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Hiperprolactinemia
É uma coisa comum no ambulatório de endocrinologia. A adenohipófise e a
haste hipofisária vai ser
Aula: Introdução, quadro clínico, causas, diagnóstico, importante no aporte de
tratamento e gravidez. dopamina, sendo
rodeada por uma série
Introdução de estruturas nobres,
como quiasma óptico,
seio cavernoso,
O hipotálamo carótidas e vários nervos
geralmente produz que possuem um papel
algo que vai bastante importante.
estimular a glândula
hipófise, que por sua
vez, vai produzir Prolactina
algum hormônio
estimulador ou A prolactina é um hormônio produzido sobretudo pelas
inibitório, que vai
células lactotróficas da hipófise anterior, possuindo 199
ajudar na glândula
periférica e aí aminoácidos, cromossoma 6.
haverá a produção Existem diversas formas circulantes (relacionadas ao
de um hormônio efetor. Através de um feedback, o efetor tamanho), entre elas:
diminui o sistema hipotalâmico-hipofisário.
• Monomérica: Little PRL (Mprl – 23KDa) - 80 – 90%
Ex: Hipotálamo produz TRH que estimula a hipófise a
produzir TSH que vai estimular a tireoide a produzir T3/T4. O • Dimérica: Big PRL- 45 – 60 KDa
T3/T4 vão para os tecidos fazer o efeito esperado e por • Polimérica: BigBig PRL (bbPRL - > 100 KDa =
outro lado vai haver o efeito de retroalimentação de macroprolactina
feedback negativo.
A forma circulante que geralmente efetua sua forma
hormonal é a monomérica, sendo considerada a de maior
importância, enquanto as outras, não são tão efetivas.
Dessa forma, quando a elevação da prolactina for
ocasionada pela Big (dimérica) ou pela BigBig (polimérica),
não ocorrem efeitos clínicos dessa prolactina, e isso acaba
sendo um achado, não gerando tanta preocupação.
Medicamentos:
Bloqueadores do receptor de dopamina: Fenotiazinas
Prolactina
(clorpromazina), butirofenonas (haloperidol),
Mulher → 10-20mg/l
metoclopramida. Inibidor da síntese de dopamina:
mitildopa. Depletores de catecolaminas: Reserpina. Anti Homens → 5-15mg/dl.
HAS: labetolol, verapamil. ACO: Estrógenos Bloqueeadores
H2: Cimetidina, Ranitidina. ANticonvulsivante: fenitoína. Prolactina acima de 25 em ambos sexos merece
Antidepressivos: ADT, ISRS investigação.
Outros: cocaína, heroína, IMAO, opioides, inibidores de O valor da prolactina vai passar um spoiler
protease e anfetamina.
➢ Se na dosagem estiver >=200 é provável ter
prolactinoma.
Macroprolactinemia: quantidade de prolactina que seja ➢ Valores de PRL > 250 vem de um tumor maior do que
grande (big ou bigbig), mas que o paciente é
1cm.
assintomático. Nesse caso, não há necessidade de
tratamento. Não se deve confundir com o ➢ Valor de PRL >100 também é muito associado ao
macroprolactinoma. prolactinoma, mas a um prolactinoma menor que 1cm.
Obs: É importante pedir ao paciente que tenha uma boa É importante saber que existe uma proporcionalidade entre
noite de sono, não tenha feito exercício de forma intensa valores e tamanho do tumor se ele for produtor da
nos últimos 3 dias anteriores ao exame, e escolha um dia prolactina, isto você verá pela RNM.
que esteja menos estressado. O estresse, o sono e o
exercício dificilmente elevam a prolactina acima de 100.
No geral, as causas patológicas irão impedir a chegada da . Exames de imagem
dopamina para inibir a produção de prolactina, sendo a
causa mais comum o prolactinoma (principlamente o TC e RNM de sela túrcica.
micro – menor que 1 cm). O hipotireoidismo é não
controlado. Os medicamentos são as princiais causas, mas
Estes exames devem ser realizados somente após a
seu aumento não é exorbitante. Entretando,
antidepressivos podem levar a uma maior produção de exclusão de hiperprolactinemia de causa fisiológica,
prolactina. farmacológica ou decorrente de doenças sistêmicas. Toda
vez que a origem for duvidosa, deve-se solicitar o exame
de imagem.
Diagnóstico
Exceção: pacientes com manifestações neuro-
História clínica e exame físico. oftalmológicas indicativas da presença de um tumor na
Dosagem de prolactina sérica.
região selar.
Tomografia computadorizada de sela túrcica.
OBS: alguns casos de dúvida é quando a PRL é de 100 ou
Ressonância magnética de sela túrcica.
próximo a 100.
Esse é um esquema de investigação que será feito. Mas é for um tumor misto, somente algumas partes dele serão
preciso ficar atento as armadilhas. produtoras de PRL.
Radioterapia
▪ Crescimento contínuo do tumor apesar de tratamento
cirúrgico e medicamentoso.
▪ HiperPRL persistente, sintomática apesar da terapia
medicamentosa e cirúrgica.
OBS: raramente hoje em dia se faz a radioterapia, mas em
alguns pacientes com hiperPRL secundária a um adenoma
que não é produtor de PRL e que não responde bem ao
medicamento e nem a cirurgia, é necessário considerar a
radioterapia.
Beatriz Machado de Almeida
Endocrinologia – Resumo da prova 6
Osteoporose
A osteoporose é uma doença bastante estudada, já que Quando se avalia uma osteopose em mulheres, ela
trabalha o metabolismo do cálcio. O objetivo do acontece logo depois da menopausa, e osso que perde a
tratamento é diminuir o risco de fraturas. densidade mais rápido é o trabeculado. Já em homens
acima de 70 anos será a de osso cortical.
Introdução
Fisiopatologia • Mulheres mais propensas.
Fatores de risco • Alta morbidade, redução da independência.
Etiologia • Mortalidade de 20% após fratura de quadril. Não se
Diagnóstico refere isoladamente a fratura, até porque a morte
Tratamento geralmente vem depois de 1-2 anos, sendo
relacionada a uma série de coisas.
Introdução Por ser uma doença que não apresenta sintomas, muitas
vezes ela vai se manifestar como uma fratura. Como é uma
Definição: Doença esquelética silenciosa (muitas vezes doença que em grande parte se manifesta com o avançar
o paciente procura o médico devido a dores ósseas, da idade, ter uma queda/fratura vai fazer com que a
como dor na coluna ou nas pernas, associando isso a recuperação seja mais lenta, levando à morbidade e a
osteoporose, mas ... na realidade, a osteoporose não perda da independência.
dói!). Caracterizada por resistência comprometida,
predispondo a um risco aumentado de fraturas.
TECIDO ÓSSEO
Resistência óssea reflete a integração de dois fatores:
densidade óssea (grama de osso por cm²) e qualidade ▪ Tecido especializado em constante
óssea. renovação/remodelação, responsável pela
A osteoporose, em geral, é silenciosa, mas pode vir a sustentação do esqueleto.
doer quando se tem uma fratura osteoporótica ou
▪ Pico massa óssea – nascimento até 3º década da vida
abaulamento da vértebra. (em torno dos 20-25 anos).
O principal objetivo no tratamento da osteoporose é evitar Se na fase inicial da vida exista algo que interfira no ganho
que esse paciente tenha uma fratura. Antigamente existia dessa massa óssea, que contribua para que não se atinja o
um tratamento com fluoreto de sódio para tratar a pico adequado, provavelmente vai haver um maior risco
densidade óssea e começou a perceber que melhorava a de osteoporose no futuro. Portanto, é importante que se
densidade óssea e não tinha diminuição do risco de fratura. atinja o pico da massa óssea na idade adequada.
Pois, esse osso de densidade aumentada era de baixa
qualidade.
▪ Fatores que influenciam: raciais, genéticos, nutricionais
(dieta inadequada), hormonais, atividade física
O principal problema da osteoporose
(sedentarismo é fator de risco).
é o fator de risco para fratura!
situa-se na região mais externa do osso (Ex. úmero e fêmur Na osteoporose, ocorre um predomínio na reabsorção
possuem predomínio de osso cortical). óssea, e a remodelação não ocorre de forma rápida e
eficiente como esperada.
Osso cortical – camada
externa. Força óssea
Osso esponjoso ou
A densidade óssea (grama/cm²) e a qualidade são muito
trabecular – camada interna
importantes nesse processo. Dentro de qualidade óssea
– interior dos ossos longos e
pode-se destacar: arquitetura do osso, mineralização em
esqueleto axial.
relação a celularidade e atuação do colágeno (faz
Osso: predomina colágeno tipo 1 onde se deposita o
bastante diferença).
cálcio sob a forma de cristais de hidroxiapatita.
A formação e metabolização
óssea se dá a partir dos
osteoblastos (produtores de osso)
e os osteoclastos (iniciam a
degradação óssea).
Quando o hormônio tireoidiano é utilizado para reposição, OBS: Quanto maior o IMC menor o risco de osteoporose.
não se tem esse risco, ou seja, esse risco só ocorre se houver
excesso de medicação.
Avaliação clínica
Não modificáveis: idade (acima de 70 anos), sexo ➢ Padrão nutricional – ingestão de cálcio – exposição ao
(feminino), genética, etnia (pessoas brancas). sol.
Modificáveis: sedentarismo, deficiências nutricionais, ➢ Tabagismo, uso de álcool.
hábitos de vida (cafeína – acima de 200 mg), ➢ Antecedentes mórbidos – hipertireoidismo, diarreia
tabagismo e etilismo), hipogonadismo, imobilização. crônica, uso de corticoide e outras medicações.
A obesidade é um fator de ¨proteção¨ da osteoporose, ou A história clínica não é tão rica! É preciso ficar atento aos
seja, indivíduos obesos são menos propensos a fatores de risco.
desenvolverem osteoporose.
Importante sempre procurar a Osteoporose secundária.
Fatores de risco para fraturas
Avaliação laboratorial
Gênero, aumento da idade, diminuição do IMC, etnia,
fratura, artrite reumatoide, osteoporose, corticoide, ▪ Identificar causas secundárias de osteoporose: mesmo
tabagismo, álcool, diminuição da DEXA. que a idade seja compatível, possa ser que a
Beatriz Machado de Almeida
Endocrinologia – Resumo da prova 9
osteoporose não seja desencadeada pela idade, mas escore, porém, não tem como dizer se ele tem ou não
sim devido a causas secundárias. osteoporose.
▪ Cálcio, hemograma, 25 hidroxi vitamina D, PTH: mais
solicitada na prática clínica. Doenças degenerativas e fraturas podem elevar
▪ Marcadores bioquímicos de remodelação óssea: falsamente a DMO. Portanto, alguns pacientes que tem
osteocalcina, fosfatase alcalina (mais solicitado, é um muita artrose na coluna, às vezes é interessante fazer a
marcador de formação óssea - total ou específica), densitometria de antebraço, para que não se tenha um
pró-peptídeos do colágeno tipo 1, C-telopeptídeo. resultado falso.
➢ Entra para avaliar se há uma reabsorção óssea Muitas vezes o paciente tem o Z escore normal e o T escore
importante. alterado, e é nisso que devemos prestar atenção.
➢ Às vezes, os marcadores entram no
acompanhamento, ao se estipular o
tratamento, analisando se o mesmo é ou não
eficaz.
T escore:
Tratamento
➢ Até -1 → Normal.
➢ De -1, 01 até - 2,49 → osteopenia ou baixa massa
óssea. ▪ Prevenção – assegurar pico de massa óssea adequado
➢ < ou = - 2,5 → Osteoporose. e evitar perda óssea. Primeira coisa.
▪ Evitar/cessar fatores de risco:
Se possível, fazer o exame sempre na mesma máquina, pois ▪ Parar de fumar.
a calibragem pode ser diferente de uma para outra. ▪ Reduzir consumo de cafeína e álcool.
▪ Prevenção de quedas: desde fortalecer a musculatura
Toda vez que se tem um paciente com para que o paciente tenha mais firmeza e equilíbrio,
probabilidade/fatores de risco para osteoporose, deve-se até proporcionar um ambiente que tenha menos risco
solicitar a densitometria óssea. Esse exame, na maioria das de quedas.
vezes, não é difícil de marcar, conseguindo relativamente ▪ Atividade física resistida: preferir musculação, tanto
fácil pelo SUS, até porque não é exame de urgência. para ganho de força quanto para ganho de massa
Existem situações nas quais o paciente tem uma certa muscular. Muitas vezes, a falta de equilíbrio é
dificuldade em realizar esse exame, podendo-se pensar em desencadeada pela baixa massa muscular
alternativas. (sarcopenia).Cuidados com atividades que propiciam
a queda.
FRAX
Suplementação de cálcio
Osteoporose no homem
▪ 30%das fraturas osteoporóticas ocorrem nos homens
▪ 15-25% das fraturas- deficiência androgênica
▪ Mesmas causas secundárias (prestar muita atenção -
Principais alimentos com maior quantidade de cálcio: 1 hipogonadismo, uso prévio de corticoide, abuso de
copo de leite, 1 fatia de queijo minas, 1/4 xícara de álcool, passado de ressecção gástrica.
amêndoas, 1 laranja média, 1 iogurte, 4 colheres de ▪ Paciente trans- mantém a massa óssea com reposição
espinafre cozida, 100 g de sardinha em conserva, ½ xícara hormonal.
de brócolis cozido. Nem sempre é possível chegar à
quantidade de cálcio adequada só com a alimentação, Osteoporose por uso de corticoide
mas é importante sempre fazer esse inquérito.
▪ Causa mais comum de osteoporose secundária.
▪ Endógenos (Síndrome de Cushing) ou exógenos.
Tratamento farmacológico
▪ Uso de glicocorticoides (5mg/dia de Predinisona por >3
Deve-se tratar a osteoporose para diminuir o risco de meses). O mais comum é o uso exógeno crônico de
fraturas. cortisol.
▪ Fraturas – 30 a 50% dos usuários crônicos de corticoide.
Indicação – presença de fratura por fragilidade,
independente do T score.
Corticosteroides
Se o FRAX demonstra que o paciente possui uma chance ▪ Supressão da atividade dos osteoblastos, redução na
maior (acima de 3%) de fratura, já se inicia o tratamento. massa óssea e fragilidade para reagir a microlesões.
▪ Inibição da absorção intestinal de cálcio.
• T score < ou = - 2,5. ▪ Aumentam a produção de RANK (onde o denosumab
• T escore entre < ou = - 1,5 (osteopenia) com fatores de vai agir) promovendo atividade osteoclástica.
risco.