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ERHA-7023 – Matemática Aplicada

2020

I. Resumo do estudo dirigido para a semana de 01/09-05/09


O resumo apresentado foi preparado com base no livro texto adotado na
disciplina: Hughes-Hallett, D. et al. Cálculo e Aplicações, Blücher, São
Paulo, 1999.

Os tópicos apresentados também podem ser encontrados na bibliografia


listada no texto que descreve as instruções gerais sobre a disciplina, ou
também, em qualquer outro livro de cálculo diferencial.

I.1. FUNÇÕES E VARIAÇÃO

I.1.1. Variação

A variação (∆y) de uma quantidade y entre o tempo a e o tempo b é


definida por:

∆y = valor de y no tempo a − valor de y no tempo b. (1)

A taxa média de variação (α) da quantidade y entre os tempos a e b é


definida por:

α = ∆y /∆t, (2)

com

∆t = b – a. (3)

I.1.2. Função

Uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵 é composta de três partes: um conjunto A, chamado


de domínio da função (onde a função é definida), um conjunto B chamado
contradomínio da função (onde a função toma valores) e uma regra, que
permite associar, de modo bem determinado, a cada elemento 𝑥 ∈ 𝐴 um
único elemento 𝑓 𝑥 ∈ 𝐵, chamado o valor que a função assume em x
(Lima, E.L. Curso de Análise. vol.1, IMPA, 2002).
Os elementos do domínio (x) são chamados de variáveis independentes e os
elementos do contradomínio (y) são chamados de variáveis dependentes.

As regras que definem as funções podem ser representadas por tabelas,


gráficos, equações e descrições com textos.

Uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵 pode ser chamada de (Lima, 2002):

(a) injetiva (ou biunívoca) quando dados 𝑥, 𝑦 ∈ 𝐴, 𝑓 𝑥 = 𝑓(𝑦) implioca


que x=y. Ou quando x≠y, em A implica que 𝑓 𝑥 ≠ 𝑓(𝑦) em B;

(b) sobrejetiva quando para todo 𝑦 ∈ 𝐵 existe pelo menos um 𝑥 ∈ 𝐴, tal


que 𝑓 𝑥 = 𝑦;

(c) bijetiva quando é injetiva e sobrejetiva;

(d) crescente se os valores de f(x) crescem quando x cresce;

(e) decrescente se os valores de f(x) decrescem quando x cresce;

(f) de variação limitada; sendo dado 𝑓: [𝑎, 𝑏] → 𝑅, para cada partição


𝑃 = {𝑡0 , … , 𝑡𝑛 } de [a,b], seja 𝑉 𝑓; 𝑃 = 𝑛𝑗=1 |𝑓 𝑡𝑗 − 𝑓 𝑡𝑗 −1 |; quando o
conjunto {𝑉 𝑓; 𝑃 ; 𝑃 = partição de 𝑎, 𝑏 } for limitado.

I.1.3. Funções lineares

Uma função linear tem a forma:

𝑦 = 𝑓 𝑥 = 𝑏 + 𝑚𝑥, (4)

sendo m a inclinação ou taxa de variação de y com relação a x, e b é o


intercepto vertical, ou o valor de y quando x=0.

Fixando-se um dos parâmetros da equação da reta podem ser definidas


famílias de funções lineares. Por exemplo: com b=0 obtêm-se uma família
de retas que passam pela origem; com m=1 obtêm-se uma família de retas
paralelas com inclinação de 45°.

Se duas retas têm inclinações diferentes elas se interceptam num único


ponto. As equações dessas retas são consistentes e independentes.
Duas retas paralelas têm ângulos de inclinação iguais. As equações dessas
retas são inconsistentes e dependentes.

Duas retas que se interceptam em ângulo reto são perpendiculares. As


inclinações são inversas negativas uma da outra e reciprocamente.

I.1.4. Aplicações à Economia

A Economia está preocupada com conceitos que são de natureza


essencialmente quantitativa, por exemplo: preço, custo, imposto de renda,
investimento, renda, lucro; ou seja grande parte da análise econômica é de
natureza matemática. A seguir apresentam-se algumas funções que são
usadas nessas análises:

(a) Função custo

Representada por C(q), relaciona o custo total para produzir uma


quantidade q de algum item. É uma função crescente.

Se C(q) é uma função linear, os custos fixos são representados pelo


intercepto e os custos variáveis são representados pela inclinação.

(b) Função receita

Representada por R(q), relaciona a receita recebida por uma empresa pela
venda de uma quantidade q de algum item.

(c) Função lucro

O lucro é definido como:

𝜋 𝑞 = 𝑅 𝑞 − 𝐶(𝑞). (5)

O ponto crítico para uma empresa é o ponto em que o lucro é nulo e a


receita é igual ao custo.

(d) Custo marginal, receita marginal e lucro marginal

O termo marginal é usado para acentuar a taxa de variação como indicador


de como variam o custo, a receita e o lucro em resposta a uma variação de
uma unidade na variável independente.
(e) Função de depreciação

Valor de algum bem da empresa (por exemplo uma máquina) que com o
passar do tempo perde valor. A fórmula da depreciação estima o valor V(t)
em função do número de anos (t) de uso do bem da empresa. No caso
linear:

𝑉 = 𝑓 𝑡 = 𝑏 − 𝑚𝑡, (4)

com m > 0.

(f) Curvas de oferta e demanda

A curva de oferta para um dado item representa como a quantidade (q) do


item, que produtores estão dispostos a fazer por unidade de tempo, depende
do preço (p), pelo qual o item pode ser vendido.

A curva de demanda representa como a quantidade (q) de um item em


demanda pelos consumidores, por unidade de tempo, depende do preço (p).

O ponto de interseção entre a curva de oferta e a curva de demanda define o


preço de equilíbrio (𝑝∗ ) e a quantidade de equilíbrio (𝑞 ∗ ). Supõe-se que o
mercado naturalmente atingirá este ponto de equilíbrio.

Na seguinte figura esquematizam-se as curvas de oferta (S) e de demanda


(D) aproximadas por retas. O ponto E indicado na figura é o ponto de
equilíbrio com coordenadas 𝑝∗ e 𝑞 ∗ .
O eixo vertical da figura corresponde a uma quantidade nula. A menos que
o preço esteja acima de 𝑝0 os fornecedores não produzem nada. A menos
que o preço esteja abaixo de 𝑝1 os consumidores não comprarão o produto.

O eixo horizontal corresponde ao preço nulo. A quantidade 𝑞1 seria


procurada se fosse doada.

(g) Vínculo orçamentário

Supondo-se que existe um orçamento que limita os gastos de uma empresa,


e que dois itens podem ser produzidos. A equação que relaciona a quantia
gasta com a produção dos dois produtos é chamada de vínculo
orçamentário:

Quantia gasta + Quantia gasta = Recurso (5)


com o item 1 com o item 2 Disponível

I.1.5. Proporcionalidade e funções potência

Proporcionalidade

Se y e x são duas variáveis diretamente proporcionais, elas são ligadas pela


seguinte lei de associação:

y = k x, (6)

sendo k uma constante de proporcionalidade.

Se y e x são duas variáveis inversamente proporcionais, elas são ligadas


pela seguinte lei de associação:

y = k / x, (7)

sendo k uma constante.

Supondo que z seja diretamente proporcional a x e inversamente


proporcional a y, as três variáveis estão ligadas pela seguinte lei de
associação:

z = k x / y. (8)
Função potência

Quando a variável y é diretamente proporcional a uma potência p da


variável x, usando-se a equação (6) resulta:

𝑦 = 𝑘𝑥 𝑝 . (9)

A expressão do lado direito da equação (9) é denominada de função


potência de x.

Limite no infinito

Seja 𝑋 ∁ 𝑅 ilimitado superiormente. Sendo dado 𝑓: 𝑋 → 𝑅 representa-se:

lim𝑥→∞ 𝑓(𝑥) = 𝐿, (10)

quando para um valor arbitrário 𝜀 > 0, pode-se obter A > 0 tal que 𝑓 𝑥 −
𝐿 < 𝜀 sempre que x > A.

I.1.6. Funções exponenciais

Uma função P é chamada de exponencial de t e com bases a se:

𝑃 = 𝑃0 𝑎𝑡 , (11)

sendo 𝑃0 o valor de P quando t = 0.

Se a > 1 existe crescimento exponencial e se 0 < a < 1 existe decaimento


exponencial.

Quando existe crescimento exponencial pode-se representar a equação (11)


por:

𝑃 = 𝑃0 (1 + 𝑟)𝑡 , (12)

sendo r o fator de crescimento.

Quando existe decaimento exponencial pode-se representar a equação (11)


por:

𝑃 = 𝑃0 (1 − 𝑟)𝑡 , (13)

sendo r o fator de decaimento.


A palavra exponencial freqüentemente é usada para explicar crescimento
muito rápido. Na análise do desempenho de algoritmos (Medina, M.,
Fertig, C. Algoritmos e Programação. Novatec, 2006), centrada na
questão de tempo de resposta, procura-se expressar o tempo de execução
por meio de uma função. Existe uma relação direta entre o tempo de
resposta e o volume de dados de entrada. Os algoritmos podem ser
classificados pelo tipo de expressão matemática que define o seu
comportamento. Analisa-se o comportamento assintótico do tempo (t) em
função do tamanho da entrada (n). Os algoritmos polinomiais (𝑡 ∝ 𝑛𝑘 ) são
desejáveis em relação aos algoritmos exponenciais (𝑡 ∝ 𝑎𝑛 ).
Assintoticamente toda função de crescimento exponencial domina toda
função potência. Na seguinte tabela apresentam-se alguns resultados que
permitem realizar comparações entre as funções 2𝑥 e 𝑥 𝑘 , para 2 ≤ k ≤ 1000.
Verifica-se que 2𝑥 > 𝑥 𝑘 , quando 𝑥 < 𝑥1 e 𝑥 > 𝑥2 .
------------------------------
k 𝑥1 𝑥2
---- ------------ ------------
2 2.000000e+00 2.000000e+00
3 1.373469e+00 9.939529e+00
4 1.239628e+00 1.600000e+01
5 1.177279e+00 2.244001e+01
6 1.140880e+00 2.921048e+01
7 1.116950e+00 3.626297e+01
8 1.099997e+00 4.355926e+01
9 1.087350e+00 5.106951e+01
10 1.077550e+00 5.877011e+01
20 1.036578e+00 1.432473e+02
30 1.023940e+00 2.365868e+02
40 1.017793e+00 3.356289e+02
50 1.014159e+00 4.388849e+02
60 1.011757e+00 5.454835e+02
70 1.010052e+00 6.548517e+02
80 1.008779e+00 7.665840e+02
90 1.007792e+00 8.803782e+02
100 1.007004e+00 9.960002e+02
200 1.003484e+00 2.223757e+03
300 1.002319e+00 3.536422e+03
400 1.001737e+00 4.903884e+03
500 1.001389e+00 6.311933e+03
600 1.001157e+00 7.752238e+03
700 1.000992e+00 9.219310e+03
800 1.000868e+00 1.070926e+04
900 1.000771e+00 1.221917e+04
1000 1.000694e+00 1.374681e+04
------------------------------
I.1.7. Crescimento contínuo e o número e

Uma base comumente usada para representar a função exponencial é igual


ao número e = 2.71828 18284 59045 ... = base dos logaritmos naturais.

Funções exponenciais de base e

Para qualquer número a > 0, pode-se escrever 𝑎 = 𝑒 𝑘 para algum valor de


k. Se a > 1 então k > 0; e se 0 < a < 1 então k < 0. Substituindo-se a na
equação (11), resulta:

𝑃 = 𝑃0 𝑒 𝑘𝑡 . (14)

Toda função de crescimento exponencial pode ser representada como:

𝑃 = 𝑃0 𝑎𝑡 ou 𝑃 = 𝑃0 𝑒 𝑘𝑡 . (15)

Toda função de decaimento exponencial pode ser representada como:

𝑄 = 𝑄0 𝑏 𝑡 ou 𝑄 = 𝑄0 𝑒 −𝑘𝑡 . (16)

Aplicações financeiras: juros compostos

Supondo-se que 𝑃0 é a quantia inicial depositada numa conta que paga uma
taxa de juros anual de r e que P é a quantia na conta depois de t anos.

Se os juros são compostos anualmente, então:

𝑃 = 𝑃0 (1 + 𝑟)𝑡 . (17)

Se os juros são compostos continuamente, então:

𝑃 = 𝑃0 𝑒 𝑟𝑡 , (18)

sendo r a taxa de crescimento contínua ou instantânea.

Relações entre taxas de crescimento percentuais contínuas e anuais

Quando a taxa de crescimento contínua é considerada igual a taxa de


crescimento anual, até certo ponto o resultado obtido com a equação (18) é
maior do que o obtido com a equação (17).

Pode-se determinar o valor da taxa de crescimento contínua (k) que


igualará o resultado obtido com a equação (17), quando a taxa de
crescimento anual (r) foi fixada. O valor de k é obtido com a solução da
seguinte equação:

𝑒 𝑘 = (1 + 𝑟). (19)

I.1.8. Logaritmo natural

Os logaritmos foram inventados por John Napier (1594). Napier percebeu


que qualquer número pode ser escrito em forma de potência: sendo 4 = 22
e 8 = 23 , então para um número x no intervalo 4 < x < 8, resulta que
𝑥 = 2𝑦 , com y no intervalo 2 < y < 3. O expoente de 2, y, é definido como
o logaritmo de x na base 2:

𝑦 = log 2 𝑥. (20)

A definição expressa na equação (20) pode ser generalizada para uma base
qualquer (a > 1):

𝑦 = log 𝑎 𝑥, (21)

sendo que a elevado ao expoente y, resulta 𝑥 = 𝑎 𝑦 .

Define-se logaritmo natural quando a base usada é o número e.

Na seguinte tabela apresentam-se as notações comumente usadas para


logaritmos nas bases 2, e e 10.

Nome Base Notação


Base 2 2 lg
Natural (Neperiano) e ln
Comum (base 10) 10 log

Logaritmos de número negativos resultam em números complexos:

ln − 𝑥 = ln 𝑥 + 𝑖(2𝑘 + 1)𝜋, com k = ... −2,−1,0,1,2 ....

Por mais de três séculos foram usadas tabelas de logaritmos para a


realização de cálculos. Aplicando-se as propriedades dos logaritmos,
multiplicações e divisões podem ser realizadas por meio de somas e
subtrações. São as seguintes as propriedades do logaritmo natural:
ln 𝐴𝐵 = ln 𝐴 + ln⁡
(𝐵), (22)

ln 𝐴/𝐵 = ln 𝐴 − ln⁡
(𝐵), (23)

(𝐴𝑝 ) = 𝑝 ln 𝐴 ,
ln⁡ (24)

ln 𝑒 𝑥 = 𝑥, (25)

𝑒 ln ⁡(𝑥) = 𝑥. (26)

Daniel Shanks (1954) propôs um método para calcular logaritmos que pode
ser usado para definir as funções usadas em computadores. Com o método
proposto calcula-se log 𝑏0 𝑏1 , com 1 < 𝑏1 < 𝑏0 . O método é descrito pelo
seguinte algoritmo:

(i) Fazer i=1.

(ii) Determinar um número inteiro 𝑛𝑖 que satisfaça a seguinte relação:


𝑛 𝑛 𝑖 +1
𝑏𝑖 𝑖 < 𝑏𝑖−1 < 𝑏𝑖 . (27)

(iii) Calcular
𝑛
𝑏𝑖+1 = 𝑏𝑖−1 /𝑏𝑖 𝑖 . (28)

(iv) Incrementar i e repetir os passos (i), (ii) e (iii), até que a precisão
esperada seja satisfeita no cálculo de log 𝑏0 𝑏1 . Determina-se log 𝑏0 𝑏1
usando-se a seguinte fração contínua:

log 𝑏0 𝑏1 = 1/(𝑛1 + 1/(𝑛2 + 1/(𝑛3 + 1/(𝑛4 + 1/(𝑛5 + ⋯ ))))). (29)

Na seguinte tabela apresentam-se os 10 primeiros termos da fração


contínua (29) que foram determinados com o algoritmo descrito, e que são
válidos para os parâmetros indicados:
-------------------------------------------------------------
𝑏0 𝑏1 𝑛1 𝑛2 𝑛3 𝑛4 𝑛5 𝑛6 𝑛7 𝑛8 𝑛9 𝑛10
---------- ---------- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---
2.0000000 1.5000000 1 1 2 2 3 1 5 2 23 2
2.7182818 2.0000000 1 2 3 1 6 3 1 1 2 1
5.0000000 3.0000000 1 2 6 1 1 1 3 7 3 1
10.0000000 2.0000000 3 3 9 2 2 4 6 2 1 1
16.0000000 10.0000000 1 4 1 8 1 9 1 25 1 1
-------------------------------------------------------------
Crescimento e decaimento exponenciais podem ser escritos de duas formas:

𝑃 = 𝑃0 𝑎𝑡 ou 𝑃 = 𝑃0 𝑒 𝑘𝑡 , (30)

sendo que a é o fator de crescimento por unidade de tempo, a−1 é a taxa de


crescimento por unidade de tempo e k é a taxa de crescimento contínuo.

Como 𝑎 = 𝑒 𝑘 , então 𝑘 = ln⁡ (𝑎). Se k > 0 então resulta num crescimento


exponencial; e se k < 0 então resulta num decaimento exponencial.

I.1.9. Crescimento e decaimento exponenciais

Encerra-se o estudo das funções exponenciais com algumas aplicações


práticas.

Tempo de duplicação e meia vida

O tempo de duplicação de uma quantidade que cresce exponencialmente é


o tempo necessário para que a quantidade dobre. Para a > 1, o tempo de
duplicação, resulta:

𝑑 = ln 2 /ln⁡
(𝑎). (31)

A meia-vida de uma quantidade que decai exponencialmente é o tempo


necessário para que a quantidade se reduza por um fator igual a meio. Para
0 < a < 1, a meia vida, resulta:

𝑑 = − ln 2 /ln⁡
(𝑎). (32)

Decaimento radiativo

Rutherford (1900) descobriu que todas as substâncias radioativas emitem


partículas numa intensidade que diminui exponencialmente com o tempo.

O carbono 14 pode ser usado como relógio para marcar a idade da morte de
organismos vivos. A cada 5730 anos a intensidade de 14 C é diminuída e
exatamente pela metade. Quando um organismo morre, deixa de absorver
14
C, que decai para o 12 C, numa proporção fixa. A datação pelo 14 C possui
algumas limitações. Uma delas é supor que a produção de 14 C (os raios
cômicos bombardeiam as plantas, reagem com a atmosfera produzindo 14 C,
que são absorvidos pelas plantas, e que servem de alimentos para os
animais) se manteve constante com o tempo. Para datar idades grandes,
outros átomos radiativos são usados. Para datar a idade da Terra usou-se a
datação do urânio-238. Os erros cometidos com o uso da datação com o
14
C aumentam para idades maiores do que 40000 anos.

Na seguinte tabela apresentam-se os valores da meia-vida para alguns


nuclídeos radiativos (Ishiguro, Y. A Energia Nuclear para o Brasil.
Makron Books, 2002):

Nuclídeo Meia-vida
Iodo-131 8 dias
Césio-134 2,1 anos
Césio-137 30 anos
Césio-135 2,3 × 106 anos
Iodo-129 1,7 × 107 anos
Urânio-235 7,04 × 108 anos
Urânio-238 4,47 × 109 anos
Plutônio-238 87,7 anos
Plutônio-239 2,41 × 104 anos
Plutônio-240 6,57 × 103 anos

Valor presente e futuro

O valor futuro (B), de um pagamento (P), é a quantia à qual P teria crescido


se depositada hoje numa conta bancária que renda juros.

O valor presente (P), de um pagamento futuro (B), é a quantia que deveria


ser depositada hoje numa conta bancária para produzir exatamente B na
conta no momento relevante no futuro.

Se o juro é composto anualmente por t anos à taxa r, e se B é o valor futuro


de P depois de t anos e P é o valor de presente de B, então:

𝐵 = 𝑃(1 + 𝑟)𝑡 , ou (30)

𝑃 = 𝐵(1 + 𝑟)−𝑡 . (31)


Para composição contínua:

𝐵 = 𝑃𝑒 𝑟𝑡 , ou (32)

𝐵 = 𝑃𝑒 −𝑟𝑡 . (33)
II. Lista de Exercícios
As listas de exercícios deverão ser solucionadas e apresentadas
individualmente em forma manuscrita.

Os exercícios solucionados deverão ser enviados até às 24h do dia


11/09/2020, para o e-mail eloy.dhs.erha23@gmail.com.

(1) [1,0] Preparar um resumo expandido do seguinte artigo: Carneiro,


M.V., Charret, I.C. A criticalidade auto-organizada na pilha de areia,
Revista Brasileira para o Ensino de Física, v. 27, n. 4,
www.sbfisica.org.br, 2005.

(2) [2,0] A tabela seguinte relaciona a produção de petróleo no Brasil (P)


em milhões de barris por dia (bbl/dia) de 1978 até 2019:

Ano (t) 1978 1984 2000 2009 2013 2017 2019


P (106 bbl/dia) 0,18 0,50 1,5 1,8 2,1 2,5 3,2

(a) Calcular variação da produção de petróleo entre 2000 e 2019.

(b) a taxa média de variação da produção de petróleo entre 2000 e 2017.

(c) Estimar a produção de petróleo nos anos de 2019, 2000, 2021 e 2030; e
estimar o ano em que a produção de petróleo atingirá 5× 106 bbl/dia, com
os seguintes modelos:

(c1) considerando que a taxa média entre 2000 e 2017 permanecerá


constante;

(c2) com a equação da reta 𝑃 𝑡 = 𝑎 + 𝑏𝑡 usando os dados dos anos de


1978 e 2017;

(c3) com a função potência 𝑃 𝑡 = 𝑎(𝑡 − 𝑐)𝑏 usando os dados dos anos de
1978, 2000 e 2017.

(c4) com a equação 𝑃 𝑡 = 𝑎 exp⁡


[𝑏 ln(𝑡)] usando os dados dos anos de
1978 e 2017;
(d) Comparar os resultados estimados no item (c).

(3) [1,0] Considerar os pontos: A=(α,4), B=(−1,2), C=(4,−1), D=(3,1) e


E=(β,4). Determinar: (a) α de tal modo que a reta contendo os pontos A e B
seja perpendicular à reta contendo os pontos C e D; e (b) β de forma que a
reta contendo os pontos E e B seja paralela à reta contendo C e D.

(4) [1,0] Uma pessoa, ao descontar um cheque no banco, recebeu, sem


notar, o número de reais trocados pelo número de centavos e vice-versa.
Em seguida, gastou 68 centavos e verificou que tinha o dobro da quantia
original do cheque. Determinar o menor valor possível para o valor que foi
preenchido o cheque.

(5) [1,0] Sessenta homens abriram um canal com 108m de comprimento,


1,5m de largura e 3m de profundidade. Para tanto trabalharam 30 dias
seguidos, 8 h por dia. Com 54 homens, trabalhando 10h por dia, calcular o
comprimento de um canal com 2m de largura e 2,7m de profundidade,
aberto em 40 dias.

(6) [1,0] Calcular os limites:

(a) lim𝑥→∞ ( 𝑥 + 1 − 𝑥);


5 5
(b) lim𝑥→−∞ 1 + 𝑥 /(1 − 𝑥 ).

(7) [0,5] Apresentar um algoritmo para encontrar as raízes da seguinte


equação: 𝑎 𝑥 = 𝑥 𝑘 , com a > 1.

(8) [1,0] Usando uma máquina de calcular resolver as seguintes questões:


(a) calcular com o algoritmo descrito no final do item I.1.8 os primeiros 5
termos da fração contínua apresentada na primeira linha da tabela, do
mesmo item;
(b) calcular o valor do logaritmo, com a fração contínua expressa na
equação (29), usando os termos apresentados na última linha da tabela do
item I.1.8; e

(c) verificar se o logaritmo calculado no item (b) está correto.

(9) [1,0] A taxa de crescimento de uma bactéria é desconhecida. Supor que


os seguintes dados foram obtidos:

Tempo (h) 0 1 2
Número 100 120 160
Determinar: (a) o melhor modelo de crescimento exponencial; (b) o tempo
de duplicação; e (c) prever a população de bactérias para o instante de
tempo igual a 4h.

(10) [0,5] Uma machadinha antiga foi encontrada numa certa região. Foi
extraída uma 1g de 14 C da machadinha, descobrindo-se que ela tem 1/8 da
radioatividade contida em 1g de 14 C extraída de uma folha de árvore da
mesma região onde foi encontrada a machadinha. Determinar
aproximadamente a idade da machadinha.

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