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Tensão e Corrente
Para começar
Neste capítulo, abordaremos o conceito de potencial elétrico, que fará a ponte entre a eletrostática
e a eletrodinâmica.
No campo da eletrodinâmica, analisaremos as suas duas primeiras grandezas elétricas: tensão
e corrente.
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3.1.1 Intensidade do potencial elétrico
O símbolo de potencial elétrico é V e a sua unidade de medida é o volt [V].
Fique de olho!
Muitos livros, particularmente os de Física, utilizam como símbolo de potencial elétrico a letra U.
Se a carga for positiva, o potencial ao seu redor também será. Caso ela seja negativa, o mesmo
ocorrerá com o potencial em seu entorno.
Portanto, nas proximidades da carga, o potencial elétrico é mais intenso, positiva ou negativa-
mente, reduzindo sua intensidade em regiões mais afastadas, como mostra a Figura 3.2.
Exercício Resolvido
1) Uma carga elétrica Q = +20 nC encontra-se no vácuo. Determine a intensidade do poten-
cial elétrico V1 na superfície com raio d1 = 2 m em torno dessa carga.
Solução
20.10−9 180
K.Q 9.11009.20
V1 = = = ⇒ V1 = 90 V
d1 2 2
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Solução
20.10−9 180
K.Q 9.11009.20
V2 = = = ⇒ V2 = 45 V
d2 4 4
Observe que dobrando a distância entre a carga e o ponto considerado, o potencial elé-
trico reduziu à metade.
Como dA > dB, o potencial do ponto A é menor que o do ponto B, isto é, VA < VB. Conclui-se,
então, que o elétron move-se do potencial menor para o maior, como mostra a Figura 3.7.
Assim, para que um elétron se movimente, isto é, para que ele conduza eletricidade, é necessá-
rio que ele esteja submetido a uma diferença de potencial ou ddp.
VBA = VB − VA e VAB = VA − VB
Em uma fonte de alimentação ou em um dispositivo qualquer, indica-se a tensão por uma seta
voltada para o ponto de maior potencial, conforme mostra a Figura 3.8. Nesse caso, é comum substituir
a representação VBA simplesmente por E em fontes de alimentação e por V nos demais dispositivos.
Exercício Resolvido
1) Determine a tensão VBA entre os pontos A e B, sendo:
VA (V) VB (V)
a 4 10
b −8 15
c 25 −6
d 9 3
e −8 −4
Solução
a) VBA = VB − VA = 10 − 4 ⇒ VBA = 6 V
d) VBA = VB − VA = 3 − 9 ⇒ VBA = −6 V
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Amplie seus conhecimentos
A perna da rã e a célula voltaica
Enquanto a eletricidade estava restrita à eletrostática, era difícil
achar uma utilização prática para ela, já que cargas paradas não
realizam trabalho, nem é possível realizar a conversão de energia
elétrica em outra forma útil de energia. Isso só seria possível se as
cargas se movimentassem.
Em 1870, o físico e anatomista Luigi Galvani (1737-1798) amputou a perna de uma rã para estudar os seus nervos e a
possível existência de eletricidade animal.
Mexendo em um dos nervos da perna da rã com duas pinças de metais diferentes, Galvani notou que quando as extre-
midades superiores dos instrumentos se tocavam, a perna da rã reagia, como se estivesse viva. Dessa observação, ele
concluiu que os nervos eram capazes de produzir eletricidade.
Alessandro Volta, aproveitando-se dessa descoberta quase acidental, constatou, por meio de diversos experimentos, que
a eletricidade não era propriedade dos nervos, mas dos metais diferentes imersos em uma solução de ácido ou de sal.
Nesses casos, os metais se eletrizam com polaridades contrárias.
Essa movimentação de elétrons denomina-se corrente elétrica e é simbolizada por I. Sua uni-
dade de medida é o ampère [A].
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Figura 3.14 - Corrente elétrica no circuito da lanterna.
André-Marie Ampère