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Experimento V - Deflexão de feixe de elétrons -

razão carga massa (e/m)


Engenharia Elétrica
Sarah Regina Mota Barbosa; Tíscile Cabral Pinto Porto
Entregue a Marcus Vinicius Santos da Silva professor da disciplina FISD40-Física Experimental III

Resumo: O presente relatório diz respeito ao experimento Deflexão de feixe de elétrons – razão carga massa (e/m) desenvolvido na
disciplina de Física Experimental III, do curso de Engenharia Elétrica. Este experimento tinha por objetivo determinar
experimentalmente a razão carga-massa do elétron, bem como analisar a dependência da trajetória de um feixe de elétrons, sujeito
a potenciais de aceleração diferentes, e as intensidades dos campos elétricos e magnéticos. Para realizar o experimento foi utilizado
um circuito elétrico pada deflexão magnética, que era composto por duas fontes de alta-tensão, uma fonte de baixa-tensão, bobinas
de Helmholtz, uma ampola de vidro evacuada e cabos e adaptadores, ambos adequados para o uso com alta tensão. A coleta de
dados do experimento em questão foi realizada através de vídeos que continham as diferentes etapas de execução do mesmo. A coleta
desses dados por meio dos vídeos foi feita de maneira adequada, de forma que foi possível alcançar os objetivos do experimento.
Essa coleta também se mostrou satisfatória uma vez que as variações no feixe de elétrons seguiram o esperado ao se alterar a tensão
e manter fixa a corrente e fazendo o processo inverso e também se verificou a razão carga massa próximo do valor teórico, com um
dado desvio. Sendo assim, o experimento apresentou resultados conforme o que se esperava.
Palavras-chave: Deflexão; carga-massa; feixe de elétrons; campos magnéticos; campo elétrico; Força de Lorentz; raios catódicos.

I. INTRODUÇÃO
Este relatório apresenta o desenvolvimento do experimento Deflexão de feixe de elétrons – razão carga massa (e/m) cujo
objetivo era observar os efeitos de campos elétricos e magnéticos sobre um fixe de elétrons e obter a relação carga massa do
elétron. Para que esses objetivos fossem atingidos fizeram-se necessários conhecimentos básicos sobre Elétrons; Deflexão;
Bobinas de Holmholtz; Campo elétrico; Campo magnético; Força de Lorentz; Diferença de potencial; e Tubo de raios
catódicos. Foi importante entender que, se um elétron de carga e e massa m se desloca à uma velocidade v em um campo
elétrico E e em um campo magnético B, a trajetória de deflexão deste será determinada pela força de Lorentz:
𝐹 = 𝑒(𝐸 + 𝑣 × 𝐵)
Dessa forma, é possível observar o comportamento dos elétrons sob os campos e assim determinar a razão carga massa (e/m)
do elétron, bem como analisar aspectos sobre a sua velocidade v.

II. EXPERIMENTO
Os circuitos utilizados para realizar o experimento foram montados a partir dos aparelhos mostrados na figura 1 a seguir,
obtida do vídeo de apresentação dos aparelhos.

Fig. 1: Aparelhos utilizados para a realização do experimento Deflexão de Feixe de Elétrons


A identificação de cada um desses aparelhos encontra-se na figura 2.

Fig. 2: Identificação dos aparelhos utilizados no experimento

Para determinar a razão carga-massa através da deflexão do feixe de elétrons pela aplicação do campo magnético foi utilizado
o circuito mostrado na figura 3 a seguir.

Fig.3: Circuito elétrico para deflexão magnética.

Na diferença de potencial entre o anodo e o catodo foi colocada a tensão de 3𝑘𝑉, enquanto que na corrente elétrica das bobinas
foram feitas variações para observação do comportamento do feixe de elétrons. Posteriormente foi mantida constante a
corrente nas bobinas e variada a diferença de potencial entre o anodo e o catodo. Verificou-se também o raio da trajetória para
tensão de 3kV e corrente 0,35 A nas bobinas. Foi feita uma tabela para diferentes raios de trajetória ao variar a corrente de 0
a 1,5 A.
Para determinar a razão carga-massa através da deflexão do feixe de elétrons pela aplicação do campo elétrico foi utilizado o
circuito mostrado na figura 4 a seguir.
Fig. 4: Esquema do circuito elétrico para deflexão elétrica do feixe de elétrons

Na fonte de alta tensão do canhão de elétrons foi colocada a tensão de 3𝑘𝑉, enquanto que na fonte de alta tensão das placas
paralelas foram feitas variações na diferença de potencial 𝑈𝑝 . Posteriormente foi mantida constante em 3𝑘𝑉 a tensão na fonte
de alta tensão das placas paralelas e variou-se os valores na fonte de alta tensão do canhão de elétrons.
Na terceira etapa do experimento, correspondente à Compensação de Campos, foi montado um circuito de modo que pudesse
existir tanto campo magnético quanto campo elétrico na região onde o elétron desenvolverá sua trajetória. O circuito foi
montado conforme o circuito da figura 5.

Fig. 5: Esquema do circuito elétrico para o cálculo da relação carga-massa por Compensação de Campos

Inicialmente foi mantida o potencial na fonte de alta tensão do canhão de elétrons constante e igual a 𝑈𝐴 = 4𝑘𝑉 e em seguida
aplicou uma tensão da ordem de 200V entre as placas paralelas e aumentou a corrente nas bobinas de Helmholtz até que o
feixe ficasse paralelo à direção inicial de propagação. Posteriormente foi repetido esse procedimento de modo que as tensões
aplicadas nas placas variassem de 200𝑉 em 200𝑉 até o valor de 1400𝑉.

III. RESULTADOS
Deflexão Magnética
Inicialmente, na etapa 1, determinou-se a razão carga massa por meio do método de deflexão do feixe de elétrons com a
inserção de campo magnético, que é perpendicular ao movimento dos elétrons. Sendo a força magnética 𝐹 proporcional a
carga, a velocidade e ao campo de uma trajetória circular de raio 𝑟 :

𝑣2
𝐹 = 𝑒𝑣𝐵 = 𝑚 (1)
𝑟

𝑥 2 +𝑦 2
𝑟= (2)
2𝑦
𝑒
𝑣 = √2 𝑈𝐴 (3)
𝑚

Para obter os elétrons livres por efeito termiônico constrói-se um circuito elétrico específico para a extração destes, que têm
movimento não ordenado devido a agitação térmica. Os elétrons que escapam do metal compõem uma nuvem eletrônica na
superfície. Na figura 6, é possível observar o esquema desse efeito termiônico descoberto por Thomas Edison, onde F é o
filamento metálico conectado ao anodo A que está na ampola com vácuo, B1 é a fonte de tensão que esquenta o filamento e
polariza positivamente o anodo B e faz com que circule uma corrente I através desse circuito. Em seguida na figura 7, é
possível observar o esquema para um canhão de elétrons.

Fig.6: Circuito Efeito Termiônico.

Fig.7: Canhão de elétrons.

Nesta etapa, a princípio o feixe de elétrons está na direção horizontal onde o campo magnético é zero, mas se variarmos a
corrente das bobinas, aumentando esta, e mantermos a diferença de potencial entre o anodo e o catodo constante (U A = 3000
V) notamos que o feixe de elétrons se torna uma parábola com inclinação para baixo. Ou seja, aumentando a corrente aumenta-
se o campo, consequentemente, o raio do desvio é defletido, diminui. Se analisarmos a equação (1) esse comportamento é
esperado, pois a força magnética F e o raio r são inversamente proporcionais, então se a corrente aumenta, F também aumenta
devido a maior intensidade do campo e consequentemente r diminui.
Em contrapartida, variando a diferença de potencial e mantendo a corrente constante (mas não nula) notou-se que o feixe de
elétrons se torna uma parábola com inclinação para cima a medida que a tensão aumenta. Ou seja, o raio de deflexão do feixe
de elétrons aumenta. Tomando novamente a equação (1) e a (3), esse comportamento também é esperado, pois a velocidade v
e o raio r são diretamente proporcionais, então se a diferença de potencial aumenta, v também aumenta, consequentemente o
raio de deflexão se eleva. Foi possível observar ainda que aumentando a tensão aumentou-se também a intensidade do feixe
de elétrons, este ficou mais azul. Analisando as equações de energia do sistema, notamos que isso ocorre, pois, a energia
cinética EC dos elétrons fica maior havendo aumento na transferência de energia do feixe de elétrons para os átomos da placa,
fazendo com que a coloração do raio r fique mais acentuada.
Utilizando a expressão da força e a regra da mão direita traçou-se o esquema vetorial da força resultante da ação do campo
magnético sobre um elétron de prova com trajetória nesse campo, conforme a figura 8:
Fig.8: Esquema vetorial F resultante do campo magnético.

Para obter a razão carga massa e/m por deflexão magnética, utilizamos a equação (1) e (3). Assim, isolando v na equação (1),
temos:
𝑒𝐵𝑟
𝑣= (4)
𝑚
Substituindo (4) na equação (3), tem-se:
𝑒 2 𝐵2 𝑟 2 2𝑒𝑈𝐴
=
𝑚2 𝑚
2 2
𝑒𝐵 𝑟
= 2𝑈𝐴
𝑚
𝑒 2𝑈𝐴 2𝑈
= 2 2 = 𝐴2 (5)
𝑚 𝐵 𝑟 (𝐵𝑟)

Para encontrar e/m para UA = 3000 V e corrente de ordem 0,35 A primeiro encontramos as coordenadas x e y na tela, em
módulo, para essa configuração. Escolhendo um ponto onde x = 4 cm, y foi aproximadamente 0,42 cm. Isso porque cada
quadro da placa tinha 1 cm que correspondiam a 1,9 cm na régua foi realizada uma regra de três para achar o valor de y que
na régua era 0,8. Dessa forma, usando a equação (2) para esses valores de x e y em metros, tivemos:

0,042 + 0,00422
𝑟= ≅ 0,193 𝑚
2(0,0042)

Calculando o campo no ponto médio devido as bobinas temos:


3
𝑅 4 2 𝜇0 𝑁
𝐵( ) = ( ) . .𝐼
2 5 𝑅

Onde B é aproximadamente 4,2 mT/A para N = 320 voltas e R = 68 mm. Logo:

𝐵 = 4,2 × 10−3 . 𝐼 = 0,0042 × 0,35 = 0,00147 𝑇

Calculando e/m através da equação (5) encontramos:

𝑒 2(3000)
= ≅ 0,745 × 1011 𝐶/𝑘𝑔
𝑚 (0,00147 × 0,193)2

Se compararmos com o valor esperado calculado a partir da carga e da massa do elétron, igual a 1,758 × 1011 𝐶/𝑘𝑔 temos a
discrepância:

0,745 × 1011 − 1,758 × 1011


| | × 100 ≅ 57,62%
1,758 × 1011

Para encontrar e/m para diversas medidas de raios das trajetórias manteve-se UA = 3000 V e variou-se a corrente nas bobinas
entre 0 e 1,5 A por 5 vezes onde para cada valor de corrente obteve-se um respectivo raio. Aplicando as mesmas expressões
anteriores para esses novos valores gerou-se a seguinte tabela:

TABELA I
RAZÃO CARGA MASSA E/M PARA DIFERENTES RAIOS POR DEFLEXÃO MAGNÉTICA
X (m) Y (m) I (A) r (m) B (T) e/m (C/kg)
0,055 0,0042 0,20 0,362219048 0,00084 4,1621316081E+10
0,05 0,0074 0,40 0,172618919 0,00168 7,1343744909E+10
0,043 0,0084 0,60 0,114259524 0,00252 7,2371129263+10
0,035 0,0079 0,81 0,081481646 0,003402 7,8084179175+10
0,03 0,0095 1,15 0,052118421 0,00483 9,4683540392E+10
Média 7,1620781964E+10
Discrepância 59,26%

Deflexão Elétrica
No que diz respeito à realização da etapa 2 do experimento referente à Deflexão Elétrica, sabemos que no interior das placas
paralelas a força elétrica é constante, temos que a aceleração do elétron também será uma constante, dado que:
𝐹⃗ = 𝑚. 𝑎⃗.
Sendo assim, temos que o elétron desenvolverá um Movimento Uniformemente Variado (MUV) e as equação que o
caracterizam são:
1
𝑦 = 𝑎. 𝑡 2
2
e
𝑥
𝑣=
𝑡

Já que 𝑣0𝑦 = 0. Sabendo que a força elétrica é dada por:


𝐹⃗ = 𝑞. 𝐸⃗⃗

Temos que:
𝐹⃗ = 𝑒. 𝐸⃗⃗ = 𝑚. 𝑎⃗

De onde obtemos que a aceleração do elétron é dada por:


𝑒. 𝐸
𝑎=
𝑚
Reescrevendo a equação da velocidade:
𝑥
𝑡=
𝑣

Substituindo as equações da velocidade reescrita e da aceleração na equação da deflexão vertical y em função da distância
linear x, obtemos então:
1
𝑦 = 𝑎. 𝑡 2
2
1 𝑒.𝐸 𝑥 2
𝑦= . .( ) (6)
2 𝑚 𝑣

Nesta etapa, inicialmente foram aplicadas várias diferenças de potencial entre as placas paralelas, sendo elas, de maneira
ordenada: 4,8𝑘𝑉, 0,8𝑘𝑉, 4,8𝑘𝑉 e 3𝑘𝑉. Observou-se que ao variar a diferença de potencial entre as placas paralelas, quando
diminuía essa diferença de potencial a trajetória do elétron era uma parábola mais aberta, enquanto que a medida que
aumentava a diferença de potencial a trajetória do elétron se mostrava uma parábola mais fechada, como pode ser visto nas
figuras 9 e 10 a seguir.

Fig. 9: Trajetória do elétron para a tensão nas placas paralelas igual a 4,8kV e tensão no canhão de elétrons igual a 3kv.
Fig. 10: Trajetória do elétron para a tensão nas placas paralelas igual a 0,8kV e tensão no canhão de elétrons igual a 3kv.

Ou seja, observou-se que para um dado x, o equivalente y para a tensão de 4,8𝑘𝑉 era maior que o equivalente y para a tensão
de 0,8𝑘𝑉. Isso pode ser justificado matematicamente quando reescrevemos a equação da deflexão vertical y em função da
distância linear x substituindo 𝐸 pela equação do campo elétrico no capacitor de placas paralelas. Sabendo que para essa
configuração de capacitor, o campo elétrico é dado por:
𝑈𝑝
𝐸=
𝑑

Onde d é a distância entre as placas. Daí então, encontramos que:

1 𝑒 𝑈𝑝 𝑥 2
𝑦= . . .( )
2 𝑚 𝑑 𝑣

Podemos justificar o fenômeno observado através da equação anterior visto que, de acordo com a mesma, o valor da deflexão
vertical 𝑦 é diretamente proporcional ao valor da diferença de potencial entre as placas 𝑈𝑝 . Logo, se 𝑈𝑝 diminui, então 𝑦
também diminui, o que foi observado.
Quando se manteve constante, e igual a 3𝑘𝑉, o valor na tensão das placas paralelas e variou-se a tensão no canhão de elétrons,
na qual foi colocada os valores de tensão 4,8𝑘𝑉, 1,4𝑘𝑉, 4,8𝑘𝑉, 3𝑘𝑉, observou-se que para a tensão no canhão de elétrons
igual a 4,8𝑘𝑉 a trajetória mostrou-se bem definida e forte, como é possível notar na figura 11 a seguir. Já quando reduziu a
tensão na fonte conectada ao canhão de elétrons, praticamente desapareceu a curva correspondente à trajetória do elétron,
como é possível observar na figura 12 a seguir.

Fig. 11: Trajetória do elétron para a tensão nas placas paralelas igual a 3,0kV e tensão no canhão de elétrons igual a 4,8kv.
Fig. 12: Trajetória do elétron para a tensão nas placas paralelas igual a 3,0kV e tensão no canhão de elétrons igual a 1,4kV.

Fazendo um esquema vetorial com os vetores força elétrica, campo elétrico e velocidade, obtemos a configuração mostrada
na figura 13 a seguir.

Fig. 13: Esquema vetorial dos vetores força elétrica, campo elétrico e velocidade do elétron.

Por fim, foi mantida novamente a tensão de 3𝑘𝑉 na fonte de tensão do canhão de elétrons e variou-se a tensão nas placas
paralelas. Foram coletados os valores de x e y para cada valor de tensão 𝑈𝑃 e esses dados estão na tabela II a seguir:

TABELA II
DADOS DE X E Y PARA DIFERENTES VALORES DE UP
𝑈𝑃 x y
1000 5,7 0,5
2000 4 0,5
3000 2,8 0,5
4000 2,3 0,5
4800 2,1 0,5

A partir da equação 6 e dos dados da tabela II podemos determinar a razão carga-massa do elétron como se segue:

𝑒 2𝑦 𝑣 2
= .( )
𝑚 𝐸 𝑥
𝑈𝑝
Como para 𝑈𝐴 = 3𝑘𝑉 a velocidade do elétron é 3,25. 107 𝑚/𝑠 e 𝐸 = , temos para cada um dos valores da tabela II:
54.10−3

TABELA III
RELAÇÃO CARGA/MASSA PARA CADA PAR (X,Y) COLETADO
𝑈𝑃 x y 𝐸 e/m
1000 5,7 0,5 18518,52 1,75554E+11
2000 4 0,5 37037,04 1,78242E+11
3000 2,8 0,5 55555,56 2,42506E+11
4000 2,3 0,5 74074,07 2,69553E+11
4800 2,1 0,5 88888,89 2,69452E+11

Como é possível observar, para um mesmo valor de y o valor de x é diminuído a medida que a tensão entre as placas é
aumentada. Isso se dá porque a parábola tende a ficar mais fechada para uma tensão maior entre as placas paralelas. Observa-
se também que há uma maior diferença entre o valor da razão e/m calculada e da real conhecida à medida que os valores de x
diminuem e isso se dá porque para menores valores de x o efeito de pontas é mais influente. Além disso, as diferenças entre o
valor da razão e/m calculada e da real conhecida se dá também por conta das aproximações feitas ao coletar os dados dos
pares (x,y).

Compensação de campos
Da realização da terceira etapa do experimento, correspondente à compensação de campos, observou-se que quando aplicou
uma tensão igual a 4𝑘𝑉 na fonte de tensão do canhão de elétrons, a trajetória do elétron mostrou-se retilínea e coincidente
com o eixo x. Já quando variou a tensão das placas paralelas e a manteve em 0,2𝑘𝑉 a trajetória do elétron apresentou-se
diferente, já com um comportamento parabólico. Ao variar a corrente nas bobinas, observou-se que a trajetória do elétron
ficou paralelo à direção inicial de propagação quando a corrente nas bobinas alcançou o valor de 0,04𝐴. Ao repetir esse
procedimento para valores de 𝑈𝑃 até 1400V, foram obtidos os dados mostrados na tabela IV a seguir.

TABELA IV
DADOS DA ETAPA COMPENSAÇÃO DE CAMPOS
𝑈𝑃 (𝑘𝑉) 𝑈𝐴 (𝑉) Corrente (A)
0,2 4000 0,04
0,4 4000 0,06
0,6 4000 0,09
0,8 4000 0,12
1,0 4000 0,15
1,2 4000 0,18
1,4 4000 0,22

Uma vez que a velocidade do elétron para esta etapa do experimento pode ser dada por:

𝑒
𝑣 = √2. .𝑈
𝑚 𝐴
E também por:
𝐸
𝑣=
𝐵

Igualando as equações:
𝑒 𝐸
√2. . 𝑈𝐴 =
𝑚 𝐵

𝑒 𝐸 2
2. . 𝑈𝐴 = ( )
𝑚 𝐵

𝑒 1 𝐸 2
= ( )
𝑚 2. 𝑈𝐴 𝐵

Calculando o valor de e/m para cada um dos valores, obtemos os dados mostrados na tabela V:

TABELA V
RELAÇÃO CARGA/MASSA DA ETAPA COMPENSAÇÃO DE CAMPOS
𝑈𝑃 (𝑘𝑉) 𝑈𝐴 (𝑉) Corrente (A) E B e/m
0,2 4000 0,04 3703,704 0,000168 0,60752E+11
0,4 4000 0,06 7407,407 0,000252 1,08004E+11
0,6 4000 0,09 11111,11 0,000378 1,08004E+11
0,8 4000 0,12 14814,81 0,000504 1,08004E+11
1,0 4000 0,15 18518,52 0,00063 1,08004E+11
1,2 4000 0,18 22222,22 0,000756 1,08004E+11
1,4 4000 0,22 25925,93 0,000924 0,98409E+11

Fazendo um esquema vetorial com os vetores força elétrica, força magnética, campo elétrico, campo magnético e velocidade,
obtemos a configuração mostrada na figura 14 a seguir.

Fig. 14: Esquema vetorial dos vetores força elétrica, força magnética, campo elétrico, campo magnético e velocidade do elétron

As estimativas da razão carga-massa são realizadas considerando campos magnéticos e elétricos uniformes ao longo de toda
à extensão da placa fluorescente. Com base nos resultados, tentou-se ao máximo atenuar os efeitos de borda medindo os
valores de x e y mais ao centro da placa, e subtraindo, na etapa 2, 1,5 cm dos valores de x. Mas ainda assim os efeitos de
borda, devido às variações dos campos magnéticos e elétricos sobre o feixe de elétrons, alteram a razão carga massa e/m
gerando uma discrepância cada vez maior, em relação ao valor teórico, à medida que se aproxima de valores próximos as
bordas.
IV. CONCLUSÃO
Com a realização do experimento pode-se concluir que os valores calculados para a razão carga-massa do elétron diferiram
bastante do valor já conhecido, tanto no método de Deflexão Magnética quanto nos métodos de Deflexão Elétrica e
Compensação de Campos. Ao determinar a relação carga-massa do elétron através do método de Deflexão Magnética, foram
obtidos valores menores que o conhecido, enquanto que através dos métodos Deflexão Elétrica e Compensação dos Campos
foram obtidos valores maiores. Quanto aos resultados obtidos pelo método de Deflexão Elétrica observou-se que há uma
maior diferença entre o valor da razão e/m calculada e da real conhecida à medida que os valores de x diminuem e isso se dá
porque para menores valores de x o Efeito das Pontas é mais influente. Além do Efeito das Pontas, o fato de que os valores
(x, y) em algumas etapas do experimento são estimados faz também com que haja diferenças entre o valor da razão e/m
calculada e da real conhecida. Por fim, conclui-se que as aproximações feitas durante os cálculos também pode ser um dos
fatores responsáveis pela diferença entre o valor calculado a partir dos dados do experimento e do valor real. Apesar de os
resultados para a relação carga-massa não terem sido satisfatórios, as trajetórias dos elétrons e as observações feitas ao variar
as tensões nas fontes de alta tensão do canhão de elétrons e das placas paralelas estavam conforme esperados e de acordo com
as equações utilizadas.

V. REFERÊNCIAS
[1] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física- Vol.3. 10ª edição. Rio de Janeiro: LTC. 2016.
[2] TIPLER, Paul A.;MOSCA, Gene. Física para Cientistas e Engenheiros- Vol.3. 5ª edição. Rio de Janeiro: LTC. 2006.

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