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COLETA, ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE DE

AMOSTRAS BIOLÓGICAS
CADASTRAMENTO DE AMOSTRAS NO GAL
MONKEYPOX

Fabrício Ângelo Gabriel e Keyla Fonseca Quinderé


Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (LACEN/ES)
Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo
lacen@saude.es.gov.br
MONKEYPOX: O QUE É?

 O vírus Monkeypox é um Orthopoxvirus;

 Varíola (erradicada), Vaccinia e o vírus da


varíola bovina;

 Endêmico da África Ocidental e Central;

 Principal Orthopoxvirus após a


erradicação da varíola;

 Período de incubação de 6 a 16 dias, Anatomia do vírus — Foto: Editoria de arte

podendo se estender 21 dias.


MONKEYPOX: O QUE É?
Historicamente Atualmente... 1147 confirmados
(30 países)

Fonte: Sites oficiais, atualização em 08/06/2022, às 16:00 horas

Mortalidade

Fonte: OMS — Foto: Editoria de Arte Mortalidade das variantes — Foto: Editoria de Arte
MONKEYPOX: O QUE É?
Historicamente Atualmente... 1147 confirmados
(30 países)

Fonte: Sites oficiais, atualização em 08/06/2022, às 16:00 horas

Mortalidade

Fonte: OMS — Foto: Editoria de Arte Mortalidade das variantes — Foto: Editoria de Arte
MONKEYPOX: O QUE É?
No Brasil... 1147 confirmados
(30 países)

Fonte: Sites oficiais, atualização em 08/06/2022, às 16:00 horas

Mortalidade

Mortalidade das variantes — Foto: Editoria de Arte


TRANSMISSÃO

• Como o vírus se espalha?

Tocar roupas, lençóis ou toalhas contaminadas.

Tosse ou espirro de alguém infectado.

Tocar na ferida na pele de alguém infectado.

Contato direto com fluídos do corpo.

Como ocorre a transmissão do vírus — Foto: Editoria de Arte


SINAIS E SINTOMAS
Erupção cutânea Linfadenopatia

Febre
Mialgia

Dor de cabeça Tosse


SINAIS E SINTOMAS
Erupção cutânea Linfadenopatia

Febre
Mialgia

Dor de cabeça Tosse


SINAIS E SINTOMAS
ERUPÇÃO CUTÂNEA

Face: 95%
Conjuntiva: 20%

Mucosa oral: 70%

Mãos e pés: 75%

Mucosa genital: 30%


DEFINIÇÕES

 Caso suspeito
Paciente, a partir de 15 de março de 2022, apresente início súbito de febre (>38,3 ° C),
linfadenopatia e erupção cutânea aguda do tipo papulovesicular de progressão uniforme.
Outro sinais e sintomas para alerta: Dor de cabeça intensa, dor nas costas, mialgia e astenia
intensa seguida de 1 a 3 dias depois por erupção cutânea, muitas vezes começando na face (mais
densa) e se espalhando para outras partes do corpo.

 Caso confirmado
Caso clinicamente compatível que é confirmado laboratorialmente.

 Caso provável
Caso que atende à definição de caso clínico, não é confirmado laboratorialmente, mas tem um
vínculo epidemiológico com um caso confirmado ou suspeito desde 15 de março de 2022 ou
histórico de viagem ou com casos confirmados.

 Caso descartado
Caso suspeito que não atende ao critério de confirmação para Monkeypox ou que foi confirmado
para outra doença.
DEFINIÇÕES

Contato
Qualquer paciente que tenha estado em contato direto ou indireto com um caso
confirmado desde o início dos sintomas.

Tipo 1: Contato direto com lesões cutâneas de um caso confirmado de


monkeypox - vesículas, pústulas, crostas etc. (incluindo contato sexual) OU
contato direto com um caso de animal confirmado;

Tipo 2: Contato direto com fluidos corporais de caso confirmado de varíola


(sangue, urina, vômito, fezes, escarro, etc.);

Tipo 3: Compartilhamento de espaço comum com caso, por exemplo, veículo,


casa, quarto compartilhado/estação de trabalho, voo, etc.
FLUXO ASSISTENCIAL PARA MONKEYPOX
FLUXO ASSISTENCIAL PARA MONKEYPOX
ATENDIMENTO PRIORITÁRIO AO INDIVÍDUO
FLUXO ASSISTENCIAL PARA MONKEYPOX
ATENDIMENTO PRIORITÁRIO AO INDIVÍDUO
FLUXO ASSISTENCIAL PARA MONKEYPOX
REAVALIAÇÃO DO PACIENTE E ANÁLISE DE RESULTADO
COLETA DE AMOSTRAS
BIOSSEGURANÇA E BOAS PRÁTICAS

 Observe as precauções padrão de contato/controle de prevenção de


infecções;
 Lavagem das mãos com água e sabão antes e depois da coleta da amostra;
 Use o EPI recomendado: luvas, máscara facial (Ex. N95 e PFF-2), avental/jaleco
e óculos de proteção;
 Montar a bancada de trabalho com os equipamentos recomendados para
coleta de amostras;
 Rotular os frascos com o nome completo do paciente, data de nascimento,
data da coleta da amostra e natureza da amostra (tipo de espécime biológico);
 Realizar a higiene das mãos e usar os EPIs apropriados.
COLETA DE AMOSTRAS
FASES DAS LESÕES

Maculopapular Vesícula Pústula


(1 a 2 dias) (1 a 2 dias) (5 a 7 dias)

Crosta
(7 a 14 dias)
COLETA DE AMOSTRAS
COLETA DE SWABS – VESÍCULA E PÚSTULA

1. Higienize a lesão com gaze/algodão embebido com álcool e deixe secar;

2. Use o bisturi estéril descartável (ou agulha calibre 26) para abrir e remover a parte
superior da vesícula ou pústula;
Vesícula Pústula 3. Remova o swab estéril da embalagem e esfregue vigorosamente o fundo da lesão
(1 a 2 dias) (5 a 7 dias) com o swab;

4. O líquido da lesão deverá ser visível no swab;

5. Coloque o swab de volta no tubo identificado e feche;

6. Descarte o bisturi ou agulha no recipiente para objetos perfurocortantes;

7. Selecione uma segunda crosta/fragmento de um local diferente no corpo e repita


as etapas anteriores.

Observação: Pode ser realizada a punção da secreção com auxílio de uma seringa.
COLETA DE AMOSTRAS
COLETA DE CROSTAS

1. Use a agulha para soltar e levantar a crosta/fragmento;

2. Uma vez removido, coloque a crosta/fragmento em um


tubo tipo Falcon estéril;

3. Coloque a amostra no tubo identificado;

4. Descarte o bisturi ou agulha no recipiente para objetos


perfurocortantes;

5. Selecione uma segunda crosta/fragmento de um local


diferente no corpo e repita as etapas anteriores.
COLETA DE AMOSTRAS

Lesão 3
Lesão 1

Lesão 4

TUBO 1 Lesão 2 TUBO 2


COLETA DE AMOSTRAS
SORO SANGUÍNEO

1. Colete sangue total em quantidade suficiente para a obtenção de 4


a 5 mL de soro;

2. Centrifugue a 3.000 RPM por 10 minutos para separação do soro;

3. Aliquote o soro em tubo estéril, 12 x 75 mm e hermeticamente


fechado;

4. Na impossibilidade de realizar a centrifugação, deixar retrair o


coágulo e aliquotar o soro separado.

Observação: Não centrifugar o sangue imediatamente após a coleta,


deixar o tubo em repouso (5 a 10 minutos) para retração do coágulo e,
somente depois, centrifugar.
COLETA DE AMOSTRAS
SECREÇÃO DE ORO-NASOFARINGE

1. Remova o swab estéril da embalagem e insira na


narina do paciente até encontrar resistência na parede
posterior da nasofaringe;

2. Realizar movimentos rotatórios por 10 segundos e,


em seguida, retirá-lo;

3. Coloque o swab de volta no tubo identificado e


feche;

4. Refrigere (1 - 8 ° C) ou congele (-20 ° C ou menos)


dentro de uma hora após a coleta.

Observação: Após 7 dias de coleta não refrigere,


armazene apenas em -20 ° C ou menos.
COLETA DE AMOSTRAS
URINA

1. Coletar de 10 a 15 mL de urina até 15 dias após


início dos sintomas;

Observação: (1) A coleta deve ser realizada,


preferencialmente, pela manhã; (2) Higienizar a genital
com água e sabão neutro e não enxugar; (3) Desprezar
o primeiro jato e coletar o jato médio.
COLETA DE AMOSTRAS
BOAS PRÁTICAS APÓS A COLETA

1. Coloque os tubos com as amostras obtidas em sacos separados e, posteriormente, em uma caixa
térmica com pacotes de gelo;

2. Coloque a requisição do GAL em um saco (tipo ziplock) separado e não misture com as amostras
durante o transporte;

3. Remova o EPI e descarte no saco de risco biológico;

4. Faça a higiene das mãos;

5. Transporte para o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (LACEN-ES) dentro de 24
horas;

6. A cadeia de frio (4 ° C) deverá ser mantida durante o transporte para o LACEN-ES.


COLETA DE AMOSTRAS

Secreção de vesículas ou pústulas.


MONKEYPOX
Raspagem e/ou fragmentos de crostas.

Secreção de oro-nasofaringe
DIAGNÓSTICO Soro sanguíneo
DIFERENCIAL
Urina

Para diagnóstico do vírus Monkeypox, é indispensável a coleta de swabs contendo secreção de vesículas e/ou crostas
(raspagem e/ou fragmentos). Amostras de sangue, urina e secreção de oro-nasofaringe não podem ser utilizadas com
segurança para diagnóstico de infecção por Monkeypox, apenas para diagnóstico diferencial.
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA
PARA O ENVIO AO LACEN
RELATÓRIO DO GAL
REQUISIÇÃO DO GAL E-SUS VARÍOLA NOTIFICAÇÃO REDCAP (2 VIAS)

https://redcap.saude.gov.br/surveys/?s=YC4CFND7MJ

Cievs ES : notifica.es@saude.es.gov.br

Informações importantes: 1) data de início da febre, 2) data de início da erupção cutânea, 3) data da coleta da
amostra, 4) estado atual do indivíduo (estágio da erupção cutânea), 5) idade, 6) se foi vacinado contra varíola 7)
Código de retorno REDCAP.
IDENTIFICAÇÃO DE AMOSTRAS

Keyla Fonseca Quinderé


Secreção de vesículas
DN: 11/11/2000
DC: 08/06/2022
IDENTIFICAÇÃO DE AMOSTRAS

As amostras deverão ser identificadas adequadamente e individualmente;

As etiquetas devem ser colocadas de forma a não ocultar o nível do volume
da amostra contida;

Utilizar preferencialmente etiquetas impressas do GAL (por amostra);

Quando manual, a etiqueta deve constar o nome completo do paciente, data


de coleta, data de nascimento e natureza da amostra;

As etiquetas e as canetas utilizadas devem ser resistentes a umidade.


ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE DE
AMOSTRAS BIOLÓGICAS

Preparo da caixa de transporte


ACONDICIONAMENTO AMOSTRAS
BIOLÓGICAS

Mantê-las em galerias ou suportes


adequados;

NUNCA colocar as amostras soltas dentro


da caixa térmica;

Manter em refrigeração de 2 a 8°C por até


24h. Após, armazenar em freezer -20°C ou
inferior;

Organizar a caixa por sequência de ficha e


amostra.
ACONDICIONAMENTO AMOSTRAS
BIOLÓGICAS

Biologia Molecular Biologia Molecular


Secreção de Lesão

Sequenciamento) Sequenciamento)
Coletar as amostras de secreção das Amazenar em tubo de transporte seco, sem
lesões com swab de dácron, poliéster adição de meios de transporte. Refrigerar (2 -

(qPCR e
ou nylon secos, em fase aguda da 8 ºC) ou congelar (-20 ºC ou menos) dentro
doença. Sugere-se coletar secreção de de uma hora após a coleta; - 20 ºC ou menos
Crostas (Raspagem mais de uma lesão (mín. 2). após 7 dias.
e/ou Fragmentos)
Armazenar em tubo de transporte seco, sem
Coletar fragmentos secos e/ou raspar
adição de meios de transporte. Refrigerar (2 -

(qPCR e
crostas em fase mais tardia da doença.
8 ºC) ou congelar (-20 ºC ou menos) dentro
Sugere-se coletar crosta de lesão de
de uma hora após a coleta; - 20 ºC ou menos
mais de uma lesão (mín. 2).
Biologia Molecular após 7 dias.

Utilizar tubo plástico estéril, com tampa de Os frascos devem, obrigatoriamente, conter
Coletar 4-5 mL de soro, sendo a coleta
rosca e anel de vedação. Envio imediato ao rótulo com as seguintes informações: nome
Soro

realizada até o 5º dia a partir do início Acondicionar em caixa de transporte de


LACEN no máximo até 6 horas após a coleta. completo do paciente, data da coleta e
dos sintomas. amostra biológica (Categoria B UM/3373)
Manter em - 70 ºC. natureza (tipo de espécime biológico). A
com gelo reciclável. Acondicionar em caixa
confiabilidade dos resultados dos testes
de tansporte de amostra biológica
laboratoriais depende dos cuidados durante a
Secreção de Oro-Nasofaringe

(Categoria B UM/3373) com gelo reciclável.


Coletar as amostras utilizando swab ultrafino coleta, o manuseio, o acondicionamento e o
transporte dos espécimes biológicos.
Biologia Molecular

Coletar 3 swabs, sendo 2 de secreção (alginatado ou Rayol), com haste flexível,


nasofaringe e 1 de secreção de alginatado e estéril na narina do paciente até
orofaringe e acondicionar em tubos encontrar resistência na parede posterior da
diferentes em meio de transporte nasofaringe. Envio imediato. Manter em
viral ou solução salina estéril. temperatura entre 2 - 8 ºC dentro de uma
hora após a coleta. Não congelar.

Coletar de 10 a 15 mL até 15 dias após


Biologia Molecular e

início dos sintomas.


Microbiologia

Coletar a urina em recipiente seco e estéril,


Preferencialmente, a coleta deve ser
Urina

sem adição de conservantes. Envio imediato


realizada pela manhã, com higiene
e manter em temperatura entre 2 - 8 ºC
genital com água e sabão neutro. Não
dentro de uma hora após a coleta.
enxaguar. Desprezar o primeiro jato e
coletar o jato médio.
KIT DE COLETA

 Fornecidos pelo LACEN para a rede pública mediante solicitação ao setor de triagem de material
biológico (Tel.: 27 3636-8382). Apresentar ofício da empresa/órgão informando quantidade e local
para distribuição/uso;
Composição do kit:
• TUBOS FALCON (seco)
• TUBOS COM MTV
• SWABS

 Em caso de quantitativo alto, isto é, superior a média de consumo da unidade, solicitar com
antecedência;
 Para transporte, o cliente deverá disponibilizar caixa isotérmica com gelo reciclável e limpa, com
galeria para tubo tipo Falcon;
 A caixa de transporte de kits deve ser diferente daquela que transporta amostras biológicas.
CADASTRO DE REQUISIÇÕES
REQUISITOS DE ACESSO

 Computador com acesso a internet;


 Navegador Web Mozilla Firefox (recomendado na versão atualizada);
 Cash limpo;
 Profissional capacitado pelo Laboratório de Rede e senha de acesso;
 Acessar o endereço: https://gal.lacen.es.gov.br/gal
 Caso não saiba o endereço procure no Google: “GAL ES”
PÁGINA DE ACESSO AO GAL

http://gal.lacen.es.gov.br/gal

Módulo:
• Biologia Médica

Laboratório:
• LACEN
• Semus
• Regional de Saúde
• Outras instituições
CPF

 Identificação  Tipo de paciente: brasileiro, estrangeiro, indígena e vulnerável;

 CPF obrigatório;

 Estrangeiro não tem CPF, selecionar a opção pertinente e digitar dados de identificação.
REGRAS DE CADASTRAMENTO

Não acentue e nem use “ç”;

Dados obrigatórios são sinalizados em vermelho, mas é importante


informar o máximo de dados.

POR QUÊ?

 Dados do GAL (telefone e endereço) facilitam busca ativa.

 Sistemas são mais facilmente consultados do que papéis.


ENDEREÇO E TELEFONE: BUSCA ATIVA

CUIDADO COM O MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA QUANDO O CADASTRO É


FEITO POR MEIO DO CPF  CNS PODE ESTAR DESATUALIZADO!
CADASTRO NO GAL - MONKEYPOX
CADASTRO NO GAL - MONKEYPOX
Organizadores:
Rodrigo Ribeiro Rodrigues
Jaqueline Pegoretti Goulart
Fabrício Ângelo Gabriel
Anna Clara Gregório Có
Isabella Recla Segatto
Keyla Fonseca Quinderé
Iuly Guimarães Ribeiro

Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (LACEN/ES)


Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo
lacen@saude.es.gov.br

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