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INTERNATO:
SAÚDE DA FAMÍLIA I
PONTA GROSSA/PR
2018
AULA 01
DIAGNÓSTICO
CUIDADOS:
- Hipotensão ortostática: Avaliar em idosos, DM, disautonômicos, anti-hipertensivos...*
- Suspeita de HAS por coarctação de aorta: Aferir PA em membros inferiores.
- Obesos: Adequar manguito à circunferência do braço ou usar fator de correção**.
- Crianças: Recomendar medir a PA em toda consulta em crianças > 3 anos.
- Gestantes: Aferir PA na posição sentada ou em decúbito lateral esquerdo.
AVALIAÇÃO CLÍNICA
EXAMES ESPECÍFICOS:
- Radiografia de tórax: Suspeita de comprometimento cardíaco e/ou pulmonar;
- Ecocardiograma: Indícios de hipertrofia de VE ao ECG ou suspeita de ICC;
- Albuminúria: DM, síndrome metabólica ou com > 2 fatores de risco cardiovascular;
- US de carótidas: Sopro carotídeo ou doença cerebrovascular prévia;
- US renal com Doppler: Massas ou sopros abdominais;
- Teste ergométrico: DAC estável ou DM.
HAS SECUNDÁRIA
CONSIDERAR DIAGNÓSTICO
HAS < 30 ANOS OU > 55 ANOS (GRAVE)
HIPERTENSÃO RESISTENTE A TRÊS FÁRMACOS
PIORA DA TFG APÓS IECA/BRA (> 30% da TFG).
RIM ATRÓFICO SEM CAUSA (Ou diferença de tamanho > 1,5 cm)
ETIOLOGIAS SUGERIDAS
SAHOS Ronco, sonolência diurna...
HIPERALDOSTERONISMO HAS resistente + HipoK
DRC Creatinina e ureia elevadas
ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL Sopro abdominal e piora com IECA
HIPOTIREOIDISMO Fadiga, ganho de peso, fraqueza...
HIPERTIREOIDISMO Intolerância ao calor, palpitação...
HIPERPARATIREOIDISMO Nefrolitíase, osteoporose, depressão...
FÁRMACOS ACO, AINES, corticoides...
DROGAS Álcool, anfetamina, cocaína...
- O exame físico normalmente é normal, mas pode-se usar diversas medidas para
averiguar o risco cardiovascular do paciente:
-> Cintura: > 88 cm (mulheres) ou > 102 cm (homens);
-> ITB: < 0,9;
-> Fundoscopia: presença de fios de cobre, prata ou cruzamentos arteriovenosos.
-> Pulsos assimétricos ou ausentes: coarctação da aorta.
TRATAMENTO
- HAS não tratada leva ao aumento da PA futura, o que eleva ainda mais o risco de lesões
cardiovasculares. Assim, o principal objetivo do tratamento é reduzir a morbimortalidade
cardiovascular dos pacientes hipertensos.
*O American College of Cardiology (2017) recomenda PA < 130/80 mmHg para todos!
TERAPIAS INDICADAS:
- HAS II e III ou alto risco CV: Não farmacológico + Famarcológico. (Mínimo duas drogas)
- HAS I de risco CV baixo ou moderado: Tentar terapia não farmacológica 3-6 meses.
-> PA não controlada nesse período: Iniciar fármacos. (Uma droga).
OBS: Em pacientes > 80 anos, inicia-se fármacos apenas com PAs > 160 mmHg.
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO
- Ingestão de sal:
- Obesidade: Ingerir menos gordura saturada. (Circunf. Abd. < 94 cm e < 80 cm).
- Dieta DASH: Ingerir frutas, cereais, laticínios com pouca gordura, frango e peixes.
- Sódio: Limitar ingestão < 2 g/dia. (< 4 gramas de NaCl).
- Ácidos graxos insaturados: Ômega-3 (EPA/DHA) reduz a PA;
- Álcool: Aceitável < 30 g/dia. (Uma dose para mulheres, ou duas doses para homens).
- Atividade física: 30-60’’. Moderada intensidade (60-75% da FCmáx). Mínimo 3x/semana.
- Tempo sentado: Levantar por 5 minutos a cada 30 minutos sentado.
- Tabagismo: Inaceitável.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
- Como mencionado, a monoterapia é indicada apenas para pacientes com HAS I e risco
cardiovascular baixo ou moderado – os demais pacientes são tratados com, no mínimo,
dois fármacos. Os remédios apropriados para monoterapia incluem: diuréticos, IECA/BRA
e BCC.
- Pacientes com HAS II e III, ou com risco cardiovascular elevado, devem atingir suas
metas terapêuticas em < 6 meses e, portanto, possuem indicação para iniciar a terapia
com a combinação de remédios.
OBS: Em pacientes que não atingem as metas terapêuticas, deve-se aumentar a dose
dos fármacos empregados, associar um segundo ou terceiro fármaco ou trocar a
combinação de fármacos usados. Em caso de combinações, deve-se evitar unir drogas
com mesmo mecanismo de ação. Combinação recomendada:
-> Tiazídicos + IECA + BCC.
GESTAÇÃO:
- HAS crônica: PA > 140/90 mmHg em IG < 20S.
- Pré-eclâmpsia: HAS com IG > 20S + Proteinúria significativa.
- Iminência de eclampsia: Turvação visual, epigastralgia, escotomas, confusão...
- Eclâmpsia: Convulsões em gestante com diagnóstico de pré-eclâmpsia.
- Tratamentos:
-> HAS crônica: Metildopa ou anlodipino. Se complicar, induzir parto IG > 37S.
-> Pré-eclâmpsia (PA < 160/110): Repouso. Não indica anti-hipertensivo.
-> Pré-eclâmpsia (PA > 160/110): Internar. Metildopa. Parto com 37S.
-> Iminência de eclampsia: Sulfato de Mg. (Repetir no parto e manter 24h após).
-> Eclâmpsia: Sulfato de Mg. Considerar indução do parto. (34S?).
CRISES HIPERTENSIVAS
URGÊNCIA EMERGÊNCIA
PAd > 120 mmHg PAd > 120 mmHg + Órgão-alvo
Sem risco iminente de morte Risco iminente de morte
Acompanhamento em 7 dias Internamento em UTI
Captopril 25 mg SL Nitroprussiato, nitroglicerina...
- EAP, HSA, encefalopatia hipertensiva...
AULA 02
DISLIPIDEMIAS
(ATUALIZAÇÃO DA DIRETRIZ BRASILEIRA DE DISLIPIDEMIA - 2017)
- De acordo com a fração lipídica alterada, as dislipidemias podem ser classificadas em:
-> Hipercolesterolemia isolada: LDL > 160 mg/dL.
-> Hipertrigliceridemia isolada: TG > 150 mg/dL. (> 175 mg/dL sem jejum).
-> Hiperlipidemia mista: LDL > 160 mg/dL + TG > 150 mg/dL.
-> HDL baixo: HDL < 40 mg/dL (Homens) ou < 50 mg/dL (Mulheres).
OBS: Se TG > 400 mg/dL, o cálculo de LDL pela fórmula de Friedewald é inadequado,
deve-sendo considerar hiperlipidemia mista quando houver colesterol não-HDL > 190
mg/dL. Não há mais necessidade de realizar lipidogramas em jejum.
Aterosclerose subclínica:
Placa na US de carótidas;
Cálcio arterial coronariano > 100;
Aterosclerose coronariana (AngioTC);
ITB < 0,9.
ALTO RISCO
ERG > 20% (H) ou > 10% (M).
Aneurisma de aorta abdominal.
DRC com TFG < 60 mL/min.
LDL > 190 mg/dL.
DM + Fatores de risco*
TRATAMENTO
- Não há valor limite para a redução do LDL. Não são propostas metas para o HDL, nem
se recomenda tratamento medicamentoso visando à elevação desse tipo de colesterol.
- A terapia farmacológica deve ser guiada de acordo com a meta terapêutica desejada. A
intensidade dos principais fármacos hipolipemiantes é:
Atorvast. 80 mg
Sinvast. 10 mg Sinvast. 40 mg
Fármacos Rosuvast. 40 mg
Fluvast. 40 mg Atorvast. 20 mg
Sinvast. 40 + Ez. 10
ESTATINAS
OBS: Após o início da terapia, a dosagem rotineira de CPK, TGO e TGP não é indicada.
Esses exames são solicitados quando houver elevação da dose da estatina, introdução
de outro fármaco que possa interagir com a estatina ou sintomas musculares, dor
abdominal, icterícia, fraqueza, etc.
- Indicação: Meta primária não é alcançada com estatinas. Paciente não tolera estatina.
- Ação: Inibição da proteína Niemann-Pick, inibindo a absorção de colesterol exógeno.
- Dose: 10 mg/dia. Pode ser ingerido em qualquer hora do dia.
- Efeitos colaterais: Constipação.
RESINAS
FIBRATOS
ÁCIDO NICOTÍNICO
GESTANTES:
- Apenas colestiramina é indicada no segundo e terceiro trimestre.
SÍNDROME CORONARIANA AGUDA:
- Se paciente já utilizava hipolipemiante: Manter.
- Se não utilizava hipolipemiante: Iniciar precocemente (< 24h).
- Metas terapêuticas: LDL < 50 mg/dL.
AULA 03
DIABETES MELLITUS
(DIRETRIZES SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES – 2017/2018)
DIAGNÓSTICO
- A classificação atual da DM baseia-se na etiologia da doença. Ela pode ser dividida em:
CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES
- Idiopático (1B): Deficiência de insulina sem relação com resposta imune ou HLA.
*Diabetes autoimune latente em adultos (LADA): Destruição autoimune das células beta-
pancreáticas leva anos para ocorrer. A DM manifesta-se por volta dos 30-50 anos de
idade. Inicialmente diagnosticados como DM2, mas possuem anticorpos positivos (anti-
GAD) e níveis de peptídeo C reduzidos.
DMG: Intolerância à glicose induzida pela gravidez... (Para dx, ver capítulo de Pré-Natal).
- Gravidez: Estado diabetogênico. Hormônios hiperglicemiantes. (Lactogênio placentário).
- Prognóstico: Normalmente reverte após parto. Maior risco de DM2.
- Complicações: Polidramnia, RPMO e macrossomia fetal.
- O diagnóstico da DM1 costuma ser fácil, pois o quadro é característico e possui início
agudo. Os sintomas característicos incluem poliúria, polidipsia, polifagia e perda ponderal.
Ainda assim, muitas vezes a doença só é diagnosticada quando o paciente se apresenta
com cetoacidose diabética.
- Ao contrário da DM1, o diagnóstico da DM2 tende a ser tardio, uma vez que a maioria
dos pacientes permanece assintomática ou oligossintomática por anos. Muitas vezes, o
diagnóstico só é feito quando há lesões irreversíveis em órgãos-alvos. O diagnóstico deve
ser considerado em todo paciente que apresentar acantose nigricans, vulvovaginite de
repetição e disfunção erétil.
RASTREAMENTO DO DIABETES
INDICAÇÃO: Idade > 45 anos ou < 45 anos + Fator de risco (obesidade, HAS...)
EXAME: Qualquer um dos testes aplicados no diagnóstico.
PERIODICIDADE: A cada três anos (se resultado normal) ou anual (se pré-DM).
METAS TERAPÊUTICAS
OBS: Para crianças e adolescentes < 18 anos: Meta de HbA1c < 7,5%.
Pacientes jovens sem comorbidades: Controle mais rigoroso (HbA1c < 6,5%).
Pacientes idosos e com comorbidades: Controle menos restritivo (HbA1c ~8,5%).
OBS2: Para crianças, recomenda-se que a HbA1c seja dosada a cada 3 a 4 meses. Para
adultos com controles estáveis, sugerem-se duas medidas anuais de HbA1c.
AUTOMONITORIZAÇÃO DA DIABETES
MAIOR NECESSIDADE DE TESTES:
- Indicações: Início do tratamento, ajuste da dose, mudança da medicação, cirurgia...
- Períodos: Seis testes por dia, por três dias na semana, durante duas semanas.
-> Pré-prandiais: Antes do café da manhã, do almoço e do jantar.
-> Pós-prandiais: Duas horas após o café, o almoço e o jantar.
-> Se usuário de insulina: Um teste adicional, na hora de dormir.
*Se insulina: Medir glicemia 3h da manhã, ao menos uma vez por mês.
TRATAMENTO
Em um a três meses.
Retorno
Sem metas: Adicionar segundo fármaco.
ANTIDIABÉTICOS ORAIS
Tipo: Incretínico.
AGONISTAS Ação: Estimulo de células beta. Dependente de insulina.
DO GLP-1 Ef. colaterais: Náuseas. (Sem ganho de peso/hipoglicemia).
Exemplos: Exenatida e liraglutida.
Tipo: Sensibilizador de insulina.
Ação: Agonista do PPAR adiposo. Reduz glicogênese hepática.
GLITAZONAS Ef. colaterais: Edema periférico, ganho ponderal e fraturas.
Contraindicações: Gravidez, IH e ICC (NYHA III ou IV).
Exemplos: Pioglitazona.
Tipo: Incretínico.
Ação: Inibe degradação das incretinas intestinais.
INIBIDORES
Ef. colaterais: Bem toleradas. (Sem hipoglicemia/ganho de peso).
DA DPP-IV
Contraindicações: Hipersensibilidade aos componentes.
Exemplos: Sitagliptina.
OBS: Prefere-se o tratamento com insulina caso haja insuficiência renal, insuficiência
hepática, gravidez, internamentos, cetoacidose diabética e coma hiperosmolar
hiperglicêmico.
INSULINOTERAPIA
- Ao se iniciar terapia com insulina, o tratamento com metformina e demais agentes orais
devem ser continuados. Os principais tipos de insulina disponíveis incluem:
INSULINA INÍCIO DA AÇÃO DURAÇÃO INDICAÇÃO
INSULINA DE AÇÃO ULTRARRÁPIDA
LISPRO/ASPART 5 a 15 minutos 5h Pós-prandial.
INSULINA DE AÇÃO RÁPIDA
REGULAR 0,5 a 1h 5 a 8h Pós-prandial e EV.
INSULINA DE AÇÃO INTERMEDIÁRIA
NPH 2 a 4h 10 a 18h Glicemia basal.
INSULINA DE AÇÃO LENTA
GLARGINA 2 a 4h 24h (Sem pico) Glicemia basal.
DETEMIR 1 a 3h 22h (Faz pico) Glicemia basal.
OBS: A insulina regular é a única que pode ser aplicada por via IM ou EV, sendo que as
demais só podem ser usadas de forma SC.
ESQUEMAS DE INSULINOTERAPIA
Exemplo: Um adulto de 60 kg deve tomar 30 U/dia de insulina. A dose deve ser dividida:
-> 20U pela manhã + 10U à noite;
-> Manhã: usar 14U de NPH e 6U de regular ou ultrarrápida;
-> Noite: usar 5U de NPH e 5U de regular ou ultrarrápida.
Armazenamento da insulina:
- Frascos: 2 a 8ºC. (Geladeira doméstica, na prateleira de frutas). Dura 8S.
- Canetas: Podem ser mantidas em temperatura ambiente. Dura 8S.
- Retirar insulina da geladeira 15 a 30 minutos antes da aplicação.
Material:
- Utilizar seringa com graduação especial: Demonstra U, não mL.
- Agulhas de 4 a 5 mm: Não requer prega cutânea. Ângulo de 90º para todos.
- Agulhas de 6 mm: Requer prega cutânea. Ângulo de 45º (criança) ou 90º (adulto).
OBS: Crianças < 6 anos sempre requerem realização de prega cutânea, mesmo
utilizando agulhas de 4 e 5 mm.
Locais de aplicação:
- Face posterior dos braços, QSL das nádegas, face anterolateral da coxa, flanco abd.
- Dividir local de aplicação em quadrantes, com espaçamento de ~1 cm.
- Após aplicar insulina em um ponto, evita-lo por 14 dias. (Evitar lipodistrofia).
EFEITOS COLATERAIS
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS
RETINOPATIA DIABÉTICA
- A maioria dos pacientes com retinopatia diabética não tem queixas visuais, podendo
continuar assintomáticos mesmo na presença de lesões proliferativas. A perda da visão
se manifesta apenas com o desenvolvimento da maculopatia, ou com complicações da
retinopatia proliferativa – como hemorragia vítrea.
NEFROPATIA DIABÉTICA
- É a principal causa de IRC nos países desenvolvidos, ocorrendo em até 1/3 dos
pacientes diabéticos. O risco de desenvolvimento de nefropatia diabética é semelhante na
DM1 e DM2, mas a nefropatia pelo DM2 é mais comum, devido à maior prevalência da
doença. Os glomérulos são as estruturas primariamente atingidas:
-> Glomeruloesclerose difusa: Alteração mais comum;
-> Glomerulosclerose nodular: Nódulos de Kimmelstiel-Wilson. Mais característico.
FASE I: HIPERPROLIFERAÇÃO
- É uma fase pré-nefropatia, caracterizada por elevação da TFG e espessamento da
MBG. Ocorre em todos os diabéticos, não sendo marcador de lesão renal. Causa
nefromegalia, que persiste mesmo após o desenvolvimento de DRC. A hiperfiltração é
decorrente da hiperglicemia crônica. Não é preditora de nefropatia diabética.
CONTROLE GLICÊMICO:
- Maior benefício na fase pré-nefropática e de microalbuminúria.
- Indicação: Todos os pacientes.
- Meta: HbAc1 < 7%.
IECA/BRA:
- Retarda progressão da microalbuminúria para demais fases.
- Na fase de microalbuminúria, é capaz de reverter completamente a lesão.
- Indicação: DM com microalbuminúria ou DM + HAS.
- Cuidar com: Ureia, creatinina e K.
CONTROLE DA PA:
- Meta: PA < 130/80 mmHg.
- Preferir: IECA/BRA + Hidroclorotiazida, BCC, betabloqueadores...
OUTRAS MEDIDAS:
- Restrição proteica: Ingesta proteica de 0,8 g/kg/dia.
- Controle colesterol: Estatinas. Se doença aterosclerótica, alta potência (atorvastatina).
Se > 40 anos, estatina de média potência (sinvastatina).
NEUROPATIA DIABÉTICA
4) Radiculopatias: Podem acarretar dor similar à de lesões por HZV, com caráter
lancinate, atrofia muscular local, atrofia e fraqueza.
PÉ DIABÉTICO
- É uma infecção, ulceração ou destruição dos tecidos moles dos pés, sendo causado por
combinação de neuropatia periférica e doença arterial periférica. A insensibilidade do pé
compromete as fibras de propriocepção, fazendo com que o indivíduo evolua com
deformidades neuropáticas (pé de Charcot). Qualquer tipo de trauma pode precipitar o pé
diabético.
- Todo paciente diabético deve ter seus pés avaliados anualmente. Ao exame físcio, a
presença de pele seca, rachaduras, unhas hipotróficas, micose, calosidades e ausência
de pelos constituem lesões pré-ulcerativas. Sempre deve-se:
-> Avaliar IHB;
-> Testar sensibilidade do hálux e cabeças do 1º, 3º e 5º metatarso.
AULA 04
*Pode haver débito cardíaco excessivo, por demanda metabólica exacerbada. (Tireotoxicose, anemia
grave, sepse...)
QUADRO: Congestão pulmonar: Dispneia aos esforços, ortopneia, tosse seca noturna...
Congestão sistêmica: Edema de membros, derrame pleural, dor abdominal...
Baixo débito: Fadiga muscular, indisposição, mialgia, lipotimia, cansaço...
OUTROS:
- BNP: Aumento em estiramento cardíaco. (Diferencia IC de pneumopatias).
- Cineangiocoronariografia: Indicado em casos de angina + disfunção sistólica.
- Holter: Indicado em queixas de palpitação, lipotimia ou síncope.
DISPOSITIVOS CARDÍACOS:
- MP: NYHA III ou IV + FE < 35% + BRE/BRD.
- CDI: Prevenção secundária de morte súbita ou NYHA III ou IV + FE < 35%.
*Indicado apenas se suspeita de descompensação grave, presença de VEF1 < 40% e ICD.
EXAMES DE IMAGEM:
- Rx: Retificação diafragmática, hiperinsuflação pulmonar (> 10 costelas), bolhas...
- TC: Avaliação cirúrgica. Padrão-ouro para definir a presença de enfisema.
<2
<2 >2
CLASSIFICAÇÃO MMRC
TRATAMENTO DO DPOC
MEDIDAS QUE REDUZEM A MORTALIDADE:
- Cessação do tabagismo: Queda de VEF1 melhora após um ano sem fumar.
- O2 domiciliar: pO2 < 55 mmHg ou SatO2 < 88%. (Em ar ambiente fora de exacerb).
- Transplante de pulmão ou cirurgia pneumorredutora.
TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO:
- 1ª Linha: B2 agonistas de longa ação. (Salmeterol e formoterol).
- Associação: Anticolinérgicos de longa ação. (Tiotrópio).
- Corticoides inalatórios: Indicados se GOLD C ou D. (Sistêmicos: Nunca indicados).
HIPOTIREOIDISMO
HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO:
- Característica: TSH elevado e T4 livre reduzido.
- Hipotireiodismo subclínico: TSH elevado com T4 livre normal.
- Anticorpo anti-peroxidase: Indicativo de tireoidite de Hashimoto.
HIPOTIREOIDISMO CENTRAL:
- Característica: TSH reduzido ou normal com T4 livre reduzido.
- Prosseguir investigação: RM de sela túrcica.
HIPERTIREOIDISMO
OBS: Ainda que a oftalmopatia infiltrativa possa ser unilateral, essas situações sempre
devem ser investigadas com exames de imagem.
OBS: Em alguns casos, pode haver elevação isolada do T3. O diagnóstico de doença de
Graves é clínico e não requer a pesquisa de TRAb.
TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO
TRATAMENTO CLÍNICO:
- Betabloqueadores: Bloqueiam conversam de T4 em T3. (Opção em fases iniciais).
- Metimazol: Atq (40 mg/dia por 4-8 semanas) + Manutenção (5-20 mg/dia).
- Objetivo: Normalizar T4 livre (0,9 a 2). (TSH leva meses para normalizar!).
- Duração: Tentar descontinuar terapia após 2 anos.
AULA 05
SAÚDE DO HOMEM
NEFROLITÍASE
FATORES
CÁLCULOS DETALHES
PREDISPONENTES
Hipercalciúria idiopática
SAIS DE CÁLCIO Oxalato de cálcio
(Sem hipercalcemia)
(+ COMUNS) (+ COMUM)
Acidose tubular renal I
ITU por Proteus e
ESTRUVITA Forma cálculos
Pseudomonas. Urease
(Fosfato amônia magnesiano) coraliformes
torna urina alcalina.
Se puro: Hiperuricosúria, gota
ÁCIDO ÚRICO
Radiotransparente e urina ácida
AGUDO:
- Cálculos assintomáticos: Não intervir.
- Analgesia: AINES (Opioides se refratário ou contraindicação de anti-inflamatório).
- < 1 cm: Terapia médica expulsiva – Tamsulosina (0,4 mg/dia) por 4-6 semanas.
- > 1 cm, complicado** (ITU/IRA) ou refratário: Indicar intervenção urológica.
-> Litotripsia extracorpórea: Proximal e < 2 cm. Não usar em gestante/aneurisma aort.
-> Nefrolitotripsia percutânea: Proximal, > 2 cm, coraliformes, refratários ao extracorp.
-> Ureteroscopia: Ureter médio ou distal.
Cálculos de cálcio:
- Não restringir ingesta de cálcio. (Aumenta absorção de oxalato, piorando quadro).
- Restringir ingesta de Na e proteínas. (Menos Na no TCD aumenta reabsorção de Ca).
- Hidroclorotiazida (25 mg/d): Reduz absorção de Na no TCD, aumenta absorção de Ca.*
AVALIAÇÃO:
- IPSS < 8: Quadro leve.
- IPSS > 8: Quadro moderado ou grave.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
- Não há um exame único capaz de confirmar HPB. O diagnóstico é feito no paciente com
quadro clínico compatível, após exclusão de outras patologias com apresentação
semelhante:
-> Solicitar ureia, creatinina, PSA, parcial de urina e urocultura.
-> Toque retal: Próstata aumentada, simétrica e de consistência fibroelástica.
-> Estudo urodinâmico: Na suspeita de bexiga neurogênica, etc.
-> Parcial de urina: Hematúria microscópica indica US de vias urinárias (litíase).
Hematúria macroscópica indica cistoscopia (câncer de bexiga).
TRATAMENTO DA HPB
TRATAMENTO CIRÚRGICO:
- Indicação: Falha medicamentosa (Terapia > 6-12 meses, sem que IPSS caia para < 8).
- Indicações absolutas: Retenção urinária*, ITU de repetição, IRA, litíase vesical...
- Próstatas pequenas/médias: Ressecção transuretral*
- Próstatas grandes (> 80g) ou com complicações locais: Cirurgia a céu aberto.
- Profilaxia com ATB: Se cultura positiva. Iniciar 5 dias antes e manter 2 dias após.
Se cultura negativa, mas com risco (litíase, instrumentação prévia)
CÂNCER DE PRÓSTATA
- O screening para câncer de próstata é polêmico, pois alguns estudos mostraram não
haver redução da mortalidade, devido ao caráter pouco agressivo da maioria dos
cânceres. O INCA e o Ministério da Saúde não recomendam triagem. A Sociedade
Brasileira de Urologia recomenda:
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
- O diagnóstico é feito a partir da biópsia transretal da próstata guiada por US. A biópsia
deve ser indicada sempre que houver positividade do toque retal ou do PSA.
Obrigatoriamente retiram-se 12 pedaços da próstata, mais pedaços de áreas suspeitas.
Os demais exames são indicados para estadiamento da doença, em casos que há maior
risco de disseminação:
OBS: O PSA pode se elevar por HPB, prostatite, pós-biópsia prostática, etc. O toque retal
não altera os níveis de PSA. Pacientes que usem inibidores da 5-alfa-redutase podem ter
redução basal do PSA de até 50%, nesses casos deve-se multiplicar por 2 o valor do PSA
medido, para identificar o “PSA real” do paciente.
TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA
DOENÇA LOCALIZADA:
- Vigilância ativa: T1/T2, PSA < 10 ng/mL e Gleason < 7. Reavaliar a cada seis meses.
- Prostatectomia radical: T3/T4, PSA > 10 ng/mL ou Gleason > 7*.
- Radioterapia: Paciente candidato à prostatectomia radical, mas com alto risco cirúrgico.
CÂNCER DE BEXIGA
PATOLOGIA:
- Tipo mais comum: Carcinoma de células transicionais.
- Maioria é diagnosticada antes de invadir camada muscular própria (melhor prognóstico).
QUADRO:
- Hematúria macroscópica indolor.
- Sinais irritativos vesicais: Incontinência urinária, disúria, polaciúria...
DIAGNÓSTICO:
- Sempre indicar cistoscopia para pacientes > 40 anos com hematúria macroscópica!
TRATAMENTO:
- Sem invasão muscular: Ressecção por cistoscopia + Terapia intravesical (Qt / BCG).
- Com invasão muscular (>T2): Cistectomia radical + Qt neoadjuvante.
- Metástase: Qt sistêmica isolada.
CÂNCER DE RIM
PATOLOGIA:
- Tipo mais comum: Carcinoma de células renais. Originado no TCP.
QUADRO:
- Só causa sintomas em estágios avançados.
- Tríade clássica: Hematúria, massa abdominal palpável e dor em flanco.
- Outros achados: Varicocele esquerda, HAS, anemia, policitemia, hipercalcemia...
- Complicações: Trombose de veia renal, veia cava inferior, Sd. de Budd-Chiari.
DIAGNÓSTICO:
- US suspeito: Massa não anecoica e sem reforço acústico posterior.
- TC de abdômen/pelve + RX de tórax + Parcial de urina + Citologia urinária.
TRATAMENTO:
- Principalmente cirúrgico. Não tem quimio e radiossensibilidade.
- Procedimento: Nefrectomia radical. Parcial apenas se lesão bilateral ou rim único.
- Remover adrenal ipsilateral se tumor em polo superior, > 7 cm ou com imagem sugest.
- Metástases: Imunoterapia.
AULA 06
SAÚDE DA MULHER
ANTICONCEPÇÃO
- Os métodos de barreira são úteis pois também previnem DSTs. Isoladamente não são
considerados bons métodos anticoncepcionais:
-> Preservativo masculino: Não protege contra HPV. Contraindicado em alergia.
-> Preservativo feminino: Maior falha. Proteção parcial contra HPV e HSV.
-> Espermicidas: Nunca usados adequadamente. Aumentam risco de DST.
-> Diafragma: Aumenta infecção geniturinária. Não protege contra HIV.
MÉTODO DA LACTAÇÃO
AMENORREIA
ALEITAMENTO EXCLUSIVO
PARTO < 6 MESES
OBS: Sangramento até oito semanas após o parto não é considerado sangramento
menstrual, não contraindicando o método de lactação.
DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS
OBSERVAÇÕES:
- Em caso de gravidez: Remover DIU apenas se fio visível. (Do contrário: acompanhar).
- Após o parto: Pode inserir DIU em < 48h ou > 4 semanas. A inserção nesse intervalo de
tempo aumenta o risco de expulsão (Categoria 3).
CONTRAINDICAÇÕES:
- São contraindicados em casos de alterações uterinas, como gravidez, distorção da
cavidade, infecção, SUA inexplicado, câncer de colo de útero e endométrio atuais...
Contraindicam apenas SIU: Câncer de mama atual e enxaqueca com aura.
CONTRACEPTIVOS HORMONAIS
CONTRACEPTIVOS DE PROGESTERONA
MINIPÍLULA:
- Ação: Local. Atrofia endométrio e torna muco cervical mais espesso. (Igual SIU).
- Possui 1/10 da dose de progesterona de ACO combinados.
- É menos eficaz do que os outros métodos hormonais.
- Indicações: Perimenopausa ou associação com método de lactação*.
*Pode ser indicada em qualquer momento após o parto, mesmo que mulher amamente.
INJETÁVEL TRIMESTRAL:
- Ação: Local + sistêmica. Inibe estradiol, impedindo pico de LH e ovulação.
- A medoxiprogesterona é a mais empregada. Não há menstruação.
- Pode ser indicada > 6 semanas após o parto.
CONTRAINDICAÇÕES:
- Categoria 3: Gravidez, câncer hepático, HAS grave, AVE, TVP e TEP.
- Categoria 4: Câncer de mama ATUAL.
CONTRACEPTIVOS COMBINADOS
INJEÇÃO MENSAL:
- Ação: Local + sistêmica, conforme descrito.
CONTRAINDICAÇÕES:
- Amamentação < 6 semanas após o parto, tabagismo > 15 cigarros após os 35 anos,
câncer de mama atual, DM com vasculopatia, HAS grave, IAM, TVP, TEP e AVE atuais
ou prévios e enxaqueca com aura.
MÉTODOS DEFINITIVOS
INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA
DOSAGEM DO TSH: A amenorreia pode ser causada por hipotireoidismo subclínico, pois
o aumento do TRH estimula a produção de prolactina. O tratamento do hipotireoidismo
tende a melhorar a galactorreia e a amenorreia.
OBS: Os prolactinomas são os adenomas hipofisários mais comuns. Em caso de PRL >
100 ng/dL, deve-se proceder com a investigação com RM de hipófise. Independente da
etiologia da hiperprolactinemia, o tratamento é farmacológico com cabergolina. A cirurgia
transesfenoidal é reservada para ausência de resposta clínica.
TESTE DA PROGESTERONA: Consiste em fornecer progesterona a paciente, para
avaliar o estrogênio e o trato genital de saída. Deve-se oferecer medroxiprogesterona 10
mg/dia por cinco dias. Após isso, observar:
-> Menstruação (< 7d): Déficit de progesterona. ANOVULAÇÃO.
-> Não menstrua: Déficit de estrogênio ou anatomia. Prosseguir investigação.
OBS: A anovulação não gera corpo lúteo, o que não altera os níveis de progesterona na
mulher. Sem a queda da progesterona, não há descamação uterina e nem menstruação.
A exposição estrogênica sem oposição progesterônica predispõe ao câncer de
endométrio. Por isso, essas mulheres devem ser tratadas com medroxiprogesterona 10
mg nos últimos 10 dias do ciclo, ou utilizar ACO.
- Antes de solicitar exames laboratoriais, todo SUA requer cinco perguntas básicas:
TUMORES
Traumas: Doenças: CÂNCER DE
ESTROGÊNIO-
- Queda a cavaleiro Doença de vW ENDOMÉTRIO
DEPENDENTES
Abuso sexual. PTI, SOP... (15%)
(“PALM”)
Outros:
- Sarcoma botrioide - - -
Puberdade precoce
OBS: Em pacientes estáveis, pode-se substituir o ácido tranexâmico por um AINE, como
ácido mefenâmico (500 mg, 8/8h). Em pacientes instáveis e que necessitem de
intervenção imediata, pode-se recomendar curetagem uterina, caso se deseja preservar a
fertilidade, ou histerectomia.
INFECÇÕES GENITAIS
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL:
- Agente etiológico: Candida sp. (Microbiota normal da vagina).
- Fisiopatologia: Multiplicação excessiva da Candida sp. (> 104).
- Fatores predisponentes: Acidificação vaginal (gestação e ACO), ATB, DM...
- Secreção: Branca, grumosa, com pouco odor. Prurido + Dispareunia + “Disúria”.
- Quadro piora no período pré-menstrual, pois excesso de estrogênio acidifica meio.
- Diagnóstico: pH vaginal < 4,5 + KOH10% negativo + Hifas e leveduras na MO.
- Tratamento: Miconazol creme (2%), um aplicador cheio à noite, por 7 dias.
Fluconazol (150 mg, VO, dose única). Contraindicado na gestação.
OBS: Após o diagnóstico de uma IST, deve-se lembrar de fornecer informações acerca do
uso de preservativos, testes para HIV, sífilis, HBV, clamídia e gonorreia, vacinação para
HBV e HPV (se indicado) e notificação do caso.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
OBS: O diagnóstico de IU normalmente é clínico. Para isso, sempre deve-se excluir ITU.
A US abdominal pós-miccional pode ser indicada, sendo que a presença de resíduo > 50
mL sugere litíase ou neuropatias. O estudo urodinâmico normalmente não é necessário,
sendo reservado para avaliação pré-operatória e quadros refratários.
CLIMATÉRIO
- As definições são:
PREVENÇÃO ONCOLÓGICA
OBS: A eficácia do rastreio aumenta conforme a idade, pois idosas possuem maior
prevalência de câncer de mama e menor densidade mamária. Em mulheres de 40 a 49
anos, o rastreio é polêmico, pois há menor incidência de câncer e menor sensibilidade de
mamografia. Entretanto, os cânceres são mais agressivos nessa faixa etária.
Alterações provavelmente
5 Realizar biópsia.
malignas.
Diagnóstico prévio de
6 Avaliar tratamento.
câncer.
- O câncer de colo de útero é uma doença infecciosa, causada pelo HPV. É muito mais
comum em países em desenvolvimento. Estima-se que o tempo médio entre a infecção e
o desenvolvimento do câncer seja de 8 a 10 anos. O HPV pode acometer pessoas de
qualquer idade, mas tende atingir mais indivíduos jovens, devido a maior atividade sexual.
Assim, o câncer de colo de útero tende a se desenvolver entre 35 a 45 anos.
RESULTADOS DO EXAME:
- Alterações celulares benignas: Inflamação, reparação, metaplasia, etc.
- ASC-US: Células escamosas atípicas indeterminadas. (Possível LSIL).
- ACH-H: Células escamosas atípicas com possibilidade de HSIL.
- LSIL: Lesões de baixo grau, incluindo NIC I. (Não é mais considerado pré-maligno).
- HSIL: Lesões de alto grau, incluindo NIC II, NIC III e carcinoma in situ.
- Exame insatisfatório: Repetir citopatológico em 6 a 12 semanas.
CONDUTAS:
- Resultados normais ou alterações benignas: Seguir rotina de rastreio.
- HSIL: Colposcopia.
AULA 07
ALTO RISCO
- História reprodutiva anterior: Morte intrauterina, DHEG com mau resultado obstétrico,
abortamento habitual e esterilidade/infertilidade.
- Para o cálculo da IG, deve-se considerar a DUM como medida de escolha em mulheres
que tenham essa data conhecida e possuam ciclos menstruais regulares. A partir da
DUM, a IG pode ser determinada por:
OBS: Caso a DUM não seja confiável, deve-se solicitar US obstétrica o mais
precocemente possível para determinação da IG.
EXAME CLÍNICO
ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
BAIXO PESO:
- Investigar: História alimentar, hiperêmese, infecções, parasitoses e anemias.
- Remarcar consulta com intervalo menor do que o habitual.
SOBREPESO E OBESIDADE:
- Investigar: Obesidade pré-gestacional, edema, polidramina, macrossomia, gêmeos...
- Orientar hábitos alimentares. (Não deve perder peso, apenas manter).
ACOMPANHAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL
DEFINIÇÕES:
- Pré-eclâmpsia: HAS + Proteinúria (> 300 mg/dia) após 20s. (Não requer edema).
- Eclâmpsia: Pré-eclâmpsia + Convulsões. (Sem outras causas).
- HAS crônica: Diagnosticada < 20 semanas de gestação.
- Pré-eclâmpsia + HAS: Elevação aguda da PA + Proteinúria após 20s.
- Hipertensão gestacional: HAS > 20s, sem proteinúria. (Diagnóstico retrospectivo).
CONDUTAS:
- PA normal antes e durante gestação: Manter rotina habitual, cuidar da alimentação...
- PA > 140/90 (Ganho ponderal < 500 g/semana): Teste rápido de proteinúria.
- PA > 140/90 com proteinúria positiva, cefaleia, epigastralgia...: Pré-eclâmpsia.
- PA > 160/110 (Mesmo assintomática): Pré-eclâmpsia. Encaminhar com urgência.
- HAS crônica em tratamento: Referir para o alto risco.
SOBREPESO E OBESIDADE:
- Investigar: Obesidade pré-gestacional, edema, polidramina, macrossomia, gêmeos...
- Orientar hábitos alimentares. (Não deve perder peso, apenas manter).
OBS: “O bebê está num ‘SPAA’”. (Situação, posição, apresentação e altura). A definição
da apresentação fetal deve ser determinada por volta da 36ª semana.
- A medida da altura uterina sempre deve ser avaliada e colocada no gráfico específico
para isso. Considera-se como anormal:
-> > p90: Erro de cálculo de IG, polidramnia, gemelaridade, macrossomia...
-> <p10: Erro de cálculo de IG, morte fetal, oligodramnia, RCIU...
- Deve-se realizar a ausculta do BCF. Ele pode ser feito com sonar (10-12 semanas) ou
estetoscópio de Pinard (18-20 semanas):
AUSCULTA DO BATIMENTO CARDÍACO FETAL
BRADICARDIA OU TAQUICARDIA:
- Afastar febre e considerar sofrimento fetal agudo.
- Encaminhar para alto risco ou emergência obstétrica.
- Por fim, sempre deve-se avaliar a presença de edema em membros inferiores e região
sacral:
-> Edema ausente: Seguir rotina.
-> Edema em tornozelo (+): Postura, fim do dia, aumento da temperatura...
-> Edema em MMII ou HAS (++): Considerar DHEG. Retorno em sete dias.
-> Edema generalizado ou presente ao acordar: Considerar DHEG. Alto risco.
-> Edema unilateral: Suspeita de TVP. Alto risco.
EXAMES COMPLEMENTARES
- A lista de exames complementares mínimos que devem ser solicitado para todas as
gestantes inclui:
HEMOGLOBINA:
- Hb > 11: Sulfato ferroso (200 mg/dia) a partir da 20ª semana. (Antes da refeição).
- Hb 8 a 11: Sulfato ferroso (1000 mg/dia). Solicitar parasitológico de fezes e tratar.
-> Melhorou após dois meses: Manter tratamento até Hb 11. (Voltar ao normal).
-> Não melhorou após dois meses: Alto risco.
GLICEMIA DE JEJUM:
- Glicemia de jejum < 85 mg/dL: Seguir rotina. Repetir no terceiro trimestre.
- Glicemia de jejum> 110 mg/dL: Repetir imediatamente. Diagnóstico de DMG.
- Glicemia de jejum entre 85 e 110 mg/dL: TOTG entre 24 e 28 semanas gestacionais.
-> DMG: TOTG > 140 mg/dL após 2h.
ORIENTAÇÕES GERAIS
ORIENTAÇÕES BÁSICAS:
- Evitar irrigações vaginais.
- Recomendar atividade física, mas evitar atividades extenuantes.
- Não há restrição de atividade sexual, se não houver dor ou sangramento vaginal.
- Viagens aéreas são seguras até quatro semanas antes da DPP.
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS:
- Recomendar dieta hiperproteíca (1g/kg/dia), hipoglicídica e hipolipídica.
- Se peso adequado: Ganhar 11,5 até 16 kg na gestação. (Obesas ganhar 5 a 9 kg).
- Ganho de peso no primeiro trimestre: 0,5 a 2 kg para todas as gestantes.
- Repor complexos vitamínicos: Não recomendado. Vitamina A é teratogênica.
- Repor ferro: Da 20ª semana até o fim da lactação. Dose de 40 mg/dia de Fe elementar.
- Repor ácido fólico: Três meses antes da gestação, até fim do 1ºT. Dose de 0,4 mg/dia.
-> Se história prévia de defeito de tubo neural ou anticonvulsivante: 4 mg/dia.
-> Aceita-se o uso de 5 mg/dia, pois é o único comprimido disponível.
ORIENTAÇÕES VACINAIS:
- Vacinas recomendadas para todas as gestantes: dTpa, hepatite B e influenza.
- Hepatite B e influenza: Pode ser realizada em qualquer IG.
- Sobre a dT:
-> Gestantes não vacinadas para dT: Duas doses de dT + dTpa > 20S.
-> Gestantes com uma dose de dT: Uma dose de dT + dTpa > 20S.
-> Gestantes com duas doses de dT: Uma dose de dTpa > 20S.
-> Gestantes com dT completo: dTpa > 20S. (Toda gestante recebe dTpa).
OBS: Para prevenção da transmissão vertical, no caso de RN de mãe com HBV, deve-se
realizar administração da vacina contra HBV (<12h) + IGHB.
QUEIXAS GESTACIONAIS:
-Náuseas e vômitos: Dieta fracionada e metoclopramida. Avaliar hiperêmese gravídica.
- Pirose: Dieta fracionada e pouco volumosa. Antiácidos.
- Constipação: Ingesta de fibras e de água. Dimeticona ou supositório de glicerina.
- Edema gravitacional: Não indicar medicamentos, restrição de sódio e diuréticos.
- Dor lombar: AINES por curto período de tempo.
MEDICAMENTOS:
- ATB contraindicados: Quinolonas, vancomicina, tetraciclina e sulfas (1º e3ºT).
- TB: Evitar pirazinamida. Estreptomicina é contraindicada. Aleitamento normal.
- Antifúngicos contraindicados: Triazólicos (fluconazol e isoconazol).
- ARV contraindicados: Efavirenz.
- Anti-hipertensivos contraindicados: IECA/BRA, BCC, betabloqueadores e diuréticos.
- Anticoagulantes contraindicados: Cumarínicos no 1º e 3ºT. Preferir HNF e HBPM.
- Anticonvulsivantes contraindicados: “Todos”. Usar carbamazepina ou lamotrigina.
- BZD e antidepressivos: Evitar. ISRS (Fluoxetina) são os mais “seguros”.
- AINES: Em geral não são teratogênicos.
ORIENTAÇÕES LEGAIS:
- Gestante tem direito a mudar de função no trabalho, se sua função provocar problemas.
- Não pode ser demitida do diagnóstico até 5 meses após parto. Justa causa pode.
- Licença a maternidade de 120 dias, com remuneração integral, a partir do 8º mês.
- Dispensa do trabalho por dois períodos de 30 minutos para amamentação, até 6 meses.
ABORTAMENTO:
- Ameaça de aborto (Evitável): Integridade do ovo e útero normal. Orientar repouso.
- Aborto inevitável: Perda da integridade do ovo, perda de restos ovulares... Emergência.
- Aborto retido: Sangramento discreto e regressão do volume uterino... Emergência.
DESCOLAMENTO CÓRIO-AMNIÓTICO:
- Sangramento genital de pequena quantidade. Diagnóstico por US.
- Não representa risco materno/fetal. Conduta conservadora.
DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA:
- Separação da placenta com IG > 20 semanas.
- Quadro de dor abdominal súbita, sangramento, hipertonia uterina, útero doloroso...
- CD: Encaminhar para emergência obstétrica.
VAGINOSE BACTERIANA:
- Corrimento branco-acinzentado, bolhoso e com odor fétido.
- Tto: Metronidazol 250 mg, 8/8h por 7 dias. (Ou 2 g VO em dose única).
Opção: Metronidazol vaginal (5 g), 2 vezes ao dia, por 5 dias.
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL:
- Corrimento branco, grumoso, inodoro, pruriginoso e com dispareunia.
- Tt: Miconazol (2%) por 7 dias.
TRICOMONÍASE:
- Corrimento amarelado, bolhoso e pruriginoso.
- Tratamento: Metronidazol 250 mg, 8/8h por 7 dias.
TOXOPLASMOSE:
- Se infecção materna confirmada: Espiramicina 1g, 8/8h.
- Se infecção fetal confirmada (US ou PCR): Esquema tríplice.
- Se IgM- e IgM+, iniciar espiramicina 1g (8/8h). Repetir exame em três semanas.
PARASITOSES INTESTINAIS:
- Helmintos: Mebendazol 100 mg, 12/12h, por 3 dias.
- Amebíase e giardíase: Metronidazol 250 mg, 8/8h por 7 a 10 dias.
EPILEPSIA:
- Indicar profilaxia com ácido fólico na dosagem de 5 mg/dia.
- Pacientes sem crises > 2 anos: Discutir suspensão da droga no primeiro trimestre.
- Preferir anticonvulsivantes em monoterapia e dose fracionada. Não há droga “segura”.
- Pode manter acompanhamento em UBS.
- Não suspender droga em uso. Se convulsão, encaminhar para Neurologia.
AULA 08
SAÚDE DA CRIANÇA
PUERICULTURA: PRIMEIRA CONSULTA
- A primeira consulta do RN deve ocorrer na sua primeira semana de vida, visando auxiliar
a família em dificuldades no aleitamento materno, orientar as imunizações e verificar a
realização de triagem neonatal.
PESO ADQUIRIDO
1° TRIMESTRE: 700 g/mês
2º TRIMESTRE: 600 g/mês
3º TRIMESTRE: 500 g/mês
4º TRIMESTRE: 400 g/mês
PC ADQUIRIDO
NASCIMENTO: ~ 35 cm
1º TRIMESTRE: +2 cm/mês
2º TRIMESTRE: +1 cm/mês
2° SEMESTRE: +0,5 cm/mês (+12)
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR
OBS: A ausência de alguns marcos do desenvolvimento para a faixa etária pode ser
considerado normal. A mãe deve apenas ser orientada a estimular a criança, e uma nova
consulta deve ser agendada em trinta dias. Quando acompanhado de alterações no PC (-
2 ou +2), a criança deve ser imediatamente encaminhada.
AVALIAÇÃO DOS SINAIS VITAIS
- A PA deve ser avaliada rotineiramente a partir dos 3 anos de idade. Considera-se HAS
quando há PA sistólica e/ou diastólica > p95.
EXAMES COMPLEMENTARES
IMUNIZAÇÕES
ALIMENTAÇÃO INFANTIL
ALEITAMENTO MATERNO
OBS: Não há uma idade máxima estipulada para o aleitamento materno, ele deve ser
continuado enquanto beneficiar a mãe e o filho.
*Em prematuros, o leite tende a ser mais rico em proteínas, gorduras, eletrólitos e
vitaminas A e E, possuindo menores quantidades de lactose e vitamina C.
DURANTE A MAMADA:
- Leite anterior: Mais líquido. Leite ainda está sendo produzido pelas glândulas.
- Leite posterior: Possui mais gordura, gerando saciedade e aumento de peso.
DURANTE O DIA:
- Gordura aumenta ao longo do dia: Saciedade do RN durante a madrugada.
TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO
POSICIONAMENTO CORRETO
Criança bem apoiada nos braços e mãos
Cabeça e tronco das crianças no mesmo eixo
Corpo próximo ao corpo da mãe
Rosto de frente para a mama. Nariz na altura do mamilo.
PEGA CORRETA
Boca bem aberta, com aréola mais visível acima da boca
Lábio inferior evertido
Queixo tocando na mama. Sucção audível e visível. (Lábio não encovado).
- O leite materno deve ser oferecido em livre demanda, ou seja, quando o RN quiser.
Quando mamando, o RN deve sugar toda a mama até esvaziá-la, para garantir que ele
ingeriu o leite posterior. Nos primeiros dias de vida, o colostro não sacia o recém-nascido
adequadamente, pois possui menor quantidade de gordura. Nessas situações, mamadas
curtas e frequentes são ideais. Com o crescimento da criança, o intervalo das mamadas
aumenta.
- Em todas as mamadas, as duas mamas devem ser oferecidas. Como a criança suga
mais vigorosamente a primeira mama, acaba por não esvaziar completamente a segunda.
Assim, deve-se alternar a mama inicial entre cada mamada.
- Caso a mãe não possa amamentar o RN por determinado período, o leite pode ser
extraído previamente e armazenado. Antes de ser oferecido ao lactente, deve ser
aquecido em banho-maria e agitado suavemente – sendo oferecido preferencialmente em
copinho ou colher, pois as mamadeiras não são indicadas:
-> Geladeira: Armazenamento máximo de 12h.
-> Freezer: Armazenamento máximo de 15 dias.
FISSURAS MAMÁRIAS:
- Causas: Má técnica de amamentação, mamilos invertidos, disfunções orais da criança...
- Profilaxia: Técnica adequada, expor mamilo ao sol, não usar sabonetes nos mamilos...
- Tratamento: Ordenhar mamar antes da mamada, não usar pomadas, “passar o próprio
leite materno nos mamilos” (polêmico)...
MASTITE:
- Causa: S. aureus (95%). Estase do leite.
- Tratamento: Continuar amamentação + Ibuprofeno.
-> Cefalexina ou Clavulin: Quadro clínico significativo, fissuras visíveis, sem resposta.
CONTRAINDICAÇÕES
CONTRAINDICAÇÕES À AMAMENTAÇÃO
MATERNAS:
- Absolutas: HIV e HTLV. (Psicose puerperal grave: pode amamentar sob supervisão).
- Relativas: CMV < 32 semanas e lesão ativa por HSV nas mamas.
- Não contraindicam: HBV* e TB**. (Usar máscara de profilaxia).
**Em caso de TB, a criança deve receber profilaxia com isoniazida (10 mg/kg/dia). Não
dar BCG. Aos três meses, realiza-se PPD. Se < 5 mm, a criança não foi infectada e deve
ser vacinada. Se > 5 mm, deve-se buscar sinais de infecção. Se não infectada, oferecer
mais três meses de isoniazida. Se sinais de infecção, tratar.
LACTENTES:
- Absolutas: Galactosemia. (Quadro de perda de peso, icterícia colestática, catarata...).
MEDICAMENTOS:
- Imunossupressores, radioativas, sais de ouro, amiodarona, ganciclovir e linezolida.
FÓRMULAS INFANTIS
- A SBP não recomenda a utilização do leite de vaca para alimentação de lactentes < 1
ano. Entretanto, na impossibilidade de adquirir fórmula láctea, pode-se oferecer leite de
vaca com algumas modificações:
-> Volume oferecido: 25 mL/kg/mamada, de 4/4h.
-> Diluir proteínas do leite: 2/3 da quantidade total de leite e 1/3 de água.
-> Aumentar calorias: Adicionar 1 colher de chá de óleo 3% para cada 100 mL leite.
-> Suplementar vitamina C (30 mg/dia) a partir dos dois meses.
-> Suplementar sulfato ferroso (1 mg/kg/dia) a partir dos dois meses.
OBS: Após quatro meses de vida, o leite de vaca não precisa mais ser diluído e nem
acrescido de óleo. Neste momento, a alimentação complementar já pode ser iniciada.
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
- A introdução desse tipo de alimentação é gradual, com cada alimento sendo introduzido
separadamente. Inicialmente, oferece-se alimentos pastosos e evolui-se até pedaços
sólidos com a colher. A não aceitação inicial de um determinado alimento não deve ser
visto como recusa definitiva. O mesmo alimento deve ser oferecido novamente algumas
semanas depois.
SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR
OBS: Pode-se utilizar DePura Kids ou DeSol, sendo que cada gota do fármaco
corresponde a 200 UI de vitamina D.
OBS2: Algumas fontes recomendam a administração apenas para crianças com fatores
de risco, como prematuridade, pele escura, exposição inadequada ao sol, etc.
PUBERDADE
OBS: Em homens, pode-se considerar uma fase P6, que consiste na pilificação da cicatriz
umbilical. Em mulheres, a telarca sempre precede a pubarca (“TPM”), de forma que
inicialmente elas se apresentam em T2/P1, tornando-se T2/P2 mais tardiamente. A
menarca ocorre cerca de 2 a 3 anos após a telarca e, após isso, a menina entra em fase
de crescimento desacelerado.
AULA 09
SAÚDE DO IDOSO
- Segundo o Estatuto do Idoso, considera-se como idoso qualquer pessoa com idade
superior a 60 anos. A avaliação da pessoa idosa na Atenção básica tem como objetivo
principal a funcionalidade.
- Devido a essas peculiaridades, a classificação de IMC dos idosos difere dos adultos:
MAUS TRATOS: Casos de suspeita de maus tratos contra idosos são de notificação
compulsória ao Conselho Municipal, Delegacia de Polícia e Ministério Público:
-> Violência física: Tapas, empurrões, obrigar a ingerir substâncias, tirar de casa...
-> Violência sexual: Carícia não desejada, penetração, linguagem erotizada...
-> Violência psicológica: Insultos, humilhação, exploração, ameaça...
-> Violência econômica: Uso não consentido dos recursos financeiros...
-> Negligência: Falta de atenção para atender às necessidades do idoso...
OSTEOPOROSE
- É uma doença sistêmica progressiva que leva à perda da força óssea, predispondo a um
aumento do risco de fratura. A doença pode ser primária ou secundária:
ETIOLOGIA DA OSTEOPOROSE
PRIMÁRIA: Os principais fatores d risco incluem: Sexo feminino, baixa massa óssea,
raça branca, idade avançada, história familiar de osteoporose ou fratura de colo do
fêmur, menopausa < 40 anos não tratada, uso crônico de corticoides, sedentarismo,
pouca exposição ao sol, tabagismo, alcoolismo, baixa estatura e peso...
T-SCORE: Compara densidade óssea com pico da massa óssea de adultos jovens...
- Até -1,0 DP: Normal.
- Até -2,5 DP: Osteopenia.
- Abaixo de 2,5 DP: Osteoporose.
Z-SCORE: Compara densidade óssea com a média esperada para a idade, etnia e sexo.
- Abaixo de 2,0 DP: Sugerem causas secundárias de osteoporose.
OBS: Além da densitometria óssea, deve-se solicitar exames para excluir doenças que
causem perda óssea, como hemograma, TSH, VHS, dosagem de cálcio, fósforo, ureia,
creatinina, fosfatase alcalina total, parcial de urina...
TRATAMENTO DA OSTEOPOROSE
INDICAÇÕES: Presença de osteoporose OU osteopenia + 2 quedas em < 6 meses.
QUEDAS
- Cerca de 30% das pessoas idosas caem a cada ano. As causas mais comuns incluem
fatores relacionados ao ambiente, distúrbios de marcha, tontura, hipotensão ortostática,
redução da visão e lesão do SNC. A maioria dos casos ocorre dentro de casa.
AULA 10
SAÚDE MENTAL
- Os sintomas psiquiátricos mais comumente relatados são:
SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA
CONSC
ANTIDEPRESSIVOS
INDICAÇÕES DE ANTIDEPRESSIVOS
TRANSTORNOS DO HUMOR: Depressão maior e menor, distimia, ciclotimia...
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE: Ansiedade generalizada, TOC, fobia social, TEPT...
OUTRAS CONDIÇÕES: TDAH, tabagismo, fibromialgia, insônia, dor neuropática...
INÍCIO: 50 mg/dia
SERTRALINA Leve - -
MÁX: 200 mg/dia
INÍCIO: 20 mg/dia
PAROXETINA Leve + ++
MÁX: 60 mg/dia
TRICÍCLICOS
AMITRIP- Grave/ INÍCIO: 75 mg/dia
5HT + NOR.
+ ++
+ DOP.
Efeitos colaterais: Xerostomia, obstipação, retenção urinária hipotensão. Pode haver arritmias cardíacas
por prolongamento do QT. (Acompanhar com ECG).
Contraindicações: ICC, BAVT, BRD, BRE, IAM recente, HPB, constipação intestinal grave e glaucoma de
ângulo fechado. Evitar em pacientes com ideações suicidas, pois são letais em doses elevadas.
Comentários: Ação anticolinérgica, anti-histamínica e antiadrenérgica. Excesso de efeitos colaterais fez
com que perdessem espaço para ISRS. Tem posologia em dose única noturna, pois induzem sono. São
preferidos quando o paciente possui insônia associada. Evitar utilizar em pacientes obesos. Imipramina
pode ser usado para tratar enurese.
DUAIS
5HT +
NOR.
Comentários: Não foi comprovado superioridade aos outros antidepressivos. Como são mais caros, uso
só é justificável se houver intolerâncias às outras classes.
ESTABILIZADORES DE HUMOR
ANTIPSICÓTICOS
PRINCIPAIS NEUROLÉPTICOS
TÍPICOS
HALOPERIDOL: 5 a 15 mg/dia. (Alta potência).
CLORPROMAZINA: 200 a 1200 mg/dia. (Baixa potência).
ATÍPICOS
RISPERIDONA: 2 a 6 mg/dia.
QUETIAPINA: 300 a 750 mg/dia.
CLOZAPINA: 300 a 900 mg/dia.
BENZODIAZEPÍNICOS
OBS: Os compostos Z (zolpidem 10 mg/dia) não são mais seguros do que BZD, pois
também causam efeitos colaterais semelhantes e induzem dependência. Entretanto, são
mais efetivos no tratamento da insônia aguda. Também não devem ser utilizados por
períodos maiores do que 12 semanas.
PRINCIPAIS BENZODIAZEPÍNICOS
MEIA-VIDA CURTA
MIDAZOLAM: 7,5 a 15 mg/dia
MEIA-VIDA INTERMEDIÁRIA
ALPRAZOLAM: 1,5 a 10 mg/dia
MEIA-VIDA LONGA
DIAZEPAM: 5 a 40 mg/dia
CLONAZEPAM: 1 a 8 mg/dia
TRANSTORNOS PSICÓTICOS
SINTOMAS DA ESQUIZOFRENIA
POSITIVOS NEGATIVOS
ALUCINAÇÕES (Auditivas...) RETRAÇÃO SOCIAL
IDEIAS DELIRANTES REDUÇÃO DA LINGUAGEM
ATOS IMPULSIVOS / BIZARROS REDUÇÃO DA VONTADE
AGITAÇÃO PSICOMOTORA AUTONEGLIGÊNCIA
OBS: Outros tipos de alucinações podem ocorrer, mas sugerem quadro psicótico induzido
por drogas. O quadro é caracterizado por exacerbações e remissões. Com o tempo, os
sintomas positivos são reduzidos e os negativos predominam.
DIAGNÓSTICO: Os sintomas devem estar presentes por pelo menos seis meses. Menos
do que isso sugere outros transtornos psicóticos, como esquizofreniforme,
esquizoafetivo...
TRANSTORNOS DO HUMOR
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS
- É o transtorno de humor mais comum, com uma prevalência de 15% das mulheres.
Ocorre por volta dos 40 anos de idade. É resultado de uma redução na concentração
sináptica de serotonina e noradrenalina. Alterações na função tireoidiana podem causar
tanto depressão quanto mania, devendo sempre ser investigadas.
OBS: Amitriptilina é contraindicada em pacientes com ideações suicidas. Caso não haja
resposta satisfatória (<50%) nas primeiras quatro semanas, pode-se aumentar a dose do
fármaco ou trocar a classe terapêutica.
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO:
- Obsessão: Ideias ou sentimentos intrusivos e repetitivos, gerando ansiedade.
- Compulsões: Comportamentos repetitivos que visam aliviar a ansiedade da obsessão.
- Quadro: TOC de contaminação, verificação, simetria, lentidão...
- Tratamento: ISRS.
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
SINTOMAS DA TDAH
DESATENÇÃO HIPERATIVIDADE
SEM ATENÇÃO A DETALHES INQUIETUDE: Bate dedo, pé, contorce...
NÃO SUSTENTA LEITURA/CONVERSA LEVANTA-SE EM LOCAIS INADEQ.
PARACE NÃO OUVIR DIRETAMENTE CORRE E ESCALA MÓVEIS
DIFICULDADE DE TERMINAR TRAB. DIFICULDADE DE BRINCAR SILÊNCIO
EVITA TAREFAS DE ATENÇÃO TAQUIFASIA
PERDE OBJETOS PESSOAIS COMPLETA FRASE DOS OUTROS
DISTRAIBILIDADE NÃO AGUARDA SUA VEZ
ESQUECE COMPROMISSOS DIÁRIOS INTROMETE EM CONVERSA ALHEIA
OBS: Deve-se diferenciar crianças com TDAH daquelas que são simplesmente agitadas
e/ou distraídas. As crianças sem TDAH normalmente conseguem manter atenção nas
atividades de que gostam, como jogar videogames, decorar letras de músicas, nomes de
jogadores de futebol, etc. (“O que não presta, eles aprendem rapidinho”).
DISTÚRBIOS DO SONO
- Mais da metade dos adultos experimentam alguma espécie de distúrbio do sono. O sono
é considerado saudável quando possui quantidade e qualidade suficiente para manter
bom nível de vigília durante o dia. Cada ciclo dura cerca de duas horas:
- Caso as medidas de higiene falhem após um mês de tentativas, pode-se indicar terapia
farmacológica. Os hipnóticos são usados em quadros agudos, por até quatro semanas.
Normalmente indicados uma vez ao dia, antes de adormecer. Os mais usados são o
zolpidem (10 mg) e o loprazolam (1 mg). Se a insônia for terminal, com despertar precoce,
deve-se usar ISRS ou BZD de longa duração. Se esses fármacos não gerarem resposta
em < 3 meses, referenciar.
OBS2: Não se faz diagnóstico de distúrbios do sono em crianças < 12 meses, pois antes
desse período o padrão de sono da criança não está consolidado.
TRANSTORNOS DE ABUSO E DEPENDÊNCIA QUÍMICA
ETILISMO
TABAGISMO