Câncer de

Mama e
autoexame
Profª Me. Cristiane Lopes Garcia
• Deu-se início ao primeiro dia de estágio, e os alunos conheceram a
unidade onde vão atuar, ficando cada vez animados com os desafios
que os aguardavam. A professora Cristiane já dividiu a turma em
grupos e, como já possuem alguma prática, pediu que assumissem
algumas pacientes. Entre estas pacientes encontra-se Dona Joana,
uma senhora de meia idade que está internada por uma hipótese
diagnóstica de câncer de mama. Ao se depararem com este caso, se
perguntaram: como é feito o rastreamento para que se chegue a esta
hipótese diagnóstica?
 Introdução

• Com cerca de 1 milhão de novos casos por ano, o câncer de mama representa
a neoplasia maligna mais frequentes entre as mulheres, e a maioria dos casos
ocorre em países desenvolvidos.

• No Brasil, o câncer de mama é o mais frequente em incidência e mortalidade

no sexo feminino, apresentando curva ascendente a partir dos 25 anos de
idade e concentrando a maioria dos casos entre 45 a 50 anos.
 Introdução
• É a partir da idade de 50 anos que a mortalidade por câncer de mama vem crescendo no país, sendo que em faixas etárias mais precoces a
mortalidade permanece estável nos últimos 20 anos.

• Embora o prognóstico seja favorável para mulheres com câncer de mama em estágios iniciais e os tratamentos em uso não garantam a cura,
observa-se um aumento na sobrevida dessas mulheres. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.

• No Brasil, as taxas de mortalidade continuam elevadas, porque a doença ainda é diagnostica em estágios avançados.

• Segundo registros hospitalares do Instituo Nacional do Câncer(INCA), afirmam que 50% dos tumores de mama foram diagnosticados nos
estágios III e IV.
 Epidemiologia do câncer de mama
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA)
• Para o Brasil, estimam-se 59.700 casos novos de câncer de mama, para cada ano
do biênio 2018-2019, com um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil
mulheres;

• Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2019, os óbitos por

câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,1% do total
de óbitos. Esse padrão é semelhante para as regiões brasileiras, com exceção da
região Norte, onde os óbitos por câncer de mama ocupam o segundo lugar, com
13,2%. Os maiores percentuais na mortalidade proporcional por câncer de mama
foram os do Sudeste (16,9%) e Centro-Oeste (16,5%), seguidos pelo Nordeste
(15,6%) e Sul(15,4%).
 Estratégias para detecção precoce do
câncer de mama – Ministério da Saúde
• Atualmente não se recomenda o autoexame das mamas como técnica a ser ensinada às mulheres para rastreamento do câncer de mama. Grandes
estudos sobre o tema demonstraram baixa efetividade e possíveis danos associados a essa prática. Entretanto, a postura atenta das mulheres no
conhecimento do seu corpo e no reconhecimento de alterações suspeitas para procura de um serviço de saúde o mais cedo possível – estratégia de
conscientização – permanece sendo importante para o diagnóstico precoce do câncer de mama. A mulher deve ser estimulada a conhecer o que é
normal em suas mamas e a perceber alterações suspeitas de câncer, por meio da observação e palpação ocasionais de suas mamas, em situações do
cotidiano, sem periodicidade e técnica padronizadas como acontecia com o método de autoexame.

• Exame clínico anual das mamas, realizado por médicos e enfermeiros, em todas as mulheres, especialmente naquelas com 40 anos ou mais.

• MS preconiza a mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada na faixa
etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos.
Mas o exame mamográfico idealmente, deveria ser para toda mulher com idade igual ou superior que 40 anos deveria se submeter anualmente. E
não 50 anos como é feito geralmente, porém o recurso não existe para todas, por isso é importante que se conheça o perfil da população e quais
recursos o município dispõe.
Câncer de mama

• Normalmente, o tumor pode ser palpável quando atinge 1 cm de diâmetro.

• O câncer de mama apresenta-se como um tumor de consistência dura, de limites mal definidos, de tamanho que pode variar de 1
até vários centímetros de diâmetro, de acordo com o tempo de evolução.

• 80% dos cânceres se manifestam como um tumor indolor. Apenas 10% dos pacientes queixam-se dor.

• Se não for tratado, o tumor desenvolve metástase, mais comumente para os ossos, pulmões e fígado. Em 3-4 anos do
descobrimento do tumor pela palpação, ocorre o óbito.
 Fatores de risco: associados a um risco
aumentado de desenvolver o câncer de mama

• Sexo feminino, cor branca, idade acima de 50 anos • Mãe ou irmã com história de câncer de mama
• Menarca precoce (antes dos 12 anos) • Na pré-menopausa, dieta rica em gordura animal,
dieta pobre em fibras
• Menopausa tardia (após os 55 anos) • Obesidade (principalmente após a menopausa)
• Nuliparidade (não ter parido nenhuma criança) • Radiações, álcool, tabagismo
• Terapia de Reposição Hormonal por mais de 5 anos • Padrão sócio-econômico elevado
• Primeira gestação a termo após os 30 anos • Residência em área urbana
• Ciclos menstruais menores que 21 dias Segundo o Ministério da Saúde, na situação de alto risco (questionado), recomenda-se fazer o
auto-exame mensal e o exame clinico e mamografia semestral ou anual.
 Risco diminuído de desenvolver o câncer de
mama

• Sexo masculino

• Primeira gestação a termo e amamentação precoces ( idade inferior a 30 anos)

• Atividade física regular

• Hábitos alimentares saudáveis (baixo teor de gordura, sal e açúcar; aumento de

fibras, vegetais e frutas.
 Sinais clínicos e sintomas:
Estes sintomas não significam necessariamente que uma mulher possui um câncer de mama. No entanto, quando ela os apresenta, deve procurar um
médico.
• Um nódulo que, à palpação, é nitidamente diferente dos outros tecidos da mama ou que não desaparece
• Edema que não desaparece
• Pele enrugada ou com depressões – característica de casca de laranja
• Pele descamativa em torno do mamilo
• Alterações da forma do seio
• Alterações do mamilo (p.ex., inversão)
• Secreção do mamilo, especialmente quando ele é sanguinolento
• Dor no seio que é localizada e dura mais que um ciclo menstrual.
Sinais clínicos-alterações na mama
Tipos de câncer
• Carcinoma ductal in situ: é um tumor quase sempre
descoberto em fase subclínica, por meio da mamografia,
através da presença de microcalcificações.
O tratamento atinge índice de cura próximo a 100% e é
baseado em quadrantectomia ou mastectomia, dependendo
da extensão do tumor
Tipos de câncer
• Sarcomas: são raros e disseminam pela corrente sanguínea. Podem crescer rapidamente e atingir grandes volumes locais
sem ulcerações.
Seu tratamento é cirúrgico com a retirada total da mama.
Tipos de
câncer
• Carcinoma de Paget: lesão especial que frequentemente,
se manifesta como dermatite unilateral da papila
mamária. Requer biopsia para identificação do tipo de
lesão e o tratamento depende do tipo de tumor.
 Tipos de câncer
• Carcinoma inflamatório: forma especial de tumor caracterizado pelo
comprometimento difuso da mama, que adquire características de
inflamação. Clinicamente a mama apresenta calor, rubor e edema,
lembrando uma casca de laranja.
• Por ser considerado um câncer agressivo, o prognóstico geralmente não é
tão bom como a maioria dos outros tipos de câncer de mama.
• A taxa de sobrevida mediana para mulheres com câncer de mama
inflamatório estágio III é de 57 meses.
• A taxa de sobrevida mediana para mulheres com câncer de mama
inflamatório estágio IV é 21 meses.
 Nódulos benignos
da mama
Fibroadenoma:
• apresenta-se como nódulo duro e elástico, sólido, não
doloroso, móvel a palpação, de limites precisos e mede
de 1 a 3 cm.
• Surge quase sempre na mulher jovem, entre 15 a 30
anos.
• Trata-se de uma lesão sem potencial de malignidade.
 Nódulos
benignos da
mama
Cistos
• São tumores de conteúdo liquido, facilmente palpados, de
consistência amolecida e podem atingir grandes volumes.

• Existem cistos pequenos, que não são palpáveis e que são

detectados pela ultrassonografia e mamografia.

• Alguns cistos grandes podem exibir no seu interior

crescimento tumoral, neste caso merecem investigação,
pois podem apresentar lesões pré-malignas ou malignas.
Exames
diagnósticos

• Mamografia: é a radiografia simples das mamas e muitos a

consideram o principal exame no rastreamento do câncer de mama.
• Resultado: classificação BI-RADS
• Mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres
sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada na faixa
etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos.
 Exames diagnósticos
A ultra-sonografia informa sobre o estado da pele e dos tecidos subcutâneo,
fibroglandular, celular e muscular posterior.

• É indicado na diferenciação de tumores sólidos e líquidos(cistos), em

processos inflamatórios e na monitoração de punções aspirativas.

• Seu uso é difundido principalmente na complementação de mamografias

inconclusivas, em mulheres com mamas densas (mulheres jovens) ou com
fatores de risco importantes para câncer de mama, porém, não é indicada
no uso do rastreamento de câncer de mama em mulheres assintomáticas.
 BI-RADS, um acrônimo em inglês para Breast Image Reporting and Data System, é uma
classificação desenvolvida em 1993 pelo Colégio Americano de Radiologia (ACR) com intuito de
padronizar os relatórios mamográficos, de forma a minimizar os riscos de má interpretação dos dos
laudos da mamografia e facilita a comparação de resultados para futuros estudos clínicos
 Procedimento cirúrgico - Mastectomia
Procedimento cirúrgico para a remoção de uma ou ambas
as mamas, que, na maioria das vezes, está
indicada para pessoas diagnosticadas com câncer, e pode
ser parcial, quando apenas uma parte do tecido é
removida, total, quando a mama é retirada por
completo ou, até, radical, quando, além da mama, são
retirados músculos e tecidos próximos que podem ter sido
afetados pelo tumor.
A mastectomia pode ser realizada quando:
A mulher apresenta elevado risco de desenvolver câncer de mama (mastectomia preventiva);
É necessário complementar o tratamento radioterápico e quimioterápico para o câncer de mama;
Se pode prevenir o câncer de mama, na outra mama, quando a mulher já teve câncer numa das
mamas;
A mulher apresentar carcinoma in situ, ou localizado, descoberto precocemente para evitar a
progressão da doença;
Há o desejo de retirar as mamas, como na mastectomia masculinizadora.
Procedimento cirúrgico - Mastectomia
1. Mastectomia parcial 2. Mastectomia total ou simples

• Também chamada de quadrantectomia ou • Na mastectomia total são retiradas as glândulas

setorectomia, é uma cirurgia para a remoção de mamárias por completo, além da pele, aréola e mamilo.
um nódulo ou tumor benigno, com parte do Ela é mais indicada em caso de tumor pequeno,
tecido ao redor, sem a necessidade de retirada descoberto precocemente e bem localizado, sem o risco
total da mama. de ter se espalhado por regiões ao redor.
• Nesta cirurgia, podem ou não ser retirados alguns • Neste caso também é possível retirar ou não gânglios
gânglios próximos da mama, para evitar risco do na região da axila, para diminuir o risco do tumor
nódulo retornar. voltar ou se espalhar.
 Procedimento cirúrgico - Mastectomia
3. Mastectomia radical
• Na mastectomia radical, além da retirada de toda a mama,
também são removidos os músculos que se localizam debaixo
dela e os gânglios da região da axila, estando indicada para os
casos de câncer com risco de disseminação.
• Existem variantes desta cirurgia, conhecidas como mastectomia
radical modificada de Patey, em que o músculo peitoral maior é
mantido, ou mastectomia radical modificada de
Madden, quando ambos os músculos peitoral maior e menor
são preservados.
4.
Mastectomia preventiva
• A mastectomia preventiva é feita para evitar o
desenvolvimento do câncer, e está indicada
somente para mulheres com o risco muito elevado desta
doença, como aquelas que têm histórico familiar
importante ou que têm alterações genéticas que podem
causar o câncer, conhecidas como BRCA1 e BRCA2.
Procedimento cirúrgico - Mastectomia
 Autoexame das mamas(AEM)
• Trata-se de exame realizado pela própria mulher com o • As mulheres devem fazer o AEM de 7 a 10 dias após
objetivo de descobrir alterações – Estratégia de a menstruação, período em que as mamas ficam
conscientização.
menos túrgidas.
• O AEM não desvaloriza nem substitui o exame o exame
realizado por um profissional, mas é importante porque • Para as mulheres que não menstruam, na menopausa
algumas mulheres conseguem detectar alterações suspeitas.
ou submetidas à histerectomia, ou ainda aquelas que
estão amamentando (após a amamentação), deve-se
• Preferencialmente, deve examinar as mamas todos os meses, orientar a escolha arbitrária de um dia do mês para a
e de preferência durante o banho. realização do autoexame.