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FACULDADE AGES

CAMPUS LAGARTO
BACHARELADO EM ENFERMAGEM

REBECA BEZERRA GOMES

A ENFERMAGEM E OS TRANSTORNOS MENTAIS DURANTE


A PANDEMIA DA COVID-19: uma revisão bibliográfica

Lagarto
2022
REBECA BEZERRA GOMES

A ENFERMAGEM E OS TRANSTORNOS MENTAIS DURANTE


A PANDEMIA DA COVID-19: uma revisão bibliográfica

Monografia apresentada no curso de graduação da


Faculdade AGES como um dos pré-requisitos para
obtenção do título de bacharel em Enfermagem.

Orientador: Prof. Me. Wellington Pereira Rodrigues.

Lagarto
2022
REBECA BEZERRA GOMES

A ENFERMAGEM E OS TRANSTORNOS MENTAIS DURANTE


A PANDEMIA DA COVID-19: uma revisão bibliográfica

Monografia apresentada como exigência parcial


para obtenção do título de bacharel em
Enfermagem à Comissão Julgadora designada
pelo colegiado do curso de graduação da
Faculdade AGES, Campus Lagarto.

Lagarto, ___ de __________ de 2022.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Me. Wellington Pereira Rodrigues


Faculdade AGES

Prof.
Faculdade AGES
Dedico este trabalho à minha família que é minha fonte de inspiração todos os dias,
meus amigos que estiveram comigo desde o início dessa longa escolha e trajetória, e
ao meu orientador professor Wellington Pereira Rodrigues por todo apoio para que
esse trabalho fosse produzido.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ser a minha base forte, meu sustento, nunca
ter me deixado desistir apesar de todas as dificuldades e ter me dado força e sabedoria
para encarar essa longa jornada.
A minha família que sempre esteve comigo me apoiando e me incentivando a
sempre dar o meu melhor e sempre crescer como pessoa e profissional, especialmente
minha mãe Maria Aparecida, meus irmãos Thiago Gomes, Gilliano Casusa e minha tia
Meire Jane, vocês são os meus maiores exemplos de superação, força, conquista e
sabedoria, muito obrigada por tudo, amo vocês demais.
Aos meus amigos da Bahia Jeniffer Queiroz, Karine Santos e Djalma Fernandes
por todo apoio durante todos esses anos de curso, e aos demais que também fizeram
parte dessa jornada de alguma forma.
A Faculdade AGES de Lagarto-SE, que abriu as portas para a realização desse
sonho, sempre apresentou o seu melhor enquanto instituição de ensino.
A todos os profissionais e professores que passaram por minha trajetória e sempre
tiveram muita paciência comigo, saibam que sou extremamente grata por todos vocês e
uma admiradora dos profissionais que vocês são. Em especial, quero deixar aqui o meu
agradecimento a todos os meus preceptores, que durante os estágios foi uma grande
força e amizade para que tudo desse certo: Cris, Leonardo, Elvis e Millena, vocês são
fonte de inspiração como profissionais e como pessoa, espero ter dado muito orgulho a
vocês assim como vocês me orgulham por terem passado por minha vida.
Um agradecimento muito especial as amizades que a faculdade me proporcionou
Ingrid Vieira, Victória Menezes, Maria Gabriela, Lais Inês, Nathali Moreira que nunca
desistiram de mim mesmo sendo uma pessoa difícil de lhe dar, agradeço por todo
companheirismo durante nossa jornada, por nunca largar a mão de ninguém e incentivar
sempre uma a outra a realizar suas conquistas, vocês são minhas enfermeiras favoritas
e pessoas favoritas também, o coração de vocês é gigante, e o mundo é pequeno para o
sucesso de vocês, eu as amo e tenho orgulho de fazer parte da vida de cada uma de
vocês. Obrigada por todas as nossas reuniões de negócios de todos os dias, elas foram
essenciais para todo o nosso crescimento durante a nossa longa jornada.
Agradeço ao meu orientador Prof. Wellington Pereira Rodrigues, por ter me
acolhido e dado todo suporte necessário para realização deste trabalho, sem ele nada
teria saído tão perfeito.
Ao meu esposo que apesar de termos nos conhecido na metade desse percurso,
nunca me deixou desistir dos meus desejos e sonhos, nunca soltou a minha mão, e
sempre me encorajou a batalhar por tudo o que eu sonhava e acreditava. Obrigada meu
amor, por ser essa fortaleza todos os dias, por me aguentar nos dias difíceis de cansaço,
por segurar a minha mão, por me empurrar sempre para o sucesso, sou eternamente
grata por tudo o que você fez e faz por mim e por nós, eu te amo.
No dia de hoje, é só gratidão, e aos que não foram citados, sintam-se abraçados
e agradecidos por terem feito parte desse ciclo que está chegando ao fim. Vocês são
extremamente importantes para mim. Grata a todos vocês, saibam que os amo demais.
RESUMO

O vírus da COVID-19 se trata de uma doença respiratória até então desconhecida, mas
com níveis altos de transmissibilidade e letalidade. Tudo passou a ser novo, como o
contato com as pessoas, execução das atividades básicas e trabalho. Os profissionais
da saúde, especialmente aqueles que fazem parte da equipe de Enfermagem, tiveram
que lidar com a pandemia com mais força e intensidade, pois são os responsáveis pelos
cuidados diários dos diagnosticados com o vírus da COVID-19. Os impactos na saúde
mental desses profissionais ficaram evidentes desde o início da pandemia, e vai continuar
por muitos anos, pois atuar todos os dias na linha de frente, convivendo com medo e
condições precárias de trabalho são situações de grande sofrimento mental e físico.
Portanto, dada a sua importância, a investigação sobre este tema é de grande valia. O
número de profissionais de Enfermagem no mundo e a importância de seu bem-estar
completo físico, mental e espiritual é o mesmo. O objetivo geral deste trabalho é de
identificar como o impacto da pandemia da COVID-19 afeta a saúde mental dos
profissionais de Enfermagem que trabalham na linha de frente no combate ao vírus. Entre
os objetivos específicos estão: identificar os riscos ocupacionais dentro do cenário de
pandemia e tratamento direto com pacientes contaminados, compreender os fatores que
mais estão presentes e levam ao adoecimento físico e mental e identificar e conhecer os
transtornos que mais acometem os profissionais da saúde. O método é uma revisão
abrangente da literatura usando métodos qualitativos de caráter descritivo. Para a
realização deste estudo foram utilizados artigos, livros e teses encontradas em
plataformas de dados como: SciELO, PubMed, BVS, google acadêmico, de línguas
portuguesas e estrangeiras, que trouxeram textos completos sobre os respectivos temas
e agregaram conhecimento ao trabalho. Conclusão: este estudo mostra que o impacto
negativo da pandemia na saúde mental dos profissionais de Enfermagem está
diretamente relacionado às condições precárias de trabalho, medo de contaminação viral,
escassez de materiais de proteção individual e suporte precário à equipe de
Enfermagem. Rotinas exaustivas, sobrecarga de trabalho e baixa remuneração também
pode ser mencionadas. Portanto, foi possível observar o surgimento de transtornos
mentais e de comportamento associados às condições já citadas, como ansiedade,
depressão, medo, insônia, síndrome de Burnout e estresse pós-traumático entre os
profissionais de Enfermagem que estão na linha de frente do combate à pandemia.

PALAVRAS-CHAVE: COVID-19. Assistência à saúde mental. Condições de trabalho.


Sintomas depressivos.
ABSTRACT

The COVID-19 virus is a hitherto unknown respiratory disease, but with high levels of
transmissibility and lethality. Everything became new, such as contacting people, carrying
out basic activities and work. Health professionals, especially those who are part of the
Nursing team, had to deal with the pandemic with more strength and intensity, as they are
responsible for the daily care of those diagnosed with the COVID-19 virus. The impacts
on the mental health of these professionals have been evident since the beginning of the
pandemic, and will continue for many years, as working on the front line every day, living
with fear and precarious working conditions are situations of great mental and physical
suffering. Therefore, given its importance, research on this topic is of great value. The
number of nursing professionals in the world and the importance of their complete
physical, mental and spiritual well-being is the same. The general objective of this work is
to identify how the impact of the COVID-19 pandemic affects the mental health of Nursing
professionals who work on the front line in the fight against the virus. Among the specific
objectives are: to identify the occupational risks within the pandemic scenario and direct
treatment with contaminated patients, to understand the factors that are most present and
lead to physical and mental illness and to identify and know the disorders that most affect
health professionals. The method is a comprehensive literature review using qualitative
descriptive methods. To carry out this study, articles, books and theses found on data
platforms such as: SciELO, PubMed, VHL, academic google, in Portuguese and foreign
languages were used, which brought complete texts on the respective topics and added
knowledge to the work. Conclusion: this study shows that the negative impact of the
pandemic on the mental health of Nursing professionals is directly related to precarious
working conditions, fear of viral contamination, shortage of personal protective materials
and poor support for the Nursing team. Exhaustive routines, work overload and low pay
can also be mentioned. Therefore, it was possible to observe the emergence of mental
and behavioral disorders associated with the aforementioned conditions, such as anxiety,
depression, fear, insomnia, Burnout syndrome and post-traumatic stress among Nursing
professionals who are on the front line of combating pandemic.

KEYWORDS: COVID-19. Mental health assistance. Work conditions. Depressive


symptoms.
LISTAS

LISTA DE FIGURAS

1: Estrutura do SARS-CoV-2. Lagarto (SE), 2022...........................................................24


2: Etapas de realização do RT-PCR, 2020. Lagarto (SE), 2022.....................................25
3: Perfil imunológico de infecção pelo vírus SARS-Cov2 com variações dos níveis de
carga viral, e de anticorpos IgM e IgG nas diferentes fases da doença. Lagarto (SE),
2022.................................................................................................................................26
4: Hospital de campanha de Aracaju-SE. Lagarto (SE), 2022.........................................30
5: Protagonismo da enfermagem frente ao combate da COVID-19. Lagarto (SE),
2022.................................................................................................................................40

LISTA DE GRÁFICOS

1: Casos de COVID-19 no mundo. Lagarto (SE), 2022....................................................21


2: Mortes por COVID-19 no mundo. Lagarto (SE), 2022..................................................21
3: Casos de COVID-19 no Brasil. Lagarto (SE), 2022......................................................22
4: Mortes por COVID-19 no Brasil. Lagarto (SE), 2022....................................................22
5: Distribuição da quantidade total de artigos em porcentagem de acordo com cada
plataforma. Lagarto (SE), 2022........................................................................................42
6:Distribuição da quantidade de artigos encontrados e artigos utilizados. Lagarto (SE),
2022…................................................................................…………...............................42

LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Artigos coletados de acordo com título e subtítulo, autores, ano de publicação,
tipo de estudo e objetivo. Lagarto (SE). Lagarto (SE), 2022.............................................48
Tabela 2: Artigos coletados de acordo com título, país de origem e metodologia. Lagarto
(SE). Lagarto (SE), 2022…………...................................................................................53
LISTA DE SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária


BVS Biblioteca Virtual em Saúde
CCIH Comissão de Controle e Infecção Hospitalar
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
EPI Equipamento de Proteção Individual
ESF Estratégia Saúde da Família MS Ministério da Saúde
NBR Norma Brasileira
OMS Organização Mundial da Saúde
PNI Programa Nacional de Imunização
POP Procedimentos Operacionais Padrão
RT-PCR Reverse transcription polymerase chain reaction
SARS-CoV Síndrome Respiratória Aguda
SDRA Síndrome de Dificuldade Respiratória Aguda
SUS Sistema Único de Saúde
TAG Transtorno de Ansiedade Generalizado
TOC Transtorno Obsessivo-Compulsivo
TEPT Transtorno de Estresse Pós-Traumático
UTI Unidade de Terapia Intensiva
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 14

1.2 Metodologia .......................................................................................................... 16

1.2.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................... 16

1.2.2 Amostragem ................................................................................................... 17

1.2.3 Critérios de Inclusão e Exclusão .................................................................... 17

1.2.4 Categorização dos Estudos ........................................................................... 17

1.2.5 Análise dos Dados ............................................................................................... 18

2 DESENVOLVIMENTO ................................................................................................ 19

2.1 O Surgimento da Pandemia COVID-19 ................................................................ 19

2.2 A Doença e os seus Aspectos Gerais .................................................................. 23

2.3 Impactos da Doença nas Unidades de Assistência de Saúde ............................. 29

2.4 Os Impactos da Pandemia nos Processos de Trabalho da Enfermagem ............ 31

2.5 Os Impactos na Saúde Mental dos Profissionais de Enfermagem ....................... 34

2.6 As Principais Estratégias de Prevenção na Saúde Pública .................................. 37

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 41

3.1 A Prestação de Serviços de Saúde e o Desenvolvimento de Riscos


Ocupacionais em Enfermeiros ....................................................................................... 53

3.2 Análise Sobre a Vulnerabilidade Psicológica dos Profissionais de Saúde


Durante a Pandemia da COVID-19 ................................................................................ 55

3.3 Prevalência dos Tipos de Transtornos Mentais em Enfermeiros Atuantes na


Pandemia da COVID-19 ............................................................................................. 56

4 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 58

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 60
ANEXOS ........................................................................................................................ 65
14

1 INTRODUÇÃO

No final do ano de 2019 foi identificada na província da China uma síndrome


respiratória altamente contagiosa que era provocada pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-
2), e no início do ano de 2020 a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou estado
de pandemia, devido a novos casos espalhados por várias partes do mundo (SANTOS
et al., 2021).
Devido a forma de transmissão do vírus que ocorre através da tosse, fala ou
espirra da pessoa infectada, entrando em contato com as mucosas de outra pessoa, foi
instituído por autoridades governamentais o isolamento social dentro das medidas de
proteção e prevenção causando um misto de pensamentos sobre toda a situação que
estaria ocorrendo naquele momento, na qual os profissionais de saúde eram e são até
hoje os mais afetados psicologicamente e fisicamente por trabalharem diretamente com
os casos ativos dos mais leves aos mais graves, alguns sendo até contaminados pelo
vírus da COVID-19 e infelizmente vindo a óbito (SANTOS et al., 2021).
Segundo Dal’Bosco et al. (2020), em julho de 2020, já se somavam 14.765.256 de
casos confirmados em 216 países do mundo e 612.054 mortes de acordo com a
Organização Mundial da Saúde. No Brasil, nesse mesmo período, já existiam 2.227.514
casos confirmados, e mais de 82 mil óbitos com taxa de letalidade chegando a 3,7%.
Atualmente no mundo já se somam mais de 393 milhões o número de casos ativos e
5.734.396 de óbitos. No Brasil, o número de casos ativos é de aproximadamente 26
milhões e o número de óbitos já passa dos 630 mil. No Nordeste, o número de casos
ativos somados já passa dos 5 milhões e os óbitos já passam dos 120 mil (BRASIL,
2022).
Os profissionais de saúde como linha de frente no cuidado e tratamento da doença,
são os mais vulneráveis para desenvolver problemas de saúde mental que podem incluir
o medo, crises de ansiedade e depressão. Mesmo sendo considerados resistentes
emocionalmente em seus locais de trabalho, os profissionais de Enfermagem dentro de
uma pandemia não possuem total controle sobre seus sentimentos, visto que é uma
15

experiência nova onde todos ainda estão aprendendo a lidar com ela, principalmente
quando se trata de uma doença altamente contagiosa e que é facilmente transmitida de
pessoa para pessoa (AZEVEDO, 2021).
Assim, foi comum identificar sintomas de ansiedade e depressão entre os
profissionais de saúde. A ansiedade é caracterizada como um sentimento de medo,
apreensão, além de atingir componentes psicológicos, sociais e fisiológicos e se não
tratada rapidamente ou adequadamente poderá se tornar patológica, afetando inclusive
seu convívio familiar e social. A depressão é caracterizada como a alteração dos
processos psíquicos, de humor depressivo ou irritável, diminuição da energia diária,
alteração dos sentimentos de alegria ou prazer, desinteresse das atividades de rotina,
dificuldade de concentração, pensamentos negativos e perda da capacidade de
planejamento de vida (SOUZA et al., 2020).
Tendo em vista a situação dos profissionais, o COFEN (Conselho Federal de
Enfermagem) desde o início da pandemia disponibilizou um canal de atendimento que
funciona todos os dias para os profissionais de Enfermagem que estavam com
dificuldades e precisavam de algum auxílio emocional. Este foi um meio muito importante
para o apoio da Enfermagem, pois o número de profissionais que adquiriram problemas
emocionais cresceu bastante, principalmente por estarem lidando com tantos óbitos,
isolamento, falta de respiradores que foi um dos grandes problemas a serem enfrentados
no início da pandemia, e também enfrentar por uma doença que inicialmente não tinha
vacina (DE MENDONÇA et al., 2021).
Durante o período pandêmico, foi possível notar que a Enfermagem foi a classe
que mais sofreu com a soma de diversos fatores que influenciaram na exaustão,
contaminação e sobrecarga. Visto que a situação dos profissionais de enfermagem é de
total vulnerabilidade, qual a melhor maneira de tentar ajudá-los no enfrentamento da
pandemia no âmbito de trabalho, sem que afete sua saúde mental de modo que seja
adquirida uma doença psíquica?
Em análise de toda a situação desde o início da pandemia, e todos os
enfrentamentos que já foram passados, uma das melhores maneiras no combate e
tratamento da ansiedade e depressão é o apoio psicossocial, tanto com o apoio da
16

própria família, quanto a busca por profissionais capacitados para realizar atendimentos
de psicologia e psiquiatria.
A escolha desse tema justifica-se pela grande proporção que a pandemia tomou e
vem tomando desde o seu início, estando caracterizada principalmente pelas doenças
psíquicas que foram adquiridas por diversas pessoas no mundo, em principal os
profissionais de saúde, podendo ser analisada como funciona a saúde mental em meio a
tantas dificuldades, bem como foi escolhido pela grande afinidade pessoal para com este
tema. E enquanto profissional da Enfermagem, colaborar para o entendimento de todas
as variáveis que contribuíram para os níveis de adoecimento mental durante a pandemia.
Diante desse contexto, esse estudo tem como objetivo geral identificar como o
impacto da pandemia da COVID-19 afeta a saúde mental dos profissionais de
Enfermagem que trabalham na linha de frente no combate ao vírus; como objetivos
específicos busca-se identificar os riscos ocupacionais dentro do cenário de pandemia e
tratamento direto com pacientes contaminados, compreender os fatores que mais estão
presentes e levam ao adoecimento físico e mental e identificar e conhecer os transtornos
que mais acometem os profissionais da saúde.

1.2 Metodologia

1.2.1 Tipo de pesquisa

Este estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, método esse que é
utilizado para identificar, sintetizar e realizar uma análise ampla dos dados apresentados,
a fim de possibilitar uma leitura mais compreensiva por se tratar de algo mais curto e
sucinto, trazendo assim maior conhecimento e aprendizado acerca do tema em questão,
além de construir debates para elaborações futuras (PEREIRA et al., 2020).
Além de apresentar resultados de estudos já feitos por outros autores para
comparar com os dados colhidos através deste trabalho, fazendo com que haja
17

repercussão e discussão entre os assuntos, a fim de melhorar o entendimento sobre o


tema que está sendo discutido. Assim, existe a grande importância de que todos os
artigos e dados utilizados neste trabalho sejam fidedignos para melhor entendimento do
mesmo (PEREIRA et al., 2020).

1.2.2 Amostragem

Esse estudo foi realizado através da busca e leitura de artigos científicos,


dissertações e teses nos bancos de dados citados: Scientific Eletronic Library Online
(SCIELO), Google Acadêmico, PubMed, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), utilizando
como descritores “saúde mental, pandemia mundial, COVID-19, profissionais de saúde,
Enfermagem, transtornos de ansiedade e depressão”.

1.2.3 Critérios de Inclusão e Exclusão

Foram utilizados como critério de inclusão, artigos originais sendo eles nos idiomas
de português, inglês e espanhol, no período entre 2020 a 2022 tendo em vista que se
trata de um tema recente que teve como início no final de 2019, e que estejam disponíveis
nas plataformas digitais como o Google Acadêmico, PubMed, SciELO, BVS e que
pudessem responder a questão norteadora; foram excluídos artigos duplicados, relatos
de casos e artigos que antecederam o tempo estipulado para inclusão além de estarem
fora das plataformas científicas citadas.

1.2.4 Categorização dos Estudos


18

Como método de coleta dos dados, serão utilizados os fichamentos bibliográficos


de leitura que foram selecionados baseados nos critérios de inclusão, exclusão e
objetivos já destinados a este trabalho. Esta revisão está sendo realizada através da
utilização dos artigos encontrados nas plataformas já citadas anteriormente, obtendo a
possibilidade de um conhecimento mais amplo do tema, além de obter e responder aos
objetivos propostos pela pesquisa.

1.2.5 Análise dos Dados

A análise de dados deste trabalho teve como base o referencial teórico através da
revisão de literatura, que tem sido uma das mais utilizadas por ser um método que é
capaz de identificar, avaliar e sintetizar os estudos já realizados anteriormente por outros
autores, podendo assim fazer uma seleção criteriosa e fidedigna dos dados que serão
utilizados. Essa construção foi norteada pelas seguintes etapas: identificação do tema,
amostragem da literatura, categorização dos estudos, avaliação dos estudos
selecionados, interpretação dos resultados e apresentação da revisão integrativa.
19

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 O Surgimento da Pandemia COVID-19

Os primeiros casos foram diagnosticados como uma pneumonia grave, de etiologia


ainda desconhecida e que apareceram em meados de dezembro de 2019 na China, mas
logo foi percebido que se tratava do novo coronavírus com agente identificado como
COVID-19. Com a rápida propagação do vírus, as contaminações começaram a chegar
a nível mundial fazendo com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarasse no
início de 2020 estado de pandemia mundial (ESTEVÃO, 2020).
A doença estava se apresentando em estágios, onde apareciam dos mais leves
aos mais críticos. Os doentes com a forma grave geralmente apresentavam sintomas de
pneumonia viral podendo evoluir para a Síndrome de Dificuldade Respiratória Aguda
(SDRA), insuficiência cardíaca aguda, lesão renal aguda, causando infecções,
septicemias ou até mesmo choque, aumentando assim a taxa de mortalidade da doença,
e os mais afetados eram os pacientes idosos e pessoas com comorbidades. Os sintomas
mais comuns encontrados na doença no seu estágio leve foram febre alta, tosse seca,
fadiga e mialgia e os pacientes que estavam infectados com o vírus passavam em média
de 2 a 14 dias com os sintomas (ESTEVÃO, 2020).
A propagação do vírus estava sendo de forma muito rápida, e não haviam estudos
científicos suficientes sobre a doença para que pudessem elaborar as formas de
prevenção e tratamento. O mundo todo sentiu essa dificuldade, o Brasil foi um dos que
mais sofreu com essa questão, visto que se trata de um país com grande distribuição
populacional além da vasta desigualdade social em diversas regiões. Além disso, é um
país que uma boa parte da população não possui acesso ao saneamento básico, nem as
condições de vida adequadas, além da falta de educação e lazer. Um dos maiores
problemas se dava também a falta de moradia adequada, e havendo aglomeração dentro
20

das próprias residências sem a oportunidade do distanciamento social (WERNECK;


CARVALHO, 2020).
Foi percebido que a forma de contágio do vírus se dava de forma horizontal, e o
vírus era disseminado através de gotículas respiratórias através da fala, tosse ou espirros.
Assim, a OMS juntamente com o governo da saúde estipularam medidas de prevenção
e proteção à saúde, e foram passadas orientações acerca do distanciamento social e do
isolamento, além da utilização de álcool em gel e máscaras de proteção individual, e
ainda em alguns lugares do mundo todo foi decretado por alguns dias o lockdown que se
trata do confinamento da população, além do fechamento de aeroportos, comércios e
cidades para que o isolamento social fosse o mais seguro possível para todo mundo.
Ainda com as medidas de prevenção e proteção, não pôde ser impedido que o vírus se
espalhasse rapidamente, aumentando o número de infectados e óbitos (DE MENDONÇA
et al., 2021).
Ao todo é conhecido cientificamente sete tipos de coronavírus humanos (HCoVs):
HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-COV, MERSCOV e o mais
recente deles, o SARS-CoV-2, causador da Covid-19. Este último é do gênero
Betacoronavírus e possui semelhanças com outros sars-covs no que refere a estrutura
do seu genoma, tropismo e patogênese viral, entretanto, o SARS-CoV-2 tem uma maior
taxa de transmissibilidade e elevada diversidade de respostas imunológicas (HARRISON;
LIN; WANG, 2020).
Analisando os aspectos epidemiológicos atualmente, no mundo já se somam mais
de 393 milhões o número de casos ativos e 5.734.396 de óbitos. No Brasil, o número de
casos ativos é de aproximadamente 26 milhões e o número de óbitos já passa dos 630
mil. No Nordeste, o número de casos ativos somados já passa dos 5.586.652 e os óbitos
já passam dos 122.448 (BRASIL, 2022).
21

Gráfico 1: Casos de COVID-19 no mundo. Lagarto (SE), 2022.


Fonte: Our World In Data, 2022.Acesso:https://ourworldindata.org/explorers/coronavirus-data-explorer.

Gráfico 2: Mortes por COVID-19 no mundo. Lagarto (SE), 2022.


Fonte: Our World In Data, 2022. Acesso:https://ourworldindata.org/explorers/coronavirus-data-explorer.
22

Gráfico 3: Casos de COVID-19 no Brasil. Lagarto (SE), 2022.


Fonte: JHU CSSE COVID-19 Data, 2022. Acesso: https://github.com/CSSEGISandData/COVID-19.

Gráfico 4: Mortes por COVID-19 no Brasil. Lagarto (SE), 2022.


Fonte: JHU CSSE COVID-19 Data, 2022. Acesso: https://github.com/CSSEGISandData/COVID-19.

A pandemia da COVID-19 tem se apresentado como um dos maiores desafios


sanitários em escala global do século atual, e como resposta sobre essa pandemia, a
23

mesma pode ser subdividida em quatro fases: contenção, mitigação, supressão e


recuperação. A contenção tem início antes dos registros dos casos em um determinado
país ou região, onde envolve o rastreamento ativo de passageiros do exterior, com o
intuito de evitar a transmissão comunitária, o que foi um dos primeiros meios de
prevenção e proteção do vírus (WERNECK; CARVALHO; 2020).
Na fase da mitigação o objetivo é diminuir os níveis de transmissão para os grupos
de maiores riscos e que apresentem casos clínicos graves, além da inclusão do
isolamento para os casos positivos. A fase de suspensão é necessária quando as
medidas anteriores de prevenção não conseguiram ser efetivas por quaisquer motivos,
assim, são implantadas medidas mais severas para toda a população. E a recuperação
é quando há um sinal consistente de que a pandemia está involuindo e os casos ativos
sofrem baixa, causando uma organização da sociedade para reestruturar a socialização
bem como a economia do país (WERNECK; CARVALHO; 2020).

2.2 A Doença e os seus Aspectos Gerais

Os vírus são considerados microrganismos simples, onde necessitam de um


hospedeiro para conseguir realizar o metabolismo. No novo coronavírus, ele consegue
se manter ativo tanto nos hospedeiros vivos quanto em cadáveres, mesmo que seja por
poucos dias, por isso é recomendado o isolamento dos corpos após o óbito. Ainda, é
possível acreditar que esse novo vírus surgiu devido a retirada de animais selvagens do
seu meio natural para ambientes urbanos com a finalidade de comercializar sem
condições de higiene adequadas (DO NASCIMENTO; AMARAL; SILVA, 2020).
O SARS-Cov-2 é o causador da Covid-19 que pertence a subfamília Beta
coronavírus, que infectam somente mamíferos e são altamente patogênicos sendo assim
os mais responsáveis por causar infecções de diversos tipos, sendo: respiratórias,
gastrointestinais, neurológicas e hepáticas. Dos sete tipos de vírus que causam doenças
24

em humanos, quatro causam sintomas gripais leves e sem complicações, os outros três
causam infecções respiratórias graves (SOEIRO et al., 2020).

Figura 1: Estrutura do SARS-CoV-2. Lagarto (SE), 2022.


Fonte: Google, 2022.

Segundo Maia e Dias (2020), o período de incubação dura em média até 14 dias,
tendo uma variação de 4 a 5 dias para o surgimento dos sintomas. Os sinais e sintomas
que mais são observados no geral incluem: febre, ageusia e anosmia, tosse seca,
astenia, mialgia e dispneia sendo este o sinal de alerta mais importante sendo verificado
através da oximetria digital. Além disso, também podem ser observados sintomas como
diarreia, náuseas, anorexia, fadiga, cefaleia e epigastralgia. A variação clínica ainda pode
acontecer entre leve, moderada e grave, além dos casos assintomáticos. E foi possível
observar que os pacientes em sua grande maioria apresentavam sintomas respiratórios
e que progrediram para casos mais graves com ampla facilidade e rapidez, demonstrando
então que o pulmão é o hospedeiro primário do vírus (HARRISON; LIN; WANG, 2020).
A transmissão do SARS-CoV-2 ocorre de forma horizontal sendo de pessoa para
pessoa através do contato direto ou indireto com secreções contaminadas, sendo através
de falas, tosses ou espirros. Os fatores de risco que são mais incidentes são: idade, sexo,
gestação, fatores hormonais, genéticos e nutricionais, bem como pessoas que possuem
25

imunocompetência, doenças pregressas e que fazem uso de medicamentos diários,


estresse e estilo de vida (DO NASCIMENTO et al., 2020).
O diagnóstico da doença se dá através de dois tipos de exames, o RT-PCR
(Reverse transcription polymerase chain reaction) e é possível identificar o RNA viral,
sendo este o teste mais recomendado pela OMS e é considerado padrão de excelência
no diagnóstico, tendo quase 100% de certeza a depender do tipo de material coletado e
período onde é recomendado que seja na primeira semana dos sintomas, além dos testes
sorológicos (DO NASCIMENTO et al., 2020).
A realização do exame RT-PCR se dá através da utilização do swab, onde é
coletado secreções da nasofaringe, podendo ser coletado também através do escarro,
então é possível observar se na amostra possui RNA viral, onde dará o resultado positivo
ou negativo. Já no exame da imunocromatografia, são realizados testes rápidos onde
buscam os anticorpos de IgM (fase aguda da infecção) ou IgG (anticorpo de memória) na
corrente sanguínea. Em pacientes assintomáticos, os resultados podem ser um pouco
confusos, visto que não apresentou sintomas sugestivos (BAPTISTA; FERNANDES,
2020).

Figura 2: Etapas de realização do RT-PCR. Lagarto (SE), 2022.


Fonte: (DO NASCIMENTO et al., 2020).
26

Figura 3: Perfil imunológico de infecção pelo vírus SARS-Cov2 com variações dos níveis de carga viral, e
de anticorpos IgM e IgG nas diferentes fases da doença. Lagarto (SE), 2022.
Fonte: Google, 2022.

Os casos mais graves acontecem, em sua grande maioria, em pessoas de idade


mais avançada, com comorbidades pré-existentes, em pacientes imunodeprimidos, que
já realizaram transplante, que realizam diálise, cardiopatas e com doenças crônicas.
Todavia, o perfil do grupo de risco da covid-19 foi mudando com o decorrer da pandemia
e com a ligeira velocidade que o vírus se propagava, passando então a fazer parte desse
grupo adultos e jovens sem comorbidades além de alguns casos de adolescentes e
crianças (MINUSSI et al., 2020).
O aumento no número de casos graves e na taxa de mortalidade em grupos mais
jovens e sem comorbidades pode estar diretamente relacionado a fatores como
imunidade, nutrição, a prática de atividades físicas ou sedentarismo, qualidade do sono,
espiritualidade, estresse, medo, relações interpessoais, saúde mental e questões
hormonais (MINUSSI et al., 2020).
Uma vacina pode ser produzida através de um agente patogênico vivo atenuado
ou inativado, além de fragmentos desses patógenos, tendo a capacidade de estimular as
respostas imunológicas do hospedeiro com o intuito de combater o patógeno invasor sem
27

que desenvolva a doença, que são chamadas de geração 1 das vacinas. Porém,
pesquisas atuais já estão sendo direcionadas ao desenvolvimento de vacinas que
utilizam de outras tecnologias, que são chamadas de vacinas recombinantes e
conjugadas, sendo estas classificadas como a geração 2 (DO NASCIMENTO et al.,
2020).
O desenvolvimento de uma vacina, é um processo longo que pode levar até dez
anos, onde envolve várias fases sendo essas: fase exploratória e laboratorial, fase de
estudos pré-clínicos em animais, onde as fases de 1 a 3 de ensaios clínicos em humanos
e a fase 4 que se trata da aprovação da vacina. Na fase exploratória é realizada a
identificação e validação do antígeno vacinal e a realização de testes in vitro nos
laboratórios, na fase pré-clínica os testes em animais são realizados em três fases para
a avaliação da segurança e eficácia da vacina em humanos (DO NASCIMENTO et al.,
2020).
A fase 1 se dá através da avaliação da segurança e eficácia da vacina, para que
seja gerada a resposta imunológica, sendo testados em poucos voluntários sadios. Na
fase 2 é realizada uma análise mais detalhada da segurança e eficácia da vacina, além
de contar com estudos de dosagem em que pode ser testado em centenas de pessoas,
na fase 3, são realizados os testes finais com milhares de indivíduos em locais onde há
maior prevalência da doença que está sendo estudada, com o objetivo de avaliar mais
precisamente a segurança e eficácia da vacina, bem como os possíveis efeitos colaterais
que poderão vir a surgir, a última fase de número 4, a vacina é submetida a uma
aprovação e registro através das agências reguladoras para que seja disponibilizada para
a população (SILVA; ALMEIDA, 2021).
Com o grande avanço da pandemia e seus variados sintomas, iniciou uma corrida
para a criação de vacinas em um curto espaço de tempo no mundo todo, gerando assim
diversas repercussões geopolíticas e geoeconômicas de diversos grupos dos Estados
Nacionais, grupos empresariais, universidades e institutos de pesquisa, mantiveram um
posicionamento na criação de estratégias para a promoção de soluções, bem como a
maximização dos interesses pelo poder (SENHORAS, 2021).
28

Quando surgiram as vacinas, foi necessária uma priorização dos grupos que
seriam vacinados em cada etapa, iniciando com os grupos de maior risco como:
portadores de doenças crônicas, doenças cardiovasculares, doença renal, respiratória,
obesidade e pessoas acima de 60 anos. Além disso, os profissionais da saúde também
foram prioritários, por estarem trabalhando na linha de frente da pandemia. Assim, foi de
extrema importância a definição de estratégias dos profissionais das unidades de saúde
com a população, para que houvesse boa aceitação das vacinas, que se basearam em:
carros de som, visitas de porta em porta às famílias, cartilhas explicativas, entre outros,
com o intuito de diminuir a disseminação de inverdades relacionadas a vacinação
(DOMINGUES, 2021).
No Brasil, devido a emergência em saúde pública e necessidade de vacinas, a
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) concedeu autorização temporária para
o uso de maneira emergencial de duas vacinas: a CoronaVac, inativada, do Instituto
Butantan com resultados superiores a 92% de eficácia a partir das 2 doses com intervalos
de 2 a 4 semanas, sua dose é de 0,5ml para cada dose via intramuscular. A Astrazeneca,
é recombinante, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) com resultados superiores a 98%
de eficácia após as duas doses com intervalos de 12 semanas, sua dose é de 0,5ml cada
por via intramuscular, e geralmente expressa efeitos colaterais como febre, calafrios e
cefaleia (BRASIL, 2020).
Além das vacinas já citadas, foram usadas no Brasil pelo Programa Nacional de
Imunização (PNI) as vacinas da Janssen e Pfizer seguindo cartilhas específicas de
administração. Assim como o Brasil, o mundo utilizou-se de maneira emergencial das
vacinas, seguindo protocolos específicos em cada país, com o objetivo de minimizar os
danos causados pela pandemia da covid-19 (SILVA; ALMEIDA, 2021).
Falando de terapias medicamentosas, até o presente momento não há evidências
científicas de um medicamento que seja eficaz para o tratamento da COVID-19, os que
vêm sendo utilizados, possuem outra indicação terapêutica ou ainda estão em fases de
testes, e por esta razão, possuem riscos de reações adversas ainda não conhecidas. Por
isto, a articulação dos conhecimentos acerca do novo vírus e sua patogenia bem como a
29

farmacologia dos novos e antigos fármacos são estudados novamente para garantir a
segurança e eficácia durante o tratamento (TRITANY; TRITANY, 2020).

2.3 Impactos da Doença nas Unidades de Assistência de Saúde

Após a realização de estudos para estimar a demanda de leitos gerais, leitos de


UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e os equipamentos de ventilação mecânica nas micro
e macro regiões, foi identificado uma situação crítica do sistema de saúde que estaria
comprometendo a demanda de assistência aos pacientes com o vírus da COVID-19,
aumentando assim o número de óbitos nos casos mais graves nas regiões onde não
havia preparo suficiente para tal demanda. Com isso, além das unidades de saúde já
existentes, foram instaladas no mundo inteiro hospitais de campanha com o intuito de
aumentar a capacidade de acolhimento, além de promover os cuidados emergenciais da
pandemia (NORONHA et al., 2020).
Todas as estruturas das novas unidades são fabricadas fora do local da obra e
devem ser instaladas da forma mais rápida possível, os locais devem ser de fácil acesso,
rápida higienização e de preferência com as bases de alumínio. Dentro dessas unidades,
deve conter salas para triagem, classificação na prioridade do tratamento, evacuações e
infraestrutura elétrica e sanitária. Todas as unidades seguem as especificações da NBR
(Norma Brasileira) 15873 e ainda a portaria 1514\2020 do Ministério da Saúde (DA SILVA
AIRES, 2020).
30

Figura 4: Hospital de campanha de Aracaju-SE. Lagarto (SE), 2022.


Fonte: Google, 2022.

Os hospitais de campanha funcionavam de acordo com cada unidade, na maioria


delas as equipes se revezavam em plantões de 12 horas e com 36 horas de descanso
devido ao desgaste com relação a toda paramentação ao adentrar no setor, pois, após a
paramentação era recomendado que fossem evitadas idas ao banheiro, alimentação e
hidratação para que fossem diminuídos os riscos de contaminação e desperdício de EPI’s
(Equipamento de Proteção Individual), assim era de grande importância que o profissional
estivesse o mais descansado, alimentado e hidratado possível (DZIVIELEVSKI et al.,
2021).
Com relação às atividades administrativas e gerenciais, as mesmas eram
gerenciadas por uma equipe multiprofissional, tendo a enfermagem como papel marcante
nessas funções. A equipe elaborava os Procedimentos Operacionais Padrão (POP) de
acordo com as evidências científicas atualizadas dos casos positivados de COVID-19 que
necessitavam de hospitalização. As equipes sempre realizavam ações de educação
continuada em saúde antes do início das atividades com o intuito da promoção e proteção
à saúde (DZIVIELEVSKI et al., 2021).
31

Ao se tratar de um vírus com altos índices de transmissão por vias respiratórias, o


uso de EPI’s é fundamental para que seja evitado o contato com as gotículas entre
profissionais e pacientes durante os procedimentos de cuidado. Dentre os inúmeros
infectados, os profissionais de saúde apresentaram uma alta taxa de contaminação
devido à falta de preparo adequado no uso e manuseio dos EPI’s. Conhecimento,
capacitação e treinamento dos profissionais da linha de frente sobre o uso dos
equipamentos e o cuidado com os pacientes infectados é primordial no processo da
proteção (NOGUEIRA et al., 2021).
O Ministério da Saúde lançou ações estratégicas para o cadastro e capacitação
de profissionais que estivessem dispostos a trabalhar no combate à covid-19. Foram
normatizadas tele consultas de enfermagem e de diversos outros profissionais da saúde
como nutricionistas, psicólogos e educadores físicos como forma de combater a
pandemia e também de prestar assistência à população visando manter a qualidade de
vida através das tecnologias atuais. Tais ações, permitiram que esses outros profissionais
da saúde além dos médicos, mostrassem e alcançassem uma notoriedade e valorização
na profissão, foi possível compreender também a importância dos seus papéis em todos
os níveis de atenção e assistência (NOGUEIRA et al., 2021).
Em momentos de crises sanitárias como essa vivenciada pela pandemia da
COVID-19, os Estados tendem a implementar medidas emergenciais com o objetivo de
conter os impactos econômicos e sociais da doença na população. Porém, é possível
observar que, em geral, essas medidas emergenciais contribuem para o aumento de
práticas corruptas, abusando da situação emergencial para se obter vantagens
individuais. Esta realidade compromete a assistência afetando principalmente as
camadas mais pobres assim como a contenção da COVID-19 (FLORÊNCIO FILHO;
ZANON, 2020).

2.4 Os Impactos da Pandemia nos Processos de Trabalho da Enfermagem


32

Com a pandemia da COVID-19, os serviços de saúde passaram a ter demandas


exacerbadas, e os enfermeiros assumiram mais uma vez o papel central na crise sanitária
que começava a existir, exercendo papel atuante desde a parte da gestão até a
assistência de cuidados à saúde. Um fator determinante que contribuiu para a
vulnerabilidade desses profissionais foi a escassez de EPI’s, colocando-os em graves
riscos de contaminação. No entanto, os desafios que a pandemia trouxe passam das
questões da disponibilidade de EPI’s e improvisos que comumente são feitos durante o
serviço, existem as sobrecargas de trabalho e cargas horárias exaustivas, que acabam
interferindo no desempenho do cuidado prestado ao paciente, aumentando ainda mais a
possibilidade de infecções do vírus (SOUZA et al., 2021).
No Brasil, embora o Sistema Único de Saúde (SUS) seja considerado o maior
sistema público do mundo, seu sucateamento traz alguns entraves que dificultam as
ações necessárias para o enfrentamento da pandemia. É observado a negligência para
com a classe de enfermagem na imposição de reaproveitamento de EPI, improvisos,
escalas desumanas, baixa remuneração, profissionais adoecidos ou de grupo de risco
impedidos de serem afastados, carência de unidades equipadas para prestar assistência
e deficiência de capacitação de profissionais para atuar em crises sanitárias (FREIRE et
al., 2021).
Ao realizar uma prestação de atendimento ao paciente por parte da equipe de
enfermagem, os mesmos estão expostos a diversos riscos de contaminação, que podem
estar relacionados a fatores químicos, físicos, mecânicos, biológicos, ergonômicos e
psicossociais, causando doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. A exposição aos
riscos ergonômicos e físicos estão relacionados ao manuseio de perfuro cortantes, já o
risco biológico está relacionado à exposição de vários patógenos, e o risco químico pode
ocorrer durante a manipulação e administração de medicamentos, além do estresse que
se dá devido a pressão psicológica no ambiente de trabalho (AZEVEDO, 2021).
Tendo em vista as condições supracitadas, é possível observar que a rotina
exaustiva e sobrecarregada bem como a precariedade nas condições de trabalho
compromete a qualidade da assistência de saúde prestada. Ou seja, passa a existir uma
assistência fragmentada, desmotivada, sem educação em saúde e cuidados preventivos,
33

curativos ou de reabilitação, com um grande acúmulo de serviços que, na maioria das


vezes, acabam gerando conflitos internos entre a equipe (MIRANDA et al., 2020).
Vale ressaltar, que, além da disponibilização de condições dignas de trabalho no
que refere ao fornecimento de EPI e equipamentos necessários para prestar a
assistência, no momento pandêmico em que vivemos é de suma importância acolher os
profissionais de enfermagem, abrindo momentos de escuta aberta para que seja possível
compreender suas necessidades, suas expectativas e seus anseios principalmente em
decorrência do novo coronavírus (BARBOSA et al., 2020).
Outro ponto importante a ser citado é relacionado aos ambientes de trabalho, como
exemplo o ambiente hospitalar, que, por ser um ambiente que trata de problemas de
saúde da população, deveria fornecer condições adequadas para o exercício profissional.
Entretanto, estas são as organizações mais exigentes, burocráticas e competitivas, que
massacram os profissionais e comprometem ainda mais a assistência de enfermagem
(MIRANDA et al., 2020).
Além da assistência e do cuidado propriamente dito, a enfermagem desempenha
estratégias sobre conscientização e educação do uso correto de EPI especialmente na
atenção primária à saúde, na organização do tráfego de resíduos hospitalares, prevenção
de contaminação de profissionais, criação de alas de descanso, ou seja, a enfermagem
e as suas ações perpassam a assistência e incluem educação, gestão e gerenciamento
(MOREIRA; DE LUCCA, 2020).
Partindo desse pressuposto, a pandemia acendeu o holofote mundial para o
trabalho da enfermagem e as suas fragilidades. Segundo dados do Conselho Federal de
Enfermagem (COFEN), milhares de profissionais da enfermagem foram infectados e
muitos acabaram indo a óbito por conta do vírus. É necessário investir e valorizar os
profissionais, reconhecer suas atribuições, seus valores, seus esforços no dia a dia da
assistência prestada, além de criar estratégias voltadas para a consolidação da liderança,
a gestão estratégica e a qualidade da educação (SPAGNOL et al., 2020).
Ainda com todo avanço das tecnologias e métodos de trabalho, os trabalhadores
ainda sofrem diversas pressões físicas e psicológicas, os profissionais da área da saúde
ganham destaque pela grande exposição em seu cotidiano a situações estressantes e a
34

vários riscos ocupacionais, em especial a equipe de enfermagem (BACKES et al., 2021).


Diante do leque de situações, várias síndromes podem ser desenvolvidas, e o
destaque é para a Síndrome de Burnout. Essa síndrome é caracterizada como uma
doença laboral, que é desenvolvida em decorrência do desgaste profissional em seu
ambiente de trabalho, sendo evidenciado pela desmotivação, insatisfação e esgotamento
pessoal, o que pode acarretar em um cuidado ineficiente para com os pacientes e até
consigo mesmo, assim estando diretamente ligada aos profissionais que estão em
contato direto com as pessoas (ANDRADE et al., 2019).

2.5 Os Impactos na Saúde Mental dos Profissionais de Enfermagem

A quarentena associada a pandemia origina uma série de riscos para a saúde


mental, especialmente uma quarentena massiva de milhões de pessoas em todos os
lugares do planeta, simultaneamente e sem previsão de término. Apesar de compreender
a importância de proteger a integridade física contra o vírus, em contrapartida,
compreende-se também que quanto maior o tempo do isolamento, maiores serão os
danos na saúde mental (AFONSO, 2020).
Durante as pandemias, é comum que os profissionais de saúde e cientistas se
concentrem no patógeno e principalmente no risco biológico para que seja possível
propor medidas de prevenção, contenção e tratamento da doença. Dessa forma, os
impactos psicológicos e psiquiátricos são negligenciados acarretando em diversas
lacunas nas estratégias de enfrentamento e aumentando assim, o risco às
vulnerabilidades mentais (ORNELL et al., 2020).
Em outras pandemias, os profissionais de saúde que atuaram em hospitais
relataram sofrer de depressão, ansiedade, medo e sensações de frustração
cotidianamente, além de alguns ainda relatarem que após todo estresse sofrido na linha
de frente, passaram a consumir mais álcool, tabaco além do aumento dos níveis de
estresse pós-traumático (DANTAS, 2021).
35

Ao reconhecer os fatores de risco capazes de impactar a saúde mental dos


profissionais de saúde durante uma pandemia, deve-se pensar em medidas de
prevenção, proteção e tratamento, pois quanto mais prolongada for, outras demandas
diferentes irão surgir, principalmente relacionadas à Síndrome de Burnout, que é
caracterizado por estressores interpessoais crônicos além de exaustão emocional
(DANTAS, 2021).
Alguns dos sintomas psicopatológicos evidenciados nos profissionais de
enfermagem são o humor deprimido, ansiedade, medo, irritabilidade, raiva, insônia,
transtornos alimentares, abuso do álcool, stress e depressão. Além disso, existem outros
fatores que potencializam as vulnerabilidades psicológicas no período pandêmico, como
as dificuldades econômicas promovidas pelo desemprego, as condições de moradia e a
ausência do habitual consolo do luto feito em comunidade (AFONSO, 2020).
Outros sintomas são observados como ansiedade generalizada, alterações na
qualidade do sono, Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), ataques de pânico,
esgotamento profissional, Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e até casos
que chegam ao extremo como o suicídio (MOREIRA; DE LUCCA, 2020).
Além da grande crise sanitária do século, é possível notar também uma crise nos
cuidados à saúde. Os profissionais da saúde que são os responsáveis por promover o
cuidado, estão necessitando de cuidados. Além disso, as contratações que foram feitas
de forma emergencial para atender a demanda existente, não foram realizadas
capacitações antes do início das atividades, colocando em risco toda a equipe envolvida
(SOUZA et al., 2020).
As equipes de enfermagem passaram por diversas mudanças que foram além do
ambiente de trabalho. O constante medo em contaminar os familiares em suas casas fez
com que muitos profissionais tomassem medidas severas, como evitar o contato com
seus familiares como pai, mãe, avós, filhos, esposos, e o isolamento domiciliar se tornou
uma rotina hospitalar, fazendo com que acarretasse em conflitos mais sérios e maior risco
de contaminação (PORTUGAL et al., 2020).
Todas as mudanças que estavam acontecendo na vida pessoal e profissional de
cada pessoa, começaram a fazer com que os profissionais ficassem mais ansiosos,
36

irritados, angustiados, o que afetava diretamente a saúde mental. Outro ponto que muito
foi observado, foram os sentimentos de incapacidade dos profissionais ao prestar
cuidados que eram pouco conhecidos, à pacientes contaminados com a doença, fazendo
com que se tornasse um tratamento pouco integral, além da ausência das vacinas por
um determinado período pandêmico, o risco de morte que era constante e a falta de
colaboração da população com as medidas preventivas estabelecidas, causando
sobrecarga nas unidades e nas equipes (LEITE et al., 2021).
Além disso, foi muito observado que o uso constante dos EPI’s passava da
escassez ou o uso inadequado, alguns problemas começaram a surgir após o uso
constante como dermatites, alergias, suor excessivo, maceração de face e até o uso de
fraldas diante das necessidades fisiológicas com o intuito de reduzir a retirada dos
equipamentos de proteção (PORTUGAL et al., 2020).
Um dos fatores que estavam associados ao sofrimento psíquico sofrido pelos
profissionais da enfermagem, estava ligado a maneira como eram passados os
protocolos para o controle efetivo das infecções, além da ausência de capacitação
constante para lidar com as situações que apareciam, a ausência de protocolos para
manejo correto dos pacientes infectados e o uso dos novos EPI’s (SOUZA et al., 2021).
Além disso, estavam associados o medo diante de toda extensão da contaminação
e o sofrimento com a doença, bem como a preocupação com os seus familiares, o
desconhecimento referente a doença, o que estavam causando uma enorme recusa na
prestação de atendimento aos pacientes contaminados, o medo de esquecer as técnicas
de proteção pois era algo fora da rotina e os profissionais acabarem se contaminando
com o vírus e o medo de estarem trabalhando na linha de frente das unidades de
tratamento (BARBOSA et al., 2020).
Sentimentos de insatisfação também eram constantes diante da ausência de
acolhimento e apoio psicossocial e emocional por parte das instituições de saúde e níveis
governamentais no que diz respeito a irresponsabilidade e ingerência que colocavam em
jogo a segurança e a qualidade da assistência de enfermagem e dos enfermeiros
(QUEIROZ et al., 2021).
37

Diante do cenário que estava sendo vivenciado, os líderes de diversas partes do


mundo começaram a recomendar que a profissão da Enfermagem se torne central nas
políticas de saúde com um poder de desenvolvimento em liderança. Além disso, enfatizar
que para a saúde física e mental desses profissionais sejam promovidas ações
preventivas e curativas (DUARTE; SILVA; BAGATINI, 2020).

2.6 As Principais Estratégias de Prevenção na Saúde Pública

Com o grande avanço da pandemia da COVID-19, as grandes nações e Estados


juntamente com a OMS, passaram a desenvolver medidas emergenciais para a
contenção da propagação do vírus, além da disseminação da doença, também
começaram a desenvolver ações que eram voltadas a saúde mental, apoio as famílias,
saúde física, saúde do homem e saúde da criança. Algumas das estratégias a serem
citadas são: plataformas digitais de apoio e acesso às informações e dados
epidemiológicos da pandemia, cartilhas com foco na saúde mental e incentivo à busca
por ajuda e tratamento, além do acesso facilitado à profissionais como educador físico,
nutricionistas e outros (GUINANCIO et al., 2020).
No Brasil, por exemplo, foram adotadas também medidas pelo Ministério da Saúde
e por autoridades governamentais locais como quarentena, o isolamento social, decretos
municipais e estaduais restringindo atividades comerciais e de serviços festivos,
suspensão temporária de transportes coletivos locais e intermunicipais além da dispensa
de licitação para aquisição de serviços e bens destinados ao enfrentamento ao Covid-19,
este último, entretanto, acaba sendo um meio facilitador de desvios públicos e corrupção
(FLORÊNCIO FILHO; ZANON, 2020).
Os impactos dos isolamentos sociais e coletivos, bem como a situação pandêmica
na saúde mental da população mundial são fatores cruciais e que devem ser
considerados e analisados com o intuito de desenvolver cuidados e intervenções voltadas
a essas problemáticas. Além de ser de suma importância pensar em estratégias que
38

incluam dimensões sociais como o apoio e assistência às famílias, assistência


psicológica, acessos à saúde, educação permanente e continuada e com uma
comunicação que seja clara e eficaz através das equipes multiprofissionais (PEREIRA et
al., 2020).
Na educação, o impacto da pandemia foi observado desde o momento em que as
escolas tiveram que parar os seus serviços sem data de retorno previsto, comprometendo
a qualidade de ensino. Para minimizar os impactos causados pela pandemia, o Ministério
da Educação criou plataformas digitais para o ensino, na tentativa de dar continuidade ao
ano letivo durante o isolamento social. Porém, é importante ressaltar o impacto que essa
nova modalidade de ensino causou na vida dos alunos, muitos relataram sentir-se
fadigados, entediados, sentindo dificuldade na concentração das atividades e no
aprendizado, além de muitos ainda passarem pela dificuldade no acesso aos meios
digitais (DE ARAÚJO et al., 2021).
Se tratando dos docentes, foi possível observar uma sobrecarga de trabalho,
principalmente devido a adaptação necessária para uso das plataformas digitais, além
dos preparativos das aulas, desenvolvimento de dinâmicas a fim de prender a atenção
dos alunos durante as aulas, e a exaustão devido à baixa demanda e participação dos
mesmos. Uma das estratégias utilizadas no enfrentamento dessa situação, foi o processo
de educação continuada de acordo com cada necessidade apresentada (DE ARAÚJO et
al., 2021).
Se tratando da saúde, foi necessária a intensificação das medidas de cuidado,
prevenção e controle de infecção por parte dos profissionais envolvidos na assistência
da saúde. Então, como uma estratégia de prevenção, as unidades de saúde investiram
na educação permanente com foco nas capacitações quanto ao uso correto dos EPI 's
para profissionais e acadêmicos (DIAS et al., 2020).
A educação permanente também possui foco na desparamentação correta e a
forma ideal de armazenamento ou descarte dos EPI’s após o uso. Todas essas ações
foram e são promovidas em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), os Procedimentos Operacionais Padrão (POP), a Comissão de Controle e
Infecção Hospitalar (CCIH) de cada unidade de saúde, onde poderá haver mais órgãos
39

ou comissões envolvidas se caso for necessário (DIAS et al., 2020; NOGUEIRA et al.,
2021).
Após o término do trabalho e paramentação ficou instituído a higienização das
mãos seguido do banho dos profissionais. Além disso, o procedimento de
desparamentação era comumente acompanhado por um outro colega de trabalho, na
tentativa de evitar eventuais falhas no processo e comunicar a correção se assim fosse
necessário. A maioria das unidades acabaram criando ainda uma área para a
alimentação dos funcionários na tentativa de evitar que os mesmos transitassem pelo
refeitório coletivo e para que não abandonassem o seu expediente (BITENCOURT et al,
2020).
Todo esse processo repetitivo acaba demandando um esforço maior e um
desgaste emocional bastante significativo associado à falta de recursos básicos para a
própria proteção, sem contar com o risco iminente de contaminação e o grande medo de
morrer (MACHADO et al., 2020).
Partindo desse pressuposto, é possível destacar o protagonismo exercido pelos
profissionais de enfermagem não apenas no âmbito assistencial, mas em todas as
interfaces como sendo membro de comissões organizadoras, permeando pelo
planejamento e funcionamento da estrutura física, da gestão de recursos materiais e
pessoais e da construção dos protocolos como citados anteriormente, além da prestação
de atendimento à saúde propriamente dita (BITENCOURT et al., 2020).
40

Figura 5: Protagonismo da enfermagem frente ao combate da COVID-19. Lagarto (SE), 2022.


Fonte: Google, 2022.
41

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a elaboração dos resultados e discussões foram buscados e coletados cerca


de 503 artigos científicos, sendo esse o valor correspondente ao total de buscas
realizadas durante a elaboração do trabalho. Foram utilizados durante as pesquisas os
seguintes descritores: “COVID-19”, “riscos ocupacionais”, “transtorno mental”,
"profissionais da saúde”, “Enfermagem”, “assistência em saúde mental”. As bases de
dados que foram utilizadas foram: Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), PubMed,
BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). A plataforma que mais se obteve resultados foi a
SciELO, tendo sua representação em porcentagem de 61%, seguido da PubMed tendo
uma porcentagem de 23,5%, e a BVS com o menor número de resultados tendo
porcentagem de 15,5%. O gráfico abaixo, mostra de forma mais clara a porcentagem dos
artigos encontrados, e divididos por suas respectivas plataformas.
42

Gráfico 5: Distribuição da quantidade total de artigos em porcentagem de acordo com cada plataforma.
Lagarto (SE), 2022.
Fonte: Autoria própria, 2022.

Durante a busca dos artigos que foram encontrados e coletados nas bases de
dados já citadas anteriormente, apenas 10 destes foram selecionados devido aos critérios
que foram definidos durante a confecção desse estudo. O gráfico a seguir mostra com
mais clareza a quantidade de artigos encontrados e a quantidade que foi utilizada de
acordo com cada plataforma, respectivamente.

Gráfico 6: Distribuição da quantidade de artigos encontrados e artigos utilizados. Lagarto (SE), 2022.
Fonte: Autoria própria, 2022.

Após a realização da coleta dos artigos para a produção, os mesmos foram


analisados e organizados de acordo com título e subtítulo, autores, ano de publicação,
tipo de estudo, seus objetivos, país de origem e metodologia. O quadro abaixo
representa todos os aspectos já citados acima, como uma forma de organizar e
demonstrar visualmente os estudos selecionados.
43

TÍTULO E AUTORES ANO TIPO DE OBJETIVO


SUBTÍTULO ESTUDO
Saúde mental Aline Marcelino 2020 Estudo de Refletir sobre
de RamosToesch reflexão as implicações
profissionais er; Jamila geri produzido com da pandemia
de Tomaschewisk base na de coronavírus
enfermagem Barlem; formulação na saúde
durante a Edilson Luiz discursiva. mental dos
pandemia de Devos Barlem; profissionais de
COVID-19: Janaína Sena enfermagem e
recursos de Castanheira; os principais
apoio. Rodrigo recursos de
Liscano apoio em
Toescher. desenvolvimen
to.
A saúde dos Carmen Fonter 2020 Estudo de Sistematizar
profissionais de Souza revisão de um conjunto de
de saúde no Teixeira; literatura. evidências
enfrentament Catharina científicas
o da Matos Soares; apresentadas
pandemia de Ednir Assis em artigos
Covid-19. Souza; Erick internacionais
Soares Lisboa; que identificam
Isabela os principais
Cardoso de problemas que
Matos Pinto; estão afetando
Laíse Rezende os profissionais
44

de Andrade; de saúde
Monique envolvidos
Azevedo diretamente no
Espiridião. enfrentamento
da pandemia
de Covid-19;
Apontar ações
e estratégias
para a proteção
e a assistência
à saúde desses
profissionais.
Intervenções Franscisco 2020 Estudo de Analisar a
para Cavalcante; revisão produção
promoção da Ingrid Oliveira; integrativa de científica sobre
saúde mental Mágila Costa; literatura. intervenções
durante a Vannessa para promoção
pandemia Silva; Joselany da saúde
Caetano; mental durante
Nelson Neto; a pandemia de
Lívia Barros. Covid-19.
Enfermagem e Maria de 2020 Estudo teórico Refletir sobre a
saúde mental: Lourdes reflexivo saúde mental
uma reflexão Custódio baseado na dos
em meio à Duarte; Daniela formulação profissionais de
pandemia de Giotti Silva; acerca da enfermagem
coronavírus. Mariana Correa temática no contexto da
Bagatini. sustentada pandemia de
pela literatura coronavírus.
científica
45

nacional e
internacional e
análise crítica
dos autores.
Trabalho de Norma Valéria 2021 Estudo teórico Refletir sobre o
enfermagem Dantas de reflexivo com contexto de
na pandemia Oliveira Souza; dois eixos trabalho dos
da covid-19 e Eloá Carneiro temáticos. profissionais de
repercussões Carvalho; enfermagem
para a saúde Samira Silva na pandemia
mental dos Santos Soares; da Covid-19 e
trabalhadores. Thereza as
Christina Mó Y repercussões
Mó Loureiro para saúde
Varella; Sandra mental desses
Regina profissionais.
Maciqueira
Pereira; Karla
Biancha Silva
de Andrade.
Percepção do Adriana 2021 Estudo Conhecer os
risco de Cristina de epidemiológico fatores que
contaminação Oliveira; do tipo survey. influenciam a
dos Thabata percepção do
profissionais Coaglio Lucas; risco dos
de saúde por Robert Aldo profissionais de
covid-19 no Iquiapaza. saúde para se
Brasil. contaminarem
com covid-19
no Brasil.
46

Riscos de Edwing Alberto 2021 Estudo de Analisar as


adoecimento Urrea Vega; revisão evidências
ocupacional Liliana integrativa da sobre os riscos
em Antoniolli; literatura. de
profissionais Andréia adoecimento
da saúde que Barcellos ocupacional
atendem Teixeira aos quais estão
pacientes Macedo; expostos os
com Covid-19: Jéssica profissionais de
revisão Morgana saúde que
integrativa. Gediel cuidam de
Pinheiro; pacientes
Thayane acometidos
Martins pela COVID-
Dornelles; 19.
Sônia Beatriz
Cócaro de
Souza.
Depressão e Katarina 2021 Estudo Analisar a
ansiedade em Márcia seccional do prevalência de
profissionais Rodrigues dos tipo web survey sintomas de
de Santos; Maria ansiedade,
enfermagem Helena depressão e
durante a Rodrigues fatores
pandemia da Galvão; Sávio associados em
covid-19. Marcelino profissionais da
Gomes; Talita equipe de
Araujo de enfermagem
Souza; Arthur durante a
de Almeida
47

Medeiros; pandemia da
Isabelle Ribeiro Covid-19.
Barbosa
O papel da Rodolfo Souza 2021 Estudo de Apresentar
telessaúde na da Silva; Carlos prevalência. ações
pandemia André Aita realizadas por
covid-19: uma Schmtiz; Erno um serviço
experiência Harzheim; nacional de
brasileira. Cynthia Goulart telessaúde no
Molina-Bastos; Brasil, tanto no
Elise suporte aos
Bottesselle de profissionais de
Oliveira; Rudi saúde da
Roman; Atenção
Roberto Nunes Primária à
Umpierre; Saúde quanto a
Marcelo pacientes;
Rodrigues Discutir o
Gonçalves. potencial de
reorganizar um
sistema de
saúde.
Anxiety, Maxime 2021 Estudo de Estimar a
depression, Marvaldi; revisão prevalência de
traumarelated, Jasmina Mallet; sistemática e problemas de
and sleep Caroline meta-análise. saúde mental
disorders Dubertret; entre
among Maria profissionais de
healthcare RoseMoro; saúde durante
workers Séliam
48

during the Benjamin essa


COVID-19 Guessoum. pandemia.
pandemic: A
systematic
review and
meta-analysis.
Tabela 1: Artigos coletados de acordo com título e subtítulo, autores, ano de publicação, tipo de estudo e
objetivo. Lagarto (SE), 2022.
Fonte: Autoria própria, 2022.

TÍTULO PAÍS METODOLOGIA


Saúde mental de Brasil Artigo de reflexão,
profissionais de produzido com base na
enfermagem durante a formulação discursiva
pandemia de COVID-19: acerca da saúde mental
recursos de apoio. dos profissionais de
enfermagem frente à
pandemia de coronavírus,
correlacionados com as
atuais recomendações de
suporte psicológico do
Ministério da Saúde, OPAS
e Fiocruz.
A saúde dos Brasil Artigo teórico reflexivo
profissionais de saúde produzido com base na
no enfrentamento da sistematização de
pandemia de Covid-19. evidências científicas que
identificam os principais
problemas que afetam os
profissionais de saúde
49

envolvidos diretamente no
enfrentamento da
pandemia de covid-19.
Intervenções para Brasil Trata-se de revisão
promoção da saúde integrativa da literatura,
mental durante a construída a partir de cinco
pandemia. etapas: definição do
problema e da questão
norteadora; definição dos
critérios de inclusão e
exclusão de publicações;
busca de estudos
primários; avaliação dos
estudos encontrados;
síntese e apresentação da
revisão.
Enfermagem e saúde Brasil Estudo de cunho teórico
mental: uma reflexão em reflexivo, baseado na
meio à pandemia de formulação discursiva
coronavírus. acerca da temática e
sustentado pela literatura
científica nacional e
internacional e análise
crítica dos autores. A busca
foi realizada nas bases de
dados eletrônicas SciELO,
PubMed e LILACS, no
período de abril a junho de
2020.
50

Trabalho de enfermagem Brasil Estudo teórico reflexivo


na pandemia da covid-19 elaborado com base na
e repercussões para a leitura crítica sobre temas
saúde mental dos relativos à pandemia da
trabalhadores. Covid-19, à saúde do
trabalhador, ao trabalho de
enfermagem e ao
sofrimento psíquico no
trabalho. Esse tipo de
estudo tem aproximação
com pesquisas de natureza
qualitativa, pois
fundamenta-se na
descrição e análise de
constructos teóricos
apreendidos por via de
levantamento bibliográfico.
Percepção do risco de Brasil Estudo epidemiológico do
contaminação dos tipo survey conduzido de
profissionais de saúde maio a outubro de 2020.
por covid-19 no Brasil. Para o estudo elaborou-se
um instrumento de coleta
de dados no google forms,
cuja apresentação de
proposta se configurava em
um convite, no qual era
explicitado os objetivos,
relevância e importância da
participação, seguido do 57
Termo de Consentimento
51

Livre e Esclarecido e do link


da pesquisa, com acesso
ao instrumento a ser
respondido. A construção
desse instrumento se deu
com base na literatura e
recomendações/diretrizes
internacionais sobre
enfrentamento da
pandemia do novo
coronavírus e prevenção
da contaminação dos
profissionais de saúde.
Riscos de adoecimento Brasil Trata-se de uma Revisão
ocupacional em Integrativa da Literatura
profissionais da saúde (RIL) conduzida em seis
que atendem pacientes etapas distintas: 1)
com Covid-19: revisão definição da questão
integrativa. norteadora da revisão; 2)
busca e seleção dos
estudos primários; 3)
extração de dados dos
estudos primários; 4)
avaliação crítica dos
estudos primários, 5)
síntese dos resultados da
revisão; 6) apresentação
da revisão.
Depressão e ansiedade Brasil Trata-se de um estudo
em profissionais de seccional, do tipo
52

enfermagem durante a websurvey realizado no


pandemia da covid-19. estado do Rio Grande do
Norte (RN), situado no
nordeste do Brasil,
direcionado aos
profissionais da equipe de
enfermagem que atuam
nos serviços de saúde de
média e alta complexidade.
O período de coleta de
dados estendeu-se entre
os dias 04 e 17 de junho de
2020.
O papel da tele saúde na Brasil Estudo de prevalência que
pandemia covid-19: uma sumariza as medidas
experiência brasileira. adotadas pelo Tele saúde
RS-UFRGS no período
compreendido da 9ª à 27ª
semana epidemiológica de
2020 para apoio aos
serviços de saúde do
Sistema Único de Saúde
em todo o país. Por meio do
banco de dados de tele
consultorias realizadas
nesse período, 59 foi
realizada a análise
descritiva do perfil dos
profissionais de saúde
solicitantes dessas tele
53

consultorias para dúvidas


relacionadas à COVID-19.
Anxiety, depression, EUA Estudo realizado de acordo
traumarelated, and sleep com a instrução PRISMA,
disorders among cuja lista de verificação foi
healthcare workers estritamente seguida e
during the COVID-19 concebida de acordo com
pandemic: A systematic consenso entre
review and meta- pesquisadores.
analysis.
Tabela 2: Artigos coletados de acordo com título, país de origem e metodologia. Lagarto (SE), 2022.
Fonte: Autoria própria, 2022.

3.1 A Prestação de Serviços de Saúde e o Desenvolvimento de Riscos Ocupacionais


em Enfermeiros

A pandemia da COVID-19 surgiu e deixou claro a grande precarização existente


dentro dos serviços de saúde. Foi possível notar o sofrimento psíquico dos profissionais
de enfermagem que estavam atuando na linha de frente da pandemia, em decorrência
da escassez de EPI’s, a fragilidade nas descrições dos protocolos que estavam sendo
impostos, a sobrecarga de trabalho, ausência de apoio psicológico, falta das condições
mínimas de trabalho, além das incertezas relacionadas às medidas terapêuticas
aplicadas. Os profissionais encontraram-se suscetíveis à ansiedade patológica,
depressão, síndrome de Burnout, estresse ocupacional, síndrome do pânico e outras
patologias mentais (SOUZA et al., 2021).
Nesse período pandêmico, um outro risco ocupacional que os profissionais de
saúde estão expostos é o risco de contaminação ao vírus da COVID-19, que pode ocorrer
durante a prestação dos cuidados aos pacientes positivados. A forma mais eficaz de
54

proteção contra o vírus é o uso correto dos EPI’s além da desparamentação também da
forma correta, onde um dos principais meios de contaminação dos profissionais é no
momento da desparamentação, pois é feita de forma inadequada e sem seguir os
protocolos de proteção (OLIVEIRA; LUCAS; IQUIAPAZA, 2021).
Assim, para que todos esses riscos sejam evitados, faz-se necessário o
treinamento regular e monitorado dos profissionais da saúde sobre a paramentação e
desparamentação. Além disso, existe também a importância do gerenciamento dos EPI’s,
que durante a fase pandêmica aconteceram diversos períodos de escassez em diversas
unidades de atendimento. Sendo assim, de grande importância que seja disponibilizada
em todas as unidades informações impressas ou em forma de cartilhas com todos os
passos de cada processo, para que aumente ainda mais a proteção de cada profissional
(OLIVEIRA; LUCAS; IQUIAPAZA, 2021).
Outro ponto importante a ser descrito, é acerca da influência que a gestão traz
para suas equipes de enfermagem. A falta de autonomia, diálogo claro, e aberto, falta de
acesso aos seus gestores, falta de recursos em situações de demandas elevadas de
trabalho e psicológicas, contribuem para que os profissionais estejam mais expostos a
maior vulnerabilidade e ao adoecimento, além da insegurança que está diretamente
ligada a assistência que está sendo prestada (POUSA; LUCCA, 2021).
A violência contra o profissional de enfermagem é outro aspecto que apresenta
grande impacto negativo na saúde mental dos mesmos, pois lidar com situações
abusivas, de assédio sexual, violências e ameaças físicas e verbais contra suas
integridades físicas, são determinantes a todos os tipos de fadiga, estresse e
desestímulos que estejam ligados ao trabalho em diversos setores. Esses tipos de
violências são comumente realizados pelos pacientes aos quais os cuidados estão sendo
prestados, além dos seus familiares e infelizmente também por colegas de trabalho, como
os médicos (POUSA; LUCCA, 2021).
Desse modo, a prestação de assistência aos profissionais de Enfermagem em
todos os aspectos biopsicossociais é de suma importância, tendo em vista que minimizará
os danos à saúde desses profissionais, bem como a melhoria na qualidade do cuidado
promovido. Segundo os dados fornecidos pelos autores Teixeira et al. (2020), se faz
55

necessária a criação de redes colaborativas de apoio, disseminação das diretrizes,


capacitações em massa, além de utilizar-se da tecnologia como ferramenta de inovação
que poderá contribuir positivamente na eficiência da assistência prestada.

3.2 Análise Sobre a Vulnerabilidade Psicológica dos Profissionais de Saúde Durante


a Pandemia da COVID-19

Em decorrência da grande sobrecarga de trabalho e a grande proporção que a


pandemia estava tomando, os profissionais de Enfermagem encontraram-se como os
profissionais mais expostos e com maior vulnerabilidade psicológica. Isso se deu, devido
a exposição que ocorre constantemente a situações de estresse que são somadas a
outras já vivenciadas nos serviços de saúde de forma corriqueira como o medo, as
inseguranças e a preocupação com a própria saúde (RAMOS-TOESCHER et al., 2020).
Além disso, sentimentos como tristeza, medo, ansiedade, pânico e insegurança
são muito comuns entre os profissionais, onde pode-se citar ainda alguns transtornos
mentais que vem acometendo com maior frequência os profissionais da Enfermagem
como: síndrome de Burnout, depressão, Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG),
ansiedade patológica, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) entre outros. Além dos
aspectos psicológicos, os profissionais ainda podem apresentar uma vulnerabilidade
maior nos aspectos físicos e comportamentais como: insônia, sentimentos de
incapacidade com determinadas situações, influências negativas, aumento do consumo
de álcool e tabaco como um dos meios para aliviar a sobrecarga estressante do trabalho
e o aparecimento de dores em todas as partes do corpo (RAMOS-TOESCHER et al.,
2020).
O medo excessivo e a extrema preocupação com a contaminação durante a
pandemia, levam os profissionais a maior incidência de ansiedade, estresse, reclusão e
fadiga. O sentimento de falha também é bastante presente em profissionais que atuam
em alas mais críticas como a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), pois existem grandes
56

números de óbitos que podem ser causa de sentimentos de angústia, estresse,


incapacidade e medo (DUARTE; SILVA; BAGATINI, 2020).
Partindo desse ponto, é de grande importância o desenvolvimento de intervenções
voltadas para os profissionais de Enfermagem como um todo, em especial aos
profissionais que atuam na linha de frente contra a COVID-19. Atualmente é possível
realizar diversos serviços com o auxílio da tecnologia existente, um exemplo são as tele
consultas, que vem avançando cada dia mais e alcançando grandes proporções
relevantes no meio facilitador do acesso à saúde, sendo um dos meios de manter
recomendações de distanciamento social bem como fornecer o suporte necessário aos
usuários (SILVA et al., 2021).
Como estratégias de enfrentamento a tais danos mentais causados nos
profissionais, pode-se propor medidas terapêuticas de relaxamento através da yoga,
meditação, espiritualidade, além da prática de atividades físicas que estejam adequadas
a cada rotina e estilo de vida, alimentação saudável, interações com familiares e amigos,
videoconferências e todos os tipos de plataformas online que possam aproximar as
pessoas em momentos de distanciamento social (CAVALCANTE et al., 2020).

3.3 Prevalência dos Tipos de Transtornos Mentais em Enfermeiros Atuantes na


Pandemia da COVID-19

Durante a pandemia foi possível observar o sofrimento físico e psíquico da grande


maioria dos profissionais da saúde, devido a diversos fatores como sobrecargas de
trabalho, turnos extensos e exaustivos além do risco constante de contaminação,
adaptações rápidas, escassez de materiais, baixa remuneração, deficiência dos
protocolos de proteção e a ausência de capacitações frente à pandemia. Estas situações
evidenciaram uma alta vulnerabilidade para o desenvolvimento de transtornos mentais e
problemas na regulação do sono, ao qual os profissionais estavam constantemente
expostos (MARVALDI et al., 2021).
57

Na assistência de Enfermagem é notório que esses profissionais não somente são


capacitados para o desenvolvimento de práticas técnico-científicas, mas também para
uma entrega integral e humanizada para lidar com todas as situações que são
apresentadas durante o cotidiano da profissão. Assim, esses profissionais durante o
período pandêmico foram e são de grande importância na assistência, pois são os
profissionais que possuem maior responsabilidade na prestação de cuidados dos
pacientes. Além de todos os ensinamentos, tais profissionais são capacitados para
manter o controle emocional durante os atendimentos, isso por que, estão sempre ligados
à prestação de saúde em grandes situações de emergências (PORTO et al., 2021).
O transtorno mental é uma disfunção das atividades cerebrais que podem afetar o
psicossocial dos indivíduos, afetando principalmente o humor, comportamento, raciocínio
e comunicação. Dentro dos transtornos mentais, pode-se citar a depressão, transtorno
de ansiedade, transtorno de bipolaridade, déficit de atenção, esquizofrenia, transtorno
obsessivo-compulsivo e estresse pós-traumático (DOS SANTOS et al., 2021).
Os transtornos que mais foram vistos em pesquisas e relatos propostos por
Marvadi et al. (2021), durante o período pandêmico são: ansiedade, depressão, estresse
agudo, estresse pós-traumático, síndrome do pânico e distúrbios do sono. Durante uma
pesquisa de grupos, foi possível obter dados: 300% dos profissionais sofriam de
ansiedade, 311% sofriam de depressão, 565% de estresse agudo, 44% de distúrbios do
sono.
Na classe dos profissionais de Enfermagem, foi possível analisar que a grande
ocorrência de sintomas indicativos de depressão e ansiedade estavam relacionados
principalmente ao sexo feminino e que trabalham em setores privados, que já possuem
histórico da Síndrome de Burnout, além de residirem com os pais o que causa impacto
maior, pois existe a necessidade do cuidado para a não contaminação dos mesmos, o
que causa ainda mais medo durante a prestação de serviço e suporte necessário para os
pacientes internados (SANTOS et al., 2021).
58

4 CONCLUSÃO

Seguindo os argumentos teóricos realizados durante a produção desse trabalho


de conclusão de curso inerentes ao impacto da pandemia da COVID-19 na saúde mental
dos profissionais de Enfermagem que atuaram e atuam na linha de frente, foi o ponto de
partida crucial para esse desenvolvimento. Em decorrência do momento pandêmico
enfrentado pelo mundo inteiro e a importância dos cuidados prestados pelos profissionais
de Enfermagem aos pacientes, foi relevante identificar e discorrer sobre esse tema a fim
de apresentar estratégias voltadas para o cuidado da saúde mental desses profissionais.
Dentre os objetivos específicos escolhidos, este trabalho traz: identificação de
riscos ocupacionais aos profissionais de saúde, dentre os quais é possível demonstrar
um alto risco de contaminação do vírus da COVID-19 durante os cuidados de rotina
relacionados principalmente à falta de equipamentos de proteção individual e exposição
constante ao vírus. Durante a construção, observa-se uma clara conscientização sobre
os riscos ocupacionais supracitados, no entanto, poucas ações têm sido tomadas para
abordar essa questão, principalmente no que se refere à educação continuada e à
capacitação rotineira dos profissionais.
Outro objetivo abordado no trabalho é compreender as doenças mentais e físicas
de profissionais de saúde que atuam na área da assistência de saúde dos pacientes de
COVID-19. Pode-se concluir que a rotina exaustiva, a sobrecarga de atividade laboral, a
própria pandemia de COVID-19, baixa remuneração, falta de EPI’s, POP’s pouco claros,
medo de se contaminar e contaminar os familiares, perda de direitos trabalhistas,
adaptações rápidas, falta de tratamentos medicamentosos específicos para a doença e
o sentimento de incapacidade de lidar com a situação atual. Neste caso, é possível
observar que inovações desconhecidas impossibilitam o desenvolvimento de estratégias
de enfrentamento, acentuando ainda mais os fatores causais de adoecimento.
E, por fim, como último objetivo, elencar os transtornos mentais e de
comportamento que mais acometem os profissionais de saúde. É de grande importância
citar alguns aspectos que foram analisados durante a elaboração deste estudo, como os
59

transtornos mentais e de comportamento nos profissionais de saúde, ultrapassam o


âmbito de trabalho, além de lidarem com o medo constante na profissão, lidam também
com o medo fora dela. Assim, compreende-se como uma sobrecarga dupla, acentuando
ainda mais os sinais e sintomas evidentes neste estudo.
Pode-se observar com a avaliação dos estudos que foram selecionados, o
aumento bastante significativo dos quadros de ansiedade, depressão, medo e insônia
nos profissionais de Enfermagem. A pressão exercida sobre eles durante os cuidados
que estão sendo prestados, tornou ainda mais pesado exercer a profissão de forma
integral e significativa. Além dos transtornos mentais observados, foi possível analisar os
transtornos de comportamento, como a presença constante de dores pelo corpo, cefaleia,
estresse, crises de pânico e transtornos de humor.
Assim, este trabalho possui o intuito de buscar artigos, livros e outras bases de
dados, a fim de atingir os objetivos pré-definidos no início do mesmo. Foi através dele
que se tornou possível identificar o impacto na saúde mental dos profissionais da saúde
que atuaram na linha de frente durante o momento pandêmico, bem como os riscos
ocupacionais, fatores causais de adoecimento físico e mental, além de evidenciar os
principais transtornos que acometeram e ainda acometem esses profissionais. Diante
disso, foi possível obter informações adicionais sobre o tema com o intuito de minimizar
ainda mais os danos da pandemia nesses profissionais.
60

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Centro Universitário
Lagarto (SE)

TERMO DE RESPONSABILIDADE
RESERVADO AO TRADUTOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: INGLÊS, ESPANHOL OU
FRANCÊS.
Anexar documento comprobatório de habilidade do tradutor, oriundo de IES ou instituto de
línguas.

Eu, JOSÉ GONÇALVES SOBRINHO, declaro inteira responsabilidade pela tradução


do Resumo (Abstratc/Resumen/Résumé) referente ao Trabalho de Conclusão de Curso
(Monografia), intitulado: A ENFERMAGEM E OS TRANSTORNOS MENTAIS
DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: uma revisão bibliográfica, a ser entregue
por REBECA BEZERRA GOMES, acadêmico (a) do curso de ENFERMAGEM.

Em testemunho da verdade, assino a presente declaração, ciente da minha


responsabilidade no que se refere à revisão do texto escrito no trabalho.

Lagarto, 20 de junho de 2022.

Assinatura do revisor
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Centro Universitário
Lagarto (SE)

TERMO DE RESPONSABILIDADE
RESERVADO AO REVISOR DE LÍNGUA PORTUGUESA
Anexar documento comprobatório de habilidade com a língua, exceto quando revisado pelo
orientador.

Eu, JOSÉ GONÇALVES SOBRINHO, declaro inteira responsabilidade pela revisão da


Língua Portuguesa referente ao Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia),
intitulado: A ENFERMAGEM E OS TRANSTORNOS MENTAIS DURANTE A
PANDEMIA DA COVID-19: uma revisão bibliográfica, a ser entregue por REBECA
BEZERRA GOMES, acadêmico (a) do curso de ENFERMAGEM.

Em testemunho da verdade, assino a presente declaração, ciente da minha


responsabilidade no que se refere à revisão do texto escrito no trabalho.

Lagarto, 20 de junho de 2022.

Assinatura do revisor
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