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VERTEDORES

DEFINIÇÃO
• Os vertedores podem ser definidos como simples paredes, diques ou
aberturas sobre quais um líquido escoa.
• O termo aplica-se, também, a obstáculos à passagem da corrente e aos
extravasores das represas.
• Os vertedores são orifícios sem a borda superior.

Figura 1: Exemplo de vertedor.


APLICAÇÕES
• Os vertedores têm sido utilizados, intensiva e satisfatoriamente, na
medição de vazão de pequenos cursos de água e condutos livres, assim
como no controle do escoamento em galerias e canais.

Figura 2: Vertedor.
Figura 3: Vertedor.
TERMINOLOGIA

• A borda, normalmente horizontal,


denomina-se crista ou soleira.

• As bordas ascendentes verticais ou


inclinadas constituem as faces do
vertedor.
Figura 4: Nomenclatura.
TERMINOLOGIA
• A carga do vertedor, H, é a altura atingida pelas águas, a contar da cota da soleira
do vertedor.
• Devido o abaixamento da lâmina vertente junto ao vertedor, a carga H deve ser
medida a montante, no ponto M, a uma distância igual ou superior a .
• Exatamente sobre a soleira do vertedor (ponto C), a altura da água é h.

Figura 5: Esquema de vertedor.


CLASSIFICAÇÃO
Os vertedores podem ser classificados quanto à:

1. Forma:
a) Simples (retangulares, trapezoidais, triangulares, etc)
b) Compostos (seções combinadas)

2. Altura relativa da soleira:


a) Vertedores completos ou livres (p > p’)
b) Vertedores incompletos ou afogados (p < p’)
CLASSIFICAÇÃO
3. Natureza da parede:
a) Vertedores em parede delgada (chapas ou madeira chanfrada)
b) Vertedores em parede espessa (

4. Largura relativa:
a) Vertedores sem contrações laterais (L = b)
b) Vertedores contraídos (L < b) (com uma contração e com duas
contrações). É considerado contraído o vertedor cuja largura é
menor que a do canal de acesso.
CLASSIFICAÇÃO
5. Forma da lâmina vertente:
a) De lâmina livre (ou ventilada)
b) De lâmina alterada (ou aderida ou deprimida)
c) De lâmina aderida

6. Perfil da soleira:
a) Arredondados
b) De crista viva
CLASSIFICAÇÃO
7. Posição da parede (das bordas):
a) De parede vertical
b) De parede inclinada

8. Posição do vertedor em relação à corrente:


a) Normais ou perpendiculares
b) Laterais ou paralelos
c) Esconso (oblíquo)
CLASSIFICAÇÃO
9. Perfil do fundo:
a) Em nível
b) Em degrau

10. Normatização:
a) Padrão ou standard
b) Particulares (não padronizados)
VERTEDORES RETANGULARES DE
PAREDE DELGADA E SEM CONTRAÇÕES

• Examinando o escoamento (trajetória das


partículas) da água em um vertedor, observa-se
que os filetes inferiores, a montante, elevam-se,
tocam a crista do vertedor e sobrelevam-se
ligeiramente a seguir. A superfície livre da água e
os filetes próximos baixam. Verifica-se um
Figura 6: Vertedor retangular de
estreitamento da veia, como acontece com os paredes delgadas sem contração.

orifícios.
FÓRMULAS USUAIS
Essas fórmulas são válidas para os vertedores, nos quais atua a pressão
atmosférica sob a lâmina vertente (espaço W ocupado pelo ar).

1. Fórmula de Francis:

Sendo Q dada em m³/s e L e H em metros.


FÓRMULAS USUAIS
2. Fórmula da Sociedade Suíça de Engenheiros e Arquitetos

3. Fórmula de Bazin
INFLUÊNCIA DAS CONTRAÇÕES

• As contrações ocorrem nos vertedores


cuja largura é inferior à do canal em que
se encontram instalados (L < b).

• Francis, após muitas experiências, concluiu


que tudo se passa como se no vertedor
Figura 7: Vertedor retangular de paredes
com contrações a largura fosse reduzida. delgadas com contração.
INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE
CHEGADA DA ÁGUA
• Deve ser considerada nos casos em que a velocidade de chegada da água é
elevada, nos trabalhos em que se requer grande precisão e sempre que a área
molhada da seção transversal do canal de acesso (Amc) for superior a 6 vezes a
área de escoamento (Aev) no vertedor (.

Onde v é a velocidade do canal.


INFLUÊNCIA DA FORMA DA
VEIA
• Nos vertedores em que o ar não penetra no espaço W, abaixo da lâmina
pode ocorrer um abaixamento, modificando a posição da veia e alterando
a vazão.

• Essa influência pode ocorrer em vertedores sem contrações ou em


vertedores contraídos, no qual o prolongamento das faces encerra
totalmente a veia vertente, isolando o espaço W.
INFLUÊNCIA DA FORMA DA
VEIA
Nessas condições, lâmina líquida pode tomar uma das seguintes formas:

• Lâminas deprimidas: o ar é arrastado pela água, ocorrendo um vácuo


parcial em W, que modifica a posição da veia.

• Lâmina aderente: ocorre quando o ar sai totalmente ou quando a


velocidade é insuficiente para a lâmina de água vertente afastar-se.

• Lâmina afogada: quando o nível de água a jusante é superior ao da soleira,


ou seja, quando p’ > p.
VERTEDOR TRAPEZOIDAL
• Cipolleti procurou determinar um vertedor trapezoidal que compensasse o
decréscimo de vazão devido às contrações nos vertedores retangulares:

• A inclinação das faces foi estabelecida de modo


que a descarga através das partes “triangulares”
do vertedor correspondesse ao decréscimo de
descarga, devido às contrações laterais, com a
vantagem de evitar a correção nos cálculos.
Figura 8: Vertedor trapezoidal.
VERTEDOR TRIANGULARES
• Os vertedores triangulares possibilitam maior precisão na medida de cargas
correspondentes a vazões reduzidas. São geralmente trabalhados em chapas
metálicas. Na prática, só são empregados os de forma isósceles, sendo mais usuais os
de 90⁰.
• Para esses vertedores, adota-se a fórmula de
Thompson:

Onde Q é a vazão, dada em m³/s e H, a carga dada


em m.
Figura 9: Vertedor triangular.
VERTEDOR CIRCULAR
• O vertedor de seção circular, embora pouco empregado, por não apresentar
vantagens hidráulicas (só construtivas), também não requer nivelamento de
soleira preciso.
• A equação de vazão de um vertedor circular é a seguinte:

Onde
Q em m³/s
D em m
H em m

Figura 10: Vertedor circular.

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