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Bronquite crónica:
O que é?
A bronquite crónica consiste numa inflamação crónica (com duração superior a três ou mais meses
por ano e durante pelo menos dois anos) das principais vias aéreas dos pulmões (os brônquios),
muitas vezes em consequência do efeito prejudicial do fumo do tabaco, que origina um aumento
da produção de muco, estreitamento das vias respiratórias e dificuldade em respirar.
Causas:
A bronquite pode ser causada por agentes infeciosos, como vírus ou bactérias, pelo consumo de
tabaco ou pela inalação de pó ou agentes poluentes.
Os vírus respiratórios são a causa mais comum, sendo o consumo de tabaco a principal causa de
bronquite crónica. De facto, fumar é o responsável por cerca de 85% a 90% dos casos de bronquite
crónica e doença pulmonar crónica obstrutiva. O cigarro inibe o movimento dos cílios respiratórios,
essenciais para a eliminação de detritos e de microrganismos, interfere com a função das células
do sistema imunitário, provoca hipertrofia das glândulas que produzem muco e contribui para o
estreitamento das vias aéreas.
Fatores de risco:
Tabagismo
Ambientes poluídos
Locais fechados, que favorecem a contaminação por micróbios
Ar condicionados, que ressecam as vias aéreas
Exposição por muito tempo a irritantes químicos (no trabalho)
Sintomas:
Na bronquite crónica, a tosse e a expetoração mucosa são sintomas ligeiros que acompanham
o doente durante muitos anos. Mais tarde, podem surgir os restantes sintomas da bronquite
crónica: a fadiga e a falta de ar.
Os sintomas de bronquite crónica podem incluir:
Tosse (com muco. a principal manifestação que, vai evoluindo de sazonal para constante,
tornando-se mucopurulenta cada vez com maior frequência.)
Falta de ar (durante o exercício físico)
Dor/ desconforto no peito (que pode resultar da tosse)
Expetoração (é habitualmente mucosa, branca, mas poderá ser amarelada ou esverdeada
em situações de infeção. Raramente é raiada de sangue – expetoração hemoptoica)
Fadiga
Chiado ao respirar
Dores de cabeça
Prevenção:
Vacinação anual contra o vírus da gripe e da vacina pneumocócica na prevenção da
bronquite
(Na bronquite crônica, é importante a vacinação anual contra o vírus causador da gripe,
uma vez que esta pode piorar a doença. Com este mesmo objetivo, é indicado também o
uso da vacina contra o pneumococo, que é a principal bactéria causadora de infeções
respiratórias, entre elas a pneumonia, e é claro, a própria bronquite crônica. A primeira
deve ser administrada entre outubro e dezembro a todas as pessoas que pertencem a
grupos de risco; a segunda deve ser realizada nos doentes crónicos e em todas as pessoas
com idade igual ou superior a 65 anos de cinco em cinco anos. A sua administração pode
ser feita em qualquer época do ano.)
Parar de fumar
não estar exposto ao fumo ambiental do tabaco
praticar exercício físico, de preferência ao ar livre
frequentar ambientes arejados e não poluídos
inspirar o ar pelo nariz ao invés de pela boca
lavar as mãos com frequência para evitar a transmissão de vírus ou outros agentes
infeciosos e evitar substâncias prejudiciais aos pulmões
Todos estes fatores ajudam a prevenir doenças respiratórias, incluindo a bronquite crônica.
Tratamento:
Os principais objetivos do tratamento da bronquite crônica são aliviar os sintomas e facilitar a
respiração.
As medidas mais importantes para o seu tratamento são:
ingestão de líquidos em abundância
uso de inaladores (no caso da asma)
repouso
recurso a aspirina ou acetaminofeno se existir febre
criação de uma atmosfera húmida
Pode ser útil o recurso a medicamentos que ajudam a dissolver o muco da expetoração, mas é
importante recorrer a eles apenas sob recomendação médica.
É fundamental não fumar, evitar o fumo passivo e a poluição e lavar as mãos com frequência para
evitar a transmissão de vírus ou outros agentes infeciosos.
Enfisema pulmonar:
O que é?
O enfisema pulmonar é uma doença crónica provocada, sobretudo, pelo fumo do tabaco, na qual o
tecido dos pulmões vai sendo gradualmente destruído. A inalação do fumo do tabaco, juntamente
com outros contaminantes, produz a acumulação de substâncias químicas nos pulmões. Estas
substâncias levam à perda de elasticidade das paredes alveolares, tornando mais difícil a saída do
ar depois de cada inspiração. Como o ar não se renova devidamente, as trocas gasosas ficam
dificultadas e diminui a quantidade de oxigénio a circular no sangue arterial
Causas:
O enfisema é uma das formas de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e tem como
principal causa o tabaco. Existem outras substâncias que podem causar enfisema pulmonar,
como a inalação de marijuana, a poluição do meio ambiente, o pó da sílica e do alcatrão e alguns
fumos industriais. Da lista de causas fazem também parte o tabagismo passivo, combustíveis de
biomassa (fumo das lareiras e cozinhar à lareira), fumos laborais e poluição atmosférica.
Há ainda uma forma hereditária desta doença, resultante da ausência de uma proteína que
protege as estruturas elásticas dos pulmões. A esse tipo de enfisema dá-se o nome de deficiência
da alfa 1-antitripsina.
Fatores de risco:
Fumo passivo
Tabagismo (cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo ou shisha/ narguilé);
Consumo de haxixe ou de marijuana;
Exposição passiva a fumo de tabaco;
Exposição a gases ou partículas tóxicas, poeiras e agentes químicos;
Exposição a fumos provenientes de combustão de biomassa (lareiras abertas e fogões a
lenha);
Genética (“Menos frequentemente, o enfisema pode desenvolver-se como resultado de
um défice congénito na produção de alfa 1-antitripsina, proteína responsável pela defesa
pulmonar contra as substâncias inaladas”, informa a especialista).
Exposição a poluição, a produtos químicos e combustíveis como carvão e lenha.
Sintomas:
De um modo geral, os sintomas desenvolvem-se entre os 40 e os 60 anos (exceto na forma
congénita da doença, em que se revelam mais cedo). Trata-se de uma doença que pode não
causar indícios durante anos.
Dificuldade respiratória
Falta de ar
(sintoma/ queixa mais comum que, se vai instalando e piorando gradualmente. Primeiro após
a realização de esforço físico e, nas fases mais avançadas, presente mesmo em repouso. A
respiração torna-se também mais ruidosa, podendo ocorrer pieira.)
Unhas e lábios azulados/ acinzentados
(As unhas e os lábios tendem a adquirir uma coloração azulada ou acinzentada, o que traduz a
dificuldade de oxigenação das extremidades do corpo, e pode causar dificuldade de
concentração e um aumento da frequência cardíaca, dado o esforço que o coração realiza
para tentar compensar o menor transporte de oxigénio.)
Perda de peso
Aumento de peso
(Há perda de peso associada, embora, mas fases mais avançadas, pela inatividade que a
doença obriga, possa haver um aumento do mesmo.)
Prevenção:
Evitar fumar
(O enfisema é mais comum de acontecer em pessoas que fumaram por vários anos, uma
vez que o cigarro promove a destruição dos alvéolos pulmonares, interferindo na troca
gasosa. Assim, para evitar a doença é importante evitar fumar e preservar se do fumo
passivo.)
Não estar exposto ao fumo ambiental do tabaco, das lareiras e das indústrias.
Praticar exercício físico, de preferência ao ar livre. (a prática regular de exercício físico
é útil, porque permite aumentar a capacidade pulmonar.)
Evitar o ar frio. (deve-se evitar o ar frio, que provoca espasmo dos brônquios,
agravando a dificuldade respiratória, e ter especial atenção às infeções respiratórias.)
Frequentar ambientes arejados e não poluídos
Evitar algumas tintas, escapes de carros, odores de cozinha, certos perfumes, velas
com cheiro e incenso
Manter os filtros do ar condicionado devidamente limpos.
Prevenir infeções respiratórias (vacinação pneumocócica e gripal).
O papel do médico é importante para indicar quais as vacinas mais úteis em cada caso.
Tratamento:
Não há cura porque as alterações da estrutura pulmonar são irreversíveis. O objetivo é aliviar os
sintomas e retardar a progressão da doença. O tratamento é sempre definido de um modo
personalizado e pode incluir medicamentos que ajudam a reduzir ou parar o consumo de tabaco,
broncodilatadores que melhoram a respiração ou inaladores com corticoides que permitem uma
respiração mais fácil.
Para além dos fármacos, pode ser necessário recorrer a um processo de reabilitação pulmonar,
onde se aprendem exercícios respiratórios que melhoram a qualidade de vida dos pacientes e se
definem estratégias nutricionais que ajudem a reduzir o peso, sempre que tal for necessário.
A cirurgia está indicada em casos mais graves e possibilita a remoção do tecido pulmonar
danificado. O transplante é a solução de último recurso quando as outras opções não foram
eficazes.
Na ausência de tratamento, o enfisema pode associar-se a um colapso pulmonar, infeções
respiratórias ou problemas cardíacos.
Sintomas:
Os doentes com DPOC referem queixas respiratórias progressivas, tais como:
Tosse crónica e expetoração, infeções respiratórias principalmente no inverno
Sensação de aperto torácico
Pieira
Dificuldade em respirar (dispneia) durante o esforço (por exemplo, ao subir escadas)
Limitação para a realização de tarefas diárias habituais (como vestir-se ou fazer a cama)
Limitação para o exercício físico
Cansaço
Tosse seca ou com expetoração que é muitas vezes desvalorizada pelo doente que a
associa ao tabagismo;
Com a evolução da DPOC, os sintomas e as complicações ditam mudanças consideráveis na vida
dos doentes. Eis alguns dos principais impactos referidos:
Dificuldade em realizar atividades da vida diária
Dependência crescente de outras pessoas
Isolamento social
Perda de confiança e autoestima
Ansiedade e depressão
Incapacidade para o trabalho e reforma precoce
Diminuição da qualidade de vida
Perda de apetite
Emagrecimento
Prevenção:
Parar de fumar é fundamental para uma vida mais longa e saudável
Evitar a exposição ao fumo passivo
Proteger-se contra produtos químicos, pó e fumo em casa e no trabalho
Frequentar locais não poluídos
Utilizar proteção respiratória, como máscaras, caso a profissão obrigue a exposição a
poeiras, fumos e agentes químicos
Tratamento:
Embora não exista cura para a DPOC, os sintomas são tratáveis. O tipo de tratamento depende
dos sintomas e da fase da doença. Os objetivos do tratamento são reduzir os sintomas e as crises,
para que o doente se mantenha tão ativo quanto possível, e atrasar a evolução natural da doença.
As principais medidas terapêuticas são:
A cessação tabágica é fundamental
Broncodilatadores (utilizados conforme a gravidade da doença e a presença ou não de
exacerbação)
Suplementação de oxigénio, se existir insuficiência respiratória parcial
Ventilação não invasiva, se houver insuficiência respiratória global
Fisioterapia respiratória
Prevenção das infeções respiratórias com vacinação
Reabilitação respiratória (Inclui treino dos músculos inspiratórios, exercício aeróbio e
exercício de reforço muscular)
Em situações mais graves, a solução passa por corticosteroides orais.
Fontes:
https://www.cuf.pt/saude-a-z/doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica
https://www.medis.pt/mais-medis/saude-e-medicina/dpoc-saiba-tudo-sobre-a-doenca-
pulmonar-obstrutiva-cronica/
https://www.hospitaldaluz.pt/pt/guia-de-saude/dicionario-de-saude/D/105/doenca-
pulmonar-obstrutiva-cronica