Você está na página 1de 43

DESCRIÇÃO

A caracterização e a modelagem dos circuitos elétricos desde suas configurações, bem como
os componentes e as técnicas necessárias para sua análise.

PROPÓSITO
Compreender as funcionalidades de um circuito elétrico, bem como os conhecimentos técnicos
e teóricos sobre a sua operação para a aplicação em diversas áreas, como máquinas e
eletrônica, e não somente no modelo de sistemas de Engenharia. Conhecer, ainda, técnicas e
ferramentas que facilitem a análise matemática de problemas de grande porte, como
problemas reais.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar, tenha em mãos caneta, papel e calculadora para executar os cálculos e tomar
notas dos exercícios propostos.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Descrever os princípios básicos para análise dos circuitos


MÓDULO 2

Aplicar o método nodal e da análise de malhas

MÓDULO 3

Aplicar o teorema da superposição

MÓDULO 4

Empregar os equivalentes de Thévenin e Norton

CIRCUITOS ELÉTRICOS I, CONCEITOS E


TÉCNICAS DE ANÁLISE
MÓDULO 1

 Descrever os princípios básicos para análise dos circuitos

PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA ANÁLISE DOS


CIRCUITOS
TERMINOLOGIA E SISTEMAS DE
UNIDADES
Em toda aplicação ou todo experimento científico é de extrema importância o conhecimento
das terminologias das unidades de medição utilizadas no processo.

Estas têm o intuito de padronizar o texto a ser lido conforme as normas existentes, para que os
profissionais tenham acesso e entendam o material apresentado.

Por terminologia dos circuitos elétricos englobam-se as nomenclaturas e simbologias utilizadas


para representar os equipamentos. Na Tabela 1, são expostos os principais componentes
necessários para o estudo desse tema.

Componente Nome Unidade Simbologia

Resistência (R) Ohms Ω

Tensão (V) Volts V


Corrente (I) Ampère A

Tabela 1 – Componentes do circuito elétrico e suas unidades.

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

O Sistema de Unidades (SI) tem o objetivo de padronizar as unidades de medida. Em


circuitos elétricos, serão avaliados valores como resistência, tensão, corrente etc. No SI
existem seis unidades principais e, partindo destas, derivam-se as demais, como mostrado na
Tabela 2.

Unidades do SI

Quantidade Unidade básica Símbolo

Comprimento metro m

Massa quilograma kg

Tempo segundo s

Corrente elétrica ampère A

Temperatura kelvin K
Intensidade luminosa candela Cd

Carga coulomb C

Tabela 2 – Unidades básicas do SI.

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

CORRENTE ELÉTRICA

Para entender os fenômenos elétricos, é necessário se inteirar do conceito de carga elétrica.

 VOCÊ SABIA

Considere um átomo cujo núcleo seja composto de cargas positivas e neutras, e nas órbitas
encontram-se os elétrons. A carga total, medida em coulombs (C), é usualmente nula em um
átomo. Isso porque o número de elétrons é equivalente ao total de prótons e estes, por sua

vez, possuem cargas opostas. É importante destacar que 1 coulomb é composto de 6,24x1018
elétrons.

Como dito, os elétrons são atraídos pelos prótons devido a uma força de atração. Contudo, nas
camadas mais externas essa força de ligação é menor, facilitando a movimentação das cargas,
sendo necessária menor energia para remoção dos elétrons. Tomemos como exemplo um fio
feito de material condutor, que é caracterizado pela alta mobilidade das cargas elétricas,
conectado a uma bateria.

A bateria fornecerá a energia necessária para que os elétrons transitem. Essas cargas migram,
obedecendo a um sentido, buscando restabelecer o equilíbrio entre elas. Por convenção,
adota-se que o sentido convencional da corrente segue o fluxo de cargas positivas, ou seja, o
contrário da movimentação dos elétrons livres, chamado de corrente real.
Pode-se descrever a corrente elétrica como a variação de cargas em determinado espaço de
tempo, dada pela Equação 1:

dq
i ≜
dt

(1)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Sendo a variável ‘q’ representante da carga e ‘t’, o tempo.

Por observação da Equação 1 é possível concluir que a corrente pode ser um valor variável,
uma vez que a carga pode variar com o tempo. Sendo assim, podem ser definidos dois tipos
de corrente, como apresentado a seguir:

CORRENTE CONTÍNUA (I)


CORRENTE ALTERNADA (I)

CORRENTE CONTÍNUA (I)

Fluxo ordenado de cargas no mesmo sentido. Figura 1:


 Figura 1: Corrente contínua.

CORRENTE ALTERNADA (I)

Sentido do fluxo de cargas varia com o tempo. Figura 2:

 Figura 2: Corrente alternada.


TENSÃO

Para que haja a movimentação de cargas, descrita anteriormente, aplica-se uma energia,
exemplificada pela bateria.

A tensão é a grandeza elétrica que mede a diferença de potencial elétrico entre dois pontos
distintos do circuito, também chamada de diferença de potencial (ddp).

No exemplo da bateria, A e B são os terminais dela. Assim como a corrente elétrica, a tensão
pode ser descrita matematicamente como mostra a Equação 2:

dw
vab = vb − va ≜
dq

(2)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Onde ‘w’ é a energia aplicada em Joules (J) e ‘q’, a carga (C). A unidade de medida é o Volt
(V).

POTÊNCIA E ENERGIA

A potência de um aparelho ou sistema pode ser associada com a velocidade com que ele
absorve ou fornece energia. Matematicamente, essa grandeza pode ser representada pela
Equação 3, onde “w” é a energia e “t”, o tempo.

dw
p ≜
dt

(3)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


dq
Vimos que vab eI , substituindo na Equação 3, temos a Equação 4:
dw
≜ ≜
dq dt
dw dw dq
p ≜ = = v* i
dt dq dt

(4)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

 SAIBA MAIS

Convenção de sinal: a potência pode ser encontrada com sinais positivos ou negativos. Isso
indica que ela pode estar sendo absorvida ou fornecida pelo elemento. Quando a potência for
positiva, significa que ela está sendo fornecida por uma fonte de energia e sendo colocada à
disposição de uma carga ou um conjunto de cargas. Quando a potência for negativa, significa
que ela é absorvida por uma carga que estará gerando algum tipo de trabalho. A chamada
convenção de sinal passivo, adotada neste tema, indica que a corrente elétrica irá sair pelo
terminal positivo da fonte e entrar pelo sinal positivo da carga.

DESCRIÇÃO DO CIRCUITO

Um circuito elétrico pode ser caracterizado pela ligação de elementos, tais como resistores,
capacitores e outros, cuja análise consiste em determinar a corrente ou a tensão dos
mesmos. Os elementos do sistema podem ser subdivididos em ativos (podem gerar energia) e
passivos (não podem gerar energia).

Elementos ativos englobam as fontes de tensão e de corrente que fornecem potência ao


circuito, podendo elas serem independentes ou dependentes (dependem de outra fonte).


Elementos passivos: resistores, indutores, capacitores.
ANÁLISE SISTEMÁTICA

O ponto de partida para a análise de circuitos elétricos é a Lei de ohm e, para entendê-la, é
necessária a apresentação de alguns conceitos.

 EXEMPLO

Um material, ao ser percorrido por uma corrente elétrica, tende a resistir à sua passagem,
conceituando o que chamamos de resistência elétrica. Esta, por sua vez, pode variar com a
área da seção atravessada (A), o comprimento do material (l) e tipo de material, ou
resistividade do mesmo (ρ), como descrito pela Equação 5:

ρl
R =
A

(5)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A primeira Lei de ohm permite dizer que, em um circuito resistivo, a tensão e a corrente são
valores diretamente proporcionais, como na Equação 6:

v = Ri

(6)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Em um curto-circuito, a resistência tende a zero, fazendo com que a corrente tenda a valores
infinitos. Já um circuito aberto implica que a resistência tende a valores elevados, fazendo com
que a corrente se aproxime de zero.
NÓS, RAMOS E LAÇOS

UM RAMO CONSTITUI UM ELEMENTO QUE ESTÁ CONTIDO


ENTRE DOIS TERMINAIS DO CIRCUITO. O NÓ, POR SUA VEZ,
É UM PONTO DE CONEXÃO DO CIRCUITO, E O LAÇO É UM
CAMINHO FECHADO.
Na Figura 3, é possível identificar a representação dos três conceitos citados.

 Figura 3: Nós, Ramos e Laços

Considerando uma rede qualquer contendo ‘b’ ramos, ‘n’ nós e ‘l’ laços, temos que:

b = l + n − 1

(7)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para analisar um circuito é importante se atentar aos seguintes pontos:

Elementos estão em série quando compartilham um único nó e, por consequência, irão


transportar a mesma corrente que atravessa o circuito.

Elementos estão conectados em paralelo se compartilham dois nós e, nesse caso, terão o
mesmo nível de tensão.

LEIS DE KIRCHHOFF
Além da Lei de ohm, existem duas leis que colaboram na análise dos circuitos elétricos: a Lei
de Kirchhoff para Correntes (LKC) e a Lei de Kirchhoff para Tensões (LKT).

Por meio da Lei de Kirchhoff para Correntes (LKC), é possível concluir que a soma das
correntes que entram em um nó é igual a zero, ou seja, a soma das correntes que entram em
um nó é igual à soma daquelas que saem dele.

Já a Lei de Kirchhoff para Tensões (LTK) diz que a soma das tensões em uma malha ou em um
caminho fechado deve ser igual a zero. Isso porque, conforme a corrente passa no elemento,
ocorre o que chamamos de queda de tensão.

Elementos do circuito elétrico que estão em série são atravessados pela mesma corrente.
Elementos do circuito que estão em paralelo são submetidos à mesma queda de tensão.

TEORIA NA PRÁTICA
Considere que um televisor de LCD, cuja potência seja em média 280W, tenha sido esquecido
ligado por 6 horas, e o custo do kWh seja de 0,62 centavos. Pede-se o cálculo do custo
desperdiçado e o custo mensal, considerando que o televisor fique ligado por 5 horas diárias.

RESOLUÇÃO

CUSTO COM A ENERGIA DESPENDIDA EM UM


TELEVISOR DE LCD
MÃO NA MASSA

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Aplicar o método nodal e da análise de malhas


MÉTODO DAS TENSÕES NODAIS E DA
ANÁLISE DE MALHA

MÉTODO 1: ANÁLISE NODAL


No método da análise nodal busca-se avaliar o circuito elétrico, assumindo como variável as
tensões nos nós. Para a aplicação de tal método, é possível seguir os seguintes passos:

I.
Selecionar um nó que será a referência. Aos demais n-1 nós atribuem-se variáveis como: v1, v2

..., vn-1.

II.
Aplicar a Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC).

III.
Solucionar as equações para obter as tensões.

Para exemplificar os passos citados, toma-se como exemplo o circuito da Figura 11:
 Figura 11: Circuito exemplo.

A primeira etapa é definir a referência, ou terra (GND). Representada pela Figura 4, assume-se
que esta tenha potencial nulo:

 Figura 4: Simbologia do aterramento o

Em seguida, determinam-se as correntes aplicando a LKC, como na Figura 12:


 Figura 12: Aplicação da LKC para análise nodal.

va
i1 =
R1

va −vb
i2 =
R3

vb
i3 =
R2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Pela LKC:

I1 = I2 + i1 + i2
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Por fim, para solucionar as equações, aplica-se a Lei de ohm, que define v = Ri . Os valores
de resistência do circuito são conhecidos, tornando fácil a solução do sistema de equações.

FONTES DEPENDENTES E INDEPENDENTES DE


TENSÃO

FONTES INDEPENDENTES
Por definição, uma fonte independente é aquela capaz de fornecer corrente ou tensão ao
circuito sem que esta dependa de valores mensurados em outros pontos. Ou seja, o valor
fornecido por essa fonte depende apenas dela.

A análise nodal sob a presença de fontes de tensão pode sofrer alterações nas seguintes
condições:

Condição 1: quando a fonte de tensão for encontrada conectada entre o nó de referência e


outro nó qualquer, a tensão do nó será igual à da fonte.

Condição 2: quando a fonte de tensão for encontrada conectada entre dois nós, não sendo
eles o de referência, estes formarão um supernó, Figura 13. Para solucioná-lo, devem ser
aplicadas as Leis de Kirchhoff (LKT e LKC).

 Figura 13: Supernó.


FONTES DEPENDENTES
As fontes dependentes de tensão, também conhecidas por fontes de tensão controladas, são
aquelas cujo valor de tensão fornecido ao circuito depende de outra variável dele. Ao aplicar o
método da análise nodal diante da presença de fontes dependentes, atenta-se ao fato de haver
restrições por elas impostas. Para entender melhor, considere o circuito da Figura 14:

 Figura 14: Exemplo de análise nodal com fonte dependente.

Passo 1: identificar o número de nós e definir o nó de referência.

Para esse exemplo, identificam-se dois nós e o nó de referência, ou seja, três nós.

Passo 2: aplicar a LKC e definir as equações a serem solucionadas.

Nó 1, aplicando a LKC:

50−v1 v1 v1 −v2
= +
5 15 3

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Nó 2, aplicando a LKC:

v1 −v2 v2 v2 −8ia
= +
3 20 4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Pela Lei de ohm:


v1 −v2
ia =
3

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Assume-se aqui que todas as correntes estão saindo do nó, para fins de estudo.

Passo 3: solucionar as equações.

v1 = 27,6V , v2 = 19,7V , ia = 2,6A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

FONTES DEPENDENTES E INDEPENDENTES DE


CORRENTE

Tal como as fontes dependentes e independentes de tensão, apresentadas no tópico anterior,


podem ser encontradas fontes que entregam ao circuito determinados valores de corrente. Ao
fazerem isso, garantem que a tensão seja mantida no valor desejado. Para exemplificar o uso
da fonte dependente de corrente, tomemos o circuito a seguir:
 Figura 15: Exemplo de análise nodal com fonte de corrente.

Assim:

4 = i1 + i2 + 2

i1 + i2 = 2

v1 v1 −v2
+ = 2
2 2

2v1 − v2 = 4
i2 + i3 = 2

v1 −v2 v2
+ = 2
2 2

v1 − 2v2 = 4

v1 −v2
i2 =
2

v1
i1 =
2

v2
i3 =
2

4
v1 = −v2 = V
3

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

 ATENÇÃO
As fontes dependentes de corrente, assim como ocorre nas fontes de tensão, dependem de
outra variável do circuito: nesse caso, a corrente. Dessa forma, para solucionar o problema,
basta aplicar os passos já apresentados, substituindo a corrente pela tensão nodal. Caso o
valor da corrente seja desejado, após encontrar as tensões nodais, estas devem ser
substituídas na equação que modela a corrente do ramo desejado.

MÉTODO 2: ANÁLISE DE MALHAS

FONTES INDEPENDENTES

A análise de malhas é uma forma alternativa de extrair as informações desejadas do circuito,


como tensão nos nós ou corrente.

Diferentemente da análise nodal, na qual se aplica a LKC, na análise de malhas utiliza-se a Lei
de Kirchhoff para Tensões (LKT) e, partindo desta, encontram-se os valores das correntes em
cada malha. Para entender melhor, observe o circuito da Figura 16 como exemplo, onde “V”
representa a tensão e “R”, as resistências dele:

 Figura 16: Exemplo de análise de malhas.

Identifica-se, inicialmente, que esse circuito contém:

Duas malhas ou laços.


Duas fontes independentes de tensão.

Para solucionar o problema, devemos seguir os seguintes passos:

PASSO 1
PASSO 2
PASSO 3

PASSO 1

Atribuir uma variável para as correntes de malha.

 Figura 17: Exemplo de análise de malhas.

PASSO 2

Aplicar a LKT em cada uma das malhas, definindo as equações a serem solucionadas.

Malha 1:

−V1 + R1 i1 + R1 I3 = 0
I3 = i1 − i2

−V1 + R1 i1 + R3 (i − i2 ) = 0
1

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Malha 2:

R3 i 3 + R2 i 2 + V 2 = 0

I3 = i2 − i1

R3 (i2 − i1 ) + R2 i2 + V2 = 0

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

PASSO 3

Resolver as equações encontradas no passo anterior para a obtenção das correntes de malha,
que podem ser representadas matricialmente, para facilitar a solução, por meio de softwares ou
calculadoras:
R1 + R3 −R3 i1 V1
⌈ ⌉[ ]=[ ]
−R3 R2 + R3 i2 −V2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A fim de entender como o método é aplicado em um circuito com fontes independentes de


corrente, vamos considerar o circuito da Figura 11, apresentado a seguir. Partindo dele, é
possível identificar a presença de duas fontes independentes, uma de tensão e uma de
corrente.

 Figura 18: Exemplo de análise de malhas.

Analisando o circuito, temos as seguintes equações de malha:

Malha 1:

−2 + 1i1 + 1(i1 − i2 ) = 0

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Malha 2:

i2 = −1A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Substituindo:
−2 + 1i1 + 1(i1 + 1)= 0

−2 + 2i1 + 1 = 0

2i1 = 1

1
i1 = = 0.5A
2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

 ATENÇÃO

Quando uma fonte de corrente, dependente ou independente, for encontrada entre duas
malhas, estas podem ser tratadas como uma malha única, recebendo o nome de supermalha.

FONTES DEPENDENTES

Para demonstrar a solução de um problema com fontes dependentes, seja esse problema de
tensão ou de corrente, consideraremos o exemplo de circuito da Figura 19. Então, seguiremos
os passos já apresentados:

1.
Identificação das malhas


2.

Aplicação da LKT


3.

Resolução do sistema de equações

 Figura 19: Exemplo de análise de malhas com fontes dependentes.

Malha 1:
−V1 + R1 i1 + R3 (i1 − i2 )−bix = 0

ix = i3

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Malha 2:

aVa + R5 i2 + R4 (i2 − i4 )+R3 (i2 − i1 )= 0

ix = i3

aVa = R7 i4 = R7 ciz

R7 ciz + R5 i2 + R4 (i2 − ciz )+R3 (i2 − i1 )= 0

iz = i1

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Malha 3:
R2 i3 + R6 (i3 − ci1 )+bix + V2 = 0

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

TEORIA NA PRÁTICA
Um transistor é um dispositivo amplamente usado em circuitos eletrônicos, cuja função é
atenuar a corrente. A representação desse dispositivo é dada pela Figura 20.1. Em circuito
com transistor, Figura 20.2, pede-se o cálculo das correntes IB e IC .

Considere que IC = βIB , onde β = 10 e V BE = 0, 7V :

 Figuras 20.1 e 20.2.

RESOLUÇÃO

CÁLCULO DA CORRENTE ELÉTRICA


UTILIZANDO A LEI DE KIRCHHOFF
MÃO NA MASSA

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 3

 Aplicar o teorema da superposição


TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO

TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO
A aplicação do teorema da superposição requer inicialmente que o circuito em estudo seja
linear. Assim, é necessário entender o conceito disso:

CIRCUITOS LINEARES

Um circuito elétrico é composto de um conjunto de elementos, conforme mencionado em


tópicos anteriores. O elemento dito linear é aquele cuja característica descritiva obedece aos
princípios de causa e efeito.

 EXEMPLO

Considerando um sistema de entrada e saída − como um resistor, por exemplo −, ao multiplicar


a entrada por um valor constante, a saída será também multiplicada por esse mesmo valor.
Dessa forma, caso haja um aumento da corrente em “x” vezes, a tensão aumentará na mesma
proporção.

Um circuito linear pode ser definido como aquele no qual há relação proporcional entre a
entrada e a saída dos valores avaliados, o que é mostrado na relação seguinte:

entrada ∝ sa daí
v = Ri

A RELAÇÃO ENTRE TENSÃO E POTÊNCIA NÃO É LINEAR.


Por conhecimento do teorema da superposição, sabe-se que em dado circuito linear, no qual
identificam-se múltiplas fontes — de tensão ou de corrente —, é possível calcular a variável
desejada por meio da soma das contribuições de cada fonte operando isoladamente.

Para aplicar o teorema são destacadas as seguintes considerações:

Em circuitos com fontes de tensão, aquelas não analisadas devem ser representadas por um
curto-circuito, sendo assim elementos não contribuintes para a avaliação.


Em circuitos com fontes de corrente, aquelas não analisadas devem ser representadas por
um circuito aberto, sendo assim elementos não contribuintes para a avaliação.

Figuras 28a e 28b.

Um curto-circuito representa a baixa resistência à passagem de corrente. Assim, o circuito


possui resistência próxima de zero e elevadas correntes de malha

Passos para a solução do teorema da superposição:

1.
Desativar todas as fontes que não serão utilizadas e encontrar a saída desejada. Essa ação
deve ser feita para todas as fontes existentes.

2.
Encontrar a contribuição total dada pela soma das contribuições individuais (calculadas na
etapa anterior). Tomando como exemplo o circuito da Figura 29a, observa-se a existência de
duas fontes. Considerando a ação de v1, a fonte de corrente é representada por um circuito
aberto e v1 (contribuição da fonte de tensão) é calculado. Em seguida, v1 é levado a zero
(curto-circuito) e v2 é calculado pela ação da fonte I. O resultado é dado pelas somas das
contribuições v1 e v2.

 Figuras 29a, 29b e 29c.

Etapa 1:
−V1 + R1 i1 + R2 i1 = 0

R2 i 1 = V 1 − R1 i 1

R2 i 1 = v 1

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para associar elementos resistores em paralelo aplica-se a equação:

1 1 1 1
= + + … +
Rtotal R1 R2 Rn

R1 R2
Rtotal =
R1 +R2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A tensão no circuito é a mesma para os componentes paralelos, logo:

R1 R2
v2 = I ( )
R1 +R2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A contribuição total é dada finalmente em:


v = v1 + v2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

TRANSFORMAÇÃO DE FONTES

A transformação de fontes é uma metodologia utilizada para fazer com que o circuito se torne
mais simples.

Essa ação pode ser executada substituindo uma fonte de tensão em série com um resistor por
uma fonte de corrente em paralelo com um resistor, como na Figura 30b. A recíproca também
se aplica.

 Figuras 30a e 30b.

Os circuitos a e b são equivalentes. Assim, para transformar as fontes, deve ser aplicada a
seguinte relação:

vf = Rif

vf
if =
R

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


O MÉTODO PODE SER APLICADO PARA FONTES
DEPENDENTES.

TEORIA NA PRÁTICA
A corrente que passa por um ramo, em um circuito linear, é de 2A quando a tensão da fonte de
entrada é de 10V. Se a tensão for reduzida para 1V e a polaridade invertida, a corrente que
passa por esse ramo será de:

RESOLUÇÃO
A resposta correta é: 0,25A.

v = Ri

20 = R(5)

R = 4Ω

1
= i
4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

MÃO NA MASSA
VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 4

 Empregar os equivalentes de Thévenin e Norton

TEOREMA DE THÉVENIN E DE NORTON


Os circuitos elétricos são muitas vezes constituídos de partes que podem ser variáveis.

TEOREMA DE THÉVENIN
A aplicação do teorema de Thévenin torna possível a redução da parte fixa de um circuito linear
a ser avaliado. Esta, por sua vez, passa a ser representada por um circuito equivalente,
representado por uma fonte de tensão em série com um resistor (Vth e Rth )).

A tensão equivalente é obtida por meio da avaliação do circuito aberto nos terminais de Rth ,
que é calculada ao desativar todas as fontes independentes.

FONTES DEPENDENTES

É importante ressaltar que, diante da presença de fontes dependentes, o cálculo de Rth requer
não somente desativar as fontes independentes, como também aplicação de uma tensão vo ,
resultando em uma corrente io , assim:
vo
Rth =
io

Caso você opte por aplicar uma fonte de corrente, a escolha é válida. O valor da fonte
escolhida deve ser estipulado. Em geral, utilizamos nos estudos 1V ou 1A.

Para ilustrar o teorema, considere a Figura 35, que representa um circuito linear conectado a
uma carga variável (RL).
 Figura 35.

TEOREMA DE NORTON
O teorema de Norton veio após o teorema de Thévenin, e existem grandes semelhanças entre
eles. No de Norton, porém, o circuito linear pode ser substituído por um equivalente composto
de uma fonte de corrente em paralelo com um resistor equivalente ((IN e RN ). A corrente de
Norton é obtida ao aplicar um curto-circuito nos terminais que se deseja avaliar. RN é
calculado ao desativar todas as fontes independentes.

O cálculo de Rth e RN é o mesmo. Considerando o teorema da transformação de fontes,


pode-se concluir que esses valores são iguais.

Para ilustrar o teorema, considere a Figura 36, que representa um circuito linear conectado a
uma carga variável (RL).

 Figura 36.

RELAÇÃO ENTRE OS TEOREMAS


Os teoremas de Norton e Thévenin podem se relacionar pela aplicação da transformação de
fontes. Sendo assim, tem-se a seguinte relação:

VT h
IN =
RT h

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Vale destacar que para encontrar o equivalente de Thévenin e Norton é necessário:

Encontrar a tensão de circuito aberto nos terminais em análise (VT h ) .


Encontrar a corrente de curto-circuito nos terminais em análise (IN ).


Encontrar a resistência vista dos terminais em análise ao desativar as fontes independentes
(Rth = RN ) .

Pelo cálculo de dois dos três tópicos citados, sendo escolhidos os que se encontrarem mais
acessíveis, é possível encontrar o terceiro pela relação de transformação.

TEORIA NA PRÁTICA
Uma fonte, em geral, é modelada por um equivalente de Norton ou Thévenin. Considere uma
fonte, cuja tensão seja 10V, a ser conectada a uma carga de 1W. Ao retirar a carga, a tensão
sobe para 10,5V. Calcule a resistência interna da fonte.

Dica: Substituir a fonte pelo equivalente de Thévenin.

RESOLUÇÃO
A resposta correta é: 5Ω.
MODELAGEM DE FONTE POR EQUIVALENTE DE
THÉVENIN

MÃO NA MASSA

VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apresentamos os princípios básicos dos circuitos elétricos, bem como as implementações e as
técnicas de solução e de simplificação deles.

No módulo 1, pontuamos os aspectos básicos, os componentes e as unidades utilizadas para


representação. No módulo 2, apresentamos as técnicas nodais e a análise de malha como
formas de solucionar os circuitos. Por fim, nos módulos 3 e 4, vimos os métodos de Norton,
Thévenin e da superposição.
 PODCAST

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2013.

BOYLESTAD, R. L. Introdução à análise de circuitos elétricos. 10. ed. Londres: Pearson,


2004.

JOHNSON, D. E.; HILBURN, J. L.; JOHNSON, J. R. Fundamentos de análise de circuitos


elétricos. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1993.

MARKUS, O. Circuitos elétricos: corrente contínua e corrente alternada − Teoria e exercícios.


São José dos Campos: Editora Érica, 2009.

CONTEUDISTA
Isabela Oliveira Guimarães

 CURRÍCULO LATTES

Você também pode gostar