MAMOGRAFIA – parte 2 Dra. Lucy Kerr – 12/08/2013 https://lucykerr.wordpress.com/category/ultrassonografia/10-razoes-para-voce-nao-fazer-mamografia/
Continuando nossas explicações sobre os perigos da mamografia e
sua incapacidade reduzir a mortalidade pelo câncer de mama segundo dados científicos disponíveis em várias fontes, inclusive o site do INC-USA (Instituto Nacional do Câncer – EUA) atualizado em 5 abril de 2013* e que vertemos para linguajar menos técnico. Repetindo:
1.A exposição anual à radiação propicia o surgimento do câncer
mamário (denominado de câncer radiogênico). Se te disseram que esse perigo é desprezível, te enganaram. Veja abaixo a exposição esclarecedora. 2.A compressão demasiada do tecido mamário durante o exame contribui para que o câncer se espalhe pelo restante do corpo, caso esteja presente na ocasião do exame. 3.Atraso no diagnóstico do câncer que está presente, mas não é detectado pela mamografia, o que é denominado de falso- negativo. 4.As chances de cura reduzem quando há atraso no diagnóstico e tratamento do câncer de mama devido a uma mamografia falso- negativa (piora o prognóstico). 5.Um terço de todos os casos de câncer de mama surge no intervalo entre as mamografias. 6.Não ter, mas ser diagnosticada como tendo câncer, o que é denominado de falso-positivo. 7.Diagnóstico é exagerado e o tratamento excessivo, um problema grave e comumente ignorado pelas mulheres. 8.Baixo controle de qualidade. 9.A mamografia não reduz a mortalidade por câncer de mama, deixando de realizar justamente o propósito pelo qual ela foi introduzida no diagnóstico médico. 10.É um exame superado por outros mais modernos e eficientes, particularmente a ULTRASSONOGRAFIA de alta resolução com Doppler colorido e a ELASTOGRAFIA (3 métodos em um único procedimento) e a RESSONÂNCIA MAGNÉTICA. CONHECENDO EM DETALHES OS MOTIVOS TERCEIRO E QUARTO
3. Atraso no diagnóstico do câncer que está presente, mas
não foi detectado pela mamografia, o que é denominado de falso-negativo. Quando isso ocorre significa que o tumor já estava presente quando a mamografia foi realizada, caso o intervalo entre a mamografia e o diagnóstico do câncer não exceda a 3 anos. Isso ocorre principalmente nas mamas densas, que correspondem a quase metade da população feminina durante o período reprodutor (pré-menopausa), segundo revisão da Dra. Buist e col. Mas os cânceres não detectados pela mamografia também são frequentes entre as menopausadas em uso de hormonioterapia de reposição e cerca de 20% delas tem mamas densas que tornam a mamografia tão difícil de ser interpretada como na mulher do período reprodutor. Para as mamas densas a mamografia definitivamente não é método aceitável e a mulher deverá buscar o auxílio de outros métodos de imagem capazes de melhorar a detecção do câncer de mama, em especial a Ultrassonografia e a Ressonância Magnética.
4. As chances de cura reduzem-se quando há atraso no
diagnóstico e tratamento do câncer de mama devido a uma mamografia falso-negativa. As mulheres mais jovens são as que mais frequentemente não têm o câncer detectado na mamografia devido à grande densidade das mamas, o que impede a penetração adequada da radiação e diminui sua capacidade de diferenciar entre o câncer e o tecido normal da mama (ambos se mostram com uma só densidade na mamografia). E para piorar, é nessa faixa etária que o crescimento do câncer é mais rápido e grave, o que reduz substancialmente a chance de ser completamente erradicado e curado. Metade das mulheres no período reprodutor tem as mamas densas e inadequadas para realizarem a mamografia e esse percentual permanece em 20% na menopausada, caso faça uso da hormonioterapia de reposição. O percentual de casos não detectados varia de 10 a até 78%, dependendo do grau de densidade do parênquima mamário, sendo máximo na mama hiperdensa. Todos os estudos que analisam os falso-negativos da mamografia concluíram que a mama densa é a principal causa e esse problema é insolúvel, pois é uma limitação do princípio físico da mamografia.
Mas também a mamografia não detecta os tumores situados nas
margens das mamas, pois não é possível colocar as mamas integramente no filme radiográfico. Ou seja, o exame oferece uma visão panorâmica da mamas, mas não é global, pois deixa uma parte sem ser examinada. E o câncer de mama tem predileção pelas margens, onde há maior concentração do tecido fibroglandular, especialmente nos quadrantes laterais das mamas, o que desfavorece a mamografia. Acreditava-se que, com o advento da mamografia digital, iria aumentar a acuidade da mamografia, mas somente aumentou a quantidade de microcalcificações detectadas (e mais falso-positivos para as mulheres).
Desempenho da ecografia mamária na identificação do tumor residual pós-quimioterapia primária e a concordância entre a aferição ultrassonográfica e histopatológica