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10 BONS MOTIVOS PARA

VOCÊ NÃO FAZER


MAMOGRAFIA – parte 4
Dra. Lucy Kerr
https://lucykerr.wordpress.com/category/ultrassonografia/10-razoes-para-voce-nao-fazer-
mamografia/

Continuando nossas explicações sobre os perigos da mamografia e


sua incapacidade reduzir a mortalidade pelo câncer de mama
segundo dados científicos disponíveis em várias fontes,
inclusive o site do INC-USA (Instituto Nacional do Câncer –
EUA) atualizado em 5 abril de 2013 e que vertemos para
linguajar menos técnico. Repetindo:

• A exposição anual à radiação propicia o surgimento do câncer


mamário (denominado de câncer radiogênico). Se te disseram
que esse perigo é desprezível, te enganaram. Veja abaixo a
exposição esclarecedora.
• A compressão demasiada do tecido mamário durante o exame
contribui para que o câncer se espalhe pelo restante do corpo,
caso esteja presente na ocasião do exame.
• Atraso no diagnóstico do câncer que está presente, mas não é
detectado pela mamografia, o que é denominado de falso-
negativo.
• As chances de cura reduzem quando há atraso no diagnóstico
e tratamento do câncer de mama devido a uma mamografia falso-
negativa (piora o prognóstico).
• Um terço de todos os casos de câncer de mama surge no
intervalo entre as mamografias.
• Não ter, mas ser diagnosticada como tendo câncer, o que é
denominado de falso-positivo.
• Diagnóstico é exagerado e o tratamento excessivo, um
problema grave e comumente ignorado pelas mulheres.
• Baixo controle de qualidade.
• A mamografia não reduz a mortalidade por câncer de mama,
deixando de realizar justamente o propósito pelo qual ela foi
introduzida no diagnóstico médico.
• É um exame superado por outros mais modernos e eficientes,
particularmente a ULTRASSONOGRAFIA de alta resolução com
Doppler colorido e a ELASTOGRAFIA (3 métodos em um único
procedimento) e a RESSONÂNCIA MAGNÉTICA.
CONHECENDO EM DETALHES OS MOTIVOS SÉTIMO E
OITAVO

7. Diagnóstico exagerado e tratamento excessivo. Esse é um


problema grave e comumente ignorado pelas mulheres. Após um
diagnóstico exagerado (diagnosticam algo mais grave do que ela
tem) a mulher pode ter um sério agravante, que é passar por um
tratamento maior e mais agressivo do que necessitaria, sendo este
considerado atualmente um dos grandes males da mamografia. A
popularização do rastreamento mamográfico de rotina aumentou
muito a detecção de microcalcificações do carcinoma ductal in situ
(CDIS), um câncer de mama pré-invasivo, com uma incidência
estimada em 40.000 casos ao ano. CDIS é usualmente
reconhecido pelas microcalcificações que acarreta nos tecidos da
mama, reconhecidas na radiografia e geralmente é tratado com a
nodulectomia seguida de radioterapia e até por mastectomia e
quimioterapia. Entretanto, cerca de 80% do CDIS jamais se
tornaram invasivos, mesmo que permaneçam não tratados. Além
disso, a mortalidade por câncer de mama decorrente do CDIS é a
mesma, cerca de 1%, para as mulheres diagnosticas e tratadas
precocemente e para aquelas diagnosticadas tardiamente, após o
desenvolvimento do câncer invasivo. Ou seja, essa afirmação de
que a detecção precoce do CDIS não reduz a mortalidade foi
confirmada pelos resultados do seguimento evolutivo de 13 anos
do Canadian National Breast Cancer Screening Study. Além disso,
o público em geral é muito menos informado sobre o diagnóstico
excessivo do que dos resultados falso-positivos. Em uma recente
pesquisa entre as mulheres, 99% responderam que estavam
cientes da possibilidade de um resultado falso-positivo da
mamografia, mas somente 6% sabiam que o denominado CDIS
detectado na mamografia é uma forma de câncer que
frequentemente não progride.
Segundo os dados do site oficial do Instituto Nacional do Cancer
dos EUA de 5 de abril de 2013, cerca de 10% das mulheres que
fazem mamografia são chamadas para fazer análises adicionais;
mais de 80% são consideradas normais ou a patologia é de padrão
benigno após fazer todos os procedimentos que forem indicados, o
que pode ser incidências adicionais de mamografia,
ultrassonografia das mamas ou ambos.

Das mulheres que foram chamadas de novo, em 15% foi indicada a


biópsia:

• das que foram classificadas como BIRADAS 4, que é considerado


um padrão suspeito, com viés para o câncer, só 30% delas tinham
câncer;
• das que foram classificadas como BIRADAS 5, que é considerado
um padrão fortemente sugestivo de câncer, 95% delas tinham
câncer;
Cerca de 2% das mulheres rastreadas com a mamografia e
classificadas como BIRADS 3, cujos achados são provavelmente
benignos, 2% tinham câncer.

Esse problema a ultrassonografia não tem, pois ela geralmente


detecta o câncer macroscópico, ainda que pequeno, mas é aquele
que saiu do controle biológico do organismo da mulher, que venceu
as barreiras de sua imunidade natural e começou a crescer,
quando então deve ser tratado. O momento certo é quando o
câncer, embora pequeno, é verdadeiro (não é um pré câncer, como
CDIS). No caso do tumor de mama nem tudo é branco (benigno)
ou preto (maligno). Mas existe um contingente importante de cinzas
(doenças que aumentam o risco do câncer vir a ocorrer, mas ainda
não é o câncer). Essas doenças nós médicos as classificamos
como de patologias de risco do câncer de mama, mas jamais
deveriam ser tratadas como se fossem o câncer. E infelizmente
isso está ocorrendo com freqüência.
Carcinoma ductal in situ. A imagem US (à esquerda) mostra a
mama com prótese contendo uma área hipoecóica mal delimitada
retromamilo, que contém focos de 0,4 a 1,0mm de calcificações. O
estudo Doppler (à direita) mostrou que a lesão é hipervascularizada
e a velocidade está elevada (VSM = 19,5cm/s). O exame
histológico pós ressecção cirúrgica demonstrou que correspondia a
Carcinoma ductal in situ, o clássico que costuma receber
tratamento excessivo.

8. Controle de qualidade é frequentemente falho nos


laboratórios de radiologia e os laudos de mamografia podem conter
erros graves decorrentes da má qualidade do exame. Nos EUA foi
constatado o problema e tentou-se controlá-lo pela coleta dos
dados da biópsia e correlação com o diagnóstico do radiologista, os
quais deveriam ser enviados pelo radiologista para o National
Mammography Standards Quality Assurance Act. Essa estratégia
não funcionou devido não ser obrigatória a notificação pelo
radiologista ao FDA (Food nad Drug Administration). Aqui no Brasil
o Dr. Hilton Augusto Koch da Universidade Federal do Rio de
Janeiro realizou o mais completo estudo sobre Controle e
Manutenção da qualidade em Mamografia e constatou que a má
qualidade das mamografias prejudicava a conclusão diagnóstica e
isto, somado ao mal diagnóstico gera falso-positivos e falso-
negativos, constituíam-se em enormes prejuízos à população
feminina. Infelizmente, como radiologista e, desejando valorizar o
método, também afirmou que “os benefícios da mamografia
superam amplamente os riscos de câncer radioinduzidos”, o que é
falso. Um caso clássico de conflito de interesses.

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