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O PAPEL DA TELEMEDICINA NO RASTREAMENTO DA RETINOPATIA

DIABÉTICA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19

João Paulo do Nascimento Rabelo¹; Matheus Pereira Santana¹; Vitor Carvalho


Lima¹; Marcos Paulo do Carmo Assunção¹; Monarko Nunes de Azevedo¹.

¹ Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (FM-UFG), Goiânia -


GO, Brasil.
joaorabelo@discente.ufg.br
matheussantana@discente.ufg.br
vitor.vitor@discente.ufg.br
marcosassuncao@discente.ufg.br
monarko@ufg.br

INTRODUÇÃO: Tendo em vista a doença pulmonar causada pelo vírus SARS-Cov-


2, a COVID-19, diversas medidas foram tomadas para conter seu avanço. Dentro
desse contexto, a retinopatia diabética (RD), pode ter sido negligenciada e seu
diagnóstico (que necessita de uma análise presencial do fundo da retina e de
exames de imagem) prejudicado pelo distanciamento. Assim, essa revisão visa
auxiliar no entendimento da teleoftalmologia e de sua importância durante a
pandemia. OBJETIVOS: Realizar uma revisão integrativa da literatura sobre o papel
da telemedicina no rastreamento da retinopatia diabética durante a pandemia da
COVID-19. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura cuja
pesquisa bibliográfica foi realizada nas plataformas Public Medline(PubMed) e
Biblioteca Virtual em Saúde(BVS), a partir dos seguintes Descritores em Ciências da
Saúde(DeCS): “screening diabetic retinopathy”,“telemedicine”,“teleophthalmology” e
“covid-19”, unidos pelos operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram considerados
estudos observacionais e revisões sistemáticas publicados de janeiro de 2020 a
agosto de 2021 e integralmente disponíveis em inglês ou português. RESULTADOS:
A pesquisa obteve 19 artigos e, após a exclusão dos estudos duplicados e daqueles
que não contemplavam o tema, 5 artigos foram selecionados para a revisão. Esses
possuem resultados semelhantes ao atestar a efetividade e a importância da
teleoftalmologia durante o período de pandemia, no qual o distanciamento social
obrigatório, o foco no tratamento de infectados e a necessidade de evitar a
exposição de pacientes diabéticos, suscetíveis às formas mais severas da infecção,
inevitavelmente comprometeu a capacidade dos serviços médicos, incluindo
programas de rastreio de rotina. Dentro dessa realidade, a teleoftalmologia se
mostra como uma ferramenta de elevada utilidade, já que auxilia no diagnóstico da
RD sem colocar em risco paciente e equipe de saúde. Ademais, tal avanço
tecnológico é muito útil para aumentar a capacidade de rastreamento e de
monitoramento da progressão da doença, tanto em condições de pandemia, quanto
na clínica de rotina, essencial para países em desenvolvimento e com grande
população, como o Brasil. Por último, existe ampla comprovação científica sobre o
papel presente e futuro da telemedicina na oftalmologia. Com o avanço tecnológico
inevitável, a telemedicina tem ganhado maior espaço dentro da medicina tradicional,
visto que é capaz de facilitar e distribuir de forma justa recursos médicos limitados,
atingindo áreas onde a disponibilidade médica é reduzida. Entretanto, longe de ser
limitada a esses pontos, a telemedicina tem se tornado um novo padrão, já que
permite triagens de rotina sem a necessidade de deslocamento ao hospital,
evitando, assim, exposição desnecessária e reduzindo consideravelmente o tempo
de espera. Apesar da indiscutível importância do uso da teleoftalmologia para o
rastreamento da RD, ainda não há protocolos padronizados para o rastreamento e
triagem da RD no Sistema Único de Saúde (SUS). CONCLUSÃO: De acordo com os
artigos analisados, observa-se que a telemedicina é fundamental no rastreamento
da RD, principalmente em relação à democratização no acesso à saúde. No entanto,
ainda há barreiras para implementação adequada da teleoftalmologia, como
aplicativos adequados e legislação que regulamente essa prática médica. Logo,
políticas de acesso à saúde e investimentos em pesquisas são essenciais para
reverter os citados problemas.

Referências:
CORRÊA, Zélia Maria da Silva; EAGLE JR, Ralph. Aspectos patológicos da
retinopatia diabética. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. São Paulo, v. 68, n. 3, pp.
410-414, 2005.
LI, Ji-Peng O. et al. Digital technology, tele-medicine and artificial intelligence in
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v. 82, 2021.
MALERBI, Fernando Korn; MORALES, Paulo Henrique Avila; REGATIERI, Caio
Vinicius Saito. Diabetic retinopathy screening and the COVID-19 pandemic in Brazil.
Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. São Paulo, v. 83, n. 4, pp. V-VI, 2020.
PAFUNDI, Pia Clara; NEVOLA, Riccardo; RINALDI, Luca; ACIERNO, Carlo;
CATURANO, Alfredo; SALVATORE, Teresa; ADINOLFI, Luigi Elio; COSTAGLIOLO,
Ciro; SASSO, Ferdinando Carlo. The Importance of Telemedicine during COVID-19
Pandemic: A Focus on Diabetic Retinopathy. Journal of diabetes research. London,
vol. 2020, 2020.
SHIH, Kendrick C et al. Diabetic retinopathy screening during the coronavirus
disease 2019 pandemic. Eye. London, vol. 34, n. 7, pp. 1246-1247, 2020.
SOMMER, Adir C.; BLUMENTHAL, Eytan Z. Telemedicine in ophthalmology in view
of the emerging COVID-19 outbreak. Graefe's archive for clinical and experimental
ophthalmology. Berlin, vol. 258, n.11, pp. 2341-2352, 2020.

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