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Leonardo e equipe
AULA 0

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SUMÁRIO

pg.

INTRODUÇÃO........................................................................... 04

1. Apresentação....................................................................... 05
2. O que vamos estudar neste curso?...................................... 06
3. Introdução a ciência dos solos.............................................. 08
4. Introdução as propriedades do núcleo.................................. 20
5. Mineralogia e a petrografia ................................................. 24
6. Propriedades físicas dos minerais......................................... 28
7 . Constituição mineralógica da litosfera................................. 37
8. Composição das rochas........................................................ 39
9 . Estrutura dos silicatos ........................................................ 40
10. Questões comentadas......................................................... 49
11. Lista de questões................................................................ 63
12. Gabarito............................................................................. 69
13. Bibiografia.......................................................................... 70

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Olá, meus amigos e amigas!

Estamos inaugurando este novo espaço para concursos e é muito bom


tê-los aqui. Nossas aulas visam preencher uma lacuna no mundo dos
concursos com relação as áreas agrícolas, onde faltam materiais de
qualidade para que possamos estudar os temas pedidos nos editais, nosso
objetivo e preencher esta lacuna e preparando os alunos a disputar uma
vaga, e estar entre os classificados. Assim, teremos aulas voltadas para os
principais concursos nacionais como: FISCAL AGROPECUÁRIO–(MAPA)
(Agronomia, veterinária, zootecnia), PERÍTO DA POLÍCIA FEDERAL
(Agronomia, engenharia florestal, engenharia elétrica, etc), POLÍCIA
CIENTÍFICA, INCRA E MUITOS OUTROS. Estaremos elaborando aulas de
acordo com os editais, com muitos exercícios, para que possamos gabaritar
estas provas. Queremos abordar várias áreas, como engenharia agrícola,
florestal, ambiental, engenharia civil, engenharia elétrica, arquitetura etc.

ENTÃO, NÃO SE ESQUEÇA: ESTE É O NOSSO ESPAÇO

O curso de ciência do solo compõem-se de quatro aulas em pdf


totalmente explicadas contemplando vários exercícios de concursos
anteriores visando o treinamento do candidato, esse material objetiva ser a
única fonte do aluno contemplando toda a matéria solicitada no edital
Terracap. Então, não precisará de livros, apostilas, ou qualquer outro
material. Em caso de dúvidas, teremos um FÓRUM diretamente ligado aos
professores, no qual você pode entrar em contato, quando julgar
necessário, para esclarecimento de pontos da aula que não ficaram tão claros
ou precisam de um aprofundamento. O site foi feito pensando em você, para

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que alcance seus sonhos, passar em um bom concurso. Para isso precisamos
de excelentes materiais, o que era uma raridade nas áreas específicas, hoje
temos AGRONOMIACONCURSOS vindo a preencher está lacuna.

www.agronomiaconcursos.com.br

Acompanhe nossa página no Facebook com as novidade no mundo dos


concurso.

Agronomia concursos

APRESENTAÇÃO
Meu nome é Leonardo, sou Engenheiro Agrônomo formado na
Universidade Federal de Lavras. Trabalho há 10 anos na Emater-MG
(Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas
Gerais). Tenho pós-graduação Lato Sensu em Extensão Ambiental para o
Desenvolvimento Sustentável e em Gestão de Agronegócio. Iniciei o
mestrado em Agricultura Tropical, na área de conservação de solos. Fui
professor do curso técnico agrícola Pronatec, ministrei aulas de nutrição e
forragicultura, fertilidade do solo e culturas anuais e olericultura. Sou
professor de matemática e física do ensino médio. Ministro vários cursos
para agricultura familiar, entre eles fertilidade do solo, culturas anuais,
olericultura, mecanização agrícola, cafeicultura e manejo da bovinocultura de

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leite. Trabalho com crédito rural (custeio e investimento), elaborando projeto
e prestando orientação aos agricultores há 10 anos. Sou responsável pela
elaboração da Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP) e correspondente bancário pelo
sistema COPAN.
Já fiz vários concursos, como Adagro-Pe (agência de fiscalização
agropecuária de Pernambuco), Perito da Policia Federal área 4 – agronomia,
Ministério Público e Ibama. Logrei êxitos em alguns e fui reprovado em
outros, mas assim é a vida do concurseiro. Passei na Emater-MG, onde
estou até hoje. O AGRONOMIA CONCURSOS tornou-se o nosso ponto de
encontro, nosso espaço de estudo para gabaritar todas as provas de
agronomia. Aproveite todas as oportunidades. Solicitamos que os alunos que
adquirirem nossos cursos avaliem-nos no final, para que possamos melhorar
a linguagem e os temas que não ficarem tão claros. Espero que vocês
também aprovem e gostem do nosso material, e que ele possa ajudar na
sua aprovação!

O QUE VAMOS ESTUDAR NESTE CURSO?

ANÁLISE DO EDITAL

Analisemos agora a parte de ciência dos solos (edafologia), solicitado


no edital terracap, conforme transcrito abaixo.

ENGENHEIRO AGRÔNOMO

Agronomia: 1 Edafologia. 1.1 Gênese. 1.2 Morfologia. 1.3 Classificação


dos solos. 2 Solos. 2.1 Física. 2.2 Química. 2.3 Biologia. 2.4 Fertilidade. 2.5
Capacidade de uso. 2.6 Manejo e conservação. 2.7 Gessagem. 2.8

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Fosfatagem. 2.9 Calagem 2.10 Adubação. 2.11 Inoculantes. 3 Nutrição
mineral de plantas.

Vamos montar nosso cronograma.


Cronograma das aulas

AULA PROGRAMA DATA

CONCEITOS E COMPOSIÇÃO DO SOLO,


0 22/03/2017
ROCHAS E MINERAIS
INTEMPERISMO, GÊNESE DO SOLO E
1 31/03/2017
MORFOLOGIA DO SOLO
PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO,
2 BIOLOGIA DO SOLO,CONSERVAÇÃO E 07/04/2017
MANEJO DO SOLO
3 CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS 14/04/2017

4 CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS – SIMULADO 21/04/2017


TERRACAP

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INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DO SOLO

A ciência do solo estuda o solo como um recurso natural da superfície


terrestre, incluindo a sua formação denominada de pedogénese, sua
classificação e cartografia e ainda as suas propriedades físicas, químicas,
biológicas e fertilidade, bem como a relação destas propriedades com o uso e
gestão dos solos. Os termos que se referem aos ramos da ciências do solo,
como pedologia que estuda a sua formação, química, morfologia e
classificação de solos e a edafologia que se relaciona com a influência do
solo nos organismos, especialmente nas plantas, são utilizados como
sinónimos de ciências do solo.
Assim, a ciência do solo divide-se em várias especialidades
relacionadas com o solo analisando a sua formação, as funções e os
componentes e a sua inter-relação com os demais componentes dos
ecossistemas. Dessa forma, a Ciência do Solo desenvolveu-se por meio da
contribuição de profissionais das mais diversas áreas, entre elas Química,
Física, Geologia, Biologia, Geografia, Agronomia e outras. Desta forma, a
edafologia, derivado do grego edaphos significando terra ou terreno, é,
algumas vezes, empregado como sinônimo de ciência do solo é e aplicada ao
seu estudo avaliando a relação solo-planta. No Brasil, a ciência do solo
subdividiu-se em várias outras subáreas do conhecimento denominadas
Fertilidade, Química, Física, Microbiologia, Manejo Agrícola, etc. A Fertilidade
que está inserida na edafologia preocupa-se com a capacidade da camada
mais superficial do solo, onde se concentra a maior parte das raízes das
plantas cultivadas, avaliando esta camada como meio de solução
disponibilizando nutrientes as raízes, sendo avaliado por meio de
amostragem de solo onde é posteriormente encaminhado aos laboratórios
para a avaliação da fertilidade desta camada que geralmente vai de 0 a 20
cm. Através da análise de solo verificamos a quantidade efetiva de cargas
negativas no solo, através de uma propriedade denominada de Capacidade
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de Troca de Cátions – CTC, avaliando a quantidade destas cargas que estão
efetivamente saturadas com cátions básicos que são cálcio- Ca²⁺, magnésio
- Mg²⁺ e potássio - K⁺ e cátions ácidos como, hidrogênio - H⁺ e alumínio -
Al³⁺. Portanto, procura-se determinar o balanço entre ácidos e bases, que
darão as características de fertilidade aos solos, indicando às necessidades
de correção através da aplicação de fertilizantes.
A pedologia também pertence a Ciência do Solo, seu nome vem do
grego e do latim ped ou pedon significando terra onde se pisa e logos como
estudo. Trata-se de um termo erudito, criado para designar o ramo do
conhecimento das Ciências Naturais que estuda os solos, os quais
apresentam características próprias que os distinguem dos outros elementos
da paisagem. Assim, pedologia trata dos estudos relacionados com a
identificação, a formação, a classificação e o mapeamento dos solos.
Portanto, o pedólogo interessa-se pela camada superficial do solo,
procurando entender a sua formação por meio da pedogênese. O pedólogo
considera o solo como um objeto em si próprio, não se preocupando de
imediato como ele será utilizado.A palavra solo origina-se do latim solum e
significando suporte, superfície, base. A concepção de solo depende do
conhecimento adquirido e a forma de utilização pelos diferentes ramos da
ciência, nas mais diversas atividades humanas, como na construção civil, um
simples pedestre avaliando como uma poeira que incomoda seus olhos ou a
dona de casa que limpa a calçada, para o engenheiro de minas, avaliando
seus recurso minerais, para os agrônomos que avalia a possibilidade de um
determinado plantio, tendo o solo como uma camada superficial da litosfera
que sustenta as plantas. O solo tem sido estudado e interpretado de
diferentes maneiras, à medida que os conhecimentos do homem evoluem.
Para a Ciência do Solo, interessa avaliar e conceituar o solo. Existem
diversas definições, em uma visão simplistas, não parece surgir dúvidas
quanto ao conceito, mas a tarefa de defini-lo tem se mostrado árdua, como
prova disso temos diversas definições ao longo da história dessa ciência.
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Assim, Marcos (1982), nos diz que não é possível conseguir uma definição
universalmente aceita, que satisfaça a todos, não existindo uma definição
totalmente verdadeira ou falsa, apropriada ou não. No entanto, algumas
definições são mais aceitas, devido à sua apresentação em congressos, ou
por serem mais utilizadas por cientistas renomados. Assim, podemos
conceituar o solo como sendo:

“uma coleção de corpos naturais que ocupam porções da superfície da


Terra, que sustentam plantas e que têm propriedades definidas ao efeito
integrado do clima e organismos, atuando sobre o material de origem; este
efeito é condicionado pelo relevo durante períodos de tempo” (SOIL SURVEY
STAFF, 1951).

Outra definição é a de VIERA (1975), segundo a qual:

“solo é a superfície inconsolidada que recobre as rochas e mantém a vida


animal e vegetal da Terra. É constituído de camadas que diferem pela
natureza física, química, mineralógica e biológica, que se desenvolvem com
o tempo sob a influência do clima e da própria atividade biológica”.

A Embrapa (1999), define o solo como sendo:

“uma coleção de corpos naturais, constituído de partes sólidas, líquidas e


gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e
orgânicos, que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões
continentais do nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados
na natureza, onde ocorrem. Ocasionalmente podem ter sido modificados por
atividades humanas...”. Na Pedologia, o solo tem sido estudado,
interpretado e definido diferentemente, “à medida que os conhecimentos
sobre a sua complexidade evoluíram”.

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Por isso, uma tentativa de definição, hoje, é muito mais difícil que no
passado. Contudo, podemos destacar por meio da observação das definições
ou conceituações sugeridas ao longo da referida ciência, características
importantes e propriedades que contribuíram de forma significativa para a
compreensão do solo, ficando assim caracterizado o solo como um:

a) meio para o desenvolvimento das plantas;


b) corpo natural organizado sendo produto da alteração de materiais
orgânicos e minerais;
c) tendo capacidade de armazenar e transformar resíduos.

Também podemos notar diversas definições de solo ao longo da


trajetória da Pedologia, uma definição e dada por Beck et al. (2000)
definindo-o como “corpo natural da superfície terrestre, constituído de
materiais minerais e orgânicos resultantes das interações dos fatores de
formação (clima, organismos vivos, material de origem e relevo) através do
tempo, contendo matéria viva e em parte modificado pela ação humana,
capaz de sustentar as plantas, de reter água, de armazenar e transformar
resíduos e suportar as edificações.”
Desse modo, nota-se que o solo é estudado e utilizado como base para
o cultivo de plantas há muito tempo, desde os primórdios da humanidade, o
que pode ser comprovado por meio de escritos que datam o ano 2500 a.C.
que menciona a fertilidade da terra. Heródoto 2000 a.C. e Teofrasto 3000
a.C. também deixaram registros sobre fertilidade do solo. Entre os romanos,
vários escritos foram deixados sobre o tema, sendo condensados por Petrus
Crescentuis, em 1240, em um livro intitulado "De Agriculture Vulgare". No
século XVIII apareceu a teoria fisiológica de Mitscherlich, segundo a qual o
solo era um mero reservatório passivo de nutriente para as plantas,
considerando-o como um objeto estático, só como sustentáculo das raízes.

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No início do século XIX esse conceito foi rejeitado com o aparecimento
da teoria Húmica de A. Von Thaer, segundo a qual apenas as substâncias
orgânicas são responsáveis pela fertilidade do solo. Esta teoria foi
abandonada, mas hoje sabemos que em parte, ela é verdadeira. Com o
surgimento da teoria mineral de Justus Von Liebig, em 1840, foi
determinado que as substâncias minerais do solo fazem parte da
alimentação das plantas sendo absorvido pelas raízes fazendo parte no
metabolismo vegetal. Em seguida, Humphreey Davy apoiou a teoria de
Liebig, reconhecendo a importância da rocha matriz para a fertilidade do
solo, não sabendo explicar como poderia surgir vários solos de uma única
rocha. Com Carl Sprengel, de 1830-1840, apareceram os conceitos baseados
na ideia de que o solo é função da influência do clima e dos seres vivos.
Vasili V. Dokuchaev, em 1887, após observações de solos na Rússia,
nas diversas latitudes, estabeleceu relação entre o clima e a genesis e a
evolução do solo, falhando no fator clima, ao qual deu mais ênfase em
detrimento dos demais fatores, estabeleceu a primeira classificação de solo
denominada de classificação climática. Essa definição foi modificada por
Nikolai M. Sibirtizev, discípulo de Dokuchaev, que propôs a classificação dos
solos dividida em três zonas climáticas sendo: solos zonais, intrazonais e
azonais.
Assim, é estabelecido o estudo do solo a partir do conhecimento do
seu perfil, em 1917, Wiegner definiu o solo como um sistema disperso
obedecendo às leis químicas de dispersão, considerando-o como um corpo
ativo e não mais estático. Desta forma G. Milne, em 1935, efetuou pesquisas
nas colônias inglesas, mostrando existir agentes erosivos que fragmentavam
as rochas.
Assim, a pedologia notabilizou-se como ciência por volta da segunda
metade do século XIX, estudando o solo como um verdadeiro e peculiar
corpo vivo da natureza, e o pedólogo passou a vê-lo como um objeto

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completo de estudos básico-aplicados, utilizando método científico de
induções e deduções sucessivas. Desta forma, passou a considerar o solo
como uma coleção de corpos naturais dinâmicos, que contém matéria viva,
resultante da ação do clima e da biosfera sobre a rocha, ocasionando
transformações durante certo tempo sendo influenciada pelo tipo de relevo.
Hoje, o solo é dotado de historicidade e de geograficidade (BOULAINE, 1989,
p. 5). Assim, a organização da informação sobre solos permitiu a elaboração
de sistemas classificatórios, agrupando-os segundo suas semelhanças,
reconhecendo suas características e suas limitações e servindo de base para
o planejamento de uso da terra. Surgindo, no Brasil, o Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999, p. 1).

Devido à grande ênfase dada ao estudo do solo para a produção de


alimentos, ele passou quase que integralmente para o âmbito das
instituições de ensino e pesquisa ligadas ao desenvolvimento agrícola.
Assim, dentre os diversos conceitos de solo destacamos os seguintes:

1 - O SOLO COMO MEIO PARA O DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS


O conceito vulgar segundo o qual o solo é uma capa mais superficial do
globo terrestre é tão antigo como a própria humanidade. As múltiplas
guerras, desde os tempos idos, sempre visaram à sua conquista, sendo que
dele que retiramos a nossa subsistência e onde construímos nossos lares.
Assim, podemos ver os diversos conceitos de solo, começando por ser um
meio para o desenvolvimento das plantas, sendo este o mais antigo,
provavelmente desenvolvido a partir do momento em que a humanidade
passou a cultivar plantas para a sua subsistência. Evidências arqueológicas
indicam que o início da agricultura se deu há cerca de 7000 anos antes de
Cristo, na Mesopotâmia.

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2 - O SOLO COMO REGOLITO

Também podemos conceituar o solo como regolito, que é o conjunto de


material superficial, originado das rochas e dos depósitos inconsolidados, que
foram afetados pelo intemperismo químico e físico. Abaixo do regolito estão
os materiais rochosos que não foram afetados pelo intemperismo. O regolito
é divido, a grosso modo, em duas partes: A inferior, onde se encontra a
rocha mais ou menos alterada conhecido como saprolito, e a parte superior,
modificada química e fisicamente por processos pedogenéticos, e que é o solo
propriamente dito (Figura 1). O solo é visualizado como sinônimo de regolito,
ou rocha alterada, pela maioria dos geólogos e engenheiros, sendo
caracterizado de acordo com sua adequação ou não para mineração, material
de construção ou suporte para edificações.

3 - O SOLO COMO CORPO NATURAL ORGANIZADO

Nesta visão, vemos o solo como um corpo natural, organizado de tal


forma que o clima e os organismos atuam ativamente durante um
determinado tempo e em certas condições de relevo sobre o material de
origem, como fator de resistência, sendo essas características visualizadas no
perfil de solo, em uma seção vertical que se estende da superfície até uma
determinada profundidade. O reconhecimento de que o solo não é apenas o
resultado da alteração das rochas, mas sim o produto das interações entre

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litosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera, surgiu no final do século XIX, por
meio dos estudos do geólogo russo V.V. Dokuchaev (1846-1903), podendo
ser resumido com a seguinte equação:

S = f (mo, cl, r, o, t )

Assim, definimos o solo (S) como sendo a função das interações entre os
fatores ambientais do material de origem (mo), clima (cl), relevo (r) e
organismos vivos (o), atuando ao longo do tempo (t)" (fig 1 e 2).

Fig 1: Fatores de formação do solo


Inclui nesses fatores ambientais naturais (mo, cl, r, o) a ação humana
como fator antropogênico atuando na alteração, na degradação e na
construção do solo, significando que qualquer material natural ou artificial,
depositado pela ação humana, como, por exemplo, um aterro, que seja
capaz de suportar o desenvolvimento de plantas, pode ser considerado como
solo.

Fig 2. Solos e os fatores de formação

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Assim, a formação, ou gênese, do solo é chamada de pedogênese, e os
processos de formação do solo são processos pedogenéticos.

4 - O SOLO COMO SISTEMA ABERTO

Agora, vamos considerar o solo como um sistema aberto, coloidal e


frágil onde podemos entender os processos que ali se desenvolvem,
incluindo a continuidade dos fenômenos; a possibilidade de ganhos e perdas,
tanto de matéria como de energia e a necessidade de atuação com cautela
na adição de insumos e dos ciclos dos elementos químicos num ciclo
contínuo atmosfera-solo-hidrosfera. O termo coloidal induz ao pensamento
da reatividade físico-química dos íons ou moléculas com os coloides
orgânicos e inorgânicos do solo, gerando diferentes possibilidades de formas
de nutrientes em se misturar no solo, e sua capacidade para lixiviação
relaciona-se com sua disponibilidade e fitotoxicidade às plantas.
Desta forma surge o geoecossistema, sendo este o compartimento
terrestre onde ocorre as interações entre o solo, os organismos que nele
vivem, o relevo, a atmosfera, a hidrosfera e a litosfera, num sistema
organizado, formado por um conjunto de componentes interdependentes
que atuam integradamente, de maneira que a alteração de um componente
afeta os demais. Assim, os geoecossistemas e os solos são sistemas abertos,
sendo o solo um sistema dinâmico, constantemente perturbado por forças
internas e externas (fig. 4).

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Fig. 4 - Solo como sistema aberto
GEOLOGIA

A geologia, do grego geo e logos significando nesta ordem, terra e


estudo, forma o conceito de geologia sendo essa a ciência que estuda a
crosta terrestre, seus processos internos e externos a sua evolução por meio
do estudo das rochas, seu mecanismo de formação e as alterações que estão
ocorrendo desde a sua origem, com esta ciência objetiva estudar os agentes
de formação e transformação das rochas, sejam químicos, físicos e biológicos
da composição e da disposição das rochas na crosta terrestre.
Para podermos estudar melhor estes processos devemos conhecer
melhor a Terra, considerando-a como esferoide achatado nos polos e dilatado
no Equador, devido ao movimento de rotação, tendo aproximadamente,
6.400 km de raio, os conhecimentos adquiridos sobre o interior do planeta
advêm da utilização de meios indiretos (Figura 5). Assim, dos 6.300 km que
separam a superfície terrestre do seu núcleo, conseguiu-se perfurar pouco
mais que 0,1%, ou seja, cerca de 7 km. Dessa forma, as rochas mais
profundas que conhecemos provêm de erupções vulcânicas, não podendo
determinar a profundidade que ela originou.
Tendo em vista que o estudo do interior da Terra é complexo, devido
ao aumento da temperatura e da pressão a medida que aprofundamos rumo
ao núcleo, temos métodos que nos auxiliam na busca de informações do seu
interior: os métodos diretos, e métodos indiretos .

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Os estudos realizados por meio de métodos diretos, embora
importantes, fornecem-nos informações que abrangem apenas uma zona
superficial do interior da Terra de forma direta. Esses métodos são os
afloramentos rochosos que existem no seu interior ou que surgiram na
superfície. Os furos e as sondagens, são recurso dispendioso podendo chegar
a fornecer informações a uma profundidade de até 12 km, também as grutas
e as minas fornecem dados até 4 km de profundidade, como exemplos temos
em Driefontein, na África do Sul, uma mina de ouro com 3.300 metros de
profundidade.

Fig. 5: Métodos diretos

Com relação aos métodos indiretos podemos auferir o que se passa no


interior da Terra, além dos 12 km de profundidade que foram observado
pelos métodos diretos, o restante do interior da terra são conhecidos por
meio da Geofísica onde se analisa as ondas sísmicas, gravimetria, geotermia,
geomagnetismo, e da Astronomia (fig. 6).

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Fig. 6 – Métodos indiretos

Utilizando a Astronomia como método indireto partimos do princípio de


que o sistema solar se formou todo ao mesmo tempo e que teve a sua
origem na nébula, é de se esperar que todos os astros do sistema tenham
composição semelhante, analisando um meteorito que choca na superfície
terrestre, os pedaços que cai são analisados avaliando a sua composição,
podendo fazer comparações com a composição do interior da Terra pela
observação dos compostos de formação do meteorito.
Outro meto indireto são as ondas sísmicas que são propagações das
ondas e a sua velocidade refletindo diferentes estados físicos e mostrando a
composição do interior da Terra. Por meio da sismologia, é possível avaliar
a profundidade onde elas ocorrem podendo conhecer o estado físico dos
materiais onde elas propagam.
Podemos utilizar também a gravimetria que baseia na atração dos
corpos pela força provocadas no interior da Terra, sendo que a superfície são
irregulares, a força de atração são variáveis de um local para outro, e
possível por meio deste método avaliar anomalias gravimétricas indicando a
densidade dos materiais no interior da crosta. A densidade é uma medida
que se calcula a partir da relação entre massa e volume. A massa volúmica
da Terra é de, aproximadamente, 5,5 g/cm3. As rochas da superfície são
menos densas, apresentando massa volúmica de cerca de 2,8 g/cm3. Estes

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dados nos permitem inferir que as rochas do interior da Terra são muito
mais densas.
Outro método importante é o Geomagnetismo, também
designado magnetismo terrestre, é um conjunto de fenómenos que resultam
das propriedades magnéticas das rochas. As lavas basálticas, que são ricas
em ferro (magnetite), quando consolidam os seus minerais magnéticos,
cristalizam-se seguindo a orientação do campo magnético da Terra. Com o
estudo do paleomagnetismo tem-se verificado que o campo magnético da
Terra alterou-se. Atualmente, o campo magnético da Terra está próximo do
Polo Norte Geográfico, a que se chama polaridade normal, mas, no
passado, já esteve próximo do polo sul geográfico, polaridade inversa.

NATUREZA E PROPRIEDADES DO NÚCLEO

Como sabemos, o planeta Terra é subdividido em três principais


camadas que são a crosta terrestre, o manto e o núcleo (fig. 7). Vamos
compreender cada uma destas estruturas e sua implicações nas formações
das rochas.

Fig. 7 - Estrutura interna da Terra

O NÚCLEO

O núcleo da Terra é formado por materiais submetidos a elevadas


pressões. Há até pouco tempo, os cientistas acreditavam que a temperatura

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do centro da Terra era de 5.000 ºC, em 2013, descobriram que essa
temperatura é de 6.000 ºC. Analisando as ondas sísmicas reconhecemos o
núcleo dividido em duas partes com propriedades distintas, sendo a primeira
parte um núcleo interno de composição sólida, alguns argumentam que o
núcleo interno pode estar na forma de um único cristal de ferro. A outra
parte o núcleo líquido, é composto de ferro e níquel líquido conhecida como
NIFE. A comprovação de que esta parte e liquida ocorre pelo fato de
não ser transmitido certas ondas sísmicas captadas por um aparelho
conhecido como sismógrafo, sendo este o mesmo aparelho que mede a
intensidade dos terremotos. Desta forma, entre a crosta e o manto como
entre o manto e o núcleo existem zonas intermediárias de separação, as
chamadas descontinuidades, conhecidas, respectivamente, como a de
Mohorovicic e a de Gutenberg (fig 8).

Fig 8 – Camadas da Terra e suas descontinuidade

1 - Petrobras - Técnico de Exploração - Geologia-CESGRANRIO - 2011

Informações geofísicas demonstram que existem algumas descontinuidades


no interior da Terra, identificadas por anomalias na velocidade de propagação
das ondas sísmicas, sendo a primeira descontinuidade denominada
Descontinuidade de Mohorovicic, mais comumente chamada de Moho. Essa

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descontinuidade está localizada entre o (a):
A. núcleo interno e o núcleo externo.
B. núcleo externo e o manto inferior.
C.manto inferior e o manto transicional.
D.crosta e o manto superior.
E.crosta oceânica e a crosta terrestre.

SOLUÇÃO

Conforme mencionado no texto, a descontinuidade de Mohorovicic ocorre


entre a crosta e o manto.

RESPOSTA D

MANTO OU ENVOLTÓRIO INTERMEDIÁRIO

O manto envolve o núcleo, sendo sua estrutura estudada por meio da


interpretação das ondas derivadas dos abalos sísmicos. O manto
compreende duas partes, cujo limite de separação encontra-se a 1.000 km
de profundidade. Com o aumento da pressão, o manto superior apresenta
grandes mudanças na composição e na natureza mineralógica.
O manto inferior, por outro lado, torna-se gradualmente mais denso
com a profundidade. O manto superior tem influência direta e importante
sobre a dinâmica da crosta terrestre. Supostamente, nele estão localizadas
as células de correntes de convecção, que fazem com que materiais quentes
das grandes profundidades subam em direção à superfície, espalhando-se
lateralmente e retornando, posteriormente, às profundidades do manto. No
manto superior, entre as profundidades de 50 e 250 km, situa-se uma
região muito quente, onde as rochas se encontram próximas do ponto de
fusão. O manto superior é formado de rochas densas de coloração escura.

22
A CROSTA

A crosta terrestre e uma camada relativamente fina, com 20 a 30 km


de espessura, em média, existindo dois tipos fundamentais de crosta sendo
uma a continental e a outra a crosta oceânica. A crosta oceânica tem
espessura média de 6 km, em comparação com a continental, é bem mais
simples, apresentando composição mais uniforme e estrutura disposta em
camadas, enquanto a composição químico-mineralógica da crosta
continental é muito variada e de estrutura complexa.
A camada superior, menos densa, constitui a camada granítico-
metamórfica, com abundância de sílica e alumina, donde sua denominação
de crosta siálica ou, simplesmente, SIAL, que caracteriza os continentes. É
formada por 92% de rochas ígneas e metamórficas e 8% de rochas
sedimentares. Na região central existe uma zona de fusão. A parte inferior
da crosta terrestre é formada por rochas mais densas ricas em silício e
magnésio, sendo conhecida pela sigla SIMA, representando os fundos
oceânicos. A composição exata da camada inferior da crosta é desconhecida.
Supõe-se ser composta de anfibolito, gabro e eclogito (fig 9).

Fig. 9 - Divisões da camada da Terra (SIAL e SIMA)

23
Fig. 10- Composição da estrutura da Terra

Dessa forma, a crosta terrestre é composta de várias partes ou placas


que sobrenadam o manto. Nessa movimentação existem zonas onde as
placas estão se afastando umas das outras e que são preenchidas por novo
material proveniente do interior do manto. Em determinadas zonas, as
placas colidem, produzindo deformações, resultando na formação de fossas
tectônicas, no dobramento de espessas camadas de sedimentos, nos
falhamentos, na formação de cordilheiras etc, denominado-os como
movimentos tectônicos.

A MINERALOGIA E A PETROLOGIA

Como vimos, a Terra tem a forma arredondada e é formada de


camadas. A mais externa, chamada litosfera, é a mais importante, porque é
a sede da maior parte dos fenômenos que interessam ao homem. Ela tem
60.100 km de espessura e é constituída de três tipos de rochas que são as
magmáticas, as sedimentares e as metamórficas. A quase totalidade destas
rochas é constituída de espécies minerais, como, por exemplo, os granitos,
que são rochas magmáticas formados por quartzo, argilas, magnesita,
zirconita, etc. O mármore são rochas metamórficas formadas por calcita,
dolomita, etc. Dessa forma, a litosfera é formada quase inteiramente de
espécies minerais.

24
Agora, veremos a importância da mineralogia, podendo conceituá-la
como sendo uma ciência que estuda as espécies minerais, sendo de suma
importância para o estudo da petrologia, da geologia e dos solos.
Os MINERAIS são as unidades constituintes das rochas e são
definidos como sendo sólidos homogêneos, naturais, que apresentam
arranjo atômico ordenado e com composição química definida. Assim, cada
espécie mineral se caracteriza por apresentar quantidades definidas e
proporcionais de determinados elementos químicos. Estes elementos, por
sua vez, se arranjam no espaço de maneira organizada e regular, que se
constitui no chamado arranjo cristalino.
O arranjo atômico ordenado e a composição química definida conferem
a um mineral a sua homogeneidade, ou seja, física e quimicamente, ele se
constitui em uma única fase, tendo um conjunto diagnóstico de
propriedades. Assim, a forma, a clivagem e a absorção seletiva da luz, entre
outras, são propriedades físicas dos minerais e refletem a sua estrutura
interna regular, enquanto a dissolução em ácidos reflete a composição
química dos minerais.
As espécies minerais são substâncias naturais provenientes de
processos inorgânicos definidos e apresentando composição da qual
participam um ou mais elementos químicos. As rochas se constituem de um
ou da reunião de dois ou mais minerais, apresentando arranjo atômico
ordenado e composição química definida (fig. 11). O número de minerais
conhecidos é muito grande, contudo, poucas são as espécies presentes na
maioria das rochas, particularmente nas rochas ígneas. Os minerais de
rochas e aqueles que constituem o material de formação de solos podem ser
divididos em dois grupos: primários e secundários. Não obstante, é
necessário dar ênfase ao número relativamente pequeno de minerais
primários constituintes das rochas ígneas, por meio dos quais se originam
grupos numerosos de minerais secundários.

25
Assim, podemos definir mineral primário como sendo o mineral
presente nas rochas magmáticas ou metamórficas, que permanece no perfil
do solo bem desenvolvido por ser resistente ao intemperismo. Estes
minerais são, portanto, formados a altas temperaturas e/ou pressão. O
mineral secundário é o mineral resultante da decomposição parcial de outro
mineral, tendo estrutura essencialmente herdada ou formado a partir da
solubilização de outros minerais. Os minerais secundários podem ser
formados a partir da solubilização dos minerais primários, durante o
processo do intemperismo destes, a mais baixas temperaturas. Entre os
minerais primários deve ser ressaltada a importância dos silicatos, por
constituírem o maior número das espécies presentes em rochas ígneas e na
maioria dos solos.

Fig 11: Uma rocha e sua composição

Esta parte deve ser estudada e revisada. Nada deve


ser negligenciada pelo concursando. Observe uma
questão cobrada pela CESPE UNB, no edital da FUB,
aplicada em 2016. O estudo dos minerais e do
intemperismo deve ser profundo. Caso contrário,
corre-se se o risco de perder uma questão na hora da
prova.

26
Vamos exercitar!!!
2 - Engenheiro Agrônomo – FUB – CESPE - 2016

Julgue os itens a seguir, relativos à gênese, à morfologia e à classificação


dos solos.
A reação de hidrólise no intemperismo químico auxilia a transformação de
minerais primários em secundários, sendo a densidade dos secundários
maior que a dos primários.

CERTO
ERRADO

SOLUÇÃO

Essa questão tem o intuito de alertar o estudante a não desprezar nem


uma parte do edital. Veremos intemperismo na aula 01. Como foi dito
anteriormente, os minerais mostram resistências diferentes ao intemperismo.
Uns se transformam mais rapidamente, outros são mais resistentes. Os
minerais que sofrem intemperismo químico dão origem a novos minerais, os
minerais secundários, que são mais estáveis ao novo ambiente ou dão
origem a solutos que podem ser precipitados no local ou distante da área
fonte. Já os minerais primários, que sofrem mais a ação do intemperismo
físico e resistem ao intemperismo químico, dão origem a partículas de vários
tamanhos, conhecidos como resistatos. Assim, a reação de hidratação, que é
a adição de moléculas de água na rocha ou no mineral por meio da atração
entre os dipolos das moléculas de água e as cargas elétricas não
neutralizadas das superfícies, transforma em um novo mineral. Assim, o
nome correto do processo é hidratação, e não hidrolise.

QUESTÃO ERRADA

27
PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MINERAIS

Densidade (d): É o número que expressa a razão entre o peso do mineral e


o peso de um mesmo volume de água, indicando quantas vezes certo volume
do mineral é mais pesado que o mesmo volume de água. A densidade
depende, principalmente, da composição química do mineral em questão.

Dureza (D): é a resistência que a superfície lisa do mineral oferece ao risco


feito com uma ponta aguda. Caso o mineral tenha baixa dureza, o sulco do
risco poderá ser profundo e bem nítido; caso a dureza seja maior, a ponta
aguda, o sulco será fino e pouco profundo.
Essa propriedade está diretamente ligada à estrutura do cristal, a
dureza aumenta com a densidade de empacotamento dos íons, sendo esta
propriedade física muito útil na identificação de minerais. A determinação da
dureza é feita qualitativamente, utilizando-se instrumentos simples, como
um canivete ou um prego, ou empregando-se a Escala de Mohs, sendo essa
uma coleção de dez minerais de referência, comuns, constituindo uma
escala numérica arbitrária para a comparação da dureza relativa entre os
minerais (fig. 12).

DUREZA
Talco 1
Gipsita 2
Calcita 3
Fluorita 4
Apatita 5
Ortoclásio (K feldspato) 6
Quartzo 7
Topázio, berilo, turmalina 8
Coríndon (rubi, safira) 9
Diamante 10
(a D real é 42.4)
Fig 12: Escala de Mohs

28
A lâmina de aço de um canivete e o vidro riscam minerais com dureza
até 5, inclusive. A unha risca minerais de dureza ≤ 2.

Vamos exercitar!
3 - Geólogo - IBGE – CESGRANRIO - 2010

De acordo com a Escala de Mohs, qual o mineral de maior dureza?

(A) Gipsita
(B) Talco
(C) Fluorita

(D) Calcita
(E) Ortoclásio

SOLUÇÃO

Utilizando-se a escala de Mohs, temos, assim, a dureza dos minerais, em


ordem crescente:
Talco D–1
Gipsita D-2
Calcita D–3
Fluorita D-4
Ortoclásio D – 6

RESPOSTA E
29
HÁBITO: O formato com que o mineral é encontrado pode ser útil na sua
identificação, essa característica está relacionada ao sistema de
cristalização, ou ausência de cristalização. Alguns minerais apresentam
formas e agregados muito característicos, tais como as micas que produzem
lâminas, a pirita tem formado de um cubos, os asbestos formam agregados
forma capilar ou fibroso, etc. Para que um mineral desenvolva faces, são
necessárias algumas condições, como, por exemplo, tempo e espaço para
crescer. Isso explica porque os minerais nas rochas normalmente
apresentam formas irregulares e raras faces planas.
Clivagem: ocorre quando um mineral se rompe ao longo de planos de
fraqueza quando aplicada uma força adequada. Pode ocorrer seguindo uma
ou várias direções. Destacam-se a clivagem excelente em uma única direção
por exemplo a muscovita ou mica branca, a clivagem perfeita em três
direções não ortogonais da calcita e a clivagem boa em duas direções e a
clivagem má em uma única direção dos feldspatos.
Denomina-se fratura a maneira como o mineral se quebra quando não
apresenta planos de clivagem. Vidros e substâncias amorfas apresentam
fraturas. Alguns minerais têm fraturas muito características, como é o caso
da fratura conchoidal do quartzo. Assim, podemos dividir fratura em:
- fratura irregular: muitos minerais apresentam, não sendo uma propriedade
diagnóstica por exemplo a turmalina;
- fratura conchoidal: consiste em superfícies lisas e côncavas, semelhantes
ao interior de uma concha, como exemplos temos quartzo, opala,
calcedônia, obsidiana;
- fratura denteada ou serrilhada: metais nativos (ouro, prata, cobre).
Cor e brilho: estas duas propriedades estão relacionadas à absorção e/ou à
reflexão da luz pelos minerais. A cor resulta da absorção seletiva de
comprimentos de onda da luz branca pelos minerais. Normalmente, a cor é
variável para uma mesma espécie mineral. A cor variável, em alguns casos,

30
dá origem a variedades do mineral, tais como azul (azurita) e amarelo
(pirita) do crocoíta de cor vermelha (fig. 13 )

Azurita

Pirita

Crocoíta

Fig 13 –Cor dos minerais

O brilho está relacionado com a quantidade de luz que o mineral


reflete. O brilho é determinado de forma descritiva, caracterizando-se dois
grupos principais: os minerais que apresentam brilho metálico e aqueles que
não apresentam brilho, considerados como não metálicos, sendo que este
segundo grupo engloba a maior parte dos minerais. O brilho é descrito por
analogia com substâncias comuns: vítreo (do vidro), adamantino (do
diamante), resinoso, sedoso, gorduroso ou graxo, etc.
Podemos identificar também a cor do traço, que é a cor do pó do
mineral quando riscado numa placa de porcelana (fig. 14).

31
Fig 14 –Mineral sendo riscado em pedaço de porcelana

Dessa forma, o traço deixado na porcelana tem cores próprias de


algumas espécies minerais por exemplo os óxidos hematita deixam um traço
avermelhado, as goethita deixam um traço amarelado e a magnetita um
traço de cor preta. Observe que a dureza da porcelana é 6. Assim, não é
possível determinar os traços de minerais com dureza acima de 6.3.

VAMOS EXERCITAR!!!

3 - TÉCNICO DE EXPLORAÇÃO – PETROBRAS – GEOLOGIA -2010

As propriedades físicas dos minerais resultam da sua composição química e


das suas características estruturais. Associe as propriedades físicas dos
minerais apresentadas na 1a coluna com a respectiva característica indicada
na 2a coluna.

I - Cor

II - Clivagem
III - Fratura
IV - Dureza
V - Densidade

32
P - Mais diretamente relacionada à proximidade de átomos em um mineral
Q - Relacionada à presença de íons metálicos, fenômenos de transferência
de carga e aos efeitos da radiação ionizante
R - Relacionada à resistência dos minerais à abrasão
S - Relacionada a planos de fraqueza entre átomos em um mineral
Estão corretas as associações
(A) I – P , II – R , III – Q , IV – S.
(B) I – P , II – Q , III – S , IV – R.
(C) I – Q , II – S , IV – R , V – P.
(D) II – S , III – Q , IV – R , V – P.
(E) II – R , III – P , IV – S , V – Q.

SOLUÇÃO

Vamos identificar cada propriedade destas fazendo as devidas correlações.


Cor – esta propriedade está relacionada à absorção e/ou à reflexão da luz
pelos minerais. A maior parte dos mecanismos que produzem cor é de
produtos da interação de ondas luminosas com elétrons (Q - relacionada à
presença de íons metálicos, fenômenos de transferência de carga e aos
efeitos da radiação ionizante).
Clivagem - é a propriedade que alguns minerais apresentam de se partir
segundo superfícies planas e paralelas (relacionada a planos de fraqueza
entre átomos em um mineral).

Fratura - a maneira irregular de um mineral se quebrar.

Dureza - é a resistência que a superfície lisa do mineral oferece ao risco


feito com uma ponta aguda (R - relacionada à resistência dos minerais à
abrasão).

Densidade - é a relação entre o peso do mineral e o peso de um mesmo


volume de água destilada a 4 °C. A densidade relativa é característica para
cada mineral e depende, basicamente, de dois fatores: os elementos
33
químicos que constituem o mineral e a maneira como estes elementos
estão arranjados dentro da estrutura cristalina (P - mais diretamente
relacionada à proximidade de átomos em um mineral).

Nossa resposta é a letra:

RESPOSTA C

Relação da estrutura mineral com o intemperismo e

índice de intemperismo

É sabido que a susceptibilidade de um mineral ao intemperismo, em


igualdade de condições físicas, é função de sua estrutura atômica. Assim, os
minerais do solo podem ser agrupados em ordem de estabilidade ou de
susceptibilidade à intemperização. Dessa maneira, é proposto um modelo
para determinar o grau de intemperização de um solo, para prever a
reserva natural de nutrientes dos solos, para obter informações
generalizadas a respeito das propriedades do solo tais como propriedades
físicas e químicas, em função do tipo de argilo-minerais, para avaliar os
efeitos das diversas condições ambientais na formação do solo e prever o
efeito e contribuição dos minerais presentes no material inicial do solo.
Como há uma grande diferença na superfície específica e consequente
reatividade dos minerais, separam-se as partículas minerais do solo em
duas classes de tamanho:
a) areia-silte
b) argila.
Assim Goldich (1938), ordenou vários minerais em ordem decrescente
de suas velocidades de intemperização, (figura 15). Esse arranjo de
estabilidade de Goldich indica que os minerais das rochas ígneas formadas
por último são mais estáveis nas temperaturas ordinárias do que os

34
minerais formados em estágio precoce de cristalização. A sequência de
GOLDICH é a mesma encontrada nas séries de reações de BOWEN.
Na série descontínua ou ferro magnesiana (Figura 15), que vai desde
a olivina até as micas biotita e muscovita, verifica-se um aumento de
ligação dos tetraedros de silício dos minerais, com um consequente
aumento da estabilidade (de cima para baixo). Assim, temos o grupo da
olivina (Mg,Fe)2SiO4, menos estável, por ser formado de tetraedros isolados
(nesossilicatos). No quartzo (SiO2), todos os átomos de oxigênios são
compartilhados com mais de um silício, formando uma ligação tetraédrica
complexa (tectossilicatos), sendo, portanto, o mineral mais estável.
Verifica-se também uma diminuição no conteúdo de bases facilmente
hidrolisáveis do topo à base.
Na série contínua ou dos plagioclásios (Fig. 15), que vai desde os
plagioclásios cálcicos até os plagioclásios sódicos e potássicos, a diminuição
da estabilidade dos minerais se deve a um decréscimo no número de
tetraedros de alumina, do topo à base. Por isso, o ortoclásio, ou feldspato-K
(KAlSi 3O8), é mais estável que o plagioclásio (CaAl2Si2O8).

Fig. 15 – Sequência de intemperização dos minerais, série de GOLDICH

35
Outros fatores, além do grau de união e do número de tetraedros de
alumina, que parecem afetar a estabilidade dos minerais são os seguintes:

1º - A presença de ferro ferroso ou outros cátions que podem se


oxidar durante o intemperismo reduz muito a estabilidade estrutural, pois,
ao oxidar-se, algum cátion deve abandonar a estrutura para manter a
neutralidade eletrostática do arranjo cristalino. Na realidade, a presença de
Fe2+ nos minerais é um dos fatores mais importantes que contribuem para
a sua instabilidade frente ao intemperismo.

2º - Quanto mais intimamente estão agrupados os oxigênios ao redor do


cátion, em posições que não sejam as tetraedrais, isto é, quanto menor for
o volume ocupado pelos íons, mais estável é o mineral.
O contraste de resistência entre a olivina e a zirconita é um exemplo
mais surpreendente do efeito de compacto da agrupação. Assim, a olivina,
um dos minerais menos resistentes, ao passo que a zirconita, um dos
minerais mais resistentes.
3º - O fato de que há espaços vazios em certas partes da estrutura está
intimamente relacionado com o compacto de agrupação. Os espaços vazios
não somente reduzem as forças eletrostáticas que mantêm a estrutura
unida, como também servem de ponto de entrada e saída ao interior de
uma partícula de cristal, portanto, servem para acelerar as reações. De
acordo com HURT (1971), a alterabilidade dos minerais pode sintetizar-se
nos seguintes grupos:
a) ultraestáveis: rutilo, zirconita, turmalina;
b) estáveis: leucoxeno, muscovita, clorita, hematita.
c) semiestáveis: apatita, monazita, estaurolita, silimanita, cianita, grupo de
epidoto;
d) não estáveis: biotita, magnetita, (instável em baixas condições
oxidantes), ilmenita, hornblenda, augita e olivina. Barshad (1959) utiliza

36
minerais específicos na avaliação do grau intempérico de um solo em
relação com sua gênese.
Os minerais também são classificados em essenciais e acessórios. Os
essenciais, dispostos na Série de Bowen (Figura 15), são aqueles cuja
presença e teor são importantes para a classificação das rochas. Os
acessórios são aqueles que, ocasionalmente, podem estar presentes nas
rochas. Os minerais primários presentes nos solos são habitualmente
estudados pela Série de Bowen.

CONSTITUIÇÃO MINERALÓGICA DA LITOSFERA

A análise química das principais rochas existentes na litosfera e o


cálculo aproximado das proporções em que elas ocorrem permitem o
conhecimento da sua composição química média (tabela 1).

Assim, estes oito elementos (O, Si, Al, Fe, Ca, Na, k e Mg) combinam-
se entre si, formando os minerais das rochas mais comuns, e a combinação
mais importante é a do silício com o oxigênio, que dá origem ao grupo dos
silicatos.. O mais abundante deles é o feldspato, formando 60% dos
minerais da crosta. Quando a combinação é feita com Al e K, tem o nome
de ortoclásio, mineral característico dos granitos. Quando Na, Ca e Al se
combinam com o radical SiO2, o mineral é denominado plagioclásio,
ocorrendo, principalmente, nos basaltos. Não havendo elemento algum a se
37
combinar com SiO2, este é cristalizado com o quartzo, mineral mais
frequente nas rochas sedimentares, ocorrendo na proporção de 12% na
crosta terrestre. Juntamente com o ortoclásio, mais uma pequena
porcentagem de mica, o quartzo forma as rochas graníticas, as mais
abundantes do SIAL. Os minerais citados ricos em silício e alumínio são
denominados sálicos.
Se a combinação se der com o magnésio e ferro, às vezes
acompanhado de cálcio, tais silicatos recebem a designação de máficos,
ocorrendo mais comumente nas rochas basálticas, associados aos
plagioclásios. Constitui o grupo dos anfibólios e piroxênios, formando
16% dos minerais. A variedade preta de mica, a biotita, enquadra-se entre
os máficos por sua riqueza em Fe e Mg, responsáveis pela coloração; a mica
clara, chamada moscovita formado por silicato de alumínio e potássio.

VAMOS EXERCITAR!!!
4 - Técnico em Exploração– Geologia - PETROBRAS - CESGRANRIO - 2010

A maioria dos minerais de minério pertence aos grupos dos:


(A) silicatos e carbonatos.
(B) sulfatos e elementos.
(C) elementos e óxidos.
(D) sulfatos e carbonatos.
(E) sulfetos e óxidos.

SOLUÇÃO

Os oito elementos principais (O, Si, Al, Fe...) combinam-se entre si,
formando os minerais das rochas mais comuns, e a combinação mais
importante é a do silício com o oxigênio, que dá origem ao grupo dos
silicatos. O mais abundante é o feldspato, que forma 60% dos minerais
da crosta. Existem dois grupos de minerais que têm grande importância no

38
contexto agronômico como constituintes de rochas e de solos: grupos dos
silicatos e grupo dos óxidos e hidróxidos. Os minerais mais importantes
encontrados na natureza são os óxidos de ferro e titânio. Os principais
minerais constituintes de rochas e, portanto, significativos como material de
origem de solos, pertencem ao grupo dos silicatos; rochas comuns,
extremamente abundantes e disseminadas, como granitos, diabásios,
basaltos, arenitos, quartzitos, gnaisses e outras são quase inteiramente
constituídos de silicatos.

RESPOSTA C

COMPOSIÇÃO DA ROCHA

A rocha pode ser definida simplesmente como um agregado de um ou


mais minerais. O termo agregado significa que os minerais se apresentam
misturados, mas mantendo as suas propriedades individuais.
As rochas podem ser identificadas pelo tipo de mineral que as integra da
seguinte forma:

 mineral essencial: o mineral caracteriza um tipo de rocha, como, por


exemplo, o granito, que é constituído por quartzo, micas e feldspatos;
 minerais acessórios: revelam condições especiais de cristalização;
 minerais secundários: aparecem na rocha depois de sua formação, ou
seja, são formados da alteração de outros minerais

Assim, existem dois grupos de minerais que têm grande importância


no contexto agronômico como constituintes de rochas e de solos: o grupo
dos silicatos e o grupo dos óxidos e hidróxidos. Dessa forma, os minerais
dividem-se em dois grandes grupos, que são os minerais silicatados e os
não silicatados. Os minerais silicatados, representados pelo elemento silício,
estão presentes em 93% dos minerais que constituem as rochas. Os
minerais não silicatados não têm o silício como seu constituinte,

39
representando, aproximadamente, 7% dos minerais da crosta terrestre.
Uma presença bastante reduzida, sendo pouca a sua relevância no grupo
dos silicatos na constituição das rochas.

Minerais que formam as


rochas, grupo dos silicatos

MINERAIS Grupo dos feldspatos - 60%


PRIMÁRIOS Grupo do quartzo - 12%
Grupo dos piroxênios e anfibólios
17%
Grupo das micas 4%
ROCHA

São os não silicatos;


pouca
predominância na constituição
das rochas
MINERAIS
ACESSORIOS

representam apenas 7%

Minerais mais Comuns das Rochas:


1. Quartzo 6. Zircão 11. Topázio 16. Amianto
2. Feldspatos 7. Magnetita 12. Calcita 17. Talco
3. Micas 8. Hematita 13. Dolomita 18. Zeólitas
4. Anfibólios 9. Pirita 14. Caolim 19. Fluorita
5. Piroxênios 10. Turmalina 15. Clorita

ESTRUTURA DOS SILICATOS

Veremos, agora, alguns minerais de importância no estudo dos solos,


tanto sob o ponto de vista da gênese quanto do seu emprego como
fertilizantes e corretivos, os quais denominaremos de grupo dos silicatos e
aluminossilicatos de Fe, MG, Ca, Na e K que, pela ação do intemperismo,
dão origem aos solos. Os cátions que se encontram em um determinado
silicato dependem, em grande parte, da estrutura atômica do mineral.
Similarmente, a susceptibilidade do mineral à intemperização será também
em função da estrutura atômica. Dessa forma, a base de sustentação dos
silicatos é o tetraedro de silício – (SiO4)-4 (fig. 2).

40
Fig. 18 - Um tetraedro isolado

Os silicatos são muito comuns na natureza mineral, e seus cristais são


constituídos por sua unidade fundamental, o tetraedro SOi 4, onde cada
cátion Si 4+ liga-se de forma covalente, por compartilhamento de elétrons, a
quatro ânions O2- situados nos vértices de um tetraedro. Essa estrutura
admite a possibilidade de cada oxigênio ligar-se a outro átomo de oxigênio
situado no vértice de outro tetraedro. Dessa forma, pode-se formar longas
estruturas mono, di ou tridimensionais, dando origem a compostos com
diferente proporção entre os elementos Si e O. A classe mineral dos
silicatos representa em torno de 30% de todos os minerais conhecidos,
tornando-se uma das mais importantes e pesquisadas, onde sua capacidade
polimerização está diretamente vinculada a sua diversidade. Assim,
podemos dividir os silicatos conforme a fig. 18

41
NESOSSILICATOS

TECTOSSILICATOS SOROSSILICATOS

SILICATOS

FILOSSILICATOS CICLOSSILICATOS

INOSSILICATOS

Fig. 18 – Divisão dos silicatos

NESOSSILICATOS

Os nesossilicatos são silicatos formados por simples tetraedros de


sílica que estão isolados em um empacotamento denso, dependente do
tamanho do cátion intersticial. Assim, a relação de Si:O é de 1:4 e, por
conta deste empacotamento denso, os minerais desta classe, geralmente,
obtêm alta dureza e densidade. A olivina (Mg, Fe)2 SiO4) é o representante
mais comum desta classe.

SOROSSILICATOS

Esta classe caracteriza-se pelos grupos tetraédricos duplos, isolados,


ocorrendo a união de dois tetraedros SiO4 unidos por um dos oxigênios
comuns a dois tetraedros. A razão entre silício e oxigênio resultante é de
2:7. São conhecidos mais de 70 minerais deste grupo, raros na maioria. Há

42
dois grupos principais dos sorossilicatos, o grupo do epidoto e o da
vesuvianita.·.

CICLOSSILICATOS

Nos ciclossilicatos os tetraedros de sílica estão agrupados em forma de


anéis, com uma proporção de silício e oxigênio de 1:3. Os principais
minerais desta classe são berilo, turmalina e cordierita.

INOSSILICATOS

Nos inossilicatos, os tetraedros de sílica estão agrupados em cadeias,


que podem estar isoladas, com uma relação Si:O de 1:3, ou unidas lado a
lado com uma relação Si:O de 4:11. Dois importantes grupos formadores de
rochas dos inossilicatos são os piroxênios de cadeia simples e as anfíbolas de
cadeias duplas. As propriedades físicas, como cor brilho e dureza, são
semelhantes entre esses dois grupos, assim como os cátions presentes são
os mesmos. Além das diferenças estruturais, nas anfíbolas há a presença de
hidroxila em sua estrutura, o que caracteriza esse mineral com densidade e
índices de refração menores em relação aos piroxênios (Klein & Dutrow,
2008 Manual of Mineral Science).

FILOSSILICATO

Os filossilicatos têm como principais características a clivagem bem


evidente, o hábito em placa ou lamelar, a baixa dureza e a densidade, e
podem apresentar flexibilidade ou elasticidade nas lamelas clivadas. A
estruturação dos tetraedros de sílica é muito parecida com folhas, que
compartilham três dos quatro átomos de oxigênio (O) com tetraedros
43
vizinhos, por isso o nome filossilicato, significando silicatos “em folha”. A
relação de sílicio:oxigênio ( Si:O) é de 2:5, com a incorporação de hidroxilas
no retículo cristalino. Os principais grupos desta classe mineral são as micas,
os argilominerais e o grupo da serpentina e da clorita (Klein & Dutrow, 2008
Manual of Mineral Science).

TECTOSSILICATOS

Os tectossilicatos correspondem às espécies minerais mais


abundantes na litosfera, da qual constituem cerca de 75%, ocorrendo em
praticamente todas as rochas e em todos os solos. Os tetraedros de sílica
estão agrupados de modo a compartilhar todos os quatro oxigênios (O),
com tetraedros vizinhos, com relação sílicio:oxigênio (Si:O) de 1:2,
formando, assim, silicatos em rede. Os minerais desse grupo são
classificados de acordo com a intensidade de substituição de Si por Al e de
acordo com o cátion existente para o equilíbrio do excesso de carga
negativa. Assim, são quatro os principais grupos dos tectossilicatos: o
quartzo (SiO2), os feldspatos, os fedspatoides e as zeólitas.

Quartzo

O quartzo (SiO2) é variedade cristalina da sílica, cristalizando-se em


várias formas polimórficas, ou seja, a mesma substância química que existe
sob duas ou mais formas fisicamente distintas. O quartzo é um dos minerais
mais abundantes da crosta terrestre, sendo constituinte principal de muitas
rochas magmáticas, metamórficas e sedimentares. Sua importância agrícola
não se deve à sua qualidade como fornecedor de nutriente às plantas e,
sim, como constituinte dos solos, resistindo ao intemperismo ou às
alterações nas condições normais dos solos, sendo encontrado,
principalmente, nas frações mais grosseiras dos solos. Seus cristais,

44
individualmente, são prismáticos, sua dureza é elevada e sua densidade é
de 2,65.

Feldspatos
O feldspato, nome originado do alemão feld = campo + spath =
pedra, pertence a um grupo de minerais de aluminossilicato do tipo AB 4O8
(A=Ca, Na, K e B=Al, Si), com relação de sílicio:oxigênio (Si:Al) variando
de 3: 1 a 1:1. Os feldspatos apresentam boa clivagem e as suas cores são,
geralmente, constantes, servindo como um bom critério para a indicação do
tipo de mineral existente. Quimicamente, os feldspatos se dividem em três
grupos que são feldspatos potássios, feldspatos calcossódicos
(plagioclásios) e feldspatos báricos, que são de ocorrência rara (fig.19).

Ortoclásio
POTÁSSICOS
Microclina AISi3O8

Albita - NaAISi3O8

Oligoclásio
FEDSPATOS

Andesina
CALCOSSÓDICOS
FELDSPATOS
Labradorita

Anortita - CaAI2Si2O8

Bytownita

Hialofana -(K, Na,


Ba)AI2Si2O8
BÁRICOS
Celsiana - BaAI2Si2O8

fig. 19 - Divisão dos feldspatos

Os feldspatos potássicos e os plagioclásios são muito comuns em


rochas magmáticas, sendo também frequentes em rochas sedimentares e
metamórficas. São fonte primária de potássio (K) e cálcio (Ca) para plantas
e organismos do solo, por isso é importante considerar sua presença no
solo ao avaliar a fertilidade natural dos solos.

45
Na Figura 20 estão representados os campos de estabilidade dos
diferentes tipos de feldspatos.

Figura 20. Campos de estabilidade dos diferentes tipos de feldspatos. Área


em cinza não tem presença de feldspato; área em azul, feldspato estável em
baixas temperaturas; área em rosa, feldspato estável em altas temperaturas.

Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b0/
Feldspar_stability.jpg.

Feldspatoides

Os feldspatoides apresentam teor de silício de 30% a 40% mais baixo


que o dos feldspatos, sendo a substituição de silício (Si) por alumínio (Al)
maior, formando ambientes pobres em silício e ricos em íons alcalinos. A
nefelina é mais comum nesse grupo, caracterizada pela composição (Na,
K)AISiO4. Está associada, normalmente, às rochas alcalinas, sendo comum
em fonolitos, sienitos e alguns basaltos. A leucita (KAISi 2O6) é um
feldspatoide rico em potássio. A sodalita (Na4(AISiO4)3CI) é rica em sódio e
cloro. Geralmente, este grupo é pouco estável e muito sujeito à alteração
por intemperismo.

46
Zeólitas

Constitui uma grande família de alumino-silicatos hidratados de metais


alcalinos e alcalino-terrosos, com uma rede de ânions tridimensional
infinitamente alargada e com relação atômica O:Al +Si+2. As espécies
apresentam marcantes semelhanças quanto às composições químicas e aos
modo de ocorrência, dureza entre 3,5 e 5,5 e densidade relativa entre 2 e
2,4. Outra propriedade importante das zeólitas é a troca de base ou a troca
de cátions, que ocorre quando passa uma solução aquosa através dos
canais; nesse processo, os íons em solução podem ser trocados por íons da
estrutura.
VAMOS EXERCITAR!!!

12 PCDF - Geologia - FUNIVERSA - 2012

Feldspatos correspondem a silicatos de alumínio que contêm átomos


de potássio, sódio, cálcio e magnésio. A série de feldspatos pode ser
representada por um diagrama triangular. Com relação a esse mineral,
assinale a alternativa correta.
a) Ortoclásio, albita e anortita são os minerais que ocupam os vértices do
triângulo.
b) Ortoclásio é um exemplo de feldspato cálcico.
c) Anortita é um exemplo de feldspato potássico.
d) Plagioclásios referem-se a uma série de feldspatos sódico-potássicos.
e) Feldspatos cristalizam-se em um sistema único, o monoclínico.
SOLUÇÃO

Podemos ir direto para a resposta que é a letra A. Realmente, eles ocupam


o vértice do triangulo, conforme a figura 4, com relação à letra “E’’ os
fedspatos não se cristalizam em uma única estrutura. Por exemplo, a
sanidina e o ortoclásio são monoclínicos; o feldspato plagioclásio é triclínico.
RESPOSTA A

47
Agora vamos classificar as rochas, segundo a origem, em três grupos que
são:
 Magmáticas;
 Sedimentares;
 metamórficas .
As primeiras são as mais importantes, constituindo 95% do volume de
toda a crosta. No entanto, as sedimentares ocupam maior área, ou seja,
75% da superfície terrestre. As metamórficas se enquadram entre as
sedimentares, pois, na maior parte, são derivadas de antigos sedimentos.
Já se fez menção à diferença entre a constituição da crosta terrestre nas
regiões continentais e oceânicas. Naquelas, predominam as rochas da
família dos granitos; nos fundos oceânicos, as rochas basálticas.
Das rochas continentais graníticas, a maioria é formada em
profundidade, em corpos denominados batólitos, caracterizados pelas
grandes dimensões (centenas de quilômetros quadrados). São
relativamente raras as rochas de composição graníticas formadas em
superfície, sob a forma de lava. Por outro lado, considerando-se as rochas
de composição basáltica, verifica-se o contrário: são raras as formadas em
profundidade, sendo as de origem vulcânica as mais comuns. Sabendo-se
que o sima, de constituição basáltica, forma o assoalho dos oceanos, e que
os blocos continentais siálicos (graníticos) flutuam nesse substrato, admite-
se que as rochas graníticas tenham origem nas basálticas. Por um processo
multimilenário de separação gravitativa dos minerais ferromagnesianos
mais densos, que afundariam, deixando por cima um resíduo silicoso mais
leve, formar-se-iam as rochas graníticas após a consolidação.
Vamos dar uma pausa aqui. Na próxima aula falaremos mais sobre
estes processos e entraremos em intemperismo e gêneses e morfologia
do solo. Até lá!

48
QUESTÕES COMENTADAS

1 - Petrobras - Técnico de Exploração - Geologia-CESGRANRIO - 2011

Informações geofísicas demonstram que existem algumas descontinuidades


no interior da Terra, identificadas por anomalias na velocidade de
propagação das ondas sísmicas, sendo a primeira descontinuidade
denominada Descontinuidade de Mohorovicic, mais comumente chamada de
Moho. Essa descontinuidade está localizada entre

A. o núcleo interno e o núcleo externo.

A - o núcleo externo e o manto inferior.


B – o manto inferior e o manto transicional.
C – a crosta e o manto superior.
D – a crosta oceânica e a crosta terrestre.

SOLUÇÃO

Conforme já abordado anteriormente, a descontinuidade de Mohorovicic


ocorre entre a crosta e o manto.

QUESTÃO D

2 - Engenheiro Agrônomo – FUB – CESPE - 2016

Julgue os itens a seguir, relativos à gênese, à morfologia e à classificação


dos solos.
A reação de hidrólise no intemperismo químico auxilia a transformação de
minerais primários em secundários, sendo a densidade dos secundários
maior que a dos primários.

CERTO
ERRADO

49
SOLUÇÃO

Essa questão tem o intuito de alertar o estudante a não desprezar


nem uma parte do edital. Veremos intemperismo na aula 01. Como foi dito
anteriormente, os minerais mostram resistências diferentes ao
intemperismo. Uns se transformam mais rapidamente, outros são mais
resistentes. Os minerais que sofrem intemperismo químico dão origem a
novos minerais, os minerais secundários, que são mais estáveis ao novo
ambiente ou dão origem a solutos que podem ser precipitados no local ou
distante da área fonte. Já os minerais primários, que sofrem mais a ação do
intemperismo físico e resistem ao intemperismo químico, dão origem a
partículas de vários tamanhos, conhecidas como resistatos. Assim, a reação
de hidratação, que é a adição de moléculas de água na rocha ou no mineral
através da atração entre os dipolos das moléculas de água e as cargas
elétricas não neutralizadas das superfícies, transforma em um novo mineral.
Assim, o nome correto do processo é hidratação e não hidrolise.

QUESTÃO ERRADA

3 - Geólogo - IBGE – CESGRANRIO - 2010

De acordo com a Escala de Mohs, qual o mineral de maior dureza?

(A) Gipsita
(B) Talco
(F) Fluorita

(G) Calcita
(H) Ortoclásio

50
SOLUÇÃO

Utilizando-se a escala de Mohs, temos a dureza dos minerais na seguinte


ordem crescente:
Talco D–1
Gipsita D-2
Calcita D–3
Fluorita D-4
Ortoclásio D – 6

RESPOSTA E

4 - Técnico em Exploração– Geologia - PETROBRAS - CESGRANRIO - 2010

As propriedades físicas dos minerais resultam da sua composição química e


das suas características estruturais. Associe as propriedades físicas dos
minerais apresentadas na 1a coluna com a respectiva característica indicada
na 2a coluna.

VI - Cor

VII - Clivagem
VIII - Fratura
IX - Dureza
X - Densidade
51
P - Mais diretamente relacionada à proximidade de átomos em um mineral

Q - Relacionada à presença de íons metálicos, fenômenos de transferência


de carga e aos efeitos da radiação ionizante

R - Relacionada à resistência dos minerais à abrasão

S - Relacionada a planos de fraqueza entre átomos em um mineral


Estão corretas as associações
(F) I – P , II – R , III – Q , IV – S.
(G) I – P , II – Q , III – S , IV – R.
(H) I – Q , II – S , IV – R , V – P.
(I) II – S , III – Q , IV – R , V – P.
(J) II – R , III – P , IV – S , V – Q.

SOLUÇÃO

Vamos ver qual é o significado de cada uma dessas propriedades e fazer sua
correlação:
Cor – esta propriedade está relacionada à absorção e/ou à reflexão da luz
pelos minerais. A maior parte dos mecanismos que produzem cor é de
produtos da interação de ondas luminosas com elétrons (Q - relacionada à
presença de íons metálicos, fenômenos de transferência de carga e aos
efeitos da radiação ionizante).
Clivagem - é a propriedade que alguns minerais apresentam de se partir
segundo superfícies planas e paralelas (relacionada a planos de fraqueza
entre átomos em um mineral)

Fratura - a maneira irregular de um mineral se quebrar.

Dureza - é a resistência que a superfície lisa do mineral oferece ao risco feito


com uma ponta aguda (R - relacionada à resistência dos minerais à abrasão)

52
Densidade - é a relação entre o peso do mineral e o peso de um mesmo
volume de água destilada a 4 °C. A densidade relativa é característica para
cada mineral e depende, basicamente, de dois fatores: os elementos
químicos que constituem o mineral e a maneira como estes elementos estão
arranjados dentro da estrutura cristalina (P - mais diretamente relacionada à
proximidade de átomos em um mineral).
Nossa resposta é:

RESPOSTA C

5 - Técnico em Exploração– Geologia - PETROBRAS - CESGRANRIO - 2010

A maioria dos minerais de minério pertence aos grupos dos:


(F) silicatos e carbonatos.
(G) sulfatos e elementos.
(H) elementos e óxidos.
(I) sulfatos e carbonatos.
(J) sulfetos e óxidos.

SOLUÇÃO

Os oito elementos principais (O, Si, Al, Fe...) combinam-se entre si,
formando os minerais das rochas mais comuns. A combinação mais
importante é a do silício com o oxigênio, que dá origem ao grupo dos
silicatos. O mais abundante é o feldspato, que forma 60% dos minerais da
crosta. Existem dois grupos de minerais que têm grande importância no
contexto agronômico como constituintes de rochas e de solos: o grupo dos
silicatos e o grupo dos óxidos e hidróxidos. Os minerais mais importantes
encontrados na natureza são os óxidos de ferro e titânio. Os principais
minerais constituintes de rochas e, portanto, significativos como material de
origem de solos, pertencem ao grupo dos silicatos. Rochas comuns,
extremamente abundantes e disseminadas, como granitos, diabásios,
basaltos, arenitos, quartzitos, gnaisses e outras são quase inteiramente
constituídos de silicatos.

53
6 - Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC - 2006
RESPOSTA C

Para explicar a gênese de um solo, podemos nos valer tanto do entendimento


da influência de fatores de formação quanto da manifestação de processos
pedogenéticos. Em relação aos processos pedogenéticos, é correto afirmar
que:
A - sua intensidade é determinada por fatores que agem localmente, como
clima e manejo do solo.
B - não são afetados pelos agentes do intemperismo.
C - são específicos para cada tipo de solo e podem ser entendidos como um
conjunto de reações que ocorrem internamente em um perfil do solo.
D - determinam, além da sequência de horizontes e outras características
morfológicas importantes, a mineralogia de um solo.
E - são pouco afetados pelo clima de uma região.

SOLUÇÃO

O solo, que é um corpo tridimensional, forma-se pela ação dos fatores


de formação e dos processos pedogenéticos. O conhecimento da pedogênese
é importante para a compreensão do padrão da distribuição dos diversos
solos na paisagem. Enquanto a dessilicatização como consequência do alto
grau de intemperismo é o principal processo pedogenético do horizonte B
latossólico dos Latossolos, a dispersão da argila no horizonte A e o posterior
acúmulo no horizonte B textural (migração de argila) são típicos dos
Argissolos e dos Luvissolos com esse tipo de horizonte subsuperficial.
RESPOSTA C

54
7 - SEE/SP - Professor II - Área Geografia - (VUNESP) - 2012

Considere as descrições a seguir.


I. São elementos ou compostos químicos com composição definida,
cristalizados e formados naturalmente por meio de processos geológicos.
II. Esse termo é usado para descrever uma associação de minerais que, por
diferentes motivos geológicos, acabam ficando intimamente unidos.
I e II são, respectivamente,
A. sal e minério.
B. mineral e rocha.
C. sedimento e crosta.
D. magma e aglomerado.
E. solo e montanha.
SOLUÇÃO

Minerais são compostos químicos quase sempre inorgânicos e


presentes na forma sólida. Costumam ser homogêneos e subclassificados
conforme suas diferentes propriedades, tais como textura, dureza,
opacidade, brilho e cor, entre outras. Existem rochas que são formadas por
um único tipo de mineral. Essas nada mais são do que um mineral agrupado
em grande quantidade, como é caso do quartzito, que é formado apenas por
quartzo.
Rocha – corresponde a um agregado de minerais. Portanto, os minerais são
apenas composições que estruturam as rochas. Um exemplo é o granito, em
que uma de suas variações apresenta uma composição
de quartzo, mica e feldspato.
As rochas são classificadas em três diferentes tipos, que variam conforme a
sua gênese: sedimentares, ígneas e metamórficas. As sedimentares formam-
se a partir da cimentação ou junção sob alta pressão de restos de rochas
preexistentes (sedimentos); as ígneas surgem a partir da solidificação do
magma tanto na superfície (extrusivas) quanto no interior da Terra
55
(intrusivas) e as rochas metamórficas surgem do metamorfismo de outras
rochas anteriormente existentes, em que essas se modificam sem antes se
transformarem em magma ou sedimentos.
RESPOSTA B

8 - SEE/SP - Professor II - Área Geografia - (VUNESP) - 2012

Dentre as formas de classificação das rochas que formam a crosta terrestre,


uma das principais é a genética, na qual as rochas são agrupadas de acordo
com o seu modo de formação na natureza. Dessa forma, classificam-se as
rochas como
A. metamórficas, aquelas que resultam da transformação de uma rocha
preexistente no estado sólido.
B. sedimentares, aquelas formadas pela deposição repentina do magma na
superfície por meio do vulcanismo.
C. magmáticas, aquelas formadas pela compactação de fragmentos de rochas
metamórficas e/ou sedimentares.
D. ígneas (quentes), aquelas que ainda se encontram em estado líquido sob a
crosta terrestre.
E. graníticas, aquelas formadas pela erosão e lixiviação dos compostos
solúveis presentes nas rochas metamórficas.

As rochas são classificadas em três diferentes tipos, que variam


conforme a sua gênese: sedimentares, ígneas e metamórficas.
As sedimentares formam-se a partir da cimentação ou junção sob alta
pressão de restos de rochas preexistentes (sedimentos). As ígneas surgem a
partir da solidificação do magma tanto na superfície (extrusivas) quanto no
interior da Terra (intrusivas).

56
Vamos analisar cada alternativa
A. metamórficas, aquelas que resultam da transformação de uma
rocha preexistente no estado sólido.
As rochas metamórficas surgem do metamorfismo de outras rochas
anteriormente existentes, em que essas se modificam sem antes se
transformarem em magma ou sedimentos. Item certo
B. sedimentares, aquelas formadas pela deposição repentina do
magma na superfície por meio do vulcanismo.
As sedimentares formam-se a partir da cimentação ou junção sob alta
pressão de restos de rochas preexistentes (sedimentos).
C. magmáticas, aquelas formadas pela compactação de fragmentos
de rochas metamórficas e/ou sedimentares.
Rochas magmáticas, ou ígneas, se originam no interior da Terra, produto
da solidificação do magma pastoso. O magma é composto de uma substância
fluida, de fundição parcial ou total, formada por uma fusão completa
de silicatos, silícios e elementos voláteis, como, por exemplo, vapor
d´água, cloretos, hidrogênio, flúor e outros. É uma rocha muito resistente e
também das mais antigas, matéria-prima do embasamento rochoso dos
continentes. Entre as mais abundantes rochas magmáticas temos o granito e
o diabásio. Parte dessas rochas forma-se toda vez que ocorrem erupções
vulcânicas que expelem lava pela superfície, renovando, assim, a quantidade
das mesmas no ambiente. A alternativa está incorreta. Este tipo de rocha
pode se solidificar tanto quando atinge a superfície como quando ainda está
no interior da Terra. Por esse mesmo motivo, podemos classificá-las
em rochas intrusivas ou extrusivas.

D. ígneas (quentes), aquelas que ainda se encontram em estado


líquido sob a crosta terrestre.
As ígneas surgem a partir da solidificação do magma, tanto na superfície
(extrusivas) quanto no interior da Terra (intrusivas). Item incorreto.

57
E. graníticas, aquelas formadas pela erosão e lixiviação dos
compostos solúveis presentes nas rochas metamórficas.
As rochas graníticas são rochas magmáticas, plutónicas, constituídas
essencialmente por quartzo e feldspato (feldspato alcalino e/ou plagioclase).
Podem ocorrer moscovite, biotite e/ou anfíbola, como minerais
característicos, assim como outros minerais em quantidade acessória
(apatite, zircão, esfena, magnetite, etc.).
As rochas graníticas originam-se por cristalização em profundidade de
um magma rico em sílica (SiO2). Dado o seu enriquecimento em sílica,
designa-se por magma ácido (SiO2 > 66%). Então, o item está errado, pois o
processo correto formação das rochas graníticas é cristalização.
RESPOSTA A

9 - Técnico em mineração – DNPM - MOVENS – 2010

Segundo Dana & Hurlbut (1981), um mineral possui clivagem quando,


aplicando-se uma força adequada, ele se rompe de modo a produzir
superfícies planas definidas. Assinale a opção INCORRETA.

(A) A clivagem depende da estrutura do cristal e ocorre somente


paralelamente aos planos dos átomos.

(B) A clivagem ocorre a partir do rompimento de um cristal entre planos de


átomos, sendo uma propriedade direcional, e qualquer plano paralelo através
do cristal é um plano de clivagem potencial.

C – A clivagem é uma propriedade que ocorre sempre paralela às faces, ou


às faces possíveis, do cristal, pois tanto as faces como a clivagem refletem a
mesma estrutura cristalina.

D – A clivagem é uma propriedade sempre consistente com a simetria;


assim, quando se desenvolve uma direção de clivagem octaédrica, isto
implica que devem haver três outras direções semelhantes a ela.

58
E - Quando sujeitos a tensão ou pressão, alguns minerais desenvolvem
planos de menor resistência estrutural ao longo dos quais podem se romper,
produzindo a clivagem.

Os minerais são sensíveis à pressão/tensão. Por acaso, se os átomos de


um cristal forem submetidos a pressões muito elevadas, as ligações entre
eles podem quebrar-se. Os átomos reorganizam-se em novos minerais que
são estáveis quando submetidos a altas pressões.
No interior da Terra, as rochas estão sujeitas a dois tipos de tensão: a tensão
litostática e a tensão não litostática. Certos minerais, quando sujeitos a
tensão ou pressão, desenvolvem planos de menor resistência estrutural ao
longo dos quais podem romper-se subsequentemente. Quando se produzem
superfícies planas em um mineral por meio de seu rompimento ao longo de
algum desses planos predeterminados, diz-se que o cristal tem
uma PARTIÇÃO. Este fenômeno assemelha-se à clivagem, porém, nem
todos os espécimes de um mineral o apresentarão, mas somente os que são
germinados ou que tenham sido sujeitos a pressão adequada. Mesmo nestes
espécimes, há somente um certo número de planos em uma determinada
direção ao longo do qual o mineral se romperá.
RESPOSTA E

10 - Técnico em Exploração I – Geologia - PETROBRAS - CESPE2007

Mineralogia é o ramo da Geologia que estuda a composição, a estrutura, a


aparência, a estabilidade, os tipos de ocorrência e as associações de
minerais. A respeito desse assunto, julgue o item subsequente. A dureza,
uma das propriedades físicas dos minerais, caracteriza-se pela facilidade com
que o mineral é quebrado.

59
Certo
Errado

Dureza é a resistência que a superfície lisa do mineral oferece ao risco feito


com uma ponta aguda. Caso o mineral tenha baixa dureza, o sulco do risco
poderá ser profundo e bem nítido. Caso a dureza seja maior que a ponta
aguda, o sulco será fino e pouco profundo.

RESPOSTA ERRADO

11 - Técnico em Exploração I – Geologia - PETROBRAS - CESPE2007

Mineralogia é o ramo da Geologia que estuda a composição, a estrutura, a


aparência, a estabilidade, os tipos de ocorrência e as associações de
minerais. A respeito desse assunto, julgue o item subsequente. O quartzo é
um mineral cuja característica principal é a de ser facilmente destruído nos
processos de intemperismo das rochas que o contêm.

Certo
Errado

O intemperismo é o conjunto de alterações físicas (desagregação) e


químicas (decomposição) que as rochas sofrem quando ficam expostas na
superfície da Terra. É um processo importante porque é o início de um
processo maior que continua com a erosão e a deposição do material por ele
formado, com a posterior diagênese, que leva à formação das rochas
sedimentares. O quartzo é muito resistente ao intemperismo, não sendo fácil
sua destruição pelos processos de intemperismo.

RESPOSTA ERRADO

60
12 - Técnico em Exploração – Geologia - PETROBRAS – CESPE - 2007

Mineralogia é o ramo da Geologia que estuda a composição, a estrutura, a


aparência, a estabilidade, os tipos de ocorrência e as associações de
minerais. A respeito desse assunto, julgue o item subsequente. Os principais
minerais formadores das rochas são representados por silicatos — os mais
abundantes da crosta terrestre —, carbonatos — de cálcio ou magnésio —,
óxidos, sulfetos e sulfatos.

Certo
Errado

Item certo. Os silicatos constituem a mais importante classe mineral,


representando cerca de 25% dos minerais conhecidos e quase 40% dos
minerais comuns. Esses minerais constituem, aproximadamente, 95% do
volume da crosta terrestre, sendo:
· 59,5% representados por feldspato;
· 16,8% por anfibólios e piroxênios;
· 12% por quartzo;
· 3,8% pelas micas – argilas;
· os outros minerais (silicatos e não silicatos) ±7,9%.

RESPOSTA CERTO

13 - PCDF - Geologia - FUNIVERSA - 2012

Feldspatos correspondem a silicatos de alumínio que contêm átomos


de potássio, sódio, cálcio e magnésio. A série de feldspatos pode ser
representada por um diagrama triangular. Com relação a esse mineral,
assinale a alternativa correta.

61
A - Ortoclásio, albita e anortita são os minerais que ocupam os vértices do
triângulo.
B - Ortoclásio é um exemplo de feldspato cálcico.
C - Anortita é um exemplo de feldspato potássico.
D - Plagioclásios referem-se a uma série de feldspatos sodicopotássicos.
E - Feldspatos cristalizam-se em um sistema único, o monoclínico.

SOLUÇÃO

Podemos ir direto para a resposta, que é a letra A. Realmente eles ocupam o


vértice do triangulo, conforme a figura 4, com relação à letra E. Os feldspatos
não se cristalizam em uma única estrutura. Por exemplo, a sanidina e o
ortoclásio são monoclínicos; o feldspato plagioclásio é triclínico.
RESPOSTA A

62
LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1 - Petrobras - Técnico de Exploração - Geologia-CESGRANRIO - 2011

Informações geofísicas demonstram que existem algumas descontinuidades


no interior da Terra, identificadas por anomalias na velocidade de propagação
das ondas sísmicas, sendo a primeira descontinuidade denominada
Descontinuidade de Mohorovicic, mais comumente chamada de Moho. Essa
descontinuidade está localizada entre o (a)
A. núcleo interno e o núcleo externo.
B - núcleo externo e o manto inferior.
C - manto inferior e o manto transicional.
D- crosta e o manto superior.
E - crosta oceânica e a crosta terrestre.

2 - Engenheiro Agrônomo – FUB – CESPE - 2016

Julgue os itens a seguir, relativos à gênese, à morfologia e à classificação


dos solos.
A reação de hidrólise no intemperismo químico auxilia a transformação de
minerais primários em secundários, sendo a densidade dos secundários
maior que a dos primários.

CERTO
ERRADO

3 - Geólogo - IBGE – CESGRANRIO - 2010

De acordo com a Escala de Mohs, qual o mineral de maior dureza?

(A) Gipsita
(B) Talco
(I) Fluorita

(J) Calcita
(K) Ortoclásio
63
4 - Técnico em Exploração– Geologia - PETROBRAS - CESGRANRIO - 2010

As propriedades físicas dos minerais resultam da sua composição química e


das suas características estruturais. Associe as propriedades físicas dos
minerais apresentadas na 1a coluna com a respectiva característica indicada
na 2a coluna.

XI - Cor

XII - Clivagem
XIII - Fratura
XIV - Dureza
XV - Densidade

P - Mais diretamente relacionada à proximidade de átomos em um mineral

Q - Relacionada à presença de íons metálicos, fenômenos de transferência


de carga e aos efeitos da radiação ionizante

R - Relacionada à resistência dos minerais à abrasão

S - Relacionada a planos de fraqueza entre átomos em um mineral


Estão corretas as associações
(K) I – P , II – R , III – Q , IV – S.
(L) I – P , II – Q , III – S , IV – R.
(M) I – Q , II – S , IV – R , V – P.
(N) II – S , III – Q , IV – R , V – P.
(O) II – R , III – P , IV – S , V – Q.

5 - Técnico em Exploração– Geologia - PETROBRAS - CESGRANRIO - 2010

A maioria dos minerais de minério pertence aos grupos dos:


(K) silicatos e carbonatos.
(L) sulfatos e elementos.

64
(M) elementos e óxidos.
(N) sulfatos e carbonatos.
(O) sulfetos e óxidos.

6 - Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC - 2006

Para explicar a gênese de um solo, podemos nos valer tanto do entendimento


da influência de fatores de formação quanto da manifestação de processos
pedogenéticos. Em relação aos processos pedogenéticos, é correto afirmar
que:
A - sua intensidade é determinada por fatores que agem localmente, como
clima e manejo do solo.
B - não são afetados pelos agentes do intemperismo.
C - são específicos para cada tipo de solo e podem ser entendidos como um
conjunto de reações que ocorrem internamente em um perfil do solo.
D - determinam, além da sequência de horizontes e outras características
morfológicas importantes, a mineralogia de um solo.
E - são pouco afetados pelo clima de uma região.

7 - SEE/SP - Professor II - Área Geografia - (VUNESP) - 2012

Considere as descrições a seguir.


I. São elementos ou compostos químicos com composição definida,
cristalizados e formados naturalmente por meio de processos geológicos.
II. Esse termo é usado para descrever uma associação de minerais que, por
diferentes motivos geológicos, acabam ficando intimamente unidos.
I e II são, respectivamente,
A. sal e minério.
B. mineral e rocha.
C. sedimento e crosta.

65
D. magma e aglomerado.
E. solo e montanha.

8 - SEE/SP - Professor II - Área Geografia - (VUNESP) - 2012

Dentre as formas de classificação das rochas que formam a crosta terrestre,


uma das principais é a genética, na qual as rochas são agrupadas de acordo
com o seu modo de formação na natureza. Dessa forma, classificam-se as
rochas como
A. metamórficas, aquelas que resultam da transformação de uma rocha
preexistente no estado sólido.
B. sedimentares, aquelas formadas pela deposição repentina do magma na
superfície por meio do vulcanismo.
C. magmáticas, aquelas formadas pela compactação de fragmentos de
rochas metamórficas e/ou sedimentares.
D. ígneas (quentes), aquelas que ainda se encontram em estado líquido sob
a crosta terrestre.
E. graníticas, aquelas formadas pela erosão e lixiviação dos compostos
solúveis presentes nas rochas metamórficas.

9 - Técnico em mineração – DNPM - MOVENS – 2010

Segundo Dana & Hurlbut (1981), um mineral possui clivagem quando,


aplicando-se uma força adequada, ele se rompe de modo a produzir
superfícies planas definidas. Assinale a opção INCORRETA

(A) A clivagem depende da estrutura do cristal e ocorre somente


paralelamente aos planos dos átomos.

(B) A clivagem ocorre a partir do rompimento de um cristal entre planos de


átomos, sendo uma propriedade direcional, e qualquer plano paralelo através
do cristal é um plano de clivagem potencial.

66
C – A clivagem é uma propriedade que ocorre sempre paralela às faces, ou
às faces possíveis, do cristal, pois tanto as faces como a clivagem refletem a
mesma estrutura cristalina.

D – A clivagem é uma propriedade sempre consistente com a simetria;


assim, quando se desenvolve uma direção de clivagem octaédrica, isto
implica que devem haver três outras direções semelhantes a ela.

E - Quando sujeitos à tensão ou pressão, alguns minerais desenvolvem


planos de menor resistência estrutural ao longo dos quais podem se romper,
produzindo a clivagem.

10 - Técnico em Exploração I – Geologia - PETROBRAS - CESPE2007

Mineralogia é o ramo da Geologia que estuda a composição, a estrutura, a


aparência, a estabilidade, os tipos de ocorrência e as associações de
minerais. A respeito desse assunto, julgue o item subsequente. A dureza,
uma das propriedades físicas dos minerais, caracteriza-se pela facilidade com
que o mineral é quebrado.

Certo
Errado

11 - Técnico em Exploração I – Geologia - PETROBRAS - CESPE2007

Mineralogia é o ramo da Geologia que estuda a composição, a estrutura, a


aparência, a estabilidade, os tipos de ocorrência e as associações de
minerais. A respeito desse assunto, julgue o item subsequente. O quartzo é
um mineral cuja característica principal é a de ser facilmente destruído nos
processos de intemperismo das rochas que o contêm.

Certo
Errado

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12 - Técnico em Exploração – Geologia - PETROBRAS – CESPE - 2007

Mineralogia é o ramo da Geologia que estuda a composição, a estrutura, a


aparência, a estabilidade, os tipos de ocorrência e as associações de
minerais. A respeito desse assunto, julgue o item subsequente. Os principais
minerais formadores das rochas são representados por silicatos — os mais
abundantes da crosta terrestre —, carbonatos — de cálcio ou magnésio —,
óxidos, sulfetos e sulfatos.

Certo
Errado

13 - PCDF - Geologia - FUNIVERSA - 2012

Feldspatos correspondem a silicatos de alumínio que contêm átomos


de potássio, sódio, cálcio e magnésio. A série de feldspatos pode ser
representada por um diagrama triangular. Com relação a esse mineral,
assinale a alternativa correta.
A - Ortoclásio, albita e anortita são os minerais que ocupam os vértices do
triângulo.
B - Ortoclásio é um exemplo de feldspato cálcico.
C - Anortita é um exemplo de feldspato potássico.
D - Plagioclásios referem-se a uma série de feldspatos sodicopotássicos.
E - Feldspatos cristalizam-se em um sistema único, o monoclínico.

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GABARITO

1-D 2 - ERRADO 3-E 4-C 5-C

6-C 7-B 8-A 9-E 10 - ERRADO

11 - ERRADO 12 - A 13 - A

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BIBLIOGRAFIA

Junior, José Marques: Nobile, Fabio Olivieri de GEOLOGIA E MINERALOGIA


Bahia, Victor Gonçalves - minerologia e petrologia - coopesal - UFLA
http://geolab7.webnode.com/minerais/silicatos/nesossilicatos/ acessado 23
de fevereiro de 2017

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