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A caracterização e a modelagem dos elementos reativos que compõem os circuitos, desde a representação do
componente, a análise do funcionamento dos mesmos, bem como as principais técnicas para simplificação
durante a avaliação.
PROPÓSITO
Compreender as características e funcionalidades dos elementos passivos de um circuito elétrico, uma vez que
estes estão presentes em diversos equipamentos elétricos, eletrônicos e mecatrônicos.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o estudo, tenha em mãos uma calculadora para executar os cálculos dos exercícios propostos.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INDUTORES E CAPACITORES
MÓDULO 1
ELEMENTO INDUTOR
INDUTORES
Os circuitos elétricos são compostos por diversos elementos, fontes, resistores e outros.
O indutor é um elemento passivo, cuja função principal, responsável por sua característica comportamental,
é armazenar energia na forma de campo magnético. Esses componentes podem ser utilizados em diversas
áreas, tanto em sistemas de potência quanto em eletrônica. Usualmente os indutores são encontrados em fontes
de tensão, nos transformadores e em motores elétricos.
EXEMPLO
Um condutor de corrente pode ser considerado um indutor por apresentar propriedades indutivas.
A construção de um indutor é feita, em geral, utilizando-se diversas espiras enroladas de material condutor (a
exemplo do cobre) na forma de uma bobina. Esse aspecto construtivo confere a potencialização do efeito
indutivo.
Imagem: Shutterstock.com
Indutor toroidal
VOCÊ SABIA
É possível descrever um indutor como uma bobina composta por um fio condutor.
Quando uma corrente elétrica percorre esse elemento, pode-se observar que há uma proporção entre a variação
dessa corrente elétrica e a tensão sobre o componente. É possível descrever matematicamente esse
comportamento pela Equação 1 seguinte:
di
v = L
dt
(1)
Na qual:
é a indutância, que descreve a proporcionalidade entre a tensão e a variação da corrente. Esse valor é
medido em Henry (H).
É importante destacar alguns dados:
A tensão em um indutor é nula, quando não há variação de corrente no tempo, ou seja, em casos em que a
corrente é contínua. Isso equivale a um curto-circuito.
A indutância é uma propriedade característica do indutor e, a partir desta, o indutor se opõe a variação do fluxo
de corrente que o atravessa.
Um indutor se opõe à passagem de corrente; dessa forma, este valor não pode mudar de forma instantânea.
A indutância é uma característica do componente que varia com as dimensões físicas do indutor, isto é, de
acordo com os aspectos construtivos. Essa variação pode ser representada pela Equação 2:
2
N μA
L =
l
(2)
Na qual:
é o número de espiras;
é a permeabilidade do material
é o comprimento da bobina.
Analisando a Equação 2, notamos que, para obter uma elevada indutância, podemos fazer as seguintes
alterações:
Reduzir o comprimento.
ATENÇÃO
Essa equação é válida somente para indutores com formato solenoide. Para as demais geometrias é necessário
avaliar matematicamente usando técnicas e cálculos que envolvem as teorias do eletromagnetismo.
SAIBA MAIS
O mercado oferece diversos tipos (modelos e tamanhos) de indutor e dos mais variados valores; os mais comuns
na faixa de µH até poucos H, podendo ter valores fixos ou variáveis. Quanto ao aspecto construtivo do núcleo, os
materiais mais comuns são plásticos, ferro, aço ou ar.
A representação gráfica de um indutor é feita através do símbolo na figura abaixo, podendo haver algumas
variações nesta representação de acordo com o tipo de material que compõe o núcleo do indutor (ar, ferro,
plastico, etc.).
SAIBA MAIS
t
1
i = ∫ v (t) dt + i(t0 )
L
t0
(3)
Na qual:
i(t0 )
−∞
até
t0
.
CÁLCULO DA POTÊNCIA
O indutor é caracterizado por armazenar energia em seu campo magnético. Assim, é possível e desejável que
esse valor referente à energia seja calculado. Sabe-se que a equação que expressa a potência em um
componente parte da relação entre tensão e corrente, que é representada a seguir:
p = vi
(4)
Substituindo o valor de tensão (v) pelo valor da tensão calculada para o indutor, obtém-se a Equação 5:
di
p = (L )i
dt
(5)
ENERGIA ARMAZENADA
Como o intuito é o cálculo da energia armazenada, é necessário integrar a potência encontrada anteriormente,
variando-a temporalmente. Tem-se, portanto, a seguinte análise:
w = ∫ p (t) dt
−∞
(6)
t
di
w = ∫ (L ) i dt
−∞
dt
(7)
t t
di
w = ∫ (L ) i dt = L ∫ (di)i
dt
−∞ −∞
(8)
t 2 2
Li (t) Li (−∞)
w = L∫ (di) i = −
−∞
2 2
(9)
Na qual:
i (−∞) = 0
2
Li
w =
2
(10)
COMENTÁRIO
Para fins deste estudo, estaremos considerando os indutores como ideais, o que implica desconsiderar as
eventuais perdas de energia a partir do Efeito Joule.
ATENÇÃO
ASSOCIAÇÃO DE INDUTORES
Para trabalhar de forma adequada com o indutor, é preciso entender como executar as associações “em série” e
“em paralelo”. De acordo com a configuração do circuito, o ideal é encontrar um valor de indutância que
represente o equivalente dos indutores presentes, o que possibilita a simplificação do circuito tornando mais fácil
a análise da composição final. Dessa forma, temos duas possibilidades para avaliar as disposições dos
componentes, em série e em paralelo.
INDUTORES EM SÉRIE
Como exemplo, considere um circuito com diversos indutores conectados em série, como mostra a imagem ao
lado. Cada indutor possui um valor de tensão que, pela lei de Kirchhoff das Tensões (LKT), pode ser descrito pela
equação 11:
v − v2 − v3 − … vN = 0
(11)
A tensão no indutor pode ser substituída pela equação apresentada anteriormente, guiando o seguinte modelo:
di di di di
v = L1 + L2 + L3 + … + LN
dt dt dt dt
(12)
di
v = (L1 + L2 + L3 + … + LN )
dt
(13)
Leq = (L1 + L2 + L3 + … + LN )
(14)
Na qual:
Leq
INDUTORES EM PARALELO
Considerando agora o circuito apresentado na imagem ao lado, cujos indutores são conectados em paralelo,
deve-se aplicar a Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC) para a análise. Dessa forma, tem-se a seguinte equação
para o nó:
i − i1 − i2 − … iN = 0
(15)
t
1
i = ∫ vdt + i(t0 )0
L
t0
(16)
Como em um sistema paralelo, a tensão em um nó é igual para todos os ramos conectados a ele, enquanto as
correntes se diferem. Podemos reescrever a equação da seguinte forma:
t t t t
1 1 1 1
i = ∫ vdt + i1 (t0 ) + ∫ vdt + i2 (t0 ) + ∫ vdt + i3 (t0 ) + … + ∫ vdt + iN (t0 )
L1 t0
L2 t0
L3 t0
LN t0
(17)
t
1 1 1 1
i = ( + + + … + )∫ vdt + i1 (t0 ) +i2 (t0 ) + i3 (t0 ) + … + iN (t0 )
L1 L2 L3 LN
t0
(18)
Na qual é possível visualizar o valor equivalente da indutância por meio da equação a seguir:
1 1 1 1 1
= ( + + + … + )
Leq L1 L2 L3 LN
(19)
i1 (t0 )
ATENÇÃO
A associação entre indutores é realizada da mesma forma que a associação entre resistores. Isto é valido tanto
para associações em série quanto em paralelo.
EXEMPLO COMENTADO
Apresentamos, a seguir, um exercício comentado no intuito de aplicar as equações propostas neste módulo.
−t
i (t) = 5te A
SOLUÇÃO
di
v = L
dt
−t
d(5te )
v = (0, 2)
dt
Sendo:
−t −t
v = (0, 2) [(5) e − 5te ] V
−t −t
v = (e − te ) V
−t
v = e (1 − t) V
A energia armazenada no indutor, por sua vez, é dada pela seguinte equação:
2
Li
w =
2
−t 2
(0, 2)(5te )
w =
2
2 −2t
0, 2(25t e )
w =
2
2 −2t
w = 2, 5t e J
Os indutores têm aplicação em diversas áreas. Por essa razão, existem variedades quanto à geometria e seus
aspectos construtivos para atender cenários particulares.
EXEMPLO
Há também diversos materiais aplicados ao núcleo no intuito de variar a indutância, como veremos a seguir:
Imagem: Shutterstock.com
São utilizados em cenários onde a elevada indutância é requerida, como por exemplo, nos circuitos integrados
(os mesmos utilizados na construção de chips de computador). O material ferromagnético é caracterizado pela
capacidade de concentrar as linhas de fluxo.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
INDUTOR DE NÚCLEO DE AR
Tem o ar como composição do núcleo, ou seja, não há utilização de nenhum outro material. Neste caso, a
indutância é baixa, contudo, a ausência de um material na composição do núcleo faz com que as perdas não
ocorram. São componentes utilizados em alta frequência, como emissores e receptores.
Imagem: Shutterstock.com
INDUTOR TOROIDAL
Utiliza a ferrite como material que compõe o núcleo, conforme o tipo anterior. Porém possui formato de rosca,
fazendo com que a circulação do fluxo se dê em um caminho fechado. A vantagem promovida por este
componente reside na redução das perdas e no aumento no valor da indutância. Este componente é utilizado em
placas integradas de computadores.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) 30H
C) 27,5H
D) 30,5H
E) 37,5H
−10t
i(t)= 4(2 − e ) mA
i2 (0)= 1 mA
B) 5mA e 15H
C) 10mA e 10H
D) 10mA e 5H
E) 10mA e 15H
GABARITO
Leq = (L + L2 + L3 + … + LN )
1
Logo:
Leq = 10 + 10 + 10 = 30H )
1 1 1 1 1
=( + + + … + )
Leq L1 L2 L3 LN
Sendo:
10×30
Leq = = 7, 5H
10+30
Então:
Leq = 10 + 10 + 7, 5 = 27, 5H
i2 (0)= 1 mA
Para o instante
t = 0
−10*0
i(0)= 4(2 − e )m = 4 mA
i = i1 + i2
i1 (0)= i(0)−i2 (0)
Paralelo:
10×10
Leq = = 5H
10+10
Série:
Leq = 10 + 5 = 15H
MÓDULO 2
ELEMENTO CAPACITOR
CAPACITORES
Tal como os indutores, os capacitores são componentes passivos capazes de armazenar energia sob a forma de
campo elétrico. São constituídos de duas superfícies condutoras que são separadas por um material não
condutor (isolante) ou dielétrico (dessa forma não há contato entre os terminais).
EXEMPLO
A superfície condutora pode ser de diversos materiais como, alumínio, cerâmica, tântalo, poliéster etc. O que
também se aplica ao dielétrico, onde podem ser encontrados elementos como ar, papel etc.
O funcionamento do capacitor se dá quando ele é conectado a uma fonte de tensão. Neste momento, as
superfícies condutoras recebem cargas positivas e negativas tornando-se polarizadas.
O capacitor armazena a carga depositada, que é proporcional à tensão da fonte, modelada pela equação:
q = Cv
(1)
Na qual:
Ou, ainda, a capacitância é descrita pela razão entre a quantidade de carga encontrada nas placas e a tensão
aplicada:
q
C =
v
(2)
É importante ressaltar que a capacitância, bem como a indutância, depende da geometria do material. E, para
um capacitor de placas paralelas, esta pode ser descrita pela equação:
εA
C =
d
(3)
Na qual:
Quanto à parte comercial, os valores referentes aos capacitores podem variar de pF (picofarads) à µF
(microfarads), caracterizados pela composição do material construtivo do dielétrico. Podem ainda ser de valores
fixos ou variáveis, como ocorre com indutores e resistores. São encontrados como mostra a imagem abaixo:
Fonte: Shutterstock.com
Representação de um capacitor comercial
ATENÇÃO
v , i > 0
: o capacitor está em carregamento.
v , i < 0
RELAÇÃO CORRENTE-TENSÃO
Como visto na equação
q
C =
V
, é possível descrever a quantidade de carga armazenada pelo capacitor relacionando a capacitância e a tensão
aplicada. Sabe-se que a corrente elétrica pode ser representada pela variação de cargas que atravessa o
condutor em determinado instante de tempo, Equação 4:
dq
i =
dt
(4)
Relacionando as Equações 2 e 4, e derivando a equação dos dois lados, é possível obter a Equação 5, que
representa a corrente que circula pelo capacitor. Esta é válida para componentes lineares. Quando este possui
características não lineares, não é possível descrever corrente e tensão por uma reta.
dv
i = C
dt
(5)
Integrando a Equação 5, é possível obter a tensão em um capacitor, que é descrita pela Equação 6 apresentada
a seguir:
t
1
v (t) = ∫ i (t) dt
C
−∞
(6)
Ou, ainda, pode-se descrever a tensão pela Equação 7, onde se observa que a tensão depende da variação da
corrente no tempo, destacando assim a propriedade conhecida como memória do elemento.
t
1
v (t) = ∫ i (t) dt
C
−∞
(7)
Em que
v(t0 )
descreve a tensão inicial no elemento, que pode ainda ser representada pela Equação 8.
q(t0 )
v(t0 ) =
C
(8)
Não havendo variação de tensão com o tempo, a corrente no capacitor é nula. Isso se aplica em tensões
contínuas. Assim, para um circuito CC, o capacitor se comporta como um circuito aberto, não havendo circulação
de corrente. Porém, a conexão de uma fonte nos terminais desse componente faz com que ele se carregue.
A tensão no capacitor deve ser contínua, isto é, não pode mudar de forma abrupta, como ocorre com a corrente
que circula pelo indutor. Assim, o capacitor tem a característica de resistir à mudança de tensão nos terminais.
Essa alteração faz com que seja necessária uma corrente muito elevada (infinita), tornando-se impraticável.
A energia armazenada no capacitor circula no circuito, ou seja, inicialmente o componente armazena energia e
esta é liberada sob a forma de potência para o circuito, sem que haja dissipação, considerando capacitores
ideais. Na prática, há um componente resistivo conhecido por resistência de fuga.
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES
Assim como os demais componentes aqui tratados, os capacitores podem ser associados para que haja redução
do circuito durante a análise. Esta associação ocorre de duas formas, em série ou em paralelo, proporcionando
encontrar um capacitor equivalente que represente a junção dos demais.
CAPACITORES EM SÉRIE
Para analisar uma associação de capacitores conectados em série, considere o circuito apresentado na imagem.
Como vimos, em um circuito em série a corrente circulante é igual em todos os componentes, contudo a tensão
se distingue.
Imagem: ALEXANDER; SADIKU, 2013, adaptada por Liandro Ribeiro
Capacitores conectados em série
Para avaliar o valor equivalente da capacitância, aplica-se a LKC, e partindo desta obtém-se a seguinte equação:
v − v1 + v2 + v3 + … + vN = 0
(9)
Pela integração do valor da corrente que circula no capacitor, é possível obter a tensão sobre ele, como mostra a
equação. Assim, ao substituir esse valor na Equação 9 anterior, resulta o seguinte modelo na Equação 10:
t t t t
1 1 1 1
v = ∫ i(t)dt + v1 (t0 ) + ∫ i(t)dt + v2 (t0 ) + ∫ i(t)dt + v3 (t0 ) + … + ∫ i(t)dt + vN (t0 )
C1 t0
C2 t0
C3 t0
CN t0
(10)
t
1 1 1 1
v = ( + + + … + )∫ i (t) dt + v1 (t0 ) + v2 (t0 ) + v3 (t0 ) + … vN (t0 )
C1 C2 C3 CN
t0
(11)
1 1 1 1 1
= + + + … +
Ceq C1 C2 C3 CN
(12)
Na qual:
Ceq
é a capacitância equivalente;
v1 (t0 ) + v2 (t0 ) + v3 (t0 ) + … vN (t0 )
CAPACITOR EM PARALELO
Para analisar uma associação de capacitores conectados em paralelo, considere a seguinte imagem.
Partindo do circuito apresentado, aplica-se a LKC. Sabe-se que, em um circuito paralelo, as tensões em um nó
são iguais para os ramos conectados a ele. As correntes, no entanto, diferem. Assim, é possível obter a seguinte
equação:
i − i1 + i2 + i3 + … + iN = 0
(13)
Conhecendo a equação que descreve a corrente que circula pelo capacitor e substituindo-a na equação acima,
obtém-se a relação apresentada pela equação a seguir:
dv dv dv dv
i = C1 + C2 + C3 + … + CN
dt dt dt dt
(14)
Em que, após o rearranjo da expressão, são obtidas a Equação 15 e a simplificação apresentada pela Equação
16:
dv
i = (C1 + C2 + C3 + … + CN )
dt
(15)
Ceq = (C1 + C2 + C3 + … + CN )
(16)
Na qual:
Ceq
ATENÇÃO
A associação das capacitâncias em série se dá da mesma forma que a associação das indutâncias e resistências
em paralelo. De forma análoga, as capacitâncias em paralelo são obtidas por meio da soma dos valores
individuais, como ocorre nas associações em série para indutores e resistores.
POTÊNCIA E ENERGIA
Para calcular a potência instantânea em um capacitor, inicia-se pela relação básica entre a tensão e a corrente
medidas em um elemento, como mostra a equação a seguir:
p = vi
(17)
Substituindo o valor de corrente pela Equação 5, referente à corrente que circula em um capacitor, obtém-se a
potência liberada para ele, apresentada pela próxima equação:
dv
p = C
dt
(18)
w = ∫ p (t) dt
−∞
Onde, ao substituir a variável ‘p’ pela expressão de potência encontrada, são obtidas as Equações 19 e 20:
t v(t)
dv
w = C ∫ v dt = C ∫ vdv
dt
−∞ v(−∞)
(19)
1 v(t)
2
w = C v |
v(−∞)
2
(20)
Em
v(−∞)
, o capacitor está descarregado; dessa forma, a energia armazenada pode ser representada como segue:
1
2
w = C v
2
(21)
Essa energia é armazenada do campo elétrico que existe entre as superfícies condutoras do capacitor.
Como o capacitor não é capaz de dissipar energia como ocorre com resistor, essa energia circula no circuito,
podendo ser recuperada. Em capacitores reais, é possível observar que uma componente resistiva, ainda que
baixa, promove dissipação.
EXEMPLOS COMENTADOS
a) Determinar carga armazenada, considerando que há uma fonte de 20 V entre seus terminais.
SOLUÇÃO
Utilizar a seguinte equação:
q
C =
v
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
q = Cv
−12
q = 4 ∗ 10 ∗ 20 = 80pF
SOLUÇÃO
Para determinar a energia armazenada, tem-se a seguinte equação:
1
2
w = C v
2
1 −12 2
w = (4 ∗ 10 )(20 ) = 800 pJ
2
2. Considere um capacitor de 4µF, cuja tensão em seus terminais é dada pela seguinte expressão:
SOLUÇÃO
Por definição, a corrente que circula pelo capacitor é dada por:
dv
i (t) = C
dt
dv
−6
i (t) = C = (4 ∗ 10 )(5)(−sen (6000t))(6000)
dt
i (t) = −0, 12sen (6000t) A
SOLUÇÃO
Para avaliar esse problema, é necessário dividi-lo em suas partes:
Associação em paralelo
Associação em série
A associação em paralelo é composta dos capacitores C3 e C4. Por definição, esta pode ser solucionada da
seguinte forma:
Ceq = (C + C2 + C3 + … + CN )
1
Ceq = (C + C4 ) = C5
3
Este resultante encontra-se em paralelo com C1 e C2 que, por definição, pode ser dado pela seguinte
associação:
1 1 1 1 1
= + + + … +
Ceq C1 C2 C3 CN
Assim, tem-se:
1
Ceq =
1 1 1
+ +
C1 C2 C5
C1 = 20mF
C2 = 30mF
C3 = 40mF
C4 = 20mF
SOLUÇÃO
Utilizando das equações já encontradas, sabe-se que a capacitância C5, que representa o equivalente série, é
dada por:
Ceq = (C + C4 ) = C5 = 60mF
3
Por sua vez, esse valor é associado em série com as demais, onde tem-se:
1
Ceq =
1 1 1
+ +
C1 C2 C5
Assim:
1
Ceq = m = 10mF
1 1 1
+ +
60 30 20
b) Considere que a fonte “v” é de 20V, calcule a carga total desse circuito:
SOLUÇÃO
Sabe-se que:
q = Cv
q = (10m) (20) = 0, 2C
CAPACITOR ELETROLÍTICO
Caracterizado por apresentar um dielétrico, ou isolante, de pequena espessura — isto ao ser comparado aos
demais modelos. É formado por duas folhas de alumínio, que são separadas por uma camada de óxido de
alumínio. É importante ressaltar que este componente possui polaridade, isso significa que há uma forma
adequada de instalá-lo em um circuito. Para identificar, basta que localize o terminal maior (o positivo). Em
muitos casos, pode ser observada uma identificação de terminais referenciando os dois polos. A aplicação do
capacitor eletrolítico pode ser feita em fontes de tensão, por exemplo, com o intuito de manter a tensão estável e
filtrando possíveis ruídos.
ATENÇÃO
Se este capacitor for polarizado de forma incorreta, isto é, utilizado de maneira inversa, ele entra em curto-
circuito, o que pode ser um problema, uma vez que tende a ocorrer uma explosão (modelos mais antigos) e
liberar gases.
CAPACITOR DE TÂNTALO
É um modelo a ser utilizado na substituição do eletrolítico (já apresentado) quando for desejável a redução do
circuito. A composição do isolante é feita por óxido de tântalo, que se caracteriza por apresentar uma vida útil
mais longa que os eletrolíticos. Esses capacitores estão substituindo os de alumínio em todos os tipos de
circuitos em razão de seu baixo volume.
ATENÇÃO
O capacitor de tântalo requer polarização correta, pois se for utilizado de maneira inversa pode explodir. Em
muitos casos, a polarização é indicada no próprio capacitor, no intuito de evitar acidentes (o terminal positivo é o
maior).
CAPACITOR DE POLIÉSTER
Formado por camadas de poliéster e alumínio, a quantidade de folhas e suas espessuras se tornam
responsáveis por definir a capacitância do capacitor. É um modelo compacto e caracterizado por ser capaz de
autorregeneração. Por exemplo, em situações em que há danos entre as camadas do poliéster, geradas por
sobretensão, o material que se encontra sobre a folha é capaz de evaporar e evitar o curto-circuito.
CAPACITOR CERÂMICO
Este modelo é um dos mais largamente utilizados. Seu aspecto construtivo se dá por um disco de cerâmica,
compondo a parte isolante, e por duas fitas metálicas encontradas nas faces (uma em cada lado). O capacitor
cerâmico não é capaz de armazenar grandes quantidades de carga. Em geral, sua aplicação é feita nos circuitos
de alta frequência e corrente contínua, como por exemplo em televisões, rádios, flashes de câmeras, roteadores
e demais eletrônicos.
CAPACITOR DE MICA
O aspecto construtivo deste capacitor é dado pela aplicação da mica como dielétrico e o uso de placas de prata
que envolvem o dielétrico. É um componente considerado estável e não apresenta elevados valores de perda de
carga. Suas aplicações englobam circuitos osciladores e circuitos ressonantes.
ATENÇÃO
Os capacitores de mica podem ou não possuir terminais. Em alguns casos, estes são soldados na própria placa
do circuito promovendo boa dissipação de calor.
CAPACITOR SMD
O material que compõe o dielétrico deste modelo de capacitor pode variar (por exemplo, cerâmica, tântalo). São
componentes pequenos e por isso suas aplicações são voltadas para equipamentos eletrônicos de uma forma
geral e para circuitos de robótica.
CAPACITOR VARIÁVEL
É composto por placas que podem ser de alumínio ou latão. Geralmente, o material isolante é composto de ar. O
valor dos capacitores do tipo variável pode alterar e por isso eles são aplicados em circuitos que requerem
sintonização, como os circuitos de rádio.
ATENÇÃO
QUIZ
A) Capacitores são dispositivos passivos e armazenam energia devido, exclusivamente, ao campo magnético
aplicado sobre suas placas.
B) A capacitância é uma grandeza que mede a quantidade de carga que o capacitor pode armazenar em suas
placas. Mantendo-se os outros parâmetros constantes, quanto menor a distância entre as placas de um capacitor
maior será a sua capacitância.
C) A capacitância é uma grandeza que mede a quantidade de carga que o capacitor pode armazenar em suas
placas. Mantendo-se os outros parâmetros constantes, quanto menor a distância entre as placas de um capacitor
maior será a sua capacitância.
GABARITO
Vamos agora testar o seu conhecimento sobre capacitores, analisando uma questão adaptada do
concurso da Fundep 2019.
A capacitância é uma grandeza que mede a razão entre as cargas armazenadas e a tensão aplicada nas placas,
podendo ser descrita pela seguinte equação:
C = εA/d
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 16,6
µF
B) 66,6
µF
C) 200
µF
D) 150
µF
E) 300
µF
A) Apenas I e II
B) Apenas I e III
C) Apenas I e IV
D) Apenas I, II e III
GABARITO
1. (Seduc, 2016) O conjunto de capacitores C1 de 100 µF, montados da forma abaixo, terá uma capacidade
total de:
Analisando a figura do exercício, é possível identificar três disposições para associar os elementos:
Capacitores em série, como mostra o esquema a seguir:
Capacitores em paralelo, associação que pode ser feita após associar os capacitores em série.
A associação em série pode ser feita, como já apresentada, obedecendo a seguinte equação:
1 1 1 1 1
= + + + … +
Ceq C1 C2 C3 CN
1 1 1
= +
Ceq 100μ 100μ
Em que:
Ceq = 50 μF
Ressalta-se aqui que são avaliados três circuitos em série, obtendo dessa forma três capacitâncias equivalentes
do mesmo valor.
Logo, ao somar as três capacitâncias encontradas, é possível encontrar o valor final desejado:
Ceq = 50 μ + 50 μ + 50 μ
Ceq = 150 μF
2. (GHC-RS, 2018) Capacitor é um dispositivo elétrico formado por duas placas condutoras de metal
separadas por um material isolante chamado dielétrico. Sobre ele, analise as considerações que se
seguem e escolha a alternativa que contempla as corretas:
O capacitor é um componente caracterizado por armazenar energia no campo elétrico. Antes de ser energizado,
este não possui carga, isto é, antes da conexão de uma fonte que irá polarizá-lo e produzir o armazenamento da
energia. A capacidade do capacitor de armazenar energia é modelada pela capacitância.
MÓDULO 3
COMENTÁRIO
É interessante avaliar os circuitos cuja operação se dá por meio de excitação contínua, ou seja, pela conexão de
fontes cc.
Um circuito composto de elementos passivos, cuja alimentação é contínua, possui a característica de apresentar
os valores de corrente e tensão estáveis após transcorrido o tempo. Após a estabilização do circuito, ou seja, ao
atingir os valores constantes, é dito que ele opera em regime permanente. O tempo necessário para que esse
regime seja alcançado é dado em segundos.
Em regime permanente, o capacitor comporta-se como um circuito aberto (Módulo 2). Isso ocorre porque a
tensão se estabiliza e, não havendo variação de tensão no tempo, a corrente é nula.
Em regime permanente (Módulo 1), o indutor comporta-se como um curto-circuito. A análise é feita como no
capacitor e, não havendo variação da corrente no tempo, a tensão sobre esse elemento é nula.
Dadas essas duas considerações, nota-se que uma análise em regime permanente se trata de avaliar um circuito
resistivo, caso este possua resistores.
PRINCÍPIO DA DUALIDADE
Os indutores e capacitores são considerados elementos duais. Dois circuitos podem ser considerados duais, se
as equações de malha de um deles possuem a mesma forma matemática que modela a equação nodal do outro.
EXEMPLO
Tensão e corrente.
Indutores e capacitores.
di
v = L
dt
dv
i = C
dt
É notável que, ao alterar em uma das equações as variáveis i por v, bem como L por C (ou o oposto), as
equações passam a ser equivalentes. A tabela a seguir representa valores duais para diversas grandezas
elétricas:
Valores Duais
Tensão Corrente
Carga Fluxo
Resistência Condutância
Indutância Capacitância
LKT LKC
Tabela: Grandezas e seus valores duais. Elaborada por Isabela Oliveira Guimarães
FORMA DE ONDA
Em um circuito onde há somente resistores conectados, ao alterar o estado de uma chave, por exemplo,
observa-se apenas a variação entre a presença das variáveis elétricas ou não, provocada pela descontinuidade.
Nos casos em que se observa a presença de elementos passivos, essa análise se distingue.
EXEMPLO
Ao conectar uma fonte em um capacitor passa a existir o carregamento do componente, que ocorre em razão da
polarização das placas. Esse valor aumenta gradativamente até atingir o regime permanente.
A corrente em um indutor não pode mudar de forma instantânea, como se observa na representação
abaixo:
Observa-se uma mudança suave no valor da corrente, representada pela inclinação do gráfico.
Conforme ocorre com a corrente em um indutor, a tensão em um capacitor não pode ser alterada de forma
abrupta. Assim, observa-se o seguinte comportamento para a tensão:
TENSÃO E CORRENTE
TENSÃO NO CAPACITOR
Representa a tensão no capacitor.
Considerando a análise de um circuito capacitivo, em que se avalia o momento de carga até o regime
permanente, sabe-se que no instante inicial a corrente é máxima, enquanto a tensão é nula, o que pode ser
observado nas seguintes curvas:
O capacitor sai do estado inicial e é carregado até alcançar o regime permanente. Em seguida, é possível
observar o processo de descarga. A imagem abaixo representa o processo de transitório do capacitor para as
grandezas de corrente e tensão, em que, a partir do ponto 3, este se encontra em regime permanente.
Para um indutor, o comportamento é um pouco distinto, podendo ser feitas algumas analogias. Observa-se que
neste há existência de corrente, mesmo após o desligamento da fonte que o excita, o que faz desta uma
característica do componente. O comportamento da corrente no indutor é similar à tensão do capacitor. À medida
que o tempo passa, a corrente começa a decair.
Imagem: JOHNSON; HILBURN; JOHNSON, 2000
Transitório do indutor
SAIBA MAIS
A energia se refere ao trabalho necessário para que haja carregamento desses elementos.
Para um capacitor, a energia é armazenada no campo elétrico, dada a diferença de potencial aplicada aos
terminais. Considerando as seguintes equações, que podem ser consultadas também no capítulo referente aos
capacitores, a energia é calculada da seguinte forma:
1
2
w = C v
2
q
C =
v
, tem-se:
1
w = qv
2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Na qual observa-se uma equação de comportamento linear. Assim, a energia pode ser descrita graficamente pela
imagem abaixo:
ATENÇÃO
1
2
w = L i
2
CIRCUITOS SINGULARES
Por definição, as funções singulares são aquelas que apresentam alguma descontinuidade ou que têm derivadas
descontínuas. A função de singularidade serve para representar o comportamento comutativo do circuito. Sendo
assim, em situações em que são observados componentes como chaves, existe uma descontinuidade, sendo
então possível representar as formas de onda de corrente e tensão através da utilização das funções singulares.
ATENÇÃO
FUNÇÃO RAMPA
Pode ser obtida pela integração da função degrau. A imagem abaixo apresenta um caso particular: a função
rampa unitária.
ATENÇÃO
Podemos combinar as funções de maneira a analisar de forma única cada componente do circuito elétrico.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. PARA A FIGURA A SEGUIR, DESCREVA A TENSÃO V(T) UTILIZANDO AS FUNÇÕES
DE SINGULARIDADE:
A)
v (t) = 8u (t − 2) − 8u(t − 5)
B)
v (t) = 8u (t − 5) − 8u(t − 2)
C)
v (t) = 8u (t − 7)
D)
v (t) = 8u (t − 3)
E)
v (t) = 8u (t − 2)
A)
v (t) = 5r (t − 2) − 10u(t − 2)
B)
v (t) = 5r (t) − 5r (t − 2)
C)
D)
E)
GABARITO
Como o degrau se inicia em t=2, há um deslocamento no tempo. Essa função é um degrau, de amplitude 8, que
ativa em 2s e desativa em 5s. Assim, a tensão pode ser descrita pela expressão:
v (t) = 8u (t − 2) − 8u(t − 5)
v (t) = 5r (t) − 5 (t − 2 + 2) u (t − 2)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo deste material teve por objetivo a apresentação dos elementos armazenadores de energia, suas
características básicas e a forma como são utilizados nos circuitos elétricos. Assim, mostramos exemplos de
cálculos e o uso de técnicas de solução e simplificação.
No módulo 1, foram pontuados os aspectos básicos do indutor, a forma de associá-lo, o cálculo de potência e
energia. Na sequência, o módulo 2 tratou dos mesmos aspectos, no entanto, com foco no capacitor. Por fim, no
módulo 3, foram esclarecidas as dualidades entre os dois componentes, as funções usadas para o seu estudo,
todos acompanhados de exemplos de cálculos.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5 ed. São Paulo: McGraw Hill,
2013.
BOYLESTAD, Robert L. Introdução à análise de circuitos. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1998.
EDMINISTER, Joseph A. Circuitos elétricos: reedição da edição clássica. 2. ed. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 1991.
JOHNSON, D. E.; HILBURN, J. L.; JOHNSON, J. R. Fundamentos de análise de circuitos elétricos, 2000.
MARKUS, Otávio. Circuitos elétricos: corrente contínua e corrente alternada. São Paulo: Editora Érica, 2001.
SENAI-SP. Educação continuada: circuitos em corrente alternada. São Paulo, 2002.
CONTEUDISTA
Isabela Oliveira Guimarães
CURRÍCULO LATTES