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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROF. ANTÔNIO GARCIA FILHO
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA DE LAGARTO

TELEODONTOLOGIA

GEOVANNA KETLLY TELES DOS SANTOS


202000116000

LAGARTO-SE
2021
A teleodontologia é definida como o exercício da odontologia em associação às
tecnologias digitais para fins de educação, assistência, prevenção de agravos,
promoção de saúde, englobando ações de teleassistência e teleducação, ações que
visam a ampliação e qualificação do cuidado em saúde nas redes de atenção à
saúde bucal. A teleassistência permite ao cirurgião-dentista receber um apoio,
contando com uma segunda opinião sobre um determinado caso ou dúvida que
venha a ter,chamada de teleconsultoria, a qual pode ser realizada tanto de forma
síncrona (telefone, webconferência e/ou videoconferência) ou assíncrona ( via
email). Segundo Macedo, “No Programa Nacional Telessaúde Brasil-Redes
(www.telessaudebrasil.org.br) este auxílio é realizado por especialistas alocados nas
grandes universidades e as respostas são estruturadas, baseadas nas melhores
evidências clínico-científicas e compõem uma biblioteca virtual para consultas
públicas (Biblioteca Virtual em Atenção Primária - BVS-APS)” (
SKELTON-MACEDO, 2012)
A telessaúde já era uma prática existente nos tempos anteriores à pandemia, como
estratégia para melhorar a qualidade dos serviços, especialmente os do Sistema
Único de Saúde. A Teleodontologia abre oportunidades para que a saúde bucal
retome a oferta de diversos serviços, de forma remota, como: rastreamento, busca
ativa, monitoramento de usuários prioritários, de risco e com problemas sistêmicos,
de suspeitas de COVID-19 e contactantes, através do Telemonitoramento; escuta
inicial, atividades educativas individuais ou coletivas, através da Teleorientação;
discussão de casos clínicos para a definição da oportunidade/necessidade de
procedimentos operatórios, matriciamento, compartilhamento, solução de dúvidas
entre profissionais e entre estes e instituições de ensino e pesquisa, por
Teleconsultorias, entre outros. Com a pandemia, a prática da teleodontologia
tornou-se muito mais frequente, não pela realização de consultas de forma online, e
sim pela realização de uma consultoria ou orientação do paciente, à medida que os
procedimentos eletivos precisaram ser adiados e a prática profissional do dentista
ficou restrita aos serviços de urgência e emergência logo no início da pandemia, por
conta da liberação de aerossóis nos procedimentos operatórios, somada a isto, a
escassez de equipamentos de proteção individual (máscara, luvas, aventais
descartáveis, óculos e outros que precisaram ser doados para os centros de
atendimento), também a falta de protocolos claros de biossegurança e a
necessidade de preservar as equipes de saúde e reduzir os riscos de contaminação
dos usuários. Não há dúvidas que a Teleodontologia pode ser uma ferramenta
potente para retomada segura do cuidado em saúde bucal no Sistema Único de
Saúde, já que no contexto da saúde pública é fundamental o planejamento das
ações com foco nos princípios da universalidade, equidade e integralidade.
Na teleassistência também há um foco na teleducação, ao passo que o profissional
qualifica suas ações, agregando conhecimentos e colaborando com a sua formação,
tanto pelo intercâmbio de saberes com outros profissionais quanto pela aquisição de
conhecimentos que “possibilitam ao Cirurgião-Dentista novas maneiras de
formação, com menor custo (reduzem-se os deslocamentos para a formação;
custos com hospedagem e ausência do consultório) e agregam valor e qualidade
com melhoria continuada da tomada de decisão clínica” (SKELTON-MACEDO,
2012)
É de conhecimento público que as teleconsultas ( comunicação entre o profissional
e o paciente via tecnologias para realização de consultas, diagnóstico, elaboração
de plano individual de tratamento e a prescrição de receitas) são proibidas pelo
Conselho Federal de Odontologia - CFO. A troca de informações no âmbito da
saúde auxilia indubitavelmente o processo de tomada de decisões por parte dos
profissionais com o compartilhamento de casos, de exames imageológicos,
reduzindo custos de deslocamento (pois há pouco tempo não se podia enviar
resultados de exames pela Internet, já hoje há a possibilidade de enviar exames
tomográficos por e-mail). Faz-se necessário, devido à complexidade desse cenário,
que se dê uma atenção ainda maior aos prontuários e outros dados dos pacientes
que devem ser resguardados pelos profissionais: o que é um risco, visto que
sabe-se que as mensagens enviadas na forma de e-mails são , de certa forma,
expostas,o que acaba prejudicando a “ confidencialidade" médica, que faz parte
valores éticos e das determinações legais que devem ser seguidas pelos
profissionais da área da saúde, este é apenas um dos desafios que perpassam a
prática da teleodontologia.
Apesar dos desafios, há inúmeros benefícios a serem citados, um deles é a
realização da educação em saúde bucal dos indivíduos, que pode ser feita através
da compartilhamento de conteúdos educacionais, sem o custo relativo à
materialização física de folders, informativos, folhetos e banners. Podem ser
compartilhados conteúdos nos mais diversos formatos e tipos de arquivos (pôsteres,
panfletos, cartilhas, manuais, vídeos explicativos, animações, jogos e vídeos nos
mais diversos formatos e aplicativos.). A interação com os pacientes também é uma
interessante estratégia de marketing profissional, proporcionando a disponibilização
de FAQ (Frequently Asked Questions), orientação para auto-diagnóstico, por
exemplo, do câncer bucal, de higiene oral e etc. São formas atenciosas de
proporcionar saúde e bem estar ao paciente a um baixo custo e sem precisar da
presença física do paciente. Segundo Carrer (2020), “ o atraso no diagnóstico e
acúmulo de necessidades são problemas que podem causar um impacto financeiro
e social importante para os serviços de saúde e seus usuários, e o uso da
Teleodontologia tem um grande potencial de enfrentamento, pois permite a redução
de barreiras geográficas em um país com dimensões territoriais extensas, bem
como o fortalecimento da APS- Atenção Primária em saúde", isto é a prática da
teleodontologia, pelo uso das Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), pode
funcionar como uma medida capaz de minimizar as desigualdades sociais nos
serviços de saúde existentes no Brasil.
Assim, é possível concluir que ,diante da realidade que o mundo viveu (pandemia
da COVID-19), foi fundamental a adoção das tecnologias no dia a dia dos
profissionais, é por isso, que a teleodontologia deve ser reconhecida e valorizada
pelos gestores do SUS, pois com ela a equipe de saúde bucal pode realizar
“exames clínico com finalidade epidemiológica”, então é urgente que se desenvolva
ferramentas capazes de fazer triagem de risco, busca ativa do paciente com
suspeita de câncer de boca, cuidado remoto dos acamados e dos pacientes com
necessidades especiais, no sentido de “orientar” familiares e usuários com uso de
TIC. Ainda, respeitando os limites impostos pela resolução do CFO, é possível que
as equipes realizem “escuta inicial”, mediada por tecnologia, a fim de orientar o
usuário, realizar pré-triagem, organizar agenda e o fluxo nas unidades para evitar
acúmulo dos pacientes em salas de espera. (CARRER, 2020)
O que aprendi O que preciso aprender
1- A importância da teleodontologia nos 1- Como o dentista pode incluir e
tempos de pandemia da COVID-19. colocar em prática , na sua rotina de
trabalho, a teleodontologia.

2-A teleodontologia divide-se em 2- Como funciona ,na prática, a


teleassistência e teleducação. Ela não é teleodontologia no Sistema Único de
capaz de substituir a consulta Saúde.
“presencial”, esta prática é vetada pelo
CFO.
REFERÊNCIAS

CARRER, Fernanda Campos de Almeida et al. Teleodontologia e SUS: uma


importante ferramenta para a retomada da Atenção Primária à Saúde no contexto
da pandemia de COVID-19. Scielo Preprints, 2020. Disponível em:
https://preprints.scielo.org/index.php/scielo/preprint/view/837/1159. Acesso
em:19/11/2021

SKELTON-MACEDO et al. Teleodontologia: valores agregados para o


clínico/especialista. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas. 2012.
Disponível em: Teleodontologia: valores agregados para o clínico/especialista
(bvsalud.org). Acesso em: 19/11/2021.

Olival, Antonio Ricardo Borges de. Teleodontologia: um novo horizonte. Portal


Regional da BVS. LILACS. 2008. Disponível em: Teleodontologia: um novo
horizonte | Perionews;2(4): 311-315, out.-dez. 2008. | LILACS (bvsalud.org). Acesso
em: 19/11/2021.

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