Você está na página 1de 71

SEMIOLOGIA NA PRÁTICA DA Marcus Vinicius Terashima

FARMÁCIA CLÍNICA Paula Ferreira Castro


CRONOGRAMA MANHÃ
23/04 – Paula 25/04 – Marcus
Anamnese, semiologia e propedêutica I MIPs I

30/04 – Paula 02/05 - Marcus


Anamnese, semiologia e propedêutica II MIPs II

07/05 – Paula 09/05 - Marcus


Interpretação de exames laboratoriais Método Dader

14/05 - Paula 16/05 – Marcus


Farmacovigilância Método PWDT
ESQUEMA DE AVALIAÇÃO - MANHÃ
09/05
Exercício Método Dáder (em classe)

14/05
Exercício Anamnese (em classe)

16/05
Exercício Método PWDT (em classe)
CRONOGRAMA NOITE
23/04 – Paula 25/04 – Marcus
Anamnese, semiologia e propedêutica I MIPs I

30/04 – Marcus 02/05 - Paula


MIPs II Anamnese, semiologia e propedêutica II

07/05 – Marcus 09/05 - Paula


Método Dáder Interpretação de exames laboratoriais

14/05 - Marcus 16/05 – Paula


Método PWDT Farmacovigilância
ESQUEMA DE AVALIAÇÃO - NOITE
07/05
Exercício Método Dáder (em classe)

14/05
Exercício Método PWDT (em classe)

16/05
Exercício Anamnese (em classe)
ANAMNESE, SEMIOLOGIA E
PROPEDEUTICA
DEFINIÇÕES
Anamnese Semiologia
Conjunto de informações dadas ao Ramo da medicina que estuda os
médico pelo paciente, mediante sintomas e sinais da doença
interrogatório, sobre o seu passado e a
história da sua doença
DEFINIÇÕES
Propedêutica
Preliminares de uma ciência
Introdução
E para a farmácia??
Preliminar
ATRIBUIÇÕES CLÍNICAS DO FARMACÊUTICO

Resolução 585/2013
ANAMNESE FARMACÊUTICA
Procedimento de coleta de dados sobre o paciente,
realizada pelo farmacêutico por meio de
entrevista, com a finalidade de conhecer sua
história de saúde, elaborar o perfil
farmacoterapêutico e identificar suas necessidades
relacionadas à saúde.
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA

Resolução 586/2013
SINTOMA OU SINAL?
SINTOMA OU SINAL?
SINTOMA OU SINAL?
ANAMNESE
INÍCIO DA ABORDAGEM
ID
• Nome • Escolaridade
• Idade • Estado civil/filhos
• Gênero • Etnia
• Profissão/ocupação
• Religião
• Naturalidade
• Procedência
CASO CLÍNICO 1
ID
Paciente JBZ, gênero masculino, pardo, 42 anos, trabalha com agricultura familiar,
evangélico.
QD

Queixa
Duração

Nas palavras do paciente


CASO CLÍNICO 1
QD
Sente queimar a garganta e gastura há 4 meses, que não o deixam comer direito e
mesmo assim está barrigudo.

Alguma ideia??
DRGE
GASTRITE
HPMA
História prévia da moléstia atual
- Como começou?
- Como evoluiu?
- O que acompanhava?
DOR
I nício
L ocalização
I ntensidade
C aracterização
I rradiação
D uração
P eriodicidade
F ator de melhora
F ator de piora
F ator que acompanha
DOR
1. Início
 Quando a dor começou?
 Foi aos poucos, ou de repente?

2. Localização
 Onde dói?
 Aponta com o dedo pra mim...

3. Intensidade
 De 0 a 10, quanto dói?
DOR
1. Caracterização
 A dor fica pulsando?
 É em choque?
 Dura certo tempo, e depois passa, indo e vindo várias vezes?
 Parece queimar?
 É em aperto?
 É em pontada?
 É uma dor constante?
 É tipo câimbra?
DOR
1. Irradiação
 A dor vai para algum lugar?

2. Duração
 Há quanto tempo sente essa dor?
CASO CLÍNICO 1
HPMA
Paciente procurou o serviço pois relata pirose e empachamento com início há cerca
de 4 meses, que vem progredindo até hoje. Relata dificuldade em se alimentar
devido aos sintomas, no entanto, notou aumento do volume abdominal.
Não sabe definir exatamente a data, porém, no início do quadro, apresentou rash
cutâneo, associado a prurido e febre.

Novas ideias?
ISDA
• Pele e Anexos • Aparelho Urinário
• Cabeça • Aparelho Reprodutor
• Olhos • Aparelho Locomotor
• Nariz • SNC
• Orelhas/ouvido
• Orofaringe
• Aparelho Respiratório
• Aparelho Cardiovascular
• Aparelho Digestório
ISDA
ISDA
Pontos importantes
• Febre
• Aferida?
• Quando?
• Algum padrão?

• Emagrecimento
• Quantos kg?
• Em quanto tempo?
ISDA
Pontos importantes
• Sudorese
• Em que período do dia?
• Sempre teve?
• Quanto de suor?

• Urina e fezes
• Coloração
• Odor
• Frequência (comparar com o normal)
• Fezes bóiam?
CASO CLÍNICO 1
• Pele e anexos: rash e prurido, há cerca de 4 meses, que se mantiveram por certo
tempo
• Cabeça/Olhos/Nariz/Orelhas/ouvido: ndn
• Orofaringe: pirose
• Aparelho Respiratório: ndn
• Aparelho Cardiovascular: diz ter ficado mais “veiudo” (sic) nos últimos meses
• Aparelho Digestório: empachamento e pirose, diarreias eventuais, que não o
preocupam
CASO CLÍNICO 1
•Aparelho Urinário: disúria
• Aparelho Reprodutor: ndn
• Aparelho Locomotor: ndn
• SNC: ndn
AP
• Cirurgias
• Comorbidades
• Medicamentos
• Alergias
• Hábitos
AP
• Outras moléstias
 Desde quando?
 Tratada?

• Atividade física
 Tempo ideal de atividade física: 30 minutos de atividade de intensidade moderada por pelo menos 5
dias na semana

• Outros pontos
• Condições sociais de habitação
• Condições de trabalho e ocupação
AP
• Tabagismo
• Anos-maço: nº maços/dia x qnt de anos que fumou

• Etilismo
• OMS: consumo aceitável é de até 15 doses/semana para os homens e 10 doses/semana para as
mulheres (1 dose = 8 a 13 g de etanol, aproximadamente 285 mL de cerveja, 120 mL de vinho e 30
mL de destilado – whisky, vodka, pinga).
• Os homens não devem ultrapassar o consumo de 3 doses diárias de álcool e as mulheres 2 doses
diárias, devendo tanto homens quanto mulheres abster-se de beber por pelo menos dois dias na
semana
CASO CLÍNICO 1
AP
Nega comorbidades
Nega alergias
Nega cirurgias
Etilismo importante (0,5L de pinga por dia)
Nega tabagismo
AF
Mãe
Pai
Irmãos
Filhos

• Neoplasias (principalmente câncer de mama e colorretal), diabetes mellitus, asma,


dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica, doença coronária precoce em parentes
de 1º grau (homem com menos de 45 anos e mulher com menos de 55 anos),
tuberculose ou distúrbios psiquiátricos na família.
CASO CLÍNICO 1
AF
Mãe viva e sadia.
Não conheceu o pai.
Um irmão faleceu de diarreia (sic) na infância. Um irmão faleceu de câncer nos rins.
Duas irmãs vivas e sadias.
CASO CLÍNICO 1
Quais suas impressões?
Consegue pensar em possíveis diagnósticos?
Esses diagnósticos alterariam sua conduta como farmacêutico?

Falta alguma informação?


CASO CLÍNICO 1
ID
Paciente JBZ, gênero masculino, pardo, 42 anos, trabalha com agricultura familiar,
evangélico.
Completou o ensino fundamental.
Amasiado, 4 filhos (15, 13, 9 e 7 anos).
Natural e procedente de Jacobina, interior da Bahia.
CASO CLÍNICO 1
AP
Trabalha na roça, em contato com a terra diariamente. Possui animais de grande
porte para auxiliá-lo nas tarefas.
Banheiro fora da casa, com fossa.

Possui água encanada e luz elétrica.

Em seu tempo livre, além de ir ao bar da cidade, brinca com os filhos, principalmente
os mais novos, indo às matas e lagoas da região para se refrescarem do calor.
COMUNICAÇÃO
ENCERRANDO A ENTREVISTA
• Tem algo que queira me falar?
EXAME FÍSICO
EXAME FÍSICO GERAL

Exame
Físico Geral

Quantitativo Qualitativo
ANTES DISSO...
CASO CLÍNICO 1
CASO CLÍNICO 1
Muda algo?
O que você mudaria em sua conduta farmacêutica?
Consegue pensar nos possíveis diagnósticos agora?
CASO CLÍNICO 1
Trabalhador rural/morador rural
Procedente do interior da Bahia
Pirose/empachamento
Etilista
Ascite
Circulação colateral (“veiúdo”)
CASO CLÍNICO 1
Rash cutâneo
Prurido

Acute schistosomiasis syndrome — Acute schistosomiasis syndrome (known


as Katayama fever) is a systemic hypersensitivity reaction to schistosome
antigens and circulating immune complexes that occurs three to eight weeks
after infection. m. The onset of clinical manifestations coincides with the
beginning of egg production, a period of rapid increase in antigen burden.
CASO CLÍNICO 1
Disúria

In early chronic infection, the eggs provoke granulomatous inflammation,


ulcerations, and development of pseudopolyps in the vesical and ureteral
walls, which may be observed on cystoscopy and mimic malignancy. Biopsy of
such lesions in the setting of suspected malignancy can lead to unexpected
visualization of schistosome eggs.
CASO CLÍNICO 2
ANAMNESE
ID: M.A.D.S, 52 ANOS, NATURAL DE ARACAJU, PROCEDENTE DE SÃO PAULO
CAPITAL, EVANGÉLICA, VIÚVA, TRABALHA COMO AJUDANTE DE COZINHA
QD: DOR NA BARRIGA HÁ 3 MESES, COM PIORA HÁ 1 DIA.
ANAMNESE
HPMA: PACIENTE COM DOR EM REGIÃO ABDOMINAL NO HIPOGASTRO E EM
AMBAS AS FOSSAS ILÍACAS, COM IRRADIAÇÃO PARA DORSAL. PACIENTE REFERE
QUE APRESENTAVA ESSA DOR HÁ 3 MESES MAS DE MENOR INTENSIDADE E QUE
MELHORAVA COM IBUPROFENO DE USO DIÁRIO. DOR DE ALTA INTENSIDADE, EM
PONTADAS SEM FATORES DE MELHORA E QUE PIORA COM A ALIMENTAÇÃO HÁ 1
DIA. REFERE DISPNEIA, NÁUSEAS E VÔMITOS COM COLORAÇÃO ESCURECIDA HÁ
1 DIA.
DOR
INÍCIO há 3 meses
LOCALIZAÇÃO hipogastro e fossas ilíacas
DOR
INÍCIO há 3 meses
LOCALIZAÇÃO hipogastro e fossas ilíacas
INTENSIDADE alta intensidade (9/10?)
CARACTERÍZAÇÃO em pontada
IRRADIAÇÃO para lombar
DURAÇÃO constante
PERIODICIDADE todo o tempo
FATOR DE PIORA comer
FATOR DE MELHORA tomar ibuprofeno
FATOR QUE ACOMPANHA dispneia, náuseas e vômitos com coloração escurecida
ANAMNESE
ISDA:
 SISTEMA DIGESTÓRIO: náuseas e vômitos com coloração escurecida

 SISTEMA RESPIRATÓRIO: dispneia há um dia

AP: SEM COMORBIDADES ASSOCIADAS. TABAGISTA 39 ANOS-MAÇO, NEGA


ALERGIAS, NEGA CIRURGIAS PRÉVIAS

AF: PAI CARDIOPATA, MÃE DIABÉTICA


CONDUTA FARMACÊUTICA
O que você faria?

Alguns pontos que valem esclarecer...


- Viúva há quanto tempo? Pode ser estresse?
- Como tomava o AINE? Por quanto tempo tomou?
Indução
Fosfolípides
Ácido Araquidônico Inibidores
seletivos

COX-1 COX-2
Constitutiva Induzível
AINE clássicos Macrófagos
Monócitos
Cel. Endot.
Fibroblastos
Estômago Rim Endotélio Plaquetas
Tecidos
PGI2/PGE2 PGI2/PGE2 PGI2 TXA2 Inflamados
+
Citoproteção Fluxo hemostasia SNC (dor/febre)
gástrica sang. renal PGE2 / PGI2

Efeitos Fisiológicos Febre, dor, inflamação


Fosfolipídeos
Radicais Livres
PLA2
Expr. Molec. Adesão
iNOS
Ácido Araquidônico TNF-a / IL-1
Apoptose
AINEs
COX LO

PGE2, PGD2, PGF2a LTB4, LTC4


Tromboxano (TXA2) LTD4, LTE4)
Prostaciclina (PGI2)
RISCO GASTRINTESTINAL
DIAGNÓSTICO
TC ABDOME E PELVE COM GRANDE QUANTIDADE DE LÍQUIDO LIVRE NA
CAVIDADE, PRESENÇA DE PNEUMOPERITÔNIO VIA RX.

INDICADO LAPAROTOMIA EXPLORADORA (abertura cirúrgica da cavidade


abdominal)
Abdome agudo perfurativo (úlcera gástrica de 11cm em parede anterior pré-pilórica
perfurada)
ABDOME AGUDO
A característica radiológica de perfuração de víscera oca é a presença de ar e/ou líquido na
cavidade peritoneal, no retroperitônio e, com menor freqüência, nas paredes de órgãos e
outras estruturas. A perfuração de uma víscera oca leva à formação de pneumoperitônio em
75% a 80% dos casos.
As perfurações gastroduodenais são causadas por lesões pépticas agudas ou crônicas,
neoplasias e traumatismos, sendo a etiologia mais comum a úlcera crônica. Embora a
perfuração possa ser a primeira manifestação da doença ulcerosa crônica, 2/3 dos doentes
costumam apresentar sintomas prévios.
A perfuração da úlcera péptica é responsável por 5-10% das cirurgias abdominais de
urgência. Caracteriza-se pela ruptura da lesão, com extravasamento do conteúdo digestivo
(alimentos e suco gástrico, etc).
Pode ser decorrente de úlceras agudas (história de Etanol, corticoterapia, antinflamatórios,
aas), ou úlceras de evolução crônica, cujos sintomas habituais subitamente mudam, com
exacerbação da dor, desaparecimento dos movimentos peristálticos e sinais de peritonite. No
exame físico observa-se defesa involuntária, com contratura de todo abdome. Além disso,
existe a diminuição ou paralisação dos movimentos peristálticos, distensão abdominal e com a
evolução, sinais de septicemia.
OBRIGADA

Você também pode gostar