Você está na página 1de 2

2

@1artigo_enf

HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA) – AULA 1

1. DEFINIÇÃO

A hipertensão arterial (HA) é uma doença 3. FATORES DE RISCO PARA HIPERTENSÃO


crônica não transmissível (DCNT) definida
por níveis elevados da pressão arterial
sU
e
d
o
lcS
áxó
rp
bta
é
n
GIô
iE
Fm
(PA). É uma condição multifatorial,
portanto, não sendo causa apenas de um
único fator de risco.

Seu valor é expresso em milímetros de


mercúrio (mmHg), onde observa-se o valor da
pressão sistólica (máxima) e diastólica (mínima).

Observe o exemplo:

PA = 120x80 mmHg

O primeiro valor significa o valor da pressão sistólica,


logo o segundo valor representa a pressão diastólica.

A HÁ é caracterizada pela elevação persistente da


pressão arterial (PA) em que os níveis da pressão
arterial sistólica (PAS) seja maior ou igual a 140
mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) maior ou
igual a 90 mmHg, obedecendo a técnica correta de Observe no esquema os fatores de risco para HÁ. Em
aferição, na ausência de medicação anti-hipertensiva vermelho estão os fatores de risco não modificáveis;
e em repouso pelo menos 15 minutos antes da os verdes representam os fatores de risco
aferição. modificáveis – portanto, o que devemos explorar e
implementar ações de saúde nesses fatores.
2. IMPACTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

A doença é frequentemente assintomática, o paciente 4. RASTREAMENTO E CLASSIFICAÇÃO


pode passar anos com a PA elevada e não perceber. Diagnóstico de HA deve ser realizado no serviço de
Por ser silenciosa, o indivíduo a não buscar saúde ou em casa, também usa-se a história pessoal
assistência a saúde e nem realizar tratamento, a PA e familiar, além do exame físico e laboratorial
elevada evolui para alterações estruturais e/ou pertinente. Além disso, deve ser avaliado se há
funcionais em órgãos-alvo, como coração, cérebro, alguma lesão nos órgãos alvos (rins, olhos, cérebro e
rins e vasos sanguíneos. coração) e determinar o risco cardiovascular.
Apresenta impacto significativo nos custos O Caderno de Atenção Básica (CAB) nº 37 diz que o
hospitalares de assistência a saúde decorrentes de diagnóstico é caracterizado pela média aritmética da
complicações em órgãos-alvo: coração – doença PA ≥ 140x90 mmHg. Para se obter essa média, deve
arterial coronariana (DAC), insuficiência cardíaca (IC),
ser verificado em três dias diferentes, com intervalo
fibrilação atrial (FA) e morte súbita; cérebro – acidente
mínimo de uma semana.
vascular encefálico (AVE) isquêmico (AVEI) ou
hemorrágico (AVEH), demências; rins – doença renal Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
crônica (DRC), que pode evoluir para diálise por Arterial, são considerados hipertensos as pessoas
falência renal. com PAS ≥ 140 mmHg e/ou PAD ≥ 90 mmHg.

Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg)


Ótima < 120 < 80
Normal 120 – 129 80 – 84
Pré-hipertensão 130 – 139 85 – 89
HÁ estágio 1 140 – 159 90 – 99
2

@1artigo_enf

HÁ estágio 2 160 – 179 100 – 109


HÁ estágio 3 ≥ 180 ≥ 110
8. CRISE HIPERTENSIVA
5. MONITORIZAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
A emergência e urgência hipertensiva deve ser
prontamente atendida. Geralmente ocorre com
Automedida da PA (AMPA) pacientes que não estão sob controle da HA ou não
foram diagnosticados ou, até mesmo, os que
realizada pelo paciente ou familiares, fora do
interrompem a medicação.
consultório e geralmente no domicílio.

Monitorização Residencial da
PA (MRPA) Urgência Hipertensiva
obtêm-se 3 medidas pela manhã e 3 à noite,
Situação clínica sintomática em que há
durante 5 dias; ou 2 medidas em cada
sessão, durante 7 dias. aumento PAS ≥ 180 e/ou PAD ≥ 120 mmHg
sem lesão aguda em órgãos alvo (cérebro,
Monitorização Ambulatorial da olhos, rins e coração) e sem risco iminente de
PA de 24h (MAPA) morte.
possibilita o registro indireto e intermitente da
PA em 24h ou mais, durante os períodos de
vigília e sono.
Emergência hipertensiva

Situação clínica sintomática onde há elevação


O monitoramento fora do consultório e a utilização do acentuada da PAS ≥ 180 e/ou PAD ≥ 120
MAPA é imprescindível para detecção correta da HA, mmHg com lesão de órgãos alvo aguda,
pois, essas monitorizações podem desmascarar a progressiva e com risco iminente de morte.
‘’síndrome do jaleco branco’’ (onde o paciente se
apresenta com a PA elevada na presença de um + Tratamento: imediata redução da PA com
profissional de saúde) ou a hipertensão mascarada fármacos por via parental.
(valores normais no consultório, porém alteradas no
MAPA ou AMPA).
6. TRATAMENTO
6. SEGUIMENTO DO RASTREIO DE HA
O tratamento de primeira linha da hipertensão é a
De acordo com o Caderno de Atenção Básica nº 37, mudança do estilo de vida. O profissional deve realizar
segundo a classificação temos o protocolo a seguir: uma boa anamnese e exame físico para captar todas
as informações relevantes e prescrever um cuidado
A cada 2 anos Se PA < 120x80 mmHg adequado para o paciente.

A mudança de estilo de vida compreende a mudança


Se PA entre 120-139x89 da alimentação (diminuição do consumo de sódio
A cada ano mmHg na ausência de principalmente), realização de exercícios físicos para
fatores de risco circulação e perda de peso (cerca de 20 minutos de
caminhada por dia), cessação do tabagismo e
diminuição/controle de bebidas alcoólicas.
Em 2 momentos Se PA ≥ 140x90 mmHg ou
com intervalo de entre 120-139x80 mmHg
7 a 14 dias com fatores de risco

7. HIPERTENSÃO ARTERIAL PRIMÁRIA E


SECUNDÁRIA

Primária: sem causa definida,


desregulação do mecanismo de
controle homeostático.
HA

Secundária: provocada por causa


definida, como efeito adverso de

Você também pode gostar