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Apresentação APS

Mamografia
8B
Felipe Hirota Castanho
João Victor Odeh
Caso
Subjetivo
 Lindalva da Silva Simões, 49 anos
 Paciente volta para consulta de retorno com os exames solicitados. Paciente havia solicitado exames
laboratoriais para saber se tinha anemia. Relata que pesava 107 Kg e passou para 85 Kg. Relatou
melhora na dor do joelho e começou a fazer academia.
 Medicamentos: Não toma nenhum.
Objetivo
 Exames: Hemograma Completo – VCM 78,83; HCM 25,83; Hemoglobina 12,6;
 Colesterol Total: 222
 Mamografia: BI-RADS 0
 Ultrassonografia mamária: sem alterações, cistos ausentes e BI-RADS 1
 Exame Físico: BEG, Hidratada, Corada, Acianótica, Anictérica, Eupneica
PA: 110/70 mmHg
Dextro: 100
Peso: 83,70 Kg ( Perdeu 1,5 Kg)
Altura: 1,63 cm
IMC: 31,5 (Obesidade Classe 1)
Avaliação
 Obesidade Classe 1

Plano
 Melhora da Alimentação
 Exercício Físico
Rastreamento Do Câncer de Mama
Introdução
 O câncer de mama é na atualidade uma questão de saúde pública mundial. Sua incidência vem
aumentando em praticamente todas as regiões do planeta.
 No Brasil ocorrem em torno de 58 mil casos novos de câncer de mama anualmente, com
incidência estimada de 56,20 casos a cada 100 mil mulheres (Inca, 2018).
 O rastreamento deve contemplar populações de risco padrão para o desenvolvimento do câncer de
mama, chamado de risco populacional. Existem diferenças regionais, e as mulheres apresentam
determinado risco populacional de desenvolver um câncer de mama. No mundo, o risco de uma
mulher com idade entre 0 e 74 anos apresentar câncer de mama durante a vida – risco cumulativo
–, é de 4,6%, enquanto nas regiões mais desenvolvidas é de 7,9% e nas regiões menos
desenvolvidas é de 3,2%. No Brasil, o risco é de 6,3%, nos EUA, de 10,3%, no Canadá, de 8,6% e
no Reino Unido, de 10,1% (Ferlay et al., 2014).
Rastreamento Do Câncer de Mama
Rastreamento Do Câncer de Mama
Rastreamento
Mamografia
 O método de escolha dos programas de rastreamento é a mamografia. Todavia, o exame ideal para o
diagnóstico precoce ainda não foi perfeitamente desenvolvido. Ainda que controverso, a mortalidade
por câncer de mama pode ser reduzida pela utilização de programas de rastreamento mamográfico.
Embora a qualidade dos ensaios clínicos seja de qualidade moderada acerca da eficácia do
rastreamento mamográfico na redução da mortalidade por câncer de mama, esse efeito na redução
do risco absoluto é pequeno, ficando em torno de 0,05%.
 Apesar disso, particularmente nos países em desenvolvimento, muitas mulheres não fazem sequer
uma mamografia em qualquer período de sua vida. As razões de tal fato são complexas, percorrendo
desde obstáculos culturais até econômicos, relacionados ao paciente, ao prestador da assistência
médica e às instituições públicas ou privadas.
Rastreamento Do Câncer de Mama
 De acordo com Recomendações do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), publicada em 2017, o rastreamento do câncer de mama por métodos de imagem deve ocorrer da seguinte
forma, de acordo com a faixa etária:
 • Mulheres abaixo de 40 anos:
 a)Mamografia – Nessa faixa etária, em geral, não se recomenda a realização da mamografia, exceto, de forma individualizada, em mulheres
com alto risco para câncer de mama:
 ‒ Mutações de BRCA1/BRCA2 – a partir dos 30 anos;
 ‒ Risco > 20% de acordo com modelos matemáticos – a partir dos 30 anos, ou 10 anos antes da idade no diagnóstico do parente de
primeiro grau acometido, mas nunca antes dos 25 anos;
 ‒ Irradicação do tórax entre os 10 e 30 anos, início oito anos após o tratamento e nunca antes dos 25 anos;
 ‒ Mulheres com síndrome de Li-Fraumeni, Cowden ou parentes de primeiro grau – a partir da idade do diagnóstico sindrômico, mas nunca
antes dos 25 anos;
 ‒ Mulheres com histórico de lesões precursoras – hiperplasia ductal ou lobular atípica, câncer invasivo de mama ou ovário – a partir do
diagnóstico dessas lesões com finalidade de seguimento oncológico, por serem consideradas como precursoras do câncer;
 b) Ultrassonografia – Nessa faixa etária não se recomenda a realização de rastreamento por ultrassonografia, exceto, de forma
individualizada, em mulheres com alto risco para câncer de mama, nas quais o rastreamento por ressonância magnética (RM) pode ser
inclusive mais apropriado. Importante salientar que a realização da ultrassonografia das mamas antes dos 35 anos em mulheres
assintomáticas sem um motivo clínico que justifique não deve ser indicada, por não trazer nenhuma vantagem e causar frequentemente
estresse desnecessário;
 c) Ressonância magnética – Nessa faixa etária não se recomenda a realização de rastreamento por RM, exceto, de forma individualizada, em
mulheres com alto risco para câncer de mama, por exemplo, mutação BRCA, e aqui sim deve começar aos 25 anos;
Rastreamento Do Câncer de Mama
 •Mulheres entre 40 e 69 anos:
 a)Mamografia – Nessa faixa etária recomenda-se a realização da mamografia para todas as
mulheres, com periodicidade anual;
 b)Ultrassonografia – Nessa faixa etária em geral não se recomenda a realização do
rastreamento por ultrassonografia, exceto de forma individualizada (complementar à
mamografia nas mulheres com mamas densas ou como “second-look após RM);
 c)Ressonância magnética – Nessa faixa etária, em geral, não se recomenda o rastreamento por
RM, exceto, de forma individualizada, em mulheres com alto risco para câncer de mama;
Rastreamento Do Câncer de Mama
 •Mulheres acima de 70 anos:
 a)Mamografia – Nessa faixa etária recomenda-se a realização do rastreamento com a
mamografia, de forma individualizada – mulheres com expectativa maior que sete anos que
possam ser submetidas a tratamento do câncer, considerando suas comorbidades.

 De acordo com o Ministério da Saúde (MS) e o Inca, publicado em 2015, não se recomenda o
rastreamento mamográfico em pacientes com menos de 49 anos por evidências menores do
benefício na redução da mortalidade. Na faixa etária entre 50 e 69 anos, recomenda-se a
mamografia a cada dois anos, bianual. Após os 70 anos, não há recomendação para o
rastreamento mamográfico.
Rastreamento Do Câncer de Mama
 Devemos deixar claro que, para o MS e o Inca, com relação às Diretrizes de Detecção
Precoce do Câncer de Mama: “Existem evidências de alta qualidade de que o
rastreamento com mamografia em mulheres com menos de 50 anos traz mais danos do
que benefícios. O risco de morte associado ao rastreamento nessa faixa etária é
provavelmente semelhante ao possível benefício de aumento real de sobrevida e existem
ainda diversos outros impactos negativos do rastreamento na qualidade de vida de uma
parcela importante de mulheres submetidas ao rastreamento. Na faixa etária de 50 a 59
anos, o balanço entre riscos e benefícios do rastreamento é limítrofe, favorável, mas fraca,
devendo ser realizada bianualmente. Na faixa etária de 60 a 69 anos, o benefício também
é limítrofe, fraca, devendo ser realizada bianualmente. A eficácia do rastreamento
mamográfico em mulheres com 70 anos ou mais é fraca, não se recomendando o
rastreamento mamográfico” (Inca, 2015).
Rastreamento Do Câncer de Mama
Ultrassonografia
 Vantagens
• Não ter o desempenho afetado pelos tecidos densos, como na mamografia.
• Não requerer o uso de radiação ionizante.
• Ter custo relativamente baixo
 O Ministério da Saúde não recomenda a ultrassonografia como método de rastreamento do câncer de mama.
 Entretanto, quando indicado pelo laudo da mamografia, ela é utilizada de modo complementar.
 Como método diagnóstico, na presença de sinais e sintomas do câncer de mama, a ultrassonografia tem as seguintes indicações:
 • Diagnóstico diferencial entre lesão sólida e lesão cística, nos nódulos detectados no exame físico e/ou na mamografia.
 • Avaliação de lesão palpável sem expressão na mamografia.
 • Avaliação de lesão palpável nas pacientes jovens, abaixo de 30 anos.
 • Na doença inflamatória e no abscesso.
 • Em estudo, drenagem e acompanhamento das coleções.
 • Nas alterações da mama no ciclo gravidopuerperal.
 • Na avaliação de linfonodos alterados no exame físico
BI-RADS

 O BI-RADS (Breast Imaging Report and Data System®) é um sistema de laudos, criado
primariamente com o intuito de padronizar os laudos mamográficos e arquivos de dados,
elaborado pelo American College of Radiology (ACR).

 Como o conhecimento é dinâmico e evolutivo, cada nova edição aprimora a avaliação do


VPP (valor preditivo positivo). Chegamos à quinta edição (American College of
Radiology, 2013), e as duas últimas edições foram traduzidas para o português pela
Comissão Nacional de Mamografia, que congrega o Colégio Brasileiro de Radiologia
(CBR).
BI-RADS
 As categorias do BI-RADS:
 BI-RADS® 1: não há qualquer achado.
 BI-RADS® 2: há achados benignos. Com o BI-RADS® 1, não indica providência especial, devendo
a paciente ser orientada apenas a continuar o seu rastreamento na periodicidade habitual.

 BI-RADS® 0: indica que não foram esgotados os recursos da imaginologia mamária convencional
para esclarecer um determinado achado, sendo o exame considerado incompleto. Para completá-lo,
será necessário acrescentar em geral uma radiografia com técnica especial (ampliação ou compressão
seletiva) ou uma ultrassonografia. Em situações raras, uma RM pode trazer informações adicionais,
embora o BI-RADS® desaconselhe o emprego da categoria 0 nesses casos (American College of
Radiology, 2013). Importante lembrar que a RM não deve ser usada para substituir a biópsia de um
achado suspeito à mamografia ou ultrassonografia, como alternativa ao seguimento em curto prazo,
ou avaliar achados que deveriam ser reconhecidos como benignos (American College of Radiology,
2013). A categoria 0 é provisória e inclui a promessa de uma categoria final tão logo seja realizada a
providência recomendada.
BI-RADS

 BI-RADS® 3: achado cujo VPP é muito baixo e um pequeno atraso no diagnóstico de um


câncer tenderia a não prejudicar o tratamento. Usa-se mundialmente o acompanhamento
por imagem em prazo menor. Estabeleceu-se que o VPP aceitável para essa situação é de
até 2% e que a periodicidade do acompanhamento é de seis meses, no primeiro ano. Seu
propósito é evitar biópsias sem expor a paciente a riscos significativos, isso fundamentado
em robusta experiência científica.

 Há algumas indicações para biópsia no BI-RADS® 3: impossibilidade de


acompanhamento (viagem ou cirurgia plástica), algumas pacientes de altíssimo risco (nas
quais o câncer se apresenta com maior frequência na forma de nódulo bem delimitado),
cancerofobia persistente após explicação detalhada e nódulos grandes já no primeiro
diagnóstico (em geral com mais de 1,5 ou 2 cm, pois em seis meses o seu crescimento
poderia colocar uma eventual lesão maligna fora da faixa de tumor inicial). O crescimento
de 20% no seu maior eixo no acompanhamento converte uma lesão BI-RADS® 3 em BI-
RADS® 4.
BI-RADS
 BI-RADS® 4 e 5: está sempre indicada uma biópsia, exceto se houver
contraindicação clínica (situação rara, pois essas pacientes nem devem fazem
rastreamento). A Tabela mostra o VPP das categorias com indicação de biópsia. A
estratificação da categoria 4, que não é obrigatória pelo BI-RADS®, permite
transmitir à paciente o risco de aquela biópsia resultar positiva (no BI-RADS®
4A, por exemplo, que é mais comum, a paciente pode ter conforto em saber,
enquanto aguarda a biópsia, que o risco não passa de 10%).

 BI-RADS® 6: não tem valor assistencial; existe para organizar o banco de dados,
evitando computar duas vezes o mesmo câncer, o que falsearia as estatísticas.
BI-RADS
 Conclusão (resumo): O BI-RADS é dividido em uma categoria incompleta (categoria 0) e seis
categorias finais (categorias 1 a 6). Sempre a categoria final deve ser baseada no achado de imagem
mais suspeito. Se a categoria for 0, requer avaliação adicional com complementos mamográficos,
exames anteriores, ultrassonografia (USG) ou ressonância magnética (RM), chegando
posteriormente numa categoria final. As categorias 1 e 2 são benignas, a 3 provavelmente benigna, a
6 com diagnóstico anatomopatológico já confirmatório para doença maligna e as categorias 4 e 5
suspeitas para malignidade.
Referências
 Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA)
 https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//2a_edicao_atualizacao_e
m_mamografia_para_tecnicos_em_radiologia_2019.pdf

 , F. Febrasgo - Tratado de Ginecologia. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2018.


9788595154841. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154841/. Acesso em: 24
Nov 2020

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