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PROPÓSITO
Compreender os conceitos fundamentais do princípio da linearidade de circuitos elétricos, necessários para
aplicação do Teorema da Superposição. Analisar outras formas de associação de elementos para além dos
modos em série e paralelo, por meio das ligações em estrela e triângulo, bem como suas transformações
equivalentes.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar este conteúdo, tenha à mão papel, caneta para anotações e, se possível, uma calculadora
científica para facilitar seus cálculos na solução de equações dos circuitos elétricos e transformações
equivalentes para as ligações estrela e triângulo.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km). No entanto, o Inmetro
estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios
técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos
números e das unidades.
MÓDULO 1
INTRODUÇÃO
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Entre os teoremas mais utilizados, pode-se citar o Teorema de Thévenin, o Teorema de Norton e o Teorema da
Superposição, sendo esse o principal tema abordado neste módulo.
É importante destacar que os teoremas de circuitos são válidos apenas para circuitos lineares e, por esse
motivo, deve-se ter muito claro o princípio da linearidade em circuitos elétricos.
PRINCÍPIO DA LINEARIDADE
Imagem: Shutterstock.com
O princípio da linearidade é uma relação matemática de grande impacto em circuitos elétricos em geral,
intimamente relacionada com a proporcionalidade e que pode ser representada graficamente por uma reta.
VOCÊ SABIA
A linearidade é basicamente a propriedade de uma função ser compatível com adição (aditividade) e
escalonamento (homogeneidade), também chamado de superposição.
V = RI
(1)
Quando o valor dessa corrente for aumentado “k vezes”, a tensão sob o resistor terá um aumento de “k vezes”,
ou seja:
KV = KIR
(2)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Uma função matemática representada por uma linha reta que passa pela origem possui a propriedade de
proporcionalidade. Seja como exemplo, a função
f ( x ) = 2x
f ( x ) = y = 2x
Para o valor de
x=2
, tem-se que
f(x) =2×2=4
. Se o valor de
x=4
, tem-se que
f(x) =8
x
(entrada), duplica-se também
f(x)
Já a propriedade de adição (aditividade) diz que a resposta para a soma de entradas diferentes em um circuito
é dada pela soma das respostas a cada uma dessas entradas aplicadas separadamente.
EXEMPLO
A partir da relação entre tensão e corrente no resistor, sua resposta a uma entrada constituída de duas
correntes será obtida pelas respostas individuais a cada uma dessas correntes:
V 1 = I 1R , V 2 = I 2R
Aplicando
i1 + i2
, tem-se:
V = ( I 1 + I 2 ) R = I 1R + I 2R = V 1 + V 2
(3)
f(x)
:
Imagem: Isabela Oliveira Guimarães
Figura 2: Ilustração para uma função linear.
SE AS ENTRADAS
X1
X2
F(X)
, A SAÍDA SERÁ
F ( X1 + X2 )
F ( X1 + X2 ) = F ( X1 ) + F ( X2 )
.
De modo geral, os conceitos de linearidade aplicados aos resistores são também estendidos para os demais
componentes do circuito, os indutores e capacitores. As leis desses componentes são dadas por:
INDUTOR
DI
V=L
DT
(4)
CAPACITOR
DV
I=C
DT
(5)
Inicialmente, as Equações 4 e 5 podem não parecer referentes a funções lineares. No entanto, basta observar a
derivada como a variável independente da função linear:
INDUTOR
A relação no indutor pode ser representada graficamente como uma linha reta em que a derivada
di / dt
é o eixo horizontal e
DI DI
V=F ( ) =L
DT DT
(6)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
CAPACITOR
A relação no capacitor pode ser representada graficamente como uma linha reta em que a derivada
dv / dt
é o eixo horizontal e i como eixo vertical, conforme Figura 4. A inclinação dessa reta é a capacitância C.
DV DV
I=F ( ) =C
DT DT
(7)
ATENÇÃO
O princípio da linearidade não se aplica à potência elétrica. Essa proposição pode ser entendida analisando a
fórmula de potência, expressa pela Equação 8:
V2
P = RI2 =
R
(8)
A Equação 8 demonstra que a relação entre tensão e corrente para potência elétrica é quadrática, portanto, o
Teorema da Superposição, que será demonstrado mais adiante, não se aplica para cálculos de potência.
Veja o circuito linear ilustrado na Figura 5. Os elementos contidos nesse circuito não são importantes, desde
que sejam lineares. A alimentação (entrada) do circuito é feita por uma fonte de tensão e a resposta (saída) é
representada pela corrente no resistor R. Quando a fonte de tensão fornece 10V, a corrente no resistor é de 2A.
Considerando o princípio da linearidade, calcule o valor da corrente no resistor se a fonte de tensão entregar
uma tensão de 10mV ao circuito.
Para:
VS = 10V → IR = 2A
Então:
VS = 10MV → IR = 2MA
Perceba que, em virtude da proporcionalidade, basta fazer uma “regra de três” para obter a solução.
TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO
Imagem: Stock.adobe.com
Esse teorema se aplica a circuitos lineares que contenham fontes independentes ou dependentes, resistores,
indutores e capacitores, que são elementos lineares, conforme descrito anteriormente. A utilização desse
teorema pode, muitas vezes, reduzir a complexidade e facilitar a solução de circuitos elétricos.
SAIBA MAIS
Normalmente, o Teorema da Superposição é aplicado para analisar circuitos que contenham duas ou mais
fontes que não estejam conectadas em série ou paralelo, ou seja, em arranjos diferentes que não permitam
uma associação equivalente direta dessas fontes.
É possível, dessa forma, determinar os efeitos individuais de cada uma dessas fontes e suas contribuições
específicas nas grandezas dos circuitos. Para fontes de diferentes tipos, o resultado final (total) referente às
fontes trata-se da soma algébrica de seus resultados individuais.
O Teorema da Superposição assegura que a corrente elétrica ou a tensão em um elemento de um circuito linear
é dada pela soma algébrica das correntes ou tensões produzidas pela atuação isolada de cada uma das fontes
independentes.
Esse Teorema, portanto, permite que se encontre uma solução para corrente elétrica ou tensão no circuito linear
utilizando apenas uma fonte por vez. Assim, após encontrar as soluções individuais, basta prosseguir com uma
soma algébrica para combinar os resultados e obter a resposta total. É importante destacar que a contribuição
das fontes pode permitir que as correntes elétricas tenham sentidos opostos ou que as tensões possuam
polaridades invertidas, por esse motivo, a contribuição total é a soma algébrica, de modo que o sinal de cada
fonte deve ser considerado.
VOCÊ SABIA
Para aplicar o Teorema da Superposição, é necessário obter as contribuições individuais das fontes do circuito
elétrico, ou seja, é necessário avaliar cada fonte individualmente, enquanto todas as outras restantes devem ser
removidas.
Existem, basicamente, dois tipos de fonte em circuitos que deverão ser removidas, as fontes de tensão e as
fontes de corrente. Para desativá-las, tem-se:
FONTES DE TENSÃO
Para desativar uma fonte de tensão em um circuito elétrico, basta substituí-la por um curto-circuito, ou seja, uma
conexão direta entre seus terminais. Assim, a tensão será zero, que é o mesmo que desativar a fonte. Se
houver resistência interna na fonte, essa deverá ser mantida em série no circuito. A Figura 6 ilustra a remoção
de uma fonte de tensão em parte de um circuito.
FONTES DE CORRENTE
Para desativar uma fonte de corrente em um circuito elétrico basta substituí-la por um circuito aberto, ou seja,
uma conexão aberta entre seus terminais. Assim, a corrente elétrica será zero, que é o mesmo que desativar a
fonte. Se houver resistência interna na fonte, essa deverá ser mantida em paralelo no circuito. A Figura 7 ilustra
a remoção de uma fonte de corrente em parte de um circuito.
Pode-se dizer que o número de circuitos a ser analisado a partir do Teorema da Superposição se refere ao
número de fontes existentes, tendo em vista que o efeito de cada uma será determinado individualmente. A
princípio isso pode parecer uma desvantagem do método de análise, no entanto, a superposição contribui para
reduzir a complexidade de circuitos elétricos pela simples substituição de fontes por curtos-circuitos ou por
circuitos abertos em diferentes situações de análise.
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ETAPA 1
Desativar todas as fontes independentes do circuito elétrico, exceto uma. As fontes de tensão são substituídas
por um curto-circuito e as fontes de corrente por um circuito aberto. As fontes dependentes, ou controladas,
devem ser mantidas no circuito.
ETAPA 2
Repetir a Etapa 1 até que todas as fontes independentes tenham sido consideradas e calculadas suas
contribuições individuais.
ETAPA 3
Determinar a resposta total nos elementos fazendo a soma algébrica das respostas individuais de cada fonte.
As tensões e correntes em cada ramo serão a soma das tensões e correntes das fontes independentes obtidas
individualmente. É importante atentar-se ao sentido das correntes e à polaridade das tensões, conforme já
descrito.
EXEMPLO
Com base no Teorema da Superposição e no princípio da linearidade descritos, calcule a corrente elétrica que
circula por meio do resistor
R2
′
I2
, será:
′ V V 24
I2 = = = = 2A
RT R1 + R2 8+4
Para encontrar a contribuição da fonte de corrente, é necessário desativar a fonte de tensão, ou seja, substituí-
la por um curto-circuito, conforme ilustrado na Figura 10:
R1
R2
′′
I2
, será:
′′ R1 8
I2 = I= 6 = 4A
R1 + R2 8+4
R2
′
I2
′′
I 2
′ ′′
I = I2 + I2 = 2 + 4 = 6A
Este exemplo demonstra que, caso se deseje calcular a corrente elétrica em um circuito, a contribuição para tal
corrente deve ser determinada para cada fonte, conforme Teorema da Superposição. Além disso, quando o
efeito de cada fonte é determinado, correntes de mesmo sentido são adicionadas e correntes de sentido oposto
são subtraídas, de modo a obedecer a soma algébrica dessas grandezas. O resultado obtido é o sentido da
soma maior e o valor absoluto da diferença.
Do mesmo modo, caso se deseje calcular a tensão em um elemento, sua contribuição também deve ser
determinada para cada fonte, conforme o Teorema da Superposição. Além disso, quando o efeito de cada fonte
é determinado, tensões de mesma polaridade são adicionadas, enquanto tensões de polaridades opostas são
subtraídas, de modo a obedecer a soma algébrica dessas grandezas. O resultado obtido tem a polaridade da
soma maior e o valor absoluto da diferença.
ATENÇÃO
Do mesmo modo que demonstrado anteriormente para o princípio da linearidade, o Teorema da Superposição
não pode ser aplicado para calcular a potência elétrica fornecida em um circuito. Sabe-se que a
dissipação de potência nos elementos lineares do circuito como resistores, varia em função do quadrado da
tensão aplicada ou da corrente que está no seu ramo. Portanto, a potência total de cada componente do circuito
não será a soma das potências individuais quando as fontes atuam de forma isolada.
MÃO NA MASSA
B) 8,5A
C) 5,45A
D) 7,25A
E) 4,5A
A) 1A
B) 2A
C) 3A
D) 4A
E) 5A
A) 1,56mA
B) 2,88mA
C) 1,77mA
D) 4,45mA
E) 6,66mA
A) 2,05A
B) 1,08A
C) 3,42A
D) 2,36A
E) 1,56A
A) 0,64A
B) 1,5A
C) 0,56A
D) 1,48A
E) 0,32A
B) 2A
C) 3A
D) 4A
E) 5A
GABARITO
1. Com base no Teorema da Superposição, a corrente elétrica que circula pelo resistor $$R_{2}$$ do
circuito ilustrado na Figura 11 é de:
É possível começar a resolver o circuito calculando a contribuição da fonte de tensão de 32V. Nesse caso, a
fonte de corrente deve ser desligada, ou seja, substituída por um circuito aberto equivalente. O resultado é um
circuito em série cuja corrente será:
$$ I_{2}^{\prime}=\frac{V}{R_{T}}=\frac{V}{R_{1}+R_{2}}=\frac{32}{14+2}=\frac{32}{16}=2 A $$
Para calcular o efeito da fonte de corrente, a fonte de tensão deve ser desligada do circuito, ou seja, substituída
por um curto-circuito equivalente. O resultado é a combinação dos resistores $$R_{1}$$ e $$R_{2}$$ em
paralelo. Assim, a corrente será:
Portanto, a corrente no resistor $$R_{2}$$ é a soma das contribuições das fontes de tensão e de corrente:
$$ I_{2}=I_{2}^{\prime}+I_{2}^{\prime \prime}=2+5,25=7,25 A $$
2. O circuito da Figura 12 ilustra um circuito elétrico alimentado por uma fonte de tensão de 1V.
Considerando os valores dos componentes e o princípio da linearidade, o valor da corrente $$i_{0}$$
quando a fonte de tensão for de 10V é de:
Primeiramente deve-se encontrar o valor da corrente $$i_{0}$$ para a configuração ilustrada no circuito, ou
seja, com os parâmetros já conhecidos de resistores e da fonte de tensão igual a 1V:
$$ 8 \|(5+3)=4 \Omega $$
$$ i=\frac{1}{1+4}=\frac{1}{5} A $$
$$ i_{0}=\frac{1}{2} i=\frac{1}{10}=0,1 A $$
Considerando que a fonte seja de 10V (e que os resistores mantenham os mesmos valores), tem-se:
$$ i=2 A $$
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Utilizando o Teorema da Superposição, primeiro será considerado o efeito da fonte de corrente de 4mA no
resistor de $$12 K \Omega$$. Deve-se aplicar a regra de divisão de corrente, ou seja:
Tendo em vista que as correntes elétricas referentes às duas fontes têm o mesmo sentido através de
$$R_{2}$$, a corrente total nesse resistor será a soma das duas, aproximadamente:
4. Ao aplicar o Teorema da Superposição no circuito ilustrado na Figura 14, a corrente elétrica que
circula pelo resistor de $$12 \Omega$$ é de:
SOLUÇÃO
5. Para o circuito ilustrado na Figura 15, a corrente $$I_{0}$$ é de $$0,16 A$$ quando a fonte de tensão
$$v_{s}$$ vale 12V. Se a fonte $$v_{s}$$ for substituída por uma fonte de $$24 V$$, o valor da corrente
$$I_{0}$$ será de, aproximadamente:
Imagem: Isabela Oliveira Guimarães
Figura 15: Mão na massa - Exercício 5.
A solução do problema pode ser encontrada utilizando a Lei de Kirchhoff das tensões (LKT) aplicada às duas
malhas do circuito e atribuindo o valor de 24V à fonte de tensão vs. No entanto, como já foi fornecida a corrente
$$I_{0}$$ quando a fonte vale 12V, é possível aplicar o princípio da linearidade para encontrar a nova corrente.
Quando $$v_s=12V$$:
$$ I_{0}=0,16 A $$
Para $$v_s=12V$$:
Ou seja, como a fonte de tensão dobrou de valor e o circuito é linear, a corrente elétrica também deverá ser
dobrada.
6. Supondo inicialmente que a corrente $$I_{0}$$ seja 1A e utilizando o princípio da linearidade, o valor
real para $$I_{0}$$ no circuito ilustrado na Figura 16 é de:
Imagem: Isabela Oliveira Guimarães
Figura 16: Mão na massa - Exercício 6.
$$ I_{1}=\frac{V_{1}}{4}=2 A $$
$$ I_{2}=I_{1}+I_{0}=3 A $$
$$ V_{2}=V_{1}+2 I_{2}=8+6=14 V $$
$$ I_{3}=\frac{V_{2}}{7}=2 A $$
$$ I_{4}=I_{3}+I_{2}=5 A $$
Dessa forma, $$I_{S}=5 A$$. Isso significa que, ao supor $$I_{0}=1 A$$, tem-se $$I_{S}=5 A$$. Assim, o valor
real da corrente da fonte de $$15 A$$ resultará em uma corrente $$I_{0}$$ de $$3 A$$ como valor real.
GABARITO
TEORIA NA PRÁTICA
Utilizando o Teorema da Superposição, determine o valor da corrente i, que circula pelo resistor de
3Ω
RESOLUÇÃO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 10V
B) 8V
C) 12V
D) 6V
E) 14V
B) 1,5A
C) 3,0A
D) 2,0A
E) 2,5A
GABARITO
Como o circuito contém duas fontes, é necessário calcular a contribuição de cada uma delas separadamente na
tensão total do resistor de $$4 \Omega$$. Seja assim:
$$ v=v_{1}+v_{2} $$
Em que $$v_{1}$$ e $$v_{2}$$ são as parcelas de tensão referentes às fontes de 4V e de 4A, respectivamente.
Para obter $$v_{2}$$ deve-se fazer a fonte de corrente como um circuito aberto. Aplicando a Lei de Kirchhoff
das tensões, tem-se:
$$ i_{3}=\frac{8}{4+8} 4=2,66 A $$
$$ v=1,33+10,66 \approx 12 V $$
2. O circuito elétrico ilustrado na Figura 19 contém duas fontes, uma de tensão de $$15V$$ e uma de
corrente de $$6 A$$. Considerando a contribuição dessas duas fontes, a corrente $$I_{1}$$ que circula
pelo resistor $$\left(R_{1}\right)$$ é de:
A corrente $$I_{1}$$ pode ser encontrada aplicando o Teorema da Superposição. Considerando inicialmente a
contribuição da fonte de tensão, deve-se fazer a fonte de corrente como zero, ou seja, substituí-la por um
circuito aberto. Tem-se um simples circuito composto pela fonte de tensão em série com o resistor $$R_{1}$$:
$$ I_{1}^{\prime}=\frac{V}{R_{1}}=\frac{15}{6}=2,5 A $$
Para calcular a contribuição da fonte de corrente, por sua vez, deve-se fazer a fonte de tensão como zero, ou
seja, substituí-la por um curto-circuito. Como a corrente elétrica sempre toma o caminho de menor resistência,
tem-se que a contribuição dessa fonte em Portanto, a corrente total no resistor $$R_{1}$$ será: será nula:
$$ I_{1}^{\prime \prime}=0 A $$
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
$$ I=I_{1}^{\prime}+I_{1}^{\prime \prime}=2,5+0=2,5 A $$
MÓDULO 2
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A associação de resistores é muito comum em circuitos elétricos, pois nem sempre é possível obter um valor
específico de resistência com apenas um resistor. A associação desses resistores é sempre representada por
um resistor equivalente
( Req )
, elemento fictício, ou seja, que não está, de fato, presente na rede, mas que representa a resistência total
referente aos elementos associados.
O comportamento da associação, ou seja, a forma como as tensões e correntes estão presentes no circuito,
dependem do tipo de ligação dos resistores. As associações básicas são dos tipos:
SÉRIE
PARALELO
MISTA (SÉRIE-PARALELO)
Além disso, os circuitos podem ter uma configuração complexa, em que os elementos não podem ser
considerados associados em série ou em paralelo, como é o caso das configurações em estrela (Y) e triângulo
(∆), que serão abordadas neste módulo.
ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE
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Seja o circuito ilustrado na Figura 20, que representa um circuito com uma fonte de tensão e dois resistores
ligados em série, de modo que apenas a corrente i circula por ambos (uma única corrente de malha).
V1 = IR1 , V2 = IR2
(9)
Aplicando a Lei de Kirchhoff das tensões (LKT) à malha, arbitrando que a corrente circule no sentido horário,
tem-se:
− V + V1 + V2 = 0
(10)
V = V1 + V2 = I ( R 1 + R 2 )
V
I=
R1 + R2
(11)
A Equação 11 pode ser modificada, pois os dois resistores podem ser substituídos por um equivalente:
V = IREQ
Onde,
REQ = R1 + R2
(12)
resistores ligados em série é a soma algébrica dessas resistências individuais desses elementos.
Para
resistores:
REQ = R1 + R2 + ⋯ + RN = ∑ RN
N=1
(13)
ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
Seja o circuito ilustrado na Figura 21, composto por uma fonte de tensão e dois resistores ligados em paralelo,
R1
R2
. Por estarem ligados em paralelo, os dois resistores estão submetidos à mesma tensão.
Imagem: Isabela Oliveira Guimarães
Figura 21: Circuito com dois resistores em paralelo.
V = I 1R 1 = I 2R 2
V V
I1 = I2 =
R1 R2
(14)
Aplicando a Lei de Kirchhoff das correntes (LKC) no nó a, tem-se a corrente total que vem da fonte:
I = I1 + I2
(15)
V V 1 1 V
I= + =V ( + )=
R1 R2 R1 R2 REQ
(16)
Onde
Req
1 1 1 1 R1 + R2
= + → =
REQ R1 R2 REQ R 1R 2
(17)
A resistência equivalente de dois resistores ligados em paralelo é dada pelo produto dessas resistências
dividido pela sua soma.
R 1R 2
REQ =
R1 + R2
(18)
VOCÊ SABIA
Em muitas situações, a configuração dos elementos de um circuito elétrico não se configura como associação
em série e nem como associação em paralelo. Essas situações dificultam, a princípio, a análise do circuito a
partir das leis básicas, como a Lei de Kirchhoff das correntes (LKC) e a Lei de Kirchhoff das tensões (LKT),
aplicadas às análises nodal e de malhas.
Muitos desses circuitos complexos podem ser simplificados a partir de uma conversão em redes equivalentes
de três terminais. As configurações de ligação em estrela (Y) e triângulo (∆) são, frequentemente, responsáveis
por essa dificuldade e que podem ser facilmente convertidas em redes equivalentes. Muitas vezes, essas
ligações são também identificadas por “T” e “pi” (π), respectivamente, ilustradas na Figura 23 e Figura 24:
Portanto, de modo a auxiliar na aplicação das técnicas de análise de circuitos para redes com essas ligações,
serão apresentados, na sequência, os desenvolvimentos das equações necessárias para a conversão de
circuitos em estrela para triângulo e vice-versa.
fixos. Caso se deseje utilizar o circuito na configuração estrela (Y), em vez da configuração em triângulo (∆),
basta aplicar diretamente as equações que serão desenvolvidas na sequência. É importante destacar que
apenas uma das configurações, estrela ou triângulo, podem estar presentes entre os terminais
a
,
R1
R2
R3
em função de
RA
RB
RC
, e vice-versa, de modo a garantir que a resistência entre dois terminais quaisquer da configuração estrela seja
equivalente à resistência entre dois terminais quaisquer da configuração triângulo.
CONVERSÃO TRIÂNGULO – ESTRELA (∆ - Y)
É possível que, em algumas situações, seja mais conveniente analisar um circuito em uma determinada
configuração.
EXEMPLO
Pode ser interessante fazer a conversão de parte de um circuito que esteja ligada em triângulo para seu
equivalente em estrela. Essa mudança é denominada conversão triângulo-estrela. Para fazer essa conversão,
deve-se sobrepor o circuito em estrela ao circuito em triângulo já existente e determinar o valor da resistência
em cada par de nós que seja correspondente à ligação em estrela.
( RA , RB , RC )
em estrela
( R1 , R2 , R3 )
R1 , R2eR3
, em função de
RA , RB
RC
a−c
deve ser a mesma tanto para a ligação triângulo quanto para ligação estrela:
RA − C ( Y ) = RA − C ( Δ )
(19)
(20)
a−b
b−c
RC ( RA + RCB )
RA − B = R1 + R2 =
RC + ( RA + RB )
(21)
RA ( RB + RC )
RB − C = R2 + R3 =
RA + ( RB + RC )
(22)
De modo que:
R AR C − R BR A
R2 − R3 =
RA + RB + RC
(23)
R AR B + R AR C R AR C − R BR A
( R2 + R3 ) − ( R2 − R3 ) = ( )− ( )
RA + RB + RC RA + RB + RC
Logo:
2RBRA
2R3 =
RA + RB + RC
(24)
R3
(ligação em estrela), em função dos resistores
RA
RB
RC
(ligação em triângulo):
R AR B
R3 =
RA + RB + RC
(25)
R1
R2
, tem-se:
R BR C
R1 =
RA + RB + RC
(26)
(27)
É importante observar que não é necessário memorizar as expressões descritas nas Equações 25 a 27. Para
fazer a transformação, basta criar um nó extra
Ou
R CR 3
RA =
R1
(28)
R3 ( R AR B ) / ( R A + R B + R C ) RB
= =
R2 ( R AR C ) / ( R A + R B + R C ) RC
Ou
R CR 3
RB =
R2
(29)
Substituindo
RA
e
RB
( R CR 3 / R 1 ) R C
R2 =
( R CR 3 / R 2 ) + ( R CR 3 / R 1 ) + R C
( R3 / R1 ) RC
=
( R3 / R2 ) + ( R3 / R1 ) + 1
(30)
R CR 3 / R 1
R2 =
( R 1R 2 + R 1R 3 + R 2R 3 ) / ( R 1R 2 )
R 2R 3R C
=
R 1R 2 + R 1R 3 + R 2R 3
Isolando
RC
:
R 1R 2 + R 1R 3 + R 2R 3
RC =
R3
(31)
RA
RB
R1
R2
RA
(ligação estrela):
R 1R 2 + R 1R 3 + R 2R 3
RA =
R1
R 1R 2 + R 1R 3 + R 2R 3
RB =
R2
(32)
( R1 = R2 = R3 )
( RA = RB = RC )
RA = RB = RC
2
R AR B R AR A RA RA
R3 = = = =
RA + RB + RC RA + RB + RC 3RA 3
(33)
(34)
De forma geral, as fórmulas de conversão anteriormente desenvolvidas são, para circuitos equilibrados,
resumidas em:
RΔ
RY = , RΔ = 3RY
3
(35)
EXEMPLO
Converta o circuito ilustrado na Figura 27, ligado em triângulo (ou delta) em seu equivalente em estrela (ou T).
Imagem: Isabela Oliveira Guimarães
Figura 27: Circuito do Exemplo 1.
Com base nas Equações 25, 26 e 27, a conversão do circuito em triângulo para seu equivalente em estrela
consiste em encontrar os valores de
R1
R2
R3
R BR C 20 × 10
R1 = = = 3 , 33Ω
RA + RB + RC 30 + 20 + 10
R AR C 30 × 10
R2 = = = 5Ω
RA + RB + RC 30 + 20 + 10
R AR B 20 × 30
R3 = = = 10Ω
RA + RB + RC 30 + 20 + 10
MÃO NA MASSA
A) $$ 4,5 \Omega $$
B) $$ 1,5 \Omega $$
C) $$ 2,75 \Omega $$
D) $$ 5,5 \Omega $$
E) $$ 2,5 \Omega $$
A) $$ R_{1}=7,5 \Omega, \quad R_{2}=7,5 \Omega \quad \text { e } \quad R_{3}=3 \Omega $$
B) $$ R_{1}=3 \Omega, \quad R_{2}=5 \Omega \quad \text { e } \quad R_{3}=7,5 \Omega $$
C) $$ R_{1}=7,5 \Omega, \quad R_{2}=5 \Omega \quad \text { e } \quad R_{3}=3 \Omega $$
D) $$ R_{1}=3 \Omega, \quad R_{2}=7,5 \Omega \quad \text { e } \quad R_{3}=5 \Omega $$
E) $$ R_{1}=5 \Omega, \quad R_{2}=7,5 \Omega \quad \text { e } \quad R_{3}=3 \Omega $$
A) $$ 16,75 \Omega $$
B) $$ 25,5 \Omega $$
C) $$ 18,75 \Omega $$
D) $$ 23,05 \Omega $$
E) $$ 25 \Omega $$
A) $$ 25 \Omega $$
B) $$ 40 \Omega $$
C) $$ 45 \Omega $$
D) $$ 35 \Omega $$
E) $$ 30 \Omega $$
A) $$ 57,13 \Omega $$
B) $$ 45,15 \Omega $$
C) $$ 60,25 \Omega $$
D) $$ 38,18 \Omega $$
E) $$ 26,14 \Omega $$
GABARITO
1. Considere o circuito da Figura 29, que ilustra uma ligação em triângulo (ou delta ‒ ∆). Após a
conversão em seu circuito equivalente em estrela, os valores das resistências $$R_{1}$$, $$R_{2}$$ e
$$R_{3}$$ valem, respectivamente:
Para converter o circuito em triângulo para seu equivalente em estrela, basta voltar às Equações 25, 26 e 27,
que fornecem diretamente os valores das resistências $$R_{1}$$, $$R_{2}$$ e $$R_{3}$$.
2. A Figura 30 ilustra um circuito cujos elementos estão ligados em ponte. Considere que:
Com base nas Equações 25, 26 e 27, a conversão do segmento destacado na Figura 30 para seu equivalente
em estrela é:
Substituindo o segmento em triângulo pelo seu equivalente em estrela, a resistência total pode ser agora
facilmente encontrada a partir de associações em série e paralelo, e será de:
$$ R_{T}=0,9+\frac{(4+1,8)(2+0,72)}{(4+1,8)+(2+0,72)} $$
$$ R_{T}=0,9+\frac{(5,8)(2,72)}{(5,8)+(2,72)} $$
$$ R_{T}=0,9+1,85 $$
$$ R_{T}=2,75 \Omega $$
3. A conversão do circuito ligado em triângulo (ou delta), ilustrado na Figura 31, para seu equivalente em
estrela fornece como novos valores de resistência:
Imagem: Fundamentos de Circuitos Elétricos. Sadiku, 2013
Figura 31: Mão na massa ‒ Exercício 3.
Com base nas Equações 25, 26 e 27, a conversão do segmento destacado na Figura 31 para seu equivalente
em estrela é:
4. O circuito da Figura 32 apresenta uma associação complexa de resistores. Com base nos conceitos
de ligações em estrela e triângulo, a resistência total equivalente entre os pontos A e B é de:
Imagem: Isabela Oliveira Guimarães
Figura 32: Mão na massa - Exercício 4.
Primeiramente, deve-se transformar os resistores da primeira malha, ligados em triângulo, em seu equivalente
em estrela $$\left(R_{1}, R_{2} e R_{3}\right)$$.
5. Para o circuito da Figura 33, o valor da resistência equivalente vista pela fonte, ou seja, a resistência
total equivalente entre os pontos A e B é de, aproximadamente:
Imagem: Isabela Oliveira Guimarães
Figura 33: Mão na massa - Exercício 5.
SOLUÇÃO
6. A Figura 34 ilustra um circuito em que os resistores estão associados de forma complexa, ou seja,
não podem ser diretamente resumidos a circuitos em série ou em paralelo. Considerando a
possibilidade de conversão entre equivalentes em estrela ou em triângulo, o valor da resistência entre
os terminais AB do circuito é de, aproximadamente:
Imagem: Isabela Oliveira Guimarães
Figura 34: Mão na massa - Exercício 6.
Primeiramente, deve-se aplicar a conversão da ligação em triângulo dos resistores de $$30 \Omega$$, $$15
\Omega$$ e $$10 \Omega$$ para seu equivalente em estrela. De forma semelhante, essa conversão pode ser
aplicada entre os resistores de $$20 \Omega$$, $$25 \Omega$$ e $$30 \Omega$$ sem alterar o resultado.
GABARITO
TEORIA NA PRÁTICA
Os circuitos em ponte são muito importantes nas montagens de equipamentos eletrônicos, como, por exemplo,
para medição de resistência. Uma das montagens mais utilizadas é a chamada Ponte de Wheatstone, para
medição de resistências com elevada precisão, resistores entre
1Ω
1MΩ
. A solução de circuitos em ponte pode ser facilmente encontrada a partir de transformações estrela-triângulo.
Com base nos conceitos dessas transformações, calcule a potência elétrica fornecida à ponte do circuito da
Figura 35.
RESOLUÇÃO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) $$ 2,54 \Omega $$
B) $$ 3,27 \Omega $$
C) $$ 4,65 \Omega $$
D) $$ 3,82 \Omega $$
E) $$ 4,18 \Omega $$
GABARITO
1. Com base nas equações de transformação de circuitos estrela-triângulo, a resistência total do circuito
ilustrado na Figura 36 é de:
Imagem: Isabela Oliveira Guimarães
Figura 36: Atividades - Exercício 1.
A conversão do circuito em triângulo para seu equivalente em estrela permite a análise do circuito equivalente a
partir de associações em série e paralelo. No caso do circuito da Figura 36, como os resistores do triângulo são
iguais, é possível utilizar as equações de conversão para circuitos equilibrados:
$$ R_{Y}=\frac{R_{\Delta}}{3}=\frac{6}{3}=2 \Omega $$
2. A conversão do circuito da Figura 37, ligado em estrela, para seu equivalente em triângulo, fornece
como valores para $$R_{1}$$, $$R_{2}$$ e $$R_{3}$$, respectivamente:
Imagem: Isabela Oliveira Guimarães
Figura 37: Atividades - Exercício 2.
$$ R_{A}=\frac{R_{1} R_{2}+R_{2} R_{3}+R_{3} R_{1}}{R_{1}}=\frac{10 \times 20+20 \times 40+40 \times 10}
{10}=140 \Omega $$
$$ R_{B}=\frac{R_{1} R_{2}+R_{2} R_{3}+R_{3} R_{1}}{R_{2}}=\frac{10 \times 20+20 \times 40+40 \times 10}
{20}=70 \Omega $$
$$ R_{C}=\frac{R_{1} R_{2}+R_{2} R_{3}+R_{3} R_{1}}{R_{3}}=\frac{10 \times 20+20 \times 40+40 \times 10}
{40}=35 \Omega $$
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise de circuitos elétricos é facilmente entendida com a aplicação das leis básicas de circuitos, como a Lei
de Ohm e as Leis de Kirchhoff (das tensões e das correntes). No entanto, para circuitos mais complexos ou que
contenham uma grande quantidade de elementos e fontes de alimentação, apenas o conhecimento dessas leis
pode ser insuficiente para prosseguir com a análise. Dessa forma, teoremas como o da Superposição,
apresentado neste conteúdo, permitem a simplificação dos circuitos.
O Teorema da Superposição apresentado baseia-se no princípio da linearidade dos elementos de circuito e diz
que a corrente elétrica ou a tensão em um elemento de um circuito linear é dada pela soma algébrica das
correntes ou tensões produzidas pela atuação isolada de cada uma das fontes independentes. Dessa forma, o
resultado dessas grandezas pode ser obtido a partir de uma análise individual de cada fonte do circuito,
somadas algebricamente. Por fim, foram apresentadas as equivalências entre as ligações em estrela ou
triângulo, bem como suas equivalentes transformações que permitem simplificar a aplicação das leis básicas
em circuitos cujos elementos não estão ligados em série ou em paralelo.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. Porto Alegre: AMGH, 2013.
BOYLESTAD, R. L.; NASCIMENTO, J. L. do. Introdução à análise de circuitos. São Paulo: Pearson
Education, 2004.
JOHNSON, D. E.; HILBURN, J. L.; JOHNSON, J. R. Fundamentos de análise de circuitos elétricos. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1994.
NILSSON, J. W., RIEDEL, S. A. Circuitos elétricos. São Paulo: Pearson Education, 2008.
EXPLORE+
Para se aprofundar nos tópicos desenvolvidos, leia o seguinte livro:
CRUZ, E. C. A. Eletricidade básica – circuitos em corrente continua. São José dos Campos: Érica, 2014.
CONTEUDISTA
Isabela Oliveira Guimarães