Você está na página 1de 23

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE FÍSICA
FÍSICA GERAL EXPERIMENTAL 3
TURMA P19
PROFº: ALEXANDRE RODRIGUES BARBOSA

RELATÓRIO DOS EXPERIMENTOS III e IV

Grupo participante da parte 3:

Andreza Isis Santos da Costa - 218124012

Grupo participante da parte 4:

Andreza Isis Santos da Costa - 218124012

1. OBJETIVOS

O Experimento III - Linhas Equipotenciais tem como objetivo fazer mapeamento de


algumas linhas equipotenciais em um meio líquido condutor de solução de sulfato de cobre,
CuSO4 com ajuda de um “circuito detector de zero”.
O Experimento IV - Constante de Tempo em Circuitos RC visa mensurar e comparar o
tempo de carregamento e descarregamento de dois capacitores em três situações de circuitos
diferentes.

2. INTRODUÇÃO TEÓRICA

2.1 Linhas Equipotenciais

Para entender sobre superfícies equipotenciais, precisamos definir o que é um campo. O


conceito de campo é bastante geral e pode ser aplicado a diversas grandezas. Um campo é uma
região do espaço onde alguma grandeza tem um valor definido em todos os pontos. O campo
elétrico surge da simples existência de uma carga elétrica numa região qualquer do espaço. Essa
carga modifica algumas propriedades dos pontos do espaço ao seu redor, criando aquilo que
denominamos campo elétrico. O campo elétrico é o campo de força provocado pela ação de
cargas elétricas, (elétrons, prótons ou íons) ou por um sistemas delas. Cargas elétricas num
campo elétrico estão sujeitas e provocam forças elétricas.
Consideremos três configurações possíveis de interação entre duas cargas Q1 e Q2
separadas pela distância d (que será representado por r nas equações), de acordo com o diagrama
da Figura 1.
Figura 1 - Representação das forças atuantes em configurações entre duas cargas.

A carga Q1 exerce sobre a carga Q2 a força F21, cujo módulo de acordo com a lei de
Coulomb é dado por:

1 𝑄1𝑄2
|𝐹21| = 4𝜋ε0 𝑟2
(1)

Se dividirmos a força F21 pela carga Q2 é obtida uma grandeza vetorial que independe de
Q2, ou seja, depende somente de Q1 e de r:

|𝐹21| 1 𝑄1
𝑄2
= 4𝜋ε0 𝑟2
(2)

Ainda que esteja presente apenas uma carga Q, esta carga criará na posição r à sua volta,
uma propriedade chamada Campo Elétrico, uma grandeza vetorial representada pela letra E, cujo
módulo é apresentado na forma:

1 𝑄
|𝐸| = 4𝜋ε0 𝑟2
(3)

A existência do Campo Elétrico devido à presença da carga Q faz com que ao se


aproximar desta carga elétrica outra carga Qp (carga de prova), esta última ficará sujeita a uma
força:
𝐹 = 𝐸. 𝑄 𝑝
(4)

Deste modo, a lei de Coulomb pode ser entendida em duas etapas: 1ª a carga Q cria ao
seu redor uma propriedade que chamada campo elétrico e a 2ª quando uma carga de prova é
colocada nesse campo elétrico, ela fica sujeita a ação de uma força elétrica idêntica à força
prevista na lei de Coulomb para as duas cargas. A força e o campo têm a mesma direção,
podendo ter ou não o mesmo sentido, dependo do sinal da carga de prova.
Figura 2 - Representação esquemática de um átomo, interação entre cargas e campo elétrico.

As superfícies equipotenciais são superfícies de um campo elétrico, onde todos os pontos


apresentam mesmo potencial elétrico, ou seja, suas linhas de força são sempre perpendiculares à
sua superfície. Chamamos de superfície equipotencial se um condutor elétrico apresenta
equilíbrio em sua superfície.

Figura 3 - Conjunto representativo de superfícies equipotenciais.

As linhas de força são tangentes à direção do campo elétrico e perpendiculares às curvas


equipotenciais. Dessa maneira, conhecendo-se as linhas de força de um campo elétrico, fica mais
fácil representar as superfícies equipotenciais.
Figura 4 - Conjunto representativo de superfícies equipotenciais planas.

Já numa região onde o campo elétrico é uniforme, para serem perpendiculares às linhas
de força, as superfícies equipotenciais devem ser planas. A imagem geométrica do Campo
Elétrico pode ser obtida com a definição das linhas de força, conceito este introduzido por
Michael Faraday. A força e o campo têm a mesma direção, podendo ter ou não o mesmo sentido,
dependendo do sinal da carga de prova.

Figura 5 - Diagrama da interação de um dipolo elétrico.

Uma das maneiras mais simples de conhecer a configuração do campo devido a duas
cargas quaisquer é através da determinação de linhas equipotenciais, pois estas possuem um
potencial elétrico constante característico ao longo de cada curva, que pode ser obtido
experimentalmente. A partir de um conjunto de linhas equipotenciais entre as cargas é possível
visualizar a forma do campo traçando as linhas de força, linhas contínuas que cruzam as
equipotenciais perpendicularmente.
2.2 Constante de Tempo em Circuitos RC

Para explicar melhor sobre Circuitos RC, vamos considerar inicialmente cum circuito
simples, conforme figura abaixo.

Figura 6 - Representação esquemática de um circuito simples com capacitor.

Neste circuito temos uma bateria, um interruptor e um capacitor, todos considerados


componentes ideais. Ou seja, o capacitor ideal não deve ter resistência alguma de terminais e
isolamento infinito, ao mesmo tempo em que o interruptor com estas características deve ter
resistência nula quando fechado. E a bateria ideal deve ter resistência interna nula, o que significa
uma capacidade ilimitada de fornecimento de corrente. É claro que na prática tais dispositivos
não existem, mas servem como exemplo para as explicações, a fim de facilitar a compreensão dos
fenômenos que queremos descrever.
Nas condições indicadas, supondo que o capacitor esteja completamente descarregado,
quando a tensão entre as suas armaduras é nula, ligamos o interruptor estabelecendo uma corrente
de carga.
Como a resistência interna do gerador (bateria) e a resistência do interruptor são nulas, a
carga será praticamente instantânea, atingindo logo as armaduras do capacitor, a tensão do
gerador, conforme ilustra o gráfico da figura 6.

Gráfico 1 - Representação gráfica da tensão do circuito ilustrado na Figura 6.

Na prática esta carga não é instantânea. Resistências diversas associadas ao gerador, ao


interruptor e ao próprio capacitor tornam a carga mais lenta, mas, ainda assim, é relativamente
rápida.
Figura 7 - Circuito simples com um resistor e capacitor ligados em série.

Na condição de completamente descarregado, a tensão nas armaduras do capacitor é


nula. Se colocarmos um resistor no circuito em série com o capacitor, no instante em que
ligarmos o interruptor, estabelecendo uma corrente de carga, esta começa a fluir para as
armaduras do capacitor, elevando assim seu potencial gradualmente, no sentido de alcançar um
equilíbrio.
Neste ponto a tensão entre as armaduras deveria ser teoricamente igual à existente entre
os pólos do gerador. No entanto, quando completamente descarregado, de início o capacitor
recebe com facilidade a carga, pois a diferença de potencial existente entre o gerador e o
capacitor é a maior possível (o gerador com + V e o capacitor a zero). Mas, à medida que o
capacitor se carrega, a tensão nas suas armaduras vai subindo, de modo que se reduz a diferença
de potencial que "empurra" mais carga.
A carga não se faz com uma corrente constante, mas sim com uma corrente que vai
reduzindo de valor gradualmente. Quanto mais nos aproximamos da carga total, menor se torna a
diferença de potencial, e, portanto, mais difícil se torna a chegar a este ponto. Podemos
representar isso através do gráfico a seguir.

Gráfico 2 - Representação gráfica de carregamento do capacitor em série com resistor.

De início a corrente é maior e a tensão nas armaduras do capacitor sobe rapidamente.


Mas, à medida que alcançamos pontos de maior carga, a corrente se reduz e qualquer crescimento
posterior da tensão torna-se mais lento (menos acentuado pela curva). A curva nunca atinge o
ponto máximo, que corresponde à carga total do capacitor, mas tende a ele. Ou seja, o capacitor,
por mais que tentemos carregá-lo, nunca chegará a uma carga que permita obter entre suas
armaduras a tensão do gerador.

Gráfico 3 - Gráfico de percentual de tensão do capacitor.

No gráfico 3 existe um ponto muito importante que vale a pena destacar. Trata-se do
ponto em que é atingido 63,2% da carga máxima do capacitor ou 63,2% da tensão do gerador. O
tempo em que o capacitor chega a esta carga corresponde numericamente ao produto de seu valor
(em Farads) pela resistência ligada em série.
Podemos demonstrar a análise deste gráfico através da equação:
−𝑡
𝑅𝐶
𝑉𝑐(𝑡) = 𝑉0(1 − 𝑒 ) (5)
Quando t=RC, temos:
−𝑅𝐶
𝑅𝐶
𝑉𝑐(𝑡) = 𝑉0(1 − 𝑒 )
−1
𝑉𝑐(𝑡) = 𝑉0(1 − 𝑒 )
1
𝑉𝑐(𝑡) = 𝑉0(1 − 𝑒
)
Com 𝑒=2,718281828, temos que
1
(1 − 𝑒
) ≃ 0, 632
Logo, a carga do capacitor atinge somente cerca de 63,2% da tensão do gerador.
Se um capacitor carregado totalmente, de modo a manter entre suas armaduras uma certa
tensão V, for ligado a um resistor, conforme figura 7 a descarga também não será constante, ou
seja, com uma corrente sempre de mesma intensidade.
Inicialmente, a corrente terá um fluxo maior, pois teremos uma tensão maior para
“empurrá-la” através do resistor. Mas, à medida que a descarga for ocorrendo, a tensão irá caindo
nas armaduras do capacitor de modo que o “impulso” para a circulação da corrente também será
menor.
Gráfico 4 - Representação gráfica de descarregamento do capacitor em série com resistor.

À medida que a tensão nas armaduras cai, a corrente também reduz sua intensidade,
reduzindo o fluxo da descarga. Do mesmo modo que no caso da carga, a curva também tangencia
no infinito a reta que corresponde à descarga completa. Isso quer dizer que, na teoria, a descarga
completa nunca ocorre.
Neste gráfico 4, temos um ponto que corresponde a 36,8% da tensão inicial. Este ponto
corresponde ao tempo que obtemos multiplicando numericamente o valor do capacitor em Farads
pelo valor do resistor em ohms.

3. MATERIAL

1. Experimento sobre Linhas Equipotenciais:

○ Cuba de madeira e vidro com papel milimetrado na superfície inferior;


○ Fonte de tensão;
○ Eletrodos;
○ Haste e/ou placa de metal;
○ Sonda móvel;
○ Sonda fixa com resistência de proteção para o galvanômetro;
○ Líquido condutor, CuSO4;
○ Galvanômetro de zero central;
○ Placa de ligação;
○ 2 Chaves liga-desliga;
○ Folha de papel milimetrado;
○ Fios.

2. Experimento sobre Constante de Tempo em Circuito RC:

○ 1 placa de Arduino Mega;


○ 1 fonte de alimentação para a placa Arduino;
○ 1 protoboard de 400 pontos;
○ 1 display LCD 16x2;
○ 4 cabos de ligação macho-fêmea;
○ 6 cabos de ligação macho-macho;
○ 1 resistor de 10 kΩ;
○ 1 capacitor de 1000 𝜇F;
○ 1 capacitor de 2000 𝜇F;
○ 1 multímetro.

4. PROCEDIMENTOS

4.1 Linhas Equipotenciais

Dois eletrodos metálicos submetidos a uma diferença de potencial são postos em contato
com uma solução eletrolítica dentro de uma cuba. Utilizando um multímetro, é feita a varredura
na superfície em termos das diferenças de potencial entre os eletrodos, sendo construídas em um
papel milimetrado as curvas equipotenciais detectadas sobre essa superfície.

Figura 8 - Arranjo experimental para a determinação de linhas equipotenciais com os


dois eletrodos cilíndricos.

Parte I: Para o mapeamento da primeira configuração com dois eletrodos cilíndricos,


colocamos sucessivamente a sonda fixa nos pontos que foram indicados pelo professor e com a
sonda móvel encontramos a família de linhas equipotenciais deste modelo de configuração de
carga. Colocamos a sonda fixa em 3 posições diferentes e a cada posição marcamos 4 pontos
onde encontrávamos a zona equipotencial para traçarmos as linhas posteriormente.
Parte II: Para o mapeamento da segunda configuração com dois eletrodos em forma de
placa, colocamos sucessivamente a sonda fixa nos pontos que foram indicados pelo professor e
com a sonda móvel encontramos a família de linhas equipotenciais deste modelo de configuração
de carga. Colocamos a sonda fixa em 3 posições diferentes e a cada posição marcamos 4 pontos
onde encontrávamos a zona equipotencial para traçarmos as linhas posteriormente.
Parte III: Para o mapeamento da terceira configuração com um eletrodo cilíndrico e um
em forma de placa, colocamos sucessivamente a sonda fixa nos pontos que foram indicados pelo
professor e com a sonda móvel encontramos a família de linhas equipotenciais deste modelo de
configuração de carga. Colocamos a sonda fixa em 3 posições diferentes e a cada posição
marcamos 4 pontos onde encontrávamos a zona equipotencial para traçarmos as linhas
posteriormente.
4.2 Constante de Tempo em Circuitos RC

Com o circuito da Figura 9 montado na protoboard, medimos o tempo de carga e descarga


do capacitor de 1000 𝜇𝐹, utilizando a programação que se encontra na placa Arduino.

Figura 9 - Montagem do circuito utilizando Arduino e LCD (display).

No mostrador de LCD encontramos as informações de tensão sobre o capacitor e o tempo


que leva para o carregamento de 63% da carga do capacitor (se estiver carregando o capacitor),
ou o tempo que leva para o capacitor descarregar até 37% da sua carga total (se estiver
descarregando o capacitor), como mostra a Figura 10 abaixo.

Figura 10 - Mostrador de LCD apresentando os valores medidos pelo Arduino.

Para carregar ou descarregar o circuito, usamos a chave liga-desliga. A posição I indica


que a chave ligou a fonte de alimentação do circuito e o capacitor poderá se carregar. A posição
O indica que a fonte foi desconectada do circuito, e se o capacitor estiver carregado poderá se
descarregar através do resistor.
Ao fazer as medidas de carregamento deixamos que a tensão sobre o capacitor, indicada
no mostrador, estivesse próximo de zero, ou seja, pelo menos 0,01V. E ao fazer as medidas de
descarregamento, deixamos que a tensão sobre o capacitor fosse de no mínimo 4,9V.
Parte I: Fizemos o procedimento de carga e descarga pelo menos três vezes para
registrarmos os tempos de carga e descarga. Repetimos novamente os procedimentos de carga e
descarga pelo menos mais três vezes, só que para isso substituímos o capacitor da medida
anterior pelo de 2200 𝜇𝐹.

Figura 11 - Capacitores em paralelo

Parte II: Para a segunda parte da medida, ligamos os dois capacitores em paralelo como
indicado na Figura 11. Fizemos três medidas dos tempos de carga e descarga dos capacitores.

Figura 12 - Capacitores em série

Parte III: Por fim, ligamos os dois capacitores em série como indicado na Figura 12.
Fizemos três medidas dos tempos de carga e descarga dos capacitores.

5. DADOS EXPERIMENTAIS E RESULTADOS

5.1 Linhas Equipotenciais

Este experimento foi feito em 3 configurações: na primeira configuração, foram utilizados


dois eletrodos cilíndricos; na segundo, os eletrodos cilíndricos foram substituídos por eletrodos
em forma de placa; e, na terceira, utilizamos um eletrodo em forma de placa e um em forma
cilíndrica.
Figura 13 - Pontos para linhas equipotenciais entre dois eletrodos cilíndricos.

Figura 14 - Linhas equipotenciais entre dois eletrodos cilíndricos.


Figura 15 - Pontos para linhas equipotenciais entre dois eletrodos em forma de placas.

Figura 16 - Linhas equipotenciais entre dois eletrodos em forma de placas.


Figura 17 - Pontos para linhas equipotenciais entre dois eletrodos na forma de cilindro e outro em
forma de placa.

Figura 18 - Linhas equipotenciais entre dois eletrodos na forma de cilindro e outro em forma de
placa.
5.2 Constante de Tempo em Circuitos RC

Para fazer as medidas esperamos que a tensão sobre o capacitor, indicada no mostrador,
estivesse muito próxima de zero, que fosse pelo menos 0,01 𝑉. E para fazer as medidas de
descarregamento adotamos que a tensão sobre o capacitor fosse de no mínimo 4,9 𝑉. Com isso,
obtivemos os seguintes valores.
Parte I - Utilizando capacitores de 1000 μF e 2200 μF:

C = 1000 μF Tempo de Carga (s) Tempo de Descarga (s)

1ª Medida 10 9,7

2ª Medida 9,9 10

3ª Medida 9,9 10

Valor médio 9,93 9,90

Desvio padrão 0,06 0,17


Tabela 1 - Valores do tempo de carga e descarga de um capacitor de 1000 μF.

C = 2200 μF Tempo de Carga (s) Tempo de Descarga (s)

1ª Medida 22,2 21,6

2ª Medida 22,3 22,1

3ª Medida 22,4 22,0

Valor médio 22,30 21,90

Desvio padrão 0,10 0,26


Tabela 2 - Valores do tempo de carga e descarga de um capacitor de 2200 μF.

Parte II - Utilizando capacitores de 1000 μF e 2200 μF com associação em paralelo:

Paralelo Tempo de Carga (s) Tempo de Descarga (s)

1ª Medida 32,8 32,6

2ª Medida 32,6 31,9

3ª Medida 32,3 32,0

Valor médio 32,57 32,17


Desvio padrão 0,25 0,38
Tabela 3 - Valores do tempo de carga e descarga de dois capacitores em paralelo.

Parte III - Utilizando capacitores de 1000 μF e 2200 μF com associação em série:


Série Tempo de Carga (s) Tempo de Descarga (s)

1ª Medida 6,6 6,8

2ª Medida 6,7 6,7

3ª Medida 6,9 6,8

Valor médio 6,73 6,77

Desvio padrão 0,15 0,06


Tabela 4 - Valores do tempo de carga e descarga de dois capacitores em série.

6. ANÁLISE DOS DADOS

6.1 Linhas Equipotenciais

Quando mergulhamos a ponta da agulha de prova (sonda móvel) na solução, procuramos


pontos na solução em que a ddp (ΔV) é nula. A cada ponto em que o galvanômetro não detecta
corrente, marcamos sua localização no papel milimetrado.
Figura 19 - Linhas equipotenciais entre dois eletrodos cilíndricos com sentido da corrente.

Figura 20 - Linhas equipotenciais entre dois eletrodos em forma de placas com sentido da
corrente.
Figura 21 - Linhas equipotenciais entre dois eletrodos na forma de cilindro e outro em forma de
placa com sentido da corrente.

As linhas de corrente são perpendiculares em relação às linhas equipotenciais e radiais


em relação aos eletrodos, as Figuras 19, 20 e 21 são um esboço das linhas de corrente e seu
sentido. Se duas linhas equipotenciais se interceptam elas pertencem a mesma superfície
equipotencial, pois a variação de potencial elétrica é nula, igual à zero. Também podemos
considerar os eletrodos como equipotenciais, pois os mesmos são condutores e devem ter cargas
distribuídas na superfície e como a resistividade é muito baixa temos que o potencial em seu
interior não é muito diferente de um ponto a outro.
Caso a cuba tivesse outro formato, ao invés de fundo horizontal, a forma das linhas
equipotenciais encontradas no experimento mudaria, e os desenhos gráficos seriam totalmente
diferentes. Isso acontece devido a resistividade do fluido variar com o formato da cuba, no caso
deixaria de ser uniforme. Ao variar a profundidade da cuba estaríamos variando a capacitância,
esta situação se assemelha analogamente a um dielétrico.
Ao passar a sonda móvel pela sonda fixa, encontra-se uma maior intensidade do campo
elétrico, o que está associado à alta concentração das linhas de força, maior que no restante do
fluido.
O experimento teve interferência de vários fatores que contribuíram para erros
experimentais, que são os principais responsáveis por não existir uma representação perfeita nos
gráficos como esperado na teoria, onde as linhas equipotenciais seriam 100% simétricas. Os
principais fatores são: nivelamento da cuba; a leitura no galvanômetro; sujeira na superfície da
cuba ou na própria solução condutora; leituras das coordenadas dos pontos encontrados; descuido
no manuseio da sonda móvel, variando no ângulo formado com a superfície da cuba;
deslocamentos da sonda fixa ou dos eletrodos; inexperiência dos operadores.
6.2 Constante de Tempo em Circuitos RC

De acordo com os dados obtidos e analisando a média de tempo de carga e descarga


descritos na Tabela 1 e Tabela 2, percebemos que o tempo de carga é sempre maior que o tempo
de descarga de um mesmo capacitor, embora o valor do desvio padrão nos dá um intervalo de
tempo maior para descarga.
Através da fórmula abaixo, podemos calcular a capacitância dos capacitores:

𝑇
𝑇 = 𝐶𝑥𝑅 𝐶= 𝑅

Onde C é a capacitância, T é o tempo em segundos e R é o valor da resistência do


resistor no circuito. Com isso, conseguimos calcular a capacitância de cada capacitor. No cálculo
abaixo, será considerado o valor médio do tempo, demonstrado na Tabela 1.

Cálculo de Capacitância do Capacitor de Cálculo de Capacitância do Capacitor de


1000μF (Carga) 1000μF (Descarga)
𝑇 𝑇
𝐶= 𝑅 𝐶= 𝑅
9,93 9,90
𝐶= 3 𝐶= 3
10.10 10.10
−4 −4
𝐶 = 9, 93𝑥10 𝐹 𝐶 = 9, 90𝑥10 𝐹
−6 −3 −6
𝐶 = 993𝑥10 𝐹 (. 10 ) 𝐶 = 990𝑥10 𝐹
𝐶 = 993μ𝐹 𝐶 = 990μ𝐹

Cálculo da incerteza da Capacitância do Cálculo da incerteza da Capacitância do


Capacitor de 1000μF (Carga) Capacitor de 1000μF (Descarga)
𝑑𝐶 𝑑𝐶 𝑑𝐶 𝑑𝐶
Δ𝐶 = 𝑑𝑇 Δ𝑇 + 𝑑𝑅 Δ𝑅 Δ𝐶 = 𝑑𝑇 Δ𝑇 + 𝑑𝑅 Δ𝑅
1 1 1 1
Δ𝐶 = 𝑅
Δ𝑇 + (− 2 0) Δ𝐶 = 𝑅
Δ𝑇 + (− 2 0)
𝑅 𝑅
1 1
Δ𝐶 = 3 0, 06 Δ𝐶 = 3 0, 17
10.10 10.10
−5 −5
Δ𝐶 = 6𝑥10 Δ𝐶 = 1, 7𝑥10
Δ𝐶 = 60μ𝐹 Δ𝐶 = 17μ𝐹

Onde, Δ𝑇 é a incerteza de tempo de carga e descarga (desvio padrão) e Δ𝑅 é a incerteza


da resistência que consideramos como nula.
Fazendo este mesmo procedimento de cálculos para os outros resultados obtidos no
experimento com o capacitor de 2200μF, temos:

Cálculo de Capacitância do Capacitor de Cálculo de Capacitância do Capacitor de


2200μF (Carga) 2200μF (Descarga)
𝑇 𝑇
𝐶= 𝑅 𝐶= 𝑅
22,30 21,90
𝐶= 3 𝐶= 3
10.10 10.10
−3 −3
𝐶 = 2, 23𝑥10 𝐹 𝐶 = 2, 19𝑥10 𝐹
−6 −6
𝐶 = 2230𝑥10 𝐹 𝐶 = 2190 𝑥10 𝐹
𝐶 = 2230μ𝐹 𝐶 = 2190μ𝐹

Cálculo da incerteza da Capacitância do Cálculo da incerteza da Capacitância do


Capacitor de 2200μF (Carga) Capacitor de 2200μF (Descarga)
𝑑𝐶 𝑑𝐶 𝑑𝐶 𝑑𝐶
Δ𝐶 = 𝑑𝑇 Δ𝑇 + 𝑑𝑅 Δ𝑅 Δ𝐶 = 𝑑𝑇 Δ𝑇 + 𝑑𝑅 Δ𝑅
1 1 1 1
Δ𝐶 = 𝑅
Δ𝑇 + (− 2 0) Δ𝐶 = 𝑅
Δ𝑇 + (− 2 0)
𝑅 𝑅
1 1
Δ𝐶 = 3 0, 10 Δ𝐶 = 3 0, 26
10.10 10.10
−5 −5
Δ𝐶 = 1𝑥10 Δ𝐶 = 2, 6𝑥10
Δ𝐶 = 10μ𝐹 Δ𝐶 = 26μ𝐹

Comparando esse resultado com o valor do capacitor de 1000μ𝐹, nota-se que o resultado
chega próximo do valor do capacitor, a diferença deve-se ao fato de que estamos calculando a
capacitância em um circuito RC. Vale ressaltar que o tempo de descarga é menor que o tempo de
carga, isso acontece devido ao capacitor apresentar uma fuga interna, ou seja, uma resistência
baixa entre as armaduras, assim as cargas escoam-se através desta resistência e a descarga será
mais rápida.
Calculando a capacitância e a incerteza dos capacitores de 1000μF e 2200μF em paralelo,
temos a seguinte situação:

Cálculo de Capacitância dos Capacitores em Cálculo de Capacitância dos Capacitores em


Paralelo (Carga) Paralelo (Descarga)
𝑇 𝑇
𝐶= 𝑅 𝐶= 𝑅
32,57 32,17
𝐶= 3 𝐶= 3
10.10 10.10
−3 −3
𝐶 = 3, 257𝑥10 𝐹 𝐶 = 3, 217𝑥10 𝐹
−6 −6
𝐶 = 3257𝑥10 𝐹 𝐶 = 3217 𝑥10 𝐹
𝐶 = 3257μ𝐹 𝐶 = 3217μ𝐹

Cálculo da incerteza da Capacitância dos Cálculo da incerteza da Capacitância dos


Capacitores em Paralelo (Carga) Capacitores em Paralelo (Descarga)
𝑑𝐶 𝑑𝐶 𝑑𝐶 𝑑𝐶
Δ𝐶 = 𝑑𝑇 Δ𝑇 + 𝑑𝑅 Δ𝑅 Δ𝐶 = 𝑑𝑇 Δ𝑇 + 𝑑𝑅 Δ𝑅
1 1 1 1
Δ𝐶 = 𝑅
Δ𝑇 + (− 2 0) Δ𝐶 = 𝑅
Δ𝑇 + (− 2 0)
𝑅 𝑅
1 1
Δ𝐶 = 3 0, 25 Δ𝐶 = 3 0, 38
10.10 10.10
−5 −5
Δ𝐶 = 2, 5𝑥10 Δ𝐶 = 3, 8𝑥10
Δ𝐶 = 25μ𝐹 Δ𝐶 = 38μ𝐹
Com base nesses resultados, entende-se que a capacitância equivalente de um circuito em
paralelo é igual a soma dos valores dos capacitores. Agora vamos observar como a capacitância
se comporta quando os capacitores estão ligados em série usando a mesma fórmula. Utilizando os
valores médios e os desvios padrões apresentados na Tabela 4, temos:

Cálculo de Capacitância dos Capacitores em Cálculo de Capacitância dos Capacitores em


Série (Carga) Série (Descarga)
𝑇 𝑇
𝐶= 𝑅 𝐶= 𝑅
6,73 6,77
𝐶= 3 𝐶= 3
10.10 10.10
−4 −4
𝐶 = 6, 73𝑥10 𝐹 𝐶 = 6, 77𝑥10 𝐹
−6 −6
𝐶 = 673 𝑥10 𝐹 𝐶 = 677 𝑥10 𝐹
𝐶 = 673μ𝐹 𝐶 = 677μ𝐹

Cálculo da incerteza da Capacitância dos Cálculo da incerteza da Capacitância dos


Capacitores em Série (Carga) Capacitores em Série (Descarga)
𝑑𝐶 𝑑𝐶 𝑑𝐶 𝑑𝐶
Δ𝐶 = 𝑑𝑇 Δ𝑇 + 𝑑𝑅 Δ𝑅 Δ𝐶 = 𝑑𝑇 Δ𝑇 + 𝑑𝑅 Δ𝑅
1 1 1 1
Δ𝐶 = 𝑅
Δ𝑇 + (− 2 0) Δ𝐶 = 𝑅
Δ𝑇 + (− 2 0)
𝑅 𝑅
1 1
Δ𝐶 = 3 0, 15 Δ𝐶 = 3 0, 06
10.10 10.10
−5 −6
Δ𝐶 = 1, 5𝑥10 Δ𝐶 = 6𝑥10
Δ𝐶 = 15μ𝐹 Δ𝐶 = 6μ𝐹

O tempo de descarga é menor que o tempo de carga também no circuito em série, isso já
foi explicado anteriormente. Com estes resultados dos cálculos de capacitância com capacitores
em série, nota-se que o valor da capacitância obtido com a fórmula e a média aritmética foge do
padrão dos resultados anteriores, isso acontece porque a placa negativa do capacitor liga-se à
placa positiva de outro capacitor e assim sucessivamente, isso faz com que todos os capacitores
tenham a mesma carga de associação. Desta forma, a capacitância em série é:

1 1 1 1
𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1
+ 𝐶2
+ 𝐶3
+... + 𝐶𝑛

Caso queiramos calcular a capacitância equivalente para a associação entre apenas dois
capacitores, podemos usar um recurso facilitador, que é o quociente do produto pela soma:

𝐶1.𝐶2
𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1+𝐶2
1000𝑥2200
𝐶𝑒𝑞 = 1000+2200
𝐶𝑒𝑞 = 687, 5μ𝐹

Com isso, observa-se que o valor de capacitância equivalente calculado acima está dentro
do intervalo da incerteza do valor da capacitância em série obtido anteriormente, ou seja 673μ𝐹±
15.

7. CONCLUSÃO

O experimento de Linhas Equipotenciais resolve o fenômeno coberto por campos e


linhas equipotenciais, completando assim o conceito básico da lei de Gauss e as variáveis ​e
constantes desta lei, bem como o conceito e princípio de potencial elétrico. Permite-nos definir a
direção e orientação do campo, e sua relação com a mudança na densidade de carga e gradiente
de potencial através do campo. Assim, experimentos com células eletrolíticas permitem obter a
configuração do campo elétrico, traçando linhas equipotenciais a partir da diferença de potencial.
Finalmente, as grandezas físicas associadas de forma qualitativa podem ser usadas para verificar
a influência que a carga gera sobre o meio em que está inserida.
No experimento de Circuitos RC, ao calcular a capacitância média de um sistema com
pequeno desvio padrão, o experimento se mostrou eficiente. Observou-se também que o uso de
cálculos forneceu uma boa estimativa do valor teórico calculado do sistema. Ambas as medições
sofreram erros causados ​por erros humanos e técnicos. As limitações do equipamento e o erro
humano causam resultados de medição inconsistentes. Isso é aceitável desde que a margem de
erro seja menor que o padrão mínimo. Os erros podem ser causados ​pela recalibração do
equipamento ou pelo posicionamento dos cursores. Outras limitações do equipamento incluem
ajustes imprecisos na frequência medida e medições de tensão instáveis. No geral, o experimento
consegue ilustrar na prática o funcionamento de circuito RC demonstrado na teoria.

8. BIBLIOGRAFIA

HALLIDAY, D RESNICK; DE FÍSICA, R. Fundamentos. volume 2. Livros Técnicos e


Cientıficos Editora, Rio de Janeiro, RJ, 2a. edição, 1991.
TIPLER, Paul A. Física, 2.ed, Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1984. v.2a.

SEARS, Francis,ZEMANSKY, Mark W, YOUNG, Hugh D. Física Eletricidade e Magnetismo,


2.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 1994. v.3.

WHITE, Marsh W, MANNING, Kenneth V. Experimental College Physics, 3.ed, N.Y: McGraw
Hill Book Company, Inc, 1954.

https://www.newtoncbraga.com.br/index.php/52-artigos-tecnicos/artigos-diversos/18558-a-consta
nte-de-tempo-art4427.html. Acesso em outubro de 2022.

https://brasilescola.uol.com.br/fisica/superficies-equipotenciais.htm#:~:text=Superf%C3%ADcie
s%20equipotenciais%20s%C3%A3o%20superf%C3%ADcies%20de,superf%C3%ADcie%2C%
20esta%20superf%C3%ADcie%20%C3%A9%20equipotencial. Acesso em outubro de 2022.

https://sites.ifi.unicamp.br/labeletro/files/2012/02/sobre_erros_hugo_fragnito.pdf. Acesso em
outubro de 2022.
https://fisicaevestibular.com.br/novo/eletricidade/eletrostatica/superficies-equipotenciais-trabalho
-da-forca-eletrostatica/. Acesso em outubro de 2022.

https://cursoenemgratuito.com.br/superficies-equipotenciais/. Acesso em outubro de 2022.

http://www.uel.br/pessoal/renatoikeoka/pages/arquivos/Fisica%20Aplicada%20a%20Engenharia
%20II/EM1(DC)_mapeamento_curvas_equipotenciais.pdf. Acesso em outubro de 2022.

Você também pode gostar