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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA

LUCAS SOUZA DE FREITAS

LABORATÓRIO DE FÍSICA I
RELATÓRIO DE EXPERIMENTO DE LEI DE
HOOKE: COEFICIENTE DE ATRITO
ESTÁTICO E DINÂMICO

Trabalho solicitado pelo


Professor José Luiz Nunes De
Mello, visando a obtenção de
nota parcial na disciplina de
Laboratório de Física I.

Manaus-AM
2022
PARTE TEÓRICA

Coeficiente de atrito é um coeficiente adimensional que é oposto ao deslizamento de


duas superfícies, as quais estão em contato. Assim, podem existir dois tipos de coeficientes
de atrito: o estático e o dinâmico. Ou seja, um diz respeito aos corpos em repouso e e o outro
ao movimento relativo, respectivamente.
O plano inclinado é uma superfície plana cujos pontos inicial e final estão em alturas
diferentes. Muito presente em nosso cotidiano, relaciona-se com a 2ª lei de Newton sobre
aceleração.
A força normal é a força responsável pela dor causada ao trombar em uma parede.
É a força que não deixa dois objetos sólidos se atravessarem e sempre está perpendicular à
superfície de contato.
A força de atrito tem como definição ser uma força que se contrapõe ao movimento
dos corpos.
Os coeficientes de atrito são indicados pela letra grega μ (mi). Além disso, esses
coeficientes são específicos para cada par de materiais. Isto é, o atrito dependerá dos
materiais que estão interagindo e, também, se os corpos estão em repouso ou em movimento
relativo.
Quando os corpos estão parados entre si, assumimos que há o atrito estático. Ou
seja, o μe.
Quando os corpos estão em movimento relativo, há o atrito dinâmico ou cinético.
Isto é, o μd.
Note que o atrito dinâmico é sempre menor que o atrito estático. Além disso, como
trata-se de um coeficiente, seu valor está sempre entre 0 e 1. Dessa forma, 0 é uma condição
na qual não há atrito e 1 é uma condição limite, na qual não há movimento.
Imagine uma situação na qual uma pessoa tenta movimentar um móvel muito grande.
Quanto maior for o peso do objeto, maior será a força necessária para deslocá-lo. Além
disso, o contato do móvel com o solo também resistirá ao movimento devido ao atrito.
Os cálculos dos coeficientes de atritos são feitos usando a força de atrito. Dessa
maneira, matematicamente, temos:

𝐹𝑎𝑡 = 𝑁. 𝜇 (1)

onde:
𝐹𝑎𝑡 - Força de atrito (N);
N- Força Normal (N);
𝜇- Coeficiente de atrito.

Figura 1- Plano Inclinado


Em um plano inclinado, como o da Figura 1, tem-se a componente “x” do peso,
𝑃𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝛼, que tende a fazer o bloco descer o plano. No instante imediatamente antes do
bloco iniciar um movimento de descida do planoo, temos que 𝑓 = 𝑃𝑥 . Além disso, a
componente “y” do peso, 𝑃𝑦 = 𝑐𝑜𝑠𝛼, tem o mesmo módulo, a mesma direção e sentido
oposto ao da força normal 𝑁 = 𝑃𝑦 . Com isso, temos:

𝑓 = 𝑁. 𝜇𝑒 → 𝑃𝑥 = 𝜇𝑒 𝑃𝑦 (2)

Substituindo as expressões 𝑃𝑦 e 𝑃𝑥 na equação (2), obtemos um modo de encontrar


o valor de 𝜇𝑒 medindo o valor do ângulo de inclinação do plano 𝛼, imediatamente antes do
objeto entrar em movimento:
𝜇𝑒 𝑚á𝑥 = 𝑡𝑎𝑛𝑔 𝛼 (3)
O experimento ao qual se refere o presente relatório requer a manipulação de dados
estatísticos. A partir da média dos ângulos que serão obtidos, também é necessária a
obtenção do desvio padrão amostral da média. As duas medidas são obtidas da seguinte
maneira:
∑ 𝛼𝑖
〈 𝛼〉 = (4)
𝑛

∑𝑛
𝑖=1( 𝛼𝑖 −〈 𝛼〉)
2
𝜎𝛼 = √ (5)
𝑛(𝑛−1)

O coeficiente de atrito será obtido, também levando em consideração a sua


incerteza, através das seguintes esquações:

𝜇𝑒 = 𝑡𝑎𝑛𝑔(〈𝛼〉) (6)

𝜇𝑒 + = 𝑡𝑎𝑛𝑔(〈𝛼〉 + 𝜎 𝛼 ) (7)

𝜇𝑒 − = 𝑡𝑎𝑛𝑔(〈𝛼〉 − 𝜎 𝛼 ) (8)

𝜇𝑒 + − 𝜇𝑒 −
𝜎 𝜇𝑒 = (9)
2
OBJETIVOS

• Determinar o coeficiente de atrito estático entre duas superfícies;


• Analisar a dependência do coeficiente de atrito estático com a rugosidade, com
a área de uma superfície e com a força normal a ela;
• Determinar o coeficiente de atrito dinâmico;

MATERIAIS

● Plano inclinado;
● Corpo de prova;
● Transferidor;
● Dinamômetro;
● Massas acopláveis;
● Balança digital.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 3 - Esquema de


montagem do experimento
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

O procedimento iniciou-se ao usarmos um corpo de prova, com um lado


esponjoso e outro liso sem esponja, em um plano inclinado para verificar em que
momento o objeto começaria a se mover. Ao aumentar o ângulo, medido por um
transferidor fixado ao equipamento desse plano inclinado, o objeto começa a entrar
em movimento. Logo, primeiramente, utilizamos o lado esponjoso em contato com o
plano inclinado e realizamos doze medições, no intuito de coletar em quais ângulos o
corpo de prova entraria em movimento (Tabela 1). Segundamente, realizamos doze
medições, porém, agora, com o lado menor do corpo de prova em contato com o plano
inclinado (Tabela 2). Dessa forma, elaborou-se duas tabelas.
Em seguida, realizamos doze medições com o corpo de prova tendo seu lado
maior sem esponja em contato com o plano (Tabela 3) e, posteriormente, mais doze
com o lado maior, porém, agora, adicionando 2 massa acopláveis, cada uma com 50
g de massa, logo, contendo 100 g ao todo fixados no corpo de prova (Tabela 4). Logo,
gerou-se mais duas tabelas com as medidas de ângulos.
Posteriormente, elaborou-se mais duas tabelas. Uma baseada na adição de três
massas acopláveis de 50 g ao corpo de prova (Tabeka 5) e outro com quatro massas
acopláveis também com 50 g cada uma (Tabela 6).
Por fim procurou-se encontrar o coeficiente de atrito cinético/dinâmico.
Posicionou-se o corpo de prova com lado maior em contato com uma superfície
horizontal e utilizou-se um dinamômetro para puxar o corpo e, assim, movimentá-lo
em uma velocidade constante. Repetiu-se por doze vezes esse procedimento, obtendo-
se, assim, o valor da força indicada no dinamômetro que, devido à velocidade
constante, corresponde à força de atrito (Tabela 7).
RESULTADOS
A seguir, seguem as tabelas com os dados das medidas de cada experimento.

Ângulo 𝛼 Ângulo 𝛼 Ângulo 𝛼


Medida Medida Medida
±1 ±1 ±1

1 35° 1 27° 1 35°

2 34° 2 29° 2 36°

3 33° 3 28° 3 36°

4 34° 4 29° 4 32°

5 34° 5 30° 5 36°

6 34° 6 30° 6 35°

7 33° 7 31° 7 32°

8 34° 8 27° 8 35°

9 33° 9 30° 9 37°

10 34° 10 29° 10 36°

11 35° 11 29° 11 34°

12 34° 12 30° 12 34°

Tabela 1- Lado menor Tabela 2- Lado menor Tabela 3- Lado maior


com esponja sem esponja sem esponja
Ângulo 𝛼 Ângulo 𝛼 Ângulo 𝛼
Medida Medida Medida
±1 ±1 ±1

1 31° 1 39° 1 34°

2 32° 2 35° 2 33°

3 35° 3 35° 3 37°

4 33° 4 34° 4 33°

5 32° 5 32° 5 35°

6 36° 6 34° 6 37°

7 31° 7 34° 7 37°

8 34° 8 33° 8 35°

9 32° 9 34° 9 33°

10 32° 10 35° 10 33°

11 35° 11 36° 11 37°

12 35° 12 36° 12 38°

Tabela 4- Lado maior Tabela 5- Lado maior Tabela 6- Lado maior


com 2 pesos com 3 pesos com 4 pesos
Força
Medida
𝐹𝑖(N)

1 0,76

2 0,78

3 0,82

4 0,70

5 0,64

6 0,66

7 0,64

8 0,70

9 0,68

10 0,74

11 0,64

12 0,68

Tabela 7- Determinação
do coeficiente de atrito
dinâmico

Utilizando-se as Equações 4 e 5, obtemos a média de cada ângulo das Tabelas 1,


2, 3, 4, 5 e 6 com suas respectivas incertezas:
1° aferição: 〈𝛼〉 = 33,92° ± 0,64°
2° aferição: 〈𝛼〉 = 29,08° ± 1,19°

3° aferição: 〈𝛼〉 = 34,83° ± 1,52°

4° aferição: 〈𝛼〉 = 33,17° ± 1,68°

5° aferição: 〈𝛼〉 = 34,75° ± 1,69°

6° aferição: 〈𝛼〉 = 35,17° ± 1,86°

Portanto, o coeficiente de atrito estático encontrado em cada aferição é dado


abaixo, utilizando-se as equações de 6 a 9:

1° aferição: 𝜇𝑒1 = 0,67 ± 0,02


2° aferição: 𝜇𝑒2 = 0,49 ± 0,03

3° aferição: 𝜇𝑒3 = 0,70 ± 0,04

4° aferição: 𝜇𝑒4 = 0,65 ± 0,04

5° aferição: 𝜇𝑒5 = 0,69 ± 0,04

6° aferição: 𝜇𝑒6 = 0,71 ± 0,05

Obtemos também a média da força da Tabelas 7 com sua incerteza:


𝐹 = 0,70 ± 0,06 𝑁
CONCLUSÃO

Concluímos que, pelos experimentos realizados, a força de atrito é real em nossa


vida. Ela existe e é importante, pois, sem ela, não poderíamos mesmo andar, dirigir ou
freiar algum veículo ou manter um objeto em estado estático. Analisando os dados obtidos
e comparando, primeiramente, a Tabela 1 e 2, vemos que os coeficientes de atrito obtidos
com a interação entre uma superfície com esponja e sem esponja apresentam uma
determinada diferença. A superfície do corpo de prova com esponja possui um coeficiente
de atrito maior, o que pode ser explicado pela rugosidade e da baixa dureza da esponja,
que adapta-se às possíveis rugosidades do plano inclinado, assim, resultado em um maior
valor do coeficiente de atrito. Logo, analisando a rugosidade e a área de contato, a
rugosidade das superfícies em contato são importantes, pois quanto menor a rugosidade
e maior a área de contato entre as superfícies, maior será o coeficiente de atrito.
Posteriormente, analisando a Tabela 5 e 6, concluímos que quanto maior for a força do
corpo de prova aplicada sobre a surfície, maior será o valor da força normal e, assim,
obtemos um maior valor do coeficiente de atrito estático. Vemos isso observando que à
medida que fomos adicionando massas acopláveis ao corpo de prova, obteve-se um
valores maiores do coeficiente de atrito estático. Por fim, concluímos que, de fato, existe
a força de atrito e o coeficiente de atrito estático entre duas superfícies em contato e alguns
fatores influenciam em seus valores finais. Além disso, o coeficiente de atrito estático é
maior que o coeficiente de atrito dinâmico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Halliday, D., Resnick, R. e Walker, J. 2001. Fundamentos de Física: Mecânica 1. Rio de


Janeiro: LTC.

YOUNG, H. D. Física I: Mecânica. São Paulo: Addison & Wesley. 2016.


TANAKA, Hugo Shigueo. Coeficiente de atrito. Todo Estudo. Disponível em:
https://www.todoestudo.com.br/fisica/coeficiente-de-atrito. Acesso em: 28 de Agosto de 2022.

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