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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE ENERGIAS ALTERNATIVAS E RENOVÁVEIS – CEAR

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Dispositivos Elétricos

Quarto Relatório Experimental:


Amplificadores diferenciais com TBJ

Adna Kallery Santos da Silva/20190029552


Anny Caroline Gonçalves Vieira/20190156359
Jorge Gomes Lima/20190049591
Pedro Freitas de Medeiros/20190165474

João Pessoa,
maio de 2023
Sumário

1 Introdução 3
2 Objetivos 6
3 Prática de Simulação 7
3.1 Materiais Utilizados 7
3.2 Definição dos resistores RPOLAR, RC e RPNP 7
3.3 Funcionamento Estático - Simulação DC 7
3.4 Funcionamento Dinâmico - Simulação AC 7
3.5 Montagem 8
4 Conclusão 9
1 Introdução
A célula básica de um par diferencial com TBJ é mostrada na Fig. 1. O par diferencial
composto por BC547BP_1 e BC547BP_2 é polarizado por uma fonte de corrente IDC. A
entrada diferencial contempla os nós "in1" e "in2" e a saída diferencial contempla os nós
"out1" e "out2". Os resistores de coletor são idênticos, assim como os transistores, o circuito
é portanto balanceado.

Figura 1 - Célula básica de um par diferencial com TBJ

Tratando-se de amplificadores diferenciais na análise de pequenos sinais neste


circuito, há várias formas de proceder à análise. Uma delas é considerar que uma entrada
diferencial será igualmente dividida entre T1 e T2. Portanto, cada um dos transistores
enxergará vd/2 como seu vbe, sendo que um dos transistores sentirá um acréscimo de tensão
em relação à sua polarização enquanto o outro transistor sentirá uma redução de tensão. Cada
transistor está polarizado por IDC/2, portanto, sua transcondutância será
gmT1=gmT2=gm=IC0/Vt=IDC/(2∙Vt). Esta transcondutância será multiplicada por RC, de
forma que o sinal em cada uma das saídas será, em módulo, gm∙RC∙vbe=
IDC/(2∙Vt)∙RC∙vd/2=1/4∙IDC/Vt∙RC∙vd. A saída diferencial voutdif=out1-out2 terá o dobro
deste valor, pois cada uma das saídas está, individualmente, em fase de 180° com a outra.
O circuito anterior tem uma entrada diferencial e uma saída diferencial. Por outro
lado, há contextos em que há necessidade de uma entrada diferencial, mas com saída única,
que em inglês é chamada single-ended. Tal é o caso do amplificador operacional utilizado
como amplificador de erro (error amplifier) no circuito mostrado na Fig. 2, o LDO:

Figura 2 - LDO
O circuito mostrado acima tem outra desvantagem: a dependência do ganho com o
valor de RC. Para se obter um ganho elevado, é preciso aumentar o valor de RC. Mas como a
queda de tensão em RC é RC∙IDC/2, quanto maior o valor de RC, maior o valor de VCC
necessário para manter os transistores na zona ativa. Mas pode-se contornar este cenário com
o uso de uma carga ativa. Como visto em aula, através de espelhos de corrente se pode
sintetizar um resistor ativo, cuja vantagem, em relação a um resistor passivo, é ilustrada na
Fig. 3.

Figura 3 - Vantagem de sintetizar um resistor ativo

Utilizando da teoria anterior, consegue-se uma alta resistência AC para aumento do


ganho (r0), mas com uma baixa tensão de funcionamento DC, e consequentemente, não se
precisa de um VCC tão alto. O conceito é mostrado na Fig. 4.

Figura 4 - Conceito do circuito debatido

Por precisar de um amplificador diferencial com ganho superior a 80 V/V, o ganho


mínimo para o LDO, mas dispondo apenas de 5,3 V, iremos resolver o problema em 2
estágios de amplificação, o 1º estágio fará a conversão diferencial-saída única com ganho
moderado, e o 2º estágio, de entrada única e saída única, será responsável pela maior parte
do ganho. O circuito é ilustrado na Fig. 5.

Figura 5 - Circuito do experimento


2 Objetivos
● Projetar amplificadores com TBJ, com base em um conjunto de especificações ou
restrições;
● Avaliar as características de desempenho do amplificador projetado;
● Saber ajustar a polarização do circuito, caso o transistor na simulação tenha
parâmetros que resultem em comportamento não idêntico às premissas utilizadas.
3 Prática de Simulação

3.1 Materiais Utilizados

Componente Ilustração

Transistor NPN
BC547B

Transistor PNP
BC557B

Resistores diversos, ¼
watt

3.2 Cálculo do ganho total


Supondo que η=1 e VRC≈0,7 V, o ganho máximo que o primeiro estágio pode prover,
de acordo com os cálculos realizados, está limitado a V/V, como mostra a Figura 6.

Figura 6 - Cálculo ganho 1


Para a polarização do 2º estágio, como a princípio, a tensão de polarização em vout
deveria estar no meio da escala, ou seja, em 2,5 V, então este é o valor desejado de
polarização de VRPNP. O ganho deste estágio em configuração emissor-comum também
pode ser definido em termos da tensão VRPNP. Supondo que η=1 e VRPNP=2,5 V, o ganho
no segundo estágio é 48.35215V/V, mostrado na Figura 7.

Figura 7 - Cálculo ganho 2


Considerando o ganho total do amplificador como o produto dos ganhos do 1º e 2º
estágios, o ganho total que poderá alcançar é de 654.59V/V.

3.3 Definição dos resistores RPOLAR, RC e RPNP


O LDO deverá ter uma corrente quiescente limitada a 1 mA, sendo esta corrente que
inclui a corrente do VREF, a corrente do amplificador de erro e a corrente do divisor
resistivo. Dessa forma, é preciso estabelecer um objetivo de corrente total para o seu
amplificador de erro, sendo o escolhido de 500 µA.
Para o 1º estágio, foi determinado o valor de RPOLAR, levando em conta a corrente a
ser espelhada. Sendo assim, atribuiu-se ao 1º estágio IESTAGIO1= 490,2 uA.
Com base no valor anterior de corrente, o valor de RPOLAR foi 20.455k Ω.
Além disso, com base em uma tensão VRC de aproximadamente 0,6 V, o valor de
RC adotado foi RC= 5.578kΩ
Para o segundo estágio o valor da corrente que sobrou foi de IESTAGIO2= 9,8 uA, dessa
forma, o valor de RPNP foi de 27.365k Ω.

3.4 Funcionamento Estático - Simulação DC


Foi realizada uma análise DC para verificar o comportamento da tensão em "vout"
para pequenas diferenças entre as entradas in1 e in2. Dessa forma, foram utilizados os
seguintes 3 valores de tensão comum VMC nas entradas: 1,5 V, 2,5 V e 3,5 V, colocados em
in2 o valor de VMC com a ajuda de uma fonte DC fixa. Na entrada in1, utilizou-se 2 fontes
de tensão: uma fixa, com o mesmo valor daquela ligada a in2, em série com uma tensão DC
que será variada de -20 mV a 20 mV por passo de 10 µV, para observar o que acontecia com
a tensão "vout".
Figura 10 - Setup DC 1

Figura 11 - Formas de ondas 1

Ganho em 1,5:
|Av|= vout2-vout1/ vin2-vin1
|Av|=3,75998-3,75403/0,01001-0,00999
|Av|=662
Figura 12 - Setup DC 2

Figura 13 - Formas de ondas 2

Ganho em 2,5: |Av|= vout2-vout1/ vin2-vin1


|Av|=4,00829-4,00223/0,01001-0,00999
|Av|=674
Figura 14 - Setup DC 3

Figura 15 - Formas de ondas 3

Ganho em 3,5: |Av|= vout2-vout1/ vin2-vin1


|Av|=4,2574-4,25125/0,01001-0,00999
|Av|=684
Após isso, foi realizada a divisão em "vout" na faixa linear pela correspondente da
fonte que varia na entrada, obtendo o ganho do circuito pela razão entre os 2 valores, como
pode ser visto na tabela a seguir.

Tensão de modo comum (V) Ganho estático (faixa linear)

1,5
662 V/V

2,5
674 V/V

3,5
684 V/V

De acordo com os 3 valores de VMC, não foi observado uma diferença significativa
na excursão em vout, definida em cada caso (1,5 V, 2,5 V ou 3,5 V) com a diferença de
tensão entre o maior e o menor valor de vout.

3.5 Funcionamento Dinâmico - Simulação AC


Para o comportamento dinâmico, em função da frequência, do amplificador, as
tensões DC em in1 e in2 deveriam estar programadas de forma a fazer com que a saída vout
ficasse próxima de 2,5 V, o que certamente manteria o transistor PNP em região ativa.
Para facilitar o cálculo do ganho diferencial, foi calculado uma amplitudes de 0,5
VPICO em cada uma delas, de forma que a diferença total (0,5 VPICO-(-0,5 VPICO)), ou seja, a
tensão diferencial vd , seja de 1 VPICO.
Figura 16 - Setup AC

Figura 17 - Forma de onda em vout

3.6 Montagem
Figura 19 - Circuito montado

Figura 20 - Multímetro mostrando o valor de Vout

in2 medida (V) (objetivo) in2 medida (V) (real) Vout medido (V) Ganho entre 2 linhas

VIN2EQUILIBRIO – 500 µV 727mV 1.36631V -

VIN2EQUILIBRIO – 300 µV 727.1mV 1.45711V 908

VIN2EQUILIBRIO – 200 µV 727.2mV 1.67011V 2130

VIN2EQUILIBRIO – 100 µV 727.4mV 1.90325V 1165,7

VIN2EQUILIBRIO 727.6mV 2.5819V -

VIN2EQUILIBRIO + 100 µV 727.8mV 2.6167V 174

VIN2EQUILIBRIO + 200 µV 728mV 2.7802V 817,5


VIN2EQUILIBRIO + 300 µV 728.1mV 3.0304V 2502

VIN2EQUILIBRIO + 500 µV 728.2mV 3.3609V 3305

OBS.: Vale salientar que o resistor Rpnp, foi escolhido para que a saída fosse
observada no multímetro como 2.5 V.
4 Conclusão
Considerando os dados obtidos durante o quarto experimento, conclui-se que a
utilização de amplificadores diferenciais com TBJ pode ser uma boa escolha para aplicações
em que a alta impedância de entrada e o baixo ruído são importantes, além de ganho de
tensão elevado, mas é necessário considerar cuidadosamente as limitações e desvantagens
associadas a esse tipo de amplificador para determinar se ele é a melhor opção para uma
aplicação específica.
Dessa forma, algumas características como a baixa impedância de saída, que limita a
sua capacidade de conduzir cargas pesadas, e a sensibilidade a variações na temperatura e no
envelhecimento dos componentes, são critérios que necessitam de uma atenção maior.
Em resumo, é importante que o circuito seja projetado com cuidado, considerando as
características elétricas de todos os componentes e a interferência do ambiente, como o
realizado nesse experimento, onde obtém-se um alto ganho dispondo apenas de 5,3 V através
de dois estágios.
Universidade Federal da Paraíba

Centro de Energias Alternativas e Renováveis

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