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DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

GEOMETRIA ANALÍTICA

GUSTAVO J. W. FERREIRA
JOÃO VITOR ALEIXO SCHIAVON

Londrina
2019
As tarefas a seguir têm como objetivos, trabalhar os conceitos das relações entre
os coeficientes das retas paralelas e dos coeficientes das retas perpendiculares,
compreender o conceito de reta constante, levando em consideração que os alunos já
tenham estudado os conceitos sobre equação da reta e conteúdos anteriores.

Tarefa 1

a) Dados os pontos A(1,1), B(9,5), C(1,9) e D(-7,5), faça a representação num


sistema de coordenadas cartesianas ortogonais.

b) Trace os seguimentos de retas que passe pelos pontos A e B, B e C, C e D, D


e A. Qual a figura geométrica que se formou?

Resposta esperada

a)

b) A figura é um losango. É um quadrilátero.


Proposta de formalização

Neste momento vamos perguntar aos alunos quais são as características do


losango com o objetivo de relembrar algumas propriedades, pois esse conteúdo já é
estudado nos anos anteriores. Caso os estudantes não se recordem, utilizaremos do
losango construído por eles para estabelecer as seguintes propriedades:

Os losangos possuem todas as propriedades dos paralelogramos, a saber:

 Lados opostos são congruentes;

 Ângulos opostos são congruentes;

 As diagonais de um losango são perpendiculares entre si;

 Ângulos adjacentes são suplementares (ângulos cuja soma resulta em


180°);

 As diagonais encontram-se em seus pontos médios.

Após relembrar os conceitos sobre losangos vamos partir para um segundo


momento e propor a seguinte tarefa:

c) Sabendo que os lados do losango são paralelos, encontre as equações das


retas que passam pelos pontos AB e pelos pontos DC e faça uma comparação
entre os coeficientes das equações dessas retas. Isso acontece com as retas
que passam pelos pontos AD e BC?

Resposta esperada

Possível resposta 1:

Sabendo que a equação da reta é dada por y=ax+ b, A = (1,1) e B = (9,5),


aplicamos os pontos A e B na equação:

{5=9
1=a+ b
a+b
1 1
Resolvendo o sistema obtemos a= e b= , logo a equação da reta é dada por
2 2
1 1
y= x + .
2 2

Realizando o cálculo para os pontos C = (1,9) e D = (-7,5) temos:

{5=−7
9=a+b
a+b

1 17
Resolvendo o sistema encontramos a= e b= , portanto a equação da reta é
2 2
1 17
dada por y= x + . Observando as duas equações podemos ver que os coeficientes de
2 2
x são iguais, porém os coeficientes lineares são diferentes.

Calculando para as retas AD e BC obtemos respectivamente as equações


−1 3 −1 19
y= x + e y= x + . Nesse caso também podemos observar que os coeficientes
2 2 2 2
de x são iguais e os coeficientes lineares são diferentes.

Possível resposta 2:

Calculando a inclinação da reta temos:

y 2−¿ y
m= 1
¿
x 2−x 1

5−1 1
m= =
9−2 2

1
Como y = mx+b temos y=¿ x+ b, aplicando o ponto A na equação,
2

1
1= .1+b
2

1 1 1
Logo b= e y= x +
2 2 2

Da mesma forma para os pontos C e D temos:


5−9 1
m= =
−7−1 2

Aplicando o ponto C na equação,

1
9= .1+ b
2

17 1 17
Assim b= e y= x +
2 2 2

Proposta de formalização

Após os alunos realizarem os registros na lousa, partiremos da informação


proposta por eles a respeito dos coeficientes, com o objetivo de observar alguns
conceitos podemos questionar “o que acontece com o coeficiente quando ele é positivo?
E quando é negativo? ” A expectativa é que eles observem que as duas retas são
crescentes, assim podemos questionar “como vimos anteriormente os lados do losango
são paralelos, podemos então afirmar que essas retas são paralelas? O que o coeficiente
angular determina?” Assim podemos relacionar a ideia de os coeficientes serem iguais
com as retas serem paralelas, e realizar a mesma observação e questionamento com as
retas AD e BC.

Terminando de realizar a formalização a partir dessa tarefa, partiremos para um


terceiro momento:

d) Encontre a equação da reta diagonal DB e em seguida da reta AC desse


losango. Compare essas equações com os eixos do plano cartesiano.

Repostas esperadas
Encontrando a equação da reta DB temos:

5−5
m= =0
9−(−7)

Aplicando m a equação da reta, y=0 x +b , ou seja, y=b, substituindo qualquer


um dos pontos temos y = 5, ou seja, é paralela ao eixo x.

Observando a diagonal AC vemos que ela é paralela ao eixo y, ou seja, tg ( 90° )


não existe, portanto y = 0 e x = 1.

Equação de reta x=1 – ao comparar com o eixo das ordenadas podemos perceber
que é paralelo e em relação ao eixo das abcissas é perpendicular.

Equação de reta y=5 – ao comparar com o eixo das ordenadas podemos perceber
que é perpendicular em relação ao eixo das abcissas é paralelo.

Formalização

Quando nos deparamos com retas horizontais no plano cartesiano, podemos


perceber que elas não interceptam o eixo das abscissas, portanto, uma das informações
que podemos concluir é que o cálculo do seu coeficiente angular será sempre igual a:

m = tg180° = 0
E irá interceptar o eixo das ordenadas em um ponto qualquer (k) de coordenadas
iguais a (0,k).

 Quando nos deparamos com retas verticais no plano cartesiano, podemos


perceber que esse tipo de reta não intercepta o eixo das ordenadas, logo não é possível
calcular seu coeficiente angular, pois a tangente de 90º não existe. Assim, a reta vai
interceptar o eixo das abcissas em um ponto qualquer (k) de coordenadas iguais a (k,0).

Tarefa 2

a) Dados os pontos A(0,1), B(5,4), C(2,9), D(-3,6), faça a representação num


sistema de coordenadas cartesianas ortogonais.

b) Trace os seguimentos de retas que passe pelos pontos A e B, B e C, C e D, D


e A. Qual a figura geométrica que se formou?

Possíveis respostas

a)

b) A figura representada é um quadrado.


Proposta de formalização

Neste momento vamos perguntar aos alunos quais são as características do


quadrado. A ideia é relembrar essas informações para que os alunos consigam dar
sequência na atividade, dessa forma, esperamos nessa recapitulação:

Sendo assim, os quadrados possuem todas as propriedades dos paralelogramos, a


saber:

 Lados opostos são congruentes;

 Ângulos opostos são congruentes;

 As diagonais cruzam-se em seus pontos médios;

 Ângulos adjacentes são suplementares, isto é, a sua soma é sempre igual


a 180°.

 As diagonais são perpendiculares;

 As diagonais são congruentes.

Após realizar essa pequena revisão, vamos propor as seguintes tarefas:

c) Encontre as equações das retas das diagonais desse quadrado. Compare essas
equações.

d) Utilizando as equações das retas, verifique que os lados do quadrado são


paralelos.
Resposta esperada

c) Calculando o valor do coeficiente angular da reta que passa pelos pontos A e


C:

y 2−¿ y 9−1
m= 1
= =4 ¿
x 2−x 1 2−0

Aplicando o ponto A na equação da reta temos 1=b, portanto y=4 x +1.

Realizando o mesmo processo para a diagonal DB,

y 2−¿ y 4−6 −1
m= 1
= = ¿
x 2−x 1 5−(−3) 4

−1 5 21
Segue que y= x +b , aplicando o ponto b temos 4¿− +b , logo b = ,
4 4 4
−1 21
pontanto y= x+ .
4 4

Formalização

Quando representamos duas retas perpendiculares em um plano cartesiano e ao


mesmo tempo observamos os seus coeficientes angulares, podemos perceber que seus
valores são o oposto do inverso do outro.

A reta r de coeficiente angular m1 e a reta s de coeficiente angular m2, serão


perpendiculares se:

Assim, para duas retas serem perpendiculares é necessário que o coeficiente


angular de uma seja igual ao oposto do inverso do coeficiente angular da outra.

d) Equação da reta AB. A(0,1) e B(5,4):

y=ax+ b 1=b y=ax+b

1=a 0+b 4=5 a+1


3
a=
5

3
y= x +1
5

Equação da reta CD. C(2,9) e D(-3,6):

y=ax+ b 3
3=5 aa=
5
9=2 a+b
3
9=2. +b
6=−3 a+b 5
39
b=
5
3 39
y= x +
5 5
Como visto anteriormente, como os coeficientes angulares tem o mesmo valor, (
3
), as retas são paralelas.
5

Equação da reta BC. B(5,4) e C(2,9) e:

y=ax+ b 5
9=2.− + b
3
9=2 a+b
10
b=9+
4=5 a+b 3

5=−3 a 37
b=
3

−5
a=
3

−5 37
y= x+
3 3

Equação da reta DA. A(0,1) e D(-3,6):

y=ax+ b 1=a 0+b


1=b y=ax+ b −5
a=
3
6=−3 a+1

−5
y= x+1
3

Como visto anteriormente, como os coeficientes angulares têm o mesmo valor, (


−5
), as retas são paralelas.
3
Tarefa 3

Dado o triângulo retângulo abaixo determine:

x √2

x √2

a) Uma expressão algébrica que forneça a área desse triângulo.

b) Construa o gráfico dessa expressão.

c) Observe o gráfico, existe algum valor para x que torne impossível a


existência desse triangulo.

Resolução Esperada

a) Área do triângulo retângulo é calculada multiplicando a base (b) pela altura


(h) e dividindo por dois, assim:

b.h
A=
2

x √2 . x √ 2
A=
2

A=x2
b)

c) Observando o gráfico, podemos perceber que para qualquer valor de x o


resultado é sempre positivo, porém, quando x=0, a área será zero, ou seja,
não existe o triangulo. Fácil de observar também que quando o x = 0 o lado
do triangulo será zero, logo, não existe a figura.

Proposta de formalização

Ao analisarmos os valores atribuídos para x, os valores encontrados sempre


serão positivos, devido ao expoente ser par, assim pediremos para que eles verifiquem
esse caso e atribuam valores para x, utilizando as regras de potenciação, por exemplo,
x=3 , teremos 32=3.3=9 , utilizando também um número negativo, x=−4 então,
(−4)2=(−4 ) . (−4 )=16 .

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