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4) CLÍNICA
-dispnéia: progressiva, começa aos pequenos esforços e aparece até mesmo em repouso. É o
sintoma mais incapacitante.
-tosse crônica: normalmente é subvalorizada pelo paciente (“pigarro de fumante”). É mais intensa
de manhã, aspecto claro e em pequena quantidade. O aumento de volume e/ou aspecto purulento
sugere exacerbação infecciosa. Pode haver escarro hemático nas exacerbações infecciosas, mas
também pode se associar a TB, bronquiectasia e Tu brônquico.
Sibilos, aperto no peito, emagrecimento e anorexia são mais comuns na dç avançada.
Sinais:
-estágio inicial: geralmente é assintomático; pode haver sibilos na expiração forçada
-estágio intermediário: taquipnéia, expoiração prolongada, “tórax em barril” (aumento do volume
torácico), MV reduzido, sibilos, uso de musculatura acessória, tosse
estágio avançado: cianose de extremidades, emagrecimento, redução da expansibilidade pulmonar,
respiração com lábios semi-cerrados, ancoragem com os ombros, turgência jugular,
hepatomegalia, edema de MMII (cor pulmonale = HAP + b2 hiperfonética)
Fenótipos clínicos:
“pink-puffer” (“soprador rosado”) → predomina enfisema
-magro, alto, com tórax hiperimnsuflado e diafragma retificado
-dispnéia precoce, progressiva e grave, redução importante da capacidade física
-lábios e pele bem corados, sem cianose
Gaso arterial praticamente normal
Diagnóstico diferencial:
-asma brônquica = início mais precoce, história de atopia, boa resposta a CE inalatório sugere asma
-bronquiectasia = grande produção de secreção; pode coexistir com DPOC. Pode ter hipocartismo
digital. Diagnóstico é feito peta TCtórax de alta resolução
-tuberculose = deve ser pesquisada em pte com DPOC de difícil controle
-ICC = nota-se estertores finos em bases, aumento da AC e congestão pulmonar. Espirometria de
padrão restritivo sem obstrução do fluxo aéreo
-bronquiolite = não-tabagista, evolução dos sintomas é mais rápida; Tctórax=padrão em mosaico
Estadiamento GOLD
e) exame de escarro: geralmente escarro é mucóide em pte DPOC; quando purulento, sugere
exacerbação bacteriana, principalmente por Haemophilus influenzae, Streptococus pneumoniae e
Moraxella catarrhalis. Em caso de dç avançada, pode haver bactéria GRAM negativa.
f) exames cardiológicos
-ECG → SAD e SVD => cor pulmonale
-Ecocardiograma → avaliar HAP e cor pulmonale
-teste da caminhada dos 6 minutos → avalia eficácia terapêutica
g) TCTórax →ajuda em casos duvidosos e Tu, além de avaliação pré-op de ressecção pulmonar ou
Tx pulmonar. Usar tb p/ avaliar complicações associadas à DPOC (Tu, TEP, PNTx, bronquiectasia).
Enfisema centro-acinar, pp em lobos superiores → DPOC por TBG
Enfisema pan-acinar, pp em bases → DPOC por deficiência de alfa1-antitripsina
h) dosagem sérica de alfa1-antitripsina: geralmente aparece em 3% dos ptes com DPOC. Indicada
p/ pte com HPF de dçs pulmonares, obstrução precoce das vias aéreas (geralmente com menos de
40 anos de idade) e predomínio de enfisema panlobular difuso ou enfisema em região basal.
Dosagem sérica <20% do normal sugere deficiência de alfa1-antitripsina, tal como C-ANCA
positivo. Se for positivo, deve-se pesquisar familiares.
6) TRATAMENTO
objetivo:reduzir sintomas, exacerbações e internações+melhor capacidade física e qualidade de vida
a) medidas não-farmacológicas:
-interromper TBG → PSQ; tosse geralmente melhora após 4 semanas sem fumar
-evitar exposição à fumaça
-vacinas contra Influenza (1x/ano) e Pneumococo (1x a cada 5 anos)
-suporte / suplemento nutricional
-atividade física / reabilitação pulmonar → atividade física 3x/semana, 30 minutos
-oxigenioterapia → para manter Sat>=90%, usar 15 horas ou + por dia. Indicações do O2:
→ se Sat=<88% e/ou PaO2 <55mmHg
→ cor pulmonale
→ policitemia
→ sinais de SAD e/ou SVD com Sat=<89% e/ou PaO2 entre 56 e 59mmHg
-cirurgia (geralmente para pte com menos de 75 anos):
→ bulectomia (se a bolha ocupar mais de um terço de um campo pulmonar ou comprima
parênquima pulmonar)
→ redução do volume pulmonar (em caso de enfisema predominante nos lobos superiores)
→ TxPulmonar = indicações: VEF1 <35%
PaO2 <60mmHg
PaCO2 >50mmHg
sinais de HAP secundária
b) medidas farmacológicas
-broncodilatadores: a base do tratamento farmacológico da DPOC. As xantinas são a última opção.
→ curta duração = para ptes com sintomas leves e intermitentes, devem ser usados conforme a
necessidade e não regularmente. Podem ser usados antes de esforço físico. Seu efeito dura 4hrs.
=beta-agonistas -fenoteral 100ucg/dose ou 200ucg/dose → aerosol de 66/hrs
-salbutamol 100ucg/dose → aerosol de 6/6hrs
-fenoterol 20gts/dose → líquido para NBZ de 6/6hrs
**em cardiopatas, preferir salbutamol
=anti-colinérgicos-ipratrópio 20ucg/dose → aerosol de 6/6hrs
-ipratrópio 40gts/dose → líquido para NBZ de 6/6hrs
→ longa duração = usados p/ pte com dispnéia persistente, são mais efetivos no controle de
sintomas. Melhora VEF1, dispnéia e qualidade de vida. O principal efeito colateral é risco de
arritmias.
=beta-agonistas -formoterol 6ou12ucg → aerolizer ou turbohaler- dose máxima=12ucg 2x/dia
-salmeterol 25ou50ucg → diskus- dose máxima=50ucg 2x/dia
-indacaterol 150ou300ucg/dia (ultraduração) 1x/dia
-bambuterol líquido VO 1x/dia, útil em pte que não consegue aspirar
=anti-colinérgico -tiotrópio 2,5ou5,0 ucg (Spiriva) - 1x/dia
(também chamado de anti-muscarínico) -glicopirônio 50ucg (Seebri) – 1x/dia
=xantinas → usar só em pte grave, com sintomas recorrentes
-aminofilina 100mg 1comp 2x/dia VO
-teofilina 300mg 1comp 2x/dia VO
-bamifilina 600mg 1comp 2x/dia VO
-corticóide inalatório → não se usa CI isolado na DPOC. São indicados em ptes com mais de 2
exacerbações por ano e com VEF1 menor que 60% do previsto.
Associar com beta-agonista.
Associações:
Formoterol + Budesonida (aerolizer; FORASEQ, ALENIA, SYMBICORT)
6 + 100 (dose máxima = 800ucg de budesonida, dividindo-se de 12/12hrs)
6 + 200
12 + 200
12 + 400
-reposição de alfa1antitripsina
Está indicada apenas em pte jovem com deficiência hereditária grave de alfa1-antitripsina e
enfisema estabelecido. Usar endovenoso 60mg/kg/semana, em infusão de pelo menos 15 minutos.
-mucolítico → útil para pte com escarro muito viscoso. N-acetilcisteína 1.200 a 1.800 mg/dia.