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Agentes Físicos

Calor
Ruído
Radiação ionizante

Medicina Ocupacional
Calor
Ambiente em condições
adversas

 Umidade relativa do ar elevada - prejudica a


evaporação.

 Ambiente de alta temperatura - prejudica a


irradiação e a condução. Ocorre perda de
calor somente pela evaporação.
Tolerância ao calor
 Toleram melhor o calor:
– Pessoas com maior capacidade de sudorese.
– Pessoas de maior capacidade aeróbica.
 Intolerantes ao calor:
– Os que suam pouco
– Os de baixa capacidade aeróbica
– Os obesos
– Os hipertensos
Aclimatização
 É o período durante o qual o organismo se adapta ao
calor, aumentando sua taxa de sudorese e reduz no
suor a sua concentração de eletrólitos.
 Primeiro período - 2 semanas: aumenta em até 6
vezes sua sudorese. Aumento da Aldosterona que
retém eletrólitos.
 Segundo período - 2 a 3 meses: Aumento da
capacidade aeróbica do trabalhador.
Danos à saúde do trabalhador
 Hipertermia ou intermação
 Hiponatremia
 Desidratação
 Dermatoses
 Queimadura
 Catarata
 Psiconeurose
 Comprometimento da produtividade e do trabalho
intelectual
Doenças contra-indicadas
 Obesidade
 Pneumopatias
 Hipertensão arterial
 Urolitíase
 Diabetes
 Nefropatias
 Cardiopatias
 Doenças psiquiátricas
 Dermatoses
 Alcoolismo
 Epilepsia
 Hipertireoidismo
 Maior de 45 anos (Exceto adaptados)
 Indivíduos portadores de baixa capacidade aeróbica (< 35 ml
de O2/Kg de peso. Ideal: >45 ml de O2/Kg de peso)
Medidas de Controle
Ambiental
 Interposição de barreiras (metal polido)
 Aumento da distância do trabalhador à fonte
 Redução do tempo de exposição à fonte
 Refrigeração do ar
 Diminuição da umidade do ar
 Mecanização do trabalho
 Ventilação do ambiente
Medidas Preventivas sobre o
empregado
 Seleção médica adequada
 Aclimatação
 Reposição hídrica e eletrolítica
 Pausas de recuperação
 EPI - Roupas adequadas
 Controle periódico
 Óculos com filtro infravermelho
Ruído

Impacto
Intermitente
Contínuo
Efeitos Nocivos do Ruído

 Sistema auditivo
 Extra auditivo
 Interferência na comunicação
 Rendimento no trabalho
Alterações Auditivas

 Fadiga Auditiva
 Trauma Acústico
 Perda Auditiva Induzida pelo
Ruído
Outras Causas de Perda
Auditiva
 Lesão do tímpano
 Lesões osteíticas da cadeia ossicular
 Fixação da cadeia ossicular
 Obstruções da janela redonda
 Obstrução tubária
 Presbiacusia
 Medicamentos Ototóxicos
 Parotidite epidêmica
 Encefalite virótica
 Hipo e hipertireoidismo
Atuação da Medicina
 É sobretudo preventiva.
 Exames médicos:
– Pré admissionais
– Periódicos
– Retorno ao trabalho
– Mudança de função
– Exame médico demissional
 Cálculo da perda Auditiva
 Encaminhamento para serviços especializados
– Otorrinolaringologista
– INSS
Radiação ionizante
 Constituida da emissão de três tipos de
partículas:
– Alfa, Beta e Gama

 Efeitos:
– Efetam células com alta reprodução:
• células sangüíneas, intestinais e reprodutoras
Intervalo

10 minutos
Agentes químicos

Gases
Benzeno
Tipos de gases
 Irritantes
 Asfixiantes
– Simples
– Químicos
 Narcóticos
 Tóxicos
Gases irritantes
 Produzem inflamação nos tecidos com os quais
entram em contato direto, tais como a pele, os olhos
e as vias respiratórias.
 Sintomas: ardor, lacrimejamento dos olhos, irritação
da garganta, tosse, sufocação, coriza, edema da
pálpebra, salivação.
 A agressão ao organismo vai depender da
concentração e da sua solubilidade em água.
Gases irritantes - Exemplos

Solubilidade Gás Efeito


em água
Alta Amônia Age no primeiro tecido úmido que encontrar
(mucosa nasal)
Moderada Cloro Em baixa concentração pode atuar somente nos
olhos e via respiratória alta.
Baixa Fosgênio, Não lesam muito a via respiratória alta e chegam
Dióxido de facilmente aos alvéolos pulmonares, resultando
nitrogênio em problemas mais graves como edema de
pulmão e pneumonite química.
Gases asfixiantes simples
 Substâncias que deslocam (retiram) o oxigênio do
ambiente.
 A presença simplesmente deste gás não causa
asfixia, desde que haja presença suficiente de O2.
 Para que haja asfixia, é necessário a concentração
do gás deve estar em torno de 33% na mistura do
ar, com baixo oxigênio.
Asfixiante simples
Gás carbônico – CO2

 A respiração torna-se mais profunda quando se


encontra na atmosfera em torno de 2% ou seja 2.000
ppm.

 Quando em exposição constante e em elevada


concentração, a taxa de hemoglobina e de células
vermelhas se elevam.
Asfixiantes simples
Hidrocarbonetos alifáticos

 São derivados do petróleo. Os elementos mais


baixo da série (metano, etano, propano e
butano) são gases e os acima do etano,
podem ser agrupados como anestésicos
gerais.
Asfixiantes simples

 Acetileno – C2H2
 Óxido nitroso – NO
 Nitrogênio N2
 Hidrogênio H2
Asfixiantes químicos

 Substâncias que ao ingressarem no


organismo interferem na oxigenação
dos tecidos. Podem causar asfixia
mesmo que haja suficiente
concentração de oxigênio no ar.
Asfixiantes Químicos
Monóxido de carbono – CO

 Tem a propriedade de fixar-se à


hemoglobina com uma afinidade de
210 a 300 vezes maior do que o
oxigênio, formando a
carboxihemoglobina
Asfixiante químico – CO

Ar
% Sintomas
ppm
50 7 Cefaléia discreta
100 12 Cefaléia moderada e tonturas
250 25 Cefaléia intensa, tonturas, confusão
mental
500 45 Náuseas vômitos e choque
1.000 60 Coma
10.000 95 Morte em 5 minutos
Asfixiante químico - Cianetos

 Tem a propriedade tóxica de inibir as enzimas da


cadeia respiratória celular (citocromoxidase),
impedindo a utilização de oxigênio pelas células.
 Apesar do O2 ser levado pela hemácia
(cianohemoglobina), não ocorre a sua liberação e
aproveitamento a nível celular e o sangue
permanece com alto teor de O2 mesmo na
circulação venosa, vindo a vítima apresentar o
aparecimento da cor vermelho-cereja na pele.
Gases narcóticos ou anestésicos

 Ação depressiva sobre o sistema nervoso central.


Induzem sintomas de anestesia quando inalados em
quantidades suficientes.
 Tricloroetileno – C2HCl3
 Tetracloroetano
 Tetracloreto de carbono – CCl4
Gases e vapores tóxicos
 Compostos tóxicos otoplasmáticos
– Agem diretamente sobre as células
(protoplasma). Mercúrio – Hg ,
Fósforo(P)
 Compostos organo-metálicos
 Chumbo tetraetila, Arsina, Níquel-carbonila
Compostos inorgânicos
hidrogenados

 Fosfina
– Aparelho respiratório e SNC
 Gás sulfídrico – H2S
– Irritante e atua sobre o SNC
Benzeno
Benzeno

 É um hidrocarboneto aromático, incolor,


inflamável, altamente volátil e lipossolúvel.
 Possui efeito depressor da hematopoiese, nas
exposições a longo prazo.
Benzenismo
Benzenismo

Representa a intoxicação crônica


ocasionada pelo benzeno
Leucopenia
Leucopenia

 Segundo a Sociedade Brasileira de


Hematologia e Hemoterapia, uma pessoa é
leucopênica quando tem
– menos de 3.600 leucócitos/mm3 para o sexo
masculino
– menos de 2.900 leucócitos/mm3 para o sexo
feminino.
Causas
Causas de
de leucopenia
leucopenia
 Infecções viróticas
 intoxicacões medicamentosas
 Raciais
 Esquistossomose(hiperesplenismo)
 Deficiência de ácido fólico e de vitamina
B12
 Doenças de auto-agressão
 Radiações ionizantes
Causas
Causas de
de leucopenia
leucopenia
(continuação)
(continuação)
 Doenças invasivas da medula óssea(câncer
de pulmão, mama, próstata, estômago,
desordens malignas da medula óssea).
 Tuberculose da medula óssea
 Intoxicações químicas(óxido nitroso, bismuto,
arsênico, dinitrofenol, DDT, benzeno)
 Congênita ou hereditária
 Má-nutrição protéico-calórica
 Fisiológica
Prevenção
Prevenção
 Uso de EPIs adequados
 Aplicação de tecnologia adequada a cada processo
de trabalho
 Treinamento da mão de obra
 Monitorização ambiental periódica pela higiene
industrial
 Realização dos exames periódicos
Intervalo

10 minutos
Broncopneupatias ocupacionais

 São doenças das vias aéreas,


parênquima pulmonar e pleura,
relacionados causalmente à
exposição no ambiente de trabalho a
pós, gases, vapores e fumos.
Reações brônquicas

 Broncoespásticas
– Asma ocupacional

 Inflamatórias
– Bronquites agudas produzidas por gases
irritantes
Reações parenquimatosas
Pneumoconioses segundo a reação
intersticial
 Inflamatórias
– Constituem as pneumonias intersticiais: Beriliose
(granulomatosa) e alveolites alérgicas extrínsecas
(pulmão do fazendeiro) e a abestose.

 Não inflamatórias ou fagocíticas


– Exuberantes (colágenas): silicose – caracterizada por
intensa proliferação colágena no intestício.
– Não exuberantes (não colágenas)– não exibem
proliferação conjuntiva e sim deposição de partículas
inertes no parênquima pulmonar: fibra de vidro, carvão
puro, talco, bário, ferro, estanho, cádmio e outros metais.
Reações parenquimatosas
Pneumociose segundo a origem
 Pneumoconioses orgânicas (causadas por poeiras minerais)
– Bissinose (poeiras de algodão, cânhamo, juta, sisal,etc.)
– Bagaçose (poeira de cana de açúcar)
– Suberose (poeira de cortiça)
– As reações de poeiras de madeiras, cereais
 Pneumoconioses inorgânicas
– Causadas por poeiras minerais: sílica livre (sio2 - silicose),
asbesto (asbestose), poeiras de carvão, óxido de ferro
(siderose), óxido de estanho (estanhose), sulfato de bário
(baritose).
 Pneumoconiose mistas
Outras reações pulmonares
 Reações pleurais
– Ocorre com freqüência na asbestose na forma de
placas que freqüentemente acompanham os
contornos da parede tóraco-diafragmática. Nem
sempre causam restrição importante.

 Tumores
– Ocorre com freqüência na asbestose tumores pleuro-
pulmonares. O mais freqüente é o Mesotelioma,
porém ocorre também o carcinoma broncogênico nos
trabalhadores expostos às fibras do asbesto.
Acompanhamento dos
empregados expostos

 Telerradiografia de tórax em PA anual


 Espirometria a cada 2 anos
 Exames clínicos de anual.
 Visitas técnicas dos médicos do trabalho e da
segurança do trabalho nos postos de trabalho
Prevenção e controle
 Substituição dos produtos
 Modificação dos processos
 Supressão da fonte de poeira
– umidificação
– Infusão de água
 Isolamento do processo
 Enclausuramento do processo
 Ventilação local exaustora
 Ventilação geral diluidora
 Precipitação eletrostática
 Utilização de EPI (máscaras)
 Programa de conservação respiratória
Intervalo

10 minutos
Agentes ergonômicos

DORT / LER
Lombalgia
Conceituação DORT

 São lesões, patologias ou síndromes que se


instalam insidiosamente em determinadas
regiões do corpo, decorrentes de trabalho
realizado de forma inadequada.
 O termo DORT/LER é genérico, devendo-se
procurar o diagnóstico específico.
Lesões mais freqüentes
 Punho: Tenossinovite dos flexores do punho e
dedos e dos extensores do carpo e dedos;
tendinite de De Quervain; síndrome do túnel
carpal.
 Cotovelo: epicondilites.
 Ombro: Tenossinovite do bíceps e tenidinite do
músculo supra espinhoso.
 Pescoço: Fibromialgia do trapézio e
esternocleidomastoídeo.
Principais fatores causadores
das LER

 Força excessiva
 Posturas inadequadas
 Repetitividade
 Compressão mecânica
 Repouso insuficiente para a recuperação dos
tecidos
Fatores de risco
 Posto de trabalho - Trabalhador pode adotar posturas
ou métodos de trabalho que agravem as lesões.
 Agentes físicos - frio, vibrações e pressões locais
sobre o tecido (ferramentas inadequadas).
 Carga osteomuscular - repetitividade, força, posição
do punho, método de trabalho.
 Carga estática
 Fatores organizacionais e psicossociais - ambiente
social e técnico do trabalho, carreira, carga e ritmo de
trabalho, fatores individuais.
Diagnóstico diferencial
 Gota / Diabetes mellitus
 Artrite reumatóide / Lúpus
 Hanseníase
 Estrógeno: Menopausa / Gravidez

 Traumatismo

 Outros fatores: trabalho doméstico, posturas viciosas,


atividades esportivas. Além disso 1/3 não têm causa
definida.
Fibromialgia
 É a doença reumatológica mais frequente.
Predomínio nas mulheres 9/1.
 Dores difusas. Tiger points.
 Ocorre com mais frequência em pessoas
com Preocupação excessiva
– Perfeccionismo e exigência
– Grande eficiência em suas atividades
– Sentimento de extrema lealdade
– Incapacidade de dizer não
– Baixa auto-estima
– Sentimento exagerado de culpa.
Prevenção
 Identificação dos fatores de risco.
 Análise ergonômica do trabalho

 Dimensionamento adequado dos postos de


trabalho, equipamentos, ferramentas, condições
ambientais.
 Evitar ultrapassar a sua capacidade física,
realizando pausas de descanso ou trabalhos
diversificados se for o caso.
Ações integradas - Diretoria

 Criação do Comitê de ergonomia - levar com o


máximo de seriedade e compromisso o programa de
melhorias ergonômicas.
 Articulação com entidades de classe visando o
controle a nível social.

 Tomar atitudes de mudanças gerenciais onde forem


identificadas práticas gerenciais causadoras de
tensão inadequada.
Ações integradas - Gerência
 Assumir o problema das LER como um problema
basicamente relacionado à realidade de sua área e
não do serviço médico.
 Considerar a necessidade de aumento de mão de
obra para atingir a produção prevista.

 Interessar-se pelo problema do subordinado, tratá-lo


com respeito.

 Envolvimento dos trabalhadores na sugestão de


soluções.
 Exigir práticas corretas de trabalho, não sendo
permissivo.
 Montar o programa de ergonomia de sua área (lay-
out, método e organização de trabalho)
LER

Deve sempre ser considerado a


relação afetiva do empregado com o
seu trabalho; o fator biomecânico é o
gatilho.
Lombalgia
Introdução
 A osteoartrite foi encontrada nos fósseis da pré-
história.
 Cerca de 80 % dos adultos já tiveram pelo menos
um episódio de dor lombar.
 As dores da coluna lombar geralmente começam
depois dos 50 anos.
 A coluna lombar é dotada de movimentos de
flexão, extensão, lateralidade e circunvolução,
principalmente ao nível de L5-S1.
Evolução
 Em cada 5 pacientes incapacitados com dores
crônicas da coluna:
– 01 fica impedido de trabalhar
– 02 precisam buscar trabalhos mais leves
– 02 permanecem no mesmo emprego

 40% de remissão das lombalgias agudas em 1


semana
 90% das lombalgias agudas resolvem em 60
dias com ou sem tratamento médico
 60% dos casos têm risco de reincidência em até
2 anos se não for feita uma atuação preventiva
Causas de lombalgia
 Origem musculoligamentar
– Postural, entorses, distensões ou
estiramentos, fadiga musculoligamentar.

 Origem no disco intervertebral


– Hérnia discal.

 Outras doenças
– Anomalias congênitas, Osteoartrose, Artrite
reumatóide, Espondilite anquilosante,
Neoplasias, Tuberculose.

 Origem psicológica
Condições no trabalho causadoras
de lombalgia - Fadiga muscular
 Sentado ou em pé com o tronco curvado
para a frente
 Ausência de apoio para o dorso
 Ausência de apoio para os membros
superiores
 Impossibilidade de aproximar o tronco da
mesa ou máquina
 Falta de espaço para as pernas e ou pés
Condições no trabalho causadoras
de lombalgia - Musculoligamentar
 Sistema de alavanca humano: interfixa e
interpotente
 Levantar peso com os MMII eretos e o tronco
fletido
 Falta de preparo dos músculos dorsais para o
levantamento de carga
 Flexão e rotação do tronco com freqüência ao
levantar carga.
 Escorregar
Condições no trabalho causadoras
de lombalgia - Hérnia discal

 Origem congênita e ou traumática


 Sintomas: Dor aguda agravada pelos
movimentos, tosse, espirros. Pode irradiar
para os MMII.
 Localização comum: L5-S1 e L4-L5
Condições no trabalho causadoras
de lombalgia - Psicológica
 A irradiação da dor é para todo o corpo,
não há uma localização precisa
 Cerca de 20% têm causa orgânica
definida, o restante tem grande
componente emocional e social
 Insatisfação no trabalho
 Depressão, Ansiedade, Distúrbios
sexuais, Fobias, Financeiro, Frustrações,
Somatização
Prevenção
 Exame médico admissional
 Técnicas adequadas de levantamento de peso
– Até 20 Kg não há risco de lesão para a coluna.
– De 20 a 40 Kg há necessidade de técnicas
para o levantamento de peso.
– Acima de 40 Kg seria aconselhável a
mecanização.
 Cuidado ao flexionar ou torcer a coluna.
 Exercícios físicos orientados para a coluna
 Atuação ergonômica.
NR17 - Ergonomia

Não deverá ser exigido nem admitido o


transporte manual de cargas, por um
trabalhador, cujo peso seja susceptível de
comprometer sua saúde ou sua segurança

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