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ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES (Série e Paralela)

OFICINA TEÓRICA

Durante a construção práticas de circuitos elétricos é comum que projetista


necessite de um valor de resistência diferentes dos valores fornecidos pelos resistores
disponíveis comercialmente. Além disso, pode ocorrer também, que o valor da corrente
resultante no circuito seja superior a capacidade de condução dos resistores disponíveis.
Em qualquer dessas situações a solução utilizada constate em fazer associações de
resistores.
Basicamente os resistores podem ser associados em série e paralelo. Há
também a possibilidade de montar um circuito com esses dois tipos, assim, obtêm-se uma
associação mista (será analisado posteriormente).
Conforme foi observado anteriormente, o resistor trata-se de um dispositivo com
dois terminais. Assim, para que seja obtida uma associação em série basta conectar o
“fim” de um resistor com o “início” do outro resistor. Assim, cada resistor terá uma
única conexão com o resistor “vizinho”, veja o exemplo mostrado na Figura 1.
Figura 1 – Associação série de resistores.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).


Quando os resistores são conectados como mostrados na Figura 1 diz-se que estão
conectados em série. Contudo, se os três resistores na Figura 1 fossem ligados ao mesmo
ponto, não haveria conexão em série, veja a Figura 2.
Figura 2 – Circuito com nenhum resistor série.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).


Para a associação série pode-se concluir:
A resistência total ou equivalente de uma associação série é igual a
soma das resistências dos resistores que estão associados.
Req = R1 + R2 + R3 + ... + Rn

Observando a equação acima percebe-se que quanto maior for o número de


resistores associados em série maior será o valor da resistência equivalente. Além disso, o
resistor que apresenta maior resistência é o que mais contribui para o aumento desse valor.
Para a associação mostrada na Figura 1 o valor da resistência equivalente é:

Req = R1 + R2 + R3
Req = 10  + 30  + 100 
Req = 140 

Caso todos os resistores associados em série tenham o mesmo valor de resistência


(na Figura 3) o valor da resistência equivalente é calculado como mostrado:
Req = n  R

Onde :
n = N º de resitores associados
Figura 3 – Associação série com resistores iguais.

Req = n  R
Req = 4  3,3 k 
Req = 13,2 k 

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).

É importante destacar que:


A resistência total ou equivalente de uma associação série não é
afetada pela ordem na qual os resistores são conectados.
Figura 4 – Combinações de associação série com conexão diferente.

Req = R1 + R2 + R3
Req = 30  + 82  + 10 
Req = 122 

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).


Utilizando um ohmímetro é possível medir a resistência equivalente de uma
associação série. Como não há polaridade na associação de resistores série não importa
a ordem de conexão das pontas de prova. Na Figura 5 é apresentado esse procedimento.
Figura 5 – Usando o ohmímetro para determinar a resistência equivalente.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).


Se adicionarmos uma fonte de tensão nas associações mostradas, considerando
que a chave encontra-se fechada, tem-se um circuito em série como pode ser observado
na Figura 6.
Figura 6 – Circuito em série.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).


A maneira com que a fonte é conectada a associação define a direção convencional
do fluxo de corrente. Considerando circuitos em corrente contínua (CC) tem-se:
A direção convencional da corrente é tal que os elétrons deixam o
terminal positivo da fonte e retorna pelo terminal negativo.
Analisando as setas que indicam o movimento da corrente no circuito da Figura 6
é possível perceber uma característica muito importante dos circuitos em série:
Nos circuitos em série a corrente que circula por todo os elementos
associados têm que ser igual.
Observando a Figura 6 é possível observar que todos os elementos necessários
para formar um circuito elétrico estão presentes. Desse modo utilizando a 1ª Lei de Ohm é
possível determinar as grandezas elétricas envolvidas, ou seja:

V
I=
R eq
É importante destacar quem em um circuito em série a fonte não “enxerga” a
conexão individual entre os resistores, mas sim a resistência equivalente, veja a Figura 4.
Figura 7 – Resistência vista pela fonte.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).

Utilizando o circuito da Figura 6 como exemplo pode determinar o valor da corrente:

V 8,4 V
I= →I = = 0,06 A ou 60 mA
Req 140 

Após a determinação da corrente que flui pelo circuito série é possível determinar
a tensão através de cada resistor. É importante observar que:
A direção da corrente é que determina a polaridade da tensão através
de um resistor.
Observe a polaridade da tensão sobre os resistores da Figura 6. Caso a corrente
mude de sentido a tensão nos resistores também irá mudar sua polaridade.
A determina da tensão sobre cada resistor pode ser feita através da 1ª Lei de Ohm,
ou seja:
V1 = I  R1 → V1 = 60  10−3  10 = 0,6 V
V2 = I  R2 → V2 = 60  10−3  30 = 1,8 V
V3 = I  R3 → V3 = 60  10−3  100 = 6 V
Para facilitar a compreensão sobre os circuitos série veja os exemplos mostrados
abaixo:
EXEMPLO 1 - Para o circuito mostrado abaixo determine (a) A resistência equivalente;
(b) A corrente do circuito; (c) A tensão em cada resistor.
Req = R1 + R2 + R3
a) Req = 2  + 1  + 5 
Req = 8 
V 20 V
b) I = →I = → I = 2,5 A
Req 8

V1 = I  R1 → V1 = 2,5  2 = 5 V
c) V2 = I  R2 → V2 = 2,5  1 = 2,5 V
Fonte: (BOYLESTAD, 2012).
V3 = I  R3 → V3 = 2,5  5 = 12,5 V
EXEMPLO 2 - Para o circuito mostrado abaixo determine (a) A resistência equivalente;
(b) A corrente do circuito; (c) A tensão em cada resistor.
Req = R1 + R2 + R3 + R4
a) Req = 7  + 4  + 7  + 7 
Req = 25 
V 50 V
b) I = →I = →I =2 A
Req 25 

V1 = I  R1 → V1 = 2  7 = 14 V
V2 = I  R2 → V2 = 2  4 = 8 V
c)
Fonte: (BOYLESTAD, 2012). V3 = I  R3 → V3 = 2  7 = 14 V
V4 = I  R4 → V4 = 2  7 = 14 V

Para que seja obtida uma associação em paralelo basta conectar o “início” de
um resistor com o “início” do outro resistor, assim como, o “fim” de um resistor com
o “fim” do outro resistor. Desse modo os resistores terão dois pontos de conexão em
comum, veja a Figura 8.
Figura 8 – Associação paralela de resistores.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).


Para a associação paralela pode-se concluir:
O inverso da resistência total ou equivalente de uma associação
paralela é igual à soma dos inversos das resistências associados.
1 1 1 1 1
= + + + ... +
Req R1 R2 R3 Rn

O “inverso da resistência” é uma característica física denominada condutância


(G) que diz respeito a facilidade de um material em conduzir corrente elétrica. Sua unidade
de medida é o siemens (S). Assim pode definir, matematicamente, a condutância como:
1
G=
R
Assim, a condutância equivalente de um circuito em paralelo é igual a soma das
condutâncias de cada resistor associado, veja:
Geq = G1 + G2 + G3 + ... + Gn
De modo geral a resistência equivalente pode ser determinada da seguinte
maneira:

1
Req =
1 1 1 1
+ + + ... +
R1 R2 R3 Rn

Observando a equação acima percebe-se que quanto maior for o número de


resistores associados em paralelo menor será o valor da resistência equivalente. Além
disso, o valor da resistência equivalente SEMPRE será menor que o valor do menor resistor
da associação
Caso todos os resistores associados em paralelo tenham o mesmo valor de
resistência o valor da resistência equivalente é calculado como mostrado:
R
Req =
n
Onde :
n = N º de resitores associados
Figura 9 – Associação paralela com resistores iguais.
R
Req =
n
2
Req =
4
Req = 0,5 
Fonte: (BOYLESTAD, 2012).

É importante destacar que:


A resistência total ou equivalente de uma associação série não é
afetada pela ordem na qual os resistores são conectados.
Figura 10 – Combinações de associação paralela com conexão diferente.
1
Req =
1 1 1 1
+ + +
R1 R2 R3 R4
1
Req =
1 1 1 1 1
+ + + +
6  9  6  72  6 
1
Req =
0,16 S + 0,11 S + 0,16 S + 0,013 S + 0,16 S
1
Req =
0,603 S
Fonte: (BOYLESTAD, 2012). Req = 1,65 
Na maioria das aplicações serão associados poucos resistores em paralelo. Desse
modo, caso sejam associados apenas dois resistores o valor da resistência equivalente
pode ser determinado pela seguinte equação:
R1  R2
Req =
R1 + R2

A resistência equivalente de dois resistores conectados em paralelo é


igual ao produto de seus valores dividido por sua soma.
Utilizando um ohmímetro é possível medir a resistência equivalente de uma
associação paralela. Como não há polaridade na associação de resistores paralela não
importa a ordem de conexão das pontas de prova. Na Figura 11 é apresentado esse
procedimento.
Figura 11 – Usando o ohmímetro para determinar a resistência equivalente.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).


Se adicionarmos uma fonte de tensão nas associações mostradas, considerando
que a chave se encontra fechada, tem-se um circuito em paralelo como pode ser observado
na Figura 12.
Figura 12 – Circuito em paralelo.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).


A maneira com que a fonte é conectada a associação define a tensão aplicada nos
resistores. Assim:
A tensão aplicada sobre os resistores associados em paralelo é
sempre a mesma.
Analisando as setas que indicam o movimento da corrente no circuito da Figura 12
é possível perceber uma característica muito importante dos circuitos em série:
Nos circuitos em paralelo a corrente será dividida entre os resistores
em função de seus respectivos valores. Assim, os resistores que
possuem resistência menor conduziram maior corrente.
Para entender melhor o comportamento da corrente em um circuito paralelo
observe a Figura 13.
Figura 13 – Analogia para circuito em paralelo.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).


No exemplo mostrado na Figura 13 a água representa a corrente elétrica e os canos
Q1 e Q2 os resistores associados em paralelo. Conforme visto anteriormente o cano Q 1
possui resistência menor que Q2, pois possui espessura menor, ou seja, pelo cano Q 1
circulará mais água que pelo cano Q2.
Observando a Figura 12 é possível observar que todos os elementos necessários
para formar um circuito elétrico estão presentes. Desse modo utilizando a 1ª Lei de Ohm é
possível determinar as grandezas elétricas envolvidas, ou seja:

V
I=
R

Utilizando o circuito da Figura 12 como exemplo pode determinar o valor das


correntes:
V 12 V
I1 = →I = = 0,012 A ou 12 mA
R1 1 k
V 12 V
I2 = →I = = 0,004 A ou 4 mA
R2 3 k

Considerando um circuito que possui apenas uma fonte de tensão, a


corrente total do circuito é igual a soma das correntes que circulam
pelos resistores.
IT = I1 + I2 + I3 + ... + In

Considerando o circuito da Figura 12 o valor da corrente total será:


IS = 12  10−3 + 4  10 −3
IS = 16 mA
Para facilitar a compreensão sobre os circuitos paralelos veja os exemplos
mostrados abaixo:
EXEMPLO 3 - Para o circuito mostrado abaixo determine: (a) A condutância equivalente
do circuito; (b) a resistência equivalente do circuito.
1 1 1
Geq = + +
R1 R2 R3
1 1 1
a) Geq = + +
3  6  100 
Geq = 0,33 S + 0,16 S + 0,01 S
Geq = 0,5 S

1
Req =
1 1 1
+ +
R1 R2 R3
1
Req =
1 1 1
+ +
3  6  100 
1
b) Req =
0,33 S + 0,16 S + 0,01 S
Fonte: (BOYLESTAD, 2012). 1
Req =
0,5 S
Req =2

OU
1
Req =
Geq
1
Req =
0,5 S
Req =2

EXEMPLO 2 - Para o circuito mostrado abaixo determine: (a) A resistência equivalente;


(b) A corrente em cada resistor e a corrente total do circuito; (c) A tensão em cada resistor.

R1  R2
Req =
R1 + R2
9   18 
Req =
a) 9  + 18 
162 
Req =
27 
Req =6
Fonte: (BOYLESTAD, 2012).
V 27 V
I1 = →I = =3 A
R1 9
b)
V 27 V
I2 = →I = = 1,5 A
R2 18 

IS = I1 + I2
IS = 3 A + 1,5 A
IS = 4,5 A

V1 = V2 = E
c)
V1 = V2 = 27 V

OFICINA PRÁTICA
1. Para os circuitos mostrados a seguir determine o valor da resistência.

a)

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).

b)

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).

c)

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).

d)

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).


2. Para os circuitos mostrados a seguir determine o valor da resistência.

a)

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).

b)

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).

3. Determine o valor da resistência R1 a partir do valor da resistência equivalente.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).


3. Com base nos dados apresentados na figura abaixo determine o valor da resistência R.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).

INTERATIVIDADE

• Vídeo: “Circuitos CC A9 - Resistência equivalente e associação de


resistências em série”. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=CE-ugECJM1s>;
• Vídeo: “Circuitos CC A10 - Associação de resistências em paralelo”.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=SE-
od8pEooY>.
REFERÊNCIAS

BOYLESTAD, Robert L.. Introdução à análise de circuitos. 12. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2012. 980 p.

MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz. Curso de Física. São Paulo: Scipione, 2010. 3
v.

SAMPAIO, José Luiz; CALÇADA, Caio Sérgio. Universo da física 3: ondulatória,


eletromagnetismo, física moderna. ondulatória, eletromagnetismo, física moderna. 2.
ed. São Paulo: Atual, 2005.

WOLSKI, Belmiro. Eletricidade básica. Curitiba: Base Editorial, 2007. 160 p.

Atenção!
Esse material não foi produzido com fins comerciais!

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