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Estruturas Metálicas

Barras de aço tracionadas

Prof. Harley Francisco Viana – harley.viana@prof.una.br


Introdução
• As barras de aço tracionadas são solicitadas exclusivamente por força axial de
tração decorrente de ações estáticas.

• Nos edifícios com estrutura de aço, tais barras aparecem, na maioria das vezes,
compondo treliças planas que funcionam como vigas de piso e de cobertura
(tesouras de cobertura).

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Introdução
• Barras tracionadas também compõem treliças espaciais, geralmente
empregadas em coberturas de edificações que precisam de grande área livre;

• Também aparecem na composição de treliças de pilares e nos


contraventamentos verticais e de cobertura, usados para estabilizar muitas
edificações.

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Introdução
• Tirantes e pendurais: transfere cargas gravitacionais de um piso para
componentes estruturais situados em nível superior, também são barras
tracionadas e aparecem em diversas edificações com estruturas de aço.

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Introdução
• Treliças
- Treliça Pratt → o banzo inferior e as diagonais são tracionados, e o banzo
superior e os montantes, comprimidos.
Banzo superior

Banzo inferior Montante


Diagonal
- Treliça Howe → inverte-se o sentido das forças axiais nas diagonais e
montantes em relação à treliça Pratt.

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Introdução
• Treliças
- Treliças Warren sem e com montantes: o banzo inferior fica tracionado, o
superior fica comprimido, as diagonais extremas ficam comprimidas, as
adjacentes, tracionadas, as seguintes, comprimidas, e assim sucessivamente
até a região central.

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Introdução
• Treliças planas das tesouras de cobertura
- Apresentam geometrias similares às das vigas de piso.
- O banzo superior geralmente é inclinado para que haja escoamento da água
de chuva (a ABNT NBR 8800:2008 recomenda inclinação mínima de 3%).

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Introdução
• Treliças planas das tesouras de cobertura
- As treliças de cobertura podem ter apenas um ponto de apoio nos pilares ou
dois pontos de apoio nos pilares
- Essas treliças costumam ter altura total superior a 1/15 do vão, dificilmente
ultrapassando 1/5 do vão.

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Introdução
• Treliças: tipos de nó

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Introdução
• Elementos tracionados não são suscetíveis à instabilidade.
• A propriedade geométrica mais importante é a área da seção transversal.
• Isso porque o colapso se dá pelo escoamento da área bruta da peça
tracionada ou pela ruptura da área líquida em pontos de ligação entre as
peças.

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Estudo da região da ligação
• A área de trabalho na região de ligação de uma barra tracionada pode ser
inferior à área bruta da seção transversal.

• Para se chegar à área de trabalho, a área bruta da seção transversal pode


sofrer uma primeira e segunda reduções:
✓ Primeira redução: área líquida, a presença de furos para passagem de
parafusos.
✓ Segunda redução: área líquida efetiva, a distribuição não uniforme da tensão
de tração em decorrência de maior concentração junto a parafusos e soldas.

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Estudo da região da ligação
• Área líquida
- É a área da seção transversal reduzida pela presença de parafusos;
An = bnt
An – Área líquida
bn – Largura líquida crítica
t – espessura da chapa

- A linha que passa por um conjunto de furos e no qual ocorre a ruptura da chapa
é chamada de linha de ruptura.

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Estudo da região da ligação
• Área líquida
- Para se determinar a linha de ruptura, calcula-se a largura líquida mínima (bn)
para um conjunto possível de linhas de ruptura.

A-B-C-D

Elemento
A-B-C-D
A-B-F-C-D
A-B-G-C-D
A-B-F-G-C-D
A-B-F-K-G-C-D

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Estudo da região da ligação
• Área líquida
- Nas ligações usuais, somente precisam ser consideradas as linhas de ruptura
que passam pelos furos situados na região de força axial atuante máxima (N);
- Ex: A linha de ruptura I-J-K-L-M, apesar de passar por 3 furos, não prevaleceria,
uma vez que estaria submetida a uma força de tração relativamente reduzida (N
– 4N/7).

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Estudo da região da ligação
• Área líquida
- A menor largura líquida deve ser adotada, as demais, desprezadas.
bg = largura total da seção transversal;
Σbh = soma dos diâmetros de todos os furos da linha
de ruptura considerada;
n = número de segmentos diagonais (não
perpendiculares à linha de atuação da força de tração);
s = espaçamento entre dois furos do segmento
diagonal, na direção paralela à linha de atuação da
força de tração;
g = espaçamento entre dois furos do segmento
diagonal, na direção perpendicular à linha de atuação
Furos feitos com broca: bh = fparafuso + 1,5mm
Furos feitos com punção: bh = fparafuso + 3,5mm da força de tração.

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Estudo da região da ligação
• Área líquida
- Fazem-se nas estruturas de aço furos-padrão com diâmetro nominal 1,5 mm
maior que o diâmetro do parafuso.
- Furos por broca possuem boa precisão na obtenção desse valor.
- Em furos por punção o diâmetro resultante é da ordem de 2,0 mm superior ao
valor nominal, em torno de 3,5 mm superior ao diâmetro do parafuso.
Furos feitos com broca: bh = fparafuso + 1,5mm
Furos feitos com punção: bh = fparafuso + 3,5mm

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Estudo da região da ligação
• Área líquida
- Quando uma linha de ruptura tem todos os seus segmentos na seção
transversal, a área líquida pode ser obtida subtraindo-se a área dos furos da
área bruta Ag;

- As cantoneiras são rebatidas segundo a linha que passa pela semi-espessura


das abas e são tratadas como chapas com largura igual à soma das larguras
das duas abas menos a sua espessura.

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Estudo da região da ligação
• Área líquida
- Para perfis I, H, U calculam-se as áreas líquidas das mesas e da alma,
considerando cada um desses elementos como uma chapa isolada e , depois,
soma-se os valores obtidos:

- Em qualquer perfil, quando os furos estão na seção transversal, a área líquida


(An) é dada por:

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Exemplo I
Determinar a área líquida do perfil I soldado mostrado na figura a seguir, com a
furação para ligação indicada. Os parafusos têm diâmetro de 16 mm, com furos
puncionados.

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Exemplo I
- Linhas de ruptura

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Exemplo I
- Largura dos furos puncionados
𝑏ℎ = 16 + 3,5 = 19,5 𝑚𝑚

- A linha de ruptura possível na mesa é A-B-C-D, cujas larguras líquidas é:


𝑏𝑛 𝑓−𝐴𝐵𝐶𝐷 = 150 − 2 𝑥 19,5 = 111 𝑚𝑚

- A área líquida correspondente à linha de ruptura A-B-C-D, é


𝐴𝑛 𝑓 = 111 x 16 = 1776 mm²

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Exemplo I
- As linhas de ruptura possíveis na alma são E-F-G-H e E-F-I-G-H, cujas larguras líquidas
são:
𝑏𝑛 𝑤−𝐸𝐹𝐺𝐻 = 300 − 2 𝑥 16 − 2 𝑥 19,5 = 229 𝑚𝑚
𝑏𝑛 𝑤−𝐸𝐹𝐼𝐺𝐻 = 300 − 2 𝑥 16 − 3 𝑥 19,5 + 2 𝑥 502 /(4 𝑥 40) = 240,75 𝑚𝑚

- A área líquida, tomando o menor valor da largura líquida, no caso correspondente à linha
de ruptura E-F-G-H, é
𝐴𝑛 𝑤 = 229 𝑥 8 = 1832 𝑚𝑚²

- A área líquida do perfil será


𝐴𝑛 = 2 𝑥 𝐴𝑛 𝑓 + 𝐴𝑛 𝑤 = 2 𝑥 1776 + 1832 = 5384 𝑚𝑚²

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Estudo da região da ligação
• Área líquida efetiva
- Uma barra tracionada ligada por apenas alguns dos componentes da seção
transversal, fica submetida a uma distribuição não uniforme de tensão na
região da ligação.

- Para o cálculo da área da seção transversal, considera-se apenas uma parte da


mesma, chamada área efetiva (Ae), trabalhando sob tensão uniforme no valor da
máxima tensão atingida.

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Estudo da região da ligação
• Área líquida efetiva
- Para uso prático, a área líquida efetiva Ae é dada por:

Ae = Ct An

onde
Ct - coeficiente de redução da área líquida An
An - Área líquida

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Estudo da região da ligação
• Área líquida efetiva
- Coeficiente de redução Ct
𝑒𝑐
Ct = 1 -
𝑙𝑐

ec – excentricidade da ligação, igual à distância do centro geométrico da seção da


barra (G), ao plano de cisalhamento da seção.

lc – comprimento efetivo da ligação:


Ligações soldadas → lc = comprimento da solda na direção da força axial;
Ligações parafusadas → lc = distância do primeiro ao último parafuso da linha de
furação com maior número de parafusos, na direção da força axial.

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Estudo da região da ligação
• Área líquida efetiva 𝑒𝑐
Ct = 1 -
- Coeficiente de redução Ct 𝑙𝑐

- O coeficiente Ct se eleva à medida que o comprimento da ligação (lc) aumenta, e a


distância do centro geométrico da barra ao plano de cisalhamento da ligação (ec)
diminui.

Quanto maior o comprimento da


ligação, menor a área que não
trabalha no elemento não
conectado (alma) na seção 1-1
mais solicitada

Se o perfil I tiver largura das


mesas próxima à altura do perfil, a
excentricidade ec é relativamente
pequena e a área que não trabalha
é menor que se o perfil tivesse
altura bastante superior à largura
das mesas

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Estudo da região da ligação
• Área líquida efetiva
- Coeficiente de redução Ct

a) Se 𝐶𝑡 ≤ 0,60, a ligação é pouco


eficiente e deve ser modificada;

b) Não se deve adotar 𝐶𝑡 > 0,90


por razões de segurança;

c) Se a ligação é feita por todos os elementos do perfil, a tensão normal na barra é


praticamente uniforme e considera-se 𝐶𝑡 = 1,00.

0,6 ≤ Ct ≤ 0,9

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Estudo da região da ligação
• Área líquida efetiva
- Coeficiente de redução Ct

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Estudo da região da ligação
• Área líquida efetiva
- Coeficiente de redução Ct - Chapas
- Nos elementos planos ligados exclusivamente pelas bordas longitudinais por
meio de solda, o comprimento dos cordões de solda (lw) não pode ser inferior à
largura da chapa (b), que não pode ser superior a 200 mm, e os seguintes
valores para o coeficiente Ct devem ser utilizados:

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Dimensionamento aos Estados Limites Últimos

• Identificação dos Estados Limites Últimos

- Ruptura da seção líquida: há colapso de barras tracionadas relacionado à


região de ligação quando a tensão atuante na área líquida efetiva (Ae) atinge
o valor da resistência à ruptura do aço ( fu ) e a barra se rompe;

- Escoamento da seção bruta: quando a tensão de tração atuante na sua


seção bruta (Ag) atinge o valor da resistência ao escoamento do aço (fy). A
barra está em situação de escoamento generalizado e sofre alongamento
excessivo, o que pode provocar a ruína da estrutura da qual faz parte.

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Dimensionamento aos Estados Limites Últimos
• Identificação dos Estados Limites Últimos

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Dimensionamento aos Estados Limites Últimos
• Dimensionamento
- Segundo a ABNT NBR 8800: 2008, no dimensionamento à força axial de tração,
deve ser atendida a seguinte condição:

N t ,Sd  N t ,Rd

Nt,Sd é a força axial de tração solicitante de cálculo, obtida por


combinações de ações.

Nt,Rd é a força axial de tração, resistente de cálculo, determinada como


segue:

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Dimensionamento aos Estados Limites Últimos
• Dimensionamento

Menor Escoamento da seção bruta (ESB)


Nt,Rd
valor Ruptura da seção líquida (RSL)

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Dimensionamento aos Estados Limites Últimos
• Dimensionamento

Escoamento da seção bruta (ESB)


Ag fy - força axial resistente nominal
Ag f y
N t ,Rd =
 a1 𝛾a1 - coeficiente de ponderação da resistência para
ESB, igual a 1,10.

Ruptura da seção líquida efetiva (RSL)


Ae fu - força axial resistente nominal
Ae fu
N t ,Rd =
 a2 𝛾a2 - coeficiente de ponderação da resistência para
RSL, igual a 1,35.

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Estado Limite de Serviço
• Limitação do índice de esbeltez
- As peças dimensionadas para resistirem exclusivamente a tração normalmente
apresentam seção transversal bastante reduzida, o que pode dar origem a
flechas e vibrações excessivas, e por conta disso, as normas costumam limitar o
índice de esbeltez máximo das peças.

- O índice de esbeltez é a maior relação entre o comprimento destravado Lt e o


raio de giração r correspondente (com exceção das barras redondas rosqueadas
que são montadas com pré-tensão, para as quais a esbeltez é ilimitada e não
precisa ser verificada).

 Lt 
- Seu limite é dado por:    300
 r  máx

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Estado Limite de Serviço
• Limitação do índice de esbeltez
- A recomendação sobre esse limite evita:
✓ deformação excessiva;
✓ vibração de grande intensidade, que pode se transmitir para toda a edificação,
quando houver ações variáveis ou quando existirem solicitações de
equipamentos vibratórios.

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Estado Limite de Serviço
• Limitação do índice de esbeltez

- (Lt /r)x = L/rx (no plano das


treliças, o comprimento
destravado é a distância entre
dois nós adjacentes).

- (Lt /r)y = 2L/ry (no plano


perpendicular às treliças, o
comprimento destravado é a
distância entre duas mãos-
francesas adjacentes ou entre
apoio externo e mão-francesa).

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Estado Limite de Serviço
• Limitação do índice de esbeltez
- Emprego de barras compostas
- Para assegurar um comportamento adequado dos perfis de barras compostas, a
distância máxima (l) entre duas chapas espaçadoras deve ser tal que:

l onde rmin é o raio de giração mínimo de apenas


 300 um perfil isolado
rmin

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Estado Limite de Serviço
• Limitação do índice de esbeltez
- Emprego de barras compostas

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Exemplo II
Calcular a resistência de cálculo de uma chapa de 20mm de espessura ligada a
outras duas chapas por parafusos de 19mm de diâmetro. Adotar aço MR 250.

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Exemplo II

- Largura dos furos puncionados


𝑏ℎ = 𝜙𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜 + 3,5𝑚𝑚 = 19 + 3,5 = 22,5 𝑚𝑚 = 2,25𝑐𝑚
- Largura líquida: Linha 1-2-3-4-5
𝑏𝑛1 = 28 − 3 𝑥 2,25 = 21,25 𝑐𝑚
- Largura líquida: Linha 1-2-6-3-4-5 ou 1-2-3-7-4-5
𝑏𝑛2 = 28 − 4 𝑥 2,25 + 2(7,52 /4𝑥5) = 24,62 𝑐𝑚
- Largura líquida: Linha 1-2-6-3-7-4-5
𝑏𝑛3 = 28 − 5 𝑥 2,25 + 4(7,52 /4𝑥5) = 28 𝑐𝑚
- Área líquida
𝐴𝑛 = 𝑏𝑛𝑐 𝑡 = 21,25 𝑥 2 = 42,5 𝑐𝑚2

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Exemplo II

Estados Limites:
- Escoamento da seção bruta (ESB)
Ag f y 56  25
𝐴𝑔 = 28 𝑥 2 = 56 𝑐𝑚2 N t ,Rd = = = 1272,73 kN
𝑓𝑦 = 25 𝑘𝑁/𝑐𝑚2  a1 1,10

- Ruptura da seção líquida efetiva (RSL)


Ae fu 42,5  40
𝐴𝑒 = 𝐴𝑛 𝑥 𝐶𝑡 = 42,5 𝑥 1,0 = 42,5 𝑐𝑚2 N t ,Rd = = = 1259,26 kN
𝑓𝑢 = 40 𝑘𝑁/𝑐𝑚2  a2 1,35
- Colapso por ruptura da seção líquida efetiva → N t ,Rd = 1259,26 kN
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Exemplo III
Qual a resistência de cálculo de uma cantoneira L 152x152x9,5; com a furação
indicada na figura abaixo. Aço MR 250, furos puncionados, parafusos de 𝜙7/8”.

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Exemplo III

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Exemplo III

- Largura dos furos puncionados


bh = ϕparafuso + 3,5mm=
bh = 22,2+ 3,5 = 25,7 mm = 2,57 cm
- Largura líquida: Linha 1-2-3-4
bn1 =294,5− 2 x 25,7 = 243,1 mm
- Largura líquida: Linha 1-2-5-3-4 ou 1-2-6-3-4
bn2 =294,5− 3 x 25,7 + 802/(4 x 64) + 802/[4(104,5 + 64)] = 251,89 mm
- Largura líquida: Linha 1-2-5-6-3-4
bn3 =294,5− 4 x 25,7 + 2[802/(4x64)] = 241,7 mm bnc =24,17 cm
- Área líquida
𝐴𝑛 = 𝑏𝑛𝑐 𝑡 = 24,17 𝑥 0,95 = 22,96 𝑐𝑚2

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Exemplo III
Estados Limites:
- Escoamento da seção bruta (ESB)

L 152x152x9,5 → Ag=28,13 cm2 𝐶𝑡 = 1,0 → 𝑙𝑖𝑔𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑢𝑎𝑠 𝑎𝑏𝑎𝑠


𝑓𝑦 = 25 𝑘𝑁/𝑐𝑚2
Ag f y 28,13  25
N t ,Rd = = = 639,32 kN
 a1 1,10
- Ruptura da seção líquida efetiva (RSL)

𝐴𝑒 = 𝐴𝑛 𝑥 𝐶𝑡 = 22,96 𝑥 1,0 = 22,96 𝑐𝑚2


𝑓𝑢 = 40 𝑘𝑁/𝑐𝑚2
Ae fu 22,96  40
N t ,Rd = = = 680,34 kN
 a2 1,35
- Colapso por escoamento da seção bruta → N t ,Rd = 639,32 kN

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Exemplo IV
Qual a resistência de cálculo do perfil I 300x55. Considerar parafusos 𝜙 7/8”. Furos
puncionados e aço AR 350.

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Exemplo IV

- Largura dos furos puncionados


bh = ϕparafuso + 3,5mm=
bh = 22,2 + 3,5 = 25,7 mm = 25,7 mm
- Largura líquida: Linha 1-2-3-4
bn1 =250− 2 x 25,7 = 198,6 mm
- Largura líquida: Linha 1-2-5-3-4 ou 1-2-6-3-4
bn2 =250− 3 x 25,7 + 602/(4x40) + 602 /(4x120) = 202,9 mm
- Largura líquida: Linha 1-2-5-6-3-4
bn3 =250− 4 x 25,7 + 2[602/(4x40)] = 192,2 mm bnc = 192,2 mm
- Área líquida
𝐴𝑛 = 𝑏𝑛𝑐 𝑡 = 19,22 𝑥 0,95 = 18,26 𝑐𝑚2

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Exemplo IV
- Largura líquida
bn =281 - 3 x 25,7 = 203,9 mm
- Área líquida
𝐴𝑛,𝑤 =20,39 x 0,8 = 16,31 cm2

An=2𝐴𝑛,𝑓 +𝐴𝑛,𝑤 = 2 x 18,26 + 16,31 = 52,83 cm2


- Área líquida efetiva
𝐶𝑡 = 1,0 → 𝑙𝑖𝑔𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑙
Ae=𝐴𝑛 x Ct = 52,83 cm2
Ag f y 70  35
- ESB → N t ,Rd = = = 2227,27 kN
 a1 1,10
Ae fu 52,83  45
- RSL → N t ,Rd = = = 1761kN N t ,Rd = 1761kN
 a2 1,35

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Exemplo V
Calcular a resistência de cálculo para a cantoneira L152x152x9,5, ligada a uma
chapa de nó de treliça apenas por uma aba e sujeita a força axial de tração, para
cada um dos tipos de ligação dados abaixo.
Usar aço MR 250, parafuso 7/8”, furo puncionado.

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Exemplo V (a)
- Largura dos furos puncionados
bh = ϕparafuso + 3,5mm
bh =22,2+ 3,5 = 25,7 mm = 25,7 mm
- Área líquida
𝐴𝑛 = 𝐴𝑔 − ෍ 𝑏ℎ 𝑡 = 28,13 − 2 𝑥 2,57 𝑥 0,95 = 23,25 𝑐𝑚2

- Coeficiente de redução Ct
𝑥𝑔 = 𝑒𝑐 = 41,7 𝑚𝑚
41,7
𝐶𝑡 = 1 − = 0,74
2 𝑥 80
- Área líquida efetiva
Ae= An x Ct =23,25 x 0,74 = 17,20 cm2

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Exemplo V (a)
Ag f y 28,13  25
- ESB → N t ,Rd = = = 639,32 kN
 a1 1,10

Ae fu 17,2  40
- RSL → N t ,Rd = = = 509,78 kN
 a2 1,35

N t ,Rd = 509,8 kN → Ruptura da seção líquida efetiva

25/03/2022 Capítulo 6 – Barras de aço tracionadas 52


Exemplo V (b)
- Coeficiente de redução Ct
Lc = 50 mm
𝑥𝑔 = 𝑒𝑐 = 41,7 𝑚𝑚
41,7
𝐶𝑡 = 1 − = 0,17 < 0,6 𝑛ã𝑜 𝑂𝐾!
50
- Comprimento de solda mínimo
41,7
0,6 = 1 −
𝑙𝑐
41,7
𝑙𝑐 = = 104,25 𝑚𝑚 𝑙𝑐 = 105 𝑚𝑚
0,4
Ag f y 28,13  25
- ESB → N t ,Rd = = = 639,32 kN
 a1 1,10

Ae fu 0,6  28,13  40
- RSL → N t ,Rd = = = 500,1kN
 a2 1,35

N t ,Rd = 500 kN → Ruptura da seção líquida efetiva para solda lc =105mm

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Exemplo V (c)
- Coeficiente de redução Ct
Lc = 480 mm
𝑥𝑔 = 𝑒𝑐 = 41,7 𝑚𝑚
41,7
𝐶𝑡 = 1 − = 0,91 > 0,9 → 𝐶𝑡 = 0,9
480
Ag f y 28,13  25
- ESB → N t ,Rd = = = 639,32 kN
 a1 1,10

Ae fu 0,9  28,13  40
- RSL → N t ,Rd = = = 750,13 kN
 a2 1,35

N t ,Rd = 639,32 kN → Escoamento da área bruta

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Exemplo
Para o perfil do exemplo 4, qual seria a resistência de cálculo para tração, caso não
houvessem furos na alma.

- Coeficiente de redução Ct
9,52  140,5 
250x + 140,5x 8x  + 9,5 
2  2  = 28,84 mm
ec =
250x 9,5 + 140,5x 8

l c = 4 x 60mm = 240 mm

28,84
Ct = 1 − = 0,88 0,6  Ct  0,9 Ok !
240

25/03/2022 Capítulo 6 – Barras de aço tracionadas 55


Exemplo
Para o perfil do exemplo 4, qual seria a resistência de cálculo para tração, caso não
houvessem furos na alma.

- Área líquida efetiva

An = 2(bnf t f ) + ht w = 2x19
 ,22 x 0,95 + 28,1x 0,8 = 59 cm 2

exerc .4

𝐴𝑒 = 𝐴𝑛𝑥𝐶𝑡 = 59 𝑥 0,88 = 51,92 𝑐𝑚2

- ESB → N t ,Rd = 2227,27 kN

Ae fu 51,92  45
- RSL → N t ,Rd = = = 1730,67 kN
 a2 1,35

N t ,Rd = 1730,67 kN → Ruptura da área líquida


25/03/2022 Capítulo 6 – Barras de aço tracionadas 56
Exemplo
Para o perfil do exemplo 4, qual seria a resistência de cálculo para tração, caso
houvessem furos apenas na alma.
- Coeficiente de redução Ct
tw
ec = x g −
2
1252 4 2
2x 9,5x + x 281
2 2 8
ec = − = 39,06 mm
2(125x 9,5) + 4 x 281 2

l c = 4 x 60mm = 240 mm

39,06
Ct = 1 − = 0,84
240

25/03/2022 Capítulo 6 – Barras de aço tracionadas 57


Exemplo
- Área líquida efetiva

An = 2(bf t f ) + bnw t w = 2x 25x 0,95 + 20


 ,39 x 0,8 = 63,81 cm 2

exerc .4

𝐴𝑒 = 𝐴𝑛𝑥𝐶𝑡 = 63,81 𝑥 0,84 = 53,60 𝑐𝑚2

- ESB → N t ,Rd = 2227,27 kN

Ae fu 53,60  45
- RSL → N t ,Rd = = = 1786,68 kN
 a2 1,35

N t ,Rd = 1786,68 kN → Ruptura da área líquida

25/03/2022 Capítulo 6 – Barras de aço tracionadas 58


Exercício
Obter o valor da força axial resistente de cálculo, Nt,Rd, para todas as barras
tracionadas mostradas a seguir. As ligações são parafusadas, feitas com o uso de
chapas (não mostradas), e os furos e as posições dos planos de cisalhamento estão
indicados (existem dois planos de cisalhamento nos casos a e b e apenas um nos
casos c e d). Os parafusos têm diâmetro de 24 mm e estão distanciados entre si de
80 mm (distância eixo a eixo de furos), na direção da força de tração, em cada linha
de furação. O aço empregado possui resistência ao escoamento de 345 MPa e à
ruptura de 450 MPa.

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Bibliografia
FAKURY, R. H., SILVA, A. L. R. C., CALDAS, R. B., “Dimensionamento Básico de
Elementos de Estruturas de Aço –Parte I, 2011.

PFEIL, W; PFEIL, M. Estruturas de Aço – Dimensionamento Prático Segundo a NBR


8800:2008, 8a.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.

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