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Coordenação de Engenharia Mecânica

Laboratório de Física experimental básica:

Eletromagnetismo

Turma: PU1

Aluno:

Antonio Luiz

Pedro Santos

Thiago Evangelista Cipriano da Silva

Lei de indução de Faraday

Belo Horizonte

Novembro/2023
Objetivos
Observar a indução de uma força eletromotriz em uma bobina por meio da variação de fluxo
magnético;
Verificar a variação da força eletromotriz em uma bobina com o deslocamento dos planos da
bobina e a direção de um campo magnético variável.

Metodologia e discussão
● Observação da corrente induzida em uma bobina
A primeira parte do experimento tem como objetivo observar a indução de uma força
eletromotriz (ε) através da variação do fluxo magnético em uma bobina. Para isso, serão
utilizadas uma bobina de 1200 espiras conectada a um microamperímetro analógico e um
imã. Movimentando-se o ímã através do eixo da bobina, é criada uma variação de fluxo
magnético pela área interna da mesma, induzindo assim uma corrente induzida detectada pelo
microamperímetro. O circuito criado para a medição da corrente induzida pode ser
visualizado a seguir:

Invertendo-se a polaridade do ímã, é possível observar a mudança de sinal observada pelo


microamperímetro, dado que o sentido do fluxo agora tem uma diferença de 180° em relação
ao sentido anterior. Assim, o fluxo (ϕ𝐵) tem mesmo valor em módulo mas sinal oposto para

este caso. É possível observar esse comportamento através da análise da fórmula para o fluxo
magnético:

ϕ𝐵 = 𝐵𝐴𝑐𝑜𝑠θ, (1)
onde 𝐵 representa o campo magnético, 𝐴 a área da superfície plana delimitada pela bobina e
θ o ângulo entre o vetor de 𝐴 e o sentido do fluxo. Dessa forma, ao inverter o sentido do
campo, inverte-se também o sinal do fluxo.
A força eletromotriz ε se relaciona da seguinte maneira com ϕ𝐵:

𝑑ϕ𝐵 (2)
ε =− 𝑑𝑡
.

Então, a variação do sinal do fluxo altera também o sinal de ε.


Ao aumentar a velocidade do ímã em relação a bobina, é também possível perceber uma
maior variação da corrente percebida pelo microamperímetro. Isso se deve ao fato de que
com uma maior variação de velocidade do ímã em relação à bobina, ocorre uma maior
variação do fluxo, levando assim à uma maior força eletromotriz, o que também pode ser
percebido pela equação (2).
Ao conectar o LED na bobina, é possível perceber que a mesma acende apenas para um
sentido de variação do fluxo, já que o diodo conduz corrente elétrica em apenas um sentido.

● Medição da força eletromotriz induzida em uma bobina


Para a segunda parte do experimento, foi montado um circuito com duas bobinas ligadas em
uma fonte com corrente alternada, permitindo assim a criação de um campo magnético
variável no tempo (por conta da alternância da corrente) e aproximadamente constante no
espaço. Ao par de bobinas dá-se o nome de Bobina de Helmholtz. Uma pequena bobina é
inserida entre as duas bobinas maiores, sobre um transferidor, sendo possível girá-la em
relação às duas bobinas maiores e medir o ângulo entre os planos através do transferidor. Um
voltímetro é conectado na bobina central (através de cabos trançados para evitar a criação de
uma nova área por onde o fluxo poderia fluir) como intuito de se observar a variação da ε
causada pela mudança dos ângulos entre a normal da área da bobina central e o sentido do
fluxo magnético. O circuito montado pode ser observado a seguir:
O campo produzido pela Bobina de Helmholtz pode ser descrito como:

𝐵(𝑡) = 𝐵0𝑐𝑜𝑠(ω𝑡), (3)

onde 𝐵0 é a amplitude do campo e 𝑤 = 2π𝑓, sendo 𝑓 a frequência de oscilação da corrente

alternada.
O fluxo magnético produzido na bobina menor de área 𝐴 e com 𝑁 espiras é descrito da
seguinte forma:

ϕ𝐵(𝑡) = 𝑁𝐵0𝐴 𝑐𝑜𝑠(θ) 𝑐𝑜𝑠(ω𝑡), (4)

com θ sendo o ângulo a seguir:

Utilizando a equação (2), tem-se que:


𝑑ϕ𝐵
ε =− 𝑑𝑡
= 𝑁𝐵0𝐴ω 𝑐𝑜𝑠(θ) 𝑠𝑒𝑛(ω𝑡)

Substituindo-se 𝑁𝐵0𝐴ω 𝑐𝑜𝑠(θ) por ε0, tem-se:

ε = ε0𝑠𝑒𝑛(ω𝑡).

Aplicando a tensão da fonte para 14V, foram coletados os valores da ε𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 (sendo

ε𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 = ε0/ 2) em função de 𝑐𝑜𝑠(θ), obtendo-se os seguintes resultados:

𝑐𝑜𝑠(θ) ε𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 [mV] 𝑐𝑜𝑠(θ) ε𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 [mV]

1 27,4 0,6428 17,3

0,9848 27 0,5 13,4

0,9397 25,7 0,342 9,1

0,866 23,7 0,1736 4,5

0,766 20,8 0 0
A partir da análise das equações, é possível deduzir que:
ε0 𝑁𝐴𝐵0ω 𝑁𝐴𝐵0ω −3 𝑁𝐴𝐵0ω
𝑐𝑜𝑠(θ)
= → 𝐴𝑔𝑟á𝑓𝑖𝑐𝑜 = → 27, 56 * 10 =
2 2 2

2 2 −3 2
Sendo 𝑁 = 15, 𝐴 = π𝑟 = π(0, 05) = 7, 85 * 10 𝑚 , ω = 2π𝑓 = 120π, tem-se:
−3 15*0,0314*𝐵0*120π −4
27, 59 * 10 = → 𝐵0 = 8, 79 * 10 𝑇
2

Assim, tem-se:
−4
𝐵𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 = 𝐵0/ 2 → 𝐵𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 = 6, 22 * 10 𝑇
−4
O valor medido de 𝐵 foi de 5, 8 * 10 𝑇, o que representa um valor na faixa compatível
com o resultado do experimento.

Cálculo das incertezas


Lembrando que:
2 −3 2
𝐴 = 𝜋𝑟 → 𝐴 = 8, 5𝑥10 𝑚

∂𝐴 2 2 2 2 2 2
∆𝐴 = ( ∂𝑟
) * (Δ𝑟) = (2π𝑟) * (Δ𝑟) = (0, 1π) * 0, 002
−4 2
∆𝐴 = 6, 28 𝑥10 𝑚

ω = 2π𝑓 → ω = 376, 99 𝐻𝑧
𝐴 2
Seja a função dada por 𝐵0 = 𝑁𝐴ω
, temos
∂𝐵 2 2 ∂𝐵 2 2
Δ𝐵0 = ( ∂𝑎 ) * (Δ𝑎) + ( ∂𝐴 ) * (Δ𝐴)

2 2
1 2 2 𝑎 2 2
Δ𝐵0 = ( 𝑁𝐴ω ) * (Δ𝑎) + ( 2 ) * (Δ𝐴)
𝑁𝐴 ω

2 2
2 2
−3
1 2 2 27,59*10 2 −4
Δ𝐵0 = ( −3 2 ) * (0, 0001) + ( −3 22
) * ( 6, 28 𝑥10 𝑚)
15*8,5𝑥10 𝑚 *376,99 𝐻𝑧 15*8,5𝑥10 𝑚 *376,99 𝐻𝑧
−6
Δ𝐵0 = 2, 95 * 10 𝑇

Conclusão
Através do experimento foi possível perceber os fenômenos físicos descritos pela lei de
Indução Faraday, e comprovar a teoria através das medições realizadas no laboratório e
posterior avaliação dos resultados.
No primeiro experimento, foi possível visualizar a maior intensidade da luz do LED ao
𝑑ϕ𝐵
mover com maior velocidade o ímã pela bobina, como sugere a equação ε =− 𝑑𝑡
.

Além disso, o resultado do campo magnético calculado,


−4 −6
𝐵𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 = 6, 22 * 10 ± 2, 95 * 10 𝑇 demonstra um erro mais que uma grandeza menor

que o resultado base, sendo assim possível afirmar que este é um valor aceitável de erro.
Por fim, destaca-se que os valores coletados em laboratório estão de acordo com os valores
calculados neste relatório e condizem com a realidade.

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