Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO DE EXTENSÃO
Capacitação à Distância
Organização
Coordenador
Valquires Souza Godoy
Membros
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
1 PREFÁCIO.............................................................................................................6
2 CONCEITOS..........................................................................................................11
2.1 SERVIÇOS FARMACÊUTICOS.........................................................................11
2.2 ATENÇÃO FARMACÊUTICA.............................................................................12
2.3 SEGUIMENTO/ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO..................13
2.4 ATENDIMENTO FARMACÊUTICO....................................................................14
2.5 CONSULTA FARMACÊUTICA...........................................................................14
2.6 INDICAÇÃO FARMACÊUTICA...........................................................................16
2.7 INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA.....................................................................17
2.8 PROBLEMAS DE SAÚDE..................................................................................18
2.9 TRANSTORNO MENOR DE SAÚDE.................................................................19
2.10 USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS...........................................................19
2.11 AUTOMEDICAÇÃO..........................................................................................20
2.12 MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO – MIPS................................22
2.13 PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA.....................................................................22
6.1.4 Rinite................................................................................................................. 48
6.1.5 Sinusite............................................................................................................. 51
6.2 TRANSTORNOS MENORES RELACIONADOS À DOR MODERADA............... 53
6.2.1 Cefaléia e Enxaqueca....................................................................................... 53
6.2.2 Dor de Dente e Gengivas.................................................................................. 58
6.2.3 Dor de Garganta............................................................................................... 62
6.2.4 Dores Osteomusculares.................................................................................... 64
6.3 TRANSTORNOS MENORES DIGESTIVOS....................................................... 71
6.3.1 Azia (Pirose)...................................................................................................... 71
6.3.2 Diarreia.............................................................................................................. 73
6.3.3 Constipação Intestinal....................................................................................... 75
6.3.4 Enjôo, Náusea e Vômito................................................................................... 80
6.3.5 Flatulência......................................................................................................... 83
6.3.6 Má Digestão...................................................................................................... 86
6.3.7 Distúrbios Hepáticos......................................................................................... 89
6.3.8 Refluxo Gastresofágico..................................................................................... 94
6.3.9 Cólicas Intestinais............................................................................................. 96
6.4 TRANSTORNOS MENORES DERMATOLÓGICOS........................................... 98
6.4.1 Acne.................................................................................................................. 98
6.4.2 Aftas e Afecções Bucais................................................................................... 101
6.4.3 Herpes Labial.................................................................................................... 103
6.4.4 Picadas de Insetos............................................................................................ 105
6.4.5 Queimadura...................................................................................................... 108
6.4.6 Urticária............................................................................................................ 111
6.4.7 Assaduras........................................................................................................ 114
6.4.8 Calosidades..................................................................................................... 116
6.4.9 Verrugas.......................................................................................................... 119
6.4.10 Caspa e Seborréia.......................................................................................... 121
6.4.11 Micoses de pele.............................................................................................. 123
6.5 TRANSTORNOS MENORES DO SISTEMA CIRCULATÓRIO........................... 127
6.5.1 Hemorróidas...................................................................................................... 127
ANEXOS.................................................................................................................... 204
ANEXO A – MODELO DECLARAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS......... 205
ANEXO B - MODELO DE PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA.................................... 213
ANEXO C - MODELO DE PRONTUÁRIO FARMACÊUTICO................................. 214
1 PREFÁCIO
2 CONCEITOS
farmacêutico deve especializar sua consulta nos problemas comuns de sua região e
nas queixas que normalmente são mal atendidas no balcão da farmácia. Em outras
palavras, o perfil epidemiológico da região e as necessidades dos pacientes devem
ser os fatores-guia da construção do serviço clínico farmacêutico. Isso pode incluir o
atendimento de transtornos menores, métodos contraceptivos, uso de
medicamentos por gestantes, problemas dermatológicos e cosméticos, pacientes
polimedicados com dificuldades de adesão, pacientes idosos fragilizados ou
pacientes crônicos que necessitam de cuidado continuo. A consulta farmacêutica é
única. O método clínico de atenção farmacêutica é único. Mudam os problemas do
paciente, os procedimentos e as prioridades do plano de cuidado (CORRER; OTUKI,
2011).
Na prática diária o farmacêutico atenderá seus pacientes um a um, em
consultas individualizadas. Inicialmente, o objetivo será coletar e organizar dados do
paciente. Para isso utilizam-se técnicas de semiologia farmacêutica e entrevista
clínica. É aberta uma ficha para registro do atendimento, que será arquivada no
prontuário do paciente. De posse de todas as informações necessárias, o
farmacêutico será capaz de revisar a medicação em uma abordagem clínica e
identificar problemas relacionados à farmacoterapia presentes e potenciais do
paciente. Será elaborado então um plano de cuidado em conjunto com o paciente,
que pode incluir intervenções farmacêuticas e/ou encaminhamento a outros
profissionais. Deverá ser entregue ao paciente ao final da consulta a Declaração de
Serviço Farmacêutico, que registra e materializa o atendimento. Por fim, o
farmacêutico deve agendar o retorno ou a frequência de seguimento, a fim de avaliar
os resultados de suas condutas. Todo processo é reiniciado no surgimento de novos
problemas, queixas ou mudanças significativas no tratamento (CORRER; OTUKI,
2011).
De acordo com Goodman et al, (2010) o farmacêutico têm como
responsabilidade legal e profissional de oferecer aconselhamento sobre a
medicação em muitas situações – mesmo que os ambientes de trabalho nem
sempre propícios para isso – podendo orientar e apoiar os pacientes, discutindo
sobre os medicamentos prescrito e seu uso. Como quase sempre vêem o paciente
mais freqüente que o médico, os farmacêuticos que reservam algum tempo para
interar-se do tratamento de um paciente podem ajudar a identificar a adesão e
outros problemas, bem como notificar o médico quando apropriado.
Consulta farmacêutica refere-se ao serviço que se realiza quando o paciente
consulta o farmacêutico sobre o possível tratamento de um problema de saúde
concreto, ou seja, sintomas ou síndromes menores para os quais a legislação
permite a dispensação de um medicamento sem prescrição médica ou resultará em
derivação ao médico quando necessário (DADER; MUNOZ; MARTÍNEZ, 2008).
2.11 AUTOMEDICAÇÃO
privilegiadas, que têm amplo acesso aos serviços médicos, a automedicação ganha
espaço, havendo uma grande tendência para a busca de solução imediata para as
enfermidades, a fim de não interromper as atividades cotidianas ou possibilitar um
pronto retorno a elas.
Os prejuízos mais frequentes decorrentes da automedicação incluem, entre
outros, gastos supérfluos, atraso no diagnóstico e na terapêutica adequados,
reações adversas ou alérgicas, e intoxicação. Alguns efeitos adversos ficam
mascarados, enquanto outros se confundem com os da doença que motivou o
consumo, e criam novos problemas, os mais graves podendo levar o paciente à
internação hospitalar ou à morte (BARROS E SÁ, Mirivaldo; BARROS, José;
OLIVEIRA SÁ, Michel, 2007).
Segundo a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde, o
mercado brasileiro dispõe de mais de 32 mil medicamentos. Diversos medicamentos
que deveriam ser utilizados apenas com prescrição médica são vendidos de forma
indiscriminada pelo estabelecimento farmacêutico, pelo fato de que, no Brasil, a
farmácia não é reconhecida com uma unidade de saúde e, sim, um ponto comercial
de vendas de medicamento e produtos correlatos. Estes medicamentos, vendidos
sem receita médica, possibilitam a automedicação, onde o indivíduo, motivado por
fatores socioeconômicos - culturais, por si só, reconhecem os sintomas da sua
doença e os trata (CERQUEIRA et al., 2005, citado por SOUZA, Hudson; SILVA,
Jennyff; NETO, Marcelino, 2008).
A automedicação inadequada, tal como a prescrição errônea, pode ter como
conseqüência efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento de
doenças evolutivas, representando, portanto, problema a ser prevenido. Certamente
a qualidade da oferta de medicamentos e a eficiência do trabalho das várias
instâncias que controlam este mercado também exercem papel de grande relevância
nos riscos implícitos na automedicação (ARRAIS, 1997, citado por SOUZA, Hudson;
SILVA, Jennyff; NETO, Marcelino, 2008).
Diante deste contexto, verifica-se o quão necessário é a existência de
medidas preventivas de modo a contribuir para a diminuição diária de riscos
causados pela automedicação, tornando real a conscientização da população
quanto ao perigo dos efeitos adversos que a grande maioria dos medicamentos
pode causar.
agosto de 2009.
Aprova a relação dos medicamentos isentos de prescrição
que poderão permanecer ao alcance dos usuários para
Instrução Normativa obtenção por meio de auto-serviço em farmácias e
2009 ANVISA nº 10, de 17 de drogarias. No caso somente os medicamentos fitoterápicos,
agosto de 2009. os administrados por via dermatológica e os medicamentos
sujeitos a notificação simplificada poderão permanecer ao
alcance do usuário.
Altera os artigos 40 e 41 da RDC 44/2009. Exigência de
Resolução ANVISA RDC cartaz na área permitida para os MIPs com a orientação:
2012 nº 41, de 27 de julho de “MEDICAMENTOS PODEM CAUSAR EFEITOS
2012. INDESEJADOS. EVITE A AUTOMEDICAÇÃO INFORME-
SE COM O FARMACÊUTICO”.
Resolução do Conselho
Federal de Farmácia nº
2013 Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências.
586, de 29 de agosto de
2013.
Prisão de ventre,
Laxantes, catárticos obstipação/constipação
intestinal, intestino preso
Reidratante oral Hidratação oral
Torcicolo, contratura muscular,
Relaxantes musculares
dor muscular
Rubefaciantes Vermelhidão/rubor
Tônico oral Estimulante do apetite
Fonte: Anvisa (2003).
1) Análise da situação
Ouvidos Dor
Secreção
Redução / perda da audição
Hipersensibilidade auditiva
Zumbido
Tontura / vertigem
Trato gastrointestinal Dificuldade de engolir
Vômito com sangue
Diarréia com sangue
Vômito associado à constipação
Perda de peso
Alteração prolongada no hábito de evacuação
Olhos Olhos vermelhos e doloridos
Olhos vermelhos e com secreção
Redução / perda da acuidade visual
Visão dobrada (diplopia)
Trato Geniturinário Dificuldade para urinar
Sangue na urina
Cistite acompanhada de dor abdominal ou lombar
Cistite acompanhada de febre
Secreção uretral
Secreção vaginal
Sangramento vaginal durante a gravidez
Outros Rigidez na nuca
Rigidez na nuca acompanhada de febre
Vômito persistente
Fonte: CORRER, 2006.
2) Tomada de decisão
Nesta etapa o farmacêutico, baseado nas informações obtidas e analisadas
anteriormente, decide entre encaminhar o paciente ao médico ou então, indicar
determinado tratamento isento de prescrição para o transtorno menor.
Caso o farmacêutico decida encaminhar o paciente ao médico deverá fazê-lo
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
36 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
37
3) Tratamento
Caso decida tratar o paciente através de metodologia adequada considere o
transtorno relatado como menor, o farmacêutico deve eleger a melhor terapêutica
para o caso. A escolha da melhor opção terapêutica (farmacológica ou não) deve
basear-se em informações científicas sólidas e na experiência clínica do profissional.
A soma desses dois fatores aumenta as chances de sucesso terapêutico e contribui
para o uso racional de medicamentos. Para tanto, o farmacêutico deve dispor de
fontes de informação confiáveis sobre medicamentos que vão além daquelas
fornecidas pela indústria (bulas ou bulários). Ressalta-se que a escolha adequada
de determinada farmacoterapia leva em conta os seguintes aspectos: eficácia
comprovada, segurança, facilidade de uso pelo paciente e custo.
Nesta etapa, deve-se questionar o paciente sobre que medicamentos já
utilizou para situações semelhantes, e se algum medicamento já lhe produziu
alguma experiência desagradável. Preferências a respeito de marcas,
medicamentos genéricos e condições econômicas para aquisição do medicamento
também devem ser consideradas.
Finalmente, devem ser considerados os medicamentos isentos de prescrição
disponíveis para serem indicados e as características do paciente.
Imprescindivelmente devem ser tomados todos os cuidados necessários para
promoção do uso racional da farmacoterapia indicada:
Definição
A obstrução nasal é a sensação de dificuldade de passagem do ar através
das narinas. Principalmente ocorre por vasodilatação dos vasos sanguíneos da
mucosa nasal, podendo afetar uma ou ambas as narinas. Além das fossas nasais, o
ar precisa passar pela região da rinofaringe, que é a transição entre o nariz e a
orofaringe, a região da garganta. A obstrução nasal pode ocorrer por alterações em
qualquer uma dessas áreas que fazem parte do trajeto do ar durante a respiração.
Etiologia
A congestão nasal é, na verdade, um sintoma que pode acompanhar doenças
banais, como resfriados ou outras doenças de etiologia diversa (alérgicas,
infecciosas, hormonais), podendo até ser indicativo de malformações e tumores.
Sinais e Sintomas
O sintoma mais comum é a presença de espirros e de quantidade aumentada
de muco que flui com facilidade, fazendo com que o paciente se queixe de
dificuldades para respirar em decorrência da obstrução de uma de ambas as narinas
e/ou rinorreia.
Tratamento Não Farmacológico
Limpar cuidadosamente as narinas, sempre utilizando lenço de papel
descartável, cuidando para não assuar com muita força para evitar sangramento.
Manter os ambientes limpos evitando o acúmulo de poeira. Evitar locais poluídos.
Tratamento Farmacológico
Os medicamentos anti-histamínicos poderão ser indicados como:
- Maleato de Dexclorfeniramina: Histamin®, Polaramine®.
- Maleato de Bronfeniramina + Cloridrato de Fenilefrina: Decongex Plus®,
Descon Rinus®.
- Loratadina: Claritin®, Alergaliv ®, Clarilerg®, Cloratadd®, Histadin®, Loradine®,
Loralerg®, Loranil®, Loremix®, Neo Loratadin®.
Como complemento ao tratamento sistêmico poderá ser indicado a lavagem
nasal com solução salina isotônica (Cloreto de Sódio 9%), estimulando a eliminação
de secreções: Rinosoro®, Neosoro H®, Neosoro Infantil®, Sorine Infantil®, Sinustrat®,
Salsep®, Fluimare®, Maxidrate®, Snif®, Sorine SSC®, Afrin Natural®.
Algoritmo
Definição
As gripes e resfriados englobam um conjunto de processos infecciosos
agudos das vias respiratórias de causa viral. Cursam com febre, cefaleia, dor
muscular generalizada e debilidade. A principal causa gripe é o vírus Influenza e
seus múltiplos sorotipos, que mudam a cada ano. Já o resfriado tem como maior
agente o Rhinovírus.
Etiologia
A maioria dos casos de gripe se apresenta no contexto de surtos epidêmicos,
que a cada ano aparecem no final do outono e início do inverno, no qual facilita seu
reconhecimento e tratamento. Também podem aparecer casos esporadicamente ao
longo do ano, de difícil diagnóstico, que podem ser indistinguíveis de outros
processos respiratórios agudos causados por múltiplos vírus e outros agentes, como
o Mycoplasma pneumoniae. Igualmente, as faringites estreptocócicas e as
pneumonias bacterianas podem manifestar-se com sintomas similares de uma gripe.
Sinais e Sintomas
Manifesta-se como um processo respiratório de início brusco e clínica
variável, que pode sugerir desde uma síndrome catarral, um resfriado comum a um
processo mais grave. O mais frequente é a presença de febre de início brusco
(temperatura ≥ 37,8ºC), geralmente mais acentuada em crianças do que em adultos,
com a curva térmica usualmente declinando após 2 a 3 dias e normalizando em
torno do sexto dia de evolução.
Outros sintomas habitualmente aparecem subitamente, como:
- Dor de cabeça (cefaleia)
- Dores musculares (mialgia)
- Calafrios
- Mal-estar
- Tosse seca
- Dor de garganta
- Artralgias
- Prostração
- Rinorreia
- Dor nos olhos ou irritação da conjuntiva
A astenia é frequente durante a gripe, especialmente nos idosos que pode
prolongar-se por várias semanas. Com frequência o paciente pode se queixar de dor
e sibilos no peito.
Tratamento Não Farmacológico
Repouso e hidratação adequada; ao tossir, cobrir a boca com lenço
descartável ou pano; repousar em ambiente ventilado; evitar locais públicos e
aglomerado de pessoas.
Tratamento Farmacológico
O tratamento da gripe e resfriado se dá nos sintomas do paciente. Podem ser
utilizados medicamentos com formulações que associam analgésicos e anti-
histamínicos, podendo ser encontrados ainda, associados a descongestionantes e
vitamina C. Ex: Apracur, Fluviral, Resfenol, Multigrip, Resprin, Resfryneo,
Coristina D, Benegrip.
Também poderão ser indicados medicamentos em formulações isoladas com
objetivo de sanar sintomas como dor de cabeça, coriza, congestão nasal, febre, dor
muscular, dor de garganta e outros sintomas. Exemplos:
- Anti-histamínicos: dexclorfeniramina, loratadina, Bronfeniramina +
Fenilefrina.
- Analgésicos e antitérmicos: paracetamol, ácido acetilsalicílico e dipirona.
- Antiinflamatórios: naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno.
Algoritmo
6.1.3 Tosse
Definição
A Tosse é a expulsão súbita, ruidosa, mais ou menos repetida e violenta de ar
dos pulmões. Esta expulsão é uma resposta reflexa que é desencadeada por
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
44 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
45
estímulos que atuam dentro e fora das vias respiratórias. Esta resposta reflexa é
gerada em um centro localizado no bulbo raquidiano, que se relaciona com o centro
respiratório, porém funciona independente do mesmo. É um mecanismo de defesa,
cuja finalidade é limpar as vias respiratórias de mucos, corpos estranhos, obstruções
ou produtos irritantes, de modo que o processo respiratório possa continuar
normalmente (CORDERO).
A tosse pode ser classificada como produtiva, onde tem a presença de
secreção (muco), e seca ou improdutiva, geralmente causada por processos
alérgicos decorrentes de alérgenos que penetram no sistema respiratório.
O tempo de duração da tosse também é um indicativo de intervenção
farmacêutica ou não, devendo o farmacêutico tratar as agudas e encaminhar os
pacientes com relatos de tosse a mais de 8 semanas (crônica).
Etiologia
São várias as causas que podem originar a tosse: infecções (virais ou
bacterianas, que geralmente produzem muco), alergias (rinites alérgicas, sazonal ou
perene, e asma alérgica), mudanças bruscas de temperatura, ambientes
contaminados, o cigarro, poeira, alguns medicamentos e patologias do trato
respiratório e gastrointestinal de maior ou menor gravidade (CORDERO). Ainda a
doença do refluxo gastresofágico, doenças pulmonares obstrutivas como a asma e a
DPOC, infecções traqueobroncopulmonares como a tuberculose, micoses,
abscessos e a coqueluche, bronquite crônica do cigarro, medicamentos (IECAS,
AINES, -bloqueadores) e doenças cardíacas.
Sinais e Sintomas
Algumas características da tosse devem ser observadas antes de instituir o
tratamento. Dentre elas a presença ou não de expectoração (produtiva ou não), o
volume expectorado por dia, o aspecto da secreção (purulenta, sanguinolenta, pio
sanguinolenta), o horário que ocorrem as crises de tosse com maior intensidade e
frequência, e os sinais e sintomas concomitantes – febre, dispnéia, chiado, dor
torácica, sintomas nasais e os sinais/sintomas de cardiopatia.
Tratamento Não Farmacológico
Algoritmo
6.1.4 Rinite
Definição
É a inflamação da mucosa de revestimento nasal, mediada por IgE, após
exposição a alérgenos, cujos sintomas são reversíveis espontaneamente ou com
tratamento. Classicamente as rinites alérgicas podem ser classificadas em: sazonal,
perene, circunstancial e ocupacional.
Etiologia
Ácaros da poeira doméstica: no Brasil, os ácaros são os principais
causadores de Rinite Alérgica pois o clima quente e úmido favorece a
sua multiplicação, especialmente nos quartos de dormir, onde as
pessoas passam muitas horas. Os ácaros alimentam-se de todo tipo de
matéria orgânica, como papel, lã, pelos de animais, fungos e pele
descamada.
Pólen das plantas: normalmente as pessoas queixam-se mais no início
da primavera, piorando pela manhã e em dias com muito vento.
Fungos: é também conhecido como “bolor”, existe no ar e desenvolve
mais no outono. Os alérgicos aos fungos, referem mais queixas à
noite, em ambientes úmidos, sentindo-se melhores em ambientes
secos;
Determinados alimentos: existem diversos alimentos que podem
causar uma piora das alergias de uma forma geral, incluindo a Rinite
Alérgica. Os mais comuns são ovo, chocolates, peixes, trigo, glúten,
corantes artificiais, leite de vaca, amendoim, dentre outros.
Pêlos e penas de animais domésticos: gato, cachorro, pássaros, etc.
Poluentes ambientais: fumaça de cigarro é o principal deles.
Cheiros fortes: perfumes, desinfetantes e cloro de piscina;
Ar condicionado: poeira, ácaros e fungos.
Sinais e Sintomas:
Algoritmo
6.1.5 Sinusite
Definição
Tratamento Farmacológico
Para diminuir a coriza, pode-se administrar um anti-histamínico, loratadina, por
exemplo, na dose de 10 mg uma vez ao dia, para adultos, e para crianças acima de
2 anos de idade, 5mg uma vez ao dia. A indicação farmacêutica é feita para o
combate dos sintomas com analgésicos e antitérmicos. O uso de solução salina para
limpeza nasal também é recomendado (Ex: Neosoro H, Salsep, Rinosoro).
Em casos crônicos ou que necessitem de antiinflamatórios ou antibióticos para o
combate aos agentes causadores da sinusite, encaminha-se ao médico.
Algoritmo
O paciente está grávida? Sim
Não E
Não
O paciente tem mais de 12 anos? N
Sim C
A
e s
Já realizou algum tratamento sem êxito?
Sim A
O
M
Não
I
Apresenta processo inflamatório , com ou sem febre? Sim M
N
Não É
H
Sim D
Apresenta sintomas a mais de 3 dias? A
I
Não M
C
E
Tratamento de responsabilidade do farmacêutico O
N
T
O
Algoritmo
A dor de dente e/ou tecidos periodontais é uma das razões mais comuns para
a procura de cuidado médico-odontológico, incluindo nos serviços de urgência.
Assim como outros tipos de dores, a de dente interfere na qualidade de vida do
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
58 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
59
Figura 7- Escovação correta dos dentes Figura 8: como usar o fio dental corretamente
Fonte: www.colgate.com.br Fonte: www.colgate.com.br
Algoritmo
Sim E
Primeiro episódio?
N
< 6 anos
C
Qual a idade do paciente?
A
> 6 anos M
Não H
Sim
A
A dor é intermitente (inicia e para
ao longo do dia)? R
Não
Sim A
A dor é persistente?
O
Não Sugerir a utilização de analgésico
até avaliação do dentista
D
É desencadeada por fatores como frio, Não
calor, pressão ou toque?
E
N
Sim
T
Está utilizando produto para hipersensibilidade Sim
dental há mais de 4 semanas sem orientação do
I
dentista?
S
Não T
Definição
A dor de garganta se manifesta em quase todas as enfermidades da faringe,
inflamatórias ou neoplásicas. Se caracteriza por apresentar dor à deglutição
(odinofagia). Com frequência, a odinofagia provoca dor reflexa nos ouvidos. Pode
ocorrer também na neuralgia do glossofaríngeo, associada à dor periauricular.
Etiologia
Os processos inflamatórios agudos da mucosa orofaríngea são mais comuns
na criança que no adulto. As principais causas são infecções virais e afecções
ambientais.
A profissão do paciente poderá influir em certas doenças. Assim é que a
faringite granulosa crônica é comum nos profissionais da voz: cantores, professores,
oradores, leiloeiros. Determinados indivíduos que trabalham em ambiente frio, com o
uso de ar condicionado, são frequentemente predispostos a surtos inflamatórios
agudos da faringe.
O mau estado de conservação dos dentes, notadamente cáries de 3º grau,
geralmente em consequência de más condições socioeconômicas, por vezes
desencadeia surtos de amigdalite ou faringite agudas.
Tratamento Não Farmacológico
Evitar os irritantes faríngeos como fumo, líquidos muito quentes ou frios,
alimentos ásperos.
Ingerir líquidos (principalmente crianças).
Usar pastilhas sem açúcar.
Lavar frequentemente as mãos, cobrir a boca ao tossir.
Evitar esfregar os olhos.
Utilizar umidificadores em ambientes de baixa umidade. Podem aliviar
ou prevenir algumas irritações da garganta causadas pela respiração de
ar seco com a boca aberta.
Tratamento Farmacológico
Algoritmo
Bursite
Definição
Bursite é a inflamação da bursa, uma bolsa que contém o líquido sinovial, que
envolve as articulações, promovendo o bom deslizamento entre ossos, tendões e
tecidos musculares. A bursite ocorre principalmente nos ombros, cotovelos e joelhos
(MANUAL MERCK, 2009; NATIONAL INSTITUTE OF ARTHRITIS AND
MUSCULOSKELETAL AND SKIN DISEASES - NIAMS, 2011).
Etiologia
As causas mais comuns de bursite incluem traumatismos diretos, infecções,
lesões por esforços, uso excessivo das articulações, movimentos repetitivos, artrite,
gota, doenças da tireóide e diabetes (NIAMS, 2011).
Sinais e sintomas
Tendinites
Definição
Tendinite é a inflamação dos tendões, estruturas fibrosas flexíveis e
resistentes responsáveis pela junção dos músculos aos ossos (MANUAL MERCK,
2009; SHEON, 2013).
Etiologia
Assim como a bursite, as tendinites normalmente surgem em consequência
do uso excessivo e repetitivo da estrutura atingida, porém, podem ocorrem em
decorrência de uma lesão súbita e intensa (PERETTA, 2205; SHEON, 2013). Os
tendões estão também mais sujeitos a lesões com o aumento da idade, pois tem sua
flexibilidade reduzida (NIAMS, 2011).
Sinais e Sintomas
Dor ao mover ou tocar as articulações próximas do tendão. As bainhas que
protegem os tendões podem inchar ou endurecer, causando uma sensação áspera
que se pode sentir ou escutar quando a articulação se move (PERETTA, 2005;
MANUAL MERCK, 2009).
Tratamento Não Farmacológico
Algoritmo
Definição
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
71 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
72
Algoritmo
6.3.2 Diarreia
Definição
Algoritmo
Definição
Definição
Náusea pode ser definida como um desconforto na região abdominal,
associado à vontade de vomitar em decorrência do estímulo de receptores
mecânicos do tarto gastrointestinal e do sistema vestibular. (GODIN, et al., 2009)
Para Morrow & Rosenthal, náusea é a sensação da necessidade de vomitar e
geralmente vem acompanhada de outros sintomas como sudorese fria, ptialismo,
hipotonia gástrica, refluxo, dentre outros. Vômito é o ato de expulsar o conteúdo
gástrico através da boca de forma rápida e forçada devido ao fato da contração do
músculo da parede torácica e abdominal. O vômito é um importante mecanismo de
defesa para expulsar substâncias que sejam irritativas ao organismo (CAVACO, et
al., 1995)
Segundo o Consenso Brasileiro de Náuseas e Vômitos (2011), o vômito, ou
êmese, pode ser dividida em três fases: pré-ejeção, ejeção e pós ejeção. A fase da
pré-ejeção corresponde a náusea, que é caracterizada pelo relaxamento estomacal,
inibição da secreção do ácido gástrico, diminuição da pressão intratorácica e
aumento da pressão abdominal. A fase da ejeção é caracterizada por uma grande
contração retrógrada do intestino delgado para o estômago e em seguida, há um
aumento da pressão no tórax e abdome, em decorrência de contrações dos
músculos abdominais e diafragma. Consequentemente, hé uma compressão no
estômago, forçando seu conteúdo para a boca. Por fim, segue-se a fase de pós-
ejeção que normalmente é caracterizada por alívio da náusea, dependendo da
causa do problema.
Etiologia
As causas de náuseas e vômitos são várias e podem ocorrer devido a
transtornos que ocorrem dentro ou fora do tubo digestivo (SIERRA; JÍMENEZ;
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
80 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
81
Sinais e Sintomas
Ânsia, náusea e vômito.
Tratamento Não Farmacológico
O gengibre (Zingiber officinale) vem sendo utilizado no tratamento de náuseas
e vômitos em diversos pacientes que fazem tratamento quimioterápico. O
mecanismo de ação ainda não é plenamente conhecido, mas já foi categorizado
como um aditivo alimentar pelo FDA (Food and Drug Administration). No Brasil, é
comercializado na forma de amido, pó, balas, cristais e bebidas (BARRETO;
TOSCANO; FORTES, 2012).
Segundo o Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira e do Conselho
Federal de Medicina (2007), a acupuntura é um ótimo método de prevenção de
Algoritmo
6.3.5 Flatulência
Definição
Algoritmo
6.3.6 Má Digestão
Definição
As múltiplas definições atribuídas à má digestão ou dispepsia como também é
chamada, se baseiam nas diferentes combinações dos sintomas referidos, como dor
ou desconforto abdominal nos quadrantes superiores do abdômen podendo ou não
estar relacionada à ingestão de alimentos e/ou regurgitações, náuseas e saciedade
fácil (Barbara et al, 1989; Horrocks et al, 1975).
As dispepsias podem ser classificadas em diferentes tipos, porém os dois
principais são: 1)Dispepsia não ulcerosa ou funcional: há a presença de sintomas
dispépticos, porém não é detectada outra patologia ou lesão que provoque tais
sintomas; 2)Dispepsia orgânica: há sintomas dispépticos, porém há outra patologia
relacionada aos sintomas, como úlceras pépticas, refluxo gastresofágico,
pancreatite, entre outras doenças do trato digestivo (Colin-Jones, 1988).
Etiologia
A dispepsia é uma síndrome muito comum e com múltiplas etiologias. Há
pesquisas com os seguintes fatores:
1) Função motora gástrica: alterações na função motora gástrica pode levar
à plenitude pós prandial, um dos sintomas da má digestão (Quartero et al,
1998; Scolapio et al, 1996).
2) Sensibilidade visceral: a hipersensibilidade visceral provoca sensibilização
dos nervos periféricos aferentes gerando respostas acentuadas, este fator
está muito relacionado a dispepsia funcional.
3) Helicobacter pylori: A influência desta bactéria na dispepsia ainda não foi
definida, porém a erradicação da H. pylori induz a uma melhora na
sintomatologia da dispepsia funcional. Então, acredita-se que este micro-
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
86 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
87
Algoritmo
Definição
O fígado é um dos maiores e mais complexos órgãos que o organismo
possui. O componente básico pertencente ao fígado é o hepatócito (célula hepática).
Os hepatócitos estão dispostos nos lóbulos do fígado de modo que se assemelham
a uma parede de tijolos e, entre eles, se encontram vasos chamados de sinusóides
hepáticos, que estão circundados por uma bainha denominada de fibras reticulares
(DEF, 2011).
Ao contrario de como a maioria pensa, o fígado não é apenas um órgão que
auxilia na digestão. O fígado também exerce uma função de glândula mista, tanto
exócrina, que libera secreções em uma rede de canais que se abrem em uma
superfície externa, como endócrina, que atua na liberação de hormônios na corrente
sanguínea (DEF, 2011).
O fígado exerce muitas funções no organismo, onde as principais são:
destruição das hemácias velhas; produção de bile; emulsificação de gorduras;
armazenamento de glicose em forma de glicogênio e sua liberação; armazenamento
de vitamina A, B12, D e E, e armazenamento de alguns minerais (como o ferro e o
cobre); síntese de colesterol; síntese de proteínas pertencentes ao plasma;
produção de algumas gorduras, como por exemplo, os triglicerídeos; conversão de
amônia em uréia; é responsável pela biotransformação de varias toxinas e drogas;
biotransformação de medicamentos em substâncias menos nocivas para que
possam ser excretados. Além destas, e não menos importantes, o fígado possui,
aproximadamente, outras 220 funções (DEF, 2011).
Assim sendo, o fígado é um órgão de extrema importância para o organismo.
Uma deficiência do fígado, dependendo da gravidade, pode colocar a vida do
paciente em risco. Existem muitas doenças que comprometem a integridade do
fígado e, mesmo com sua grande capacidade de regeneração, em alguns casos
muito graves a única solução é o transplante. Por outro lado, existem outras
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
89 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
90
Descansar;
Tratamento Farmacológico
Os medicamentos que são capazes de oferecer esse tipo de proteção são
chamados de hepatoprotetores (antitóxicos). Esses medicamentos devem ser
usados quando ocorrem os seguintes problemas: uma infiltração gordurosa no
hepatócito; pequena insuficiência hepática; uso ou abuso de substâncias
hepatotóxicas; má digestão por causas hepáticas; utilização de medicamentos com
potencial hepatotóxico; prevenção e tratamento das agressões tóxicas, metabólicas
e infecciosas ao hepatócito; em situações em que ocorre sobrecarga das funções
hepáticas, como por exemplo, dietas ricas em gorduras (DEF, 2011).
Existem alguns tipos de hepatoprotetores, que podem ser:
Lipotrópicos e metilantes
Esses medicamentos são capazes de reduzir ou impedir que ocorra um
acúmulo anormal de gordura no fígado. Exemplos: colina e inusitol (DEF, 2011).
Tiólicos e seus precursores
Exemplo: cisteína. Um dos papeis biológicos da cisteína é atuar como
precursora da taurina e do GSH, que são úteis na desintoxicação do organismo e
também por atuar na proteção do fígado e do cérebro contra o dano de bebidas
alcoólicas, drogas e metabolitos (Santos, 2005).
Hiperamoniêmicos
Exemplo: ornitina e arginina. O tratamento com estes compostos tem como
objetivo aumentar a capacidade do organismo em reduzir a amônia circulante (DEF,
2011).
Drogas que possuem múltiplas funções
Exemplo: silimarina (lipotrópica, inibidora da entrada de substâncias tóxicas
no hepatócito e estabilizadora, que impede a lipoperoxidação causada pelos radicais
livres) e metionina (lipotrópica, metilante e tiólica, que reduz a infiltração de gordura
e impede a esteatose hepática) (DEF, 2011).
Fitoterapia
Além desses tratamentos, pode ser feito o uso de plantas medicinais que
auxiliam na proteção hepática. São elas:
Algoritmo
Definição
O refluxo gastresofágico é considerado uma afecção crônica decorrente do
fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago, e tem como
consequência um variável espectro de sintomas associados ou não a lesões
teciduais. (NASI, 2006)
Etiologia
É causado pelo retorno involuntário repetitivo do conteúdo gástrico para o
esôfago e pode ser de origem fisiológica ou patológica. O Refluxo gastroesofágico
(RGE) fisiológico é mais comum nos primeiros meses de vida , onde podem haver
regurgitações pós alimentares. Já o RGE patológico pode ter origem multifatorial e
envolve a função do esfíncter esofágico inferior, o peristaltismo esofágico e o
esvaziamento gástrico (NORTON, PENNA, 2000)
Sinais e Sintomas
Pirose retroesternal, regurgitação são os sintomas mais comuns, mas podem
ocorrer também manifestações extra-esofágicas respiratórias, como tosse e asma
brônquica, e otorrinolaringológicas como disfonia e pigarro. (Federação Brasileira de
Gastroenterologia, 2003)
Tratamento Não Farmacológico
• Elevação da cabeceira da cama (15 cm);
• Moderar a ingestão dos seguintes alimentos, na dependência da correlação
com sintomas: gordurosos, cítricos, café, bebidas alcoólicas, bebidas
gasosas, menta, hortelã, produtos à base de tomate ou chocolate;
• Cuidados especiais com medicamentos potencialmente “de risco”, como
colinérgicos, teofilina, bloqueadores de canal de cálcio, alendronato;
• Evitar deitar-se nas duas horas posteriores às refeições;
• Suspensão do fumo;
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
94 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
95
Algoritmo
Definição
As cólicas intestinais são dores de forte intensidade, que acontecem na região
abdominal, e são acompanhadas principalmente por diarreias e espasmos intensos
Etiologia
Os alimentos são selecionados para absorção no intestino delgado. O que
não é aproveitado é levado ao intestino grosso, através do movimento peristáltico,
próprio de órgãos ocos, onde o bolo alimentar é empurrado para frente, por meio
dessas contrações coordenadas e sucessivas. No intestino grosso se processa a
absorção da água. Alguns alimentos aceleram o processo e lesam a mucosa,
causando diarreia. E alguns retardam o trânsito dos alimentos.
Comendo em excesso, essas contrações poderá ser alterada, perdendo a
regularidade e se tornando espasmódicas, causando assim, as cólicas intestinais.
Nos recém-nascidos as cólicas acontecem como consequência da
imaturidade do controle intestinal, e também há um desconforto devido a não
eliminação dos gases produzidos pela fermentação do leite ingerido.
Sinais e Sintomas
Dores de forte intensidade, diarreias e espasmos intensos.
No lactente além de haver um choro muito forte, ele se estica, fica vermelho,
as mãos ficam crispadas, as coxas fletidas sobre o abdômen, eliminação de gases
com frequência
Tratamento Não Farmacológico
Melhorar a alimentação, tornando-a mais saudável;
Exercícios diários para manter o metabolismo rápido, melhorando a digestão;
Beber muita água;
Chá de camomila;
Aquecer a região abdominal com bolsa quente,
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
96 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
97
Tratamento Farmacológico
- Butilbrometo de Escopolamina (Buscopan®), Butilbrometo de Escopolamina
+ Dipirona Sódica (Buscopan Composto®, Dorspan®, Espasmodid®), Simeticona
(Luftal®, Flagass®, Finigas®, Flatol®, Flucolic®, For Gas®, Neo Dimeticon®),
Papaverina (Atroveran®, Elixir Paregórico®).
Algoritmo
6.4.1 Acne
Definição
A acne vulgar é uma doença inflamatória crônica, porém mais frequente na
adolescência. Seu aparecimento é maior entre os pacientes do sexo masculino
devido a influência androgênica.
Etiologia
Na adolescência ocorre o desenvolvimento das unidades pilossebáceas,
combinação da glândula sebácea e folículo piloso, devido a estimulação dos
hormônios androgênicos. O sebo, produzido pela glândula sebácea é liberado no
canal do folículo piloso. Neste então, além de haver sebo, há também a presença de
células e uma população microbiana mista, principalmente, Propionibacterium
acnes. O sebo é hidrolisado por uma lipase produzida pelo P. acnes, onde
transformam os triglicerídeos, presentes no sebo, em substâncias irritantes para a
pele.
Com o aumento da ceratinização folicular, produção de sebo, lipólise
bacteriana dos triglicerídeos do sebo em substâncias irritantes para a pele, e
inflamação, se forma o chamado microcomedão, onde a acne se inicia. Devido a
estimulação da glândula, a produção de sebo é aumentada, contribuindo para a
formação do comedão, precursor de todas as lesões acneicas. O comedão pode ser
fechado, onde obstrui a drenagem do sebo e pode haver ruptura, ou aberto, quando
a parte terminal do folículo se dilata. A acne caracterizada por comedões abertos e
fechados não é inflamatória, porém se há a ruptura da parede folicular do comedão,
determinada pelo P. acnes, seu conteúdo é liberado podendo originar lesões
inflamatórias.
Sinais e Sintomas
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
98 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
99
Algoritmo
Definição
As úlceras aftosas, ou popularmente conhecidas como aftas, são os tipos de
ulcerações mais comuns que acometem geralmente a mucosa bucal, gengivas e
língua.
Têm a forma de pequenas vesículas normalmente brancas ou levemente
amareladas, com bordas avermelhadas e medindo aproximadamente 1centímetro de
diâmetro.
Etiologia
Como ainda não se sabe ao certo qual a causa das úlceras aftosas várias
possibilidades não estão descartadas. Dentre elas podemos citar a relação com uma
disfunção imune local; deficiências de vitamina B12, ácido fólico e ferro; alterações
hormonais como alergias alimentares, estresse e trauma; defeito de cicatrização da
mucosa.
Sinais e Sintomas
Alguns sintomas generalizados que aparecem por volta de 1 a 2 dias antes,
marcam o surgimento das aftas como dor, febre, ardor ou queimação na região
afetada e mal estar. Após o aparecimento da vesícula a lesão dura de 3 a 10 dias
para cicatrizar.
Tratamento Não Farmacológico
Fazer dieta com restrições de frutas e alimentos cítricos uso de suplemento
de proteínas, gelo aplicado dentro de 24 horas, após tocar as lesões sempre lavar
as mãos, evitar beijar, não esfregar o local ou tocar nos olhos, não compartilhar
toalhas de rosto, pratos, talheres, medicamentos e cosméticos, fazer bochechos
com água morna e solução salina.
Tratamento Farmacológico
- Para alívio da dor, pode fazer uso de Benzocaína 2% em spray oral ou
analgésicos orais como Ácido Acetilsalicílico, Paracetamol, Ibuprofeno.
Algoritmo
Definição
Herpes labial é um tipo de Herpes simples, causado pelo Herpes hominis
virus, que causa uma condição aguda caracterizada por erupções de um ou mais
grupos de vesiculas de caráter eritematoso. Este tipo de infecção localiza-se nos
lábios e é acompanhado por dor e prurido
Etiologia
Existem dois diferentes tipos do vírus do herpes simples. O vírus do herpes
simples tipo 1 (HSV-1) é o mais comum na população em geral e frequentemente
está ligado às infecções dos lábios, da boca e do rosto. Este tipo do vírus
geralmente é adquirido durante a infância. É caracterizado por provocar lesões
bucais e labiais e picos febris e sua transmissão ocorre por contato direto com saliva
infectada (Fitzpatrick et al, 1997). O vírus do herpes simples tipo 2 (HSV-2) não está
relacionado à manifestações de herpes labial.
Sinais e Sintomas
A primeira infeccção geralmente é assintomática e costuma ocorrer na
infância, porém em raros casos pode manifestar-se na forma de gengivoestomatite
herpética aguda. Caracteriza-se por múltipas vesículas, que se irrompem
rapidamente, deixando erosões na boca, gengiva, língua e lábios.
Podem ocorrer casos recorrentes em razão de excessiva exposição à luz
solar, estresse, quadros febris, menstruação ou após menarca e ainda outras
situações que enfraquecem o sistema imunológico do indivíduo como câncer, HIV e
uso de alguns corticosteróides. Esses processos recorrentes levam ao
surgimementos de novas vesículas nos lábios, e frequentemente se limitam a tal,
não causando sintomas mais graves.
O individuo portador de herpes simples recorrente nos lábios pode prever com
atecedência de até 24 horas o surgimento dos primeiros sinais e sintomas clinico,
caracterizados pelo surgimento de vesículas e bolhas, isto porque o local se
apresenta edemaciado, dolorido e com prurido (Consollaro et al, 2009).
Algoritmo
Definição
As picadas são lesões cutâneas provocadas por vários agentes vivos através
de injeção de substâncias endógenas dos vetores: vespas, abelhas, mosquitos,
moscas, pulgas, percevejos, aranhas, carrapatos, escorpiões, águas-vivas, etc...
Etiologia
Vespas e abelhas produzem picadas dolorosas por introduzir seu veneno na
picada. Os mosquitos picam e sugam o sangue. As aranha introduzem veneno ao
morder, os Carrapatos anexam na pele entre 10 e 12 dias, e perfuram a pele para
sugar, enquanto a Água viva entra em contato com a pele com seus tentáculos que
disparam veneno.
Sinais e Sintomas
O quadro clínico varia de leve desconforto local até formas graves com
comprometimento geral do paciente.
Vespas e abelhas produzem picadas dolorosas seguido por uma reação local,
com edema e prurido, geralmente resolvido em poucas horas. Ela pode durar por
dias. Algumas pessoas são alérgicas e podem sofrer reações graves como dispneia,
urticária e perda de consciência. Excepcionalmente, podem ser fatais. Este mesmo
quadro pode ocorrer quando as mordidas são numerosas (mais de 50).
Os mosquitos provocam pápulas pruriginosas que diminuem
espontaneamente em alguns dias. Em alguns pacientes, há uma reacção local mais
intensa. Às vezes, a lesão pode ser infectada pelo coçar. Hipersensibilidade à
picadas de mosquito, é caracterizada por intensas reações locais e sintomas
sistêmicos.
Picadas de Pulgas costumam produzir pápulas com distribuição irregular e
às vezes linear, muito prurido e geralmente nas extremidades.
As picadas de insetos produzem uma ou mais pápulas volumosas com um
ponto central e inflamação circundante. Localizado mais comumente nas nádegas e
membros inferiores.
As aranha causam edema acompanhado de uma reação eritematosa cutâneo
local ou necrose hemorrágica e muitas vezes é centro violáceo acompanhado por
dor.
Os Carrapatos produzem uma pápula eritematosa.
Escorpiões só provocam lesões auto-limitantes e só ocasionalmente desencadeam
reações anafiláticas em pacientes sensibilizados e reações tóxicas sistêmicas.
Água viva produz uma erupção papular com dor intensa, latejante, com sensação de
queimação. As lesões podem evoluir para bolhas que vão deixar uma cicatriz
permanente.
Tratamento Não Farmacológico
Assegurar a retirada do agente causador. No caso das abelhas podem deixar
o seu ferrão na pele. Deve-se retirar delicadamente raspando a pele. O carrapato
precisa ser removido todo, com uma pinça. A água viva deve ser removida com uma
pinça ou com luvas os tentáculos que estão colados à pele. Limpe a área da picada
com água e sabão. No caso da água viva é aconselhável usar vinagre ou água do
mar para limpar a área afetada. Aplique gelo para a mordida ou compressas frias por
15 minutos para diminuir a dor.
Se necessário, elevar o membro afetado para diminuir a absorção do veneno.
Remova anéis e objetos que podem comprimir no caso de edema.
Tratamento Farmacológico
Analgésicos: Se necessário, paracetamol. Às vezes, a picada de escorpião é
tão dolorosa que precisa de tratamento analgésico IV. Não são recomendadas
opiáceos porque podem aumentar o efeito da toxina. Dexclorfeniramina oral (anti-
histamínico) se coceira e / ou edema. Clorexidina (anti-séptico) no local se
necessário. Evite aplicar anti-histamínicos tópicos. Se o edema local for intenso
pode ser utilizado corticosteróides tópicos (creme de hidrocortisona).
Algoritmo
6.4.5 Queimadura
Definição
Lesões dos tecidos orgânicos em decorrência de uma agressão.:
Podem ser classificadas em queimaduras de 1º, 2º e 3° graus, quanto a
profundidade da lesão;
Queimaduras de 1° grau - aquelas em que é afetada somente a camada mais
superficial da pele (epiderme) e os cabelos;
6.4.6 Urticária
Definição
A palavra urticária está relacionada a lesões de pele que podem estar
associadas a lesões contendo prurido, relevo, pápula, eritema e podendo
apresentar-se de formas diversas.
A manifestação urticariforme pode assumir quatro tipos básicos:
– Eritema: manchas vermelhas, confluentes, causadas por vasodilatação, que
desaparecem quando é feita uma pressão no local.
– Pápula: lesão sólida e circunscrita, menor que 1 cm de diâmetro; possui
relevo.
– Placa: geralmente chamamos “placa” à lesão maior que 1 cm, também em
relevo, com superfície geralmente plana.
– Urtica: é uma lesão com relevo, consistente, circunscrita, pequena, de
coloração vermelho-róseo ou branco-porcelana, efêmera, circundada por um halo
eritematoso ou de coloração mais clara que a pele normal.
A urticária pode ser classificada pela duração, lesões com duração menor do
que seis semanas são consideradas agudas; episódios que persistem além de seis
semanas são chamados de crônicos. No entanto, é necessário não confundir
manifestações agudas repetidas com manifestações de urticária crônica.
A urticária aguda pode ser dividida em dois tipos, dependendo da velocidade
de formação da pápula (lesão sólida da pele) e do seu tempo de duração. Um tipo
produz lesões que duram 1 a 2 horas, há imediata desgranulação de mastócitos. O
segundo tipo produz importante infiltrado celular e as lesões podem durar até 36
horas. Está relacionado com reações a drogas, alimentos, urticária por pressão,
urticária crônica e urticária vasculite.
A urticária crônica caracteriza-se por infiltrado perivascular não necrosante de
células mononucleares (linfócitos T CD4+ e monócitos) com variável acúmulo de
eosinófilos, neutrófilos e mastócitos.
Etiologia
Produzida e armazenada nos grânulos citoplasmáticos de mastócitos e
basófilos, a histamina é liberada em grandes quantidades já durante a fase imediata
da reação alérgica.
Dessa forma, a urticária é causada por uma degranulação cutânea dos
mastócitos atribuída a mecanismos imunológicos e não imunológicos. Em algumas
circunstâncias a etiologia não pode ser estabelecida, sendo classificada como
idiopática.
Outras condições podem desencadear a urticária: medicamentos, infecções,
contato direto com agentes químicos e/ou protéicos, estímulos físicos (pressão, frio,
calor etc. e auto-imunidade.
A urticária aguda é freqüentemente uma reação alérgica mediada por IgE,
comum em crianças e adultos. É um processo autolimitado desencadeado pela
ativação e desgranulação dos mastócitos da pele, com secreção de histamina,
leucotrienos, fatores ativados de plaquetas (PAF), enzimas do tipo triptase e
quimase, bem como citocinas e quimiocinas. Esse processo é ativado quando o
alérgeno para o qual o paciente é alérgico, por exemplo, alimento, alcança os
mastócitos da pele pela via sanguínea, fixando-se à molécula de IgE. Além de
alimentos, são causas comuns de urticária aguda drogas, como a penicilina, e
venenos de insetos como abelhas, vespas e formiga de fogo (lava-pé). Entretanto,
qualquer alérgeno que possa disseminar-se pelo corpo, e para o qual haja uma
resposta do tipo IgE, é potencialmente causa de urticária aguda. Assim, os
alérgenos podem penetrar no organismo pela via oral ou injetada. Em algumas
circunstâncias, o alérgeno pode produzir lesões urticarianas localizadas, quando a
penetração na pele se dá pelo contato com suficiente exposição, p. ex., contato com
luvas de látex.
Não é incomum pacientes com urticária aguda desenvolverem outras
manifestações, como edema de glote, cólicas, diarréia e hipotensão.
A urticária crônica é diagnosticada quando as pápulas e o edema estiverem
presentes por mais do que seis semanas e quando a manifestação não seja o
resultado de episódios recorrentes de urticária aguda.
Sinais e Sintomas
Geralmente possuem uma elevação clara central (pápula) cercada por
eritema. Essas lesões são tipicamente arredondadas. O eritema, devido à dilatação
dos vasos das camadas superficiais da pele, é causado por reflexos neuronais
locais. A pápula é causada pelo aumento da permeabilidade dos capilares e o
extravasamento desse fluido comprime os vasos sob a pápula de tal modo que a
sua área central aparece clara.
A histamina exerce seus efeitos nas doenças alérgicas interagindo
principalmente com os receptores H1 presentes nos diferentes órgãos. No nariz, a
histamina estimula as terminações nervosas sensoriais (prurido e espirros), aumenta
a permeabilidade vascular (edema e obstrução) e as secreções glandulares (coriza).
Na pele, provoca vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular (eritema e
edema) e estimula as terminações nervosas sensoriais (prurido). Nos pulmões, atua,
principalmente, na musculatura lisa brônquica (broncoconstrição).
Tratamento Não Farmacológico
- Atenção às vias aéreas, respiração e circulação;
- Uso de repelentes de insetos;
- Evitar a ingestão de alimentos que possam causar urticária.
Tratamento Farmacológico
Os bloqueadores de receptores H1 são úteis no tratamento de alergias
causadas por antígenos que agem nos mastócitos sensibilizados por anticorpos IgE.
Por exemplo, os anti-histamínicos são os fármacos de escolha para o controle dos
sintomas da rinite alérgica e da urticária, pois a histamina é o principal mediador.
Eles são mais eficazes se utilizados de forma profilática, antes da exposição
ao alérgeno, do que quando os sinais já se manifestam.
Medicamentos utilizados no tratamento de urticária: Dexclorfeniramina
(Polaramine®, Histamin®), Loratadina (Claritin®, Neo Loratadina®, Loralerg®,
Histadin®)
Algoritmo
6.4.7 Assaduras
Definição
As assaduras são alterações na pele de um indivíduo causadas por um fator
externo, onde haverá o aparecimento de lesões, as quais podem variar em níveis de
gravidade.
Etiologia
São causadas pelo atrito da pele com algum tecido de algodão, geralmente
roupas íntimas (em bebês, as fraldas), em que há substâncias provenientes
principalmente das fezes, que se não for feita uma higiene adequada, causam
irritações na pele devido a fricção e ao crescimento de bactérias no local.
Sinais e Sintomas
Os sintomas mais aparentes caracterizam-se pela vermelhidão, alta
sensibilidade, descamação, ardor, e, em casos mais graves, lesões profundas.
Tratamento Não Farmacológico
Para prevenir as assaduras, nos bebês, a troca frequente das fraldas e a
correta limpeza das partes que ficaram em contato com os resíduos corporais são
fundamentais.
Em outras partes do corpo, o ideal é o uso de roupas com tecidos mais
suaves, e a utilização de cremes hidratantes para a prevenção.
Tratamento Farmacológico
Utiliza-se pomadas contendo óxido de zinco, com aplicação no local da
assadura. Sua função é a de antiinflamatório, aumentando a degradação de
colágeno dos tecidos lesados através de metalo proteinases. Estimula a
multiplicação de células da epiderme, atuando como cicatrizante; forma também
uma camada protetora no local, impedindo o contato da pele com as fezes e urina.
Não há registros de reações adversas e de contra-indicação.
Em casos mais complicados de assaduras, podem ser utilizados pomada
contendo óxido de zinco em associação à nistatina.
Existem ainda pomadas formuladas usadas profilaticamente para assaduras:
Dexpantenol (Bepantol Baby®, Neopantol®, Cicatenol®), Retinol + Colecalciferol +
Óxido de Zinco + Óleo de Fígado de Bacalhau (Hipoglós®, Babyglós®)
Algoritmo
6.4.8 Calosidades
Definição
Calos são zonas de hiperqueratose (excesso de queratina) reacional.
Etiologia
Ocorrem em local de proeminência óssea depois de muito tempo sofrendo
hiperpressão e atrito.
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
116 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
117
Sinais e Sintomas
No local inicial aparece discreta celulite com extravasamento de líquido e
discreto espessamento da camada córnea da epiderme. Em um segundo estágio, o
calo é bem localizado com uma capa córnea circular e profundamente se situa a
"raiz" do calo, que é muito doloroso e com mais forças e atritos agindo sobre o calo,
podem surgir mais tarde, fissuras. Pode ocasionar dor e dificuldade para
andar/movimentar, mas também ulcerar e infectar-se e até ocasionar artrite séptica
em caso terminal.
Tratamento Não Farmacológico
Suspensão da causa determinante do aumento de pressão na região
propensa a ter a calosidade. O uso de recursos ortésicos, como calçados com
câmaras anteriores amplas, calçados de material macio, palmilhas de descarga,
palmilhas monobloco para a redistribuição de cargas, espaçadores digitais,
acolchoamentos digitais, barras antecapitais e retrocapitais, pelotes retrocapitais,
solas convexas e de material viscoelástico, lâminas e calços de silicone, etc..., fazer
a higiene da lesão com recursos físicos (abrasão) e em último caso, tratamento
cirúrgico.
Tratamento Farmacológico
Medicamentos do grupo terapêutico dos Ceratolíticos e do grupo terapêutico
dos Calicidas. Exemplos: Calotrat®, Calicida®, Verrux®, Duofilm®.
Algoritmo
6.4.9 Verrugas
Definição
As verrugas são consideradas como proliferações benignas provenientes da
epiderme da pele e mucosas causadas por infecções pelo vírus papiloma humano
(HPV).
Etiologia
Sabe-se que o principal meio de transmissão do vírus é por contato direto de
uma pessoa infectada com uma pessoa não infectada, sendo que, a prevalência da
manifestação de verrugas está entre crianças e adultos jovens com o seu pico de
manifestação dos 12 aos 16 anos de idade. (Bogliolo, 6ª Ed.)
A transmissão do HPV é viável quando existir soluções de continuidade
traumática da epiderme, macerações ou ambas.
Pacientes com a imunidade celular acometida de alguma forma se tornam mais
susceptíveis a infecção, e assim, para a manifestação clínica desta, a verruga.
Sinais e Sintomas
As verrugas, geralmente, se manifestam na forma de um papiloma de
dimensões pequenas, duras ou moles, com formas achatadas ou filiformes,
arredondadas ou ovais, com cores que variam entre o amarelo castanho,
acinzentada ou preta, podendo se manifestar de forma isolada ou acompanhadas
com outras verrugas.
Tratamento Não Farmacológico
Para a escolha do tratamento deve-ser avaliar as características das
manifestações como extensão e número, assim, como o paciente deve ser avaliado
sobre seu estado imunológico e sobre seu grau de comprometimento com o
tratamento. Sendo que, para o tratamento das verrugas não existe uma terapia
antiviral específica, logo, o tratamento consiste na destruição do tecido acometido
pelo vírus. Contudo, o tratamento deve ser seguro, eficaz, indolor e de fácil
aplicação.
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
119 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
120
Algoritmo
Definição
A dermatite seborréica é uma alteração crônica, não contagiosa e recorrente.
Ela consiste em uma inflamação que ocorre nas áreas da pele onde existe um
maior número de glândulas sebáceas. E é caracterizada por placas eritemato-
descamativas arredondadas, ovaladas, localizadas em áreas mais oleosas como
couro cabeludo, face, colo e dorso.
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
121 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
122
Etiologia
As causas são ainda pouco conhecidas, mas acredita-se que haja uma
relação com o fungo Pityrosporum ovale, presente na pele associada à composição
do sebo, que em condições normais, também é importante na manutenção do pH da
pele, principalmente o pH ácido que tem ação antimicrobiana e antifúngica. As
alterações que ocorrem na composição do sebo (aumento de colesterol e dos
triglicérides), aumentam o pH da pele, facilitando a supercolonização desse fungo.
Esses dois lipídios têm a capacidade de facilitar a formação de filamentos do
P. ovale, por elevar o pH da pele. E, devido às características lipófilas, este micro-
organismo concentra-se particularmente em regiões ricas em glândulas sebáceas,
ocasionando eritema e prurido. A dermatite seborréica apresenta um caráter crônico,
com tendência a períodos de melhora e piora. A doença costuma agravar-se, no
inverno, em situações de fadiga ou estresse emocional, por ingestão de alimentos
gordurosos e bebidas alcoólicas, fumo e banhos quentes.
Sinais e Sintomas
Apresenta-se como uma descamação seca, em flocos, em pequenas placas
que rapidamente se espalham pelo couro cabeludo.
Tratamento Não Farmacológico
Manter os hábitos de higiene. Manter o couro cabeludo sempre seco para não
facilitar a crescimento do fungo. Ter bons hábitos alimentares. Evitar banhos
quentes. Usar xampus cosméticos com formulações anticaspa para lavagem dos
cabelos.
Tratamento Farmacológico
Xampus contendo Cetoconazol; (fungistático)
Xampus contendo Piroctona olamina; (fungistático)
Xampus contendo ácido salicílico e enxofre; (queratolitico e antiséptico)
Xampus contendo redutores como Coaltar;
Algoritmo
Definição
A micose de um modo geral é um dos problemas mais comuns e simples da
pele, que acomete freqüentemente pessoas de todas as idades. Trata-se de uma
doença infecciosa que, se não for tratada adequadamente, pode trazer muito
desconforto e mal estar, além de ser altamente contagiosa. Os agentes causadores
Algoritmo
6.5.1 Hemorróidas
Definição
Hemorróidas são veias dilatadas na região anal que manifestam sintomas e
por isto é melhor referir como doença hemorroidária. É um problema frequente na
população geral. Existem dois tipos de hemorróidas: internas e externas, de acordo
com a posição. As hemorróidas externas se formam no canal anal e região externa,
sendo recobertas por uma pele bem sensível. Ao contrário, as internas estão na
parte bem interna do ânus e são recobertas pela mucosa intestinal.
Etiologia
A postura ereta característica da raça humana, influencia aumentando a
pressão nas veias do ânus. Fatores, tais como: defecação difícil, uso crônico de
laxativos, longos períodos sentado no banheiro, gravidez, além de rotinas
profissionais ou esportivas, podem ainda aumentar mais esta pressão dentro das
veias, o que as leva a dilatar. Algumas doenças hepáticas como cirrose aumentam a
pressão sanguínea na veia porta, conduzindo por vezes a formação das
hemorróidas. A hereditariedade (herança genética) também é reconhecida como um
fator importante para o desenvolvimento de hemorróidas.
Sinais e Sintomas
Os sintomas mais comuns ocorrem durante a defecação: dor, sangramento,
prolapso. Algumas vezes, o prolapso é redutível (volta sozinho para dentro após a
evacuação). Outras vezes é necessário empurrá-las para dentro. O sangramento
pode ter intensidade variável, mas geralmente é vermelho vivo. Uma inchação
persistente após defecar pode gerar uma sensação de inflamação, produzindo um
desconforto e sendo muito doloroso. A coceira (prurido) ao redor do ânus é também
um sintoma comum. Mulheres grávidas desenvolvem sintomas com freqüência ao
Algoritmo
6.5.2 Varizes
Definição
São dilatações ou tortuosidades anormais das veias do corpo humano, mais
comuns são as varizes de membros inferiores de 10% da população,
predominantemente no sexo feminino.
Etiologia
Algoritmo
6.6.1 Insônia
Definição
Todas as dificuldades referentes ao sono são denominadas distúrbios do
sono.
Etiologia
Os distúrbios do sono incluem: a dificuldade de adormecer ou de manter-se
adormecido, dormir em momentos inconvenientes, tempo total de sono excedido ou
comportamentos que perturbam o sono.
Um sono de qualidade é necessário para a manutenção da saúde e
fundamental para a sensação de bem-estar do indivíduo (MARTINEZ, 2003).
Sinais e Sintomas
Os distúrbios do sono mais frequentes são:
Apneia do sono: caracterizada por obstrução parcial ou completa das
vias aéreas superiores durante o sono que ocorre em episódios
recorrentes. O fluxo de ar diminui na hipopneia ou fica completamente
interrompido na apneia. Esses eventos respiratórios são geralmente
interrompidos por microdespertares (MARTINS, 2007).
Insônia: dificuldade em adormecer ou manter o sono. Na manhã
seguinte a sensação de sono não reparador reflete-se com
irritabilidade, fadiga e agressividade (MORIN, 2006; ROSSINI, 2002;
REIMÃO, 1996).
Pesadelos ou Terrores Noturnos: ocorrem normalmente nas crianças
que também são sonâmbulas, mas podem persistir até a idade adulta.
Síndrome de Narcolepsia: a narcolepsia é caracterizada por
sonolência diurna excessiva com ataques de sono irresistíveis e
Sintocalmy;
Passiflora incarnata L;
Pasalix;
Passiflora incarnata L. + Crataegus oxyacantha L. + Salix alba L;
Maracugina;
Passiflora alata + Erythrina mulungu + Crataegus oxyacantha
A duração do tratamento por uso contínuo não deve ultrapassar 3 meses
sempre respeitando a dosagem recomendada.
Algoritmo
6.6.2 Ansiedade
Definição
A ansiedade é um estado emocional com componentes psicológicos e
fisiológicos, que faz parte do espectro normal das experiências humanas, sendo
propulsora do desempenho. Ela passa a ser patológica quando é desproporcional à
situação que a desencadeia, ou quando não existe um objeto específico ao qual se
direcione. A ansiedade e os diferentes graus de distúrbio do sono atingem grande
parte da população.
Etiologia
A ansiedade é um estado emocional, com a experiência subjetiva de medo ou
outra emoção relacionada, como terror, horror, alarme, pânico; A emoção é
desagradável, podendo ser uma sensação de morte ou colapso iminente; É
direcionada em relação ao futuro. Está implícita a sensação de um perigo iminente.
Não há um risco real, ou se houver, a emoção é desproporcionalmente mais intensa;
Sinais e Sintomas
Há desconforto corporal subjetivo durante o estado de ansiedade. Sensação
de aperto no peito, na garganta, dificuldade para respirar, fraqueza nas pernas e
outras sensações subjetivas. Existem manifestações corporais involuntárias, como
secura da boca, sudorese, arrepios, tremor, vômitos, palpitação e dores abdominais.
Tratamento Não Farmacológico
Dependendo da situação particular do doente, para o tratamento da
ansiedade generalizada podem ser usados métodos como, por exemplo,
psicoterapia. Também há referências a resultados benéficos com exercício físico e a
treinos de relaxamento como aqueles praticados em Ioga.
Tratamento Farmacológico
Os medicamentos usados no tratamento desse distúrbios causam grandes
efeitos colaterais e na sua maioria induzem a dependência, por isso, médicos e
pacientes buscam hoje por alternativas naturais que possuem maio segurança e são
usados para tratar transtornos leves, levando assim demandas importantes para o
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
135 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
136
uso de fitoterápicos. Dentre eles, estão disponíveis evidências para a utilização dos
os extratos de camomila, passiflora, melissa, entre outros. Há os que apresentam
atividade hipnótica e sedativa, outros em que é observada uma diminuição
significativa em latência de sono, outros como antidepressivos, mas, de uma
maneira geral, mas todos contribuem para a melhoria da qualidade do sono.
Passiflora
Conhecida popularmente no Brasil como maracujá, apresenta uso tradicional
importante como ansiolítico e sedativo. As espécies mais conhecidas e para as
quais há relatos na literatura são: P. actinea; P. alata; P. edulis; P. incarnata e P.
quadrandularis. Sendo a P. alata citada pela farmacopéia Brasileira e a P. incarnata
empregada em diversos medicamentos.
Dentre inúmeros componentes químicos os mais importantes no efeito
terapêutico são: Os flavonóides C-glicosilados. Para P. alata ao relatados : vitexina,
isovitexina, orientina e isoorientina entre outros.
O extrato de maracujá tem efeito depressor sobre o SNC. O fitoterápico
formulado a base desse extrato vem sendo indicado no tratamento de insônia,
irritação, agitação e impaciência nervosa, sintomas comuns da vida moderna, cujo
cotidiano é normalmente repleto de situações criticas: excesso de atividade,
problemas financeiros, falta de descanso e lazer, problemas de relacionamento,
entre outros (Larzelere & Wiseman, 2002).
O efeito sedativo do maracujá se dá pela sua atuação no SNC, prolongando o
período do sono, aumentando os níveis de GABA e proporcionando relaxamento.
O uso desta planta com álcool ou outras drogas sedativas-hipnóticas poderá
aumentar a intensidade de sonolência tendo efeito aditivo.
Seu uso concomitante com inibidores da monoamino oxidase também não é
recomendado.
Exemplo de medicamentos comercializados a base de Passiflora são:
MARACUJÁ (Herbarium), CALMAM (Ativus), SINTOCALMY (Aché), PASALIX
(Marjan), RITIMONEURAN (Kleyhertz), dentre inúmeros outros, todos a base de P.
incarnata;
Matricaria chamomilla L.
Algoritmo
6.7 FEBRE
Definição
A febre é uma resposta fisiológica do organismo e é caracterizada por um
aumento da temperatura corporal.
Febre (ou pirexia) é a elevação da temperatura corporal para além dos limites
considerados normais (ver Quadro 7). A febre não é uma doença, mas um sintoma.
Até certo ponto, ela possui papel adaptativo positivo de defesa orgânica e não
necessita de intervenção médica rápida na maioria dos casos.
A febre é uma reação orgânica primitiva contra algum mal que esteja afetando
o organismo.
A temperatura usual do corpo varia, em geral, entre 36°C e 37,2°C.
Algoritmo
Definição
Desde os primórdios da civilização deu-se muita importância ao ato de comer,
tanto que foram elaboradas normas de comportamento, estabelecendo-se uma
rotina estética e uma etiqueta que valoriza a arte de comer (CAMPADELLO, 2006).
A alimentação é o meio pelo qual recebemos e assimilamos os mais
diferentes nutrientes necessários para os nossos processos metabólicos. Para que o
nosso corpo funcione bem, precisamos de algumas substâncias que têm cada uma
delas, uma função especial em nosso corpo (FONSECA, 2009)
A alimentação e a saúde estão intimamente ligadas. Tanto que existem
evidências científicas que apontam o impacto que a alimentação saudável tem sobre
a prevenção das mortes prematuras causadas por doenças cardíacas e câncer e no
surgimento das doenças crônicas não-transmissíveis como a diabetes e a
hipertensão (BRASIL, 2005).
O farmacêutico que atua em farmácia de dispensação tem papel importante
na orientação dos seus pacientes na reeducação alimentar, no controle do peso e
nos casos de carências nutricionais. Para tanto é necessário conhecer sobre as
doenças e agravos em conseqüência da má alimentação, seja ela por excesso ou
por deficiência nutricional.
Neste capítulo serão abordados os principais nutrientes para nosso corpo, as
formas de carência nutricional (ver astenia, inapetência e hipovitaminoses), de
excesso (ver obesidade e hipervitaminoses) e quando o indivíduo necessita de
suplementação nutricional em decorrência de alguma doença que o impeça de
manter uma alimentação considerada normal (ver suplementação alimentar) ou
ainda participam de programas de treinamento esportivo que demandam maior
aporte energético em função do excesso de atividade física a que são submetidos
(ver suplementação esportiva).
Etiologia
As vitaminas são compostos orgânicos essenciais para as reações
metabólicas específicas no meio celular e são vitais para o funcionamento e
crescimento normal dos organismos (VANNUCCHI, 2010), por isso precisam ser
ingeridas através dos alimentos ou administradas por meio de suplementos.
A classificação das vitaminas fundamenta-se pela forma de absorção
intestinal e no seu armazenamento no organismo, sendo divididas em lipossolúveis
(A, D, E, K) e hidrossolúveis (B1, B2, B3, B5, B12, B6, C, H, ácido fólico). As
lipossolúveis depositam-se na gordura corporal e são absorvidas conforme
necessidade do organismo. As hidrossolúveis não são absorvidas através da fase
lipofílica no intestino e, desta forma, eliminadas mais rapidamente com a urina, pois
são solúveis em água.
Sinais e Sintomas
A deficiência das vitaminas produz sérios distúrbios no organismo,
ocasionando carência ou as chamadas hipovitaminoses (CAMPADELLO, 2006).
Porém, algumas vitaminas quando, em excesso, podem acarretar prejuízos à saúde.
Quando isto ocorre, chamamos de hipervitaminoses (VANNUCCHI, 2010).
Lipossolúveis
A vitamina A ou caroteno tem como função no organismo proteger os olhos, as
mucosas e a pele. Sua carência pode causar hiperqueratose folicular, cegueira
noturna (xeroftalmia), conjuntivite, esterilidade e lesões da pele. A deficiência grave
pode resultar a xerose conjuntival e a degeneração da córnea (ceratomalácia) que
levam a cegueira permanente. Nas crianças, aumenta a gravidade das doenças
infecciosas, a anemia por deficiência de ferro e distúrbios do crescimento. O
excesso de Vitamina A pode ser teratogênica durante os primeiros meses de
gestação e causar a hipercarotenemia (coloração amarelada da pele).
A vitamina D ou ergosterol é derivado de alguns esteróis e são convertidos
nas formas ativas da vitamina D através da irradiação ultravioleta. É responsável
vegetais (soja, canola, oliva), gema de ovo, batata, germe de trigo, aveia,
leite de vaca e fígado (principalmente o de porco).
Vitamina B1 (tiamina): cereais integrais (arroz, pão, grãos, germe de
trigo), fígado, amendoim, leite, aves, peixes, leguminosas, frutos do mar,
levedo de cerveja, castanha-do-pará e a soja.
Vitamina B3 (niacina): levedo de cerveja, amendoim grãos integrais,
miúdos, carnes magras, aves, peixes, ovos, abacate e farelo de trigo.
Vitamina B6 (piridoxina): o levedo de cerveja, o germe de trigo, as carnes
(músculo), fígado, amendoim, milho, batata, aveia, melão, repolho,
cereais integrais.
Vitamina B12 (cianocobalamina): é encontrada apenas em produtos de
origem animal: carnes, fígado, ovos, leite e derivados.
Vitamina C (ácido ascórbico): frutas cítricas (laranja, limão, acerola,
manga, caju, goiaba, abacaxi, outras) e vegetais (couve, brócolis,
salsinha, couve-flor, pimentão, batata e tomate).
Vitamina H (biotina): leite, fígado, carnes vermelhas, levedo de cerveja,
arroz integral, nozes, amendoim, vegetais e frutas (principalmente na
maçã).
Ácido Fólico (folato): frutas cítricas, leveduras, vegetais verdes escuros
frescos (cozimento diminui em 50% a 95% seu teor nos alimentos, pois é
altamente suscetível à oxidação), fígado (de galinha) e outras vísceras,
amendoim, ovo e cereais, cenoura, lentilha, abacate, gema de ovo, melão
e damasco.
Os agravos devido à hipervitaminoses são mais raros, porém alguns são
descritos:
Vitamina A (caroteno): efeito teratogênico nos primeiros meses de
gravidez (doses >15.000 UI/dia); hipercarotenemia (pele amarelada);
intoxicação aguda (dose >500.000UI) com quadro de hipertensão
intracraniana, esfoliação da pele e necrose hepatocelular; intoxicação
crônica (doses >25.000UI/dia) caracterizada por alopecia, ataxia,
Algoritmo
6.8.2 Obesidade
Definição
A obesidade pode ser compreendida como um agravo de caráter multifatorial
envolvendo desde questões biológicas às históricas, ecológicas, econômicas,
sociais, culturais e políticas. O modo de viver da sociedade moderna tem
determinado um padrão alimentar que, aliado ao sedentarismo, em geral não é
favorável à saúde da população (BRASIL, 2006).
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
150 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
151
PESO
IMC =
ALTURA X ALTURA
O resultado obtido pela equação deverá ser comparado a uma tabela que
indica a situação do indivíduo em relação ao seu peso corporal:
Etiologia
Muitos são os fatores que podem causar a obesidade, sendo que variam de
pessoa para pessoa. Fatores genéticos, desordens endócrinas (p.ex.:
hipotireoidismo), maus hábitos alimentares, inatividade física e o uso de
medicamentos (glicocorticóides, antidepressivos tricíclicos e outros) são os mais
evidentes (FRANCISCHI, 2000; WANNMACHER, 2004).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a falta de atividade física
aliada à má alimentação são os maiores causadores da obesidade, sendo o
sedentarismo responsável por 54% do risco de mortes por infarto, 50% por derrame
cerebral e 37% por câncer (SBEM, 2013).
Sinais e Sintomas
A obesidade por si não apresenta sinais ou sintomas aparentes. Porém,
várias são as comorbidades associadas ao excesso de peso, sendo a obesidade
considerada como um dos mais importantes fatores de risco para as doenças não
transmissíveis, como as cardiovasculares e o diabetes (FRANCISCHI, 2000).
Algoritmo
Definição
Existem condições, principalmente de saúde, que impedem algumas pessoas
de se alimentarem adequadamente. Esta situação pode levar à desnutrição e
oferecer risco de agravamento do estado de saúde deste paciente, principalmente
crianças e idosos. Para tanto, existem formulações que podem ser utilizadas para
suplementar esta carência nutricional, oferecendo os nutrientes essenciais para os
processos metabólicos do corpo.
Etiologia
A dificuldade ou incapacidade de se alimentar adequadamente através da
ingestão normal de alimentos durante as refeições decorrem de situações que
envolvem o modo de vida destas pessoas ou doenças que as acomete como: as
mulheres grávidas, os portadores de doenças crônicas (diabetes, câncer, celíacos),
pessoas idosas, alcoólatras, pacientes em recuperação de cirurgias, problemas
odontológicos, crianças com estomatite, entre outras que incapacitam a alimentação
normal ou que requerem uma dieta mais rica em nutrientes.
Sinais e Sintomas
Perda de peso, flacidez e ressecamento da pele, tontura, náusea, vômito,
perda da consciência, prostração, cansaço, sonolência, dor de cabeça, tremores,
perda da memória, alucinações.
Tratamento Não Farmacológico
Quando possível, consumir alimentos ricos em vitaminas e minerais como
carnes, cereais, derivados do leite, verduras, frutas e legumes. Se necessário, faça
pequenas porções e ofereça em intervalos menores de tempo.
Tratamento Farmacológico
Fórmulas contendo vitaminas, minerais, gorduras, fibras alimentares,
carboidratos e proteínas. Exemplos: Sustagen®, Nutren®, Nutren Kids®, Ensure®,
Sustare®.
Definição
Os suplementos alimentares são compostos formulados para oferecer um
aporte maior de nutrientes aos atletas praticantes de atividades esportivas intensas
ou de alta performance com elevado gasto calórico nos treinos e nas competições.
Segundo o Ministério da Saúde (1998), os suplementos são somente vitaminas e
minerais, combinados ou isolados, que servem para complementar a dieta diária de
uma pessoa saudável, devendo conter no máximo até 100% da Ingestão Diária
Recomendada (IDR) de vitaminas ou minerais, não podendo substituir os alimentos
e não ser considerados como uma dieta exclusiva. Os produtos que ultrapassar os
valores de IDR serão classificados como medicamentos.
Etiologia
Os praticantes de atividade física necessitam de uma alimentação equilibrada,
com aporte nutricional adequado para o seu dia-a-dia de treinos. Três nutrientes
produtores de energia são exigidos pelo corpo durante o exercício físico:
carboidratos, lipídios e proteínas. As vitaminas e minerais também são importantes,
pois auxiliam no metabolismo energético e na formação dos tecidos (músculos).
Para que o atleta tenha um bom desempenho, é fundamental que seus hábitos
alimentares atendam às suas necessidades nutricionais, assim, promovendo a
saúde (BIZARRO, 2011). Uma boa alimentação, repouso e treinamento adequado
são suficientes para que o atleta tenha um bom desempenho em suas atividades.
Porém, existem atletas de competição que gastam muitas calorias devido à
freqüência e intensidade dos treinos. Para estes, os nutricionista orientam a
utilização de suplementos alimentares, já que apenas a alimentação normal não é
suficiente para suprir as necessidades calóricas que os treinos e as competições
requerem.
Os suplementos alimentares para atividade esportiva, também chamados de
“recursos ergogênicos nutricionais”, servem principalmente para aumentar o tecido
Algoritmo
6.8.5 Inapetência
Definição
O apetite é o desejo de comer, de se alimentar, de saciar a fome e assim,
suprir de nutrientes o organismo, mantendo os níveis de energia necessários para o
metabolismo. É regulado através de um complexo sistema de informação nervosa
entre o aparelho digestivo, tecido adiposo e o cérebro. A diminuição do desejo de se
alimentar é que chamamos de inapetência ou falta de apetite.
Etiologia
A inapetência pode ter origem patológica (anorexia, doenças bucais e do
sistema digestivo, câncer e outras) ou apenas de comportamento (mais frequente
em crianças e idosos). Esta falta de apetite pode levar a desnutrição e, em casos
específicos, a doenças como anemia ferropriva em crianças.
Nas crianças é importante ficar atento aos fatores que interferem no seu
apetite, que é variável e irão depender de fatores como idade, atividade física,
condição física e psíquica, refeição anterior e temperatura ambiente (SBP, 2011).
Os pais ou cuidadores devem observar os períodos da dentição - primeira e a
troca pela segunda dentição. Nessa fase, a inapetência é muito comum, pois as
crianças ficam irritadas e com muita sensibilidade nas gengivas, fazendo com que
recusem alguns tipos de alimentos, principalmente os mais duros e consistentes,
devendo, portanto, ser evitados, dando preferência para os líquidos e pastosos.
Nos idosos, além da falta de apetite decorrente de problemas de saúde e do
uso ou falta de próteses dentárias, a desnutrição pode ocorrer também pela pouca
absorção de nutrientes devido à idade.
Sinais e Sintomas
Perda de peso, falta de ganho de peso (crianças), retardo ou diminuição na
velocidade de crescimento da criança, cansaço, sonolência, indisposição, diminuição
da micção e das evacuações, dores estomacais, náuseas, vômitos, prostração,
irritabilidade, entre outros.
Algoritmo
6.9.1 Vaginites
Definição
É a inflamação da vagina. Quando acomete o genital externo, denomina-se
vulvovaginite (Vicente; Dáder, 2008).
Etiologia
De modo geral, as vaginites ocorrem em resposta à alteração da flora normal
da vagina, a qual normalmente consegue impedir a proliferação de agentes
patógenos. Algumas condições contribuem para o desequilíbrio da flora vaginal, tais
como alterações hormonais decorrentes da gravidez, amamentação, menopausa e
uso de anticoncepcionais, diabetes e uso de antibióticos ou corticosteróides e
infecções. De acordo com sua causa, as vaginites podem ser dividas em infecciosa
e não infecciosa (Vicente; Dáder, 2008; Finkel; Pray,2007).
a) Vaginites infecciosa:
Bacteriana: causa mais frequente de vaginites. Ocorre devido ao
desequilíbrio da microflora vaginal, propiciando o desenvolvimento de
outras como a Gardnerella vaginalis em conjunto com bactérias
anaeróbias e lactobacilos;
Fúngica: causada pelo desenvolvimento leveduras, principalmente
Candida albicans (candidíase);
Parasitária: classificada como uma doença sexualmente transmissível,
ocasionada pela presença de Trichomonas vaginalis;
Outros patógenos: de natureza sexualmente transmissível, podem ser
causadas pelo vírus Herpes simplex ou por bactérias como Neisseria
gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis
Algoritmo
6.9.2 Cistite
Definição
É uma inflamação e/ou infecção da bexiga.
Etiologia
Em geral, é causada pela bactéria Escherichia coli, presente na flora
intestinal, porém, pode também ser causada por outras bactérias, como o bacilo
Koch, e por fungos.
As cistites podem também ser de natureza não infecciosa, sendo suas causas
não totalmente conhecidas. No entanto, alguns fatores como banhos de espuma,
uso de desodorantes íntimos, espermicidas e alguns quimioterápicos, tratamento
radioterápico na região pélvica e histórico de repetidas infecções urinárias estão
associados ao surgimento de cistites.
Alguns alimentos podem causar irritação no trato urinário, como tomate,
adoçantes, cafeína, chocolate e álcool.
Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas mais comuns são: dor ou queimação ao urinar, urgência
e aumento na frequência para urinar, pressão no abdômen inferior, urina com
coloração avermelhada, esbranquiçada ou com odor forte, febre (raro) e cansaço.
Tratamento Não Farmacológico
Ingerir dois a quatro litros de água por dia, para aumentar a diurese e
reduzir a população bacteriana;
Fazer micções completas e frequentes para evitar acúmulo de urina na
bexiga;
Evitar ingestão de álcool, refrigerantes e café;
Evitar relações sexuais durante a fase aguda;
Realizar higiene adequada da região da vagina e ânus, de preferência
utilizando água e sabonete neutro.
Tratamento Farmacológico
O emprego de antiespasmódicos, analgésicos e antiinflamatórios pode ajudar
a aliviar os sintomas. Antissépticos urinários como Sepurin® (Metenamina + Cloreto
de metiltionínio) e Pyridium® (fenazopiridina) podem ser recomendados.
A utilização de antibióticos deve ser considerada, principalmente em casos
reincidentes. Neste caso, é necessário o encaminhamento ao médico.
Algoritmo
6.9.3 Uretrite
Definição
É a inflamação e/ou infecção da uretra, canal que leva a urina da bexiga para
o meio externo do corpo.
Etiologia
A uretrite pode ser causada por bactérias e fungos presentes na flora
intestinal como Escherichia coli e Candida albicans, ou outros patógenos associados
às doenças sexualmente transmissíveis como Trichomonas vaginalis, Neisseria
gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis, Herpes simplex vírus, citomegalovirus e HPV.
Outros fatores incluem hipersensibilidade a produtos como lubrificantes
vaginais e espermicidas.
O desenvolvimento das uretrites, principalmente as de origem sexualmente
transmissíveis, está associado ao número de parceiros sexuais, comportamento de
risco sexual como a relação anal sem preservativo e ao histórico de doenças
sexualmente transmissíveis.
Sinais e Sintomas
Nos homens, os sinais e sintomas mais comuns são sangue na urina ou
sêmen, dor e queimação ao urinar, corrimento do pênis, urgência e aumento na
frequência de urinar, coceira, vermelhidão ou inchaço no pênis ou virilha, dor
durante as relações sexuais ou ejaculação e febre.
Nas mulheres, pode ocorrer dor abdominal, dor e queimação ao urinar, febre
e calafrios, urgência e aumento na frequência de urinar, dor pélvica e corrimento
vaginal.
Tratamento Não Farmacológico
Quando de origem não infecciosa, orientar o paciente a evitar a causa,
como o trauma físico e uso de produtos químicos (espermicidas,
lubrificantes);
Orientar sobre higienização adequada dos órgãos genitais;
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
168 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
169
Algoritmo
Sim
Primeiro episódio?
< 12 anos
Qual a idade do
paciente?
> 12 anos
E
Sim
N
Grávida? C
A
Não M
I
Presença de febre, dor nas Sim
costas, no estômago ou
N
vômito? H
Não
A
R
Orientar sobre as medidas não-
farmacológicas e o uso de
analgésicos / antiespasmódicos
A
/ antissépticos O
M
É
Os sintomas persistem ou Sim D
pioraram desde o início do
tratamento?
I
C
O
Definição
Muitas pessoas abrigam helmintos de uma espécie ou de outra (RANG;
DALE; RITTER, 2001). Os parasitos intestinais, popularmente chamados de vermes,
é um grupo de organismos que vivem dentro do intestino humano, provocando as
verminoses (FONSECA, 2009). No Brasil, principalmente nas regiões mais pobres, o
poliparasitismo é a patologia mais frequente, particularmente na população infantil,
configurando um grave problema de saúde pública (FIGUEIRA, 2006).
Etiologia
Os seres humanos constituem os hospedeiros primários (definitivos) na
maioria das infecções helmínticas. A maioria dos helmintos tem sua reprodução
sexual no hospedeiro humano, produzindo ovos ou larvas que são eliminados do
corpo e infectam o hospedeiro secundário (RANG, DALE, RITTER, 2001).
Os parasitos mais comuns são os adquiridos pela ingestão de alimentos
contaminados por matéria fecal, já que esses organismos são expulsos pelas fezes
das pessoas infectadas. Frutas e verduras mal lavadas, água contaminada, carnes
cruas ou mal cozidas, mãos sujas, objetos contaminados como, chupetas, copos,
pratos, talheres e até pés descalços (alguns parasitos tem propriedade de penetrar
na pele humana intacta) são meios contaminantes de verminoses intestinais
(FONSECA, 2009).
Dentre os parasitas intestinais, os principais são:
Tênias (cestóides): Taenia saginata, Taenia solium, Hymenolepisnana,
Diphyllobothrium latum.
Nematódeos: Ascaris lumbricóides (lombriga), Enterobius vermicularis
(oxiúro), Tricuris trichiura, Strongiloides stercoralis, Necator americanus,
Ankylostoma duodenale (ancilóstomos).
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
171 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
172
Sinais e Sintomas
Muitos vermes não provocam nenhum sintoma no hospedeiro. Outros
provocam sintomas leves como dor abdominal, cólicas, náuseas, vômitos e diarreia.
Porém alguns podem causar doenças graves como anemia e obstrução intestinal.
Sintomas mais comuns:
Vômito: giardíase e estrongiloidíase.
Diarreia crônica, distensão abdominal: amebíase e tricocefalíase grave.
Prurido anal e vulvar com irritabilidade e sono intranquilo: enterobíase.
Prolapso retal: tricocefalíase.
Sangue nas fezes e anemia: ancilostomíase e tricocefalíase.
Eosinofilia: estrongiloidíase, ancilostomíase e ascaridíase.
Eliminação de vermes nas fezes ou pelo vômito: ascaridíase.
Tratamento Não Farmacológico
Tomar cuidados básicos de higiene.
Lavar bem os alimentos antes de consumir, especialmente as usadas
cruas como frutas e verduras.
Usar água fervida ou filtrada para consumo e também para o preparo
da alimentação.
Andar sempre calçado.
Fazer higienização das mãos antes de comer ou depois de usar
sanitários.
Não comer em lanchonetes, bares ou restaurantes de higiene
duvidosa.
Comunidade: atitudes para melhorar (ou solucionar) os problemas de
saneamento básico (água tratada, coleta de esgoto e de lixo) e de
moradia. Desenvolver programas de educação para a saúde.
Tratamento Farmacológico
Para introdução da terapia medicamentosa deve observar os sinais e
sintomas, porém estes não são conclusivos para determinar o helminto causador da
verminose.
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
172 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
173
Algoritmo
Grávida? sim
não
E
N
Criança menor sim C
de 1 ano?
A
não M
I
Dor abdominal muito
sim N
forte ou dor ao
H
defecar?
A
não R
Sangramento ao sim A
evacuar? O
não M
É
Respondeu ao não D
tratamento feito I
anteriormente? C
O
sim
Tratamento sob
responsabilidade do
Farmacêutico
Definição
A maioria dos parasitos cutâneos são insetos minúsculos que se escondem
dentro da pele, fazendo dela o seu habitat natural. Alguns vivem na pele algumas
etapas do seu ciclo biológico e outros são permanentes, depositando seus ovos e se
reproduzindo (FONSECA, 2009).
Escabiose: dermatose parasitária contagiosa e transmissível pelo contato
direto (FIGUEIRA, 2006) também conhecida como sarna.
Pediculose: infecção contagiosa, exclusivamente do homem, caracterizada
por prurido e infecções secundárias do couro cabeludo.
Etiologia
Escabiose: é ocasionada pelo ácaro Sarcoptes scabiei hominis, atingindo os
espaços interdigitais, axilas, cintura, nádegas, mamas e pênis. Apresenta um quadro
de lesão em forma de túnel (sulcos retos ou sinuosos, pápulas lineares que
terminam em uma vesícula), isto se dá porque o parasito se alimenta da queratina, a
camada mais superficial da pele. Para depositar seus ovos, a fêmea penetra na pele
do hospedeiro. Cada ovo libera de 6 a 10 novos parasitas a cada 2 semanas.
Pediculose: é causada pelo Pediculos humanos capitis. O mais comum é o
piolho da cabeça, porém existe o que se desenvolve na região pubiana, chamado
popularmente de “chato”, este, produz uma lesão chamada de ftiríase.
Sinais e Sintomas
Escabiose: irritação local e prurido (exacerbação noturna). Em função da
coçadura surgem lesões na pele que podem dar origem a infecções secundárias por
germes oportunistas.
Pediculose: prurido intenso e infecções secundárias do couro cabeludo.
Tratamento Não Farmacológico
Escabiose: por se tratar de um parasita próprio dos humanos, a transmissão
do S. scabiei se dá pelo contato direto entre pessoas contaminadas com outra sadia.
Em decorrência do prurido intenso produzido pelo parasita, as mãos acabam sendo
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
175 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
176
um importante fator de transmissão dos ácaros. Para evitar este contágio, o doente
deve evitar locais com aglomeração de pessoas enquanto faz tratamento
medicamentoso. É importante trocar, lavar, ferver e expor ao sol as roupas íntimas e
de cama para evitar o contágio entre os familiares e convivas.
Pediculose: cuidar dos cabelos, principalmente das crianças em idade
escolar, verificando a presença de piolhos e lêndeas; retirar as lêndeas com pente
fino, após a aplicação de solução com água morna e vinagre, em partes iguais; não
compartilhar pentes, escovas de cabelo, bonés, chapéus e objetos pessoais; medida
radical – remoção de todos os cabelos.
Tratamento Medicamentoso
Escabiose: uso de escabicidas (inseticidas que matam o ácaro sem causar
danos a pele). Eles devem ser aplicados no corpo inteiro, tomando o cuidado com os
olhos, nariz e boca. Os membros da família devem fazer tratamento mesmo antes de
apresentar os sintomas. Medicamentos: Monossulfiram (Sarfiram®, Tetmosol®,
Sulfitrat®); Benzoato de Benzila (Acarsan®, Sanasar®); Permetrina 5% (Keltrina
Plus ®, Pioletal Plus®, Piodrex ®); Permanganato de Potássio em caso de desidrose
(vesículas palmoplantares).
Pediculose: Deltametrina (Escabin®, Deltacid®, Deltalab®, Deltametren®,
Pediderm®, Deltapil®); Permetrina 1% (Kwell®, Nedax®, Tindal®, Toppyc®, Keltrina®,
Clean Hair®).
Algoritmo
6.11 TABAGISMO
Definição
O tabagismo é o ato de se consumir cigarros ou outros produtos que
contenham tabaco, cuja droga ou princípio ativo é a nicotina (PINSKY; BESSA,
2004).
A OMS reconhece o tabagismo como uma doença crônica gerada pela
dependência da nicotina, estando por isso inserido na Classificação Internacional de
Doenças (CID-10), no grupo dos Transtornos Mentais e de Comportamento
decorrentes de uso de substâncias psicoativas (INCA, 2007; MEDEIROS, 2010).
Etiologia
Determinantes sociais apresentam importante influencia na decisão de se
consumir ou não o tabaco, principalmente na fase da adolescência, período no qual
normalmente se inicia o consumo. O ato de fumar é associado a uma imagem de
rebeldia, liberdade, poder, inteligência e sucesso pelos jovens, características
desejadas para aceitação social (BRASIL, 2003; INCA, 2007).
Outros determinantes sociais incluem o fácil acesso aos produtos derivados
do tabaco, o baixo custo e o comércio ilegal de produtos contrabandeados (INCA,
2007).
A nicotina é uma substância altamente aditiva e após ser fumada leva apenas
alguns segundos para iniciar alterações na liberação de neurotransmissores. Por
mimetizar a ação da acetilcolina e promover liberação de norepinefrina e dopamina,
a nicotina proporciona estimulação inicial, seguida de sensação calmante. No
entanto, a tolerância aos efeitos da nicotina se desenvolve em curto período,
resultando na necessidade de aumento da quantidade do mesmo, levando o usuário
a aumentar o uso continuamente (FINKEL; PRAY, 2007).
Quando o uso da nicotina é interrompido, ocorre um aumento drástico na
atividade da acetilcolina, resultando na produção de sintomas de abstinência (como
inquietação, irritabilidade e descontentamento). Esses sintomas de abstinência
tornam difícil a interrupção do ato de fumar. Uma vez dependente, o indivíduo
precisa de uma ingestão constante de nicotina para atingir um estado normal de
sensação (FINKEL; PRAY, 2007).
Sinais e sintomas
Os fumantes normalmente apresentam as seguintes características: voz
grossa e grave, tosse seca, odor de cigarro nos cabelos e vestimentas, manchas
amareladas nos dentes e nos dedos das mãos e pele envelhecida precocemente
(FINKEL; PRAY, 2007).
Além dos aspectos físicos, a dependência à nicotina conta com três
componentes básicos: dependência física, psicológica e comportamental (BRASIL,
2001; MEDEIROS, 2010).
A dependência psicológica ocorre quando o cigarro serve de apoio aos
estados de frustração, depressão, ansiedade ou pressão social. A física envolve a
ação da nicotina sobre o organismo, sendo que sua falta é responsável pelos
sintomas da síndrome de abstinência quando se deixa de fumar. A dependência
comportamental refere-se ao hábito de fumar (MEDEIROS, 2010).
A síndrome de abstinência é caracterizada por ansiedade, depressão,
irritabilidade, dificuldade de concentração, bradicardia, hipertensão, diminuição da
atenção e tempo de reação mais lento. O surgimento destes sintomas no início do
processo da cessação dificulta a interrupção do ato de fumar (MEDEIROS, 2010).
Tratamento Não Farmacológico
Algumas estratégias podem ser utilizadas para a cessação de fumar, entre
elas, a abordagem cognitivo-comportamental, recomendada pelo Ministério da
Saúde (BRASIL, 2001), a qual combina intervenções cognitivas com treinamento de
habilidades comportamentais.
Os componentes principais dessa abordagem envolvem a detecção de
situações de risco de recaída e o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento,
estimulando o autocontrole ou automanejo para que o indivíduo possa aprender
como escapar do ciclo vicioso da dependência, e a tornar-se assim um agente de
mudança de seu próprio comportamento (BRASIL, 2001).
Na abordagem inicial é muito importante conhecer o histórico de dependência
e situação motivacional do paciente, podendo utilizar para tal, as seguintes
perguntas:
1. Você fuma? Há quanto tempo?
b) Parada Gradual
Na parada gradual o paciente também deve marcar uma data para parar de fumar,
porém, esta data não deve ser maior que duas semanas do início da cessação.
Este método consiste na redução do número de cigarros consumidos durante o dia.
Por exemplo, se um fumante consome 30 cigarros por dia, o esquema de parada
seria reduzir 5 cigarros ao dia, até a parada total no sétimo dia.
Pode-se também optar pelo adiamento da hora do primeiro cigarro. Neste caso, se
um fumante normalmente consome o primeiro cigarro às 8 horas da manhã, no
segundo dia ele fumará às 10 horas, no terceiro às 12 horas e assim por diante, até
que o sétimo dia seja seu primeiro dia sem cigarros.
Tratamento Farmacológico
A utilização de medicamentos no processo de cessação de fumar tem por
objetivo minimizar os sintomas da síndrome de abstinência (BRASIL, 2001).
No âmbito dos medicamentos isentos de prescrição, podem ser utilizados os
medicamentos nicotínicos (Terapia de Reposição de Nicotina), que são encontrados
na forma de gomas de mascar e adesivos transdérmicos.
Os pacientes devem ser orientados a parar de fumar ao iniciarem os
medicamentos, pois o uso concomitante pode ocasionar sintomas de super
dosagem de nicotina, que incluem taquicardia, náuseas, vômito, tontura e fraqueza
(BRASIL, 2001; FINKEL; PRAY, 2007).
Gomas de mascar
As gomas de mascar estão disponíveis no mercado nas dosagens de 2mg e
4mg. Pacientes que fumam 20 ou menos cigarros ao dia devem iniciar com gomas
de 2mg, enquanto pacientes que fumam mais de 20 cigarros ao dia devem iniciar
com as de 4mg, seguindo o esquema abaixo:
1ª – 4ª semana: 1 goma a cada 1 a 2 horas
5ª – 8ª semana: 1 goma a cada 2 a 4 horas
9ª – 12ª semana: 1 goma a cada 4 a 8 horas
As gomas devem ser mastigadas lentamente até que o sabor se torne
acentuado, ou que o paciente sinta formigamento. Neste momento, a goma deve ser
Algoritmo
Definição
Inúmeras doenças sistêmicas podem levar a alterações do olho e seus
anexos; além disso, o quadro oftalmológico pode ser o primeiro sinal de algumas
enfermidades. É importante, então, ter conhecimento das principais associações de
doenças sistêmicas com quadros oculares, para que diagnósticos e tratamentos não
sejam postergados indevidamente, o que poderia levar a um aumento da morbidade
ocular e do indivíduo como um todo. (DGS, 2012)
Etiologia, Sinais e Sintomas
Dentre os transtornos oftalmológicos, mencionam-se olhos ressecados,
irritação ocular, falta de lacrimejamento e secura nos olhos, a qual pode apresentar
sintomatologias e queixas distintas.
Olhos ressecados/seco: é caracterizado pela diminuição da produção de lágrima
ou deficiência em alguns de seus componentes, ou seja, pouca quantidade e/ou má
qualidade da lágrima. Este distúrbio no filme lacrimal e na superfície ocular pode
produzir áreas secas sobre a conjuntiva e córnea, o que facilita o aparecimento de
lesões. Os sintomas são de ardor, irritação, sensação de areia nos olhos, dificuldade
para ficar em lugares com ar condicionado ou em frente do computador e olhos
embaçados ao final do dia (APOS, 2013). A doença está relacionada à exposição a
determinadas condições do meio ambiente (poluição, computador), trauma
(queimaduras químicas), alguns medicamentos, idade avançada, uso de lentes de
contato, menopausa nas mulheres e doenças do sistema imunológico (síndrome de
Sjögren, Stevens-Johnson e outras). Quando não diagnosticada e corretamente
tratada, pode evoluir para lesão da superfície ocular e, em alguns casos, até a perda
da visão (SCHOR, 2004).
Olhos vermelhos: qualquer pessoa pode ficar com os olhos vermelhos
ocasionalmente. Geralmente, é uma situação temporária e nada preocupante, mas é
um sinal de atenção. Olho vermelho também pode significar falta de oxigênio.
Alergias nos olhos: o olho é um alvo fácil para alérgenos e substâncias irritantes,
porque, tal como a pele, estão expostos e são sensíveis. As alergias nos olhos
também são conhecidas como ‘conjuntivites alérgicas’, e constituem uma reação a
alérgenos do interior e do exterior, como pólen, bolores, ácaros do pó ou pêlos e
pele de animais domésticos. Estes atingem os olhos causando inflamação da
conjuntiva, o tecido que reveste o interior das pálpebras e ajuda a manter úmidas as
pálpebras e o globo ocular. As alergias nos olhos não são contagiosas. (MANUAL
OFTALMOLOGIA, 2008). Outras substâncias irritantes, como sujeira ou fumaça,
cloro, e mesmo vírus e bactérias, podem aumentar o efeito das alergias nos olhos,
ou causar sintomas de irritação similares às alergias nos olhos em pessoas que não
são alérgicas. Os principais sintomas dessas alergias envolvem a vermelhidão, com
prurido, ardor, lacrimejamento e edemas com uma sensação de areia nos olhos.
Estes sintomas podem ser acompanhados por corrimento ou coceira nasal, espirros,
tosse ou uma dor de cabeça bem na região central da testa (KANSKI, 2008).
Tratamento Não Farmacológico
Precauções com o ambiente: vento, sol, fumaça de cigarro, poluição,
lugares fechados, ar condicionado e monitores de computador;
Cuidados a exposição de agentes químicos;
Higienização efetiva de lentes de contato;
Evitar contato direto manual do paciente com a região ocular;
Pisque com maior frequência, para manter um filme de umidade
confortável;
Tratamento Farmacológico
Os fármacos usados por via tópica em oftalmologia são administrados sob a
forma de colírios (preparações liquidas), géis ou pomadas oftalmológicas que são
aplicadas no fundo dos sacos conjuntivais. Normalmente, a maior parte dos
fármacos administrados sob a forma de colírio é eliminado pelas vias lacrimais, num
período de 15 a 30 segundos após a instilação. A drenagem nasal pode ser reduzida
usando colírios viscosos ou diminuindo o volume de cada instilação. É, por isso,
recomendável algum espaçamento (5 minutos) entre gotas quando se instilam duas
ou mais em cada administração para maximizar os efeitos oculares.
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
186 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
187
Algoritmo
REFERÊNCIAS
SCHOR, Nestor. . Guia de oftalmologia. Barueri: Manole, 2004. 552 p. ISBN 85-204-
1492-3
KANSKI, Jack J.; BOLTON, Anne. Oftalmologia clínica: uma abordagem sistemática.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 931 p. ISBN 978-85-352-2657-7
MARTINEZ J.E., CRUZ, C.G., ARANDA C., BOULOS, F.C., LAGOA, L.A. Disease
perceptions of Brazilian fibromyalgia patients: do they resemble perceptions from
other countries? International Journal of Rehabilitation Research. 2003;26(3):223-
227.
REIMÃO, R. (ed.). Sono: Estudo Abrangente (2a. ed.). São Paulo: Atheneu Editora,
1996.
GUPTA, K; HOOTON, T. M.; NABER, K. G.; WULLT, B.; COLGAN, R.; MILLER, L.;
MORAN, G. J.; NICOLLE, L. E.; RAZ, R.; SCHAEFFER, A. J.; SOPER, D. E.
International clinical practice guidelines for the treatment of acute uncomplicated
cystitis and pyelonephritis in women: A 2010 update by the Infectious Diseases
Society of America and the European Society for Microbiology and Infectious
Diseases. Clinical Infectious Diseases, v.52, n.5, p. e103-e120, 2011.
BRASIL. Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no. 18,
de 27 de abril de 2010: dispõe sobre alimentos para atletas. Brasília – DF, 2010.
http://www.orientacoesmedicas.com.br
http://www.fcf.usp.br
http://www.unisa.br/graduacao/biologicas/enfer/revista/arquivos/2006-06.pdf
http://www.unifesp.br/dortoped/pe/patologias/informacao/calos-digitais
http://www.abimip.org.br/site/conteudo.php?p=conheca_o_mip
http://www.embrafarma.com.br/novo/modules/pdf/be83ab3ecd0db773eb2dc1b0a178
36a1.pdf
http://www.bristol.com.br/SuaSaude/SuaSaude-Prevencao-de-Assaduras.aspx
http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/BM/BM[25459-1-0].PDF
SOARES, M. A., et. al. Manual: Medicamentos não prescritos. Publicações Farmácia
Portuguesa – Associação Nacional das Farmácias; p.149-157. Lisboa, 1995.
Em:<http://www.medicina.ufba.br/educacao_medica/graduacao/dep_pediatria/manua
l/manual.pdf#page=51>. Acessado em: 20 de fevereiro de 2013.
NUNES, Camelo Cristina Inês. J Pediatr (Rio J). 2006;82(5 Supl):S173-80: Anti-
histamínicos, desloratadina, fexofenadina, levocetirizina, rupatadina. Novos anti-
histamínicos: uma visão crítica. Em: <http://www.jped.com.br/conteudo/06-82-
S173/port_print.htm >. Acessado em: 20 de fevereiro de 2013.
Em:<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=2586&fase=imprime>.
Acessado em: 20 de fevereiro de 2013.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010442301999000400012&script=sci_arttext&tl
ng=pt
FAUS DÁDER, Maria José & VICENTE, Baos Vicente. Protocolos de Indicación
Farmacéutica y Criterios de Derivación al Médico en Síntomas Menores. Fundación
Abbott., 2008.
FAUS DÁDER, Maria José & VICENTE, Baos Vicente. Protocolos de Indicación
Farmacéutica y Criterios de Derivación al Médico en Síntomas Menores. Fundación
Abbott., 2008.
Fitzpatrick TB, Johnson RA, Wolff K. Atlas and synopsis of clinical dermatology. 3th
ed. New York: Mc Graw-Hill; 1997.
FAUS DÁDER, Maria José & VICENTE, Baos Vicente. Protocolos de Indicación
Farmacéutica y Criterios de Derivación al Médico en Síntomas Menores. Fundación
Abbott., 2008.
FAUS DÁDER, Maria José & VICENTE, Baos Vicente. Protocolos de Indicación
Farmacéutica y Criterios de Derivación al Médico en Síntomas Menores. Fundación
Abbott., 2008.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365-
05962010000300008&script=sci_arttext&tlng=pt
http://www.saudeeforca.com/acne-causas-sintomas-tratamento-e-prevencao/
http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/acne-vulgar/
http://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/21160
http://www.abimip.org.br/site/conteudo.php?p=conheca_o_mip
http://www.jped.com.br/conteudo/00-76-S119/port_print.htm
http://www.cooperclim.com.br/ebichocliente/docs/2/Diarrias_agudas___Cristiane_Lim
a.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302004000300034
http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v30n2/5059.pdf
http://www.institutosalus.com/colunistas/dayani-galato/medicamentos-isentos-de-
prescricao-mas-nao-isentos-de-risco. Acesso em 17.12.2012.
Lacy CF, Armstrong LL, Goldman MP, Lance LL. Drug information handbook. 15.
Ed., Ohio:Lexi-Comp, 2007.
Stockley IH. Drug Interactions. 5th. ed. London: Pharmaceutical Press; 2002.
WHO. Medicines: rational use of medicines. Fact sheet n° 338. May 2010. Disponível
em: <http:// www.who.int/mediacentre/factsheets/fs338/en/ print.html> Acesso em:
02 set. 2010
ANVISA. Dia da Luta contra o câncer: Brasil avança contra o tabagismo. 9/04/2013.
Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/menu
+-
+noticias+anos/2013+noticias/dia+da+luta+contra+o+cancer+brasil+avanca+contra+
o+tabagismo. Acessado em: 15/06/2013.
World Health Organization – WHO. WHO Report on the Global Tobacco Epidemic,
2008: the MPOWER package. Geneva: WHO, 2008.
Barbara L., Corinaldes IR., et al: Definition and Investigation of Dyspepsia. Dig Dis
Sci 989; 34:1272-76
Horrocks J., Dombal F.,: Computeraided Diagnosis of Dyspepsia. Am 1 Dig Dis 1975;
20:397-406
Vakil N., Van Zanten S.V., Chang L., Toth G., Sherman J., Fraser M., et al.:
Comprehension and awarenessof symptoms in women with dyspepsia. Aliment
Pharmacol Ther. 2005;22(11-12):1147-55.
Silva F. M.: Dispepsia: caracterização e abordagem. Rev. Med. (São Paulo). 2008
out.- dez.;87(4):213-23.
Moayyedi, P., et al. The efficacy of proton pump inhibitors in nonulcer dyspepsia: a
systematic review and economic analysis. Gastroenterology, 2004 127(5):1329-37.
15. Moayyedi, P., et al. Eradication of Helicobacter pylori for non-ulcer dyspepsia.
Cochrane Database Syst Rev, 2003(1): CD002096.
Chandan BK, Sharma AK, Anand KK. Boerhaavia diffusa: a study of its
hepatoprotective activity. J Ethnopharmacol. 31(3):299-307, 1991.
Chin HW, Lin CC, Tang KS. The hepatoprotective effects of Taiwan folk medicine
ham-hong-chho in rats. Am J Chin Med. 24(3-4):231-40, 1996.
NORTON, R.C.; PENNA, F.J.; Refluxo Gastroesofágico. Jornal da Pediatria Vol. 76,
Supl.2, 2000
Saavedra MAL, Costa JSD, Garcias G, Horta BL, Tomasi E, Mendonça R. Incidência
de cólica no lactente e fatores associados: um estudo de coorte. J Pediatr (Rio J)
2003;79:115-22
Silva JAP, Freire DG, Machado MFAS. Cuidados maternos à saúde da criança em
ambiente domiciliar frente ao serviço de saúde. Rev Rene. 2010; 11(n. spe):186-94.
http://pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/357.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
72992002000500021&lang=pt
VELOSO, D.P., GUIDINI, P., COMÉRIO R.M., SILVA A.G. Plantas utilizadas em
fitomedicamentos para os distúrbios do sono. Natureza on line 6 (1): 29-35.
ANEXOS
FARMÁCIA HIGÉIA
CNPJ: 00.000.000/0000-00 Insc. Est: 000.00000-00
Avenida Santa Gemma, 3820 - Fone: (95) 4444-2222 - Alexandria - PR
e-mail: galeno@farmaciahigeia.com
Número:________
Nome:_________________________________________________________________
Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) Idade: _______anos
Endereço:______________________________________________________________
Cidade:__________________________Estado:_______Fone:( )________________
Nome do responsável (em caso de menor):____________________________________
CUIDADO FARMACÊUTICO:
VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL
DATA: HORA: VALOR VERIFICADO: VALOR NORMAL:
________________________________ _____________________________________
Assinatura do Paciente Dr. Claude Galien
Farmacêutico – CRF-PR No. 65589
Data: ____/_____/_____
FARMÁCIA HIGÉIA
CNPJ: 00.000.000/0000-00 Insc. Est: 000.00000-00
Avenida Santa Gemma, 3820 - Fone: (95) 4444-2222 - Alexandria - PR
e-mail: galeno@farmaciahigeia.com
Número: _______
CUIDADO FARMACÊUTICO:
VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL AXILAR
DATA: HORA: VERIFICADO: VALOR NORMAL:
________________________________ _____________________________________
Assinatura do Paciente Dr. Claude Galien
o
Farmacêutico – CRF-PR N . 65589
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
207 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
208
FARMÁCIA HIGÉIA
CNPJ: 00.000.000/0000-00 Insc. Est: 000.00000-00
Avenida Santa Gemma, 3820 - Fone: (95) 4444-2222 - Alexandria - PR
e-mail: galeno@farmaciahigeia.com
Número: ____
Local Administrado:
( )Glúteo Direito ( )Glúteo Esquerdo ( )Deltóide Direito ( )Deltóide Esquerdo
( )Outro:___________________________ ( )EV (Direito) ( )EV Esquerdo
( )SC local:__________________________
Prescritor: CRM/CRO:
________________________________ _____________________________________
Assinatura do Paciente Dr. Claude Galien
Farmacêutico – CRF-PR No. 65589
Data: ____/_____/_____
FARMÁCIA HIGÉIA
CNPJ: 00.000.000/0000-00 Insc. Est: 000.00000-00
Avenida Santa Gemma, 3820 - Fone: (95) 4444-2222 - Alexandria - PR
e-mail: galeno@farmaciahigeia.com
Número: _______
Nome:_________________________________________________________________
Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) Idade: _______anos
Endereço:______________________________________________________________
Cidade:__________________________Estado:_______Fone:( )________________
TERMO DE AUTORIZAÇÃO
Declaro que recebi, li, entendi e estou ciente das informações a respeito do brinco, da pistola, do
procedimento de perfuração do lóbulo auricular e dos cuidados pós-perfuração, comprometendo-
me a segui-los, sendo essencial para evitar edemas e infecções posteriores que podem ser causados
pela higiene inadequada após a perfuração do lóbulo auricular. Autorizo o procedimento (se menor
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ – CRF-PR
209 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
COMISSÃO DE FARMÁCIA DE DISPENSAÇÃO - CFD
CURSO: Indicação Farmacêutica em Transtornos Menores
210
de 18 anos de idade, esta deve ser assinada pelos pais ou guardião legal):
_______________________________________________.
________________________________ _____________________________________
Assinatura do Paciente Dr. Claude Galien
Farmacêutico – CRF-PR No. 65589
Data: ____/_____/_____
FARMÁCIA HIGÉIA
CNPJ: 00.000.000/0000-00 Insc. Est: 000.00000-00
Avenida Santa Gemma, 3820 - Fone: (95) 4444-2222 - Alexandria - PR
e-mail: galeno@farmaciahigeia.com
Número: ________
Nome:_________________________________________________________________
Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) Idade: _______anos
Endereço:______________________________________________________________
Cidade:__________________________Estado:_______Fone:( )________________
Nome do responsável (em caso de menor):____________________________________
CUIDADO FARMACÊUTICO:
INDICAÇÃO FARMACÊUTICA EM TRANSTORNOS MENORES
Sinais e Sintomas:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
RECOMENDAÇÕES:
1- Tome/use os medicamentos sempre nos horários indicados na etiqueta da embalagem.
2- Tome/use os medicamentos durante o tempo estipulado na etiqueta da embalagem.
3- Tome/use os medicamentos sempre nas doses recomendadas pelo farmacêutico.
4- Nunca tome/use medicamentos sem orientação do médico ou do farmacêutico.
5- Nunca tome/use medicamentos que não foram indicados para você.
6- Caso os sintomas não desapareçam ou se agravem, procure atendimento médico.
________________________________ _____________________________________
Assinatura do Paciente Dr. Claude Galien
Farmacêutico – CRF-PR No. 65589
Data: ____/_____/_____