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VACINAÇÃO
PARA ESTUDANTES
DE MEDICINA
9 788563 913128
MANUAL DE
VACINAÇÃO
PARA ESTUDANTES
DE MEDICINA
ISBN: 978-85-63913-12-8
112 p. : Il
Catalogação na publicação
Departamento Nacional do Livro
PREFÁCIO
Esse Manual é dedicado a todos aqueles que fazem de um sonho uma possibilidade
exequível e que tornam observações em sucesso. Ou seja, a todos que estão envolvidos
com a vacinação.
Em especial é dedicado ao Doutor Albino Moreira Torres que, com seu saber e
humildade me orientou nos primeiros passos dentro da pediatria e, com o tempo de
convivência, se tornou meu amigo e uma fonte inesgotável de qualidades a serem
seguidas. É com carinho que dedico a ele esse Manual como um exemplo de dedicação
ao conhecimento.
AGRADECIMENTOS
PREFÁCIO-------------------------------------------------------------------------------------III
INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------------------------IV
COLABORADORES--------------------------------------------------------------------------VI
DEDICATÓRIA---------------------------------------------------------------------------------VII
AGRADECIMENTOS-----------------------------------------------------------------------VIII
SUMÁRIO------------------------------------------------------------------------------------- IX
PARTE I: ASPECTOS GERAIS ------------------------------------------------------------11
CAP.1: BREVE HISTÓRIA DAS VACINAS----------------------------------------------11
CAP.2: BASES IMUNOLÓGICAS----------------------------------------------------------16
CAP.3: PRECAUÇÕES E EFEITOS ADVERSOS /SEGURANÇA DAS VACINAS-19
CAP.4: CONTRA INDICAÇÕES , REAIS E NÃO REAIS-------------------------------23
CAP.5: ASPECTOS LEGAIS E ECONÔMICOS-------------------------------------------24
BIBLIOGRAFIA
PARTE I – ASPECTOS GERAIS
FRACASSOS E LEVANTES
Cabe aqui ressaltar que nem todos os momentos e fatos relacionados com vacinas foram
sucessos e citaremos 3 desses como registro histórico.
O DRAMA DE LUBECK
Em 1930, em Lubeck, Alemanha, após uso de vacina BCG oral, várias crianças adoeceram e
algumas morreram. O que acontecera? Teriam mandado um lote com germes virulentos da
tuberculose ao invés do bacilo Calmette-Guéring atenuado? Os germes tinham readquirido
virulência? Onde estava o erro? Após semanas de difíceis investigações, com ataques violentos
da imprensa alemã e revolta dos pais, Calmette declara que se suicidaria caso fosse o culpado
pelo drama. Dois bacteriologistas alemães desvendaram o impasse: o médico vacinador da
cidade tinha acrescentado cepas virulentas ao BCG „para reforçar sua ação „. Os produtores da
BCG foram declarados inocentes.
O ACIDENTE CUTTER
Crianças dos Estados Unidos que tomaram vacina contra poliomielite apresentavam a doença e
paralisias, sem mortes. A investigação epidemiológica cuidadosa concluiu que um fabricante –
Cutter- tinha em seus lotes vírus ativos e não inativados. Daí vieram as exigências na fabricação
e testes de segurança durante a confecção de vacinas.
A REVOLTA DA VACINA
Rio de Janeiro- Brasil – início do século XX. Oswaldo Cruz, que tinha estagiado no
Laboratório Pasteur, junto com autoridades médicas e políticas da época, resolve
vacinar contra a varíola toda a cidade, com multas, punições aos médicos que
dessem atestados de ‘já vacinados’ e gastos com a quarentena paga pelos cidadãos.
Em 13/11/1904, estourou a Revolta, a ponto da cidade ficar em estado de sítio e a
ponto das autoridades revogarem a obrigatoriedade da vacinação pois o povo não
aceitava essa imposição! Não deu outra. Em 1908, nova epidemia grassa pela
cidade. Conclusão: acorrida em massa da população para se vacinar! Oswaldo Cruz
também tinha ferido sensibilidades e foi duramente criticado, antes e depois da
revolta por pensadores, filósofos e eruditos da época que nada entendiam de
biologia, medicina ou sanitarismo, quando de suas tentativas de acabar com os
focos de mosquito – Aedes Aegipt- que transmitiam a febre amarela (na época era
urbana) e com os restos e lixos da cidade que eram criatórios de ratos que são
vetores da peste bubônica. Até hoje em dia, situações similares acontecem com a
população e com a intelectualidade em relação à vacinação. E também acontecem
dramas e fracassos, sejam lá quais forem os responsáveis, mas é indubitável que a
vacinação, com todos os percalços, é uma prática médica consagrada que mudou o
mundo.
As vacinas utilizam vários antígenos para induzir respostas imunológicas tais como:
TOXÓIDES: exotoxinas bacterianas sem toxicidade
SUBUNIDADES DE MICROORGANISMOS: polissacarídeos com ou sem antígenos proteicos
ANTÍGENOS OBTIDOS POR ENGENHARIA GENÉTICA
MICROORGANISMOS MORTOS: por irradiação ultravioleta, calor, fenol, álcool ou
formalina
MICROORGANISMOS VIVOS ATENUADOS: geralmente por passagens sucessivas em
culturas.
O objetivo da vacinação é formar concentração de anticorpos que venha a conferir imunidade
contra certo micro-organismo e manter memória imunológica contra ele. Para tanto e para a
maioria das vacinas são necessários reforços subsequentes após a primeira vacinação. A
frequência , o intervalo e as doses vacinais dependem de estudos clínicos, epidemiológicos e
imunológicos.
CAP 3 – PRECAUÇÕES, EFEITOS ADVERSOS E SEGURANÇA DAS VACINAS
3.1 : PRECAUÇÕES
De um modo geral, não se deve aplicar nenhuma vacina pelos menos durante os 3 meses
subsequentes após o uso de imunodepressores ou após uso prolongado de corticosteroides. Se
houve uso de imunoglobulinas de forma artificial ou de sangue e derivados, sugere-se não
vacinar contra caxumba ou rubéola nos próximos 3 meses, contra varicela nos próximos 5
meses e contra sarampo só 6 meses após. Também não devem ser vacinados indivíduos de
qualquer idade que estejam com doenças agudas com clínica moderada ou grave. Sugere-se que
recém- nascidos muito prematuros devem iniciar sua vacinação quando tiverem peso maior que
2000 gramas, mas para algumas vacinas, se necessário, como contra Hepatite B há serviços que
utilizam a vacinação. A gravidez sugere que haja precaução ou contraindicação para vacinas
principalmente de micro-organismos vivos atenuados e sugere-se que uma mulher aguarde pelo
menos um mês após a última vacina para engravidar.
3.3: SEGURANÇA
Para uma vacina ser licenciada e comercializada, ela passa por vários métodos de controle e
segurança e ainda permanece sob avaliações contínuas para detecção de reações indesejáveis na
população vacinada. Algumas vacinas resultaram em efeitos adversos mórbidos raros mas
extremamente importantes como observado na vacina para poliomielite oral que levou a
paralisia em torno de 1 caso por 1 milhão de vacinados, ou a contra pertussis – 1 caso de
encefalopatia para cada 100 mil vacinados e a de febre amarela que levou a óbitos.
Esses métodos de controle são divididos em Pré Registro e Pós Registro.
O Pré Registro de uma vacina, ou seja, antes de licenciada e comercializada, envolve alguns
passos como estudos em laboratório, experimentação animal e após isso as fases: Fase 1-
vacinação de um pequeno número de voluntários ( até 50 ); Fase 2 – vacinação de 50 a centenas
de pessoas , onde se ajustam a concentração de antígenos, o número de componentes da vacina,
a técnica de formulação, os efeitos de doses sucessivas , o perfil de reações adversas e a
imunogenicidade da mesma; a Fase 3 avalia a eficácia clínica onde se usa um grupo placebo e o
aparecimento de reações comuns.
O Pós Registro, ou seja, avaliação pós- licenciamento investiga reações adversas raras,
reações de início tardio ou reações em subpopulações específicas. Para isto existe um Sistema
de Vigilância Passiva ou de Notificação Espontânea e são realizados estudos epidemiológicos
retrospectivos. Pode-se detectar problemas em lotes específicos da vacina, em determinados
fabricantes ou vários fabricantes , ou determinados manipuladores de vacinas.
Os países devem conhecer os Critérios Internacionais para Controle de Vacinas e designar
entidades ou laboratórios para acompanhar a qualidade destas. Os Estados Unidos têm o
Sistema de Monitoramento de Eventos Adversos pós-imunização que englobam médicos e pais
de crianças vacinadas, bem instalado desde 1996, e um Programa Nacional de Compensação de
Danos pela Vacina. O Brasil, desde 1983 tem o Instituto de Controle de Qualidade em Saúde,
uma unidade da Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro, que sistematicamente avalia a
qualidade dos lotes de vacina comprados ou produzidos pelo país. Desde 1991 o PNI tem o
Sistema Nacional de Investigação e Notificação de Eventos Adversos por vacinas.
Os efeitos adversos podem levar suspensão do uso de uma vacina. Eles são mais identificados
após vacinação em massa. Por exemplo, em 1990 a vacinação, em grande número de crianças,
em São Paulo, da vacina cubana anti-meningocócica B evidenciou um número apreciável de
reações adversas. Essa vacina, para o Brasil não é mais indicada formalmente, e não é mais
comercializada no país. Nos EUA uma vacina contra o Rotavirus, em uma das fases de Pré
Registro, demonstrou causalidade entre a vacinação e o aparecimento de intussuscepção
intestinal em várias crianças. Por este motivo, essa vacina não foi licenciada.
De um modo geral, as vacinas são seguras, com efeitos adversos bem pequenos, com exceção
da vacina anti pertussis contida na DPT, a de Febre Amarela e a contra o Cólera. Para sanar este
problema procurou-se mudar, por exemplo, a formulação ou o tipo de vacina pertussis, tendo
surgido a DPaT, que contem a vacina anti pertussis acelular, o que diminuiu muito o número de
reações adversas.
CAP 4- CONTRA INDICAÇÕES REAIS E NÃO REAIS
4.1:REAIS
De um modo geral as vacinas que contêm grandes segmentos de bactérias ou vírus vivos
atenuados são contra indicados para qualquer imunodepressão e em gravidez .
A imunodepressão pode ser congênita ou adquirida por uso de drogas imunossupressoras,
por uso prolongado de corticosteróides (mais de 2 a 3 semanas), por HIV ou por neoplasias
malignas. Em crianças com HIV contraindica-se o uso de BCG e pólio oral – usa-se a pólio
injetável, nos EUA a vacina contra sarampo e o uso da vacina da varicela depende dos
títulos de linfócitos T CD4. Existe controvérsia na literatura de o que seria uso prolongado
de corticosteroides, alguns com tempo mais curto ou dilatado ao que foi referido.
Para qualquer vacina o aparecimento de alergia grave ou reação anafilática após o uso
por qualquer componente da vacina, contraindica seu uso novamente. Considera-se reação
anafilática o aparecimento de urticária, sibilos, laringo-espasmo, angioedema, hipotensão
ou choque. A alergia pode ser causada pelo antígeno viral, proteína bacteriana,
componentes das culturas de células usadas para a confecção da vacina, por conservantes,
em especial o timerosal, por estabilizadores ou por antibióticos (estreptomicina, neomicina
e polimixina) contidos em doses mínimas na vacina que são utilizados em sua confecção,
em especial nas vacinas contra pólio,
Para a vacina DPT (o componente pertussis) há contraindicação caso o vacinado tenha
tido encefalopatia grave nos primeiros sete dias após o uso da vacina.
As vacinas que contêm resíduos de ovos são contraindicadas para indivíduos sabidamente
alérgicos ao ovo como a contra sarampo, caxumba, influenza e febre amarela.
Quando que se iniciou a vacinação no Brasil, no início do século XX, não havia uma
regulamentação própria sobre sua prática. Foi experimental, no sentido do pioneirismo, foi
obrigatória, na época da “Revolta da Vacina”, foi livre e esporádica durante um tempo, até
que começou a ter a chancela e o controle do governo federal através do Ministério da
Saúde.
Uma das leis, a 6259 de 30/10/1975, no governo Geisel, dispôs sobre a organização das
ações de vigilância epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, o PNI e
sobre a notificação compulsória das doenças preveníveis ou não pela vacinação.
Estabeleceu-se que a vacinação deveria ser feita de modo sistemático e gratuito para a
população.
A essa Lei seguem Portarias e Decretos que regulamentam essa Lei e estipulam
instrumentos, regulamentações e disposições claras como:
= A vacinação obrigatória, com emissão de atestados, vinculando a apresentação do
Atestado de Vacinação ao recebimento do Salário Família.
= A regulamentação com punição por infrações, que vão de leve à gravíssima, em todo o
território nacional para laboratórios, empresas e indústrias que produzem ou manipulam
agentes biológicos e medicamentos, assim como indivíduos ou grupos que se opõem às
ações de medidas sanitárias e de saúde pública, onde se incluem as vacinas.
A ciência econômica oferece métodos para avaliar como pessoas, empresas ou o governo
tomam decisões sobre a utilização e destinação dos recursos entre os membros da
sociedade.
O setor da Saúde tem características e peculiaridades que o distingue dos outros setores
da economia. As ciências econômicas se baseiam na ética social ou do bem comum, já a
profissão médica se concentra na ética do indivíduo, ou seja, é quase impossível se dar
preço à vida, à saúde e ao bem estar das pessoas.
Atualmente vigora o pragmatismo econômico onde tudo tem seu preço, e não há recursos
para atender todas as demandas da sociedade, entre elas as da saúde. Existem situações
onde os recursos são dirigidos para a saúde junto com a previdência e junto com a
produção de medicamentos, que para muitos são situações distintas.
A comunidade acadêmica quando se volta para essa situação busca soluções. A
Economia da Saúde pode auxiliar a todos nas soluções. Conceitos econômicos como custos
diretos, custos indiretos, eficácia, efetividade e eficiências são aplicados em Análise
Econômica em Saúde, principalmente os custo-efetividade, custo-benefício, custo-utilidade
e custo-minimização, onde os custos de tratamentos são relacionados aos desfechos em
saúde, avaliando tipos de tratamento, bem-estar dos indivíduos, formas terapêuticas ou
preventivas variadas, comparáveis ou não, entre outros.
O uso de medicina baseada em evidencias é hoje de fundamental importância para tornar
consistente a análise econômica em saúde. As relações entre custos e desfechos relevantes
são priorizadas.
Em relação a vacinação, isso pode ser aplicado, relacionando o custo da vacinação –
compra das vacinas, gastos com a manutenção da Rede de Frio, material de aplicação e
pessoal para o ato vacinal, para citar alguns- com patologias evitadas, incapacidades
permanentes ou temporárias, óbitos, internações e medicação evitados, etc. No caso de
adultos inclui-se o absenteísmo no trabalho.
Alguns estudos corroboram a grande economia gerada para a sociedade com a prática d
vacinação. Nos EUA estimou-se que os custos diretos (consulta, tratamento e
hospitalização ) com a gripe (vírus Influenzae) estejam em torno de U$2,2 bilhões e os
indiretos (perda de renda e redução de produtividade) de U$ 8,8 bilhões. O custo vacinal
ficou entre 5 a 10 vezes menor.
A Alemanha, após estudos, afirma que para cada dólar gasto em vacina, economiza-se 6
a 10 dólares com custos com a doença. Números similares são referidos pelo Japão.
Nos EUA, a varicela é a primeira causa de internação por doença passível de prevenção
vacinal. Ocorriam, na década de 90, 4 milhões de casos com 9 mil internações. Após a
vacinação estudos de custo/benefício afirmaram uma economia de U$5,40 para cada dólar
investido.
Estudos de custo/beneficio com a vacina tríplice viral, revelam que para o sarampo, a
economia foi na prevenção de gastos com as complicações, principalmente internações por
pneumonia, e para a rubéola, na redução dos custos com os longos tratamentos da Rubéola
Congênita. Um estudo nos EUA revelou gastos com a doença em US 1,4 bilhões e com a
vacinação (custos com a vacina, administração da mesma e efeitos adversos) de US 90
milhões. Economia de 14 dólares por 1 dólar gasto. A utilização das vacinas combinadas na
Tríplice reduziu ainda mais os custos caso fossem feitas separadamente.
Parâmetros não mensuráveis como noites mal dormidas, sofrimento, dor e preocupação
não foram incluídos nesses estudos, mas perda de dias de trabalho para acompanhar o
enfermo, perdas de dias de escola e gasto com transporte foram considerados como custos
indiretos. Para a poliomielite e rubéola congênita foram incluídos em custos diretos as
escolas especiais, especialistas e centros de reabilitação.
Todos os países, em especial os em desenvolvimento, têm recursos limitados para o
Sistema de Saúde e como já está provado que a vacinação diminui gastos com as doenças,
essa prática preventiva e altamente econômica deve sempre nortear as condutas nos gastos.
O Brasil vem avançando irrevogavelmente nesse sentido, tanto com as Campanhas
Nacionais de Vacinação (em massa), como na vacinação de rotina, com estratégias sérias e
invejáveis na busca da completa cobertura vacinal dos brasileiros.
Por outro lado, várias empresas brasileiras têm vacinado, com recursos próprios, seus
empregados principalmente contra o vírus da gripe em grande parte motivadas pelo
reconhecimento das vantagens em custo/benefício das vacinas.
PARTE II: A PRÁTICA DA VACINAÇÃO
ARMAZENAMENTO NACIONAL
ARMAZENAMENTO MUNICIPAL
Uso de geladeiras domésticas com capacidade mínima de 280 litros, regulada a +2º c
podendo oscilar de +2º c até +8º c, com ambiente arejado e protegido de luz solar direta.
Uso de caixas térmicas para transporte e gelo.
8.1: INTRODUÇÃO
8.2 :URGÊNCIAS
CAP 9 : TUBERCULOSE
Introdução
Doença e Agente
Os primeiros registros da tuberculose datam de cerca de seis mil anos atrás, apesar
disso, apenas há cinqüenta anos a ciência pôde começar a ajudar seus portadores. A
despeito da descoberta da cura, a doença ainda mata mais pessoas que qualquer outro
germe isolado.
A tuberculose é uma doença infecciosa sistêmica causada pelo chamado bacilo de
Koch (homenagem ao seu descobridor: Robert Koch), medindo apenas dois milésimos
de centímetro, o germe de nome científico Mycobacterium tuberculosis, acomete
predominantemente o trato respiratório, sendo transportado por partículas úmidas que
carregam de um a três bacilos que podem ficar suspensas por horas, pronto para ser
inalado pelo pulmão humano. O bacilo pode acometer também outros órgãos como o
fígado, a medula óssea, o encéfalo, as meninges, a glândula supra-renal, os intestinos, os
olhos e a pele.
Apenas 10% das pessoas imunocompetentes desenvolvem a tuberculose quando
infectadas. Este número é consideravelmente superior em indivíduos
imunocomprometidos, como em portadores do vírus HIV.
Epidemiologia
A tuberculose continua sendo um grande problema de saúde pública,
especialmente em países em desenvolvimento.
Segundo estimativas, apesar da utilização de medidas profiláticas e de drogas
eficazes para o tratamento da tuberculose, cerca de um terço da população mundial está
infectada com o bacilo causador da doença, o que representa cerca de dois bilhões de
pessoas, ocasionando cerca de dois milhões de mortes por ano. No Brasil há cerca de 50
milhões de pessoas infectadas, sendo o coeficiente de incidência 47/100.000 habitantes,
o que leva a cerca de seis mil mortes por ano.
Vacina
Como é a vacina:
Como é apresentada:
Como é aplicada:
Dose:
Composição:
Eficácia:
Na literatura médica há um consenso sobre a eficácia da proteção conferida pela
primeira dose da BCG sobre as formas mais graves de tuberculose em crianças, principalmente
dos tipos meningite e miliar, porém há evidências de que a segunda dose desta não aumenta seu
efeito protetor.
Ainda há debate sobre a proteção contra TB pulmonar, que é uma forma clínica
importante para o controle da doença.
Os ensaios clínicos realizados a partir de 1930 mostram variação na eficácia de 0
a 80%. Estudo de caso controle realizado em crianças infectadas por HIV não
mostraram evidências de proteção nas formas pulmonares e extrapulmonares de TB.
O fato da eficácia da vacina BCG apresentar grandes variações, a torna objeto de
muitas pesquisas, sendo essas variações atribuídas a diversos fatores, como:
Vias de infecção: há uma hipótese que sugere que diferenças na história natural
de infecção e doença têm sido vistas como capazes de influencias na eficácia
vacinal. Haveria um efeito protetor no caso de infecção primária e um baixo
efeito protetor se resultasse de reinfecção exógena.
Segurança:
Entre as vacinas utilizadas rotineiramente, a BCG é a que provoca menos efeitos
adversos graves, sendo bastante segura.
Espera-se que após a vacinação ocorram complicações decorrentes, que são
classificadas em:
Locais e regionais:
Algumas das reações locais e regionais ocorrem na maioria dos casos devido à
técnica incorreta de aplicação da vacina.
Resultantes de disseminação:
10.1: AS DOENÇAS
# DIFTERIA
A difteria ou crupe é uma doença infectocontagiosa aguda que apresenta sintomas
localizados e sistêmicos, consequentes a ação da exotoxina produzida por cepas
toxigênicas do Corynebacterium diphteriae a qual provoca inflamação da mucosa
faríngea, nariz, laringe, e às vezes da traquéia e dos brônquios. É de evolução de
moderada a grave, com alta morbimortalidade. É de distribuição universal, com
transmissão direta de doentes ou portadores assintomáticos, que teve seu declínio de
forma estupenda após o início da vacinação, sendo raramente encontrada atualmente em
países desenvolvidos e em desenvolvimento.
# TÉTANO
O tétano é causado pelo Clostridium tetanii, bacilo gram + , anaeróbio, esporulado,
sem infecciosidade e não contagioso . Para estabelecer a infecção é necessária a
introdução dos esporos em ferimentos da pele e mucosas provenientes de terra, poeira e
fezes humanas e animais.
A bactéria produz tetanospamina, potente exotoxina a qual inibe a liberação de acetil
colina nas placas motoras musculares terminais, também acomete o sistema nervoso
autônomo.
É doença cosmopolita, acidental e com letalidade alta. Tem período de incubação de 3
a 21 dias , quando acidental , e de 3 a 10 dias, quando umbilical. Cursa com espasmos
musculares localizados ou generalizados, com ou sem febre baixa, hipertonia muscular
contínua, hiperreflexia, espasmos ou contraturas paroxísticas que dependem dos
músculos afetados – disfagia, trismo, riso sardônico, rigidez de nuca, opistótono,
abdome em tábua, apnéia. Essas são desencadeadas por estímulos – luz, sons,
manipulação e alterações de temperatura. Infelizmente o paciente permanece lúcido e
consciente durante os sinais e sintomas
# COQUELUCHE
A coqueluche ou tosse comprida é uma doença infecciosa altamente contagiosa que
atinge o trato respiratório causando intensa bronquite, tosse espasmódica com „guincho‟
, convulsões e encefalopatias .Tem fases evolutivas – catarral, espasmódica e
convalescência. Os agentes são bactérias – Bordetella pertussis e parapertussis.
Geralmente atinge crianças de baixa idade. Teve redução espantosa com o advento da
vacina mas está novamente em voga tendo sido detectada em vários países onde se
supunha controlada. As causas para tal ocorrência estão sob investigação
10.2 A VACINA
# COMPOSIÇÃO
Cada dose da vacina reconstituída é uma suspensão injetável de 0,5 ml que contém:
-Vacina conjugada contra Haemophillus influenzae tipo b (Hib); 10µg do polissacarídeo
capsular poliribosil-ribitol fosfato purificado (PRP) da bactéria conjugado a 30 mg de
toxoide tetânico com excipiente lactose.
-Vacina Tríplice (DPT) –toxoide diftérico suficiente para a indução de 2 unidades
internacionais (UI) de antitoxina em cobaia, toxóide tetânico suficiente para a indução
de 2 UI de antitoxina em cobaia e vacina pertussis (coqueluche) equivalente a 4 UI de
dose individual humana, com excipientes: hidróxido de alumínio , timerosal e solução
fisiológica tamponada (pH 6,4) .
# APRESENTAÇÃO
A vacina tetravalente é apresentada em caixas identificadas como “VACINA
COMBINADA CONTRA DTP E Hib” contendo um blister acondicionado 10 frascos
do componente Hib liofilizado e outro blister acondicionando 10 frascos do cmponente
DTP (forma líquida). Os frascos possuem a identificação „componente Hib (tampa e
coloração laranja) e „componente DTP (tampa metálica). Cada frasco apresenta 5 doses.
O número do lote, data de fabricação e data de validade estão registrados na caixa do
imunobiológico.
# EFEITOS ADVERSOS
A vacina é bem tolerada e pouco reatogênica. Algumas crianças poderão apresentar
febre e manifestações locais (dor, eritema e edema). Com menor frequência, devido ao
componente pertussis pode haver:
*convulsões até 72 horas após.
*colapso circulatório, com estado tipo choque ou com episódio hipotônico-
hiporresponsivo (EHH) até 48 horas após .
*Encefalopatia nos primeiros 7 dias após.
-vômitos e diarreia.
# ESQUEMA VACINAL
A vacina tetravalente está disponível na rede pública para crianças menores de 1 ano,
para início ou complementação do esquema básico de vacinação. A vacinação básica
consiste na aplicação de 3 doses, intervalo de 60 dias (mínimo 30 dias) a partir de 2
meses. Após os 12 meses de idade, todas as doses necessárias de DTP e Hib , para
início ou complementação serão realizadas com as apresentações tradicionais-em
separado-. Seguido de 2 reforços, a vacina tríplice bacteriana deverá ser aplicada aos 15
meses e entre 4 e 6 anos. Depois disso, reforço a cada 10 anos, sem o componente
pertussis – só DT.
Ressalte-se que a vacina contra Hib só está indicada para crianças de 1 a 4 anos
quando estas não receberam o esquema completo antes do primeiro ano de vida -3
doses-. Nesse caso, fazer dose única. Situações especiais de indicação contra Hib em
crianças maiores de 5 anos seguem as recomendações da Norma para os CRIEs.
Crianças menores de 1 ano com indicação da vacina DPaT deverão receber as doses
da vacina Hib com a apresentação tradicional, ou seja , não se mistura a vacina acelular
com a Hib.
Os esquemas mudam conforme a vacinação prévia da criança . Exemplos:
1) Criança recebeu 3 doses da tetravalente até 1 ano. Não recebe mais tetravalente e
segue as demais vacinas do calendário
2) Criança que não recebeu nenhuma tetravalente- iniciar o esquema com a vacina,
respeitando os intervalos e completar até 1 ano de idade.
3) Criança começou com vacina DPT e Hib separadas- completar até 1 ano com a
tetravalente, nos intervalos permitidos.
4) Criança que recebeu 1 das vacinas e não a outra- completar a vacina que falta e
continuar com a tetravalente a seguir.
5) Criança que recebeu outra marca de vacina combinada na clínica privada-
complementar o esquema com a tetravalente da rede pública, mantendo os
mesmos intervalos até a 3ª dose antes dos 12 meses de vida.
CAP 11: POLIOMIELITE
11.2 - EPIDEMIOLOGIA
O padrão epidemiológico da poliomielite se modifica, passando de uma forma
endêmica primária a uma forma dramaticamente epidêmica, tornando-a uma das
doenças infecciosas mais temíveis na primeira metade do século XX..
Ao analisar estas epidemias, verificou-se que embora quase todos se infectassem, a
doença paralítica era rara quando a infecção ocorria nos primeiros anos de vida e muito
mais grave (mais casos) quando se fazia mais tardiamente, na idade adulta.
11.3 AS VACINAS
As grandes epidemias de poliomielite com paralisias ocorridas nos países
industrializados foram controladas graças ao advento de vacinas eficazes, que
constituem o único meio de prevenção da doença. Existem dois tipos de vacina
disponíveis os quais diferem quanto à via de administração e mecanismos imunológicos
envolvidos: vacina injetável de poliovirus inativados e vacina oral de poliovirus
atenuados.
#: VACINA INATIVADA CONTRA POLIOMIELITE
A vacina inativada de polivírus (VIP ou IVP), desenvolvida por Salk em 1954, foi a
primeira a ser licenciada e utilizada. Salk demonstrou que o vírus, mediante incubação
com formalina 1/1000 em período de 12 a 14 dias, à temperatura de 37º c, pH 7, fica
inativada, mantendo porém um poder antigênico adequado.
A imunidade desenvolvida pela vacina de poliovírus inativados é essencialmente do
tipo humoral. A vacina não compete com o vírus selvagem da pólio ao nível intestinal.
Após a administração parenteral da vacina inativada de potência elevada, há moderada
produção de IgA secretória na nasofaringe (menores que da VOP). Por conter vírus
mortos, essa vacina imuniza exclusivamente o indivíduo vacinado, não havendo
imunização secundária entre os contatos. Em compensação, também não se corre o risco
de gerar cepas virais mutantes, capazes de produzir eventuais casos de paralisia
associados à vacina.
È indicada nos seguintes casos: 1) imunodeficientes em geral – primária, HIV,
neoplasias, por medicamentos, quimio e radioterapia. ; 2) contatos domiciliares de
indivíduos imunodeficientes; 3) pós-transplante de medula óssea.
Em nosso meio, a vacinação de rotina é feita com a vacina oral de vírus atenuados,
sendo a vacina inativada indicada apenas para indivíduos com contra-indicações para
receber a vacina oral .
# COMPOSIÇÃO
Todas as vacinas inativadas contra poliomielite são de potência elevada. O polivírus é
cultivado em cultura de células diploides humanas ou células Vero (rim de macaco
verde africano) . Contém traços de neomicina, estreptomicina e polimixina B. Tem os 3
tipos de poliovírus : 1, 2 e 3.
# DOSES - VIAS DE ADMINISTRAÇÃO –CONSERVAÇÃO
A vacina é administrada por via intramuscular (até 2 anos em região glútea ou antero-
lateral da perna e acima disso em região deltoide ) ou subcutânea . Esquema: 2,4 e 6
meses, reforços aos 15 meses e 4 a 6 anos. Conservada entre 2º c e 8º c. É relativamente
termoestável suportando pequenas elevações de temperatura. Não deve ser congelada.
A vacina oral de poliovírus atenuado (VOP) é administrada por via oral. Liberada para
uso nos Estados Unidos em 1962, ela suplanta gradualmente a vacina injetável graças à
sua superioridade em termos de capacidade imunogênica e à habilidade de induzir
produção local de anticorpos da classe IgA na orofaringe e trato gastrointestinal, além
disso tem baixo custo e é fácil de administrar.
A vacina pode ter 1, 2 ou os 3 sorotipos do vírus (mono, bi e trivalente), sendo a última
a utilizada rotineiramente na vacinação.
Na maioria das crianças suscetíveis que recebe a vacina oral, o vírus persiste na
orofaringe por 1 a 2 semanas e é excretado nas fezes por até 2 meses- pico máximo de
excreção na primeira semana após a ingestão.
# COMPOSIÇÃO
A vacina utilizada em nosso meio é trivalente com vírus vivos atenuados com a
seguinte concentração:
P1-1 milhão DICT50
P2 – 100 mil DICT50
P3 – 600 mil DICT50
12.1 AS DOENÇAS
# SARAMPO
A doença: Período prodrômico – 3 a 7 dias- com febre, quadro tipo gripal e Mancha
de Koplic . Então surge exantema máculo-papular, conjuntivite, tosse e viremia.
Compromete bastante a imunidade levando a infecções secundárias, sendo o pulmão o
órgão mais afetado.
Complicações: Otite, Pneumonia, Meningoencefalite, Diarréia e Óbitos. A Panencefalite
Esclerosante Subaguda é complicação tardia.
# RUBÉOLA
# CAXUMBA
TRÍPLICE VIRAL
Contém vírus vivos atenuados das três acima – licenciada na década de 70 , cultivados
em fibroblastos de embrião de galinha (sarampo e caxumba) ou células diploides
humanas ( rubéola), podendo conter restos de proteínas humanas ou animal, com
estabilizadores, neomicinas e kanamicina. É termolábil, liofilizada, armazenada entre 2
e 8 graus celsius positivos e usada até 8 horas após a diluição. Feita SC após 1 ano ( até
15 meses) , com segunda dose aos 4-10 anos. Pode ser usada simultaneamente com
outras vacinas.
Efeitos adversos : Raros: meningoencefalite e Púrpura trombocitopênica
idiopática.Hipersensibilidade em alérgicos ao ovo. Artrite e Artralgias (Rubéola);
Parotidite vacinal (Caxumba) ; Quadro catarral brando e exantema leve (Sarampo)
Contra- Indicações : Reação anafilática em alérgicos a ovo; Gravidez ( não engravidar
até 3 meses após seu uso ). Imunodeprimidos.
OBS: Há grande interesse em associar a vacina de varicela com a tríplice viral
CAP 13: VARICELA
13.1 -AGENTE
: A Varicela (Catapora) é causada por um vírus DNA, grupo Herpesvirus, nome
Varicela Zoster (VZV) e é encontrado exclusivamente em seres humanos.
A infecção primária causa a varicela, doença cosmopolita, atingindo mais as crianças
geralmente no inverno e primavera. É altamente contagiosa e a sua reativação causa o
Herpes Zoster (cobreiro). O diagnóstico das duas apresentações é clínico.
13.2- EPIDEMIOLOGIA:
O contágio é feito por gotículas de saliva, líquido das lesões ou por secreções do trato
respiratório penetrando no organismo através das vias aéreas superiores. O período de
contágio vai de 2 dias antes do aparecimento da erupção até quando todas as vesículas
secarem. Costumam acontecer surtos ou micro epidemias anuais.
13.3 A DOENÇA;
Após período de incubação de 10 a 21 dias (média 15 dias ) há febre, mal estar e
erupção. Esta consiste em máculo-pápulas que evoluem para vesículas, pústulas e
crostas em surtos (3 ou mais) da pele, atingindo também as mucosas (aftas e úlceras). É
característica a presença dos vários estágios das lesões ao mesmo tempo( o que a
diferenciava da varíola (mesmo estágio)). As lesões podem deixar cicatrizes e pode
haver contaminação bacteriana secundária (impetigo, abscessos, etc) . Outras
complicações incluem Encefalite, Ataxia cerebelar, Pneumonia viral ou bacteriana.
Pode afetar o feto (Varicela Congênita).
13.4 A VACINA
Takahashi e cols, em 1974, a partir do líquido vesicular de um menino sadio chamado
K. OKA, promoveram atenuação do vírus após passagens por culturas de tecidos,
desenvolveram a vacina de vírus atenuado – cepa OKA.
Os estudos clínicos, inicialmente nos EUA e Japão demonstraram soro-conversão I
produção de anticorpos que oscilam de 88 a 100 %, com persistência adequada por 10 a
20 anos. Portanto, e isso é importante informar aos usuários, o indivíduo vacinado não
está completamente isento de ter a doença, mas são relatados, nos vacinados, quadros
clínicos brandos, com poucas lesões e com rara probabilidade de complicações.
A vacina com 0,5 ml contém 1350 unidades formadoras de placas, com sacarose,
gelatina, NaCl, glutamato, fosfato dissódico e potássico, KCl, e resíduos celulares,
neomicina e soro bovino.
A apresentação da vacina é liofilizada, dose de O,5 ml- via sub cutânea. São estáveis
por 30 minutos após a diluição, e deve ser conservada a -15º c (Varivax) ou a 2º a 8º c
as outras ( Varilix e Varicela Biker) .
As contra indicações , além das gerais das vacinas, constam de : Reação Anafilática à
Neomicina, gestantes e tuberculose em atividade.
Os eventos adversos mais comuns são a febre, dor, edema e hiperemia locais (30%) e
rash cutâneo (5%).
Pode ser usada concomitantemente com outras vacinas e está em estudo ser incluída
na vacina tríplice viral. É indicada após 1 anos de idade, com reforço entre 4 e 6 anos.
Se for feita após 13 anos, são 2 doses com intervalos de 4 a 8 semanas.
INTRODUÇÃO / AS HEPATITES
Segundo estimativas, dois bilhões de pessoas já tiveram contado com vírus das hepatites
e 350 milhões são portadores crônicos, se tornando um grave problema de saúde pública no
mundo.
A hepatite é uma inflamação provocada por diferentes agentes etiológicos, de
distribuição universal, que têm em comum o hepatotropismo. Geralmente ocorre devido à ação
de um vírus, que pode ser vírus da hepatite A, B, C, D ou E. Mas a hepatite pode ser causada
por outras infecções virais, como a mononucleose infecciosa, febre amarela e infecção por
citomegalovírus. A hepatite não viral geralmente tem como sua causa principal, os
medicamentos (halotano, metildopa, paracetamol, rifampicina, etc) e álcool. A hepatite viral
pode ser aguda (dura menos de 6 meses) ou crônica.
A hepatite viral aguda agrupa pelo menos cinco doenças diferentes que são causadas por
cinco ou mais vírus distintos e não relacionados. São os vírus da hepatite A, B, C, D e E. A
hepatite viral aguda pode ser autolimitada e regredir sem lesão hepática residual ou replicação
viral ou pode resultar em hepatite crônica.
As hepatites A e E são formas de hepatite infecciosa; disseminadas principalmente pela
via fecal-oral. As hepatites B,C e D são formas de hepatite sérica, disseminadas em grande parte
pelas vias parenterais e em menor quantidade, pela exposição íntima ou sexual.
A hepatite infecciosa (A e E) ocorre em surtos e, geralmente, causam apenas hepatite
autolimitada.
A hepatite sérica (B, C e D) não é altamente contagiosa, mas, sim, de ocorrência
esporádica, raramente causando surtos; é capaz de levar à hepatite crônica e, por fim, à cirrose e
ao carcinoma hepatocelular. A doença é caracterizada clinicamente por sintomas de mal-estar,
náusea, falta de apetite, dor abdominal vaga e icterícia; bioquimicamente, há aumento nos níveis
de bilirrubina no sangue e aminotransferases; sorologicamente, surge um genoma viral da
hepatite no fígado e no soro e histologicamente, por inflamação e necrose hepatocelular. Pode
evoluir para hepatite crônica.
A hepatite crônica é marcada por lesão necroinflamatória crônica do fígado que pode
evoluir à cirrose e à câncer hepático. A hepatite crônica possui evidências de lesão em curso por
um período igual ou superior a 6 meses. Os principais tipos de hepatite crônica são: hepatite B
crônica, hepatite D crônica, hepatite C crônica, hepatite imunológica, hepatite crônica induzida
por medicamentos e outras substâncias, doença de Wilson e hepatite criptogênica (hepatite não-
A-E).
HEPATITE A
O HAV é um vírus RNA que pertence à família dos Picornaviridae (gênero Hepatovírus). O
genoma do vírus tem comprimento de 7,5 kb. Ele replica-se no fígado e infiltra-se no citoplasma
do hepatócito. O vírus é secretado na bile e, também no soro, só que em menor quantidade.
Durante o período de incubação (28 dias, variando de 10 a 50 dias) e da fase sintomática,
encontram-se níveis mais altos do vírus nas fezes. Este vírus é capaz de manter suas partículas
estáveis até 3 meses a 25°C em água e solos contaminados.
EPIDEMIOLOGIA
Atualmente calcula-se que há 10 milhões de novos casos de hepatite A por ano através
de estudos de soro-prevalência, No entanto, a Organização Mundial de Saúde estima que haja
1,5 milhões de casos no mundo, por ano.
VACINA:
1) APRESENTAÇÃO
2)APLICAÇÃO(DOSES/VIA DE ADMINISTRAÇÃO/COMPOSIÇÃO)
As vacinas para hepatite A são produzidos através de vírus inativados em formaldeído e
cultivados em células diplóides humanas. São adsorvidos ao hidróxido de alumínio (ver quadro
1).
O antígeno viral purificado provém de culturas de fibroblasto humano infectado pelo
vírus da hepatite A. Há disponibilidade de outro tipo de vacina no Brasil, a virossomal, que
também é composta por vírus inativado, mas o processo de produção é outro.
Doses: Quando isolada, tanto para adultos como crianças, a vacina contra hepatite A
deve ser administrada em duas doses, de 0,5mL, aplicadas com intervalo de seis meses(esquema
0-6). Quando combinada com vacina contra hepatite B, deve ser administrada em três doses, de
1,0mL, aplicadas no esquema (0-1-6). A vacinação combinada contra as hepatites A e B é uma
opção e pode substituir a vacinação isolada contra as hepatites A e B. Tanto a vacina para
hepatite A como para A e B estão disponíveis apenas em clínicas privadas de imunização
devido ao seu alto custo.
3)EFICÁCIA
Em indivíduos lactentes sem anticorpos maternos, crianças, adolescentes, adultos e
imunocompetentes, há uma taxa de soro-convenção de 94% a 100%, sendo de longa duração a
proteção, isso se aplicados corretamente as duas doses, fazendo das vacinas inativadas contra
hepatite A altamente eficazes e de baixa reatogenicidade.
Em crianças com menos de 12 meses de idade, estudos de imunogenicidade tem evidenciado
interferência dos anticorpos maternos na resposta imune a vacina contra VHA.
Estudos demonstram que a taxa de anticorpos persistem por seis a oito anos após vacinação.
A taxa de soroconversores diminuem em imunodeprimidos, por exemplo: indivíduos infectados
como vírus da HIV possuem taxas de soroconversão entre 52% a 94%, após duas doses. Destes
os melhores resultados são os detentores de altos níveis de CD4 (<300).
Em pacientes hepatologicamente prejudicados ou alcoólatras possuem as menores respostas a
vacina contra VHA, sendo necessário a administração o mais precocemente possível, sendo que
as taxas se encontram entre 0% até 97,7%, sendo de piores resultados os indivíduos
transplantados.
Apesar de ainda nao padronizada para esta finalidade, a vacina tem sido utilizada na pós-
exposicão ao VHA, com eficácia de 79% em prevenir infeccão quando administrada ate oito
dias após exposicão.
4)SEGURANÇA(EFEITOS ADVERSOS
/COMPLICAÇÕES/INDICAÇÃO/CONTRAINDICAÇÃO
EPIDEMIOLOGIA
Cerca de 2 bilhões de pessoas já entraram em contato com o vírus da hepatite B. A cada
ano, segundo a OMS, surgem 50 milhões de novos casos. Destes, 350 milhões se tornam
doentes crônicos a cada ano. Devido a esses números, a hepatite B é considerada um grave
problema de saúde pública, mesmo com vacinas eficazes à disposição.
A hepatite B é endêmica no Sudeste Asiático, China, Micronésia e África Sub-Saariana.
As taxas são menores no subcontinente indiano e no Oriente Médio. Nos Estados Unidos, a
hepatite B é a segunda causa mais comum de hepatite aguda, e a infecção crônica afeta
aproximadamente 0,5% da população.
Nas áreas geográficas de maior incidência, 60% a 85% das pessoas já foram expostas ao
vírus, e 8% a 25% dessa população sofre da forma crônica da hepatite B.
No Brasil, 15% da população já foi contaminada e 1% é portadora crônica. A
cronicidade pode levar a complicações como cirrose e carcinoma hepatocelular, levando à óbito
500 mil a 1,2 milhão de pessoas por ano.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, o total de casos confirmados entre 1999 e
2009 foi de 96,044. Entre esses casos, mais de 50% ocorreu entre indivíduos de 20 a 39 anos.
Cerca de 90% dos 96,044 casos, são agudos. Dentre esse período, as maiores taxas encontradas
de hepatite B foram encontradas nas regiões Sul, Centro-oeste e Norte.
Em 2000, um estudo de soroprevalência feito por Clemens et al, demonstrou que há
uma soroprevalência geral de anti-HBc de 7,9%, não ocorrendo diferença nos números entre
homens e mulheres. As taxas maiores ocorreram na região norte (21,4%) e as menores, na
região nordeste. Taxas intermediárias ocorreram nas regiões Sudeste e Sul (5,5% e 7,6%,
respectivamente). Houve um aumento na prevalência entre adolescentes e um aumento
significativo nos grupos de baixo nível socioeconômico, entre 1 e 20 anos. Em crianças de 1 ano
a prevalência foi de 3,1%, o que sugere a transmissão vertical.
RESUMO DO CURSO CLÍNICO DA HEPATITE B
VACINA:
1)APRESENTAÇÃO \CONSERVAÇÃO /VALIDADE
A vacina contra a hepatite B é apresentada sob a forma líquida em frasco de dose única ou em
frascos de 10 ou 50 doses.
Deve ser estocada entre 2°C e 8°C. Fora desta temperatura, perde a potência.
O prazo de validade especificado pelo fabricante deve ser respeitado.
Fonte: Manual de imunizações : Centro de Imunizações Hospital Israelita Albert Einstein / Alfredo
Elias Gilio, coordenador. - 4.ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2009.Ligeiramente modificado.
Quadro 3-Vacinação contra hepatite B e seguimento recomendado para renais
crônicos e hemodialisados
-
Fonte- Manual dos centros de referência para imunobiológicos especiais / Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2006.
3)EFICÁCIA
Três doses da vacina protegem mais de 90% dos adultos e jovens sadios e 95% dos
lactentes, crianças e adolescentes de até 19 anos, portanto a resposta é melhor em crianças do
que em adultos.,não necessitando de sorologia de rotina devido a grande eficácia. Se for desejo
fazê-la, deve ser realizada de 30 a 45 dias após a última dose do esquema vacinal.
A eficácia em maiores de 40 anos, quando se situa em torno de 40 a 60%.Idosos,
dialisados e imunodeficientes(imunodeficiências primárias;imunodeficiências secundárias;
infecção pelo HIV;pacientes em uso de corticosteroides;após transplante de medula óssea)
apresentam resposta imunológica mais baixa.
Os indivíduos pertencentes a grupos de risco, vacinados, que nao responderem com
nível adequado de anticorpos, devem ser revacinados com mais três doses de vacina. Aqueles
que permanecerem anti-HBs negativos após dois esquemas completos de três doses devem ser
considerados não respondedores e suscetíveis, em caso de exposição.
A incidência de queda de anticorpos em 10 anos variou de 13% a 63%. Em torno de 12
anos há proteção contra hepatite viral crônica mesmo com níveis baixos de anticorpos ou
indectáveis.
Para pacientes em hemodiálise os níveis de anticorpos devem permanecer acima de 10
mUI/mL,quando abaixo, recomenda-se uma dose de reforço.
4)SEGURANÇA(EFEITOS ADVERSOS/COMPLICAÇÕES\INDICAÇÃO
/CONTRAINDICAÇÃO
Em 1% a 6% de crianças e adultos que recebem a vacina ocorre dor local e febre baixa,
sendo os efeitos colaterais mais relatados. Reações alérgicas são raras. Em 1:600.000 pacientes
adultos pode ocorrer anafilaxia, menos comum em crianças e adolescentes.
A vacina é indicada:
• Nas crianças menores de um ano de idade, se possível doze horas após o parto;
• Em áreas de alta endemicidade, desde 1 a 14 anos de idade.
• Doadores de sangue
• Em grupos de risco, como:
dos;
menores, etc.);
15. 2 EPIDEMIOLOGIA
15 . 3 AS VACINAS
# POLISSACARÍDEA
Em 1977 foi licenciada nos EUA a vacina polissacarídea 14-valente, ou seja com 14
subunidades purificadas de sorotipos diferentes de pneumococos e em 1983 surge a 23-
valente com mesma base. Foi indicada inicialmente para idosos e indivíduos suscetíveis
à bactéria e para crianças acima de 2 anos. Sua aplicação de rotina foi impactante na
diminuição da prevalência das doenças causadas pela bactéria tanto nos vacinados,
quanto na população em geral por diminuir o número de portadores assintomáticos.
# VACINAS CONJUGADAS
Com o avanço tecnológico, a engenharia genética criou uma nova vacina de complexo
polissacarídeo proteico a chamada 7-valente com proteção para os sorotipos 4, 6B,
9V,14, 18C, 19F e 23F, sorotipos estes prevalentes em vários países.
Sua vantagem era dar proteção a partir de 2 meses de idade protegendo os lactentes
até os 2 anos, população altamente suscetível à doenças pneumocócicas. Após essa,
surgiram a 10-valente e a 13-valente com intervalos de poucos anos.
O Brasil, após receber a tecnologia apropriada, começou a produzir a 10-valente na
FioCruz, que acrescentou à 7-valente subunidades dos sorotipos 1,5 e 7F. Essa vacina
contém 1µg de cada subunidade, associadas a 20µg de proteína diftérica, contendo
fosfato de alumínio e sem conservantes. O PNI a introduziu no calendário vacinal
infantil em 2010.
Em 2011, outro Laboratório licenciou e vem comercializando a vacina 13-valente que
contém os mesmos sorotipos da 7–valente acrescidos dos 1,3,5, 6A ,7F e 19. Essa vem
como opção pra os interessados em maior cobertura vacinal e é comercializada por
clínicas e hospitais de forma particular.
# ADMINISTRAÇÃO E ESQUEMAS
As 7, 10 e 13-valente vêm em frascos-ampola com 0,5 ml para serem utilizadas
exclusivamente por via intramuscular (IM). Seu esquema é vacinação aos 2,4 e 6 meses
com reforço entre 12 e 15 meses. Reforços posteriores são feitos com a 23-valente.
A vacina 23-valente é feita em dose única em adultos e em crianças com doenças de
base, acima de 2 anos, IM e 0,5 ml.
Ambas não podem ser combinadas, mas podem ser usadas concomitantemente com
outras vacinas.
# EVENTOS ADVERSOS
-PNEUMO 23: Comuns: reações locais como dor e edema até 48 horas após e febre
geralmente < 37,8º c. Menos comuns: mialgia, cefaleia, náuseas/vômitos e astenia. Mais
raramente: rash, urticária, artrite/artralgia, adenite, Doença do soro e trombocitopenia.
- VPC 7,10 e 13: Reações locais e enduração, febre. Sem reações graves.
# CONTRA INDICAÇÕES
- PNEUMO 23: gestantes, quadros febris agudos, quimioterapia.
- VPC 7,10 e 23: Não utilizar em adultos e idosos (há controvérsias) ,
hipersensibilidade ao látex.
16.2 EPIDEMIOLOGIA
Tem como reservatória o homem doente ou portadores assintomáticos
A transmissão é por contato íntimo, gotículas de secreção de oro faringe. O tempo
de incubação pode durar de 2 a 10 dias, com médica de 3 a 4 dias. Observação: após 24
horas de uso de antibiótico, desaparece da oro faringe.l
Há ondas epidêmicas que podem durar 2 a 5 anos. É universal e pode surgir a
qualquer momento durante um ano. No Brasil as epidemias foram: 1970-1975 pelos
sorogrupos A e C.; 1975 a 1990, tendo acometido de 1 a 6 / 100 000 habitantes,
variando dos sorogrupos A e C para o B e 2000 a 2007 com predominância dos
sorogrupos B e C.
16.3 AS VACINAS
# VACINAS POLISSACARIDEAS
Foram e são usadas em controles de surtos pois dão imunidade muito curta.Não
induzem memória imunológica eficaz ou prolongada (3 a 5 anos)
São constituídas de polissacáride da cápsula do meningococo. Existem apresentações
para todos os subgrupos em separado ou polivalentes. A vacina para meningococo B
contém material protéico da membrana do meningo B combinado com polissacáride
capsular do meningo C.
São imunogênicas partir de 2 anos de idade com proteção de aproximadamente
90%, com exceção da Meningo B cubana que tem eficácia baixa no Brasil de
aproximadamente40 %. Todas fornecem imunidade de curto prazo.
INDICAÇÕES FORMAIS: Asplenia / Anemia Falciforme / Hemoglobinopatias como
Talassemia e outras /Imunodeficiência adquirida ou congênita.
ESQUEMAS:
- Meningococo A : A partirde 3 anos. Repetir após 3 meses e revacinar após 2 anos.
- Meningococo C,Y,w135 : A partir de 2 anos –dose única. De 2 a 5 anos – revacinar a
cada 3 anos. Em maiores de 5 anos –revacinar a cada 5 anos.
- Meningococo B – quando indicada- 2 doses com intervalo de 6 a 8 semanas.
Não há contra indicações. Via SC na região posterior do braço, antero-lateral da coxa
ou glútea. IM em menores de 2 anos em braço, coxa ou glúteo. Conservar entre 2 e 8º c.
# VACINAS CONJUGADAS
Polissacáride capsular do Meningococo C conjugada com proteína CRM 197.
Eficácia alta. Em lactentes a partir de 2 meses. Induzem memória imunológica.
Efeitos adversos: 5 % dos casos com edema, dor e hiperemia locais, e em 2% febre
Esquema vacinal : Início abaixo de 6 meses – 3 doses com intervalo de 2 meses.
Entre 6 meses e 1 ano – 2 doses com intervalo de 1 mês
Acima de 1 ano – 1 dose
Contra indicação : hipersensibilidade ao toxóide diftérico
Uso IM, coxa ou deltóide – conservação entre 2 e 8º c.
CAP 17: VÍRUS INFLUENZA
# AGENTE
O vírus influenza (gripe ) é um importante problema de saúde, por ser uma doença viral
altamente infecciosa com alta taxa de morbi-mortalidade em todas as idades ,
principalmente em crianças e idosos. Ocorre em epidemias mais no inverno.
O agente é o vírus influenza, família Orthomyxoviridae , com 3 sorotipos : A, B e C
definidos pela constituição antigênica de suas nucleoproteínas.
O tipo A é classificado segundo as glicoproteínas de superfície – hemaglutinina (H) e
neuraminidase (N), com vários subtipos, (descritos até 100 ) . Há 15 tipos H e 9 tipos N
. São assim classificados, por exemplo: H1N1, H2 N2, H3 N2, etc.
Em intervalos regulares aparecem subtipos novos pois os vírus conseguem modificar
sua capacidade antigênica com variações maiores (SHIFT) e menores (DRIFT), que
levam a pandemias.
O tipo B associa-se a epidemias regionais e o tipo C não tem importância
epidemiológica.
Infectam homens, cavalos, baleias, porcos e aves.
EPIDEMIOLOGIA
O isolamento do vírus em 1933 inicia o conhecimento moderno do Virus influenzae
com episódios pandêmicos conhecidos:
= Gripe Espanhola – 1918/1919 – 20 a 40 milhões de óbitos
= Gripe Asiática - 1957/1958
= Gripe Hong Kong – 1968/1969
= Gripe Aviária - 2003 a 2010 (H5 e H7)
Há surtos epidêmicos locais em todo o mundo. Afeta crianças escolares com taxas de
infecção de 10 a 40 %. Requer grande número de hospitalizações. Tem como
complicações (freqüentes) as pneumonias, otites e sinusites, geralmente por
pneumococos e estafilococos.
# DOENÇA
Os vírus da influenza são transmitidos de pessoa a pessoa ( ou animal a pessoa) por
gotículas das vias aéreas superiores, com incubação de 1 a 4 dias, desde um dia antes da
apresentação dos sintomas até 5 dias após.
A doença pode se apresentar de 3 formas:
1) A infecção não complicada de início súbito com febre, mialgia, mal-estar geral,
cefaleia, tosse não produtiva, dor de garganta, coriza e obstrução nasal. Nas
crianças pode haver vômitos, otalgia / otites e anorexia.
2) A influenza complicada, principalmente em doentes crônicos, pode exarcebar a
doença de base ou levar a complicações com bactérias (pneumococos e
estafilococos).
3) Influenza fulminante, que é uma pneumonia viral primária, geralmente nas
pandemias.
Para a maioria das pessoas a gripe se resolve espontaneamente em dias,
podendo a tosse e o mal estar permanecerem por mais tempo (1 a 2 semanas).
17.2 VACINAS
A OMS coordena centros de vigilância em vários países, inclusive o Brasil.
Especialistas analisam dados epidemiológicos e definem a composição das vacinas para
o próximo ano e existe definição do tipo de vacina para o hemisfério norte e sul. São
ajustadas a cada ano.
São vacinas de vírus inativados geralmente com subtipos A e B. Recomendadas a
partir de 6 meses, até 2 anos e em idosos a partir dos 50 anos. Usa-se em grávidas no 2º
e 3º trimestres da gravidez no período epidêmico e é formalmente indicada para
portadores de doenças cardíacas e pulmonares. Os vírus são cultivados em culturas de
ovos e têm resíduos de timerosal.
COMPOSIÇÃO - 3 tipos:
= Vírus inteiro inativado com formol- muito reatogênica- não usada no Brasil.
= Vírus inteiro inativado com formol com ruptura do envelope lipídico – split-antígeno
ou subvirion
= Antígenos purificados após inativação com formol
ESQUEMA VACINAL
Época ideal para uso- outono – Brasil de março a maio.Uso IM ou SC.
=6 a 35 meses – subvirion -0,25 ml – 1 ou 2 – na primeira vez devem ser aplicadas 2
doses com intervalo de 1 mês
=3 a 8 anos – subvirion – 0,5 ml - 1 ou 2 .
= 8 a 12 anos - subvirion – 0,5 ml - 1
= > 12 anos - subvirion ou vírus inteiro – 0,5 ml - 1
18.2 EPIDEMIOLOGIA
A raiva é endêmica. Tem 2 ciclos : CICLO URBANO, que tem como reservatórios os
cães e gatos e o CICLO SILVESTRE , que, no Brasil, tem como reservatórios os
animais silvestres ( raposa, lobos, gato do mato, etc) e principalmente os morcegos.
Afeta também bois, eqüinos e outros animais de convívio próximo com humanos.
No Brasil o contato para os afetados é o Grupo Técnico da Raiva- da Coordenação de
Vigilância a Doenças Transmitidas por vetores e antropozoonoses do SUS/ M.Saúde.
Trabalhos descreve que cães e gatos (79 %) são os maiores causadores, seguidos do
morcego (11 %) e outros animais.
18.3 A VACINA
Durante muitos anos o Brasil usou como profilaxia de raiva humana chamada
Fuenzalida Palacios que era obtida a partir de cérebro de camundongo inoculado com a
cepa Pasteur do vírus.Desde 1950 várias outras vacinas foram produzidas pelo mundo ,
como a de cultura celular de células vero de macacos verdes africanos usando Cepa
Wistar PM/WI 38-1503-3M; de células diplóides humanas; purificadas em células de
embrião de galinha e de pato.
O Instituto Butantan vem produzindo em larga escala a Vacina de Cultura Celular e a
sua produção tornou o Brasil auto-suficiente quanto a vacina (VERORAB) A mesma
vem fazendo parte da vacinação profilática de raiva do País há alguns anos. Abaixo vem
o quadro do Esquema para profilaxia da raiva humana com esta vacina
COMPOSIÇÃO:
Pó liofilizado injetável contendo: 1 dose imunizante que significa atividade protetora
igual ou superior a 2,5 UI (teste de NIH) + Maltose (25 mg) + Albumina humana (25
mg) que deve ser diluída em Diluente (acoplado) com NaCl 4/1000 – 0,5 ml . Para uso
IM ou SC, nunca endovenoso.
EFICÁCIA; Boa, com formação de anticorpos a partir de 7 dias e 100 % de conversão
no 14º dia.
Como só a vacina não é suficiente para debelar os casos de raiva, é necessário em
muitas situações o uso de VACINAÇÃO PASSIVA , com Imunoglobulinas anti rábicas.
O soro deve ser aplicado/infiltrado nas portas de entrada do vírus (local de inoculação )
Se não usar toda a dose, utilizar o restante em outra região anatômica diferente de forma
IM – pode ser usada a região glútea.
Em agressão por MORCEGOS, sempre utilizar a vacinação com o soro anti rábico
CAP 19: FEBRE AMARELA
19.2 EPIDEMIOLOGIA
A forma silvestre é doença endêmica no Norte e Centro-oeste brasileiros, com
registros em Minas Gerais, Bahia, Espírito santo e algumas áreas no sul, e em regiões
tropicais ou subtropicais no mundo, onde haja florestas. Aparece em surtos com
intervalos de 5 a 7 anos. A forma urbana no Brasil foi erradicada em 1942. É sazonal
indo de janeiro a abril.
19.3 A VACINA
A vacina contra febre amarela utilizada no Brasil produzida em BioManguinhos é
produzida a partir de vírus vivos atenuados da cepa americana denominada 17 D, obtida
após passagens seriadas em embrião de galinha.Vem em frascos de multidoses. Deve
ser conservada em geladeira entre 2º e 8º c, sendo que após a diluição do liofilizado a
vacina deve ser aplicada no prazo máximo de 4 horas, desde que conservada. Contém
1000 LD 50, sacarose e glutamato. Aplicação SC, na dose única de 0,5 ml.
Tem eficácia de 100% se aplicada após o 9º mês, sendo que a formação de anticorpos
protetores só ocorre 10 dias após a vacinação. A proteção dura 10 anos, devendo haver
revacinação.
INDICAÇÕES: Para moradores de zonas endêmicas e para viajantes para estas zonas.
CONTRAINDICAÇÕES: Além das gerais para as vacinas, não usar em menores de 6
meses de vida, gestantes e alergia grave a proteína do ovo. Postergar em caso de
doenças febris e mães lactantes.
EFEITOS ADVERSOS: Dor local, febre, cefaleia e mialgias. Houve relatos em 2000
de encefalite e invasão tecidual pelos vírus vacinal, mais em lactentes abaixo dos 6
meses e ao uso da cepa francesa que foi suspensa. Relato de 21 casos em 200 milhões
de usuários. Pode ser usada de forma concomitante com outras vacinas, mas não pode
ser combinada.
Introdução:
Doença e Agente
A infecção pelo rotavírus varia desde um quadro leve, com diarréia aquosa e
duração limitada a quadros graves com desidratação, febre e vômitos, podendo evoluir a
óbito.
Epidemiologia
Vacina
Composição
Conservação
Segurança
Efeitos adversos
Contra-indicações
São elas:
- Imunodeficiência congênita ou adquirida
- Uso de corticosteróides em doses elevadas, ou crianças submetidas a outras
terapêuticas imunossupressoras (quimioterapia, radioterapia)
- Reação alérgica grave a um dos componentes da vacina ou em dose anterior,
até 2 horas após a aplicação da vacina
- História de doença gastrointestinal crônica
- Malformação congênita do trato digestivo
- História prévia de invaginação intestinal
CAP 21: HPV
A vacina:
Chega em ampolas para ser aplicada e apresentam em sua composição a proteína L1 do
vírus, na forma de virus-like particles(VLP), ou seja, partículas semelhantes ao vírus. A
vacina induz a reação imunológica,sem causar neoplasias ou infecções.
Atualmente são utilizados dois tipo de vacinas: a bivalente, para os subtipos16 e 18, e a
quadrivalente, contra os subtipos 6, 11, 16 e18.
Características das vacinas anti-HPV: fonte artigo uff (prevenção da infecção por hpv e
lesões associadas com uso de vacinas )**
BIVALENTE :
Composição
- Tipo: VLP L1 HPV 16,18
- Concentração: 20 μg HPV 16 e 18
- Adjuvante: 500 μg hidróxido de alumínio + 50 μg de monofosforil lipídio-a (ASO4)
- Tecnologia recombinante: Expressão com baculovírus em células de inseto
(Trichoplusnia ni)
Nome comercial
Posologia
0,5 mL IM 0, 1 e 6 meses.
Indicação (Brasil)
Imunogenicidade
Segurança
Proteção cruzada
Eficácia (infecção persistente)
_______________________________________________________________
QUADRIVALENTE
Composição
Nome comercial
Posologia
0,5 mL IM 0, 2 e 6 meses.
Indicação (Brasil)
Mulheres de 9 a 26 anos
007 100,0
FUTURE I 100,0
FUTURE II 98,6
COMBINADOS 99,1
005 100,0
007 100,0
FUTURE I 100,0
FUTURE II 98,0
COMBINADOS 99,0
Imunogenicidade
Segurança
Proteção cruzada
Bioterrorismo
O bioterrorismo consiste no uso intencional ou ameaça de utilizar agentes biológicos, quer o próprio
agente infeccioso ou seus produtos para causar a morte ou doença em humanos, animais ou plantas com o
objetivo de intimidar governos e sociedades em benefício de causas ideológicas particulares.
Revisão histórica
Consta que o homem de Neanderthal teria colocado fezes de animais em flechas para aumentar seu
poder letal, e que legionários romanos contaminavam os poços de seus inimigos com carcaças de animais. 2
As epidemias de peste, ocasionadas por Yersinia pestis, tiveram um grande impacto na humanidade. A
primeira delas ocorreu no Egito em 541 A.C. e dizimou aproximadamente 60% das populações que viviam
no norte da África, Centro e Sul da Ásia e Europa.3 No ano de 1346, o exército tártaro usou os corpos de seus
soldados infectados de peste bubônica em catapultas, sendo lançados sobre os muros da cidade de Kaffa
(atualmente Feodosia, em Crimea).1,4 A epidemia gerada provocou a derrota de Kaffa e deu início a segunda
epidemia de peste do continente europeu, responsável pela morte de 20 a 30 milhões de pessoas. 3 Em 1422 o
exército lituano catapultava cadáveres e excrementos ao povo de Carolstein (Áustria). Os espanhóis, por sua
vez, entregavam vinho contaminado com sangue de leprosos aos seus adversários franceses.5
No México, a população asteca sucumbiu diante de um vírus que até então não existia no continente
americano: a varíola, trazida pelo exército de Narvaéz por um negro infectado. Na América do Sul, graças a
epidemia de varíola introduzida por soldados espanhóis ao exército Inca de Atahualpa, o exército de
Francisco Pizarro composto por apenas 120 soldados pôde derrotar cerca de 80.000 índios. 6 Nestas
investidas, marchavam tropas de soldados e escravos portando lanças com panos impregnados de secreções
obtidas de enfermos com varíola e, ao deixarem seus acampamentos para seguir viagem, as roupas dos que
adoeciam de varíola eram oferecidas a população local.5 Já o exército britânico, na luta contra os nativos
norteamericanos entre 1754-1767, distribuía mantas que haviam sido utilizadas por doentes com varíola
entre os nativos, matando cerca de 50% das tribos afetadas.3 Durante a Guerra Civil norteamericana, o rio
Mississippi foi intencionalmente contaminado com cólera.7
No século XX, existem evidências de que o exército alemão desenvolveu um programa para a criação
de armas biológicas durante a Primeira Guerra Mundial. Acredita-se que o Bacillus Anthracis ou
Burkholderia mallei foram usados pelos alemães para contaminar o gado exportado a Rússia.3
Em 1937 o Japão iniciou um programa de investigação com agentes infecciosos em um laboratório
denominado “Unidade 731”, onde foram feitas experiências em prisioneiros de guerra com antraz inalatório;
estima-se que, com o início da Segunda Guerra Mundial, cerca de três mil prisioneiros morreram nestes
experimentos. Em 1940, uma “chuva de pulgas” infectadas com Yersinia pestis lançadas por aviões
japoneses deu início a uma epidemia de peste na China e Manchúria.8
Nos campos de concentração nazistas, prisioneiros foram expostos a Ricketsia prowazekii, ao vírus da
hepatite A e ao Plasmodium spp., com o objetivo de criar sulfonamidas e vacinas contra essas infecções. No
entanto, não existe evidência alguma de que esses experimentos foram levados a cabo para a criação de
armas biológicas pelo governo de Adolf Hitler.3
Nos EUA, a produção de armas biológicas começa em 1942 no Fort Detrick com a produção de 5000
bombas que continham esporas de Bacillus anthracis. Apesar de não existir evidências da utilização dessas
bombas durante a Segunda Guerra Mundial, no período pós-guerra a criação de um vasto arsenal de armas
biológicas se fortalece com a incorporação de cientistas japoneses da Unidade 731, com grandes avanços
durante a Guerra das Coréias (1950-1953). Durante a Guerra Fria, o governo americano é acusado por
sucessivas vezes da utilização de armas biológicas no conflito das coréias, enquanto este acusava a União
Soviética da utilização de micotoxinas produzidas por Fusarium spp. no Laos (1975), Camboja (1979) e
Afeganistão (1979). A tensão gerada entre as duas potências mundiais sobre a produção e utilização de armas
biológicas leva a criação de uma Convenção Internacional, em 1972, para a proibição da produção,
desenvolvimento e armazenamento de armas biológicas. O tratado que resultou desta convenção foi firmado
por mais de 100 países, incluindo os Estados Unidos e a União Soviética.3
Em 1970, o presidente americano Richard Nixon parou com a produção de armas biológicas nos EUA,
terminando por destruí-las em 1972. Apesar da ratificação do tratado pela União Soviética, a suspeita
internacional da contínua produção de armas biológicas pelo governo soviético cresceu devido a uma
epidemia de antraz em abril de 1979 entre civis que viviam ao redor de um base militar em Sverdlovsk,
Rússia.3 Por um motivo qualquer, houve a dispersão acidental de uma quantidade desconhecida de esporos
do Bacillus anthracis,2 ocasionando a morte de 66 pessoas e inúmeros animais. O governo russo negou o
incidente alegando que as mortes foram ocasionadas por ingesta de carne contaminada com antraz obtida do
mercado negro russo. Em 1992, o então presidente russo Boris Yeltsin pôs fim a discussão reconhecendo que
o surto de antraz em Sverdlovsk foi ocasionado pela liberação acidental de uma base militar que era parte do
contínuo programa de criação do arsenal biológico na Rússia.3
Um livro escrito por um ex-diretor adjunto do programa de armas biológicas da União Soviética,
Kanatjan Alibekov, revelou que a União Soviética estava preparada para lançar um ataque biológico com o
vírus da varíola sobre os Estados Unidos, no caso de uma guerra nuclear.2
Além dos Estados Unidos e da União Soviética, o Iraque é considerado outro Estado a desenvolver um
ambicioso programa para a elaboração de um grande número de armas biológicas. Depois da Guerra do
Golfo, oficiais iraquianos admitiram ter desenvolvido um programa que incluía a produção de toxina
botulínica, rotavírus, aflatoxinas, micotoxinas e antraz. Relatórios dos serviços de inteligência sugerem que
foram produzidos aproximadamente 19000 litros de toxina botulínica, o suficiente para matar a humanidade
inteira. Não existe até o momento evidência alguma de que estes agentes foram utilizados durante a Guerra
do Golfo Pérsico. Devido a pressão internacional, o governo iraquiano destruiu seu arsenal de armas
biológicas; não obstante, dúvidas bem fundamentadas de organizações internacionais obrigaram a destruição
das linhas de produção de armas biológicas pela Comissão de Segurança das Nações Unidas.3
Nas últimas décadas, grupos de fanáticos religiosos vem utilizando de maneira intencional agentes
infecciosos para causar pânico a população. Em 1984, no Estado do Oregon, Estados Unidos, membros de
um grupo religioso, seguidores de Bhagwan Shree Rajneesh contaminaram, intencionalmente, saladas
expostas em buffets de diferentes restaurantes de uma cidade, causando 751 casos de gastroenterite por
Salmonella typhimurium.2-3 Em 1995, no Japão, o grupo ultranacionalista Aum Shinrikyo, responsável pela
liberação intencional dos gás Sarín no metrô de Tóquio, tentou por pelo menos oito vezes distintas ataques
com antraz; felizmente, nenhum deles deixou vítimas.3 Sabe-se ainda que este grupo tentou obter vírus ebola
no Zaire para desenvolver armas biológicas em 2001.1
Em pleno século XXI, os eventos de 11 de Setembro de 2001 em Nova York, atrelados ao surto de
casos de antraz cutâneo e inalatório nos EUA, mostram que a possibilidade de bioterrorismo é uma realidade
no novo milênio. Entre os dias 4 de Outubro e 23 de Novembro de 2001, o Centro de Controle e Prevenção
de Doenças (CDC) americano confirmou 11 casos de antraz por inalação e sete de antraz cutâneo no país,
usados como arma biológica a partir de sua dispersão pelos correios. Estes eventos determinaram uma
resposta do sistema de saúde pública através da vigilância epidemiológica ativa e informação a todos que
trabalham na área da saúde para estarem alertas a identificar novos surtos.
* Adaptado de Plianbangchang S. Strategies of preparedness against the threat of biological warfare and
bioterrorism in South-East Asia.
Quais são os sintomas do antraz?
Após o contato com os esporos, os sintomas geralmente aparecem dentro de 7 dias, apesar do período de
incubação variar de 2 a 60 dias. Dependendo em como a pessoa entrou em contato com os esporos, três tipos
de doença podem ocorrer:
1. Quando a pessoa inala os esporos, tem-se a forma inalatória, que é a mais grave da doença e a mais
relacionada ao bioterrorismo devido a facilidade com que a população pode ser exposta ao aerossol
contendo esporos da bactéria. Os sintomas iniciais são parecidos com os de uma gripe (febre,
dispnéia, tosse, cafaléia, vômitos, fraqueza, dor abdominal e torácica); entretanto, sintomas tardios
incluem febre alta, insuficiência respiratória grave, choque e morte. Metade dos pacientes
desenvolve meningite hemorrágica com meningismo, delírios e obnubilação e, nesse caso, a morte
ocorre em horas. O antraz inalatório é frequentemente fatal, principalmente se houve inalação de
2000 a 55000 esporos.
2. Quando os esporos penetram por um corte na pele, tem-se a forma cutânea (95% dos casos), que
responde bem ao tratamento. A infecção inicia-se com uma pápula pruriginosa similar a uma picada
de inseto. Dentro de um a dois dias converte-se em uma vesícula de um a três milímetros com
secreção clara ou serosanguinolenta, que progride para uma lesão de, aproximadamente, um a três
centímetros, necrótica ao centro, evoluindo para uma escara seca com resolução em uma a duas
semanas, não deixando cicatriz.
* Adaptado de León-Rosales SM, et al. Bioterrorismo: apuntes para una agenda de lo inesperado.
3. Quando a pessoa ingere alimentos ou bebidas contendo os esporos, tem-se a forma gastrointestinal,
caracterizada por uma inflamação aguda do seu trato. Inicia-se com sintomas inespecíficos como
náusea, anorexia, vômito, febre, seguidos de dor abdominal, hematêmese e diarréia grave. Esses
sintomas progridem rapidamente para diarréia sanguinolenta, abdome agudo e sepse. Normalmente,
pode levar o indivíduo a morte.
CONCLUSÃO
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