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E-Tec – IFRN / RN

Curso Técnico em Segurança do Trabalho


Disciplina: Higiene Ocupacional I
Aula 2 – Instrumentação em Agentes Químicos
Autor: Miguel Cabral
Email: Miguel.cabral@ifrn.edu.br
Revisor: Cristinara

Aula 2 – Instrumentação em Agentes Químicos

Apresentação

Nesta aula, você verá os conceitos essenciais ao entendimento dos agentes


químicos, assim como suas classificações e características. Também serão
abordadas as principais vias de penetração no organismo. Além disso, você verá a
instrumentação e técnicas utilizadas no Brasil para avaliação de gases e vapores em
ambiente laboral. Por fim, serão evidenciados os procedimentos técnicos de
avaliação da exposição do trabalhador aos agentes químicos por meio de técnicas
diversas.

Objetivos

 Reconhecer a importância do estudo da Segurança do Trabalho.


 Identificar os conceitos básicos relativos à disciplina.

3.1 Para começo de conversa...


Caro aluno do curso técnico de Segurança do Trabalho, pelas normas
regulamentadoras (NR), agentes químicos fazem parte da NR 9, que trata do
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, item 9.1.5.2. Em que traz o seguinte
conceito:

“Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que


possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de
exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou
por ingestão”.
Para entendimento maior do assunto abordado veremos mais algumas notas
sobre agentes químicos:

São conhecidas algo em torno de 100 mil substâncias químicas, estima-se


que mais de 6 mil sejam tóxicas, conforme ACGIH e a NIOSH. Sabe-se também que
existem mais de 3 milhões de compostos químicos. A ACGIH apresenta TLV (limite
de tolerância) para 600 e a NR-15 possui LT para aproximadamente 200.
Os produtos químicos apresentam-se na natureza em três estados:

GÁS: monóxido de carbono, dióxido de enxofre, amônia, etc.;


SÓLIDO: soda cáustica em escamas, pós, poeiras de sílica e de cereais, etc.;
LÍQUIDO: ácidos, álcalis, solventes, etc.

Tal como os riscos físicos, os riscos químicos podem atingir também pessoas
que não estejam em contato direto com a fonte do risco, e em geral provocam
lesões mediatas (doenças). No entanto, eles não necessariamente demandam a
existência de um meio para a propagação de sua nocividade, já que algumas
substâncias são nocivas por contato direto.
Tais agentes podem se apresentar segundo distintos estados: gasoso,
líquido, sólido, ou na forma de partículas suspensas no ar, sejam elas sólidas (poeira
e fumos) ou líquidas (neblina e névoas). Os agentes suspensos no ar são chamados
de aerodispersóides.
As substâncias ou produtos químicos que podem contaminar um ambiente de
trabalho classificam-se basicamente em: Aerodispersóides e Gases e Vapores.

A ACGIH classifica os particulados em três grupos:

INALÁVEL: material particulado com diâmetro menor que 100 nm que entram
através da boca e nariz;
TORÁXICO: partículas com diâmetro menor que 25 nm que se alojam no sistema
respiratório superior;
RESPIRÁVEL: partículas com diâmetro menor que 10 nm que se alojam nos
alvéolos pulmonares.
3.2 Instrumentação em agentes químicos
Agentes químicos são substâncias, compostos ou produtos que possam
penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas,
neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por
ingestão.

3.2.1 Órgãos de pesquisa e estudos dos diversos agentes químicos


ACGIH – é uma associação profissional nos Estados Unidos e não um órgão
ou agência do governo, equivalente a ABHO no Brasil. Emite LT (TLV) para
substâncias químicas e agentes físicos e índices biológicos de exposição (BEI).
NIOSH – faz estudos de toxidade de produtos e derivados químicos;
OSHA – é a instituição que determina as condições a serem exigidas em
ambientes de trabalho;
EPA – estabelece regulamentação para determinados lugares públicos;
AIHA – publica diretrizes referentes à exposição humana a determinados
produtos;
ASHRAE – recomenda taxas de ventilação para ambientes internos;
ASTM – possui uma subcomissão que trata das condições a serem mantidas
no ar interno.

3.2.2 Vias de penetração no organismo

a) VIA RESPIRATÓRIA
Num dia de 8 h de trabalho ou 40 h semanais, um indivíduo respira, em
média, cerca de 8 m3 de ar. Como a maioria dos agentes químicos se encontra
suspensa ou dispersa no ar ambiente de trabalho, sob forma de poeiras, gases ou
vapores, a via respiratória torna-se a mais freqüente para a penetração desses
agentes no organismo.
b) VIA CUTÂNEA
Diversos solventes industriais, fenóis, alguns pesticidas e outras substâncias
possuem a propriedade de penetrar no organismo através da pele, produzindo
intoxicações no trabalhador.
c) VIA DIGESTIVA
É a menos frequente, este tipo de penetração só ocorre acidentalmente nos
casos em que o trabalhador come, bebe ou fuma num ambiente de trabalho
contaminado.

3.2.3 Classificação dos agentes químicos

 Características tóxicas
 Características físicas dos contaminantes atmosféricos
 Quanto aos efeitos fisiológicos dos contaminantes atmosféricos

3.2.3.1 Características Tóxicas


Tóxica: quando introduzida em um organismo vivo e por ele absorvida, pode
provocar desde pequenas alterações morfológicas ou funcionais, que possam
colocar em perigo a saúde desse organismo, até grandes desequilíbrios que possam
levar esse organismo à morte.
As intoxicações ou envenenamentos podem ser classificados:
Origem: em ambientais, medicamentos e alimentares;
Local de ação: em sistêmicos e locais (que podem ser em nível de células, órgãos e
sistema), etc.
As intoxicações podem ser: agudas e crônicas
AGUDAS são aquelas que, em um tempo muito curto, provocam alterações
profundas no organismo humano. São causadas por contaminantes muito tóxicos ou
por outros que, embora menos tóxicos, se encontram em altas concentrações no
ambiente.
CRÔNICAS podem produzir danos consideráveis no organismo, porém a
longo prazo. Originam-se normalmente de exposições contínuas a baixos níveis de
concentração.

3.2.3.2 Características Físicas dos Contaminantes Atmosféricos

O ar atmosférico é composto de: 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e o


restante por outros gases entre eles o gás carbônico (0,03%) e vapor d’água.
Contaminantes Atmosféricos são substâncias encontradas na mistura do ar
atmosférico que estão acima dos limites normais ou existir outra substância.
A Classificação dos Contaminantes Atmosféricos se dá em:
GASES: são moléculas de substâncias que se dispersam e se misturam com
o ar. Exemplos: CO2, H2S.
VAPORES: são moléculas de substâncias que se dispersam e se misturam
com o ar, mas que, em condições ordinárias de temperatura e pressão podem
facilmente condensar-se para formar líquidos ou sólidos. Exemplos: a água de 0º a
100º C. Uma característica importante é que, em recintos fechados, eles podem
alcançar uma concentração máxima, que não é ultrapassada, chamada saturação.
AERODISPERSÓIDES: são dispersões de partículas sólidas ou líquidas, de
dimensões bastante reduzidas (abaixo de 100 ppm) que se podem manter por longo
tempo em suspensão no ar. Exemplos: poeiras, fumos.

3.2.3.3 Quanto aos efeitos fisiológicos dos contaminantes atmosféricos

 Irritantes
 Asfixiantes
 Narcóticos
 Intoxicantes sistêmicos
 Material particulado

a) Irritantes – são devidos aos efeitos químicos ou corrosivos de inflamação nos


tecidos com os quais entram em contato. Atuam sobre os tecidos de revestimentos
ou epiteliais, como pele, mucosas das vias respiratórias, conjuntiva ocular.
Podem ser: Primários e Secundários

 Irritantes primários
Exercem apenas ação local.
Atuam sobre a membrana mucosa do aparelho respiratório e sobre os olhos,
levando à inflamação, hiperemia (avermelhamento), desidratação, destruição da
parede celular, necrose (destruição) e ao edema (inchação).
Dentro do aparelho respiratório, o local da ação dos irritantes primários
dependerá da solubilidade dos mesmos em água. Os mais solúveis são absorvidos
pelas vias aéreas superiores, dissolvendo-se na água presente nas mucosas,
causando irritação. Os menos solúveis serão pouco absorvidos pelas vias aéreas
superiores, alcançando o tecido pulmonar, onde produzem seu efeito.
Na exposição imediata ou aguda, estes agentes provocam nas vias aéreas
superiores: rinite, faringite, laringite, com quadro clínico de dor, coriza, espirros,
tosse e irritação. Nas vias aéreas inferiores, eles provocam: bronquite,
broncopneumonia e edema pulmonar, com quadro clínico de tosse e dispnéia
(dificuldade para respirar).
Na exposição prolongada a baixas concentrações, os gases e vapores
irritantes provocam: bronquite crônica, conjuntivite.
A intensidade da irritação dessas substâncias depende de:
1. Concentração da substância no ar e da duração da exposição
2. Propriedades químicas: por exemplo, a solubilidade em água.
3. Exposições repetidas: mesmo em baixas concentrações, certos gases irritantes
provocam alterações tissulares, bioquímicas e funcionais das vias respiratórias.
4. Fatores anatômicos, fisiológicos e genéticos que podem influenciar o sítio de
ação.
5. Interação química: a inalação simultânea de outro agente tóxico em forma de
aerossol pode modificar a toxicidade dos gases e vapores irritantes.
Exemplos: ácidos, amônia, cloro, soda cáustica, dióxido de enxofre, óxidos de
nitrogênio, etc.

 Irritantes secundários
Ação geral e sistêmica. São substâncias químicas que, além de ocasionarem
irritação primária nas mucosas de vias respiratórias e conjuntivas, são absorvidas e
distribuídas, indo atuar em outros sítios do organismo, como sistema nervoso e
sistema respiratório.
Exemplo: gás sulfídrico (H2S).

b) Asfixiantes – são substâncias químicas que levam o organismo à deficiência ou


privação de oxigênio, sem que haja interferência direta na mecânica da respiração.
São subdivididas em: simples e químicos
 Asfixiantes simples
São gases fisiologicamente inertes, cujo perigo está ligado à sua alta
concentração, pela redução da pressão parcial de oxigênio. São substâncias
químicas que têm a propriedade comum de deslocar o oxigênio do ar e provocar
asfixia pela diminuição da concentração do oxigênio no ar inspirado, sem
apresentarem outra característica em nível de toxicidade.
Exemplos: etano, metano, propano, butano, GLP, acetileno, nitrogênio, hidrogênio,
etc.

 Asfixiantes químicos
São substâncias que produzem asfixia mesmo quando presentes em
pequenas concentrações, porque interferem no transporte do oxigênio pelos tecidos.
São substâncias que produzem anóxia tissular (baixa oxigenação dos tecidos), quer
interferindo no aproveitamento de oxigênio pelas células.
Exemplo: monóxido de carbono (CO).

c) Narcóticos – são gases e vapores de drogas que atuam sobre o sistema nervoso
central, e quando absorvidos pelo sangue, produzem efeito anestésico, como
sonolência, diminuição na sensibilidade e perceptividade, podendo levar à parada
cardíaca, parada respiratória e morte.
Exemplos: éter etílico, acetona.

d) Intoxicantes sistêmicos – quando ao penetrarem no organismo e serem


absorvidos, provocam alterações funcionais ou morfológicas em determinados
órgãos do corpo humano. São representados por compostos que tanto podem
causar intoxicações agudas como crônicas.
Exemplo: o benzeno intoxicação aguda – reação excitação, sudorese intensa;
intoxicação crônica – alteração na medula óssea.

e) Material particulado – são os materiais que mesmo sob a forma de partículas


sólidas ou líquidas, de dimensões reduzidas, não chegam a penetrar no organismo e
ser absorvidos, isto é, não são intoxicantes sistêmicos.
Exemplo: poeiras de madeira, pólens.
3.3 Instrumentação em agentes químicos

3.3.1 Tubos colorimétricos

Os tubos colorimétricos são os instrumentos mais amplamente utilizados para


a detecção de gases e vapores. O método utilizado nos indicadores colorimétricos é
bastante simples: consiste fundamentalmente em se passar uma quantidade
conhecida de ar por meio de um tubo, contendo reagente sólido, o que produzirá
uma alteração de cor, caso a substância contaminante esteja presente

Figura 3.1: tubos colorimétricos


Fonte: http://www.msanet.com/brazilcatalog/product500535_pt_BR.html

A concentração do contaminante é então mediamente determinada pela


comparação da intensidade da coloração obtida com escalas padronizadas.
 Seguir número de insuflamentos pré-determinados;
 Comparar mudança de coloração com escala padrão

As bombas são utilizadas para tubos de amostragem instantânea ou contínua.


O propósito da bomba é fazer escoar através do tubo certa quantidade de ar. Uma
bomba utilizada para amostragem instantânea puxa um volume constante de ar em
cada bombada. Um problema crítico é a incompatibilidade entre tubos e bombas de
diferentes fabricantes, já que, os fabricantes fazem bombas apropriadas para uso
com seus próprios tubos.
Figura 3.2: bomba de insuflamento de tubo colorimétrico
Fonte: apostila de agentes químicos

3.3.2 Fatores que podem influenciar na leitura incorreta dos resultados

 Falta de cuidado no armazenamento e curto período de utilização;


 Aspiração incorreta por perda de estanqueidade;
 Possibilidade de contaminação por outros contaminantes;
 Pouca especificidade das reações químicas;
 Coloração dos tubos não ocorrer de maneira uniforme

3.3.3 Metodologia de avaliação de gases e vapores com bomba de


insuflamento e tubos colorimétricos

 A bomba utilizada deve ter certificado de calibração, se não tiver a avaliação


não será válida;
 Verificar o ponto de estanqueidade;
 Quebrar as extremidades do tubo;
 Captar o ar para o amostrador dentro da zona respiratória do funcionário
 Utilização de pelo menos 10 amostragens por posto de trabalho;
 Executar o número de insuflamentos de acordo com o especificado no próprio
tubo;
 Deverá haver um intervalo de no mínimo 20 minutos de uma amostrar para
outra;
 Realizar a leitura do tubo colorimétrico logo após o término dos insuflamentos;
 Fazer a média aritmética do número de amostragens.
3.3.4 Dosímetro passivo
Os dosímetros passivos são dispositivos capazes de fixar compostos gasosos
ou vapores da atmosfera, a uma taxa controlada por processos físicos, tais como
difusão e permeação, não envolvendo o movimento ativo do ar através do
amostrador, ou seja, não necessitando de bomba de sucção para forçar o ar a ser
amostrado. A utilização dos amostradores passivos para o monitoramento de SO2 e
outros compostos (gases ou vapores) tem se tornado uma alternativa bastante
promissora devido às vantagens que estes apresentam quando comparados com as
técnicas ativas convencionais: são mais simples, de custo bem mais reduzido (por
não necessitarem de bateria ou bombeamento externo), exigem pouca manutenção,
não dependem de calibração de fluxos de ar, são de fácil operação e bem aceitos
pelos seus usuários em ambientes de trabalho, por serem leves e de tamanho
reduzido.

Figura 3.3: amostrador passivo


Fonte: http://www.cientifica.srv.br/equipamentos.html

Os resultados das medidas passivas são fornecidos na forma de


concentração média ponderada por tempo, sendo desnecessário o conhecimento do
volume de ar amostrado. Estas características tornam este tipo de amostrador
adequado não apenas para o monitoramento da exposição pessoal, mas também
para aplicações no ar ambiente, inclusive em áreas remotas onde não há
disponibilidade de energia elétrica e portanto outras técnicas não podem ser usadas.

Por outro lado, estes amostradores apresentam algumas desvantagens, tais


como:
 Não fornecem concentrações instantâneas;
 Não estão disponíveis comercialmente para um grande número de
componentes atmosféricos, não permitem alteração na taxa de amostragem,
o que impossibilita concentrar ou diluir o gás ou vapor durante a amostragem;
 Não possuem adequada sensibilidade quando expostos por curto tempo.

3.3.5 Bomba gravimétrica

Consiste em uma bomba de uso individual alimentada por baterias


recarregáveis e capacidade de vazão de 0 a 3 l/min, devendo possuir recurso de
baixa vazão de 0 a 1 l/min, vez que várias coletas de gases e vapores exigem essa
faixa. Outra alternativa é a utilização de redutores de vazão que podem ser
adquiridos como acessórios destes equipamentos.

Figura 3.4: bomba gravimétrica


Fonte: www.nrsgestao.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=71&Itemid=26

As bombas gravimétricas são constituídas dos seguintes elementos


fundamentais:
• Sistema de aspiração
• Sistema filtrante
• Sistema separador de tamanho de partícula

a) Sistema de aspiração

O sistema de aspiração está constituído por uma bomba de sucção, que


trabalha tanto em alta como em baixa vazão. Trata-se de equipamento portátil leve,
autônomo, que funciona a bateria carregável e blindada, o que permite que seja
utilizada, inclusive, em ambientes onde se presume que existe risco de explosão, ou
também com pilhas comuns.

b) Sistema filtrante

São usados filtros de um tipo de plástico (ésteres de celulose) de um tamanho


de poro que permite a captura de partículas, numa faixa importante do ponto de vista
da retenção no tecido pulmonar (0,5 - 10μ).

O filtro é colocado em um porta-filtro, conectado de um lado, ao separador de


um tamanho de partículas (ciclone) e, do outro à bomba de sucção.

c) Ciclone respirável

O ciclone é um separador de partículas que funciona pela rotação do fluxo


vertical de ar dentro da câmara. As partículas grandes não possuem inércia
suficiente para acompanhar o fluxo de ar, sendo arremessados contra a parede do
ciclone e posteriormente recolhidas na base do equipamento.

O funcionamento do ciclone é caracterizado por sua curva de eficiência de


coleta com ponto de corte em 50%. O ponto de corte define em qual tamanho de
partícula ocorre a separação entre grandes e pequenas e, é função da vazão de
amostragem, tamanho dos dutos e da câmara.

Figura 3.5: ciclone respirável

Fonte: http://www.servitenge.com.br/equipamentos-avaliacao-ambiental.php

Assim, a vazão da bomba numa coleta de poeira total é dada em função do


ciclone utilizado. No caso de utilização do ciclone de nylon de 10 m a vazão de
amostragem é de 1,7 L/min; para o ciclone de alumínio a vazão é de 2,5 L/min e
para o ciclone de plástico condutivo a vazão é de 2,75 L/min.
As técnicas de amostragem seletiva por tamanho de partícula para poeiras
começaram a ser desenvolvidas entre as décadas de 50 e 60, motivadas pelos
efeitos à saúde dos trabalhadores. A primeira classificação adotada foi de poeira
respirável, em razão da silicose.

O British Medical Research Council (BMRC), em 1952, definiu poeira


respirável como sendo aquela fração de poeira suspensa na atmosfera que atinge a
região alveolar, adotando o elutriador horizontal como dispositivo padrão a ser
utilizado para separar tais partículas. Aquele elutriador deveria deixar passar, para o
filtro de coleta, 50% das partículas com diâmetro aerodinâmico de 5µm, conforme a
tabela a seguir.

Tabela 3.1: Diâmetro das partículas x eficiência de amostragem

Diâmetro aerodinâmico das partículas Eficiência de amostragem (%)


(µm)

2,2 10

3,2 20

3,9 30

4,5 40

5,0 50

5,5 60

5,9 70

6,3 80

6,9 90

7,1 100
Resumo

Se faz necessário o profissional da área de segurança do trabalho ter conhecimento


no processo de instrumentação de Higiene ocupacional, logo através desta aula é
adquirido as técnicas de como se avaliar trabalhos que tenham agentes químicos,
desde uma análise de risco até sua medição no ambiente ocupacional através de
equipamentos específicos.

Atividade Avaliativa

1) Comente um pouco a respeito do sistema de aspiração.

2) Quais as principais características do ciclone respirável?

3) Como é a metodologia de avaliação de gases e vapores?

4) O que são os tubos colorimétricos?

5) Qual diferença entre Asfixiantes simples e Químicos?


Referências

Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. NRS- Normas Regulamentadoras de


Segurança e Saúde do Trabalho.

Sites com acesso em 26/12/2012:

http://www.msanet.com/brazilcatalog/product500535_pt_BR.html

http://www.cientifica.srv.br/equipamentos.html

www.nrsgestao.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=71&It
emid=26

http://www.servitenge.com.br/equipamentos-avaliacao-ambiental.php

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