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FACULDADE ASSIS GURGACZ

HAMILTON JOSÉ DA SILVA SENA


RAMON VITOR MARTINI
ROBSON JOSUÉ MOLGARO
SALISBURY ALMEIDA
TÁSSIA TORMENA

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE FOTOCOPIADORAS

CASCAVEL
2008
FACULDADE ASSIS GURGACZ - FAG

HAMILTON JOSÉ DA SILVA SENA


RAMON VITOR MARTINI
ROBSON JOSUÉ MOLGARO
SALISBURY ALMEIDA
TÁSSIA TORMENA

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE FOTOCOPIADORAS

Trabalho apresentado à disciplina de


Eletromagnetismo I, como requisito a
obtenção de nota parcial, dos Cursos
de Engenharia de Controle e
Automação e Telecomunicações –
FAG.

Profª Denise.

CASCAVEL
2008
1. INTRODUÇÃO

Como funciona uma impressora a laser? Como pode um laser escrever em


uma folha de papel?
Neste trabalho, abordaremos de forma prática e objetiva, o funcionamento
das fotocopiadoras. O processo de impressão é simples e baseia-se em alguns
princípios científicos, empregados de maneira inovadora.
Além dos processos, falaremos também da fundamentação teórica de
eletrostática, que é o princípio de funcionamento das impressoras e copiadoras a
laser. O trabalho também traz um histórico, mostrando como o foi o primeiro projeto
e os pontos em que foi aperfeiçoado, até os modelos atuais.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A eletrostática é aplicada em diversas áreas onde é necessário ter

conhecimento especifico para entender certos fenômenos e projetar equipamentos

adequados. Praticamente todos os periféricos computacionais baseiam-se em

campos eletrostáticos, tais como mouses, teclados, displays de LCD e impressoras

eletrostáticas.

2.1. CARGA ELÉTRICA

A carga elétrica é uma das propriedades fundamentais da matéria associada

a algumas partículas elementares como os prótons, elétrons, nêutron, etc. Algumas

partículas não possuem carga e são chamadas de neutras. O nêutron é um exemplo

desse tipo de partícula.

Experimentalmente, com a observação de efeitos de atração e repulsão em

corpos eletrizados, deduziu-se que eles também ocorrem nessas partículas (figura

01). Caracterizou-se assim a existência de dois tipos de carga elétrica: a carga do

próton e a carga do elétron. A diferença entre elas se fez através dos sinais "+" e

"-", respectivamente. Esses experimentos mostraram que cargas de mesmo tipo se

repelem e de tipos contrários se atraem.

O processo de eletrização de um corpo é semelhante ao de um átomo. Se

num corpo o numero de prótons for igual ao número de elétrons, dizemos que ele

está neutro. Quando um corpo apresenta uma falta ou um excesso de elétrons, ele

adquire uma carga elétrica Q, de modo que:

Q=n .e
Dessa forma, um corpo pode estar carregado positivamente (falta de elétrons)

ou negativamente (excesso de elétrons).

Figura 01 – Características de atração/repulsão entre cargas.

2.2. LEI DE COULOMB

A lei de Coulomb é uma lei que trata da força que uma carga pontual exerce

sobre outra carga pontual e estabelece que as forças entre elas é:

a) ao longo da linha que une as cargas;

b) diretamente proporcional ao produto das cargas Q1Q2;

c) inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas.

k =1/4 π ε 0 m/F (constante de proporcionalidade);

ε 0 = 8.8542x10-12 F/m (permissividade do espaço livre)

Assim a equação acima fica:

onde
que determina a força existente entre duas cargas pontuais.

Figura 02 – força sobre cargas pontuais

2.3. CAMPO ELÉTRICO

Um corpo eletrizado cria um campo elétrico no espaço que o circunda. Cada

ponto desse campo é caracterizado por um vetor campo elétrico E, sendo que

qualquer carga colocada num desses pontos ficara submetida a uma força elétrica.

O vetor campo elétrico é dado pela força por unidade de carga imersa nesse campo

elétrico.

E está na mesma direção da força F e é medido em N/C ou V/m.

Com as substituições adequadas, obtemos E devido à ação de uma carga

pontual localizada em um ponto qualquer r'


Para uma distribuição continua de carga ao longo de uma superfície, como é

o caso do fotocondutor que veremos mais adiante, o campo elétrico E é dado por

a n - vetor unitário normal à superfície;

ρ s - densidade de carga superficial.

A idéia de trabalhar problemas de Eletrostática com o conceito de campo

elétrico simplificou o raciocínio que muitas vezes era dificultado usando a lei de

Coulomb.

2.4. LEI DE GAUSS

A lei de Gauss é uma das mais importantes leis do eletromagnetismo e

estabelece que o fluxo elétrico total Ψ através de qualquer superfície fechada é igual

à carga total encerrada por essa superfície, ou seja:

Aplicando-se adequadamente o teorema da divergência à lei de Coulomb

resulta na lei de Gauss, a qual se apresenta como uma maneira mais fácil de

determinar a densidade de fluxo elétrico D para distribuições simétricas de carga, tal

qual a distribuição superficial.

Aplicado a Lei de Gauss a uma superfície de cargas (também chamada de

lâmina infinita de cargas), resulta que

ρ s an
D=
2
ou

D ρs a n
E= =
ε0 2 ε0

2.5. TRABALHO E POTENCIAL ELÉTRICO

Em determinadas aplicações, podemos determinar o campo elétrico E a partir

do potencial elétrico escalar V, tornando-se mais fácil a sua determinação por ser

menos trabalhoso trabalhar com escalares do que com vetores.

Se desejarmos movimentar uma carga pontual Q1 de um ponto A para um

ponto B, em um campo elétrico E, a força sobre Q1 é dada por F=Q1 E , e o trabalho

W realizado para provocar o deslocamento da carga é dado por

O sinal (-) indica que o trabalho é realizado por um agente externo. Sendo

assim, a energia potencial necessária para movimentar a carga é

Sendo Q uma constante na equação, passamos divindo W, resultando num

valor de energia potencial por unidade de carga, que denominamos por diferença de

potencial entre A e B
Figura 03 – Deslocamento de uma carga pontual em um campo E.

Considerações sobre o potencial elétrico:

V AB= potencial elétrico entre o ponto de origem A e a extremidade B, dado em J/C ou

volts (V);

V AB= (-), existe perda de energia potencial no deslocamento da carga, sendo o

trabalho executado pelo campo elétrico;

V AB= (+), existe ganho de energia potencial no deslocamento da carga, sendo o

trabalho executado por um agente externo;

V AB independe da trajetória realizada pela carga.

Para distribuições superficiais de carga, o potencial no ponto r pode ser

escrito como

Ao utilizar a equação acima foi escolhido o ponto de referência de potencial

como sendo o infinito. Se quisermos aplicar a equação a qualquer outro ponto, a

equação torna-se
onde C é determinada no ponto de referência escolhido.

2.6. EQUAÇÃO DE MAXWELL

O conceito de potencial elétrico mostra que a integral de linha de E ao longo

de um caminho fechado é igual a zero. Isso significa que o trabalho realizado ao

movimentar-se uma carga ao longo de uma trajetória fechada é nulo.

Aplicando-se o teorema de Stokes a equação do potencial elétrico obtemos

que é referida como Equação de Maxwell para campos eletrostáticos. Dessa

maneira, um campo eletrostático pode ser considerado conservativo.

Partindo da definição de potencial, segue que

Aplicando gradiente e comparando com dV, têm-se que

resultando que

sendo que E é o gradiente de V, e o sinal negativo mostra que eles tem sentidos

opostos.
2.7. CONSTANTE E RIGIDEZ DIELÉTRICA

A aplicação da Lei de Gauss a uma superfície de cargas resulta em

onde

Sendo que:

ε é a permissividade do dielétrico (F/m);

ε 0 é a permissividade do espaço livre(F/m);

ε r é a constante dielétrica ou permissividade relativa.

A teoria pressupõe dielétricos iguais, porém isso não se verifica na pratica.

Quando um campo elétrico no interior de um dielétrico é suficientemente elevado,

ele começa a arrancar os elétrons das moléculas e o dielétrico torna-se condutor. A

ruptura dielétrica ocorre em todos os tipos de materiais dielétricos, dependendo da

natureza do mesmo, e nada mais é do que quando um dielétrico torna-se condutor.

O menor valor de campo elétrico para o qual essa ruptura ocorre é denominado de

rigidez dielétrica do material.

2.8. CONDIÇÕES DE FRONTEIRA

Suponha um campo em uma região formada por dois meios diferentes. As

condições que o campo deve satisfazer, na interface de separação entre os meios,

são chamadas de condições de fronteira e são muito úteis na determinação do


campo em lado da fronteira se o campo no outro lado for conhecido.

Para determinar tais condições, precisamos freqüentemente recorrer às

equações de Maxwell:

2.8.1 Interface Dielétrico/Dielétrico

Considere a existência de um campo E em uma região formada por dois

dielétricos diferentes conforme mostra a figura 04.

Figura 04 – Fronteira dielétrico/dielétrico

Os dielétricos distintos são caracterizados por:

Os campos elétricos E1 e E2 podem ser decompostos em


em que Ext e Exn são, respectivamente, as componentes tangencial e normal de E

em relação a interface de interesse.

Aplicando a equação de Maxwell ao caminho fechado inscrito pelo retângulo

da figura 04(a) e assumindo que o mesmo é infinitesimal, temos que as

componentes tangenciais de E em ambos os lados da fronteira são iguais e as

componentes normais são iguais a zero.

Sendo

efetuando as substituições para E1t e E2t e igualando as duas temos

Aplicando a Lei de Gauss a superfície gaussiana da figura 04(b) e fazendo

∆h=0, tem-se

onde ρ s= densidade de carga superficial

A equação acima baseia-se no pressuposto de que D está da região 2 para 1,

devendo-se aplicá-la de acordo com esse pressuposto. Se não existirem cargas

livres, ρ s=0.
3. HISTÓRICO DAS FOTOCOPIADORAS

Em 1930, o americano Chester Carlson era bacharel em ciências com

especialização em Física. O ano foi um dos piores da história dos Estados Unidos,

devido à grave crise econômica que começou em 1929, mas o físico de Seattle, com

24 anos, era persistente, já que trabalhava desde os 12 anos, para sustentar os

pais, que sofriam de tuberculose.

Aos 14, trabalhava também como auxiliar de tipógrafo. No ginásio, passou a

acumular a função de ajudante num laboratório de Química. O recém formado

conseguiu um emprego no departamento de patentes de uma firma de eletrônica de

Nova York. Nesta firma, ele percebeu a necessidade de um aparelho que pudesse

aperfeiçoar o processo de cópia de documentos. Na época, as cópias eram feitas

em papel-carbono ou enviadas a empresas especializadas em tirar fotografias do

original, que era um processo caro e demorado.

Após três anos de trabalho em cima da idéia de uma maquina que copiasse

ao simples toque de um botão, patenteou seu processo com o nome de

eletrofotografia, porém, ainda faltava a máquina construída. Alugou um quarto no

subúrbio de Astoria e montou seu laboratório.

Conseguiu também contratar um físico alemão, Otto Kornei, para ajudá-lo no

processo. Foi pouco tempo até que produzissem a primeira cópia eletrográfica.

Carlson esfregou uma placa de zinco revestida de enxofre com um pano de algodão,

de modo que a placa ficasse carregada de eletricidade estática. Na lâmina de vidro

de um microscópio, escreveu com tinta nanquim a data e o local da experiência ("10-

22-38 Astoria").
Encostou-se a lâmina à placa e os dois submetidos por alguns segundos à

luz oriunda de um refletor. Os raios de luz dissiparam a carga da chapa, exceto a

parte escrita. A placa foi pulverizada com licopódio, um pó químico de cor preta, que

foi atraído apenas pela parte que permaneceu energizada, tornando-a evidente.

Chester apertou a placa contra um papel de seda e neste, apareceram os dizeres

tingidos pelo pó, que pela ação do calor foram fixados. Impressionado, um professor

sugeriu que o nome do processo fosse alterado para xerografia, do grego xerox =

seco e grafia = escrita.

Chester procurou financiadores e fabricantes, a fim de produzir seu invento

em escala industrial, porém, depois de cinco anos tentando, convenceu o Instituto

Memorial Battelle a levar o projeto adiante, em troca de 60 por cento dos lucros. As

empresas do ramo ainda continuavam descrentes pois classificavam o invento como

grosseiro ou "algo parecido com um brinquedo".

Por fim, a pequena Companhia Haloid, de Rochester, Nova York, se

interessou pelo invento. Negociados os direitos autorais e comerciais da máquina,

em abril de 1947 Chester recebeu o primeiro pagamento a que tinha direito, um total

de 2.500 dólares. Passados três anos, a primeira máquina chegou ao mercado. O

processo era semelhante à de seu projeto inicial, que ainda hoje é utilizado,

resumindo-se: a imagem original é projetada por lentes e espelhos, incidindo em um

cilindro metálico carregado estaticamente e recoberto por uma camada de selênio.

A parte clara do documento original reflete a luz para o cilindro, fazendo com

que sua carga seja dissipada. A parte do cilindro referente à imagem escura do

original permanece carregada e atrai o toner - composto que veio a substituir o

licopódio -, que se prende através do aquecimento e pressão do cilindro, a uma folha

de papel que passa sobre este cilindro.


Neste meio tempo, iniciou-se o estudo do fio corona, a fim de melhorar a

qualidade das cópias e também fazer com o que o rendimento da máquina

aumentasse, sem provocar maiores custos com manutenção. Este fio é responsável

por aplicar a carga eletrostática na placa fotocondutiva e para posteriormente

transferir o toner para o papel.

Mais tarde, a Companhia Haloid passou a se chamar Corporação Xerox,

hoje uma das maiores corporações industriais no mundo, segundo especialistas do

ramo. Pouco tempo depois, havia copiadoras em todos os escritórios do país e

Chester tornou-se milionário com os direitos de patente da máquina. Recebeu

royalties até morrer, em 1968, referentes à fabricação do produto.

A Xerox, em 1977, ao mudar o projeto, acoplou um controlador e

transformou a fotocopiadora em uma impressora a laser.

4. FUNCIONAMENTO

4.1. CILINDRO FOTORECEPTOR/FOTOCONDUTOR

O cilindro fotorreceptor é a peça chave do sistema de fotocópia. Um cilindro é

basicamente um rolo de metal coberto por uma camada de material fotocondutor. O

material utilizado para fabricação dessa cobertura é feito com semicondutores que

contém a característica de conduzir eletricidade em alguns casos, mas não em

outros. No escuro, a camada fotocondutora do cilindro funciona como um isolante,

resistindo à corrente de elétrons de um átomo para outro. Mas quando a camada é

atingida por luz, a energia dos fótons libera elétrons e permite que a corrente passe.
Existem alguns tipos de materiais fotocondutivos, porém o mais utilizado hoje

nas máquinas fotocopiadoras são os cilindros OPC, que é a abreviatura de

fotocondutor orgânico. O termo "orgânico" indica que o revestimento do fotocondutor

foi fabricado de compostos químicos baseados em carbono, mais especificamente

polímeros fotocondutores sintetizados de matérias primas obtidas através da

refinação de fósseis combustíveis como o petróleo.

Os tambores OPC mais utilizados atualmente nas fotocopiadoras são

fabricados para receber uma carga negativa. Da camada mais interna até a mais

externa eles normalmente são compostos de uma camada de substrato de

alumínio, uma sub-camada de revestimento de base (ou "bloqueamento") (UCL), a

camada de geração de carga (CGL) e a camada de transporte de carga (CTL).

O substrato de alumínio facilita a fotocondutividade em termos físicos e

elétricos, mas não desempenha um papel ativo no processo eletrofotográfico. A sua

principal função é oferecer suporte estrutural e mecânico e uma boa conexão de

aterramento. A sub-camada de revestimento de base (UCL) funciona como uma

interface entre o substrato e as camadas fotocondutoras, para fornecer adesão e

evitar vazamentos indesejáveis de carga que podem deteriorar a qualidade de cópia.

Como o substrato, esta sub-camada não desempenha um papel ativo no processo

eletrofotográfico, mas oferece uma boa conexão de aterramento. Os materiais mais

utilizados para a sub-camada incluem óxido de alumínio, alumínio anodizado e

vários polímeros resistentes. A camada de geração de carga (CGL) é extremamente

fina, com uma espessura típica que varia de apenas 0,1 mícron até 1,0 mícron. A

sua cor, que normalmente determina a cor do tambor OPC, depende dos materiais

específicos que contém. A sensibilidade à luz do CGL é um fator essencial no

desempenho do tambor OPC, e pode ser um fator limitante de velocidade de cópias


na qual o tambor OPC pode funcionar eficientemente. A camada de transporte de

carga (CTL) é a camada externa de um tambor OPC cuja espessura é de 20 a 30

mícrons. Ela é essencialmente transparente, permitindo que a luz passe diretamente

através da camada de geração de carga. Da mesma forma que a camada de

geração de carga determina basicamente a sensibilidade à luz de um tambor OPC, a

camada de transporte de carga determina sua capacidade de aceitação de carga e

velocidade de transporte de carga. Como esta é a camada mais externa, ela entra

em contato com o toner, o revelador, o papel, a lâmina de limpeza do tambor, o

ozônio e outros agentes potencialmente abrasivos ou contaminantes.

Conseqüentemente as características de desgaste desta camada, sua durabilidade

e resistência à abrasão são fatores essenciais no potencial vida útil de um tambor

OPC.

Embora a descrição acima seja válida para a maioria dos tambores OPC

usados atualmente, existem alguns tipos de tambores OPC de carga positiva, com

uma camada de geração de carga e uma camada de transporte de carga

combinadas. Eles são chamados de tambores OPC "de camada única". Como esta

camada única determina todas as características elétricas e físicas do revestimento

(inclusive aceitação de carga, fotossensibilidade e resistência ao desgaste) ela deve

ser formulada e fabricada com extrema precisão. Os tambores OPC de carga

positiva normalmente têm vida útil mais curta do que os tambores OPC "padrão",

pois a sua camada única, cuja composição inclui materiais "mais macios"

normalmente restritos à camada de geração de carga, é menos resistente à

abrasão.

Na figura abaixo temos um exemplo de um cilindro de uma impressora que

contém a camada de geração de carga (CGL) e a camada de transporte de carga


(CTL) combinadas.

A – segunda camada de proteção


B – primeira camada de proteção
C – material fotocondutor
D – bloqueador
E – base de alumínio

Figura 1: Camadas do cilindro fotocondutor

Nesse modelo de cilindro é possível verificar a utilização de 2 camadas de

proteção, dando a esse cilindro uma vida útil maior.

4.2. PROCESSO DE FUNCIONAMENTO

Vale aqui ressaltar que como o objetivo desse trabalho é mostrar os princípios

da eletrostática em uma aplicação pratica, será possível demonstrar o

funcionamento do processo de impressão a partir de um exemplo de impressora a

laser, pois tanto na impressora laser quanto na fotocopiadora o funcionamento é

bastante semelhante, onde a maior diferença está na forma de envio da imagem

para o cilindro fotocondutor , onde a fotocopiadora faz a varredura de uma imagem

por meio do reflexo de uma luz brilhante, ao passo que a impressora a laser recebe

a imagem na forma digital.

Outra diferença é como a imagem eletrostática é criada. Quando uma

fotocopiadora envia a luz sobre uma folha de papel, a luz refletida sobre o

fotorreceptor provém das áreas claras, porque nas áreas escuras ele é absorvido.

Nesse processo, o "plano de fundo" é descarregado, enquanto a imagem


eletrostática retém uma carga positiva. Esse método é chamado de "escrita em

branco".

Na maioria das impressoras a laser, o processo é invertido: o laser

descarrega as linhas da imagem eletrostática e deixa o plano de fundo carregado

positivamente. Em uma impressora, esse sistema de "escrita em preto" é mais fácil

de implementar do que a "escrita em branco" e geralmente produz melhores

resultados.

O processo de xerografia ( XERO = seco GRAFIA = escrita) tem sua principal

característica centrada na utilização de cargas elétricas para a obtenção das cópias.

Um importante componente nesse processo é o cilindro fotocondutor, pois é

ele que tem a propriedade de tornar-se condutor na presença de luz, e semi-

condutor na ausência da luz. Sua estrutura possui uma base de alumínio, ou

material condutor, e uma camada externa do material fotocondutivo. Podemos

considerar o cilindro fotocondutor o coração do equipamento, pois sem ele o

processo eletrográfico das copiadoras atuais não ocorreria.

Abaixo temos um desenho geral da uma máquina fotocopiadora e de uma

impressora laser:
Para uma explicação mais didática, a máquina foi dividida em

seis blocos:

1. Exposição de carga eletrostática primária;

2. Sistema Óptico e exposição da imagem;

3. Revelação ( exposição do toner );

4. Exposição de carga eletrostática de transferência;

5. Fixação do toner no papel;

6. Limpeza do cilindro fotocondutor e exposição de pré-condicionamento.


4.3. EXPOSIÇÃO DE CARGA ELETROSTÁTICA PRIMÁRIA

Junto ao cilindro fotocondutor é colocado um fio muito fino de material

condutor com a finalidade de carregá-lo eletrostaticamente. Uma tensão DC muito

alta, da ordem de -600V, é aplicada no fio. Como ele está próximo do cilindro e este

está no escuro (torna-se semi-condutivo, ou seja, aumenta a resistência elétrica do

material), essa tensão vai gerar cargas elétricas que irão carregar toda a área do

cilindro fotocondutor. Dessa forma, a superfície do cilindro passará a ter uma

camada uniforme de cargas negativas.

4.4. SISTEMA ÓPTICO E EXPOSIÇÃO DE IMAGEM

O original é iluminado. Suas áreas brancas, ao serem atingidas pelos raios de

luz, têm a propriedade de refleti-los, o que não ocorre com as áreas onde há

imagem. Um sistema de lentes e espelhos se encarrega de "transportar" a imagem

até o cilindro, onde a imagem do documento é projetada. Devido a sua propriedade

fotocondutora, ocorre no cilindro o que chamamos de formação de imagem latente:

nas áreas onde há imagens não há luz e o cilindro permanece como isolante,

retendo as cargas elétricas; já nas áreas onde ocorre a exposição da luz o cilindro
torna-se condutor, perdendo as cargas elétricas que antes estavam nesses locais.

Vale salientar que a base metálica do cilindro está ligado ao “terra”, e é dessa forma

que as cargas elétricas são eliminadas: na área onde ocorre a exposição pela luz

(sem imagem ) as cargas fluem para o terra; nas áreas onde não ocorre a

exposição pela luz ( imagem do original ) ocorre a retenção das cargas devido à alta

resistência existente.

No processo a laser da impressora, é utilizado um conjunto de varredura a laser,

esse conjunto deve ser muito preciso. O conjunto de varredura a laser tradicional

inclui:

 um laser

 um espelho móvel

 uma lente

O laser recebe os dados da página de forma digital onde é impresso no

fotucondutor (os minúsculos pontos que compõem o texto e as imagens) uma linha

horizontal de cada vez. À medida que o feixe se move ao longo do tambor, o laser

emite um pulso de luz para cada ponto a ser impresso e nenhum pulso para cada

ponto que permanecerá sem impressão. Abaixo a um exemplo de um laser incidindo

a imagem das letras na folha através de um feixe de laser.


Atualmente nas fotocopiadoras é utilizado o sistema de laser para geração da

imagem fotocopiada, sendo essa imagem gerada pelo método acima descrito com a

diferença que a informação de escrita em vez de ir direto para o fotocondutor ela é

transformada em sinal digital que posteriormente é enviada para o fotocondutor via o

laser.

Como a explicação pelo método da fotocopiadora é mais didático (utilizando

diferença de potencial ao invés da sensibilidade do fotocondutor ) a partir de agora

será demonstrado esse processo.

4.5. REVELAÇÃO

O passo seguinte após a formação da imagem latente sobre o cilindro fotocondutor é

a revelação da imagem, que será realizada utilizando-se o toner, o qual é composto

por magnetita e por uma resina plástica, e possui carga total positiva. Ele fica

depositado num recipiente que chamamos de unidade de revelação. Nessa unidade

é aplicada uma alta tensão que, diferentemente da unidade de carga primária, é

alternada. O principal motivo para a utilização da alta tensão alternada é para que

seja retirado o excesso de toner do cilindro fotocondutor. O toner será atraído para

os locais onde não existiu a exposição de luz sobre o cilindro fotocondutor. Essa
atração ocorre devido à diferença de potencial existente entre as cargas do cilindro,

entre a carga aplicada na unidade de revelação e entre a carga do toner. Na unidade

de revelação existem quatro componentes básicos: o toner, o revelador ( limalha de

ferro ), um cilindro metálico com um imã permanente interno, e uma lâmina

magnética. O toner e o revelador ficam misturados em proporções iguais. Através do

atrito com o cilindro metálico, o revelador é carregado com um potencial negativo e o

toner é carregado com um potencial positivo. O imã interno do cilindro metálico gera

um campo magnético que, em conjunto com a lâmina magnética, faz com que o

revelador seja atraído para essa interface e cria uma camada fina e uniforme de

toner sobre o cilindro metálico. No cilindro metálico e na lâmina é aplicada uma alta

tensão que possui componentes AC e DC (componente negativo). Como as tensões

AC e DC são aplicadas ao mesmo tempo, a forma de onda resultante da tensão

aplicada na unidade de revelação possui um componente negativo maior que o

componente positivo. Assim, quando a onda está no ciclo positivo o toner, que está

carregado positivamente, será repelido pelo cilindro metálico da unidade de

revelação e será atraído pelo potencial negativo na superfície do cilindro

fotocondutor.

Em contrapartida, quando passa pelo ciclo negativo, o cilindro metálico atrairá

as partículas de toner que estão fracamente ligadas com o cilindro fotocondutor,

retirando o excesso. A tensão DC da unidade de revelação varia de -450 VDC até -

80VDC. A tensão AC é da ordem de 1300VAC e com uma freqüência da ordem de

1KHz. Após esse processo, a imagem sobre o cilindro fotocondutor é chamada de

imagem revelada.
A – Cilindro Fotocondutor

B – Toner

C – Rolo de Transferência

E – Haste metálica

F - Limalha de ferro com toner

Exposição de Carga Eletrostática de Transferência

Agora a imagem revelada existente no cilindro fotocondutor deverá ser

transferida para o papel. É utilizado nesse ponto também um fio bem fino de material

condutor, que é colocado num bloco chamado Bloco de Transferência. Nesse fio

será aplicada uma alta tensão contínua da ordem de -5KVDC. Ocorre então que o

papel será apanhado na bandeja de alimentação de papéis e irá passar entre o

tambor fotocondutor e o bloco responsável pela transferência. Como o potencial


negativo do Bloco de Transferência é bem maior que o potencial negativo da

superfície do cilindro fotocondutor então o toner, cuja carga é positiva, será atraído

para o papel.

A – Cilindro Fotocondutor

B – Rolo de transferência

4.6. FIXAÇÃO DO TONER AO PAPEL

Após a transferência do toner a fixação no papel é o próximo passo. Essa

etapa é importante, pois como o toner é um componente seco, ele apenas foi

depositado sobre o papel pela diferença dos potenciais indicados acima.

Sua fixação é feita por dois métodos: temperatura e pressão. Assim, após a

transferência, o papel é levado até a unidade de fixação onde um conjunto de rolos é

responsável pela fixação do toner. Um desses rolos é de teflon e é aplicado à ele,

por uma lâmpada interna de 900 W, uma temperatura em torno de 190 ºC . Em

contato com esse rolo existe outro de borracha especial que é responsável por

pressionar o toner no papel.


A – Rolo de teflon com uma lâmpada interna

B – Rolo de pressão

4.7. LIMPEZA DO CILINDRO FOTOCONDUTOR E EXPOSIÇÃO DE PRÉ-

CONDICIONAMENTO

Nesse processo nem todo o toner é transferido para o papel. Isso fica

evidente se analisarmos que o processo baseia-se em cargas eletrostáticas e

diferenças de potenciais, pontos que podem ser influenciados por uma série de

fatores como temperatura e umidade. Assim, o toner residual na superfície do

cilindro fotocondutor é raspado por uma lâmina de borracha e depositado numa

unidade reservada para esse fim. Essa é a limpeza física do cilindro. Após, existe o

que se chama de exposição de pré-condicionamento, que é uma limpeza elétrica do

cilindro. Isso é feito expondo toda a superfície do cilindro à luz. Todas as cargas

restantes na superfície do cilindro do ciclo de cópia anterior são eliminadas, fazendo

com que o cilindro fotocondutor esteja preparado para um novo ciclo de cópia

descrito acima.
A - lâmina de borracha

B – Recolhedor de excesso de toner

C – Reservatório

D – Emissor de luz

Referências baiano

http://informatica.hsw.uol.com.br/impressoras-a-laser.htm

http://br.geocities.com/saladefisica/

http://www.abrecipress.org.br/artigos/ler/11/

Trabalho sobre Estudo do Funcionamento de uma Máquina Fotocopiadora -

Projeto de Instrumentação de Ensino F-809

Service manual - HP LaserJet 5000, 5000N, 5000GN, and 5000LE Printers -

PartNumber C4110-91041

Service Manual - Kyocera Ecosys FS-1750

Service Manual - Kyocera FS-1800 plus rev1

Service Manual - Multifuncional Kyocera KM-1820 - publicado em março de


2005

5. CONCLUSÃO

Tássia

Ex. 6.2 (pág. 197)

Uma máquina de cópia xerográfica é uma importante aplicação da eletrostática. A

superfície de um fotocondutor é de início, carregada uniformemente, como mostra a

figura. Quando a luz, refletida pelo documento a ser copiado, incide no fotocondutor,

as cargas da superfície inferior do fotocondutor combinam com as da superfície

superior e ocorre a neutralização de umas com as outras.

A imagem é obtida ao se pulverizar a superfície do fotocondutor com um pó

negro carregado eletricamente. O campo elétrico atrai o pó carregado que

posteriormente é transferido para o papel, sendo fundido para formar uma imagem

permanente. Desejamos determinar o campo elétrico acima e abaixo da

superfície do fotocondutor.

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