entrada senoidal e o sinal de saída


simultaneamente; b) Visualização do sinal de entrada triangular e o sinal de
saída simultaneamente.
4.2 Montagem 2: Amplificador Diferencial e Amplificador de
Instrumentação

Montado o circuito da Figura 9 abaixo, mediu-se através do uso de um


multímetro digital na escala de tensão DC, as tensões V cc, V1 e V2 na entrada e
saída do buffer, que foram 12V, 5,832V e 6,40V respectivamente. Como pode-
se observar, os valores de tensão antes e após o buffer são iguais; assim, obteve-
se as tensões V1 e V2 na entrada do amplificador diferencial. Além disso,
mediu-se também a tensão de saída V0 do amplificador diferencial (V0 = 5,639V)
e determinou-se o valor do ganho k = 9,93, que foi bem próximo do valor teórico
(k =10).

Figura 9: Amplificador Diferencial

Usando um gerador de sinais ao invés da fonte contínua V cc por um sinal


senoidal 5V@1kHz, pode-se medir a amplitude do sinal de saída V 0, como pode
ser visto na Figura 10 abaixo.
Figura 10: a) Visualização do sinal de entrada senoidal (Canal 2); b)
Visualização do sinal de saída (Canal 1).

4.3 Montagem 3: Defasador

Montado o circuito da Figura 11 e aplicado um sinal senoidal com


5V@1kHz na entrada do mesmo, observou-se simultaneamente através do uso
dos dois canais do osciloscópio, o sinal de entrada V i (Canal 1) e o sina gerado
na saída do amplificador (Canal 2). Pode-se notar que ao variar a tensão e a
frequência do sinal de entrada, a amplitude do sinal de saída se mantém com a
do sinal de entrada, porém, a fase varia em função da variação da freqüência do
sinal aplicado (Figura 12).

Figura 11: Circuito Defasador


Figura 12: a) Visualização do sinal de entrada senoidal (Canal 1); b)
Visualização do sinal de saída (Canal 2).

Se substituir o resistor R1 por um potenciômetro de 47kΩ, pode-se verificar


que há variação de fase (defasamento) do sinal de saída em função deste resistor
(Figura 13). Caso o resistor R1 fosse trocado por um termistor ou um LDR, teria-
se um circuito defasador em função do calor ou luz incidente, respectivamente.

Figura 13: a) Visualização do sinal de entrada senoidal (Canal 1); b)


Visualização do sinal de saída (Canal 2).

4.4 Montagem 4: Diferenciador Passivo

Montado o circuito RC da Figura 14 e aplicado um sinal senoidal,


triangular e quadrado com 5V@1kHz na entrada do mesmo, observou-se
simultaneamente através do uso dos dois canais do osciloscópio, o sinal de
entrada Vi (Canal 1) e o sina gerado na saída (Canal 2). Pode-se notar que o
sinal de saída é a derivada do sinal de entrada (Figuras 15-a), 15-b) e 15-c)).
Figura 14: Circuito diferenciador passivo

a)

b)
c)

Figura 15: a) Visualização do sinal de entrada quadrado e o sinal de saída


simultaneamente; b) Visualização do sinal de entrada senoidal e o sinal de saída
simultaneamente; c) Visualização do sinal de entrada triangular e o sinal de
saída simultaneamente.

5. Conclusões

A partir dos resultados obtidos através da realização dos experimentos, pode-se


notar que a associação de alguns componentes ao amplificador operacional possibilita
gerar circuitos com importantes aplicações eletrônicas. Por exemplo, o amplificador
diferencial é largamente utilizado no processamento de sinais biomédicos, pois além de
ser um excelente isolante e eliminar o ruído do meio externo, amplifica-os
significativamente, já que são sinais fracos e com amplitude bem pequena (entre 0,5mV
a 5,0mV). Já o uso de buffers permite ter a mesma tensão de um determinado ponto do
circuito em qualquer outra parte que se deseja obtê-la. Há também os circuitos
defasadores, que permitem montar de uma forma bem simples, um gerador trifásico a
partir de um sinal monofásico.

Em âmbito geral, os resultados obtidos para cada experimento foram


satisfatórios, pois além de estarem dentro do que foi previsto teoricamente (com uma
porcentagem de erro menor que 1% no ganho k da montagem 2), permitiram fixar
melhor os assuntos vistos em sala de aula e ampliaram cada vez mais nosso
conhecimento para entendimento do mundo eletrônico.

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