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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU ARACAJU

DISCIPLINA: CUIDADO INTEGRAL A SAÚDE DO ADULTO I

ALTERAÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO:


DERRAME PLEURAL E DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA
CRÔNICA

PROFA. MS. JOYCE FRANCIELLE NEI BOMFIM DE SANTANA


METODOLOGIA
1. Derrame Pleural
1. Revisão sobre anatomia pleural
2. Fisiopatogenia
3. Diagnóstico
4. Tratamento
5. Sistematização da assistência de enfermagem
2. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
1. Fisiopatogenia
2. Diagnóstico
3. Tratamento
4. Sistematização da assistência de enfermagem
DERRAME PLEURAL
DERRAME PLEURAL
Acúmulos de líquido dentro do espaço pleural.
Eles têm múltiplas causas e normalmente, são
classificados como transudatos ou exsudatos.

São detectados por exame físico ou radiografia de


tórax; a toracocentese e a análise do líquido
pleural costumam ser necessárias para determinar
a causa.
Fique sabendo!!!
• Em condições normais, 10 a 20 mL de líquido
pleural, com composição semelhante ao plasma,
mas com conteúdo mais baixo de proteína (< 1,5
g/dL [< 15 g/L]), espalham-se finamente pelas
pleuras viscerais e parietais, facilitando o
movimento entre os pulmões e a parede torácica.
FISIOPATOGENIA
TRANSUDATO EXSUDATO
São provocados por alguma São provocados por processos
combinação de aumento da locais, causando aumento da
pressão hidrostática e diminuição permeabilidade capilar e
da pressão oncótica na circulação resultando em exsudação de
pulmonar ou sistêmica. líquido, proteína, células e outros
1. A insuficiência cardíaca é a constituintes séricos.
causa mais comum; 1. Pneumonia;
2. Seguida pela cirrose com 2. Doença maligna, 
ascite; 3. Embolia pulmonar;
3. Hipoalbuminemia, 4. Infecções virais
geralmente em decorrência 5. Tuberculose.
da síndrome nefrótica.
SINAIS E SINTOMAS
Assintomático
Dispnéia Diminuição dos
MV

Dor pleurítica Taquipnéia

Ausência de Expansibilidade
frêmito tátil, diminuída

Macicez à
percussão Atrito pleural
DIAGNÓSTICO
 Radiografia de tórax
 Análise do líquido pleural
 Às vezes, angiografia por TC ou outros testes
RADIOGRAFIA DE TORÁX
• Primeira escolha de exame de imagem para detectar
derrame  pleural. O volume do líquido na pleura
precisa ser maior que 250 ml para ser visualizado
nesse exame.

• Se houver um derrame pleural,observa-se


na radiografia em PA (postero-anterior) nivelamento
do ângulo costofrênico.
RADIOGRAFIA DE TORÁX
ANÁLISE DO LÍQUIDO PLEURAL
 O liquido pleural coletado deve ser enviado para análise
bioquímica, bacteriológica e para citologia.

 Para  determinar  se  o  líquido  pleural  é  um  exsudato, basta


que tenha uma das características do Critério de Light:

 Proteína pleural / Proteína sérica >0,5;


 DHL pleural / DHL sérica >0,6;
 Teor de DHL > que 2/3 do valor limite superior da
concentração sérica normal.
TRATAMENTO
• O derrame em si geralmente não requer tratamento se ele é
assintomático porque muitos derrames são resabsorvidos de
modo espontâneo quando a doença subjacente é tratada.

• Geralmente, a dor pleurítica pode ser tratada com anti-


inflamatórios não esteroides (AINEs) ou outros analgésicos
orais.
TRATAMENTO
TORACOCENTESE
POSICIONAMENTO
MATERIAIS
DO PACIENTE

TÉCNICA
TORACOCENTESE - Materiais
• Gazes simples • Agulha 30x7,5
• Clorexidina alcoólica • Gelco/Introcan nº14
• Luva estéril • Equipo macrogotas
• Campo fenestrado • Frasco coletor de 2L
• Cuba redonda • Esparadrapo/micropore
• Pinça de Kocher
• Lidocaína a 2% com
vasoconstritor
• Seringa de 10ml
TORACOCENTESE – Posicionamento do
paciente
TORACOCENTESE - Técnica
 Onde eu devo realizar a punção?
 No 7º, 8º ou 9º espaço intercostal, na linha
hemiescapular do lado acometido.
TORACOCENTESE - Técnica
 A pele deve ser rigorosamente limpa com solução
antisséptica.
 É administrada anestesia local com lidocaína.
 Posicionar a agulha em direção a borda superior da costela
inferior.
 Localizado o espaço pleural e identificado a presença de
líquido, deve-se retirar a agulha e introduzir o gelco.
 Após introduzido o gelco, o mandril deve ser removido e
mantido no espaço pleural somente o cateter de plástico.
 Agora só retirar esse líquido intruso.
PROBLEMATIZAÇÃO – Caso 1
• A professora Ana supervisiona o estágio do curso de
enfermagem do 7º semestre no setor de clínica médica do
citado hospital. Patrícia, sua aluna, está acompanhando o
paciente P.S, 55 anos, sexo masculino, que deu entrada no
hospital há 3 dias com pneumonia comunitária. Ao exame
físico se observou: Avaliação neurológica: escala de coma de
Glasgow (ESCG) 13, pupilas fotorreagentes e isocóricas, força
motora preservada.
PROBLEMATIZAÇÃO
• Avaliação pulmonar: taquipneia, expansibilidade diminuída à
direita, murmúrio vesicular (MV) presente à esquerda,
abolido em base do pulmão direito e diminuído em ápice do
pulmão direito, presença de roncos no pulmão esquerdo,
percussão maciça à direita.
• Encontra-se com nebulização contínua a 8l/min, satO2 94%.
FR 28 rpm, tosse com presença de expectoração com
secreção esverdeada, dor torácica pleurítica. Avaliação
cardiovascular: BRNF sem sopro, mantendo perfusão
periférica preservada, enchimento capilar de 3 segundos,
pulsos cheios presentes.
PROBLEMATIZAÇÃO
• Avaliação gastrointestinal: abdome globoso, flácido, indolor à palpação,
sem viceromegalia, percussão timpânica, ruídos hidroaéreos (RHA)
presentes, porém diminuídos. Avaliação geniturinária: diurese espontânea,
ausente no momento, sem sonda vesical de demora (SVD). SSVV: 140/90
mmHg, FC 110 bpm, FR 28rpm, 37,5 ºc, realizou RX de tórax onde foi
visualizada a presença de derrame pleural à direita.
1. A professora Ana pediu para a aluna Patrícia apresentar o caso com os
seguintes questionamentos: quais são os sinais e os sintomas que caracterizam
derrame pleural?
2. Quais os fatores de riscos associados?
3. Qual seria o tratamento para essa situação?
4. Quais intervenções de enfermagem devemos ter ao prestar a sistematização
da assistência?

Vamos ajudar Patrícia neste desafio!
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
CONCEITO
 A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma
enfermidade respiratória prevenível e tratável, que se
caracteriza pela presença de obstrução crônica do fluxo
aéreo, que não é totalmente reversível.

 A obstrução do fluxo aéreo é geralmente progressiva e está


associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões
à inalação de partículas ou gases tóxicos, causada
primariamente pelo tabagismo.
DPOC - BRONQUITE CRÔNICA
 É uma inflamação do recobrimento dos tubos bronquiais,
quando inflamados e/ou infectados, entra e sai menos ar dos
pulmões e tosse-se muito esputo/escarro ou fleuma.
DPOC - ENFISEMA
• É caracterizado por perda da elasticidade pulmonar,
aumento permanente dos espaços aéreos distais aos
bronquíolos terminais acompanhado por destruição das
paredes alveolares e leitos capilares, sem fibrose evidente.
FISIOPATOGENIA
Na BRONQUITE CRÔNICA a fumaça ou outro poluente ambiental irrita
as vias aéreas, resultando em hipersecreção do muco e inflamação;

Em função dessa irritação a glândulas secretoras de muco e as células


caliciformes aumentam em número, a função ciliar fica reduzida e mais
muco é produzido;

As paredes dos brônquio tornam-se espessadas, estreitando a luz e o


muco pode bloquear a passagem aérea;

Alterações pulmonares irreversíveis podem acontecer


(bronquiectasia).
FISIOPATOGENIA
• No ENFISEMA, vários fatores causam obstrução aérea:

• A inflamação da mucosa brônquica, produção excessiva de muco, perda


da retração elástica das vias aéreas e colapso dos bronquíolos e
redistribuição do ar para os alvéolos funcionais;

• A medida que as paredes dos alvéolos são destruídas, diminui


continuamente a área de superfície alveolar em contato direto com os
capilares pulmonares, causando aumento do espaço morto e
comprometimento da difusão do oxigênio;

• O comprometimento da difusão do oxigênio leva a hipoxemia,


resultando em aumento do dióxido de carbono no sangue arterial.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 Agravamento de doença previamente estável;

 Dispnéia aumentada;

 Alteração do nível de consciência;

 Confusão mental;

 Fadiga;

 Arritmias
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 Sonolência;

 Cianose;

 Sibilância aumentada;

 Tosse aumentada;

 Volume de escarro aumentado;

 Purulência e viscosidade do escarro aumentado;


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 Graus variáveis de retenção de água;

 Agravamento da troca gasosa e relações de ventilação-


perfusão;

 Hiperventilação aumentada;

 Esforço respiratório crescente;

 Opressão torácica;
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 Presença de pulso paradoxal;

 Tiragem intercostal;

 Edema de extremidades inferiores;

 Aparição súbita de dedos em palitos de tambor (artropatia


pneumica hipertrofiante);
COMPLICAÇÕES
 Edema periférico (conseqüente a Hipertensão pulmonar);

 Pneumonia.
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM
DIAGNÓSTICOS

Volume de liquido excessivo

Padrão respiratório prejudicado

Risco para troca gasosa

Perfusão tissular cardiopulmonar ineficaz

Fadiga 

Risco de infecção

Déficit no autocuidado para as atividades básicas

Intolerância a atividade 
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM - Intervenções
• Avaliar o padrão respiratório, uso de musculatura acessória,
presença de cianose, dispneia, tosse, secreções;
• Realizar ausculta pulmonar e cardíaca;
• Avaliar a frequência cardíaca e dilatação de veias do pescoço
• Avaliar a presença de febre, aparência das secreções, local de
inserção de drenos e cateteres;
• Avaliar a capacidade de realizar atividades no leito;
• Avaliar resultados de gasometria arterial e monitorar a saturação de
oxigênio por meio de oxímetro de pulso;
• Avaliar padrão de sono e respiração durante o sono – verificar
ocorrência de apnéia do sono;
• Promover mudança de decúbito a cada 2 horas;
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM - Intervenções
• Monitorar presença de arritmias devido à hipoxemia e hipóxia
• Monitorar a ingesta hídrica e o débito urinário a cada 2 horas
• Verificar o peso diariamente
• Avaliar sinais de disfunção ventricular direita, por exemplo,
pressão venosa central aumentada, edema periférico,
distensão das veias do pescoço
• Fornecer oxigênio suplementar conforme prescrição
• Encorajar o paciente a tossir e respirar profundamente a cada 2
ou 4 horas
• Estabelecer programa de atividades, quando possível
• Monitorar a resposta à atividade
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
DE ENFERMAGEM - Resultados
RESULTADOS
Controle do volume
Melhora do padrão respiratório
Troca gasosa melhorada
Perfusão cardiovascular melhorada
Fadiga reduzida
Prevenir infecção
Auto-cuidado independente
Tolerância a atividades
PROBLEMATIZAÇÃO – CASO 2
• A.S.M., 65 anos, sexo masculino, com história de dispneia
progressiva, com tosse produtiva e expectoração branca e
sibilos há seis dias. Relata ter procurado o Pronto Socorro
anteriormente e feito inalação. Alega ter bronquite e ter
usado por um tempo Bunesonida e Formoterol, os quais
suspendeu por conta própria. Suas queixas principais são o
cansaço aos médios esforços, a falta de energia, fraqueza e,
muitas vezes, episódios de insônia.
PROBLEMATIZAÇÃO – CASO 2
• Antecedentes pessoais
▫ Tabagista há 50 anos – 50 cigarros por dia
▫ Hipertensão arterial sistêmica
▫ Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) anterior
▫ Em uso de ácido acetilsalicílico (AAS) 100m/g no almoço,
captopril 75mg/dia, carvedilol 6,25 mg/dia e aminofilina
600 mg/dia
PROBLEMATIZAÇÃO - CASO 2
• Encontra-se em regular estado geral. Apresenta-se desidratado, emagrecido,
dispnéico com respiração superficial, fazendo uso de musculatura acessória
(tiragem intercostal e batimento de asa de nariz), desconfortável em
decúbito inferior a 45 graus.
• PA = 160x100mmHg; FC = 118 bpm; FR = 26 ipm; T = 36,7 o. C
• Saturação parcial de O2 = 90%
• Ausculta pulmonar: expiração prolongada com presença de sibilos difusos e
roncos e murmúrios vesiculares diminuídos
• Ausculta cardíaca: bulhas rítmicas, taquicárdicas, normofonéticas, sem sopro
• Exame abdominal: plano, flácido e indolor à palpação
• Evolução: tornou-se torporoso.

Foi diagnosticado com DPOC.


QUESTIONA-SE....
• Qual a fisiopatogenia da DPOC?
• Quais os fatores de riscos relacionado ao caso?
• Quais sinais e sintomas levaram a diagnosticar
DPOC?
• Qual o tratamento?
• Descreva a sistematização da assistência de
enfermagem.
UMA ÓTIMA SEMANA!!!

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