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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA

LUCAS SOUZA DE FREITAS


RICARDO AUGUSTO DA SILVA
RIVERA
WELITHON FELIPE NOBRE
NASCIMENTO

LABORATÓRIO DE FÍSICA I
RELATÓRIO DE EXPERIMENTO DE LEI DE
HOOKE: MOLAS EM SÉRIE E EM PARALELO

Trabalho solicitado pelo


Professor José Luiz Nunes De
Mello, visando a obtenção de
nota parcial na disciplina de
Laboratório de Física I.

Manaus-AM
2022
PARTE TEÓRICA
A lei de Hooke estabelece que, quando uma mola é deformada por alguma força
externa, uma força elástica restauradora passa a ser exercida na mesma direção e no
sentido oposto à força externa. Essa força elástica, por sua vez, é variável e depende do
tamanho da deformação que é sofrida pela mola.

De acordo com a lei de Hooke, quando uma força é aplicada sobre uma mola, ela é
capaz de deformar a mola, consequentemente, a mola produz uma força contrária à força
externa, chamada de força elástica. Essa força torna-se maior de acordo com a deformação
da mola. Abaixo, segue a fórmula utilizada para o cálculo da força elástica, proposta pelo
físico inglês R. Hooke (1635-1703):

𝑭𝒆𝒍 = -𝒌 ∗ 𝜟𝒙 (01)

Onde:

𝑭𝒆𝒍 é a força aplicada (N);

𝜟𝒙 é a deformação do corpo elástico (m); e

𝒌 é a constante elástica da mola (N/m).

A constante elástica de uma mola varia de acordo com o material do que é feita e
suas características geométricas.

O experimento em questão visa abordar a respeito da Lei de Hooke, responsável


por relacionar a aplicação de uma força (F), juntamente com um deslocamento (x). Sabe-
se que, para que uma mola seja esticada (alongada) até uma posição x, partindo de sua
posição estável, é necessário que seja aplicada sobre ela uma força de módulo F, afim de
que um deslocamento seja provocado, sendo este, diretamente proporcional à F aplicada.
Tal relação pode ser descrita através da equação abaixo:

F = - κ.x (01)

Onde o elemento κ corresponde à constante elástica característica de cada mola,


elemento este o qual visa ser determinado ao final da prática.
O sinal negativo apresentado em (1) apenas indica que o vetor Força Elástica (F)
apresenta sentido oposto ao vetor deformação (x).
A associação de molas em série e em pararelo assemelha-se ao cálculo de
capacitores. Utiliza-se, basicamente, as mesmas fórmulas. Neste experimento, será
mostrado este fato.
Duas molas têm constantes elásticas k1 e k2, respectivamente. Podemos associá-
las em série ou em paralelo. Em cada uma dessas associações podemos substituir as duas
molas por uma única, que produza o mesmo efeito e que chamamos de mola equivalente
de constante elástica "𝐾𝑒𝑞".
A constante elástica é algo que define a mola, isto é, suas características
físicas (maleabilidade, maciez), constantes elásticas maiores tendem a ter uma rigidez
maior. Abaixo temos as equações utilizadas para o cálculo dos dois tipos de associação
de molas:
Associação em série:

1 1 1
= 𝐾 +𝐾 (02)
𝐾𝑒𝑞 1 2

Associação em paralelo:

𝐾𝑒𝑞 = 𝐾1 +𝐾2 (03)

A associação de molas em série onde 1/ke = 1/k1 + 1/k2, o valor de "𝐾𝑒𝑞" fica
bastante reduzido, sendo que a mola equivalente é menos rígida, mais deformável.

No experimento em questão, a Força a ser aplicada sobre o sistema será a força


peso, a qual é resultado da atração gravitacional exercida pela Terra sobre os corpos
localizados próximos à superfície terrestre. Define-se, pois, a força que faz o corpo
acelerar de cima para baixo como sendo o peso do corpo (P). Sendo assim, qualquer corpo
que possua massa (m) possui uma força peso dada pela equação:

P = m.g (04)

Onde o termo “g” é a aceleração da gravidade, aceleração ao qual estão sujeitos os


corpos quando se encontram em queda livre. O módulo de g para pontos próximos à
superfície terrestre é dado por: 9.80 ± 0.05 m/s2. O termo “± 0.05” representa a incerteza,
uma vez que as medidas tomadas no laboratório nunca terão precisão e exatidão absoluta.

Igualando o módulo das equações (1) e (2) têm-se que:


𝜅. 𝑥 = 𝑚. 𝑔 (05)

Para a força peso, por sua vez, a incerteza pode ser determinada através da relação
descrita abaixo:
𝜎𝑚 𝜎𝑔
𝜎∆𝑃 = √( 𝑚 )2 + ( 𝑔 )2 𝑥 𝑃 (06)

Por fim, as incertezas para as constantes elásticas serão obtidas através da construção de
gráficos através da Regressão Linear, aplicada para uma equacão de reta dada por: y = bx
+ a, onde os valores de “a” e “b” podem ser determinados através das equações abaixo:

𝑛∑𝑥𝑖𝑦𝑖−∑𝑥𝑖∑𝑦𝑖
𝑏= (07)
𝑛∑𝑥𝑖 2 −(∑𝑥𝑖)2

∑𝑦𝑖−𝑏∑𝑥𝑖 (08)
𝑎= 𝑛

A incerteza dos valores acima, também pode ser determinada através de equações
conforme descrito abaixo:

1/2
𝑠 𝛴𝑥𝑖 2
∆𝑏 = [ ] (09)
(𝑛−2) 𝑛𝛴𝑥𝑖 2 −(𝛴𝑥𝑖) 2

𝑠 1 1/2
∆𝑎 = [ ] (10)
(𝑛−2) 𝑛𝛴𝑥𝑖 2 −(𝛴𝑥𝑖) 2

O termo “S” é conhecido como coeficiente de correlação linear, termo o qual visa-
se determinar através da Regressão Linear, o mesmo é dado por:
𝑆 = ∑𝑛𝑖−1[𝑦𝑖 − 𝑏𝑥𝑖 − 𝑎]2 (11)
OBJETIVOS

• Realizar a medição de massas e deformação do corpo elástico de forma direta


utilizando ferramentas de medição em laboratório;
• A partir dos dados obtidos anteriormente, em conjunto com o procedimento
experimental, encontrar a(s) constante(s) elástica(s) da(s) mola(s) utilizada(s)
neste experimento usando regressão linear;
• Comprovar a veracidade da fórmula da Lei de Hooke;
• Determinar a relação para a associação em série e paralelo de molas.

MATERIAIS

● Um tripé com perfil universal e suporte fixo para oscilação;


● Conjunto de massas acopláveis e gancho lastro;
● Duas molas helicoidais;
● Régua;
● Balança digital.

Figura 1- Mola helicoidal, conjunto de massas


acopláveis e gancho lastro
Figura 2 – Suporte vertical com régua milimetrada

Figura SEQ Figura \* ARABIC 3 - Esquema de


montagem do experimento
Figura 3- Equipamento utilizado no procedimento experimental
Figura 4- Esquema de montagem, à esquerda, molas em paralelo; e à direita, molas
em série

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

O procedimento iniciou-se com a medição com apenas uma mola para


confecção da Tabela 01. Primeiramente, utilizando-se a balança digital, mediu-se a
massa de cada massa acoplável. Posteriormente, começou-se medindo a posição
inicial da mola sem nenhum peso. Em seguida, a partir da segunda medição, realizou-
se a adição de uma massa acoplável à mola, repetindo-se esse procedimento por 4
vezes. Dessa forma, coletou-se os valores de posição e o intervalo Δx (posição final-
posição inicial). A cada adição de massa à mola, pôde-se notar a deformação da mola.
Além disso, Esse procedimento foi, posteriormente, repetido para uma segunda mola
e, consequentemente, elaborou-se uma segunda tabela, a Tabela 2, que apresenta
dados relativamente diferentes, devido ao material, visto que a constante de uma mola
varia de acordo com o material do que é feita e suas características geométricas. Vale
ressaltar que calculou-se a força peso (P) de cada medida para cálculos posteriores.
Em seguida, foi realizado o experimento de associação de molas em paralelo.
Como na primeira aferição, realizou-se a medida da posição inicial das molas em
paralelo com nenhuma massa acoplável. A partir da segunda medida, realizou-se,
então, a adição de uma massa acoplável. Repetiu-se o procedimento anterior por mais
4 vezes. Ao final, calculou-se a força peso a partir da segunda medida. Desta forma,
confeccionou-se a Tabela 3.
Realizou-se, por sua vez, a confecção da Tabela 4, onde utilizou-se a
associação de molas em série. Os procedimentos seguidos foram semelhantes ao da
confecção da Tabela 3.
Por fim, realizou-se a regressão linear e um gráfico, onde pode-se visualizar
retas referentes a cada tabela.

RESULTADOS
A seguir, seguem as tabelas com os dados das medidas de cada experimento.

Massa (g) ± posição Δ x (m) ±


Medida Peso (N)
0,1 (mm) ± 1 0,002

1 zero zero 9,5 zero

2 64,1 0,62 11,5 0,002

3 114,1 1,1182 13 0,0025

4 164,1 1,6082 14,5 0,005

5 214,2 2,09916 16 0,0065

6 264,3 2,590140 17,7 0,0082

Tabela 1- Dados para a mola 1

Massa (g) ± posição Δ x (m) ±


Medida Peso (N)
0,1 (mm) ± 1 0,002

1 zero zero 9,6 zero

2 64,1 0,62 11,6 0,002

3 114,1 1,11818 13,2 0,0036

4 164,1 1,60818 14,6 0,005

5 214,2 2,09916 16,2 0,0066

6 264,3 2,59014 17,7 0,0081


Tabela 2- Dados para a mola 2
Massa (g) ± posição Δ x (m)
Medida Peso (N)
0,1 (mm) ± 1 ±0,00 2

1 zero zero 9,6 zero


2 64,1 0,62 10,5 0,0009
3 114,1 1,11818 11,3 0,0017
4 164,1 1,60818 12,1 0,0025
5 214,2 2,09916 12,9 0,0033
6 264,3 2,59014 13,6 0,004
Tabela 3- Dados para a associação de molas em paralelo

Massa (g) ± posição Δ x (mm) ±


Medida Peso (N)
0,1 (mm) ± 1 2

1 zero zero 17,1 zero


2 64,1 0,62 21 0,0039
3 114,1 1,11818 24,1 0,007
4 164,1 1,60818 27,2 0,0101
5 214,2 2,09916 30,4 0,0133
6 264,3 2,59014 33,3 0,0162
Tabela 4- Dados para a associação de molas em série

Com os dados da tabela, podemos realizar quatro regressões lineares, utiizando as


equações (7) e (8), com os dados das 4 tabelas. Consideramos os valores da força peso
(P) como “y” (eixo das ordenadas) e o “Δ x” como “x” (eixo das abscissas). Ao final,
também calculamos as incertezas de cada valor “A” e “B” das regressões, utilizando as
equações (9), (10) e (11).
Com as regressões lineares, teremos quatro retas no gráfico, que nos posssibilitam
realizar algumas análises.

A seguir, temos o gráfico formado:


Força Peso (P) (N)

Retas:
Mola 1- vermelha
Mola 2- verde
Associação em paralelo- azul
Associação em série-
amarela

Deformação (∆𝒙) (m)

Figura 5-Retas geradas da regressão linear de cada uma das 4 tabelas

REGRESSÕES LINEARES

MOLA 1

Y= A+BX
Parâmetro Valor Incerteza
--------------------------------------------------------------
A 0,09423857284 0,027265926
B 308,68878359264 0,008928000891
--------------------------------------------------------------

MOLA 2

Y= A+BX
Parâmetro Valor Incerteza
--------------------------------------------------------------
A -0,01325412276 0,00312232965
B 320,75987101129 0,00021577718
--------------------------------------------------------------
MOLAS EM PARARELO

Y= A+BX
Parâmetro Valor Incerteza
--------------------------------------------------------------
A 0,01964269917 0,07033375967
B 638,53579072533 0,00042689753
--------------------------------------------------------------

MOLAS EM SÉRIE

Y= A+BX
Parâmetro Valor Incerteza
--------------------------------------------------------------
A -0,00049058031 0,00354703996
B 159,18105904621 0,0000872853
--------------------------------------------------------------

Pode-se notar que a retas das molas 1 e 2 possuem inclinações bastante


semelhantes e são quase pararelas. Essa diferença pode-se explicar pelo material com que
elas elas são constituídas. Além disso, conclui-se que a inclinação da reta da associação
em paralelo é maior que a da assoaciação em série.

Portanto, com os valores de “A” e “B”, das 4 tabelas, chegamos às seguintes


equações de reta:

Mola 1: 𝑌=(308,689±0,009 N/m)X + (0,10±0,03N), onde 𝐾1 =308,689±0,009


N/m;

Mola 2: Y=(320,7599±0,0002 N/m)X + (-0,0136±0,003N), onde


𝐾2 =320,7599±0,0002 N/m;

Associação em parelo: Y=(638,5358±0,0005 N/m)X + (0,02±0,07 N), onde


𝐾3 =638,5358±0,0005 N/m;
Associação em série: Y=(159,18106±0,00009N/m)X + (-0,001±0,004 N), onde
𝐾4 =159,18106±0,00009N/m.
Verificamos que, pelas equações (2) e (3):
• 𝐾𝑒𝑞 = 𝐾1 +𝐾2 e 𝐾𝑒𝑞≅ 𝐾3 =638,5358±0,0005 N/m (Associação em parelo);
1 1 1
• =𝐾 +𝐾 e 𝐾𝑒𝑞≅ 𝐾4 =159,18106±0,00009N/m (Associação em série).
𝐾𝑒𝑞 1 2
CONCLUSÃO

Concluímos, através de experimentos, que, de fato, a Lei de Hooke com


associação de molas em série e paralelo é válida. Vale ressaltar que a constante
elástica é algo que define a mola, isto é, suas características físicas (maleabilidade
e maciez). Vemos que a associação em paralelo resulta em uma constante elástica
equivalente com maior valor numérico e em uma mola equivalente com uma maior
rigidez. A associação em série, por sua vez, resulta em uma constante elástica
equivalente com menor valor numérico e uma mola equivalente mais maleável, macia
e deformável. Isso é nítido através da Figura 4 e dos valores de 𝐾3 =638,5358±0,0005
N/m e 𝐾4 =159,18106±0,00009N/m, que representam a constante elástica em pararelo
e em série, respectivamnente. Ademais, a Figura 5 mostra que quando associamos
molas em paralelo, teremos uma reta com maior coeficiente angular, porém, quando
associamos molas em série, teremos uma reta com menor coeficiente angular.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Halliday, D., Resnick, R. e Walker, J. 2001. Fundamentos de Física: Mecânica 1. Rio de


Janeiro: LTC.

Young, H.; Freedman, R.; Física 1 – Mecânica, 12a Edição. São Paulo, 2008.
Lei de Hooke. Disponível em: www.brasilescola.uol.com.br/fisica/lei-de-hooke.htm. Acesso
em: 23 de Julho de 2022.
A Lei de Hooke. Disponível em: www.fisica.net/mecanicaclassica/a_lei_de_hooke.pdf. Acesso
em: 23 de Julho de 2022.

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