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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

PERÍODO LETIVO: 2020.3 – ERE

DATA: 10/01/2021

CAPÍTULO 1: ANALÍSE VETORIAL

Jhonnes Amaral Soares Toledo


Sumário
ÁLGEBRA VETORIAL......................................................................................................................3
CÁLCULO DIFERENCIAL.................................................................................................................7
CÁLCULO DE INTEGRAL..............................................................................................................11
COORDENADAS CURVILINEAS....................................................................................................15
A FUNÇÃO DELTA DE DIRAC.......................................................................................................19
ÁLGEBRA VETORIAL
Existe uma diferença entre as seguintes entidades:

 Vetores: Têm direção, sentido e magnitude;


 Escalares: Têm magnitude, mas não tem direção e sentido;

Vamos falar de algumas propriedades e operações vetoriais:

A, ⃗
Seja ⃗ Be⃗
C vetores e a um escalar.
I – Operação de soma:

A+ ⃗
⃗ B= ⃗
B+⃗
A
A+ ⃗
(⃗ B )+ ⃗
C =⃗
A +( ⃗
B +C
⃗)

A−⃗
⃗ B =⃗
A+(−⃗
B)

II – Multiplicação por escalar:

a (⃗
A +⃗
B )=a ⃗
A +a ⃗
B
OBS: Se a for negativo, o sentido é invertido

III – Produto interno entre vetores ou escalar:

A.⃗
⃗ B = ABcos ∅
A.⃗
⃗ B =⃗
B.⃗
A
A.⃗
⃗ A= A ²
A . (⃗
⃗ B +C A.⃗
⃗ )= ⃗ B +⃗
A .C

 Ae⃗
SE ⃗ B são paralelos ,isto implica que ⃗
A.⃗ B= AB
 SE A e B são perperdiculares , isto implica que ⃗
⃗ ⃗ A .⃗
B =0
∅ é o ângulo entre ⃗
A e⃗
B

IV – Produto externo entre vetores ou vetorial:

Ax⃗
⃗ B= AB sin ∅ n^
A x (⃗
⃗ B+⃗
C )=( ⃗
A x⃗
B)+(⃗
A +⃗
C)
Bx⃗
⃗ A =−( ⃗
Ax⃗
B)
 Ae⃗
SE ⃗ B são paralelos ,isto implica que ⃗
Ax⃗
B =⃗0
 Ax⃗
SE ⃗ A =⃗0
A pode ser expandido em termos de vetores da base:
Um vetor arbitrário ⃗

A=A x ^
⃗ X + A y Y^ + A z Z^

Onde os números A x , A y e A z são componentes de ⃗


A

Vamos agora falar sobre algumas regras para vetores:

Regra 1: Para somar vetores, some suas componentes semelhantes.

B=( A x + B x ) ^
A+ ⃗
⃗ X +( A y + B y ) Y^ +( A z + B z ) ^Z

Regra 2: Para multiplicar por um escalar, multiplique cada componente.

A=(a A x ) ^
a⃗ X +(a A y ) Y^ +(a A z ) Z^

Regra 3: Para calcular o produto escalar, multiplique semelhante e as some.

A.⃗
⃗ B = A x Bx + A y B y + A z B z

OBS: ^
X , Y^ , Z^ são unitários e mutualmente perpendiculares.

Regra 4: Para calcular o produto vetorial basta formar o seguinte determinante abaixo.
^
X Y^ Z^
Ax⃗
⃗ B= A x A y Az
Bx By Bz

PRODUTO TRIPLO

Temos dois tipos de produtos triplos:

A .( ⃗
I – Produto escalar triplo: ⃗ B x⃗
C)
A .( ⃗
Significado geométrico: ¿ ⃗ Bx⃗
C )∨¿ é o volume de um paralelepípedo gerado por
A,⃗
⃗ B e⃗
C.
A .( ⃗
⃗ B x⃗
C )= ⃗
B .( C
⃗x⃗
A )=⃗
C .( ⃗
Ax⃗
B)
A .( C
⃗ ⃗x⃗
B )= ⃗
B .( ⃗
A xC C .( ⃗
⃗ )=⃗ Bx⃗
A)
Na forma de componentes:

Ax A y Az
A .( ⃗
⃗ B x⃗
C )= B x B y B z
Cx C y Cz

O produto vetorial e o produto escalar são intercambiáveis, isto é,

A .( ⃗
⃗ B x⃗
C )=( ⃗
Ax⃗
B ). ⃗
C¿

A x (⃗
II – Produto triplo vetorial: ⃗ Bx⃗
C)
Usamos a regra BAC – CAB

A x (⃗
⃗ Bx⃗
C )= ⃗
B (⃗
A.⃗
C )−C B .⃗
⃗ (⃗ A)
OBS: ¿ é um vetor completamente diferente.

VETORES POSIÇÃO, DESLOCAMENTO E SEPARAÇÃO

Em coordenadas cartesianas ( x , y , z)o vetor posição é aquele que liga a origem até um certo
ponto. O vetor posição é representado por: r⃗ =x ^X + y Y^ + z Z^
r⃗ x^
X + y Y^ + z Z^
Onde: r =¿ ⃗r ∨¿ √ x ²+ y ² +c ² é sua magnitude e r^ = = é o vetor unitário.
r √ x ²+ y ²+ z ²

O vetor deslocamento(infinitesimal) de ( x , y , z) a( dx , dy , dz) é dado por:

d ⃗l=dx ^
X +dy Y^ +dz Z^

O vetor separação é aquele que envolve dois pontos e é representado por:

r⃗ =⃗r −⃗r '


Onde:
r⃗ : Ponto de observação ( onde será calculado ) ⃗r ' : Ponto fonte(onde a partícula está localizada)
Para calcular o modulo e versor de r⃗ análogo para r⃗
Por fim, vetores podem se transformar através de rotações. Suponha que um sistema de
coordenadas sofra uma rotação de um ângulo, em relação à sistema de coordenadas.

Podemos então definir um vetor como um conjunto de três componentes que se transforma
da mesma maneira de um deslocamento, quando se mudam as coordenadas.

Podemos fazer uma menção honrosa para o tensor. Um tensor de n-ésima ordem tem n
índices e 3^n componentes que se transforma com n fatores de R. De forma compacta um
tensor é escrito da seguinte forma:
3 3
T´ ij =∑ ∑ Rik R jl T kl
k=1 l=1
CÁLCULO DIFERENCIAL
DERIVADAS ORDINÁRIAS

Nos diz com que rapidez a função varia quando mudamos o argumento de x por dx

df
df =( ) dx
dx
Geometricamente ela nos informa a inclinação da reta.

GRADIENTE

Seja T uma função escalar de três variáveis. T =T ( x , y , z )

A derivada de T deve nos informar com que rapidez a função varia. Porém, depende da
direção de T , logo teríamos infinitas respostas.

Usando a regra da cadeia podemos escrever dT da seguinte forma:

∂T ∂T ∂T
dT =( ) dx+( )dy +( ) dz
∂x ∂y ∂z
∂T ^ ∂ T ^ ∂T ^
dT =( X+ Y+ X +dy Y^ +dz Z^ )=( ⃗
Z ) .(dx ^ ∇ T ) .(d ⃗l )
∂x ∂y ∂z
Logo, o gradiente é dado por,

⃗ ∂T ^ ∂T ^ ∂T ^
∇T= X+ Y+ Z
∂x ∂y ∂z

Isso nos informa o quantoT muda quando alteramos as três variáveis ( x , y , z) pelas as
quantidades infinitesimais (dx , dy , dz).


∇ T é uma quantidade vetorial com três componentes.
Interpretação geométrica: O gradiente ⃗∇ T aponta na direção de maior aumento da função T .
¿⃗∇ T ∨¿ fornece a inclinação ao longo da direção maximizadora.

OPERADOR ∇

O operador ⃗
∇ “lê-se del” é um operador vetorial definido por:

⃗ ∂ T ^ ∂T ^ ∂ T
∇= ^
X +Y +Z
∂x ∂y ∂z

O operador ⃗
∇ tem propriedades parecidas com as de vetores:
I – Escalar: ⃗
∇ T ( gradiente)
II – Produto escalar: ⃗
∇ . ⃗v (divergente)
III – Produto vetorial: ⃗
∇ x ⃗v (rotacional)

DIVERGENTE

A partir da definição de ∇ construímos o divergente.

∂vx ∂vy ∂vz



∇ . ⃗v = + +
∂ x ∂ y ∂z
Interpretação geométrica: é a medida de quanto o vetor ⃗v diverge (ou brota) do ponto em
questão. Um ponto de divergente positivo é uma fonte; um ponto de divergente negativo é
uma pia.

ROTACIONAL

Podemos construir o rotacional a partir da definição de ∇ .


^
X Y^ Z^
⃗ ∂ ∂ ∂
∇ x ⃗v =
∂x ∂y ∂z
vx vy vz

Interpretação geométrica: é a medida de quanto o vetor ⃗v ‘gira em torno’ do ponto em


questão.
REGRA DOS PRODUTOS

As regras usando o operador ∇ são semelhantes com as regras usadas por derivadas parciais.
Existem seis regras de produtos.
SEGUNDAS DERIVADAS

É quando ∇ é aplicado duas vezes. Vamos escrever algumas dessas segundas derivadas e
mostrar implicações importantes para física.

→O gradiente ∇ T é um vetor

I – Divergente do gradiente: ∇ .(∇ T )

Aplicando as definições de divergente e gradiente. Temos então o Laplaciano de T definido


por:

OBS1: O laplaciano de T é um escalar.

OBS2: O laplaciano de um vetor é uma quantidade vetorial cujo componente x é o laplaciano


de ¿{ x } e analogamente para as outras componentes.

II – Rotacional do gradiente: ∇ x (∇ T )

∇ x ( ∇ T )=0

→O divergente ∇ . ⃗v é um escalar.

III – gradiente do divergente: ∇ ( ∇ . ⃗v )

→O rotacional ∇ x ⃗v é um escalar.

IV – Divergente do rotacional: ⃗
∇ .( ⃗
∇ x ⃗v )

∇ .( ⃗
∇ x ⃗v )=0
V – Rotacional do rotacional: ⃗
∇ x (⃗
∇ x ⃗v )

∇ x (⃗
∇ x ⃗v )=⃗
∇ (⃗
∇ . ⃗v )−∇ ² ⃗v
CÁLCULO DE INTEGRAL
I – Integral de linha ou caminho

É uma função vetorial e um vetor deslocamento infinitesimal. C é o caminho entre os pontos a


e b.
b

∫ ⃗v . d ⃗l para a≠ b
a

∮ ⃗v . d ⃗l para a = b
OBS: Existe uma classe especial de função para as quais a integral de linha é independente do
caminho e é determinada somente pelos extremos. Uma função com está propriedade é
chamada de força conservativa.

II – Integral de superfície ou fluxo

É um trecho infinitesimal de área, com direção perpendicular a superfície.

∬ v⃗ . d ⃗a
∯ ⃗v . d a⃗ para quando a superfície é fechada

Representa a massa total por unidade de tempo passando pela superfície.

III – Integral de volume

∭ Tdτ
Onde T é uma função escalar e dτ é um elemento de volume infinitesimal.

OBS: Em coordenadas cartesianas: dτ =dxdydz

Para uma função vetorial:

∭ ⃗v dτ=∭(v x ^X + v y Y^ + v z Z^ ) dτ

TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO


b
df
∫ dx dx =f ( b ) −f ( a )
a

Ou
b

∫ F ( x ) dx=f ( b )−f ( a )
a

df
Onde: F (x)=
dx

TEROREMA FUNDAMENTAL PARA GRADIENTES

Suponha que T =T (x , y , z ) e que vai do ponto a até b se movendo por pequenas distancias
infinitesimais. A função T será alterada por essas quantidades ao longo do caminho C de a até
b. A alteração total de T no trajeto de a até b ao longo do caminho escolhido será:
b

∫ (⃗∇ T ). d ⃗l=T ( b)−T (a)


a

b
 Corolário 1: ∫ ( ⃗
∇ T ). d ⃗l é independente do caminho tomado por a e b.
a

 Corolário 2: ∮ (⃗∇ T ) . d l⃗ =0 pois T (b)−T (a)=0

TEOREMA FUNDAMENTAL PARA DIVERGENTES OU TEOREMA DE GAUSS

A integral do divergente sobre um volume é igual ao valor da função no contorno da superfície


que delimita esse volume.

∭ (⃗∇ . ⃗v ) dτ=∯ ⃗v .d a⃗

TEOREMA FUNDAMENTAL PARA ROTACIONAIS OU TEOREMA DE STOKES

A integral do rotacional sobre uma superfície é igual ao valor da função no contorno do trecho
considerado.

∬ ( ⃗∇ x v⃗ ) . d a⃗ =∮ v⃗ . d l⃗
INTEGRAL POR PARTES
É um método pertinente para situação em que precisamos integrar o produto de uma função e
a derivada de outra. De forma simplificada,

∫ udv=uv∨−∫ vdu
COORDENADAS CURVILINEAS
COORDENADAS ESFERICAS POLARES (r, θ , φ )
COORDENADAS CILINDRICAS (r, φ , z )
A FUNÇÃO DELTA DE DIRAC
r^
O DIVERGENTE DE

1
Considere v⃗ = r^

Onde ⃗vem cada localização é dirigido radialmente para fora.

Ao calcularmos o divergente pela definição, notamos que ⃗


∇ . ⃗v =0 e ao calcularmos a integral
de superfície sobre uma esfera de raio R, notamos que o ∯ ⃗v . d a⃗ =4 π . Porém
∭ (⃗∇ . ⃗v ) dτ=0Logo, aparentemente encontramos um paradoxo no teorema para
divergência, porém este teorema não está errado. Podemos explicar essa inconsistência da
seguinte forma:

A origem do problema está no ponto r =0 onde ⃗v explode . ⃗


∇ . ⃗v =0 em qualquer lugar,
exceto na origem. o ∯ ⃗v . d a⃗ =4 π para qualquer esfera centrada na origem. ⃗∇ . ⃗v tem a
propriedade bizarra de se anular em qualquer lugar, exceto em um ponto e sua integral sobre
um volume ainda tem um valor. Está propriedade bizarra foi uma das motivações para a
função delta de Dirac.
A FUNÇÃO DELTA DE DIRAC UNIDIMENSIONAL

A função delta de Dirac, δ(x), pode ser ilustrada como um ‘pico’ infinitamente alto e
infinitamente estreito, com área 1.

δ ( x)= 0 ,∧x ≠0
{
∞,∧x =0

∫ δ( x )dx=1
−∞

Seja f (x) uma função ordinária e continua, então o produto f (x)δ ( x) é zero em qualquer
lugar, exceto em x=0 .

f (x) δ (x)=f (0) δ( x)


Então,
∞ ∞

∫ f (x) δ (x) dx=f (0) ∫ δ (x) dx=f (0)


−∞ −∞

A função delta escolhe o valor de f (x) em x=0 sob uma integral.

De forma geral, para um ponto x=a , temos:

δ ( x−a)= 0 ,∧x ≠ a
{
∞ ,∧x=a

∫ δ( x−a) dx=1
−∞

∞ ∞

∫ f (x) δ (x−a) dx=f (a) ∫ δ( x−a) dx=f (a)


−∞ −∞

FUNÇÃO DELTA TRIDIMENSIONAL

É fácil generalizar a função delta para três dimensões.

δ ³(⃗r )=δ (x )δ ( y ) δ( z )

X + y Y^ + xz é o vetor posição que se estende da origem ao ponto ( x , y , z).


Onde r⃗ =x ^

A função delta tridimensional é zero em qualquer lugar, exceto em 0=(0,0,0) .

Temos então a generalização da função delta de Dirac para todo espaço sendo;
∞ ∞ ∞

∫ δ ³( ⃗r ) dτ =∫ ∫ ∫ δ( x ) δ( y ) δ (z )dxdydz =1
−∞ −∞ −∞

∫ f (r⃗ ) δ ³ (⃗r −⃗a) dτ =f ( ⃗a )

Dada as condições que definem a função delta de Dirac, temos,

⃗ r^
∇ .( )=4 πδ ³( ⃗r )

Como,

⃗ 1 −^r 1
∇ ( )= → ∇ ² =−4 πδ ³ (⃗r )
r² r² r

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