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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Laboratório de Eletrônica

Experimento # 1

AMPLIFICADOR OPERACIONAL - Aplicações lineares com


amplificadores operacionais

Aluna: Thamiles Rodrigues de Melo. (Matrícula: 20821264)


Professor: Gutemberg Lira
Turma: 03

Campina Grande, 06 de Abril de 2011


Experimento 1: Amplificador Operacional - Aplicações lineares com
amplificadores operacionais

1. Objetivos

1.1 Objetivos Gerais

Montagem e observação experimental com diversos circuitos usando


amplificador operacional. Através da realização dos experimentos, pretende-
se estudar as características elétricas dos amplificadores operacionais bem
como se familiarizar com algumas aplicações como: comparador de tensão,
geração de sinal modulado por largura de pulso PWM (Pulse Width
Modulation), amplificador inversor, não-inversor e circuito integrador.

1.2 Objetivos Específicos

1. Identificar a pinagem de um circuito integrado padrão DIP (Dual-


in-line Package).
2. Verificar a operação do amplificador operacional em malha aberta
(sem realimentação) e malha fechada (com alimentação).
3. Verificar a operação do amplificador operacional como
comparador de tensão e amplificador de tensão.
4. Verificar o funcionamento de um gerador PWM.
5. Determinar o ganho de um amplificador inversor e não-inversor
de tensão com um amplificador operacional, experimentalmente e
teoricamente.
6. Observar o funcionamento de um amplificador com ganho
controlado por luz com a utilização de um fotoresistor como
sensor de luz na malha de realimentação.
7. Verificar a operação de um circuito integrador passivo usando um
amplificador operacional.
2. Introdução Teórica

Os amplificadores operacionais (Amp Ops) são dispositivos que


apresentam como principal função a amplificação de tensão. Inicialmente, eles
eram aplicáveis em nas áreas de instrumentação e computação analógica, no
intuito de realizarem operações matemáticas básicas: adição, subtração,
integração, diferenciação, etc.
Basicamente, os Amp Ops apresentam 5 terminais: dois terminais de
+¿ ¿ −¿ ¿
entrada (V eV ), um terminal de saída (Vo) e dois terminais relacionados à
alimentação utilizando fonte cc simétrica (normalmente ocultados na
representação esquemática). Quanto aos terminais de entrada, o terminal
negativo é denominado de entrada inversora, devido o sinal de saída ficar
defasado com relação ao mesmo, e o terminal positivo é denominado de entrada
não- inversora, já que fica em fase com o sinal de saída. (Figura 1)

Figura 1: Representação esquemática de um amplificador operacional

Quanto às regiões de operação do amplificador operacional (Figura 2),


têm-se duas regiões: a região linear, no qual a tensão de saída é proporcional a
diferença de potencial entre os terminais de entrada, multiplicada pelo ganho
(valor assumido pela letra A na Figura 1) e a região de saturação, em que a
tensão de saída é limitada pelas tensões de alimentação.

Figura 2: Regiões de operação de um amplificador operacional


Idealmente, o amplificador operacional apresenta as seguintes
características: impedância de entrada infinita, impedância de saída nula e
ganho infinito. Esse ganho pode ser obtido tanto em malha aberta como em
malha fechada. Entretanto, quando se trabalha com esse último tipo de malha,
obtém-se um circuito com realimentação, em que ao ser fechada a malha com a
entrada inversora, tem-se uma realimentação negativa.
Com esse tipo de realimentação, pode-se ter duas configurações: a
configuração inversora (Figura 3-a) e a não-inversora (Figura 3-b), ambas tendo
o ganho dependente das impedâncias do circuito.

a)

b)
Figura 3: a) Configuração inversora; b) Configuração não-inversora

No campo das aplicações, é possível realizar as mais diversas


implementações com amplificadores operacionais, como por exemplo:
- Comparador de tensão: Sempre que o sinal de entrada V i for superior
ou inferior a tensão de referência (Vref) a tensão de saída será saturada.
- Gerador PWM: Geração de uma onda quadrada cuja largura de pulso
é variável conforme o valor do sinal aplicado. O sinal PWM é obtido
comparando o sinal de entrada (modulador) com uma onda triangular
(portadora).

É muito comum ter associado a essas aplicações circuitos integradores


(circuitos RC), que podem ser do tipo passivo ou ativo, dependendo da maneira
que são conectados ao amplificador. (Figura 4-a e 4-b)

a) b)
Figura 4: a) Integrador passivo; b) Integrador ativo

3. Material utilizado

 CI – LM324;

 Capacitor 100 nF;

 Resistores de 1k, 10k, 4k7, 100 K;

 Potenciômetro de 47 K;

 Fotoresistor - LDR;

 Fonte de tensão contínua (+ ou – 12V);

 Osciloscópio;

 Multímetro;
 Gerador de Sinais;

 LEDs vermelho, amarelo, verde e branco.

4. Desenvolvimento experimental

4.1 Montagem 1: Comparador de tensão

Aplicada uma tensão variável Vi na entrada do circuito representado nas


Figuras 5 e 6, observou-se, através dos LEDs, a saída do comparador de tensão
enquanto variava-se o sinal na entrada Vi . No momento da transição, quando um
LED tá pra acender e o outro começa a se apagar, V i assume valor bem próximo
de 0V (Valor experimental obtido = 0,001V), que no caso é valor de referência
adotado no circuito em questão.
Além disso, se mediu as tensões sobre cada LED e verificou-se que havia
variações conforme a sua cor. Isso se deve ao fato da energia envolvida no
processo da luminescência mudar para radiações de freqüências diferentes.
LED Tensão

Vermelho 1,99V

Verde 2,02V

Amarelo 1,97V

Branco 1,83V

Figura 5: Saturação positiva da saída do amplificador operacional.


Figura 6: Saturação negativa da saída do amplificador operacional.

4.2 Montagem 2: Modulador PWM + Integrador

Montado o circuito da Figura 7 abaixo e aplicado um sinal triangular com


10V@10kHz na entrada inversora do Amp Op, variou-se o sinal de entrada V i e
observou-se simultaneamente através do uso dos dois canais do osciloscópio, o
sinal de entrada (Canal 2) e o sinal PWM gerado na saída do comparador (Canal
1). Quando a amplitude do sinal modulador (sinal de entrada) é inferior ao valor
da amplitude da onda triangular (portadora), a saída do comparador está em
nível alto (pulsos finos) (Figura 8-a); caso contrário, a saída está em nível baixo
(pulsos largos) (Figura 8-b). Caso queira-se ter um sinal PWM com largura de
pulso dependente de uma outra grandeza física, troca-se o resistor variável pelo
dispositivo desejado.

Exemplos:

 Uso do termistor => sinal variável com a temperatura;


 Uso do fotoresistor (LDR) => sinal variável com a luz;
 Uso do acelerômetro => sinal variável com a aceleração; etc.
Figura 7: Circuito Modulador PWM

a)

b)

Figura 8: a) Visualização do sinal de entrada e o sinal de saída simultaneamente


do circuito modulador PWM (pulsos finos); b) Visualização do sinal de entrada
e o sinal de saída simultaneamente do circuito modulador PWM (pulsos largos).
4.3 Montagem 3: Integrador Passivo

Acrescentando a saída do amplificador operacional da montagem anterior


um circuito RC integrador, conforme observado na Figura 9 abaixo, observou-se
simultaneamente através do uso dos dois canais do osciloscópio, o sinal PWM
gerado na saída do amplificador com o sinal sobre os terminais do capacitor.
Como previsto teoricamente, o sinal resultante é a integral do sinal de
entrada do circuito RC. Nesse caso mais especificamente, o sinal de saída
resultante é um sinal dente de serra.

Figura 9: Circuito Integrador Passivo

Figura 8: Visualização do sinal de entrada e o sinal de saída


simultaneamente do circuito integrador passivo.
4.4 Montagens 4 : Amplificador Inversor

Montando o circuito da Figura 10 e aplicando um sinal de entrada de


500mV@1kHz (ondas senoidal e triangular), observou-se com o osciloscópio os
sinais de entrada e saída. A partir das Figuras 11-a) e 11-b), pode-se notar que o
sinal de saída é defasado 180° do sinal de entrada, o que era esperado
teoricamente. Além disso, o ganho de tensão obtido experimentalmente foi de
aproximadamente 21 (26 dB), o que coincide com o calculado através da
equação:

V o −Rf −100 k
= = ≅−21, 3
Vi Rs 4.7 k

Figura 10: Configuração Inversora

a)
b)

Figura 11: a) Visualização do sinal de entrada senoidal e o sinal de saída


simultaneamente da configuração inversora; b) Visualização do sinal de entrada
triangular e o sinal de saída simultaneamente da configuração inversora.

4.5 Montagem 5 : Amplificador inversor com ganho controlado pela luz

Trocando o resistor Rf da montagem anterior por um resistor variável


(exemplo: um fotoresistor – LDR), é possível perceber que há variação no sinal
de saída (menos luz incidente => maior resistência; mais luz incidente => menor
resistência) como também no ganho obtido (Figura 12). Uma das aplicações
reais para este resistor variável é a da iluminação pública. Usa-se fotosensores
para saber se a luminosidade no ambiente ainda é o suficiente; caso contrário,
um circuito acionador liga as lâmpadas dos postes, garantindo que a cidade não
fique às escuras.

Figura 12: Visualização do sinal de entrada e do sinal saída variável em


função de um resistor variável.
4.6 Montagem 6 : Amplificador não-inversor

Montando o circuito da Figura 13 e aplicando um sinal de entrada de


300mV@1kHz (ondas senoidal e triangular), observou-se com o osciloscópio os
sinais de entrada e saída. A partir das Figuras 14-a) e b) pode-se notar que não
há inversão de fase no sinal de saída com relação ao de entrada, o que era
esperado teoricamente. Além disso, a impedância de entrada é bastante elevada,
o que diferencia significativamente da configuração inversora.
Quanto ao ganho de tensão obtido experimentalmente, chegou-se a 24
(28 dB), o que se aproxima do valor calculado através da equação:

Vo Rf 100 k
=1+ =1+ ≅ 22, 3
Vi Rs 4.7 k

Figura 13: Configuração Não-Inversora


a)

b)

Figura 14: a) Visualização do sinal de entrada senoidal e o sinal de saída


simultaneamente da configuração não-inversora; b) Visualização do sinal de
entrada triangular e o sinal de saída simultaneamente da configuração não-
inversora.

5. Conclusões

A partir dos resultados obtidos através da realização dos experimentos,


pode-se notar a imensa aplicabilidade do amplificador operacional, no qual é
bastante utilizado na elaboração de projetos devido ser viável economicamente e
por trazer praticidade na montagem de circuitos.
Quanto às montagens feitas, teve-se boa proximidade nos valores do
ganho teórico e experimental, em que o erro para configuração inversora foi bem
menor do que o obtido para configuração não-inversora, sendo cerca de 1.4%
para o primeiro caso e 7,6% para o segundo.
Em âmbito geral, os resultados obtidos para cada experimento foram
satisfatórios, pois além de estarem dentro do que foi previsto teoricamente,
permitiram fixar melhor os assuntos vistos em sala de aula e ampliaram ainda
mais nossa criatividade para solucionar problemas reais.

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