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Beatriz Machado de Almeida

Resumo de cardiologia 1

Cardiologia DIAGNÓSTICO

 Realizar a medida da pressão arterial em toda avaliação


HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA clínica, com o paciente em repouso.
 Utilizar aparelhos calibrados e a técnica adequada.
É uma condição clínica multifatorial caracterizada por elevação  Realizar no mínimo 2 medidas com intervalo de 2
sustentada dos níveis pressóricos maior ou igual a 140 e/ou minutos entre elas.
90mmHG.
 Na 1º avaliação, verificar nos 2 membros superiores.
A Hipertensão Arterial Essencial OU Hipertensão Arterial Pode ter uma diferença >= 15 mmHg.
Idiopática OU Hipertensão Primária é a forma de  Nos idosos, diabéticos e pacientes em uso de medicação
hipertensão que não tem uma causa atribuível e anti-hipertensiva, verificar a PA também na posição
identificável. É o tipo mais comum de hipertensão e afeta cerca ortostática (hipotensão postural) → Diminuição de
de 95% dos hipertensos. >20mmHg na PAS ou diminuição de > 10mmHg na PAD.
O que envelhece a gente é aterosclerose, sendo que esta é fator  MAPA
de risco para vários acometimentos, entre eles, HAS.
Presente: 69% do primeiro IAM. 77% do primeiro AVC. 75% HIPOTENSÃO POSTURAL – MECANISMOS AUTO REGULATÓRIOS
com ICC. 60% com DAP.
• A diminuição transitória subsequente ao retorno venoso
Responsável por 45% das mortes cardíacas e 51% das mortes com
reduz o débito cardíaco e, assim, a PA.
AVE.
• Em resposta, os barorreceptores no arco aórtico e no seio
carotídeo ativam os reflexos autônomos para retornar a
EPIDEMIOLOGIA
PA rapidamente ao normal.
A mortalidade reduziu ao longo dos anos, devido ao • O sistema nervoso simpático aumenta a frequência cardíaca
melhoramento dos medicamentos, aumento da qualidade de vida, e a contratilidade aumenta o tônus vasomotor dos vasos de
qualidade da alimentação, educação continuada. capacitância.
A doença hipertensiva aumentou e se estabilizou a partir de 2010, • A inibição parassimpática (vagal) simultânea também
porque a população está envelhecendo. Quanto mais aumenta aumenta a frequência cardíaca.
a idade, aumenta a prevalência de HAS. • Na maioria dos indivíduos, alterações na PA e
frequência cardíaca ao se levantar são mínimas e
A prevalência está diminuída (36% para 31%).
transitórias e não provocam sintomas.
Predomínio da área urbana (qualidade de vida pior – trânsito, • Com a manutenção da posição ortostática, a ativação do
boleto pra pagar...) X rural. SRAA e a secreção de vasopressina (ADH) causam
retenção de sódio e água, aumentando o volume
FATORES DE RISCO sanguíneo circulante.

 Idade – Envelhecimento X HAS (associação direta e CLASSIFICAÇÃO


linear).
 Sexo – Geralmente as mulheres são poupadas da DCV
até a menopausa.
 Etnia – Indígena (11%), amarela (10%), branca (29%), negra
(35%, mais intensa e mais resistente ao tratamento).
 Excesso de peso e obesidade – A obesidade aumenta a
resistência periférica (Aumento da PAS para compensar) e a
insulina (Aumenta a reabsorção de Na nos rins → Aumento
da RVP).
 Ingestão de sal – Disponibilidade recomendada → 2g/dia.
No Brasil → uso de 4,7g/dia.
 Álcool - <10g álcool/dia → Protetor em mulher. 30-40g
álcool/dia → aumento do risco de HAS (mulheres). >31g
álcool/dia → aumenta o risco de HAS (homens).
EFEITO AVENTAL BRANCO
330 ml de cerveja = 100ml de vinho = 30ml de destilado.
Diferença >= 20mmHg na PAS e/ou 10mmHg na PAD.
Uma dose/dia para mulher é protetora!
 Sedentarismo
 Fatores socioeconômicos – Falta de conhecimento, falta de HAS DO AVENTAL BRANCO (13%)
condição econômica para aderir ao tratamento.
Alterada no consultório X MAPA normal.
Beatriz Machado de Almeida
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Normalmente esse paciente é normotenso, mas quando chega


no médico ¨amarela¨, então a pressão sobe. FATORES DE RISCO RECÉM INCORPORADOS

❖ Glicemia e Hba1c.
HAS MASCARADA ❖ Obesidade abdominal (CA > 88M e >102H).
Normal no consultório X MAPA alterado. ❖ PP (pressão de pulso): PAS-PAD > 85mmHg em
Paciente normotenso no consultório e quando vai pra casa a PA idosos.
sobe. ❖ Pré-eclâmpsia.
❖ História familiar (em hipertensão limítrofe).
O MAPA é utilizado para: QUESTÃO DE PROVA.
1- Diagnóstico de HAS.
2- Diagnóstico diferencial de hipertensão do jaleco branco. EXAMES LABORATORIAIS DE ROTINA NA HAS
3- Avaliação de terapêutica (saber se a medicação está
funcionando ou não).  Urina 1: Na:K
 Glicemia em jejum.
 Ritmo de filtração glomerular estimada: idade, peso,
ANAMNESE creatinina.
 Ceatinina.
➢ Tratamento prévio (disciplina, aderência a informação).  Lipídio: informações para estratificar risco cardiovascular.
➢ História familiar (25% se pai OU mãe hipertensos e 60%  Ácido úrico.
se pai E mãe hipertensos).
 ECG convencional.
➢ Estilo de vida (quanto mais idoso, mais prevalente).
➢ Fatores de risco (Idade, tabagismo, dislipidemia, DM,
Obs: Função renal é ureia e creatinina.
história familiar prematura de DCV - <55H e <65M).

Exemplo: EXAMES RECOMENDADOS EM POPULAÇÕES INDICADAS


O paciente está usando de losartan e hidroclorotiazida. Quando
 RX de tórax.
afere a pressão tá em 170X110mmHg. Logo, se a pressão está
alta assim e o paciente está tomando os remédios, significa que a  Ecocardiograma. É o exame cardiológico mais
medicação não está fazendo efeito nenhum. A conduta é recomendado para o hipertenso. Avaliação da espessura
adicionar mais medicação ou trocar. Portanto, se você colocar do músculo cardíaco, hipertrofia ventricular, dilatação da
o paciente ¨contra a parede¨ ele pode admitir que não faz uso da artéria da aorta, insuficiência mitral, alterações relativas a
medicação por 1 mês. hipertensão no coração.
 Albuminúria.
 US de carótidas. Visualização de processos
EXAME FÍSICO (ORGÃOS-ALVO) ateroscleróticos.
 US renal com doppler. Avaliação dos rins, sobretudo se
tem estenose das artérias renais.
➢ Dados vitais com IMC
➢ Coração: Quando encontra algum achado já é consequência  Hba1c.
de uma hipertensão de longo prazo. Ictus desviado para  Teste ergométrico: Não é exame para diagnóstico de
esquerda → Hipertrofia. Sopro cardíaco → dilatação do HAS. É exame de triagem para pacientes hipertensos
arco aórtico pelo jato da hipertensão sistólica ou com risco de doença coronariana. O valor preditivo
insuficiência mitral pela dilatação do coração. negativo do TE praticamente reduz 1,5% da probabilidade
➢ Cérebro de DAC. Se ele der positivo, vai fazer outros exames.
➢ Extremidades  MAPA.
➢ Rins: Verificar se o paciente tem sopro abdominal (uma das  RNM cerebral.
causas é estenose da artéria renal). É um quadro reversível
(cura através da cirurgia).
➢ Retina
➢ Tireóide: Causa importante de hipertensão. Ex: mulher
jovem, 40 anos, ganhou peso, instabilidade emocional,
hipertensão → Hipotireoidismo.

É pra priorizar aferir os pulsos do paciente enquanto conversa


com ele, para verificar se há assimetria. Geralmente, 99% podem
estar normais, mas existem casos de dissecção de aorta,
coarctações de aorta que podem vir a ter diferença de pulso.
Beatriz Machado de Almeida
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TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO DA HAS CLASSES DE ANTI-HIPERTENSIVOS

❖ Redução do peso corpóreo. Diuréticos → É a classe mais comum das medicações para
❖ Redução da ingestão de sódio. HAS.
❖ Maior ingestão de alimentos ricos em potássio. Inibidores adrenérgicos.
❖ Redução do consumo de bebidas alcoólicas. Vasodilatadores arteriais diretos.
❖ Exercícios físicos regulares. Inibidores da enzima de conversão (IECA).
❖ Diminuir ingestão de colesterol e gorduras saturadas. Antagonistas dos canais de cálcio (ACC).
Antagonistas do receptor AT1 da angiotensina II
(ARAII).
SENSIBILIDADE AO SAL
Maior consumo de sal leva a:
Maior resposta dos vasos as drogas vasoconstritoras. DIURÉTICOS
Maior prevalência de hipertrofia ventricular esquerda.
Associação com microalbuminúria.
Valor preditivo no desenvolvimento da hipertensão.
TIAZÍDICOS
 Hidroclorotiazida. clortalidona. Dose: 12,5-25mg 1x/dia
MECANISMO HIPOTENSOR DO EXERCÍCIO FÍSICO São fáceis de encontrar, distribuição gratuita. Efetivos!
Diminuição da atividade nervosa simpática.
Aumento da excreção urinária de sódio. Ação: Depleção de volume e redução da resistência vascular.
Diminuição da atividade da renina plasmática.
Aumento da secreção de prostaglandina E2 (vasodilatadora). Obs: Não é contraindicado, mas não é a melhor medicação
Diminuição da insulina plasmática. para quem é diabético.

SRAA: Angiotensinogênio → Angiotensina 1 → Angiotensina 2 Efeitos indesejáveis:


→ Aumento da atividade simpática, reabsorção de sódio e - Aumento dos triglicerídeos. - Intolerância a glicose.
aldosterona, aumento do ADH, aumento da reabsorção de água
- Hiperuricemia. - Hipopotassemia.
→ Hipertensão.
- Hiponatremia. Pacientes em uso de diuréticos e
antidepressivos tem probabilidade maior de fazer hiponatremia,
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO especialmente idosos.
Saber como usar e porque usar. - Disfunção sexual. Toda medicação para hipertensão pode
causar disfunção erétil (principalmente os betabloqueadores).
PRINCÍPIOS GERAIS

DE ALÇA
 Ter preço acessível, de preferência gratuito.
 Eficaz por via oral.  Furosemida, bumetanida. Dose: >40mg/dia.
 Ser bem tolerado → Mínimo de efeitos colaterais.
Ação: Depleção de volume.
 Se possível tomado em única dose.
 Iniciar-se com menores doses efetivas e aumenta-las Efeitos indesejáveis:
gradativamente e/ou associar outra classe Boca seca.
farmacológica. Ototoxicidade (lesão no membro auditivo).
 Quanto maior a dose, maiores as probabilidades de surgirem Hipopotassemia.
efeitos indesejáveis e mais difícil de desmamar. Hiponatremia.
 Mínimo de 4 semanas para o aumento da dose e/ou
associação de medicamento de outra classe, salvo em Só indicado: QUESTÃO DE PROVA.
situações especiais. Insuficiência Renal Crônica. Edemas (IC e/ou IRC).
 Esclarecer ao paciente sobre a doença, efeitos colaterais,
planificação e objetivos terapêuticos. Usar furosemida para HAS é como usar um canhão para um
 Considerar suas condições socioeconômicas. mosquito. Os efeitos colaterais são muito piores se comparados
aos benefícios do medicamento.
Beatriz Machado de Almeida
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São potentes para HAS, porém não é infrequente os pacientes


INIBIDORES ADRENÉRGICOS desenvolverem edema de MMII (relacionado ao complexo de
arteríola e vênula).

AÇÃO CENTRAL

 Alfametildopa. Dose: 250-1500mg/dia. É A ÚNICA INIBIDORES DA ECA


MEDICAÇÃO SEGURA PARA GESTANTES!
 Captopril. Dose: 25-150mg 2 a 3x ao dia.
QUESTÃO DE PROVA.
 Enalapril. Dose: 5-40mg 1 a 2x ao dia.
 Clonidina. Dose: 0,1 – 0,6mg/dia. 02 tomadas diárias. É
uma medicação que deixa a boca seca, dá sonolência e a Ação: Inibe a enzima conversora, bloqueando a transformação
atrapalha a vida do paciente que trabalha. de angiotensina I em angiotensina II. Aumenta a produção de
bradicinina.
Medicações baratas, mas com efeitos colaterais muito
desagradáveis. Efeitos indesejáveis: Tosse seca e irritativa, alterações do
paladar, edema angioneurótico.
Ação: Atuam nos receptores pré-sinápticos do SNC,
reduzindo a descarga simpática. São vasodilatadores.
ANTAGONISTAS DO RECEPTOR AT1 DA ANGIO II
Efeitos indesejáveis:
- Sedação. - Boca seca.  Losartan. Dose: 50-100mg 1x ao dia.
- Fadiga, sonolência. - Hipotensão ortostática.  Valsartan. Dose: 80-160mg 1x ao dia.
- Impotência. - Disfunção hepática.
- Anemia hemolítica. - Hipertensão rebote. Ação: antagonizam a ação da angio II,, bloqueando
especificamente os seus receptores.

BETABLOQUEADORES Efeitos indesejáveis: Tontura, reação cutânea (rash).


É A MEDICAÇÃO DE ESCOLHA PARA OS PACIENTES É a droga que não tem quase nenhum efeito colateral, mas não
QUE TEM DAC. tem uma potência satisfatória. Droga barata com distribuição
gratuita.
 Propanolol. Dose: 40-240mmg – 2/3x ao dia. Diminui os
tremores porque inativa as catecolaminas. Não é uma Apesar de o BRA e IECA serem medicações de escolha para
medicação potente para HAS. Vai ter um efeito os pacientes diabéticos ou naqueles em que deve se reduzir
principalmente em pacientes que tem DAC. a progressão da nefropatia diabética ou em pacientes renais
 Atenolol. Dose: 25-100mg 2x ao dia. crônicos, eles podem causar um efeito deletério por conta
dessa droga.
Ação: diminuição das catecolaminas. Reduz a secreção de
renina. Diminuição da RVP. EX. Paciente em uso de BRA ou IECA, com elevação
progressiva da creatinina e/ou alteração do potássio. É
Efeitos indesejáveis: mandatório suspender tanto o BRA quanto o IECA. Você
- Broncoespasmo. - Bradicardia. suspende e troca para outra classe de drogas.
- Pesadelos. - Disfunção sexual.
- Depressão miocárdica. - Depressão psíquica. Contraindicações do BRA e do IECA:
Pacientes com doença renovascular.
Contraindicações:
Pacientes hipertensos que tem asma ou DPOC.

ANTAGONISTAS DOS CANAIS DE CÁLCIO

 Anlodipino. Dose: 2,5-10mg 1x ao dia.

Ação: Redução da RVP por diminuição da concentração de Ca+


nas células musculares lisas.

Efeitos indesejáveis:
- Cefaleia. – Tontura. Alguns guidelines, nem sempre recomendam diuréticos de
- Rubor facial. – Edema periférico. primeira. Qualquer medicação pode ser usada a depender da
- Hipertrofia gengival. tolerância do paciente.
Beatriz Machado de Almeida
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Se o paciente volta ao seu consultório dizendo que a PA QUESTÃO DE PROVA: Qual a melhor medicação
continua alta ou que teve efeito colateral desagradável, a parenteral de escolha para emergência hipertensiva?
gente tem 3 opções: Nitroprussiato de sódio!
 Aumentar a dose: não é boa ideia, pois pode aumentar os Tomar cuidado com grávidas.
efeitos colaterais.
 Adicionar uma 2º droga que tenha sinergia com a 1º: É
o mais benéfico. URGÊNCIA HIPERTENSIVA X EMERGÊNCIA
 Substituir a monoterapia: Ex: trocar o diurético por outra
classe de medicamento.

Se mesmo assim continuar com resposta inadequada,


acrescentar mais droga até onde der.

Não é recomendado o uso somente de IECA e BRA, porque


eles tem o mesmo efeito.
TRATAMENTO DA CRISE HIPERTENSIVA

CRISE HIPERTENSIVA

 Elevação aguda da PA associada a LOA


(PAD>120mmHg).
Encefalopatia, convulsões, alterações visuais, IVE,
uremia/azotemia.
 Redução da PA de maneira lenta e progressiva
Nitroprussiato de sódio (parenteral).
- Grávidas e hipoperfusão cerebral.
- Furosemida.

Na crise hipertensiva, existe a urgência hipertensiva e a HAS SECUNDÁRIA


emergência hipertensiva. As duas são a elevação da pressão
arterial com PAD>120. - Renovascular. – Doença renal crônica.
Na urgência: usa medicação oral: clonidina e captopril. - Hiperaldosteronismo primário - Feocromocitoma.
Na emergência: Diurético (em pacientes com edema agudo
de pulmão – EAP e ICC) e principalmente nitruprussiato de - Hipotireoidismo/Hiper - Cushing.
sódio (medicação venosa parenteral, vasodilatadora periférica e - Acromegalia. – Coarctação de aorta.
venodilatadora. Diminui a pré a pós carga. Pode causar problemas
- Induzida por medicações.
em grávidas).
- Apneia e hipopneia obstrutiva do sono.
Em pacientes com hipertensão crônica não é pra reduzir a
pressão rapidamente, pois podem ter um AVC (cai a pressão e a
perfusão cerebral → isquemia devido a aterosclerose). A redução
tem que ser gradativa.
Beatriz Machado de Almeida
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DROGAS CAUSADORAS DE HAS

- Ciclosporina. – Glicorticóides não esteróides.


- Anorexígenos. – Antidepressivos.
- Hormônios (eritropoetina, anticoncepcionais orais, reposição
estrogênica, GH).
- Cocaína, anfetamina e álcool.

PSEUDOCRISE HIPERTENSIVA

- Cefaleia. – Dor torácica atípica.


- Dispneia. – Estresse psicológico agudo.
- Síndrome do pânico. – Retenção urinária.

Não dá pra saber se a cefaleia causou a hipertensão ou se a


hipertensão causou a cefaleia.
Beatriz Machado de Almeida
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Por outro lado, a pericardite infecciosa quase sempre envolve


DOR TORÁCICA – AULA 2 a pleura circunjacente, de modo que, em geral, os pacientes
experimentam dor pleurítica com a respiração, a tosse e as
É um caso frequente na emergência (Cerca de 7-10% dos modificações em sua posição.
pacientes). A deglutição pode induzir dor em virtude da proximidade do
A maior dificuldade consiste na distinção entre os pacientes com esôfago com a parte posterior do coração. A dor decorrente de
SCA ou outras condições portadoras de ameaça à vida e os pericardite infecciosa manifesta-se, com frequência, nos ombros
pacientes com dor torácica não cardiovascular e não portadoras e pescoço. A pericardite provoca, ocasionalmente, dor subesternal
de ameaça à vida. contínua, em opressão, similar à do IAM.
A dor típica é a angina.
As características da Angina Clássica são: dor precordial DOR VASCULAR
constritiva de forte intensidade que irradia para o braço Dissecção aguda da aorta: Acompanhada, na maior parte das
esquerdo, acompanhado de sudorese fria e palidez; podendo vezes, de início súbito de dor excruciante e lacerante, cujo
irradiar para o pescoço e mandíbula; associada a náuseas e posicionamento indica o local e o curso da dissecção.
vômitos; podendo também ser espontâneas ou após esforços. - As dissecções de aorta são raras, e geralmente ocorrem na
presença de fatores de risco, como as síndromes de Marfan, de
PRINCIPAIS CAUSAS DE DOR TORÁCICA Ehlers-Danlos, válvula aórtica bicúspide, gravidez (para
dissecções proximais) e hipertensão (para dissecções distais).
ISQUEMIA OU INFARTO DO MIOCÁRDIO
- É a causa grave mais comum de desconforto torácico Embolia pulmonar: causa, na maioria das vezes, início súbito
agudo, que ocorre quando o suprimento de oxigênio do de dispneia e dor torácica pleurítica, embora possa ser
miocárdio é inadequado em comparação com as suas assintomática. A embolia pulmonar maciça tende a causar dor
necessidades. subesternal aguda e persistente, supostamente atribuída à
- Manifesta-se, geralmente, nos casos de aterosclerose distensão da artéria pulmonar. Êmbolos menores que levam ao
coronariana, mas também pode evidenciar os componentes infarto pulmonar podem provocar dor torácica pleurítica lateral.
dinâmicos da resistência vascular coronariana. A hipertensão pulmonar pode causar dor torácica similar à
- O espasmo coronariano pode ocorrer em artéria coronárias da angina do peito, presumivelmente em virtude de hipertrofia
normais ou em pacientes com doença coronariana, próximo a cardíaca direita e isquemia.
placas ateroscleróticas e em arteríolas coronárias menores.

CONDIÇÕES PULMONARES
Manifestação: Clássica – ANGINA. Descrita, em geral, como
peso ou aperto no tórax, sensação de queimação ou As patologias pulmonares que causam dor torácica levam
dificuldade ao respirar. Com frequência, associa-se à irradiação comumente a dispneia e sintomas pleuríticos, de modo que a
para ombro esquerdo, o pescoço ou o braço. Na maioria das localização de ambos indica o posicionamento da doença
vezes, aumenta em intensidade durante poucos minutos. A pulmonar.
dor pode começar com um esforço ou por estresse
psicológico, contudo a SCA costuma ocorrer sem que haja A traqueobronquite tende a estar associada à dor em
fatores precipitantes óbvios. queimação na linha média, ao passo que a pneumonia pode
produzir dor sobre o pulmão envolvido. A dor de um
Dores que não são características da isquemia miocárdica: pneumotórax tem início súbito, além de ser acompanhada,
 Dor pleurítica: Dor aguda ou sensação de facada provocada na maioria das vezes, de dispneia. As exacerbações da ama
por movimentos respiratórios ou pela tosse. podem apresentar com desconforto torácico, normalmente
 Localização primária ou isolada do desconforto na caracterizado com aperto.
região mediana ou inferior do abdome.
 Dor que pode ser localizada com a ponta de um dedo: CONDIÇÕES GASTROINTESTINAIS
particularmente sobre o ápice do ventrículo esquerdo.
 Dor reproduzida com movimentos ou palpação da A irritação do esôfago pelo refluxo ácido pode produzir
parede do tórax ou dos braços. desconforto em queimação exacerbado por álcool, utilização
de aspirina ou ingestão de determinados alimentos. Os
 Dor constante: que persiste por muitas horas.
sintomas normalmente são acentuados na posição de decúbito
 Dor que se irradia para as extremidades inferiores.
e aliviados quando o paciente senta-se ereto e pelo uso de
terapias redutoras de acidez.
DOR PERICÁRDICA O espasmo esofágico pode causar desconforto torácico ¨em
A superfície visceral do pericárdio é insensível à dor, assim aperto¨ similar ao da angina. Vômito severo também pode causar
como a maior parte da superfície parietal. Portanto, causas não ruptura esofagiana com mediastinite.
infecciosas de pericardite geralmente ocasionam pouca ou
A dor torácica decorrente da úlcera péptica ocorre, em geral, 60
nenhuma dor.
a 90 minutos após as refeições e é rapidamente aliviada pelas
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terapias redutoras de acidez. Na maioria das vezes essa dor tem Toda dor psicossomática, dor de ansiedade ou de qualquer coisa
localização epigástrica, mas pode se irradiar para o tórax e relacionada ao emocional, deve ser diagnóstico de exclusão.
ombros.
❖ De todos os pacientes que internam (7-10%), cerca de
1/3 dos pacientes com DT terão síndrome coronariana
CAUSAS MUSCULOESQUELÉTICAS aguda.
As causas envolvem a parede torácica, como a costocondrite, ou ❖ A incidência de TEP (tromboembolismo pulmonar) é
de patologias que afetam os nervos da parede torácica, como de 5 em cada 10.000 paciente.
a doença do disco cervical, por Herpes Zoster ou após ❖ A incidência de dissecção da aorta é de 5 a 29 em cada
exercícios pesados. 1.000.000 de pacientes.

As síndromes musculoesqueléticas que causam dor torácica


costumam ser induzidas por pressão direta sobre a área
ESTRATIFICAÇÃO DA DOR TORÁCICA
afetada ou pelos movimentos do pescoço do paciente. A dor,
por si mesma, pode ser fugaz ou produzir um dolorimento surdo  Classificar a dor.
que dura horas.
 Eletrocardiograma: O eletro deve ser rodado até 10
minutos.
CAUSAS PSIQUIÁTRICAS  Marcadores de necrose miocárdica: Pode ser no final da
estratificação, pois o paciente precisa passar no laboratório.
A síndrome do pânico constitui uma causa importante de
desconforto torácico em pacientes no serviço de emergência. OBS: É tudo feito simultaneamente.
Os sintomas abrangem, em geral, aperto torácico, acompanhado
 Outros: Teste ergométrico, cintilografia e
de dispneia e sensação de ansiedade, com duração
ecocardiograma.
aproximada de 30 minutos ou mais.

AVALIAÇÃO INICIAL
A avaliação inicial corresponde às medidas dos sinais vitais,
como: frequência cardíaca, pressão arterial, frequência
respiratória e oximetria de pulso para identificação da presença
ou não de instabilidade hemodinâmica e/ou insuficiência
respiratória.
Para os pacientes fora desse contexto de risco de morte, é
necessária a caracterização detalhada da dor, a avaliação de
fatores de risco para doença arterial coronariana (DAC) e a
realização de exame físico dirigido.
A seguir, solicitam-se os exames complementares, onde o ECG e
a radiografia do tórax são imperiosos, seguidos por outros, de
acordo com as hipóteses diagnósticas.

Exemplo dado em sala - Caso clínico: Paciente comparece ao


atendimento com dor epigástrica. O médico receita medicamento
para dor de estomago e o libera. No dia seguinte, ainda com dor,
o paciente comparece ao ambulatório para consulta com
cardiologista, que então realiza um eletro.
Resultado do eletro: Desnivelamento de seguimento ST até CLASSIFICAÇÃO DA DOR
a B6 → Infarto anterior. DOR tipo A:
A paciente ficou com sequelas de fibrilações. Definitivamente anginosa.
Dor típica (ao exame clínica). É aquela de forte intensidade,
constritiva, sudorese fria, palidez, náusea, vômito,
Protocolo de Dor Torácica nos hospitais: Objetivo – irradiação para o braço e pescoço.
Estratificação da dor.
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- Dor em aperto ou queimação, em repouso, ou desencadeada  Dor típica e irradiação para ambos os braços é quase
pelo esforço ou estresse, com irradiação para o ombro, mandíbula certeza de um infarto.
ou face interna do braço, aliviada pelo repouso ou nitrato.
Não são necessários exames complementares para a
definição diagnóstica. EXAME FÍSICO

DOR tipo B: Além dos sinais vitais, os exame dos vasos periféricos devem
Provavelmente anginosa. incluir a avaliação da presença de sopros ou déficits de pulsos que
Dor típica (necessita de exame pra confirmar). É aquele paciente possam indicar doença vascular extracardíaca.
que levou uma pancada no tórax e dói quando respira ou ¨dormiu
de mau jeito¨e quando se movimento dói. • A dissecção da aorta é sugerida pelos déficits de pulsos ou
Mínima probabilidade de ser doença coronariana. por um sopro novo de regurgitação aórtica na presença de
- As características da dor torácica fazem da insuficiência dor em dorso ou na linha média anterior do tórax.
coronária a principal hipótese, porém, são necessários exames • As diferenças nos ruídos respiratórios mediante dispneia
complementares para a definição diagnóstica. aguda e dor torácica pleurítica levantam a possibilidade de
pneumotórax.
DOR tipo C: • A taquicardia e a taquipneia, bem como a hiperfonese da 2º
Provavelmente não-anginosa. bulha cardíaca podem constituir as principais manifestações
Não é a principal suspeita diagnóstica, mas tem que ser de embolia pulmonar.
excluída.
É aquele paciente que você tem certeza que não é, devido a idade, DOR TORÁCICA VENTILATÓRIO DEPENDENTE
dor a inspiração profunda e outros achados.
É um paciente que tem dor quando respira, e não é indicativo
- Dor torácica cujas características não fazem da insuficiência
para IAM.
coronariana a principal hipótese (dor torácica atípica), porém, são
Geralmente essa dor é típica de pneumonia.
necessários exames complementares para excluí-la.
QUESTÃO DE PROVA: Paciente que comparece ao
atendimento com dor ventilatória dependente deve ser mandado
DOR tipo D:
para o cateterismo? Não!
Definitivamente não-anginosa.
Sem nenhuma característica de insuficiência coronária.
- Dor torácica atípica, cujas características não incluem a DOR TORÁCICA EM PONTADA
insuficiência coronária aguda no diagnóstico diferencial. Pacientes que tem esse tipo de dor tem baixa probabilidade
de ser IAM.
Diferentemente daquela dor em aperto, pressão, queimor que tem
probabilidade aumentada de ser IAM.

DOR TORÁCICA RELACIONADA COM A POSIÇÃO


É fator protetor para IAM.

DOR REPRODUZIDA A PALPAÇÃO (COTOVELADA)


Dor ao palpar ou pressionar.
Diminui a probabilidade de ser IAM..

Foi feito um estudo que mostrou a porcentagem do tipo de


dor mais recorrente do IAM:
70% dos pacientes classificados em grupo A ou B teriam 22% → Dor em pontada.
infarto e angina instável, somente 13% não tiveram.
13% → Ventilatório dependente.
Apenas 7% do C ou D eram infarto ou angina estável, e 40%
7% → Reproduzida pela palpação.
indeterminados.
❖ Na emergência, se for administrada analgésico comum
 A razão de chance de paciente com dor torácica e no paciente com dor torácica e ele evoluir com melhora,
irradiação para o braço esquerdo aumenta em 3X a não deve excluir a possibilidade de IAM. ELE DEVE
chance de ser infartado. PERMANECER NO PROTOCOLO.
 Paciente com irradiação para o omoplata (clavícula) ❖ Quando administrar nitrato e o paciente apresentar
aumenta também em 3X. melhora não quer dizer que ele teve um IAM, pois, o
 Hipotensão e crépitos em bases tem aumento em 2X a espasmo esofágico tem dor torácica e melhora com
chance de ser infarto. nitrato.
Beatriz Machado de Almeida
Resumo de cardiologia 10

Pode apresentar taquicardia ventricular, taquicardia


ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO ventricular sustentada e não sustentada, ICC, arritmia atrial,
dor torácica recorrente.

São necessários ECGs seriados, com o objetivo de aumentar


a sensibilidade para a presença de alterações isquêmicas,
conforme a necessidade.

QUESTÃO DE PROVA: Se o paciente tiver um eletro norma


(negativo) ele pode ser liberado? Não! É necessário fazer os
eletros seriados para a confirmação de que o paciente não
tem IAM.

Dificuldade nas emergências: Saber se o achado no eletro é


novo ou o paciente já tinha anteriormente. Na dúvida, deve
se considerar todos os achados do eletro como iniciais. Essa
situação pode mudar se o paciente apresentar um eletro antigo
com aquele achado.

Eletro com supradesnivelamento de ST → Mandar para um


hospital de referência, fazer um CATE ou fazer trombólise
(uso de trombolítico) imediatamente. A cada minuto que
passa o paciente perde músculo cardíaco.

ENZIMAS

A necrose do músculo cardíaco promove a liberação de enzimas


e proteínas estruturais dos miócitos que podem ser quantificados
por técnicas específicas no sangue dos pacientes com IAM.
Os pacientes com escore de 0-3 pontos apresentam chance de
1,6% de experimentarem um evento adverso; para aqueles com CK-mb: É a fração relativa do músculo cardíaco. Quando feito
escore de 4-6 pontos uma chance de 13%; e para aqueles com somente um, não adianta nada, devido a baixa sensibilidade (30-
pontuação 7 ou mais, 50% de chance de apresentarem um evento 50%).
adverso. Quando ele é feito no 1º momento e dá normal, o paciente não
deve ser liberado. O mais indicado é fazer outra pesquisa
Escore de HEART: possibilita a identificação dos pacientes
depois de 3 horas e outra depois de 9 horas, que tem
elegíveis para alta hospitalar sem a necessidade de testes adicionais
sensibilidade de 100%.
ou procedimentos invasivos.
Nas primeiras 24 horas dá o pico, e ao longo das 48 horas ela
vai cair. Dá uma informação se dor dosada nas primeiras 48
EXAMES COMPLEMENTARES horas do infarto.

ELETROCARDIOGRAMA Troponina: PADRÃO-OURO. Indica diagnóstico e


prognóstico. Quanto maior o valor da troponina, maior a
Deve ser realizado e analisado em até 10 minutos do perda de músculo e pior o prognóstico do paciente tanto a
primeiro contato médico. curto quanto a médio e longo prazo.
Na chegada do paciente, se for dosada a troponina, ela terá baixa
Eletro negativo para doença coronariana: não tem inversão sensibilidade.
de T, não tem infra de seguimento ST, não tem supra de S e Sobe depois de 36 horas (pico) e leva até 5 dias para baixar.
não tem bloqueio de ramo esquerdo. Pode rastrear o infarto até 5 dias depois do acontecimento.
Quando um paciente tem eletro negativo ele tem a probabilidade
de ter IAM em 15%. Existem 2 tipos de troponina: T e I.
Troponina I: Pode ser muito variável. É a mais indicada para
Eletro positivo para doença coronariana: Inversão de T, um paciente renal crônico.
infra de seguimento ST, supra de S, bloqueio de ramo Troponina T: É a de escolha, exceto no renal crônico. Tem
esquerdo associado com dor torácica. apenas 1 valor de normalidade.
Quando o paciente tem eletro positivo ele tem probabilidade de
50% de IAM. As troponinas T e I são os marcadores laboratoriais mais
sensíveis e específicos de lesão miocárdica!
Beatriz Machado de Almeida
Resumo de cardiologia 11

Toda e qualquer alteração na troponina e no CK-mb é O tempo pode ser 0-3-9 ou 0-4-9. Depende da maneira que você
infarto!!! A curva é necessária devido a variação, pois é impossível estratifica.
fazer 2 exames quando se passa 3 ou 6 horas e o resultado ser
igual. ❖ Dor típica (constritiva, pressão e queimor) + eletro
positivo (anormal) + supra → Alto risco. Deve-se mandar
O gráfico abaixo mostrará que após 12 horas a sensibilidade para o cateterismo e fazer um trombolítico.
também pode chegar a 100%.
❖ Infra, inversão de T e/ou bloqueio de ramo esquerdo →
mandar para hemodinâmica, porque é uma angina instável.

O paciente que vem com bloqueio de ramo esquerdo, com dor


torácica típica, ele não irá demonstrar um supradesnivelamento
do segmento ST. O bloqueio do ramo esquerdo esconde o
supra. O grande dilema é a incerteza de fazer ou não o CATE.
Na dúvida, trata como infarto!
O que sobra para análise são as enzimas, porém elas demoram
para sair o resultado. Se o paciente estiver infartando, ele não pode
esperar, por isso manda para o CATE.
Resumo: Chegou bloqueio de ramo esquerdo na
emergência. Na dúvida, faça logo o CATE. Se tiver
trombolítico, faça!

Mioglobina: É uma enzima que só vale se estiver negativa. O que é bloqueio de ramo esquerdo? É um alargamento do
QRS positivo das precordiais esquerdas.

❖ Dor típica + eletro normal → risco intermediário. Então,


faz a estratificação de marcadores de necrose miocárdica,
eletro 0-4-9 horas (zero é a hora em que o paciente chega na
emergência).
Fazer 3 enzimas e 3 eletros para ver se nesse tempo o
paciente faz um supra!

RECAPITULANDO O PASSO A PASSO ❖ Dor atípica + eletro alterado → Risco intermediário. Fazer
1- Estratificação do tipo de dor. o protocolo de eletro seriado 0-4-9 horas e pelo menos 3
enzimas.
2- Eletro seriado.
3- Marcadores de necrose miocárdica seriado. ❖ Dor atípica + eletro normal → Baixa probabilidade. Fazer
eletro 0-3 horas e 2 séries de enzimas. Se os resultados forem
4- Teste de esforço ergométrico (somente em unidades
normais pode liberar o paciente para casa com segurança.
equipadas).

O que todos esses exames tem em comum é o valor preditivo DIAGNÓSTICO D IFERENCIAL
NEGATIVO. Se o exame estiver positivo não significa que o
Manifestações clínicas variáveis. A dispneia é o sintoma mais
paciente tem alguma coisa, e sim que você precisa avançar na
prevalente (75%) e DT súbita (66%).
investigação.
Exame físico: Dispneia, taquipneia e/ou cianose. Choque
e/ou insuficiência respiratória.
PROTOCOLO DE SCA DE ACORDO COM O ECO E DT
Investigação: ETE, TC helicoidal e Duplex Scan de MMII.

Exame D-Dímero: Não indica o que pode ser. Indica o que não
é de jeito nenhum. Só vai pedir o D-Dímero para excluir a
possibilidade de embolia pulmonar e não para diagnosticá-la.
Quando ele é negativo exclui o diagnóstico de embolia.
Beatriz Machado de Almeida
Resumo de cardiologia 12

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA CLASSIFICAÇÃO

DEFINIÇÃO – AULA 3 Nas medidas de Ecocardiograma, podemos classificar a ICC


pela fração de ejeção. IMPORTANTE.
É uma síndrome clínica complexa na qual o coração é incapaz  Fração de Ejeção: normal (FE>50%), intermediária (FE
de bombear sangue de forma a atender as necessidades 40-49%) ou reduzida (FE <40%);
metabólicas tissulares, pode fazê-lo somente com elevadas  Gravidade dos sintomas: NYHA é a classificação mais
pressões de enchimento. utilizada.
 IC crônica x Aguda: mais comum é a crônica;  Progressão da doença: IMPORTANTE
 IC de alto débito: tireotoxicose, anemia, fístulas arterio-
venosas, beribéri;
 Sistólica (↓VS) x Diastólica (±enchimento VE). CLASSE FUNCIONAL NYHA

Classe funcional NYHA Sintomas


FATORES DE RISCO
Não há limitação física.
NYHA 1 Cansaço aos grandes
❖ HAS: aumenta em três vezes o risco de desenvolver ICC. esforços.
Hipertensão persistente em paciente com ICC piora o Ergometria: >6METs.
desempenho cardíaco.
Limitação física leve.
❖ DM: aumenta o risco de desenvolver ICC, sendo este Cansaço aos moderados
risco pelo menos duas vezes maior nas mulheres que em NYHA 2
esforços.
homens.
Ergometria: 4-6METs.
O risco de desenvolver ICC é aumentado em cinco vezes
quando hipertensão e diabetes estão associados. Limitação física moderada.
Dispneia aos pequenos
NYHA 3
esforços.
❖ Insuficiência Renal.
Ergometria: <4 METS.
❖ Insuficiência hepática.
Pacientes não podem usar o BRA e IECA. Limitação física grave.
NYHA 4 Sintomas em repouso ou aos
mínimos esforços.
❖ Etiologia da IC: miocardiopatia isquêmica e
miocardiopatia restritiva tem evoluções piores do que as Não tolera ergometria.
outras etiologias.
❖ Classe funcional (4, 3, 2 e 1): Mortalidade 64%
(extremamente mais elevada), 51%, 35% e 30% ATIVIDADES COTIDIANAS METS
respectivamente.
Relacionar com a classificação da NYHA
❖ Índice cardiotorácico >0,52: mau prognóstico. Baixa
sensibilidade. É a relação da maior medida transversal
da área cardíaca sobre a medida do tórax. Sofre muitas
variáveis na radiografia do tórax.
❖ Fração de ejeção: Os pacientes que tem redução na FE vão
aumentando a mortalidade em 5% a cada ano.
❖ VO2.
Importante ver as causas restritivas e de depósito. Coração não
consegue fazer diástole.
Beatriz Machado de Almeida
Resumo de cardiologia 13

 RX Tórax: deve ser utilizado para ver se tem sinais de ca


ESTÁGIO DA IC SEGUNDO ACC/AHA
esquerda
 Ecocardiograma: lesões estruturais, valvares.
Estágio Descrição Abordagem
possível  Laboratório:
- Hemograma: anemia;
A Risco de desenvolver Controle de fatores de
IC. risco para IC: - Função tireoidiana; T3, T4, TSH.
tabagismo, - Na e K;
Sem doença estrutural dislipidemia,
ou sintomas da IC. hipertensão, etilismo, - Ureia e Creatinina; Verificação da função renal. Causa e
diabetes e obesidade. consequência.
Monitorar
cardiotoxicidade. - Troponina (sempre está alterada em ICC ou edema agudo de
B Doença estrutural Considerar IECA, pulmão, mas são alterações discretas. Para diagnóstico de
cardíaca presente. betabloqueador, e
antagonista
infarto, é necessário que ela faça a curva.- Bioquímica
Sem sintomas de IC. mineralocorticoides. (comorbidades com glicemia);
C Doença estrutural Tratamento clínico
cardíaca presente. otimizado. - BNP (Peptídeo natriurético):
Sintomas prévios ou Medidas adicionais.
atuais de IC.
Considerar TRC
(marca-passo), CDI e SECREÇÃO DE BNP NA IC
tratamento cirúrgico. O ventrículo esquerdo distendido
Considerar manejo por e sobrecarregado vai aumentar a
equipe multidisciplinar.
liberação do BNP. À medida que
D IC refratária ao Todas as medidas
tratamento clínico. acima.
ele se eleva, a ICC fica mais severa.
O BNP é um exame caro.
Requer intervenção Considerar transplante
especializada. cardíaco e dispositivos
de assistência - Diferencia dispneia de origem cardíaca de não-cardíaca.
ventricular. Paciente que tem sibilos nem sempre é um paciente com doença
pulmonar obstrutiva crônica ou asma. Pode ser início de ICC.

▪ BNP < 100 pg/ml: IC improvável (valor preditivo negativo


FATORES PREDITIVOS DE MAU PROGNÓSTICO EM ICC
> 90%).
▪ BNP > 500 pg/ml: IC seja provável (valor preditivo
Bioquímicos: noradrenalina plasmática, renina plasmática, positivo > 90%).
fator natriurético atrial, sódio sérico, potássio sérico, BNP e ▪ Valores entre 100 e 500 pg/ml: são insuficientes para
IL-1, IL-6, TNF. Quanto mais elevados, pior. Exceto o sódio, discriminação diagnóstica. Clínica deve permanecer.
que quanto menor, pior.
Alterado em: insuficiência renal, sepse grave e
Eletrofisiológicos: TV, Frequência de arritmias
taquiarritmias. Podem confundir examinador.
ventriculares, Períodos de assistolia, FA / Flutter. Sinalizam
que tem uma doença miocárdica mais elevadas. Não são
causadoras do prognóstico ruim da ICC. São sinais de que as
coisas não vão muito bem pro coração do paciente. Continuação dos exames complementares
AVALIAÇÃO CLÍNICA INICIAL  Cintilografia miocárdica: Importante para mostrar
origem isquêmica no coração, para observar fração de
Anamnese: dispneia/Ortopneia/Dispneia paroxística ejeção, viabilidade miocárdica, origem aterosclerótica,
noturna, fadiga, intolerância ao exercício. coronária, isquemia e ventriculografia.
Aumento do retorno venoso ao se deitar.  Cineangiocoronariografia
Exame físico direito: estase de jugulares, B3, Refluxo  RNM cardíaca (padrão ouro): para medida de volume,
hepatojugular, Impulso apical desviado para esquerda. massa miocárdica e fração de ejeção em ambas
Exame físico ICC esquerdo: crépitos em bases, cavidades ventriculares. PROVA!. Analisar se o paciente
Taquicardia, Hepatomegalia/ascite, Extremidades tem viabilidade miocárdica.
frias e Edema periférico.  Biópsia endomiocárdica: colocação de cateter no coração
para tirar um fragmento do ventrículo. Exame invasivo e
EXAMES COMPLEMENTARES desnecessário.
 Holter 24h: para verificar arritmias.
 ECG: eletro e eco em todos os pacientes com suspeita
de ICC, na consulta inicial. PROVA!
Beatriz Machado de Almeida
Resumo de cardiologia 14

 Restrição hídrica (1000-1200 ml/dia ou até 800 ml/dia):


apenas para pacientes graves com rico de hiponatremia.
TRATAMENTO Paciente que tem o hormônio antidiurético aumentado.
 Dieta e perda de peso: não indicada para sobrepeso e
obesidade leve;
 Tabagismo/Drogas ilícitas;
 Suspensão absoluta do álcool (miocardiopatia dilatada);
 Vacinação para Influenza/Pneumococo: pois essas
infecções oportunistas (gripes, infecção bacteriana)
descompensam ICC.
 Reabilitação cardíaca;
 Retorno ao trabalho;
 Atividade sexual compatível com a classe funcional
dele.
 Planejamento familiar, pois é um paciente que não pode
ter muitos filhos.

Lembrar da classificação A,B,C,D, que deve ser guardada por


todo mundo.
FARMACOLÓGICO
Estágio A: redução de fator de risco. Mudança de hábitos de vida,
alimentação. Tratar hipertensão, diabetes, dislipidemia. Escolher
IECAS ou BRAS em alguns pacientes. DIURÉTICOS
Estágio B - IECA ou BRA em todos os pacientes. De alça/tiazídicos: Furosemida ou hidroclorotiazida.
Betabloqueadores em pacientes selecionados (não todos). É
aquele paciente que tem lesões estruturais (Ex. hipertrofia do Dose: 40-80 mg e 25-50 mg.
ventrículo esquerdo), porém não tem sintomas. Ação: alivia congestão, ↑ diurese, ↓ carga volêmica.
Estágio C: Lesões prévias e sintomas. Entrar com IECA ou
Efeitos Indesejáveis: piora da função renal e causar
BRA (no paciente que tem contraindicação pro IECA) e
distúrbios eletrolíticos.
Betabloqueadores em todos os pacientes. Restrição de sal.
Diurético já está indicado. Em casos avançados... Cuidados: Utilizar pequenas doses e subir gradativamente.
ressincronização cardíaca (se existir bloqueio de ramo esquerdo) Furosemida: Medicamento de escolha.
resvacularização (se for de natureza isquêmica), cirurgia. Equipe
Tiazídicos: Nos casos de insuficiência cardíaca refratária, com
multidisciplinar. Antagonistas da aldosterona (espirolactona).
edema refratário – associado a furosemida, o paciente tem uma
Estágio D: Paciente grave (geralmente na UTI, dispneico). Usar
boa resposta. Caso não tenha boa resposta a furosemida.
inotrópico (são na maioria das vezes parenterais). Transplante
cardíaco. OBS: Indicados na insuficiência cardíacasintomática
Indicados para pacientes com classe C e D.

DIGITÁLICOS
Praticamente a primeira medicação para insuficiência cardíaca.
Também usado só em classe C e D.
Digoxina e Lanatosídeo C IV.
Dose: 0,125 mg/dia.
Ação: aumenta os níveis de cálcio intracelular e aumenta o
inotropismo (força de contração), reduz o cronotropismo (FC)
e dromotropismo (condução elétrica).
Medicação barata e acessível.

TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO Em paciente com miocardiopatia importante que tem pouco
tecido funcionante ventricular, a ação vai ser menor. Ficar
atento a intoxicação digitálica.
 Restrição de sódio (≤7 g de sal/dia≈2,8 g NaCl): em
pacientes gravemente sintomáticos (D); Efeitos Indesejáveis: Intoxicação digitálica (Gastrintestinais
– perda de peso, náuseas, vômitos/ Cardíacos -arritmias
complexas / Neurológicos).
Beatriz Machado de Almeida
Resumo de cardiologia 15

Com qualquer sintoma diferente do habitual, a droga pode


ser suspensa por 10-15 dias sem malefício do paciente. Pelo NITRATO/HIDRALAZINA
contrário, se for intoxicação digitálica, o paciente vai melhorar Nitrato: variável. Age na pré carga, aumentando a capacitância e
bastante. diminuindo o retorno venoso, dando descanso ao coração.
Hidralazina: 75 – 150 mg/dia ( 3 x dia ). Age no circuito arterial,
Benefícios: ↓ Hospitalizações e↓ Mortes por IC. dilatando as artérias, o que diminui a RVP.
Ação: reduzem a pré carga e a pós carga.
Benefícios: ↓ hospitalização, ↑ qualidade de vida, ↓
BETA BLOQUEADORES
mortalidade total e > raça negra.
Carvedilol - gratuito (6,5-50 mg / dia), Metroprolol (25 – 100 Indicações: contra indicações para uso de BRA/IECA: IRC
mg / dia) e Bisoprolol/Nebivolol (DPOC) (2,5-5 mg/dia). e Hiperpotassemia.
Mecanismo de ação: Inibem as respostas cronotrópicas,
inotrópicas e vasoconstrictoras à ação das catecolaminas.
DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO
Iniciar com doses baixas e ↑ progressivo.
Benefícios: ↓ mortalidade global, ↓ mortalidade por IC, ↓ O que não podemos deixar de fazer: RECOMENDAÇÕES
morte súbita, ↓ rehospitalização, melhora dos sintomas. ECG e ECO na avaliação inicial; PROVA!
Novo ECO em mudança de quadro ou terapêutica;
Indicações: Disfunção de VE pós IAM e todas as IC
Dosagem de BNP quando houver dúvida no diagnóstico
inclusive assintomáticas. Muito benéfico para pacientes que
para saber severidade da doença cardíaca e prognóstico;
tem DAC.
RMC quando o ECO se mostrar inadequado (espaço
Pode usar a partir da classificação B. muito apertado entre as costelas);
Cate caso angina ou exames não invasivos sugestivos de
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES isquemia;
MINERALOCORTICOIDES Investigação não invasiva (angiotomografia, cintilografia
miocárdica) de ICO em pacientes de alto risco de DAC;
Espironolactona (25-50 mg / 1 x dia).
Disfunção de VE assintomáticos (classe B): BRA e
Ação: diminuição das catecolaminas, reduz a secreção de IECA;
renina, diminuição da RVP. Programas de cuidado multidisciplinar;
Benefícios: ↓ mortalidade global, ↓ mortalidade por IC, ↓ Hidralazina e Nitrato (associação) (FE< 40%- reduzida)
rehospitalização, melhora dos sintomas. quando IECA e BRA contraindicados;
IECA na disfunção de VE sintomática (FE<40%) de
Indicações: disfunção de VE pós IAM, todas as IC (inclusive qualquer etiologia;
assintomáticas). A diretriz recomenda a partir da classificação C BRA na disfunção de VE sintomática (FE<40%) de
Cuidados: evitar uso de IECA/BRA concomitantes. IRC. qualquer etiologia se contra indicado IECA; Pacientes
Pode potencializar a elevação do potássio. com tosse;
Beta bloqueador na disfunção de VE sintomática
Pode ser utilizado a partir da classificação C.
(FE<40%) de qualquer etiologia;
Espironolactona na disfunção de VE sintomática
IECA/BRA (FE<40%) de qualquer etiologia; Imprescindível.
Hidralazina e nitrato para afrodescendentes declarados na
Captopril, Enalapril e Losartan. disfunção de VE sintomática (FE<40%) em classes
Ação: inibe a enzima conversora, bloqueando a funcionais avançadas;
transformação de Angiotensina I em II. Aumenta a Vacinação para Influenza e Pneumococo;
produção de bradicinina. Diuréticos para controle de congestão;

Pacientes que tenham alguma contraindicação ao IECA


O que NÃO devemos fazer:
(EX.tosse) podem usar o BRA.
ECO periódico em intervalos pré-definidos. Só se deve
Cuidados: elevação da creatinina e uso concomitante com fazer ECO com mudança de terapêutica ou do quadro
outros poupadores de potássio. clínico.
Benefícios: melhoram morbi-mortalidade e ↑ Qualidade de Espironolactona, IECA ou BRA se creatinina >2,5 ou
vida. Indicações: disfunção de VE pós IAM. Todas as IC elevação do K ;
inclusive assintomáticas. Digoxina para disfunção de VE assintomática ou fração
de ejeção preservada em ritmo sinusal;
Utilizados da classe B em diante. Início de diuréticos na IC assintomática; BCC
A associação de IECA e BRA não traz benefícios e ainda aumenta (verapamil/diltiazem) na insuficiência cardíaca ou
a chance de complicações, como hipopotassemia. bloqueadores adrenérgicos para HAS.
IECA, BRA e Espironolactona durante a gestação;
Contraindicado em pacientes com insuficiência renal.
Beatriz Machado de Almeida
Resumo de cardiologia 16

As linhas B de kerley na base do pulmão falam a favor de


EDEMA AGUDO DE PULMÃO congestão.

DEFINIÇÃO

O edema agudo de pulmão (EAP) é uma síndrome clínica de


insuficiência respiratória aguda hipoxêmica por congestão
pulmonar decorrente de etiologias variadas. Neste cenário,
decisões terapêuticas rápidas são essenciais, mesmo que com
informações limitadas.

FISIOPATOLOGIA

O volume de sangue não consegue ser ejetado do ventrículo, Asa de borboleta praticamente em todo o pulmão
aumenta o volume diastólico final e a pressão de capilar pulmonar
e causa o ingurgitamento e uma luta entre a pressão
hidrostática (colocar o líquido pra fora do vaso) contra a
pressão coloidosmótica (tende a manter o líquido do vaso).

 Desacoplamento entre o volume sistólico do ventrículo


direito e esquerdo e a venoconstrição hipóxica.
 Aumento da pressão hidrostática nos capilares
pulmonares.
 Transudação de líquido para o interstício pulmonar
causando dispneia intensa e abrupta, tosse com
expectoração abundante hialina-hemoptóica,
taquipneia. Casos mais graves → cianose e
extremidades frias e sudoréticas.

Inicialmente, o interstício
 Ecocardiograma
fica ingurgitado (um edema
peribrônquico vascular), que  Laboratório:
pode causar - Hemogasimetria arterial: diagnóstico diferencial de
broncoespasmo. Impressão DPOC. S eo paciente é redentor de Co2 ou só hipoxêmico.
de que o paciente pode ter - Ureia; Creatinina - Sódio; Potássio
¨asma¨, mas na verdade é - MNMs: edema também tem aumento nos marcadores,
congestão. Se não controlar, mas não tem curva. Se faz curva, é infarto.
existe a passagem de líquido
para dentro do alvéolo, afogando o paciente e dando Pacientes admitidos com dispneia (DPOC, asma,
crepitações. É uma angústia respiratória muito grande. bronquite, pneumonia).
Tratados com vasodilatador corretamente: Mortalidade de 4%
Não tratados: Mortalidade de 8%.
CARDIOGÊNICO Pacientes tratados com EAP, mas que na verdade tinha
DPOC (no caso, tratamento errado): Tratamento com
nitroglicerina, furosemida e morfina. Mortalidade 14%.
Falência das câmaras esquerdas → Aumento da pressão É importante diagnosticar a congestão pulmonar de uma
diastólica final do VE → Aumento da pressão hidrostática doença obstrutiva crônica.
capilar → Extravasamento de líquido em proporções
maiores que a capacidade de drenagem dos linfáticos.

EXAMES COMPLEMENTARES

 ECG: diagnóstico diferencial de arritimais,


taquiarritmias ou IAM.
 RX de tórax: para ver congestão pulmonar.
Beatriz Machado de Almeida
Resumo de cardiologia 17

TRATAMENTO VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA

FUROSEMIDA:
0,5-1mg/kg EV em bolo.
Pode ser repetida após 20 minutos.
Atua na venodilatação nos primeiros 15 minutos, diminuindo
a pré-carga e na diurese após os primeiros 30 minutos, com
pico de ação em 2 horas.
Vai secar o pulmão, vai diminuir a RVP → melhora da
sintomatologia do paciente.

NITROGLICERINA(NTG):
Administrar 10-20mcg/min até 200mcg/min em bomba de
infusão contínua (BIC). Recurso disponível nas emergências.
Titular a cada 3-5 minutos até alívio da congestão. Instrumento excelente para melhora do paciente. A pressão
A NTG atua, em doses baixas, na venodilatação, reduzindo positiva inspiratória vai contrabalançar a pressão hidrostática, que
a pré-carga e aumento da capacitância e em doses altas na ao lado do tratamento com diuréticos e vasodilatadores vai
arteríolo-dilatação reduzindo a pós-carga. permitir que menos líquido passe pra dentro do alvéolo,
melhorando a sintomatologia do paciente.
Ou Nitrato SL.
Diminui a quantidade de sangue que chega ao coração.
Pacientes coronariopatas.

NITROPRUSSIATO:
Administrar 0.3mcg/kg/min até 5mcg/kg/min em BIC4.
Indicado para diminuir a pós-carga, atuando
predominantemente no leito arterial. Quando utilizado em
quadro de síndrome coronariana aguda, está associado à
síndrome do roubo coronariano.
Mais para pacientes com crise hipertensiva.
Tomar cuidado com pacientes que tenham síndrome
coronariana aguda, pois pode reduzir a oxigenação.

MORFINA:
Diminui a ansiedade, o desconforto e a resistência vascular
pulmonar.
Indicada em pacientes com EAP devido ao extremo
desconforto presente.
Não está indicado de rotina devido à ausência de benefícios
comprovados e aos potenciais riscos do seu uso.

NITRATO SUBLINGUAL:
Administrar um comprimido de dinitrato ou mononitrato de
isossorbida 5mg sublingual se PA>140mmHg.
Assim que o paciente chega na emergência, se ele não tiver
hipotensão, pode ser feito associado ao diurético e morfina.

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