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ELETRICIDADE APLICADA

Unidade 2 - Tensão Elétrica

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Unidade 2

Tensão elétrica
Tensão Elétrica

Apresentação
Após o estudo de cargas elétricas em repouso, a eletrostática, naturalmente se
avança para buscar entender os efeitos das cargas em movimento, a eletrodinâmica.
Diversos conceitos importantíssimos são apresentados na eletrodinâmica, tais como
a tensão e corrente elétrica. Algumas convenções se fizeram necessárias ao longo
dos avanços no estudo da eletricidade e são apresentadas nesta etapa. Como
ferramenta para analisar circuitos e diversos problemas práticos que podem surgir
ao se trabalhar com eletricidade, alguns equipamentos essenciais são apresentados
nesta unidade.

2.1 Tensão e corrente elétrica


Como apresentado anteriormente, em uma região em que atua um campo elétrico
“E” ao se colocar uma carga negativa “q-” em um ponto distante “A” da carga
geradora positiva “Q+” do campo, um potencial “Va” irá atuar. Esse potencial irá
atuar e aplicará uma força capaz de mover a carga “q-” no sentido de “Q+”. Da
mesma forma, se a carga “q-” for colocada em um ponto “B”, um campo “Vb” irá
atuar. A figura 1 apresenta as cargas e as situações descritas acima, observe o
sentido da força atuante.

Figura 1: Representação de diferença de potencial entre o ponto A e B.

F E
Q+ q-
B A
Fonte: Elaborada pelo autor (2020).

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Essa capacidade de movimentação de uma carga elétrica só é possível
quando há uma diferença de potencial (DDP), ou seja, a condução de
eletricidade é dependente de uma DDP para ser possível.

2.1.1 Tensão elétrica

A tensão elétrica é definida como a diferença de potencial elétrico entre dois pontos.
O símbolo mais comum utilizado para representar tensão é “V” e a unidade de
medida é expressa em volts (V). Outros símbolos utilizados para expressar a tensão
elétrica podem ser “E” ou “U”. Tomando o exemplo anterior, ilustrado na Figura 1,
a tensão elétrica é calculada como a diferença de potencial entre os pontos B e A,
logo:

VBA = VB − V A

Uma pilha ou bateria, por exemplo, possui dois polos com indicação da polaridade
do potencial, que é definido como positivo e negativo. Assim, uma pilha de 9 Volts
possui uma diferença entre o potencial positivo e negativo de 9 Volts.

Saiba mais
Alessandro Giuseppe Antonio Anastasio Volta (1745-1827) foi o físico
pioneiro em estudos de eletricidade e inventor da pilha, além das diversas
contribuições em química. A unidade de medida de potencial elétrico recebe
seu nome (Volt) como homenagem pelos trabalhos realizados. Para obter
mais informações de como foi a vida desse cientista, leia o artigo “Alessandro
Volta” escrito por Jessiedna Araújo, disponível em: http://jornalpet.
ee.ufcg.edu.br/materias/ed15_art2?tmpl=%2Fsystem%2
Fapp%2Ftemplates%2Fprint%2F&showPrintDialog=1 .
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2.1.2 Fontes de alimentação e bipolos
Para alimentar circuitos e equipamentos é necessário fornecer energia através de
uma fonte de alimentação em uma determinada tensão, o que pode ser feito com
uma bateria ou pilha, por exemplo. Outra forma é com fontes de alimentação de
bancada, que transformam a tensão alternada da rede elétrica em tensão contínua
que pode ser ajustada.

Os bipolos na representação de circuitos, são componentes elétricos que possuem


dois terminais e podem fornecer ou consumir energia em um circuito. Em geral, um
bipolo fica submetido a uma tensão e passam por ele uma corrente, e em muitas
vezes esses valores devem ser calculados em um projeto de circuito. Fontes de
tensão e componentes consumidores, tal como resistores representando uma
lâmpada, são exemplos de bipolos geradores e receptor, respectivamente.

2.1.3 Corrente elétrica


O estudo da eletrodinâmica se baseia no movimento de carga elétrica e de
diferença de potencial. Ao se aplicar uma diferença de potencial em um material
condutor elétrico (material com elétrons livres ou faltantes) os elétrons livres irão se
movimentar no sentido contrário ao do campo elétrico presente.

A corrente elétrica é, por definição, essa movimentação de cargas elétricas e utiliza


o símbolo “I” para sua representação, sendo que sua unidade de medida é o ampère
(A). Essa unidade recebe esse nome em homenagem ao físico e matemático francês
André-Marie Ampère (1775-1836), considerado o pai da eletrodinâmica por suas
diversas contribuições e invenções na área.

A intensidade instantânea da corrente elétrica é calculada como a variação de carga


(dQ) em uma seção transversal de um condutor durante um intervalo de tempo (dt).
Ou seja:

dQ
i=
dt

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Onde dQ tem unidade de Coulombs (C) e dt tem unidades de segundos (s). Quando
a variação da carga for constante, a corrente também será constante, podendo ser
simbolizada por “I”, e poder ser calculada como:

∆Q
I=
∆t

2.1.3.1 O sentido real e convencional da corrente


elétrica
Como definido anteriormente, a corrente elétrica é a movimentação de elétrons livres
do maior para o menor potencial. Assim, a corrente real em um circuito representa os
elétrons livres se movimentando do polo negativo (excesso de elétrons) em direção
ao polo positivo (excesso de lacunas ou falta de elétrons). Por convenção, a corrente
é representada com o sentido contrário ao do fluxo de elétrons no condutor, como
apresentado na Figura 2.

Sentido
Figura 2: Representação do sentido real real
e convencional da corrente elétrica.

- -
- -
Sentido convencional

Fonte: Elaborada pelo autor (2020).

2.2 Instrumentos de medição


Durante a realização de trabalhos práticos envolvendo eletricidade é necessário
dominar o uso de alguns instrumentos para realizar medições das grandezas
envolvidas. As medidas mais comuns que são realizadas são as de tensão e
corrente elétrica, assim, ao longo do tempo equipamentos específicos foram
desenvolvidos para essas atividades.

A forma como os valores lidos são apresentados ao usuário foi modificada ao


longo do tempo, hoje em dia a grande maioria dos equipamentos comercializados

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possuem mostradores com telas gráficas apresentando o valor digitalmente.
Contudo, alguns modelos mais antigos utilizam ponteiros acionados em função da
corrente aplicada sobre sua bobina, alguns erros são comuns na leitura desse tipo
de mostrador, por exemplo, o erro de paralaxe.

Figura 3: Medição de variável elétrica

Fonte: Plataforma Deduca (2020).

2.2.1 Voltímetro
O voltímetro é o instrumento capaz de medir diferenças de potencial entre dois
pontos, e seu resultado é apresentado em Volts. O mesmo possui duas ponteiras,
uma para conectar à polaridade positiva e outra a negativa. O símbolo para
representar o voltímetro em um circuito é um círculo com a letra “V” dentro.

Além disso, um valor de fundo de escala pode ser selecionado para adequar a faixa
de medição que o instrumento pode ler. Por exemplo, um voltímetro digital na escala
de 20 Volts pode ler tensões de até 20 Volts. A resolução da leitura é função do
numero de dígitos que o equipamento apresenta, por exemplo, um voltímetro com 3
½ dígitos (três e meio dígitos) apresenta em seu visor 3 dígitos que podem ter valor

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de 0 a 9 e um digito que pode ter valor de 0 ou 1. Assim, um voltímetro na escala de
20 Volts pode apresentar valor medido de até 19,99 Volts, ou seja, tem resolução de
0,01 Volts nesta escala.

Para classificar o equipamento em relação à capacidade do mesmo suportar picos


de tensão, existem as classificações em categorias de I a IV. Onde o de menor valor
é indicado para uso em equipamentos protegidos, em que os valores de transientes
de tensão são baixos e o de maior valor (IV) para ambientes ruidosos e de alta
energia, como raios.

A maioria dos voltímetros podem ler tensões constantes (DC, do ingês direct current)
e tensões alternadas (AC, do inglês alternating current).

2.2.2 Amperímetro
O amperímetro é o instrumento capaz de medir corrente elétrica que passa em
um determinado circuito e o valor lido é apresentado em Ampères. O símbolo para
representar o amperímetro em um circuito é um círculo com a letra “A” dentro e
possui dois pontos de conexão. Para ligação do amperímetro em um circuito é
necessário que um ramo do circuito seja aberto para inserir as duas ponteiras de
medida, onde em uma ponteira entra corrente e na outra a corrente sai, ou seja, o
amperímetro fica conectado em série com o circuito.

Da mesma forma que o multímetro, o amperímetro possui diferentes escalas e


resoluções que variam desde microampères (µA) a dezenas de Ampères (A).

A Figura 4 apresenta os símbolos do voltímetro e amperímetro aplicados a uma


representação de em um circuito simples para medir a tensão e corrente do circuito,
respectivamente.

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Figura 4: Circuito simples com amperímetro e voltímetro.

V Voltímetro

Amperímetro

A
Fonte: Elaborada pelo autor (2020).

2.3 Dispositivos de proteção


Em instalações elétricas é necessário, por segurança, adicionar dispositivos
de proteção. O papel destes é evitar danos à própria rede elétrica, como
sobreaquecimento de condutores, e possíveis riscos a saúde humana, como em
caso de choques.

O disjuntor é um dispositivo utilizado para abrir circuitos quando a corrente


que circula pelo mesmo excede um determinado valor ou em função de
sobreaquecimento nos condutores. Esse dispositivo protege a instalação
elétrica contra possíveis curto circuitos, o que leva a correntes altíssimas e
sobreaquecimento dos condutores, e costuma desarmar quando há uma corrente
maior do que projetada para o circuito. Além disso, o mesmo também é utilizado
como uma chave para abrir ramos de uma instalação elétrica em casos de
manutenção.

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Outra forma de proteção contra curto circuito e
sobrecorrente, é utilizando fusíveis.

Esse componente costuma queimar um condutor interno, em uma corrente


para o qual foi projetado, e, dessa forma abrir o circuito.

Como forma de prevenir possíveis fugas de corrente


elétrica em uma instalação, se utiliza o disjuntor
diferencial residual (DDR).

O mesmo abre o circuito quando a diferença entre a corrente que entra e sai
do circuito é maior do que um valor determinado, usualmente dezenas de
miliampères. Esse dispositivo previne choques elétricos em relação à terra,
que nada mais é do que uma fuga de corrente da instalação elétrica.

Para prevenir que surtos de alta tensão surjam na rede


elétrica o dispositivo de proteção contra surtos (DPS) é
utilizado na entrada da instalação.

Esse componente limita a tensão da rede ao enviar corrente para terra


em casos de sobretensão, como em casos de descargas elétricas durante
tempestades.

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Fechamento
Desde o inicio da pesquisa da eletrodinâmica aos dias atuais muito se evoluiu a
tecnologia envolvida. A utilização de instrumentos para observar e medir níveis de
tensões e correntes é essencial para se utilizar a eletricidade de forma adequada e
segura. Em instalações elétricas diversas normas regulam como a eletricidade deve
ser utilizada em relação a níveis de tensão, corrente e proteções necessárias, por
isso é importante o aluno sempre buscar se atualizar.

Palavras-chave

Tensão elétrica, corrente elétrica, disjuntor.

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Referências
MARKUS, Otávio. Circuitos elétricos: corrente contínua e corrente alternada, teoria
e exercícios. Editora Érica, 2011. Capítulo 3.

ARAÚJO, Jessiedna. Alessandro Volta. Disponível em: http://jornalpet.ee.ufcg.edu.br/


materias/ed15_art2?tmpl=%2Fsystem%2Fapp%2Ftemplates%2Fprint%2F&showPrintDialog=1.
Acesso em: 14 de março de 2020.

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