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SAÚDE DO

TRABALHADOR
AGENTES BIOLÓGICOS E
AGENTES QUÍMICOS
CONCEITOS BÁSICOS
• Agentes biológicos (patógeno) - animais, plantas e outros
seres vivos (bactérias, fungos, protozoários etc.) que
potencialmente podem causar doenças ou lesões, em
graus variados, aos seres humanos ou a outros
organismos.

• Vetor - ser vivo (notadamente os insetos) que veicula um


determinado patógeno a outro ser vivo (como é o caso dos
mosquitos dos gêneros Anopheles, Aedes, Culex,
Phlebotomus etc.)
CLASSIFICAÇÃO
• Grupo 1 - Agente biológico cuja probabilidade de causar
doença no ser humano é baixa.

• Grupo 2 - Agente biológico que pode causar doenças no


ser humano e constituir um perigo para os trabalhadores,
sendo escassa a probabilidade de se propagar na
coletividade e para o qual existem, em regra, meios
eficazes de profilaxia ou tratamento.
CLASSIFICAÇÃO
• Grupo 3 - Agente biológico que pode causar doenças no
ser humano e constituir um risco grave para os
trabalhadores, sendo susceptíveis de se propagar na
coletividade, mesmo que existem meios eficazes de
profilaxia ou de tratamento.

• Grupo 4 - Agente biológico que causa doenças graves no


ser humano e constitui um risco grave para os
trabalhadores, sendo susceptível de apresentar um
elevado nível de propagação na coletividade e para o
qual não existem, em regra, meios eficazes de profilaxia
ou de tratamento.
ANEXO I – CLASSE DE RISCOS DOS
AGENTES BIOLOGICOS
PRINCIPAIS PATÓGENOS

• Bactérias são
consideradas como
sendo o que abrange o
maior número de
patógenos conhecidos
PRINCIPAIS PATÓGENOS
• Vírus podem ser incluídos na
categoria de recordistas em
doenças causadas por
agentes biológicos por causa
da riqueza de representantes
patogênicos, embora os vírus
não tenham qualquer
classificação biológica em
reinos.
PRINCIPAIS PATÓGENOS
• Protozoários patogênicos,
com ou sem vetor
conhecido. São doenças
causadas por
protozoários: disenteria
amebiana, giardíase,
doença de Chagas,
malária
PRINCIPAIS PATÓGENOS
• Fungos, mofos e bolores
patogênicos, causadores de
simples moléstias cutâneas
como micoses
(dermatofitoses) ou de
doenças raras e de alta
letalidade como
pneumomicose.
PRINCIPAIS PATÓGENOS
• Vermes são patógenos
caracteristicamente internos
(endoparasitas), veiculados por
água e alimentos contaminados.

• Verminoses conhecidas no Brasil


incluem barriga d’água, solitária,
lombrigueiro, amarelão, bicho-
geográfico, oxiúro e elefantíase
PRINCIPAIS PATÓGENOS
• Parasitas externos
(ectoparasitas) incluem
organismos (geralmente
artrópodes, tanto insetos
quanto aracnídeos) que se
desenvolvem sobre a pele
ou em túneis dentro dela.
VIAS DE TRANSMISSÃO
Água é o meio mais eficiente para disseminação dos
patógenos.

Ela pode veicular patógenos pelos alimentos


contaminados, por sua ingestão direta, por
contaminação nos centros de abastecimento, através de
piscinas, refeitórios, vestiários, quadras etc.

Como variações do meio aquoso podemos citar os


líquidos e fluidos corporais como o sangue, a saliva, o
sêmen, o suor, a lágrima e o muco vaginal.
VIAS DE TRANSMISSÃO
O solo também é veiculador de patógenos.

Os agentes biológicos podem estar contidos


diretamente nele, como larvas de vermes, por
exemplo, ou contaminar alimentos a partir do
contato com áreas contaminadas
VIAS DE TRANSMISSÃO
O ar em si não é veiculador de qualquer patógeno.

As partículas em suspensão na atmosfera, porém, podem ser meios


de cultura de bactérias, vírus e fungos.

Após uma tosse ou um espirro, por exemplo, podem circular por um


ambiente por horas, podendo atingir várias pessoas.

Neste caso, representam locais propícios para a disseminação de


agentes biológicos os locais públicos e as vias de transporte,
particularmente aqueles em ambientes fechados ou parcialmente
confinados
VIAS DE PENETRAÇÃO

• Respiratória;

• Cutânea;

• Digestiva.
AGENTES QUÍMICOS
• Substâncias que reagem quimicamente com o
organismo humano provocando lesões imediatas ou a
médio e longo prazo

Essas reações dependem da:


• Composição;
• Concentração;
• Via de penetração;
• Tempo de exposição
AGENTES QUÍMICOS
• Eles podem ser classificados de diversas formas,
segundo suas características tóxicas, estado físico, etc.

• Os agentes químicos são encontrados em forma sólida,


líquida e gasosa.

• contaminantes atmosféricos – Quando os agentes


químicos se encontram em suspensão ou dispersão no
ar atmosférico
AGENTES QUÍMICOS
Estes contaminantes atmosféricos podem ser
classificados em:

• Aerodispersóides;

• Gases;

• Vapores.
AERODISPERSÓIDES
• São partículas sólidas ou liquídas dispersas no ar e que,
pelo seu tamanho diminuto, podem permanecer em
dispersão tempo suficiente para serem inaladas pelos
trabalhadores

São eles:
• Poeiras;
• Fumos;
• Nevoas ;
• Neblinas
POEIRAS
• São partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica
de sólidos

• São partículas geradas de operações mecânicas de


moagem, trituração, esmerilhamento
POEIRAS
As Poeiras podem ser classificadas em:

• Poeiras Minerais;

• Poeiras Vegetais;

• Poeiras Alcalinas;

• Poeiras Incômodas
POEIRAS
• Poeiras minerais
Ex: sílica, asbesto, carvão mineral.
• Consequências: silicose (quartzo), asbestose (amianto),
pneumoconiose dos minérios de carvão (mineral).
POEIRAS
• Poeiras vegetais
Ex: algodão, bagaço de
cana-de-açúcar.

• Consequências: bissinose
(algodão), bagaçose
(cana-de-açúcar) etc.
POEIRAS
• Poeiras alcalinas
Ex: calcário

• Conseqüências: doenças
pulmonares obstrutivas
crônicas, enfisema
pulmonar
POEIRAS
• Poeiras incômodas

• Consequências: interação com outros agentes nocivos presentes


no ambiente de trabalho, potencializando sua nocividade.
FUMOS
• Partículas sólidas produzidas
por condensação de vapores
metálicos.

• Ex: fumos de óxido de zinco


nas operações de soldagem
com ferro.

• Consequências: doença
pulmonar obstrutiva, febre de
fumos metálicos, intoxicação
específica de acordo com o
metal.
NÉVOAS

• Névoas
Partículas líquidas
resultantes da condensação
de vapores ou da dispersão
mecânica de líquidos.

• Ex: névoa resultante do


processo de pintura a
revólver, monóxido de
carbono liberado pelos
escapamentos dos carros.
OBSERVAÇÕES
O tempo que os aerodispersóides podem permanecer no ar
depende:

• do seu tamanho,
• peso específico (quanto maior o peso específico, menor o tempo
de permanência) e;
• velocidade de movimentação do ar.

Quanto mais tempo o aerodispersóides permanece no ar, maior é a


chance de ser inalado e produzir intoxicações no trabalhador.
OBSERVAÇÕES
• As partículas mais perigosas são as que se situam abaixo de 10 m,
visíveis apenas com microscópio.

• Estas constituem a chamada fração respirável, pois podem ser


absorvidas pelo organismo através do sistema respiratório.

• As partículas maiores, normalmente ficam retidas nas mucosas da


parte superior do aparelho respiratório, de onde são expelidas
através de tosse, expectoração, ou pela ação dos cílios
GASES
• São dispersões de moléculas no ar, misturadas completamente
a ele – o ar (o próprio ar é uma mistura de gases).

• Estado natural das substâncias nas condições usuais de


temperatura e pressão. Ex: GLP, hidrogênio, ácido nítrico,
butano, etc.

• Não possuem formas e volumes próprios e tendem a se


expandir indefinidamente.

• À temperatura ordinária, mesmo sujeitos à pressão fortes, não


podem ser total ou parcialmente reduzidos ao estado líquido.
VAPORES
• São também dispersões de moléculas no ar, que ao contrário
dos gases, podem condensar-se para formar líquidos ou
sólidos em condições normais de temperatura e pressão.

• Outra diferença importante é que os vapores em recintos


fechados podem alcançar uma concentração máxima no ar,
que não é ultrapassada, chamada de saturação. Os gases, por
outro lado, podem chegar a deslocar totalmente o ar de um
recinto.

• Ex: nafta, gasolina, naftalina, etc.


GASES E VAPORES -
CLASSIFICAÇÃO
• Irritantes: irritação das vias
aéreas superiores.

• Ex: ácido clorídrico, ácido


sulfúrico, soda cáustica,
cloro, etc.
GASES E VAPORES -
CLASSIFICAÇÃO
• Asfixiantes: dor de cabeça,
náuseas, sonolência,
convulsões, coma e morte.

• Ex: hidrogênio, nitrogênio,


hélio, metano, acetileno,
dióxido de carbono,
monóxido de carbono, etc.
GASES E VAPORES -
CLASSIFICAÇÃO
• Anestésicos: (a maioria solventes
orgânicos).

• Ação depressiva sobre o sistema


nervoso, danos aos diversos órgãos,
e ao sistema formador de sangue.

• Ex: butano, propano, aldeídos,


cetonas, cloreto de carbono,
tricloroetileno, benzeno, tolueno,
alcoóis, percloritileno, xileno, etc
FATORES QUE INFLUENCIAM A TOXICIDADE DOS
CONTAMINANTES AMBIENTAIS

Para avaliar o potencial tóxico das substâncias químicas, alguns


fatores devem ser levados em consideração:

• Concentração: quanto maior a concentração, mais rapidamente


seus efeitos nocivos manifestar-se-ão no organismo;

• Índice respiratório: representa a quantidade de ar inalado pelo


trabalhador durante a jornada de trabalho;
FATORES QUE INFLUENCIAM A TOXICIDADE DOS
CONTAMINANTES AMBIENTAIS

• Sensibilidade individual: o nível de resistência varia de


indivíduo para indivíduo;

• Toxicidade: é o potencial tóxico da substância no organismo;

• Tempo de exposição: é o tempo que o organismo fica exposto


ao contaminante
AGENTES QUÍMICOS –
MEDIDAS DE CONTROLE
• As medidas sugeridas a seguir pretendem dar apenas uma
ideia do que pode ser adotado, pois existe uma grande
quantidade de produtos químicos em uso e as medidas de
proteção devem ser adaptadas a cada tipo.
AGENTES QUÍMICOS –
MEDIDAS DE CONTROLE
1. Medidas de proteção coletiva
• Ventilação e exaustão do ponto de operação,

• substituição do produto químico utilizado por outro menos


tóxico,

• redução do tempo de exposição,

• estudo de alteração de processo de trabalho,

• conscientização dos riscos no ambiente.


AGENTES QUÍMICOS – MEDIDAS DE
CONTROLE
2. Medidas de proteção individual

• Fornecimento do EPI como medida


complementar (ex: máscara de
proteção respiratória para poeira,
para gases e fumos;

• luvas de borracha,

• Luvas de neoprene para trabalhos


com produtos químicos,

• afastamento do local de trabalho.

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