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Riscos Químicos
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Riscos Químicos
Objetivos
• Fornecer ao aluno o conteúdo teórico básico para entendimento das propriedades dos
agentes químicos;
• Relacionar as exigências normativas trabalhistas, incluindo limites de tolerância.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Riscos Químicos
Contextualização
A exposição a agentes químicos é um dos maiores problemas de saúde ocupacional
presentes nos ambientes de trabalho. Os agentes químicos podem ser encontrados em
diversos segmentos, em empresas do todos os portes, em ambientes comerciais, enfim...
os agentes químicos estão em todos os lugares!
A exposição a agentes químicos pode produzir vários efeitos adversos ao ser huma-
no, que incluem desde acidentes de trabalho, a irritações, intoxicações, queimaduras,
câncer, entre outros efeitos à saúde.
Para dar início ao conteúdo, vamos pensar a respeito dos agentes químicos junto com
Napo. Você conhece o Napo? Napo é uma ideia concebida na união europeia por um
pequeno grupo de profissionais de comunicação de saúde e segurança do trabalho, na in-
tenção de produzir informação de alta qualidade, abordando as diversas culturas, idiomas
e necessidades práticas das pessoas no trabalho. O papel de Napo e seus amigos é ques-
tionar, de forma humorística, as diversas situações que vivemos no mundo do trabalho.
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O Que são Riscos Químicos
Riscos químicos são os riscos originados pela exposição ocupacional a agentes quí-
micos. Agentes químicos são substâncias químicas que estão presentes no ambiente,
puros, em misturas ou como impurezas, que podem causar danos à saúde. O número
de substâncias químicas existentes é desconhecido, sendo que muitas outras são des-
cobertas a cada dia (BRASIL, 2004).
Partículas Sólidas
• Poeira: Toda partícula sólida, de qualquer tamanho, natureza ou origem, formada
por ruptura de um material sólido, suspensa ou capaz de se manter suspensa no
ar. Geralmente possui formas irregulares e é maior que 0,5μm (BRASIL, 2001(1));
• Fibra: É um longo e fino filamento de determinado material. Entende-se por fibra
respirável aquela com diâmetro inferior a 3μm, comprimento maior que 5μm e
relação entre comprimento e diâmetro igual ou superior a 3:1 (BRASIL, 2001(2));
• Fumo: Aerodispersoide gerado termicamente, constituído por partículas sólidas
formadas por condensação de vapores, geralmente após volatilização de substân-
cia fundida, frequentemente acompanhada de reação química, tal como oxidação
(BRASIL, 2016).
Partículas Líquidas
• Névoa: Partículas líquidas geradas por desagregação de líquido (BRASIL, 2016);
• Neblina: partículas líquidas geradas por condensação de vapor que retorna ao es-
tado líquido (BRASIL, 2016).
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UNIDADE
Riscos Químicos
Partículas Gasosas
• Gás: Substância que nas condições normais de pressão e temperatura está no es-
tado gasoso (BRASIL, 2016);
• Vapor: Estado gasoso de uma substância que é liquida ou sólida nas condições
normais de pressão e temperatura (BRASIL, 2016).
Obs.: Quando se tratar de partículas para as quais ainda não há dados suficientes para demons-
trar efeitos à saúde, ou seja, que não possuem limite de tolerância, as mesmas são definidas
como “Partículas não especificadas de outra maneira” (PNOS). Dentre suas propriedades, cabe
citar: são insolúveis ou fracamente solúveis em água ou nos fluidos aquosos dos pulmões; não
são citotóxicas, genotóxicas ou quimicamente reativas com o tecido pulmonar; não emitem ra-
diação ionizante; causam imunossensibilização ou outros efeitos tóxicos que não a inflamação ou
deposição excessiva (BRASIL, 2009).
Ainda, os agentes químicos podem ser classificados conforme suas propriedades quí-
micas. Por exemplo: orgânicos ou inorgânicos; explosivos; inflamáveis; tóxicos; de maior
ou menor risco, entre outras propriedades. Tais propriedades e mais informações podem
ser encontradas nas Fichas de Informações de Segurança de Produtos Químicos – FISPQ.
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• Parte 1: Terminologia;
• Parte 2: Sistema de classificação de perigo;
• Parte 3: Rotulagem;
• Parte 4: Ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ).
Segundo a NBR 14725 (ABNT, 2009), uma FISPQ deve fornecer as informações
sobre o produto químico, em seções, cujos títulos, numeração e sequência não podem
ser alterados:
1. Identificação do produto e da empresa: Informa o nome comercial do pro-
duto e dados da empresa fabricante.
2. Identificação de perigos: Apresenta os perigos mais importantes e efeitos
do produto.
3. Composição e informação sobre os ingredientes: Informa se o produto quími-
co é uma substância ou uma mistura, sua composição e número CAS (Chemical
Abstract Service) quando existente. O número CAS é o registro do produto quí-
mico no banco de dados da divisão da Sociedade Americana de Química.
4. Medidas de primeiros socorros: Informa as medidas de primeiros socorros
a serem tomadas e indica quais ações devem ser evitadas.
5. Medidas de combate a incêndio: Informa quais são os meios de extinção
apropriados e os não recomendados.
6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento: Contém ins-
truções específicas de precauções pessoais em caso de derramamento ou
vazamento, procedimentos a serem adotados quanto a precauções ao meio
ambiente, procedimentos de emergência e sistemas de alarme, métodos para
limpeza e destinação final.
7. Manuseio e armazenamento: Fornece orientação de manuseio e armazena-
mento da substância ou mistura.
8. Controles de exposição e proteção individual: Indica parâmetros de con-
trole específicos, tais como limites de tolerância e/ou indicadores biológicos
de exposição ou outros limites e valores com suas referências indicadas e pre-
ferencialmente datadas. Indica ainda, se pertinentes, as medidas de controle
de engenharia necessárias para eliminação ou minimização do risco.
9. Propriedades físicas e químicas: Contém as informações, quando aplicáveis,
sobre aspecto (estado físico, forma, cor);odor e limite de odor; pH; ponto de fu-
são/ponto de congelamento; ponto de ebulição inicial e faixa de temperatura de
ebulição; ponto de fulgor; taxa de evaporação; inflamabillidade; limite inferior/
superior de inflamabilidade ou explosividade; pressão de vapor; densidade de
vapor; densidade; solubilidade; coeficiente de partição – n-octanol/água; tempe-
ratura de autoignição; temperatura de decomposição; viscosidade.
10. Estabilidade e reatividade: Indica estabilidade química, reatividade, possibi-
lidade de reações perigosas, condições a serem evitadas, materiais incompatí-
veis e produtos perigosos da decomposição.
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Riscos Químicos
Via respiratória
O sistema respiratório permite a troca de gases entre o ambiente externo e o sistema
circulatório, ou seja, retira o oxigênio do ar e leva para o sangue, liberando o dióxido de
carbono (e outros resíduos gasosos) do sangue de volta para o ar (HIRST, 2010).
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A Figura 1 apresenta as estruturas da via respiratória, que vão desde a cavidade
nasal até os pulmões, brônquios e bronquíolos.
Bronquíolo
Ramo da veia
Ramo pulmonar
da artéria
Traqueia
pulmonar
Brônquios
Alvéolo
Bronquíolo
do terminal
Bronquíolos
Alvéolos
pulmonares
Figura 2 – Estrutura do pulmão e alvéolos pulmonares
Fonte: Adaptado de Getty Images
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UNIDADE
Riscos Químicos
Tabela 3 – Fatores de risco para câncer das cavidades nasais e dos seios paranasais
Cromo, níquel, óleo de corte, poeira de madeira, poeira de couro, poeiras de cimento, de cereais, têxtil e
AGENTE couro, amianto, formaldeído, radiação ionizante, organoclorados, níquel e seus compostos.
Carpinteiros e marceneiros, forneiros (em geral, da indústria química, de coque e de gás), mineiros, pe-
OCUPAÇÃO dreiros, sapateiros, encanadores, mecânicos de automóvel.
ATIVIDADE Fundição de níquel, indústria: da madeira, produção de álcool isopropílico, couro e calçado, têxtil, papel
ECONÔMICA e petróleo, serraria e marcenaria, oficina mecânica, fundição, agricultura.
Fonte: BRASIL, 2012
Via dérmica
A pele é formada pela epiderme, que é a camada mais externada pele, e pela derme,
que é formada pelo tecido conjuntivo em que se encontramos vasos sanguíneos, nervos,
folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas, mostrados na Figura 3. Os folículos
pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas permitem o contato direto com o meio externo
(RUPPENTHAL, 2013).
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gênicas. Quando os efeitos destes agentes se estendem aos tecidos mais profundos,
podem ocorrer efeitos sistêmicos (BRASIL, 2012). A Tabela 4 apresenta fatores de
risco para o câncer da pele não melanoma.
Camada córnea
Pêlo (queratinizada) Poro sudoríparo
Epiderme
Corpúsculo de Meissner
Terminação nervosa simples
Derme
Músculo eretor do pêlo
Hipoderme
Folículo piloso
Tabela 4 – Fatores de risco para câncer das cavidades nasais e dos seios paranasais
Arsênio, alcatrão, creosoto, fuligem, luz solar, hidrocarbonetos policíclicos,
AGENTE óleo mineral, ortoarsenicais, radiação ultravioleta, drogas antineoplásica,
radiação ionizante.
Guia de montanhismo, mineiro, canteiro, ocupação ao ar livre, pedreiro, solda-
OCUPAÇÃO dor, vendedor, trabalhador rural, salva-vidas, agentes de saúde, pescador, guar-
da de trânsito.
ATIVIDADE Construção civil, gaseificação de carvão, pesca, produção de coque, trabalho
ECONÔMICA rural, refinaria de petróleo.
Fonte: BRASIL, 2012
Em geral, essa via representa um papel secundário, pois nos ambientes de traba-
lho pode ocorrer através de mãos ou alimentos contaminados. A absorção por essa
via depende de fatores físico-químicos do agente absorvido e do próprio organismo
(BRASIL, 2012). A Figura 4 apresenta as estruturas do sistema digestivo.
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UNIDADE
Riscos Químicos
Boca
Glândula Parótida
Faringe
Glândula sublingual
Esôfago
Fígado
Estômago
Visícula biliar
Pâncreas
Cólon ascendente
Intestino Delgado
(jejuno e ilio)
Cólon sigmóide
Apêndice
Reto
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Tabela 5 – Parte do Quadro nº 1 do anexo 11 da NR-15
Até 48 horas/semana Grau de
Absorção insalubridade a
Agentes Químicos Valor Teto também ser considerado
p/ pele ppm* mg/m3* no caso de sua
caracterização
Acetaldeído 78 140 Máximo
Acetato de cellossolve + 78 420 Médio
Acetato de éter monoetílico de etile-
– – –
no glicol (vide acetado de cellsolve)
Acetato de etila 310 1090 Mínimo
Acetato de 2-etóxi etila (vide acetato
– – –
de cellsolve)
Acetileno Axfixiante Simples –
Acetona 780 1870 Mínimo
Acetonitrila 30 55 Máximo
Ácido acético 8 20 Médio
Ácido cianídrico + 8 9 Máximo
Ácido clorídrico + 4 5,5 Máximo
Ácido crômico (névoa) – 0,04 Máximo
Ácido etanóico (vide ácido acético) – – –
Fonte: BRASIL, 2014
Na primeira coluna, “agentes químicos”, são listados os agentes químicos que po-
dem causar danos à saúde. Nas quarta e quinta colunas, estão listados os limites de
tolerância válidos para absorção apenas por via respiratória. As unidades utilizadas
são ppm (parte por milhão) e mg/m³ (miligrama por metro cúbico) (BRASIL, 2014).
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UNIDADE
Riscos Químicos
valor serão consideradas de risco grave e iminente (BRASIL, 2014). Na Tabela 5, por
exemplo, o acetileno é identificado como asfixiante simples.
Por fim, o anexo 13 da NR-15 possui uma relação das atividades e operações envol-
vendo agentes químicos consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada
no local de trabalho, ou seja, análise qualitativa (BRASIL, 2014).
Devem ser excluídas desta relação as atividades ou operações com os agentes quí-
micos já citados nos anexos 11 e 12 da NR-15. O anexo 13 cita atividades envolvendo
benzeno, arsênico, carvão, chumbo, cromo, fósforo, hidrocarbonetos e outros com-
postos de carbono, mercúrio, silicatos, substâncias cancerígenas e operações diversas
(BRASIL, 2014).
E quando um agente químico não estiver relacionado nos anexos 11, 12 ou 13 da NR-15?
Entende-se, portanto, que na ausência dos limites de tolerância da NR-15, deve-se uti-
lizar os limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH – American Conference
of Governmental Industrial Higyenists, desde que mais restritivos.
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Limites de Exposição Ocupacional da ACGIH
A American Conference of Governmental Industrial Higyenists – ACGIH é uma
associação científica composta por higienistas ocupacionais e outros profissionais de
segurança e saúde ocupacional. A cada ano, a ACGIH publica seus Threshold Limit
Values – TLVs (limites de exposição) e Biological Exposure Indices – BEIs (índices de
exposição biológica), sendo estes valores utilizados como diretrizes para a tomada de
decisões relativas às exposições ocupacionais (ACGIH, 2014). Segundo a ACGIH:
Os limites de exposição (TLVs) referem-se às concentrações das subs-
tâncias químicas dispersas no ar e representam condições às quais,
acredita-se, que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, re-
petidamente, dia após dia, durante toda uma vida de trabalho, sem
sofrer efeitos adversos à saúde. (ACGIH, 2014)
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UNIDADE
Riscos Químicos
Na primeira coluna, “substância [Nº CAS]”, são listados os agentes químicos que
podem causar danos à saúde, com seus respectivos CAS (Chemical Abstract Service)
(ACGIH, 2014).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Anexo 11 da NR-15
https://bit.ly/2HKuItW
Anexo 12 da NR-15
https://bit.ly/2Wkhtte
Anexo 13 da NR-15
https://bit.ly/30VWkUI
Anexo 13-A da NR-15
https://bit.ly/2Z3YJer
Exposição ocupacional a substâncias químicas, fatores socioeconômicos e saúde do trabalha-
dor: uma visão integrada
https://bit.ly/2n5l369
Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos - FISPQ
https://bit.ly/2WuQ9aD
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UNIDADE
Riscos Químicos
Referências
ACGIH. TLVs e BEIs. São Paulo: ABHO, 2014.
BRASIL. Leis e Decretos. Segurança e medicina do trabalho. 73ª ed. São Paulo:
Atlas, 2014.
BRASIL. Norma de higiene ocupacional 03. São Paulo: Fundacentro, 2001 (1).
BRASIL. Norma de higiene ocupacional 04. São Paulo: Fundacentro, 2001 (2).
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Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos
Objetivos
• Capacitar para aplicar a metodologia de avaliação qualitativa de riscos químicos baseada
na abordagem ICCT.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos
Contextualização
A Norma Regulamentadora 15 (NR-15), que trata das atividades e operações
insalubres, em seus anexos 11, 12 e 13, relaciona os agentes químicos e ativi-
dades e operações envolvendo agentes químicos que podem ocasionar danos à
saúde dos trabalhadores. Os anexos 11 e 12 são de caráter quantitativo, enquanto o
anexo 13 é qualitativo (BRASIL, 2014).
Por exemplo, imagine um ambiente de trabalho no qual existe uma concentração aci-
ma do limite de tolerância de poeira mineral. De acordo com a abordagem tradicional,
a poeira mineral é quantitativa; logo, é necessário proceder sua medição. Ao realizar o
levantamento quantitativo, verificar-se-ia um ambiente insalubre. Após essa verificação,
seria necessário proceder às modificações deste ambiente de modo a reduzir a concen-
tração do agente químico. Em seguida, dever-se-ia proceder a uma nova medição, para
assegurar que as medidas de controle implantadas foram suficientes para adequação do
ambiente de trabalho.
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Kit Internacional de Ferramentas de
Controle Químico – International Chemical
Control Toolkit (ICCT)
O Kit Internacional de Ferramentas de Controle Químico, do inglês International
Chemical Control Toolkit (ICCT), foi desenvolvido pela Associação Internacional de
Higiene Ocupacional (IOHA), como uma contribuição ao Programa Internacional de Se-
gurança Química (IPCS), que envolve a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a
OMS (Organização Mundial da Saúde) e o PNUMA (Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente) (BRASIL, 2012).
Metodologia
O processamento e manuseio inadequado de substâncias químicas dá origem a riscos
nos ambientes de trabalho. O ICCT ensina como manusear produtos químicos sólidos ou
líquidos com segurança, desde que o material em questão tenha sido classificado de acor-
do com as frases R (ou com o GHS) e o resultado apareça na FISPQ (Ficha de Informação
de Segurança de Produtos Químicos) ou no rótulo do produto. Ainda que a abordagem
ICCT não se aplique às poeiras e aos fumos gerados durante os processos, muitas das
soluções apresentadas podem ser utilizadas para controlá-los (BRASIL, 2012).
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UNIDADE
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos
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Figura 2c – Questionário de verificação
Fonte: BRASIL, 2012
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UNIDADE
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos
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• Se a substância não estiver alocada no Quadro 1, verificar se a substância é um pesticida;
• Se a substância for um pesticida, marcar que o produto em questão é um pesticida no
questionário de verificação (Figura 4) e se dirigir às Fichas de Controle P100 a P104.
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UNIDADE
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos
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• Se a substância química analisada for líquida, e as tarefas executadas à temperatura
ambiente (sem aquecimento), a volatilidade é determinada de acordo com o Quadro 4.
400
Volatividade
350 baixa
Volatividade média
300
Ponto de ebulição do líquido (ºC)
250
200
150
Volatividade alta
100
50
0
25 50 75 100 125 150 175 200
Se o ponto de cruzamento dos dados se situar em cima das linhas divisórias, escolher a
volatilidade mais alta.
Se a FISPQ apresentar mais de um valor de ponto de ebulição para o produto, deve-se sem-
pre utilizar o de valor mais baixo.
Se a tarefa exigir vários níveis de temperatura, utilizar sempre a mais alta.
Se houver mistura de uma ou mais substâncias, considerar a de menor ponto de ebulição.
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UNIDADE
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos
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Baixa Alta
Quatidade Média Médio
volatilidade/ volatilidade/
utilizada volatilidade empoeiramento
empoeiramento empoeiramento
Grupo D
Pequena 2 3 2 3
Média 3 4 4 4
Alta 3 4 4 4
Grupo E
Para todos os produtos do Grupo E, optar pela Medida de Controle 4
Fonte: BRASIL, 2012
Tabela 2
Vetilação Geral
1 Medidas básicas de ventilação geral e boas Menor redução da exposição
práticas de trabalho.
Controle de Engenharia
2
Sistemas típicos de ventilação local exaustora.
Enclausuramento
3 Restringir a utilização de substâncias perigosas Maior redução da exposição
ou enclausurar o processo.
Especial
4 Necessário assessoria especializada para definir Suporte expecial
as medidas a serem tomadas.
Fonte: BRASIL, 2012.
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UNIDADE
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos
Já nos casos em que a substância química foi alocada no grupo S, a ficha de controle
Sk100 é a indicada. E nos procedimentos que exigirem a utilização de equipamento de
proteção respiratória, consultar a ficha de controle R100 (BRASIL, 2012).
Fichas de Controle
As fichas de controle trazem orientações específicas para atividades comumente exe-
cutadas nos ambientes de trabalho. Cada ficha de controle traz informações acerca do
acesso, projeto e equipamento, testes e manutenção, higiene e manutenção da limpeza
no local de trabalho, equipamento de proteção individual, treinamento e supervisão
(BRASIL, 2012).
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Ventilação Geral: Princípios Gerais
Esta ficha de controle deve ser utilizada quando a Medida de Controle 1 for
indicada. Aqui são apresentadas as práticas corretas para implementação
dos princípios de ventilação geral no local de trabalho (incluindo o trabalho
ao ar livre). É indicada para uma série de tarefas de pequena, média e gran-
de escalas na utilização de sólidos e/ou líquidos. Descreve os pontos mais
importantes a serem seguidos para ajudar a reduzir a exposição aos agentes
químicos. É importante que todas as indicações sejam seguidas à risca ou
que medidas igualmente efetivas sejam adotadas. Esta ficha identifica os
padrões mínimos a serem adotados para proteger a saúde nos ambientes
de trabalho e, portanto, não pode ser utilizada para justificar um padrão
inferior ao exigido para o controle da exposição a outros agentes para os
quais maior nível de controle é requerido. Alguns produtos químicos são in-
flamáveis ou corrosivos e os controles devem ser adaptados para também os
abranger. Para mais informações, a FISPQ do produto deve ser consultada.
As agências ambientais locais poderão exigir o cumprimento de regulamen-
tos específicos para o descarte de resíduos e para a emissão atmosférica de
poluentes. Procure o órgão fiscalizador ligado à Secretaria do Meio Ambien-
te (estadual e/ou municipal) para obter informações sobre a regulamentação
local e se ela é aplicável à sua empresa/atividade.
Saída
de ar
Entrada
de ar
Figura 9
Fonte: BRASIL, 2012
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UNIDADE
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos
Acesso
• Restrinja o acesso somente àqueles trabalhadores realmente necessários
no local.
• O trabalho não deve ser realizado próximo às entradas de ar da instalação
para garantir que elas não sejam obstruídas. A corrente de ar deve passar
pelo operador e então pelo local onde se desenvolve a atividade (nunca o
contrário), sendo então direcionada para a saída.
Projeto e Equipamento
• O acesso ao ar fresco deve ser irrestrito. Para assegurar o acesso ao ar
fresco, podem-se ter áreas de trabalho ao ar livre. Esta exigência pode ser
cumprida através do trabalho ao ar livre.
• Se o trabalho for realizado no interior de um prédio, serão exigidas portas e
janelas abertas, tijolos furados ou aberturas laterais, bem como ventiladores
exaustores nas paredes e no teto para permitir que o ar fresco e puro que
entra substitua o ar poluído. Muitas vezes se torna mais efi ciente instalar um
ventilador que leve ar limpo em direção ao trabalhador do que exaurir o ar
sujo de dentro do prédio.
• O ar exaurido deve ser liberado em lugar seguro fora do prédio, longe de
portas, janelas e entradas de ar.
• A ventilação deve ser totalmente aproveitada, com a corrente de ar pas-
sando pelo operador e pelo local de trabalho ao se encaminhar para a
exaustão. Em trabalhos realizados ao ar livre, o vento é responsável pela
dispersão dos poluentes.
• Deve ser fornecida uma ventilação geral de boa qualidade por meio de
exaustores mecânicos, de parede ou janela. Recomendam-se, no mínimo,
cinco renovações de ar por hora.
Testes e Manutenção
• Ventiladores e exaustores devem ser mantidos em perfeitas condições de
limpeza e funcionamento.
• O funcionamento dos ventiladores deve ser verifi cado diariamente. Uma
fi ta pode ser amarrada na grade do ventilador para servir de indicador de
funcionamento.
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• Devem ser armazenados em lugar seguro, onde não serão danifi cados, e
descartados em local apropriado.
• Não utilizar vassouras ou ar comprimido, mas sim panos úmidos ou aspira-
dores de pó para limpeza dos equipamentos e da área de trabalho.
• Os líquidos voláteis não devem ser armazenados em contato direto com o
sol ou fontes de calor.
Treinamento e Supervisão
• Os trabalhadores devem ser informados sobre os danos à saúde causados
pelas substâncias que utilizam no trabalho e as razões para a adoção de
controles e de EPI/EPR.
• Devem ser treinados para: manusear produtos químicos com segurança,
verifi car se os controles estão funcionando, utilizar o EPI corretamente e
saber o que fazer se algo der errado (casos de emergência).
• Deve haver um sistema que verifi que a existência de mecanismos de contro-
le e se eles estão sendo seguidos.
Fonte: BRASIL, 2012
Exemplo
Para fixar o conteúdo exposto ao longo desta unidade, encontre as fichas de controle
adequadas para o exemplo a seguir.
Exemplo: Considere uma empresa que utiliza tinta em seu processo de pro-
dução. A tinta é adquirida em latas de 0,9L ou galões de 3,6L. As atividades são
executadas à temperatura ambiente.
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UNIDADE
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos
Na frase R36-43 (números separados por traço), devemos procurar por R36 a R43, ou seja:
R36, R37, R38, R39, R40, R41, R42 e R43. Já na frase R36/38 (números separados por barra),
devemos procurar por R36/38.
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Etapa 3 – Propagação no Ambiente
Na FISPQ, item 9, verificou-se que o ponto de ebulição da tinta analisada é de 145ºC.
Portanto, de acordo com o Quadro 4, trata-se de uma substância com volatilidade média
(ponto de ebulição entre 50 e 150ºC). Como as atividades são executadas à temperatura
ambiente, não há necessidade de correção da volatilidade de acordo com o Gráfico 1.
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UNIDADE
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Avaliação qualitativa de riscos químicos: orientações básicas para o controle da exposição a
produtos químicos
http://bit.ly/2Id7mh8
Avaliação qualitativa de riscos químicos: orientações básicas para o controle da exposição a
produtos químicos em fundições
http://bit.ly/2IbkAuu
Avaliação qualitativa de riscos químicos: orientações básicas para o controle da exposição a
produtos químicos em gráficas
http://bit.ly/2IdroIo
Avaliação qualitativa de riscos químicos: orientações básicas para o controle da exposição a
produtos químicos em fundições
Resenha
http://bit.ly/2I9R2xA
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Referências
BRASIL. Avaliação qualitativa de riscos químicos. São Paulo: Fundacentro, 2012.
BRASIL. Leis e Decretos. Segurança e medicina do trabalho. 73ª ed. São Paulo:
Atlas, 2014.
ROSSETE, Celso Augusto (org.). Segurança e higiene do trabalho. São Paulo: Person
Education do Brasil, 2014 (e-book).
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HigieneTítulo
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Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos
Objetivo
• Capacitar a realização da avaliação quantitativa de agentes químicos.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos
Contextualização
Como você já sabe, a Norma Regulamentadora 15 (NR-15), que trata das atividades e
operações insalubres, em seus anexos 11, 12 e 13, relaciona os agentes químicos e ati-
vidades e operações envolvendo agentes químicos que podem ocasionar danos à saúde
dos trabalhadores. Os anexos 11 e 12 são de caráter quantitativo, enquanto o anexo 13
é qualitativo (BRASIL, 2014).
Para atender aos requisitos de avaliação quantitativa dos agentes relacionados nos
Anexos 11 e 12 e outros agentes químicos não especificados nas normas nacionais, é
necessário ter domínio sobre as estratégias de coleta e análise de agentes químicos.
De modo contrário, uma avaliação de agentes químicos mal feita pode acarretar di-
versos prejuízos às partes interessadas, resultando em doenças e acidentes envolvendo
os trabalhadores, comprometimento da imagem e credibilidade da empresa e do profis-
sional responsável pela avaliação, entre outras possibilidades.
6
Metodologia de Avaliação
A avaliação quantitativa de riscos químicos contempla o conjunto de ações necessá-
rias para a caracterização de um ambiente de trabalho ou da exposição ocupacional a
determinado agente químico.
7
7
UNIDADE
Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos
8
• Dados indicativos de possíveis danos à saúde originados pela exposição a agentes
químicos (BRASIL, 2018).
9
9
UNIDADE
Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos
10
A amostra ou medição pessoal pode ser considerada estacionária quando o trabalha-
dor permanece parado no ponto de medição, durante todo o período de coleta. A amos-
tra ou medição estacionária é a mais apropriada para avaliar as condições ambientais.
Os pontos de coleta de amostras ou medições estacionárias devem ser determinados
considerando o número e localização das fontes do agente químico, direção dos ventos,
zonas ou locais de trabalho e arranjo físico do local (BRASIL, 2018).
PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE
DADOS PARA A UTILIZADO
A PERÍODO COMPLETO
AMOSTRA ÚNICA
A B
PERÍODO COMPLETO
A B AMOSTRA
CONSECUTIVAS
A B C
TIPO DE AMOSTRA
A B
AMOSTRAS CONSECUTIVAS
A B EM PERÍODO PARCIAL
A B C
A B C D E
(ALEATÓRIA)
AMOSTRAS ALEATÓRIAS
A B C D
0 1 2 3 4 5 6 7 8
HORAS APÓS INÍCIO DO TURNO
Figura 3 – Quadro de referência dos tipos de medições de exposição que
poderiam ser tomadas para um padrão de exposição média de 08 horas
Fonte: NIOSH, 1977
11
11
UNIDADE
Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos
Saiba mais sobre as aplicações de cada tipo de amostra e sobre os critérios NIOSH e AIHA
para grupo de trabalhadores no Guia Técnico sobre Estratégia de Amostragem da Funda-
centro, páginas 45-65, disponível em: http://bit.ly/2wh019w
Avaliação inicial
As avaliações iniciais devem contemplar, obrigatoriamente, os locais de trabalho, as
situações e os grupos de exposição classificados como críticos. As avaliações devem ser
realizadas nos dias de exposição efetiva ou mais críticos (BRASIL, 2018).
12
em determinado momento), objetivos da avaliação, quantidade de jornadas a serem ava-
liadas e se há dispersão das concentrações do agente químico ao longo do período.
A escolha das jornadas de trabalho a serem avaliadas devem ser aleatórias, sendo
excluídos os dias atípicos ou não representativos da condição que se deseja avaliar
(BRASIL, 2018).
Equipamentos de Medição
Os equipamentos de medição utilizados para a avaliação de riscos químicos são co-
nhecidos por “bombas de amostragem”. Trata-se de um instrumento portátil e leve,
que utiliza bateria recarregável, onde se ajusta a vazão definida pelo método analítico.
As bombas de amostragem devem ser intrinsecamente seguras e possuir um sistema
automático de controle de vazão com capacidade para mantê-la constante, dentro de um
intervalo de ±5%, durante o tempo de coleta (BRASIL, 2018).
Metodologia Analítica
A metodologia analítica é composta pelos procedimentos de coleta, medição e análises
laboratoriais. Alguns conceitos devem ser esclarecidos para compreensão da metodologia.
• Volume amostrado [m³], conforme equação 1:
V=Q×T (Eq. 1)
Obs.: Se a vazão Q da bomba for dada em litros por minuto, deve-se proceder a
conversão de unidades através da equação 2.
Q xT
V= (Eq. 2)
1.000
13
13
UNIDADE
Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos
m
C= (Eq. 3)
V
Sendo m a massa da amostra [mg] e V o volume amostrado [m³].
• Concentração ppm, conforme equação 4:
1 cm3 1 cm3
1 ppm = = (Eq. 4)
1 m3 1.000.000 cm3
• Conversão de unidades mg/m³ para ppm (equação 5) e de ppm para mg/m³ (equação 6):
40 168 - h
FR = x (Eq. 7)
h 128
Sendo h a jornada de trabalho em horas.
Ainda, algumas recomendações devem ser seguidas para garantir a qualidade dos
dados obtidos, tais como:
• Utilizar uma bomba de amostragem devidamente calibrada para realizar a coleta;
• Após a coleta, medir a vazão final da bomba, sendo que amostras realizadas em
bombas que apresentem variações nas vazões inicial e final superiores a 5% devem
ser descartadas;
• Analisar as amostras em laboratórios confiáveis, que possuam equipamentos de
análise calibrados e controle de qualidade etc. (BRASIL, 2018).
14
Comumente são utilizadas as metodologias analíticas de organismos e instituições
internacionais de renome como NIOSH (EUA), OSHA (EUA), ACGIH (EUA), ASTM
(EUA), EPA (EUA), HSE (UK), entre outras (BRASIL, 2018).
Para ilustrar os métodos analíticos, segue parte do método NIOSH 7602, para análi-
se de sílica cristalina (Figura 4). Nos métodos analíticos é possível verificar as condições
que a amostra deve ser coletada, tais como tipo do amostrador, vazão, volumes mínimo
e máximo de ar coletado, entre outras informações (destaque em vermelho na Figura 4).
Também é possível verificar as condições da análise da amostra (destaque em verde na
Figura 4) dentre outras referências pertinentes ao método.
15
15
UNIDADE
Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos
Interpretação de Resultados
e Análise Estatística
Comparar os resultados obtidos nas medições com os valores de referência para os
ambientes de trabalho pode não ser suficiente para se chegar a uma conclusão confiável.
Também é necessário avaliar a probabilidade e a confiança de que os limites estabele-
cidos não serão ultrapassados em momentos não monitorados. Para isso, é necessário
demonstrar a confiabilidade estatística do seu julgamento através da realização de testes
de conformidade com os valores de referência (BRASIL, 2018).
16
Se os resultados obtidos se situam no, ou abaixo do, nível de ação (metade do limite
de exposição ocupacional) e a dispersão é razoavelmente baixa (Desvio Padrão Geomé-
trico – DPG<2), a análise estatística validará as medições realizadas (BRASIL, 2018).
C1 + C2 + Cn
MA = (Eq. 1)
n
1 n 2
DP = å
n -1 i=1
(ci - MA) (Eq. 2)
• Obter o Limite Superior de Confiança Land’s Exato (LSCLE, 95%) para um inter-
valo de confiança a partir da equação 5:
17
17
UNIDADE
Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos
Figura 5 – Fator C do LSCLE,95% (95% UCL), como função do número de resultados (n) e do DPY (S)
Fonte: BRASIL, 2018, apud HEWETT & GANSER, 1997
LSCLE ,95%
I MV = (Eq. 6)
VRATMPT
18
Tratamento estatístico dos dados de curta duração ou
instantâneos (curta duração – 15 min ou valor teto)
Quando se tratar de dados que representam curta duração – 15 min ou valor teto,
deve-se:
• Calcular a Média Aritmética (MA), Desvio Padrão (DP), Média Geométrica (MG) e
Desvio Padrão Geométrico (DPG), conforme as equações 1 a 4;
• Calcular o percentil 95% (P95%) do Limite Superior de Tolerância (LSTP95%,95%,n)
através das equações 7 e 8:
Sendo K = K(0,95,0,95,n), obtido na Figura 6, para uma proporção igual a 95% (P=0,95),
um nível de confiança de 95% (γ = 0,95) e n resultados.
19
19
UNIDADE
Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos
P95%
I P 95% =
VRATCD , VRATTETO ouVMP
LSTP 95%,95%
I LST =
VRATCD , VRATTETO ouVMP
Para saber mais sobre o tratamento estatístico, estude o Apêndice I do Guia Técnico sobre
Estratégia de Amostragem da Fundacentro, páginas 92-98, disponível em: http://bit.ly/2wh019w
20
Saiba mais sobre a exposição ocupacional a agentes químicos e a instrumentação para ava-
liação destes em: https://youtu.be/hnIjys-Cmxg
21
21
UNIDADE
Avaliação Quantitativa de Riscos Químicos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Instrumentação Agentes Químicos
https://youtu.be/hnIjys-Cmxg
Leitura
Guia técnico sobre estratégia de amostragem e interpretação de resultados de avaliações
quantitativas de agentes químicos em ambientes de trabalho
http://bit.ly/2wh019w
Norma de Higiene Ocupacional 03 – NHO 03
Método de Ensaio: Análise Gravimétrica de Aerodispersóides Sólidos Coletados Sobre
Filtros e Membrana.
http://bit.ly/2weEXQL
Norma de Higiene Ocupacional 04 – NHO 04
Método de Ensaio: Método de Coleta e a Análise de Fibras em Locais de Trabalho.
http://bit.ly/2wi7lS0
Norma de Higiene Ocupacional 08 – NHO 08
Coleta de Material Particulado Sólido Suspenso no Ar de Ambientes de Trabalho.
http://bit.ly/2weEHkL
NIOSH Manual de métodos analíticos – 4ª Edição
http://bit.ly/2JA0Pie
NIOSH 7602
http://bit.ly/2wh1QmS
SGS GROUP – Resumo dos métodos
http://bit.ly/2VVzOwi
22
Referências
BRASIL. Guia técnico sobre estratégia de amostragem e interpretação de resultados
de avaliações quantitativas de agentes químicos em ambientes de trabalho. São
Paulo: Fundacentro, 2018.
23
23
HigieneTítulo
Inserir do Trabalho:
Aqui
Inserir Químicos
Riscos Título Aqui
Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Medidas de Controle e Noções
de Ventilação Industrial
Objetivos
• Demonstrar a sequência de ações a serem tomadas no controle dos agentes químicos (na
fonte, trajetória e no trabalhador);
• Fornecer ao aluno o conteúdo teórico básico para entendimento das propriedades da
ventilação industrial;
• Apresentar os tipos de equipamentos de proteção individual e requisitos para cumpri-
mento da NR-6.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial
Contextualização
Agora que já sabemos como avaliar os agentes químicos no ambiente, é necessário
aprender sobre as possíveis medidas de controle dos agentes químicos. Cada caso é
único e deve ser avaliado considerando a viabilidade e eficácia das medidas de controle.
6
Medidas de Controle para Agentes Químicos
Segundo a Norma Regulamentadora 9 (NR-9), o estudo, desenvolvimento e implan-
tação de medidas de controle devem obedecer à seguinte hierarquia:
• Medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudi-
ciais à saúde;
• Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente
de trabalho;
• Medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente
de trabalho;
• Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
• Utilização de Equipamento de Proteção Individual – EPI (BRASIL, 2014).
Ventilação Industrial
A ventilação industrial compreende o processo de retirar ou fornecer ar por meios
naturais ou mecânicos de, ou para, um recinto fechado. Tem como objetivo controlar as
concentrações de contaminantes e as condições térmicas de referido local. Para que seja
possível um estudo das condições de ventilação de um ambiente, é necessário compre-
ender a composição do ar atmosférico (aproximadamente 79% de gases inertes e 21%
de oxigênio - variam conforme as condições de umidade e temperatura) e as necessida-
des humanas de ventilação (OLIVEIRA, 2018).
Sistemas de ventilação
A classificação dos sistemas de ventilação considera suas finalidades, quais sejam:
• Ventilação para manutenção do conforto térmico: refrigera ou aquece um ambiente;
• Ventilação para a conservação de materiais e equipamentos: reduz o aqueci-
mento de motores elétricos, máquinas etc. a fim de evitar deterioração;
• Ventilação para a manutenção da saúde e segurança do homem: mantém as
concentrações dos agentes químicos a níveis compatíveis com a saúde (abaixo dos
valores referência para ambientes de trabalho) e segurança (fora das faixas de infla-
mabilidade ou explosividade) (OLIVEIRA, 2018).
7
7
UNIDADE
Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial
Ventilação Natural
A ventilação natural ocorre através da movimentação de ar em um ambiente provo-
cada pelos agentes físicos pressão dinâmica e/ou temperatura. Quando a temperatura
no interior de um determinado ambiente é maior que a temperatura externa, produz-se
uma pressão interna negativa e um fluxo de ar frio entra pelas partes inferiores, o que
causa em seguida uma pressão interna positiva e um fluxo de ar quente sai nas partes
superiores. Pode ser controlada por meio de aberturas no teto, nas laterais e no piso
(OLIVEIRA, 2018).
Ventilação Geral
A ventilação geral consiste em movimentar o ar em um ambiente através de venti-
ladores, também chamada de ventilação mecânica. Um ventilador pode insuflar ar no
ambiente, tomando ar externo, ou exaurir ar desse mesmo ambiente para o exterior
(exaustor) (OLIVEIRA, 2018).
V
Q= (Eq. 1)
t
Q
T= (Eq. 2)
V
8
• A distância entre os trabalhadores e o ponto de geração/emissão do contaminante
seja suficiente para garantir que os trabalhadores não estarão expostos a concen-
trações médias superiores ao limite de tolerância.
• A toxicidade do poluente seja baixa (LT < 500 ppm).
• O poluente seja gerado em quantidade razoavelmente uniforme (SALIBA, 2018).
A ventilação geral diluidora é mais indicada nos locais de trabalho sujeitos a modifica-
ções constantes e quando as fontes geradoras de contaminantes se encontram distribuí-
das. Não é frequentemente usada para controle de poeiras e fumos, pois pode requerer
uma quantidade excessiva de ar de diluição e seu custo de instalação é relativamente
baixo quando comparado com o da ventilação local exaustora (SALIBA, 2018).
4
3
1
9
9
UNIDADE
Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial
10
a) peça semifacial filtrante (PFF1) para proteção das vias respiratórias
contra poeiras e névoas;
d) peça um quarto facial, semifacial ou facial inteira com filtros para ma-
terial particulado tipo P1 para proteção das vias respiratórias contra po-
eiras e névoas; e ou P2 para proteção contra poeiras, névoas e fumos;
e ou P3 para proteção contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos;
Sem ventoinha
Respirador de ar
natural Com ventoinha manual
Com ventoinha motorizada
Figura 2 – Classificação dos respiradores
Fonte: Adaptado da ABNT NBR12543
11
11
UNIDADE
Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial
Figura 3 – Cobertura das vias respiratórias do tipo bocal com a pinça nasal (ISO 16975.1).
Peça semi facial filtrante (PFF) sem e com válvula de exalação
Fonte: fundacentro.gov.br
Figura 4 – Coberturas das vias respiratórias cobrindo a boca, o nariz e o queixo (ISO 16975.1)
Fonte: fundacentro.gov.br
12
Figura 6 – Coberturas das vias respiratórias cobrindo a cabeça (ISO 16975.1)
Fonte: fundacentro.gov.br
Seleção de respiradores
A seleção de um respirador consiste em determinar o tipo ou a classe de respirador
que proporcione proteção adequada a uma exposição específica. Para tal, deve-se levan-
tar informações acerca das substâncias químicas e condições do ambiente de trabalho,
da tarefa desenvolvida edo usuário (BRASIL, 2016).
13
13
UNIDADE
Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial
14
• Nível de esforço físico: quanto maior é o esforço físico, maior é a quantidade de
ar/gás respirável demandada pelo usuário (BRASIL, 2016);
• Emprego de ferramentas: o emprego de equipamentos para solda, operações de
pintura spray e outros equipamentos elétricos podem influenciar no desempenho
do respirador (BRASIL, 2016);
• Mobilidade: a mobilidade necessária para realização da tarefa pode limitar a esco-
lha do tipo de respirador a ser utilizado de maneira segura (BRASIL, 2016);
• Comunicação: deve-se considerar o nível de ruído do ambiente e a necessidade de
comunicação do usuário. Falar em voz alta pode provocar deslocamento de algu-
mas peças faciais (BRASIL, 2016);
• Vida útil dos filtros: deve-se definir os tipos e as classes de filtros, bem como a
frequência de troca destes (BRASIL, 2016).
15
15
UNIDADE
Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial
Além dos usuários, outros profissionais, tais como supervisores, pessoas irão distribuir os
respiradores, e outros envolvidos, também deverão receber treinamento para possibilitar o
acompanhamento adequado dos usuários (BRASIL, 2016).
Uso de Respiradores
Os respiradores devem ser utilizados de acordo com as instruções do fabricante e sem
qualquer modificação. Deve-se fazer a inspeção preliminar no respirador antes do uso,
que inclui:
• Verificação da integridade do respirador (estado da superfície de selagem no rosto,
tirantes, válvulas etc.);
• Confirmação de que os filtros são do tipo e da classe selecionados, se estão fixados
corretamente e se estão em bom estado;
• Confirmação de que a selagem no rosto é aceitável pela realização da verificação
de vedação pelo teste de pressão positiva ou negativa. Para fazer o teste de pres-
são negativa, o usuário deve bloquear as aberturas de entrada de ar (filtros) com a
palma da mão, colocar um selo na entrada do filtro ou estrangular a traqueia ou
mangueira. Em seguida, deve inalar suavemente e segurar a respiração por alguns
segundos. Se a peça facial aderir ao rosto e permanecer por alguns segundos,
pode-se afirmar, com razoável segurança, que a vedação da peça facial é satisfató-
ria. Se a peça facial não permanecer aderida ao rosto enquanto o usuário segurar
a respiração, ele deve reajustar o respirador e refazer o teste. No teste de pressão
positiva, a válvula de exalação ou traqueia, ou ambas, são bloqueadas e o usuário
deve exalar suavemente. A vedação será considerada satisfatória quando o usuário
sentir ligeira pressão dentro da peça facial e não conseguir detectar nenhuma fuga
de ar na zona de vedação entre a peça facial e o rosto. Se ocorrer alguma fuga, o
usuário deve reajustar o respirador e refazer o teste (BRASIL, 2016).
16
O responsável deverá ser informado caso alguns trabalhadores detectem odor ou
sinais de irritação antes do tempo de troca definido. Dessa forma, será possível reavaliar
o tempo de troca, a concentração de exposição, a umidade relativa, a taxa de trabalho
etc. (BRASIL, 2016).
Quanto à limpeza e higienização dos respiradores, os de uso individual devem ser lim-
pos e higienizados quantas vezes forem necessários para serem mantidos em boas condi-
ções de higiene. Já os respiradores utilizados por mais de um indivíduo devem ser limpos
e higienizados antes de ser usado pelo outro. Os respiradores usados no ensaio de vedação
e no treinamento devem ser limpos e higienizados após cada uso (BRASIL, 2016).
b) abrangência;
17
17
UNIDADE
Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial
f) seleção do respirador;
h) treinamento;
i) ensaio de vedação;
l) guarda e estocagem;
o) revisão do programa;
g) monitoramento do uso;
18
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Sistema de ventilação local Exaustora
https://youtu.be/ALroiDldPDo
EPI – Proteção respiratória
https://youtu.be/W4_7Y-3ty5c
Leitura
Cartilha de proteção respiratória 3M
http://bit.ly/2whrqbo
Guia de seleção de respiradores 3M
http://bit.ly/2wgiL92
Programa de proteção respiratória (PPR)
http://bit.ly/2wdLTO6
19
19
UNIDADE
Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial
Referências
3M do Brasil. Cartilha de Proteção Respiratória. Disponível em: <https://docplayer.
com.br/2459504-3m-saude-ocupacional-protecao-respiratoria-cartilha-de-protecao-
respiratoria.html>. Acesso em: 18/12/2018.
BRASIL. Leis e Decretos. Segurança e medicina do trabalho. 73.ed. São Paulo: Atlas, 2014.
20
HigieneTítulo
Inserir do Trabalho
Aqui
Inserir Químicos
Riscos Título Aqui
Exemplo de Avaliação de Agente Químico e Prevenção de Acidentes
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Exemplo de Avaliação de Agente Químico
e Prevenção de Acidentes
Objetivos
• Demonstrar, através de um exemplo, como realizar a avaliação de um agente químico;
• Examinar a ocorrência de acidentes envolvendo produtos químicos, apresentando alguns
meios de prevenção (sistema GHS e cuidados gerais na armazenagem e transporte de
produtos químicos).
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Exemplo de Avaliação de Agente Químico
e Prevenção de Acidentes
Contextualização
Para fixar o conteúdo exposto nas unidades anteriores, vamos estudar um exemplo
de avaliação de um agente químico. Com relação aos acidentes de trabalho, examinare-
mos a ocorrência de acidentes envolvendo produtos químicos e apresentaremos alguns
meios de prevenção.
A indústria química engloba muitos tipos de indústrias e, por isso, está entre as que
mais registram acidentes e óbitos. Para o ano de 2014, segundo a Previdência Social
(2015), ocorreram 35.487 acidentes. Os ramos químicos em que mais ocorreram aci-
dentes foram:
• plásticos: 10.935 acidentes e 19 óbitos;
• papel e celulose: 5.443 acidentes e 11 óbitos;
• borracha: 3.007 acidentes e 8 óbitos;
• químicos para fins industriais: 2.942 acidentes e 15 óbitos;
• vidro: 1.737 acidentes e 6 óbitos;
• farmacêutico: 1.646 acidentes e 7 óbitos;
• adubos e fertilizantes: 1.044 acidentes e 6 óbitos.
6
Exemplo de Avaliação de Agente Químico
Agora que você já conhece a metodologia de avaliação de um agente químico, é hora
de praticar através do estudo de um exemplo prático. Considere que a empresa em
questão é uma marmoraria que executa o corte de rochas diversas.
7
7
UNIDADE
Exemplo de Avaliação de Agente Químico
e Prevenção de Acidentes
8
LT = (Eq. 1)
%SiO 2 + 2
» Considerando que a análise do laboratório apontou uma porcentagem de 12% de
quartzo, o limite de tolerância a ser considerado é LT = 0,57 mg/m³;
» Os resultados obtidos estão relacionados na Tabela 1:
8
Lognormal Parametric Statistics
UCL1,95% %>OEL 44,877
Normal Parametric Statistics
Mean 0,312
LCL1,95% – t statistics 0,157
UCL1,95% – t statistics 0,467
95th Percentile – Z 0,621
UTL95%,95% 1,01
Percent above OEL (%>OEL) 8,504
Fonte: Adaptado de aiha.org
Para usar a planilha, basta inserir o limite de tolerância no campo “OEL”, os dados em
“Sample Data” e fazer sua leitura. Os dados necessários estão assinalados em negrito na
última coluna à direita.
Neste caso, IMV = 15,641> 1,0. Ou seja, a situação é de não conformidade (não
é possível garantir que a média verdadeira dos dados observados esteja abaixo do
VRATMPT, com 95% de confiança). Sendo assim, é necessário rever a caracterização
básica (tarefas executadas, procedimentos operacionais, fontes de emissões fugitivas,
falhas ou vazamentos nos equipamentos do processo etc.), adotar medidas de controle
que eliminem ou reduzam as concentrações de modo a atingir a conformidade e reava-
liar (n ≥ 6 resultados).
• Periodicidade dos monitoramentos – reavaliações:
» IMV, ou IP95% ou ILST> 1,0: Situação de não conformidade. Deverá ser mo-
nitorada conforme necessidade para avaliação das medidas de controle adotadas.
9
9
UNIDADE
Exemplo de Avaliação de Agente Químico
e Prevenção de Acidentes
Acidentes Químicos
A ocorrência dos acidentes químicos está diretamente relacionada ao aumento da
produção e consumo de substâncias químicas no mundo. Como consequência do au-
mento da produção, ocorre também o aumento de trabalhadores expostos aos perigos
originados pelas substâncias químicas (FREITAS, C. M. et al, 1995).
Uma das etapas para a prevenção de acidentes envolvendo agentes químicos con-
templa a Norma Regulamentadora 26 (NR-26) que trata da Sinalização de Segurança.
A NR-26 estabelece critérios para a classificação e rotulagem de produtos químicos em
conformidade com o Sistema Globalmente Harmonizado para Classificação e Rotula-
gem de Produtos Químicos (GHS) (BRASIL, 2014).
10
Data País Tipo de Acidente Substância Mortes
1943 Alemanha Explosão de caminhão em indústria Butadieno 60-80
1944 EUA Explosão de nuvem de gás GLN 130
França Explosão de navio cargueiro Nitrato de amônia 21
1947
EUA Explosão de navio Nitrato 552
Alemanha Explosão de caminhão em indústria Éter dimetílico 209
1948
Alemanha Explosão em metalúrgica Poeira de carvão 50
1950 México Vazamento em fábrica Sulfeto de hidrogênio 22
1959 EUA Explosão de caminhão em rodovia Gás líquido de petróleo 26
1966 França Explosão em refinaria Propano e butano 21
Alemanha Explosão em indústria Cloreto 24
1968
Japão Contaminação de água por Cádmio 100
1970 Japão Explosão Gás 92
EUA Explosão em coqueria Propano 21
1972 Japão Vazamento de 6 indústrias Desconhecido 76
Brasil Explosão em refinaria Propano 38
1973 EUA Incêndio em GLP 40
1974 Inglaterra Vazamento seguido de explosão Ciclohexano 26
1976 Finlâdia Explosão Explosivos 43
Coréia do Sul Explosão de trem Explosivos 56
1977
Colômbia Vazamento em indústria de Amônia, nitrato e carbamida 30
Espanha Acidente de transporte rodoviário Propileno 216
México Explosão Butano 100
1978
México Explosão de gasoduto Gás 58
– Explosão de um vagão tanque GLP 25
URSS Acidente em fábrica Produtos químicos 300
Irlanda Explosão de tanque de óleo Óleo 50
1979 Turquia Explosão de transporte marítimo Óleo 55
China Naufrágio de um navio de Óleo 72
EUA Explosão e incêndio em tanque Óleo cru 32
Índia Explosão em 2 fábricas Explosivos 40-80
Irã Explosão em depósito de explosivos Nitroglicerina 80
1980
Espanha Explosão Explosivos 51
Tailândia Explosão de armamentos Explosivos 54
Venezuela Explosão Hidrocarbureto 145
1981
México Descarrilamento de trem Cloro 28
Canadá Naufrágio em navio de óleo Óleo 84
EUA Incêndio em navio de óleo Óleo 51
Noruega Naufrágio de navio de Óleo 123
1982
Espanha Explosão Explosivos 51
Tailândia Explosão de munições Explosivos 54
Venezuela Explosão Hidrocarbonos 145
1983 Brasil Explosão de trem Diesel 45
Brasil Explosão de oleoduto Petróleo 508
Brasil Explosão em plataforma de petróleo Petróleo 40
México Explosão de reservatório Gás líquido 550
1984 Índia Vazamento em indústria química Metil-isocianato >2.500
Paquistão Explosão de gasoduto Gás natural 60
Romênia Explosão em fábrica - 100
Índia Transporte rodoviário Petróleo 60
Fonte: FREITAS, C.M. et al (1995)
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UNIDADE
Exemplo de Avaliação de Agente Químico
e Prevenção de Acidentes
A adesão dos países ao GHS é voluntária. O Brasil aplicou o GHS na norma ABNT NBR
14725/2009, incluindo as partes 1 – Terminologia, 2 – Sistema de classificação de perigo,
3 – Rotulagem e 4 – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ).
Ainda, através da Portaria MTE 229/2011, tornou obrigatório o uso do GHS na classifi-
cação e rotulagem de produtos químicos perigosos (DEVINCENTIS, 2017). Diz a NR-26:
26.2 Classificação, Rotulagem Preventiva e Ficha com Dados de Se-
gurança de Produto Químico
26.2.1 O produto químico utilizado no local de trabalho deve ser
classificado quanto aos perigos para a segurança e a saúde dos tra-
balhadores de acordo com os critérios estabelecidos pelo Sistema
Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos
Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas.
...
26.2.2 A rotulagem preventiva do produto químico classificado como
perigoso a segurança e saúde dos trabalhadores deve utilizar proce-
dimentos definidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Clas-
sificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização
das Nações Unidas.
26.2.2.1 A rotulagem preventiva é um conjunto de elementos com
informações escritas, impressas ou gráficas, relativas a um produto
químico, que deve ser afixada, impressa ou anexada à embalagem que
contém o produto.
26.2.2.2 A rotulagem preventiva deve conter os seguintes elementos:
a) identificação e composição do produto químico;
b) pictograma(s) de perigo;
c) palavra de advertência;
d) frase(s) de perigo;
e) frase(s) de precaução;
f) informações suplementares. (BRASIL, 2014)
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• identificar as informações relevantes sobre os perigos das substâncias ou misturas;
• revisar essas informações para verificar os perigos associados com a substância
ou mistura;
• decidir se a substância ou mistura será classificada como uma substância ou mistura
perigosa e o grau de perigo, através da comparação das informações obtidas com
critérios de classificação de perigos aceitos (DEVINCENTIS, 2017).
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Saiba mais sobre o sistema GHS e a classificação e rotulagem de produtos químicos.
Disponível em: http://bit.ly/2IcP8w0
A norma ABNT NBR 14725, parte 4, que trata da Ficha de Informações de Segu-
rança de Produtos Químicos (FISPQ), informa que a subseção 7 da FISPQ – manuseio
e armazenamento, deve descrever medidas técnicas de armazenagem apropriadas e ina-
propriadas, sendo que as recomendações estabelecidas devem estar em acordo com as
propriedades físicas e químicas do produto. Ainda, se pertinente, a FISPQ deve fornecer
informações sobre:
• como evitar incompatibilidade, atmosferas explosivas, inflamabilidade, corrosivida-
de, evaporação e fontes de ignição;
• condições ambientais de armazenagem, tais como temperatura, pressão, umidade
e exposição à luz solar;
• como manter a integridade da substância ou mistura pelo uso de estabilizadores
e antioxidantes;
• exigências de ventilação;
• projetos específicos para os locais de armazenagem, por exemplo, instalação elétri-
ca, sistema de drenagem etc.;
• projetos específicos para recipientes de armazenagem;
• embalagens compatíveis;
• qualquer outra recomendação que se fizer necessária (ABNT,2009).
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• NBR 9735: Conjunto de equipamentos para emergência no transporte terrestre
de produtos perigosos;
• NBR 14619: Incompatibilidade química.
Saiba mais sobre o sistema GHS e a legislação brasileira de transporte terrestre de produtos
perigosos disponível em: http://bit.ly/2IdswvB
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
PlanilhaIHStat-AIHA
Disponível para download no seu ambiente virtual de aprendizagem.
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e Prevenção de Acidentes
Referências
ABNT. NBR 14725-4 Produtos químicos – Informações sobre segurança, saúde
e meio ambiente. Parte 4: Ficha de informações de segurança de produtos químicos
(FISPQ). Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
BRASIL. Leis e Decretos. Segurança e medicina do trabalho. 73.ed. São Paulo: Atlas, 2014.
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SALIBA, T. M. Manual prático de higiene ocupacional e PPRA: avaliação e controle
dos riscos ambientais. 4. ed. São Paulo: LTr, 2018.
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