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INTRODUÇÃO

O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no
Brasil, depois do câncer de pele não melanoma

Trata-se de uma doença hormônio-dependente

CAUSAS

Polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) [quando deletérios]

Mutaçoes dos genes BRCA1 e 2 são os mais importantes (homens portadores de um


alelo mutante desses genes exibem maior incidência de câncer de próstata e câncer de mama

Essas mutações podem ser rapidamente detectadas em testes de leucócitos


circulantes normais (é recomentado que todo homem com câncer de mama deva realizar o
teste)

Hiperexpressão dos receptores de estrogênio (80% dos CA de mama): CA responde ao


tratamento de antiestrogenios

FATORES DE RISCO

Idade: mulheres mais velhas

História familiar de CA de mama

Mulheres com menarca precoce, primeira gestação a termo tardia e menopausa tardia

Aleitamento materno de curta duração

Obesidade central: fator de risco tanto para a ocorrência quanto para a sua recidiva do cancer.

Ingestão moderada de álcool: a suplementação com ácido fólico parece modificar o risco em
mulheres que consomem álcool

Depressão: fator de risco tanto para a ocorrência quanto para a sua recidiva do cancer

Contraceptivos hormonais

Terapia restauradora de hormônio sexual: 6 a 7 anos de TRH quase duplicaram o risco de


câncer de mama

RISCO ELEVADO

► Mulheres com história familiar de, pelo menos, um familiar de primeiro grau (mãe, irmã ou
filha) com diagnóstico de câncer da mama, abaixo dos 50 anos de idade

► Mulheres com história familiar de, pelo menos, um familiar de primeiro grau (mãe, irmã ou
filha) com diagnóstico de câncer da mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa
etária

► Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino


► Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou
neoplasia lobular insitu

RISCO INTERMEDIÁRIO

► História familiar de câncer de mama e/ou ovário em familiar de primeiro grau

► Queixa de nódulo de mama

► Mamografia com resultado Birads 3

► US sugestiva de nódulo benigno

► Dor cíclica e/ou acíclica (acompanha ciclo menstrual)

SINAIS E SINTOMAS

Mastalgia

Achado de nódulo

ANAMNESE

● Faixa etária

● História familiar de câncer.

● História ginecológica e obstétrica.

● Doenças benignas prévias (cirurgias).

● Uso de hormônios.

● Nutrição, obesidade e fatores socioeconômicos.

EXAME FISICO

O período do quinto ao sétimo dia do ciclo representa o melhor momento para o exame das
mamas

Inspeção: estática e dinâmica (sentadas e despidas da cintura para cima)

Estática: observar o volume e a forma das mamas, à procura de abaulamentos,


retrações, lesões na pele e no mamilo

Dinâmica: elevação dos membros superiores, e tração anterior do corpo, à procura de


eventuais retrações da pele ou acentuação das alterações detectadas na inspeção estática

Palpação: palpar no sentido horário ou anti-horario os quadrantes superior externo, superior-


interno, inferior-interno e inferior-externo, além da região central e retroareolar.
Definir tempo de surgimento, localização, forma, tamanho, consistência, mobilidade e
sensibilidade do nódulo

Massas indolores, irregulares, endurecidas, principalmente se estiverem ancoradas ou


fixadas à parede torácica subjacente devem ter maior atenção

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL

Tumor benigno: nódulo fibroelástico e/ou movel; descarga papilar uniductal e unilateral

Cancer: nódulo endurecido e/ou fixo; lesões ulceradas; retração de pele; mamografia birads 5;
descarga papilar uniductal e unilateral

Infecção: hiperemia, edema e dor; lesões ulceradas

PREVENÇÃO

Todas as mulheres devem estar familiarizadas com a aparência normal de suas mamas e ser
orientadas a relatar imediatamente quaisquer alterações percebidas.

Estimular hábitos saudáveis, como dieta, atividade física e cessar ou reduzir o consumo de
bebidas alcoólicas

Evitar a TRH principalmente a combinada com estrogênio/progesterona

Dependendo da suscetibilidade: Intervenções cirúrgicas (mastectomia profilática,


ooforectomia bilateral profilática e a salpingo-oforectomia) ou farmacológicas [Inibição da
aromatase em mulheres na pós-menopausa (anastrozol); e o uso dos moduladores seletivos
dos receptores de estrogênio (tamoxifeno e raloxifeno)]

Como as mamas não são órgãos encapsulados, após uma mastectomia permanece
sempre algum tecido mamário normal, de modo que as mulheres que decidem fazer
mastectomias profiláticas devem ser aconselhadas sobre o fato de que ainda existe algum
risco de desenvolver câncer de mama (principalmente na presença de fatores de risco)

Aleitamento materno prolongado não é método de prevenção, mas está associado à


diminuição da incidência de câncer de mama: a lactação é suprimida pela progesterona, que
bloqueia os efeitos da prolactina, portanto, após o parto, a lactação é promovida pela queda
dos níveis de progesterona

O uso crônico do ácido acetilsalicílico em baixas doses também não é prevenção, mas está
associado à diminuição da incidência de câncer de mama.

RASTREAMENTO

Mamografia é o principal método de diagnóstico por imagem

A sensibilidade e a especificidade da MMG no rastreamento podem ser influenciadas


por vários fatores ligados à paciente (idade, densidade radiológica do parênquima mamário,
uso de terapia hormonal, gravidez, lactação, cirurgia mamária prévia e implantes mamários),
ou ao imagenologista (tempo de experiência).

Como a incidência do câncer de mama é muito menor em mulheres mais jovens, o


número de mulheres que sobrevivem é muito menor que o das mulheres mais velhas, e, como
elas possuem mamas mais densas, há mais achados falso positivos, e o valor preditivo positivo
é mais baixo

A mamografia diagnóstica, que é realizada após a detecção de anormalidade palpável,


não deve ser confundida com a mamografia de rastreamento, a mamografia diagnóstica tem
por objetivo avaliar o restante da mama antes da realização de uma biópsia

Se uma lesão impalpável, detectada na mamografia, apresentar um baixo índice de


suspeição, uma conduta razoável será um acompanhamento mamográfico em 3 a 6 meses

Uma mamografia negativa na presença de nódulo persistente na mama não exclui um


processo maligno (deve ser encaminhada para um especialista)

Espectroscopia por ressonância magnética e tomografia por emissão de pósitrons tem maior
sensibilidade, mas especificidade mais baixa.

Recomendados para mulheres com risco genético, como portadoras de BRCA1 ou


BRCA2 ou para as que apresentam síndromes de LiFraumeni, Cowden ou Bannayan-Riley-
Ruvalcaba

todas as mulheres devem estar familiarizadas com a aparência normal de suas mamas e
perceber e relatar imediatamente quaisquer alterações a um profissional de saúde.

Ultrassonografia das mamas: é o melhor método diagnóstico complementar à mamografia

Usada para diferenciar lesões sólidas de císticas

Quando as mamas são densas, a US é uma ferramenta importante no diagnóstico


(deve ser utilizada como método complementar à mamografia em mulheres de alto risco ou
em jovens (menores de 35 anos) ou em grávidas.

se o nódulo persistir ou aumentar durante o acompanhamento, a paciente deve ser


encaminhada a um especialista em mama

CLASSIFICAÇÃO

Cancer de mama não invasivo: Essas lesões se dividem em dois grupos: carcinoma ductal in
situ (CDIS) e carcinoma lobular in situ (neoplasia lobular ou CLIS)
Para as pacientes com CDIS localizado, a dissecção dos linfonodos axilares é desnecessária..
prudente retirar, pelo menos, uma amostra de linfonodo sentinela para todas as pacientes
com algum grau de invasão.

quanto mais focal, maior a tendência de recomendar rastreamentos mais intensivos

diretriz da Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda MMG anual em mulheres


assintomáticas a partir dos 40 anos)

Nas lesões palpáveis de mama, as recomendações são as seguintes: ● Mulheres com menos de
35 anos de idade: a US é o método de escolha para avaliação das lesões neste grupo
etário.Mulheres com 35 anos de idade ou mais: a MMG é o método recomendado. O exame
mamográfico pode ser complementado pela US em determinadas situações clínicas. 1 A US
complementar não deve ser solicitada nas lesões categorias 2 e 5 (BIRADS®, do inglês Breast
Imaging Reporting and Data System)

Nas lesões palpáveis de mama, as recomendações são as seguintes: ● Mulheres com menos de
35 anos de idade: a US é o método de escolha para avaliação das lesões neste grupo
etário.Mulheres com 35 anos de idade ou mais: a MMG é o método recomendado. O exame
mamográfico pode ser complementado pela US em determinadas situações clínicas. 1 A US
complementar não deve ser solicitada nas lesões categorias 2 e 5 (BIRADS®, do inglês Breast
Imaging Reporting and Data System)

Nas lesões suspeitas palpáveis com imagem negativa (MMG e US), a investigação é mandatória
com PAAF, punção por agulha grossa (PAAG) ou biópsia cirúrgica.

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