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1. Objetivos:
2. Introdução ao Experimento:
Figura 1 - Representação esquemática da força elétrica entre cargas e do campo no entorno de uma carga fonte. (a)
Carga 𝑄 > 0; (b) Carga 𝑄 < 0 e exemplo do mapeamento da força elétrica e obtenção do campo elétrico em diferentes
pontos no espaço.
À primeira vista, o campo elétrico 𝐸⃗ pode parecer algo subjetivo, mas as chamadas
linhas de campo elétrico fornecem uma ajuda valiosa para interpretá-lo de forma mais
realista, como representado na Figura 1(a)-(b). Um linha de campo elétrico é uma linha
imaginária reta ou curva que passa por uma região do espaço de modo que sua tangente em
qualquer ponto forneça a direção e o sentido do campo elétrico considerado. Portanto, as
linhas de campo indicam a direção e o sentido do campo 𝐸⃗ em qualquer ponto e o
espaçamento das linhas fornece uma ideia do módulo do campo 𝐸⃗ em cada ponto. Regiões
onde as linhas de 𝐸⃗ tem maior densidade apresentam um campo elétrico mais intenso e elas
também não podem se cruzar, já que apenas um vetor 𝐸⃗ pode ser obtido em cada ponto no
espaço.
Figura 2 - Representação das linhas de campo elétrico e das superfícies equipotenciais. Linhas de Campo elétrico para
uma carga pontual positiva (a) e um dipolo elétrico (b), formado por uma carga positiva e uma negativa. Superfícies
equipotenciais, perpendiculares às linhas de campo elétrico, para uma carga pontual positiva (c) e um dipolo elétrico (d).
Adicionalmente, o campo 𝐸⃗ é um campo conservativo, isto é, seu rotacional é nulo.
Uma importante consequência disso é que o trabalho 𝑊 realizado pela força elétrica
independe da trajetória, isto é, depende apenas do ponto inicial (𝑟⃗𝑖 ) e final (𝑟⃗⃗⃗𝑓 ). Assim, é
possível obter a energia potencial elétrica 𝑈(𝑟), que depende da posição da(s) partícula(s)
carregada(s) no campo elétrico, como sendo:
⃗⃗⃗⃗
𝑟𝑓 ⃗⃗⃗⃗
𝑟𝑓
∆𝑈(𝑟) = 𝑈(𝑟⃗⃗⃗𝑓 ) − 𝑈(𝑟⃗𝑖 ) = −𝑊𝑖→𝑓 = − ∫ ⃗⃗⃗
𝐹𝑒 . 𝑑𝑟 = −𝑞0 ∫ 𝐸⃗ . 𝑑𝑟 Eq. 2
⃗⃗𝑟⃗𝑖 ⃗⃗𝑟⃗𝑖
À partir da energia potencial elétrica é possível definir o potencial elétrico ou apenas
potencial. Denomina-se, portanto, o potencial elétrico 𝑉 como sendo a energia potencial por
unidade de carga. Logo:
⃗⃗⃗⃗
𝑟𝑓
∆𝑈
∆𝑉 = = − ∫ 𝐸⃗ . 𝑑𝑟 Eq. 3
𝑞0 ⃗⃗𝑟⃗𝑖
na qual a dependência de 𝑉 e 𝑈 com a posição foram suprimidas para facilitar a notação. É
possível concluir à partir da Eq. 3 que, conhecido o campo elétrico, pode-se obter o seu
potencial. Entretanto, como o campo elétrico é uma função vetorial em cada ponto no
espaço, medir o potencial elétrico é muito mais fácil já que é uma função escalar. Assim, para
obter o campo elétrico à partir do potencial elétrico, é necessário obter a relação inversa da
Eq. 3, que resulta em:
𝐸⃗ = −∇𝑉 Eq. 4
Portanto, considerando um sistema cartesiano, é possível obter a componente do
campo elétrico simplesmente derivando parcialmente o potencial elétrico naquela direção,
ou seja,
∂𝑉 ∂𝑉 ∂𝑉
𝐸𝑥 = − ; 𝐸𝑦 = − ; 𝐸𝑧 = − . Eq. 5
∂x ∂y ∂z
De forma aproximada, podemos determinar experimentalmente o campo elétrico
considerando que:
∆𝑉 ∆𝑉 ∆𝑉
𝐸𝑥 = − ; 𝐸𝑦 = − ; 𝐸𝑧 = − . Eq. 6
∆x ∆y ∆z
3. Materiais e Equipamentos:
Cuba eletrolítica, solução de água com CuSO4 (0,001 M), papel milimetrado, eletrodos,
suportes, fonte, multímetro e cabos.
Atenção: os instrumentos que vocês estão manipulando devem ser manuseados com
cuidado. Portanto, sempre aja com delicadeza já que outros estudantes irão utilizar esses
materiais.
Figura 3 – Representação de (a) fonte de tensão real, (b) fonte de corrente real com uma carga 𝑅𝐶 acoplada.
Da mesma maneira, uma fonte de corrente ideal é uma fonte que produz uma
corrente constante independente da carga, ou seja, possui resistência interna infinita (𝑟𝑖 →
∞). Uma fonte de corrente é representada pelo símbolo na Figura 3(b).
Na prática, no entanto, não existem fontes ideais. Logo, se 𝑅𝐶 ≫ 𝑟𝑖 , a fonte se
comportará como uma fonte de tensão. No entanto, se 𝑅𝐶 ≪ 𝑟𝑖 , a fonte se comportará como
uma fonte de corrente.
Figura 4 – Diagrama de um multímetro digital, mostrando a localização do visor, do seletor de funções e do fundo de
escala. Os cabos para conexão ao circuito são do tipo banana e um deles deve estar sempre conectado ao comum. O outro
é conectado à entrada dependendo da função selecionada na chave seletora.
Caso o amperímetro seja colocado em paralelo, o fato de sua resistência ser pequena
fará que a corrente no circuito seja desviada para o instrumento de medida. Isto acarretará a
queima do amperímetro.
Alguns multímetros possuem outras funções, dentre as quais destacamos as capazes
de medir a capacitância, a indutância, a frequência e a continuidade.
As incertezas instrumentais associadas aos valores medidos com um multímetro
digital dependem da escala utilizada e vêm especificados no manual de cada instrumento. Por
exemplo, no multímetro digital da marca Minipa e modelo ET-2042E, a incerteza na escala de
tensão contínua é dado por:
± (0.5% + 2𝐷) Eq. 8
Isso significa que: ± (0.5 % do valor da leitura + duas vezes o dígito menos significativo
da escala).
Por exemplo, se obtivermos uma medida de 4,723 V (na escala até 6 V), a incerteza
associada será:
• 0,5 % de 4,723 V = 0,023615 V;
• duas vezes o dígito menos significativo da escala = 2 x 0,001 V = 0,002 V.
Cuidado: esse valor não é “2 x 0.003”!
Portanto, a incerteza será: 0,023615 V + 0,002 V = 0,025615 V.
Considerando a incerteza com dois algarismos significativos, já que o primeiro
algarismo significativo é menor do que 3, e arredondando, temos que a representação final
da grandeza com sua incerteza é:
(4,723 ± 0,026) 𝑉 Eq. 9
4. Roteiro:
[1] Sears, F. W., Zemansky; M. W.; Young, H. D.; Freedman, R. A. Física III: Eletromagnetismo,
12a. ed., São Paulo: Addison Wesley, 2009, 425 p.
[2] Nussenzveig, H. M. Curso de Física Básica, vol. 3, São Paulo: Edgard Blucher, 2002, 328 p.
[3] R. A. Serway e J. W. Jewett Jr. Física: para cientistas e engenheiros, 3ª ed., São Paulo:
Cengage Learning, 2008. v. 3.