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CAPÍTULO 5 - GEOMETRIA ANALÍTICA

Introdução

Plano cartesiano
A geometria analítica teve como principal idealizador o filósofo francês René Descartes
(1596-1650). Com o auxílio de um sistema de eixos associados a um plano, ele faz
corresponder a cada ponto do plano um par ordenado e vice-versa.
Quando os eixos desses sistemas são perpendiculares na origem, essa correspondência
determina um sistema cartesiano ortogonal (ou plano cartesiano). Assim, há uma
reciprocidade entre o estudo da geometria (ponto, recta, circunferência) e da Álgebra
(relações, equações etc.), podendo-se representar graficamente relações algébricas e
expressar algebricamente representações gráficas.
Quando trabalhamos em ℜ2 , o referencial utilizado é composto por dois eixos, xx e yy.

Quando trabalhamos em ℜ3 , o referencial utilizado é o referencial cartesiano ortonormado,


em que os vectores ortonormados são os da base canónica - (1,0,0) para eixo dos xx; (0,1,0)
para o eixo dos yy e (0,0,1) para o eixo dos zz.

Existe um conjunto de noções que convém definir no início do estudo sobre a geometria
analítica, é o que vamos fazer de seguida.

Vector - é um segmento orientado AB de origem em A e extremidade em B, de que se


conhece a direcção, o sentido e o comprimento (módulo ou norma).

Vectores equipolentes - são o conjunto de vectores que têm a mesma direcção, o mesmo
sentido e o mesmo módulo.

Vectores colineares (ou paralelos) - são vectores com a mesma direcção.

C
AB = v e AC = u
B
A

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u = kv Condição de colineariedade de dois vectores
a b c
u = (a, b, c) e v = (a ' , b ' , c ' ) então a condição de colineariedade será: = = (k é
a ' b' c '
o mesmo).

Vectores complanares - são vectores que estão no mesmo plano.

Se tivermos 3 vectores aplicados no mesmo ponto A, u e v e w , tais que u e v são vectores

não colineares, então w éum vector que é combinação linear de u e v .

u
w w = k1 u + k 2 v

A v

Vectores perpendiculares - são vectores que fazem um ângulo de 90D entre si e cujo
produto interno é nulo.

u.v = 0 Condição de perpendiculariedade de dois vectores

(a, b, c).(a ' , b ' , c ' ) = 0 ⇒ aa ' + bb ' + cc ' = 0

O produto interno de dois vectores é um escalar e é igual ao produto dos módulos

dos 2 vectores pelo cosseno do ângulo formado por eles - u.v = u v cos θ .

Numa base ortonormada o produto interno é a soma dos produtos das componentes
homónimas.

Produto misto de três vectores - é um escalar e representa-se por (u ∧ v).w = 0 .

u = (a, b, c)

a b c
v = (a1 , b1 , c1 ) (u ∧ v).w = a1 b1 c1
a2 b2 c3

w = (a 2 , b2 , c 2 ) (u ∧ v).w = u.(v ∧ w)
Para que três vectores sejam complanares é necessário que o produto misto seja igual a
zero.

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RECTA

Introdução

Entre os pontos de uma recta e os números reais existe uma correspondência biunívoca, i.é.,
a cada ponto da recta corresponde um único número real e vice-versa.
Considerando uma recta horizontal x, orientada da esquerda para direita (eixo), e
determinando um ponto O dessa recta (origem) e um segmento u, unitário e não nulo,
temos que dois números inteiros e consecutivos determinam sempre nesse eixo um
segmento de recta de comprimento u:

Medida algébrica de um segmento (vector do segmento)

Fazendo corresponder a dois pontos, A e B, do eixo x os números reais xA e xB , temos:

A medida algébrica de um segmento orientado é o número real que corresponde à diferença


JJJG
entre as abcissas da extremidade e da origem desse segmento. É o vector AB .

Uma recta pode ser definida por: - 2 pontos;


- 1 ponto e 1 vector;
- 2 planos.

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Considerando o ponto A = ( x0 , y 0 , z 0 ) , e o vector u = (a, b, c) a recta pode ser

escrita de três maneiras diferentes - vectorial, paramétricas e cartesianas.

a) Equação vectorial

X = A + ku ⇒ ( x, y, z ) = ( x0 , y 0 , z 0 ) + k (a, b, c)

( x0 , y 0 , z 0 ) → coordenadas do ponto A
(a, b, c) → coordenadas do vector da recta

b) Equações paramétricas

⎧ x = x 0 + ak
⎪ ( x0 , y 0 , z 0 ) → coordenadas do ponto A
⎨ y = y 0 + bk ⇒
⎪ z = z + ck (a, b, c) → coordenadas do vector da recta
⎩ 0

c) Equações cartesianas

x − xo y − y 0 z − z 0
= = ( x0 , y 0 , z 0 ) → coordenadas do ponto A
a b c ⇒
(a, b, c) → coordenadas do vector da recta

Analisando as equações cartesianas é possível definir a recta pela intersecção de 2 planos:

α1 α 2

x − xo y − y 0 z − z 0
= =
a b c

α 3

⎧α 1∩ α 2 ou

A recta pode então ser definida pela intersecção de: ⎨α 1∩ α 3 ou
⎪α ∩ α
⎩ 2 3

Fazendo a intersecção destes planos obtemos as equações reduzidas da recta, isto é, temos
os planos projectantes da recta.

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Exemplo: α 2 ∩ α 3

Plano XOZ ⇒ x − x0 = a ( z − z 0 )
c

Plano YOZ ⇒ y − y0 = b ( z − z0 )
c

CONDIÇÃO DE COLINEARIEDADE DE 3 PONTOS

A=(xa,ya,za), B=(xb,yb,zb) e C=(xc,yc,zc) então vamos ver se são paralelos


xb − x a y b − y a z b − z a
= =
xc − x a y c − y a z c − z a

PLANO

Introdução

Um plano pode ser definido por: - 3 pontos distintos e não colineares;


- 1 ponto e dois vectores (não colineares);
- 1 ponto e uma recta.

Considerando o ponto A = ( x0 , y 0 , z 0 ) , e os vectores u = (a, b, c) e v = (a1 , b1 , c1 ) ,


não colineares, a equação do plano pode ser escrita de três maneiras diferentes - vectorial,
paramétricas e cartesiana.

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a) Equação vectorial

X = A + ku + tv ( x, y, z ) = ( x0 , y 0 , z 0 ) + k (a, b, c) + t (a1 , b1 , c1 )

( x0 , y 0 , z 0 ) → coordenadas do ponto A
(a, b, c) → coordenadas de 1 vector do plano
(a1 , b1 , c1 ) → coordenadas do outro vector do plano

b) Equações paramétricas

⎧ x = x0 + ak + a1t ( x0 , y 0 , z 0 ) → coordenadas do ponto A


⎪ ⇒
⎨ y = y 0 + bk + b1t (a, b, c) → coordenadas de 1 vector do plano
⎪ z = z + ck + c t (a1 , b1 , c1 ) → coordenadas do outro vector do plano
⎩ 0 1

c) Equação cartesiana

x − x0 y − y0 z − z0
a b c =0
a1 b1 c1

Aplicando o Teorema de Laplace à 1ª linha vem:


b c a c a b
(x −x0 ) − ( y − y0) + (z −z 0 ) =0
b1 c1 a1 c1 a1 b1

Se o resultado dos determinantes for respectivamente A, B e C a equação cartesiana obtida


é:
A( x − x 0 ) − B( y − y 0 ) + C ( z − z 0 ) = 0 ⇒ Ax + By + Cz − ( Ax 0 + By 0 +Cz 0 ) = 0
e finalmente temos a equação geral de um plano: Ax + By + Cz + D = 0

A equação cartesiana do plano representa o produto misto de 3 vectores, assim o vector que
se obtém é sempre normal ao plano e a esse vector dá-se o nome de vector do plano, sendo
as suas componentes os parâmetros da equação geral do plano - A, B e C.

Vector normal plano → n = ( A, B, C )

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A = (1,2,3) e é gerado pelos vectores
Exemplo: Plano que passa em
u = (−1,0,2) e v = (2,3,1)

A equação cartesiana é a seguinte:


x −1 y − 2 z − 3
0 2 −1 2 −1 0
−1 0 2 = 0 ⇒ ( x − 1) − ( y − 2) + ( z − 3) =0
3 1 2 1 2 3
2 3 1

6 x − 3 y + 3z − 9 = 0 ⇒ o vector do plano - n = (6,−3,3)

Casos particulares
a) Plano paralelo ao eixo das abcissas (eixo XX - A=0)
Equação plano será : By+CZ+D=

b) Plano paralelo ao eixo das ordenadas (eixo YY - B=0)


Equação plano será : Ax+Cz+D=0

c) Plano paralelo ao eixo das cotas (eixo ZZ - C=0)


Equação plano será : Ax+By+D=0

d) Plano paralelo ao plano XOY (A=0 e B=0)


Equação plano será : Cz+D=0 ⇒ z=a

e) Plano paralelo ao plano XOZ (A=0 e C=0)


Equação plano será : By+D=0 ⇒ y=b

f) Plano paralelo ao plano YOZ (B=0 e C=0)


Equação plano será : Ax+D=0 ⇒ x=c

g) Plano que passa pela origem (D=0)


Equação do plano será: Ax+By+Cz=0

h) Planos coordenados
Plano XOY: z=0
Plano XOZ: y=0 Plano YOZ: z=0

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POSIÇÃO RELATIVA DE RECTAS E PLANOS

1 - Intersecção de 2 rectas
A = ( x1 , y1 , z1 ) B = ( x2 , y2 , z2 )
Recta r definida por: e Recta s definida por:
u = (a, b, c) v = (a1, b1, c1 )

a) Rectas paralelas
Se as rectas r e s forem paralelas então os seus vectores são colineares logo:

a b c
= =
a1 b1 c1
ou resolvendo através de um sistema equações lineares tem que ser SI.

b) Rectas concorrentes (complanares)


Se as rectas r e s forem concorrentes então elas têm um ponto comum, construindo um

vector com os dois pontos da recta, A e B, AB = ( x1 − x2 , y1 − y 2 , z1 − z 2 ) como estas

rectas são complanares faz-se o produto misto dos 3 vectores (u, v, AB) e se este for igual a
zero então as rectas são concorrentes:

a b c
(u ∧ v). AB = a1 b1 c1 =0
x1 − x 2 y1 − y 2 z1 − z 2

ou resolvendo através de um sistema equações lineares tem que ser SPD.

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c) Rectas enviesadas (não complanares)
Se as rectas r e s forem enviesadas então elas não se encontram, construindo um vector com

os dois pontos da recta, A e B, AB = ( x1 − x2 , y1 − y 2 , z1 − z 2 ) como estas rectas são não

complanares faz-se o produto misto dos 3 vectores (u, v, AB) e se este for diferente de zero
então as rectas são concorrentes:

a b c
(u ∧ v). AB = a1 b1 c1 ≠ 0
x1 − x2 y1 − y 2 z1 − z 2

ou resolvendo através de um sistema equações lineares tem que ser SI.

Enviesadas
r∩s ={ }
não existe nenhum plano
que contenha r e s
simultaneamente

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Temos que considerar dois casos particulares:

• Rectas perpendiculares:

• Rectas ortogonais:

2 - Intersecção de 2 planos

Plano α definido por: Ax + By + Cz + D = 0 , com o seu vector nα = ( A, B, C )

e o Plano β definido por: A1 x + B1 y + C1 z = 0 , com o seu vector n β = ( A1 , B1 , C1 )

a) Planos coincidentes
Se os planos α e β forem coincidentes então os seus vectores são colineares logo:

A B C D
= = = ⇒ Planos coincidentes
A1 B1 C1 D1

ou resolvendo através de um sistema equações lineares tem que ser SP2I.

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b) Planos paralelos
Se os planos α e β forem paralelos (não coincidentes) então os seus vectores são colineares
logo:

A B C D
= = ≠ ⇒ Planos paralelos
A1 B1 C1 D1

ou resolvendo através de um sistema equações lineares tem que ser SI..

c) Planos concorrentes
Se os planos α e β forem concorrentes então os seus vectores não são colineares e definem
uma recta:

A B C
≠ ≠
A1 B1 C1

ou resolvendo através de um sistema equações lineares tem que ser SPI..

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d) Planos perpendiculares
Se os planos α e β forem perpendiculares então os seus vectores são perpendiculares logo:

AA1 + BB1 + CC1 = 0

3 - Intersecção de 1 recta com 1 plano


P = ( x1 , y1 , z1 )
Recta r definida por: e
u = (a, b, c)

Plano α definido por: Ax + By + Cz + D = 0 , com o seu vector nα = ( A, B, C )

a) Recta paralela ao plano mas não contida nele


Se a recta r for paralela ao plano α então os seus vectores são perpendiculares e o ponto P
que pertence à recta não pertencer ao plano, logo:
aA + bB + cC = 0
Ax1 + By1 + Cz1 + D ≠ 0 → P ∉ α

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ou resolvendo através de um sistema equações lineares tem que ser SI (0 soluções).

b) Recta paralela ao plano e contida nele


Se a recta r for paralela ao plano α então os seus vectores são perpendiculares e se o ponto
P que pertence à recta também pertencer ao plano (recta está contida no plano), logo:

aA + bB + cC = 0
Ax1 + By1 + Cz1 + D = 0 → P ∈ α
ou resolvendo através de um sistema equações lineares tem que ser SPI (muitas soluções).

c) Recta perpendicular ao plano


Se a recta r for perpendicular ao plano α então os seus vectores são paralelos logo:
a b c
= =
A B C
ou resolvendo através de um sistema equações lineares se este der SPD a recta intersecta o
plano (1 solução).
Uma recta r é perpendicular a um plano α se e só se, r é perpendicular a todas as rectas de
α que passam pelo ponto de intersecção de r eα

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4 - Intersecção de 3 planos

Plano α definido por: Ax + By + Cz + D = 0 , com o seu vector nα = ( A, B, C )

Plano β definido por: A1 x + B1 y + C1 z = 0 , com o seu vector n β = ( A1 , B1 , C1 )

Plano δ definido por: A2 x + B2 y + C 2 z = 0 , com o seu vector nδ = ( A2 , B2 , C 2 )

Para saber aposição dos 3 planos basta resolver o sistema de equações constituído pelos 3
planos e de acordo com o tipo de solução sabemos a sua posição.
⎡A B C # −D⎤
⎢A B1 C1 # − D1 ⎥⎥
⎢ 1
⎢⎣ A2 B2 C 2 # − D2 ⎥⎦

a) Planos intersectam-se num ponto


Se o sistema der SPD os 3 planos encontram-se num ponto ( C ( A) = C ( A) = 3 ).

b) Planos intersectam-se segundo uma recta


Se o sistema der SPI os 3 planos intersectam-se segundo uma recta (C ( A) = 2 = C ( A)) .

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c) Planos paralelos a uma direcção
Se o sistema der SI os 3 planos intersectam-se segundo uma recta (C ( A) = 2; C ( A) = 3) .

d) Planos coincidentes
Se o sistema der SP2I os 3 planos são coincidentes (C ( A) = 1 = C ( A)) .

α ≡ β ≡δ

e) 2 Planos coincidentes e paralelos a um 3º


Se o sistema for SI e na matriz condensada do sistema existir uma linha toda nula
(C ( A) = 2; C ( A) = 3) então teremos 2 planos coincidentes e paralelos a um 3º.

α≡β

f) 3 Planos paralelos entre si


Se o sistema for SI e na matriz condensada do sistema não existir uma linha toda nula,
(C ( A) = 2; C ( A) = 3) então teremos 3 planos paralelos entre si.

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RESUMO

RECTA/PLANO
Resumindo a intersecção da recta c/ plano é um SEL:
- Recta intersecta o plano - SPD (1 única solução)
- Recta é paralela ao plano - SI (0 soluções)
- Recta está contida no plano - SPI (uma infinidade de soluções)

PLANO/PLANO
Resumindo a intersecção de 2 planos é um SEL:
- Planos coincidentes - SP2I (uma infinidade de soluções)
- Planos paralelos - SI (0 soluções)
- Planos concorrentes - SPI (uma infinidade de soluções - 1 recta)

3 PLANOS
Resumindo a intersecção de 3 planos é um SEL:
- Planos coincidentes - SP2I (C ( A) = 1 = C ( A))
- Planos paralelos - SI :
♦ 1. Paralelos a uma direcção (C ( A) = 2; C ( A) = 3)

♦ 2. Dois coincidentes e paralelos a um 3º (C ( A) = 2; C ( A) = 3)

♦ 3. Três paralelos entre si (C ( A) = 2; C ( A) = 3)

- Planos que se intersectam numa recta - SPI (C ( A) = 2 = C ( A))

- Planos que se intersectam num ponto - SPD (C ( A) = 3 = C ( A))

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Projecção ortogonal

A projecção ortogonal de um ponto P sobre um plano α é a intersecção do plano com a


recta perpendicular a ele e que passa pelo ponto P:

DISTÂNCIAS

a) Distância entre dois pontos

Dados dois pontos, A = ( xa , y a , z a ) e B = ( xb , yb , z b ) , a distância entre os 2 é o

comprimento do segmento AB , isto é, é a norma do vector:

d AB = AB = ( x a − xb ) 2 + ( y a − y b ) 2 + ( z a − z b ) 2

b) Distância de um ponto a um plano


Dado o ponto A = ( xa , y a , z a ) e o plano α : Ax + By + Cz + D = 0 , a distância do
ponto ao plano é o comprimento do segmento da perpendicular tirado do ponto para o plano
(não é mais do que a projecção ortogonal de A no plano α ).

A
n n = ( A, B, C )
d P1 = ( x1 , y , z1 ) → ponto ∈ α
P P1 → verifica eq. plano ( Ax1 + By1 + Cz1 + D = 0)
α

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Distância calcula-se pelo produto interno dos vectores n e AP1 :

( A − P1 ).n A( x a − x1 ) + B( y a − y1 ) + C ( z a − z1 )
d A /α = =
n A2 + B 2 + C 2
Ax a + By a + Cz a + D
=
A2 + B 2 + C 2

A = ( 2,3,1)
Exemplo:
α : 3x + 2 y − z + 3 = 0

2 × 3 + 3× 2 −1+ 3 14
d a /α = = = 14
3 2 + 2 2 + (−1) 2 14

c) Distância de um ponto a uma recta


⎧ x = x0 + ak

Dado o ponto A = ( x a , y a , z a ) e a recta r : ⎨ y = y 0 + bk , a distância do ponto à
⎪ z = z + ck
⎩ 0

recta é calculada do seguinte modo:

• Escrever a equação do plano que contém ponto A e é perpendicular á recta r

Vector do plano é paralelo ao da recta logo as suas


n
v = (a, b, c) coordenadas são: n = (a.b.c) , deste modo a
A I equação do plano será a seguinte:
d A/ I
a ( x − x a ) + b( y − y a ) + c ( z − z a ) = 0

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• Fazer a intersecção da equação deste plano com a recta dada para obtenção das
coordenadas do ponto I

⎧a ( x − x a ) + b ( y − y a ) + c ( z − z a ) = 0
⎪ x = x + ak
⎪ 0

⎪ y = y 0 + bk
⎪⎩ z = z 0 + ck

As coordenadas de I são os valores obtidos para x, y e z , solução do sistema anterior:


I = ( xI , y I , z I )

• Calcula-se a distância entre os pontos A e I

d AI = ( x A − x I ) 2 + ( y A − y I ) 2 + ( z A − z I ) 2

d) Distância de uma recta a um plano


Se a recta for paralela ao plano a distância é dada pela distância de um ponto da
recta ao plano.
Se a recta estiver contida no plano então a distância será nula.

e) Distância entre dois planos


Para haver distância entre planos estes terão que ser paralelos entre si.
α → Ax + By + Cz + D = 0
Considerando os planos paralelos : , a distância entre os dois
β → A1 x + B1 y + C1 z + D1 = 0
é:

D − D1
dα / β =
A2 + B 2 + C 2

f) Distância entre duas rectas


• Rectas concorrentes
A distância é nula porque as rectas têm um ponto comum.

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• Rectas paralelas
A distância calcula-se entre um ponto de umas das rectas à outra recta e resolve-se de
acordo com o método indicado na alínea c).
• Rectas enviesadas
A distância calcula-se entre um ponto de uma das rectas a um plano que contêm a outra
recta utilizando a fórmula dada na alínea b).

r → A = (xA , y A , z A ) s → B = ( xB , y B , z B )
Considerem-se as rectas: e
u = (a, b, c) v = (a1 , b1 , c1 )

r Escrever a equação do plano que contém r e é paralelo a


s:
A u
x − xA y − yA z − zA
a b c =0
a1 b1 c1
s
B v Ax + By + Cz + D = 0 (equação obtida)

Calcular a distância de B à equação plano obtida:


Ax B + By B + Cz B + D
d=
A2 + B 2 + C 2

mmp 58
RESUMO

DISTÂNCIA DE UM PONTO A UM PLANO

A distância entre um ponto e um plano é a


medida do segmento cujos extremos são o
ponto e sua projecção ortogonal sobre o
plano:

DISTÂNCIA DE UMA RECTA A UM PLANO

A distância entre uma recta e um plano


paralelo é a distância entre um ponto
qualquer da recta e o plano:

DISTÂNCIA ENTRE PLANOS PARALELOS

A distância entre dois planos


paralelos é a distância entre um
ponto qualquer de um deles e o
outro plano:

mmp 59
DISTÂNCIA ENTRE RECTAS ENVIESADAS

A distância entre duas rectas


enviesadas, r e s, é a distância entre
um ponto qualquer de uma delas e o
plano que passa pela outra e é
paralelo à primeira recta:

Ângulo entre duas rectas

G G
Ângulo entre duas rectas é calculado como o ângulo entre dois vectores, u e v , sendo estes
vectores um de uma recta e outro da outra.

GG
u.v
Sabendo que cos θ = G G , daqui vem substituindo os vectores pelas suas coordenadas:
u v

G
u = ( a , b, c )
G
v = (a ' , b' , c ' )
aa ' + bb' + cc '
cos θ = ⇔ θ = arccos(...)
a 2 + b 2 + c 2 . a '2 + b'2 + c '2

mmp 60

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