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DPOC

É caracterizado por sintomas respiratórios e limitação ao fluxo aéreo persistentes, decorrentes


de anormalidades das vias aéreas e/ou alveolares

É resultado bronquite crônica, enfisema pulmonar ou os dois em diferentes proporções

Tabagismo cronico é o principal fator causal. Em menor frequencia: asma e deficiência de alfa-
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3ª causa de morte no mundo. Apesar dos avanços da medicina, esse índice tem aumentado
com o passar dos anos. Mulheres tem fumado mais e, por isso, apresentado mais DPOC, mas
ainda em índices bem inferiores aos dos homens

Comorbidades relacionadas: doença cardiovascular, ca de pulmão, perda de massa muscular,


DM, depressão

Suspeitar: 40 ou mais com tosse, expectoração ou falta de ar, exposição a fatores de risco
(tabagismo).

Indicadores para considerar diagnóstico de DPOC:

Tosse crônica: intermitente ou todos os dias; presente ao longo do dia (raramente é


apenas noturna); pode preceder ou aparecer simultaneamente à dispneia

Produção crônica de expectoração

Episodios anteriores de exacerbação

Dispneia: progressiva; persistente; piora com exercícios; piora durante infecções


respiratórias

Historia de exposição a fatores de risco: fumaça do tabaco (fumante ativo ou passivo);


poeiras ou fumação industriais ou produtos químicos ocupacionais; fogão a lenha

É importante excluir dispneia devido a falta de preparo físico, ao envelhecimento, ao


tabagismo ou a infecções respiratórias como tuberculose

Diagnósticos diferenciais: asma, insuficiência cardíaca, TB, bronquiectasia, ca de pulmão

Asma: Início na infância ou adolescência, história pessoal de atopia (rinite, alergia,


eczema), história familiar de asma, sem história de tabagismo, variação acentuada do grau de
sintomas, sintomas noturnos ou de madrugada, obstrução ao fluxo aéreo amplamente
reversível, boa resposta ao corticoide inalatório. Pode coexistir com DPOC

IC: Dispneia paroxística noturna, crepitações nas bases pulmonares, radiografia


torácica mostrando cardiomegalia e edema pulmonar. Pode coexistir com DPOC

TB: Faixa etária variada; pode ser pouco sintomática; tosse produtiva, hemoptise,
febre, sudorese noturna, perda de peso, radiografia torácica com opacidade em ápices ou
cavitação. Pode coexistir com DPOC

Bronquiectasias: Faixa etária variada; tosse com expectoração purulenta diária,


radiografia ou tomografia torácica com dilatação brônquica. Pode coexistir com DPOC
Ca de pulmão: Idade > 50 anos, tosse, expectoração, dispneia, dor torácica, fadiga,
emagrecimento, radiografia torácica com opacidade irregular. Pode coexistir com DPOC

Classificação da gravidade da doença: (todos com VEF1/CVF<0,7)

I: VEF1 ≥ 80% do predito Com ou sem sintomas crônicos (N este estágio, o indivíduo
pode não ter percebido que sua função pulmonar está comprometida)

II: 5 0% ≤ VEF1 < 80% do predito Com ou sem sintomas crônicos (os sintomas em geral
progridem neste estágio, com a dispneia aparecendo normalmente aos esforços)

III: 3 0% ≤ VEF1 < 50% do predito Com ou sem sintomas crônicos (a dispneia
normalmente piora neste estágio e, muitas vezes, limita as atividades diárias das pessoas com
DPOC. As exacerbações agudas em geral começam a aparecer nesse estágio)

IV: VEF1 < 30% do predito ou VEF1 < 50% do predito + insuficiência respiratória crônica
(a qualidade de vida é muito comprometida neste estágio, as exacerbações se tornam mais
frequentes e podem ser muito graves)

Teste de avaliação da DPOC (questionário)

ANAMNESE

Historia clinica bem detalhada (aspectos socioeconômicos, hábitos de vida, aspectos


ocupacionais, aspectos psicodinâmicos, limitação de atividades, faltas no trabalho, presença de
sintomas depressivos e/ou ansiosos, história familiar de DPOC ou outras doenças respiratórias,
avaliação da presença de comorbidades, como DCV, depressão, anemia, neoplasias,
osteoporose e problemas osteomusculares, exposição a fatores de risco incluindo intensidade
e duração, história pessoal de asma, alergias, sinusopatia e outras doenças respiratórias

Principais sintomas de obstrução: chiado, tosse e expectoração

EXAME FISICO

Sinais de hiperinsuflação pulmonar (tórax em barril, hipersonoridade à percussão do tórax,


ausência de ictus, bulhas abafadas, excursão diafragmática reduzida)

Sinais de obstrução ao fluxo aéreo (sibilos, expiração prolongada) e presença de secreção nas
vias aéreas (roncos)

Oximetria de pulso

Avaliação de sinais de IC, como estase jugular, hepatomegalia, sopros cardíacos, desvio de
ictus, crepitações pulmonares, edema de membros inferiores

Apenas para DPOC: a presença de sibilos à ausculta pulmonar, o tempo expiratório forçado
aumentado (> 9 segundos), a descida da laringe (distância entre o topo da cartilagem tireóidea
e fúrcula esternal ≤ 4 cm) e a expiração prolongada

EXAMES COMPLEMENTARES (diagnostico: espirometria e radiografia)

Espirometria: confirmar diagnostico, avaliar gravidade. Deve todos os fumantes com mais de
40 a 45 anos que apresentam falta de ar aos esforços, tosse persistente, chiado, produção de
catarro ou infecções respiratórias frequentes. O criterio diagnostico mais bem aceito é a
relação VEF1/CVF < 0,7 após uso de broncodilatador; mas pode apresentar muitos resultados
falso-positivos (principalmente após 70 anos), poucos resultados falso-negativos (pessoas mais
jovens). A avaliação espirométrica pós-broncodilatador melhora a diferenciação diagnóstica
entre asma e DPOC. Não há uma forte correlação entre a VEF1 e a intensidade dos sintomas ou
a capacidade física. Para isso é usado a avaliação da função pulmonar (VEF1/CVF <0,7)
[capacidade vital forçada]

Radiografia: identifica hiperinsuflação pulmonar; e afasta diagnósticos diferenciais (câncer de


pulmão, bronquiectasias, IC, TB e doença intersticial pulmonar)

Exames para avaliar comorbidades:

Hemograma: afastar Policitemia e anemia

ECG e ECO: afastar IC

Oximetria e gasometria arterial: afastar hipoxemia e avaliar necessidade de oxigênio


domiciliar

CONDUTA: consiste em avaliar e monitorar a doença, reduzir fatores de risco, manejar o


indivíduo com DPOC estável e manejar das exacerbações agudas

Cessar o tabagismo (intervenção mais importante), aconselhamento de mais de 3 minutos em


cada consulta melhora a adesão (quanto maior o tempo de aconselhamento, melhor a adesão)

Reduzir exposição ocupacional, reduiz de exposição à poluição ambiental e doméstica

Orientar dieta saudável e atividade física

Orientações práticas para o uso de inaladores e espaçadores

Vacinação anti-pneumococica (acima de 65 anos a cada 5 anos)

Vacinação anti-influenza (anualmente no outono)

Tratar sintomas: Broncodilatadores de curta duração (beta 2 agosnistas [salbutamol ou


fenoterol] e/ou anticolinérgicos [ipratropio]) por demanda; se sintomas persistentes, usar
broncodilatadores de longa duração [formoterol ou salmeterol] ou anticolinérgicos de longa
duração [tiotrópio]; mucoliticos para tosse produtiva [N-acetilcisteina ou carbacisteina]. É
importante lembrar que no tratamento da DPOC, a inflamação neutrofílica das vias aéreas é
pouco responsiva ao corticoide inalatório. (contrario da asma)

Tratar limitação funcional: oferecer reabilitação pulmonar (tratamento farmacológico +


atividade física ou fisioterapia respiratória); tratar ansiedade e/ou depressão

Hipoxia (pressão arterial de oxigenio Pao2 <55mmHg ou SatO2 < 88%; Pao2 56-59 ou SatO2
<89% com evidencia de cor pulmonale ou Policitemia): oxigenoterapia domiciliar

Tratar comorbidades

Flebotomia (sangria): Cor pulmonale com hematócrito > 55%

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