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Beatriz Machado de Almeida

Endocrinologia – Resumo da prova 1

Hiperprolactinemia
É uma coisa comum no ambulatório de endocrinologia. A adenohipófise e a
haste hipofisária vai ser
Aula: Introdução, quadro clínico, causas, diagnóstico, importante no aporte de
tratamento e gravidez. dopamina, sendo
rodeada por uma série
Introdução de estruturas nobres,
como quiasma óptico,
seio cavernoso,
O hipotálamo carótidas e vários nervos
geralmente produz que possuem um papel
algo que vai bastante importante.
estimular a glândula
hipófise, que por sua
vez, vai produzir Prolactina
algum hormônio
estimulador ou A prolactina é um hormônio produzido sobretudo pelas
inibitório, que vai
células lactotróficas da hipófise anterior, possuindo 199
ajudar na glândula
periférica e aí aminoácidos, cromossoma 6.
haverá a produção Existem diversas formas circulantes (relacionadas ao
de um hormônio efetor. Através de um feedback, o efetor tamanho), entre elas:
diminui o sistema hipotalâmico-hipofisário.
• Monomérica: Little PRL (Mprl – 23KDa) - 80 – 90%
Ex: Hipotálamo produz TRH que estimula a hipófise a
produzir TSH que vai estimular a tireoide a produzir T3/T4. O • Dimérica: Big PRL- 45 – 60 KDa
T3/T4 vão para os tecidos fazer o efeito esperado e por • Polimérica: BigBig PRL (bbPRL - > 100 KDa =
outro lado vai haver o efeito de retroalimentação de macroprolactina
feedback negativo.
A forma circulante que geralmente efetua sua forma
hormonal é a monomérica, sendo considerada a de maior
importância, enquanto as outras, não são tão efetivas.
Dessa forma, quando a elevação da prolactina for
ocasionada pela Big (dimérica) ou pela BigBig (polimérica),
não ocorrem efeitos clínicos dessa prolactina, e isso acaba
sendo um achado, não gerando tanta preocupação.

Função fisiológica da PRL


 Lactação: aumento da síntese de proteínas do leite e
lactose;
 Reprodução: Hiperprolactinemia inibe GnRH; (pode
acontecer hipognodamismo e levar a infertilidade)
 Homeostase Hidroeletrolítica: Estimula a absorção
intestinal de cálcio e fósforo (ação fraca) e sódio;
 Pele/anexos: Estimula proliferação da glândula
TRH → TSH → T3/T4.; CRH → ACTH → Cortisol; GnRH → GH, mamária durante a puberdade e a gestação;
LH, FHS. Todos esses eixos são estimulatórios.  Metabolismo: Tem estímulo trófico nas ilhotas
pancreáticas; estímulos dos receptores
O hipotálamo vai produzir a dopamina que vai chegar na extrapencreáticos de PRL pode induzir a resistência
hipófise e inibir a produção de prolactina. A prolactina é um insulínica; modula esteroidogênese no córtex adrenal
hormônio secretado pela hipófise, e a sua produção é e gônadas com aumento na produção de DHEA e
controlada pela dopamina hipotalâmica, que alcança a SDHEA; parece modular a secreção de leptina e induz
adenohipófise através da haste hipofisária, ligando-se aos adiposidade viceral.
receptores dopaminérgicos, atingindo esse efeito.  Imunorregulação: Proliferação de linfócitos; pode estar
associada a mecanismos de artrite auto-imune (LES);
 Sono/Comportamento: Estimula sono REM e diminui
A dopamina é um fator inibitório da prolactina.
comportamento agressivo.

A lactação e a reprodução são os que de fato sofrem mais


Qualquer coisa que impeça que a dopamina chegue até a
efeitos quando tem o aumento de PRL. O restante ainda
hipófise, nós vamos ter um aumento da produção de
não é muito bem definido.
prolactina.
Beatriz Machado de Almeida
Endocrinologia – Resumo da prova 2

com hiperPRL que desenvolveram galactorréia é


Hiperprolactinemia variável.
➢ Pode acontecer sem hiperPRL associada.
A hiperprolactinemia é a alteração mais comum do eixo
hipotálamo-hipofisário, sendo mais comum em mulheres, O hipogonadismo vai aparecer nas mulheres de várias
com uma prevalência cerca de 70% em mulheres com formas, como diminuição da libido e amenorreia. No
amenorreia e galactorreia. Existe também um número homem já aparece uma queixa na diminuição da potência
considerável desse quadro em homens, mas na mulher o e diminuição da libido.
diagnóstico é feito muitas vezes de forma mais fácil, já que
o homem demora mais de procurar o atendimento.
Sinais e sintomas
Quadro clínico
MULHERES
 Galactorréia
 Hipogonadismo (PRL aumentada -> diminui GHRH ->
diminuição de LH e FSH) vai atuar em forma de:
amenorreia (alterações menstruais), redução da libido,
secura vaginal, dispareunia, infertilidade.
 Osteoporose pode aparecer, mas lembrar que ela é
secundária ao hipogonadismo. E para que esse
hipogonadismo leve a uma osteoporose leva muito
tempo.
 Macroprolactinomas (tumor): manifestações
neurológica e neuroculares.

Na prática, as mulheres assintomáticas mas com a PRL alta


deve-se investigar, pois este quadro, apresenta-se de forma
expressiva, observando alterações menstruais. Por isso, o
diagnóstico nas mulher é mais fácil.
O aumento da prolactina vai levar a uma diminuição
hipotalâmica do GnRH, que por sua vez, leva a diminuição
do LH e FSH hipofisário. Com esses dois hormônios baixos, HOMENS – ACIMA DE 25
gera um quadro de hipogonadismo
 Galactorréia: É em apenas cerca de 30%
hipogonadotrófico/Central, ou seja, essa gônada não vai
 Hipogonadismo: É achado mais comum. Gerando a
produzir estradiol (nos homens testosterona) em
redução da libido, impotência, ginecomastia,
quantidade adequada. Quando ocorre essa diminuição
infertilidade.
hormonal, é de se esperar que a diminuição estrógena leve
 Osteoporose.
a um aumento da produção de LH e de FSH, entretanto, o
 Macroprolactinomas: Manifestações neurológicas e
que gera esse problema já é a diminuição do LH e do FSH.
neuroculares.
ou seja, a gônoda não produz testosterona e/ou estradiol
em quantidade adequada.
O hipogonadismo hipergonadotrófico ocorre quando há
Causas
aumento do LH e do FSH, sendo um exemplo, a menopausa. Fisiológicas:
Gravidez. Lactação.
Estresse. Sono.
Exercício.
GALACTORRÉIA
Patológica:
É definida como a Tumor (prolactinoma micro ou macro são os principais),
secreção inapropriada de Hipotireoidismo primário. Lesões hipotálamo-hipofisário.
Insuficiência adrenal. Hiperprolactinemia idioática.
leite, ou substâncias leite-
Granulomas. Traumas hipofisárias,
símile, dos mamilos de Acromegalia. ACNF.
homens ou mulheres. Idiopática. Hipofisites,
Cirurgia. Irradiação.
Lembrar que nem sempre Sela vazia. IRC.
os pacientes com hiperprolactinemia cursam com Cirrose hepática.
galactorréia e nem todos com galactorréia terão Síndrome dos ovários policísticos.
hiperprolactinemia. A causa dela deve ser bem Lesões da parede torácica.
Produção ectópica por tumores (pulmão, rim)
investigada.
Desordens sistêmicas:
➢ Nas mulheres, pode persistir por até 6 meses após
Hipotireoidismo primário. SOP.
interrupção do aleitamento materno.
Afecções de parede torácica. IRC.
➢ Prevalência: Mulheres (30-80%) e homens (14-33%). A
Cirrose hepática. Epilepsia.
depender do estudo a porcentagem de pacientes
Beatriz Machado de Almeida
Endocrinologia – Resumo da prova 3

Medicamentos:
Bloqueadores do receptor de dopamina: Fenotiazinas
Prolactina
(clorpromazina), butirofenonas (haloperidol),
 Mulher → 10-20mg/l
metoclopramida. Inibidor da síntese de dopamina:
mitildopa. Depletores de catecolaminas: Reserpina. Anti  Homens → 5-15mg/dl.
HAS: labetolol, verapamil. ACO: Estrógenos Bloqueeadores
H2: Cimetidina, Ranitidina. ANticonvulsivante: fenitoína. Prolactina acima de 25 em ambos sexos merece
Antidepressivos: ADT, ISRS investigação.

Outros: cocaína, heroína, IMAO, opioides, inibidores de O valor da prolactina vai passar um spoiler
protease e anfetamina.
➢ Se na dosagem estiver >=200 é provável ter
prolactinoma.
Macroprolactinemia: quantidade de prolactina que seja ➢ Valores de PRL > 250 vem de um tumor maior do que
grande (big ou bigbig), mas que o paciente é
1cm.
assintomático. Nesse caso, não há necessidade de
tratamento. Não se deve confundir com o ➢ Valor de PRL >100 também é muito associado ao
macroprolactinoma. prolactinoma, mas a um prolactinoma menor que 1cm.

Obs: É importante pedir ao paciente que tenha uma boa É importante saber que existe uma proporcionalidade entre
noite de sono, não tenha feito exercício de forma intensa valores e tamanho do tumor se ele for produtor da
nos últimos 3 dias anteriores ao exame, e escolha um dia prolactina, isto você verá pela RNM.
que esteja menos estressado. O estresse, o sono e o
exercício dificilmente elevam a prolactina acima de 100.
No geral, as causas patológicas irão impedir a chegada da . Exames de imagem
dopamina para inibir a produção de prolactina, sendo a
causa mais comum o prolactinoma (principlamente o TC e RNM de sela túrcica.
micro – menor que 1 cm). O hipotireoidismo é não
controlado. Os medicamentos são as princiais causas, mas
Estes exames devem ser realizados somente após a
seu aumento não é exorbitante. Entretando,
antidepressivos podem levar a uma maior produção de exclusão de hiperprolactinemia de causa fisiológica,
prolactina. farmacológica ou decorrente de doenças sistêmicas. Toda
vez que a origem for duvidosa, deve-se solicitar o exame
de imagem.
Diagnóstico
Exceção: pacientes com manifestações neuro-
 História clínica e exame físico. oftalmológicas indicativas da presença de um tumor na
 Dosagem de prolactina sérica.
região selar.
 Tomografia computadorizada de sela túrcica.
OBS: alguns casos de dúvida é quando a PRL é de 100 ou
 Ressonância magnética de sela túrcica.
próximo a 100.

História clínica e exame físico


Laboratorial
▪ Uso de medicamentos que causam
Dosagem sérica de prolactina
hiperprolactinemia.
▪ Uso de drogas ilícitas (cocaina). • > 200ng/ml = macroprolactinoma (>10mm)
▪ Descartar gravidez. • <200 ng/ml = microprolactinoma (<10 mm) ou outras
▪ Afastar hipotireoidismo primário. cauas.
▪ Afastar IRC e cirrose (elas diminuem depuração da
prolactina, por diminuição do clearence tanto *LEMBRAR: os níveis de PRL são proporcionais ao tamanho
tumor*
hepático quanto renal)
▪ Pesquisar lesões traumática ou irritadiças da parede
torácica.

Cruzar dados da história com o quadro clínico do paciente,


juntamente com a dosagem sérica da prolactina são
essencial para o diagnóstico do paciente. E posteriormente
os exames de imagem ganham espaço. Mas sempre
lembrar de avaliar diagnóstico diferencial. Sempre que tiver
prolactina elevada deve dosar interleucina 1-beta.

Avaliar o diagnóstico diferencial dos prolactinomas: Dano


ou doença hipotalâmica ou na haste pituitária;
hipotireoidismo; SOP; lesões da parede torácica;
insuficiência renal; cirrose e medicamentos.
Beatriz Machado de Almeida
Endocrinologia – Resumo da prova 4

Esse é um esquema de investigação que será feito. Mas é for um tumor misto, somente algumas partes dele serão
preciso ficar atento as armadilhas. produtoras de PRL.

A dosagem de prolactina deve ser solicitada caso o


paciente tenha uma queixa clínica. Tratamento
▪ Armadilha 1: Pode acontecer quando se tem um
paciente sem queixas e a prolactina der alta. Deve-se Objetivo
pensar que esse aumento da prolactina deve ser por
aumento da macroprolactina. Desconfiando-se disso, • Normalizar os níveis de prolactina.
deve fazer uma nova dosagem da prolactina com • Reverter os sinais e sintomas (alterações menstruais,
pesquisa de macroprolactina. Se nesse exame a infertilidade, redução de libido, galactorreia,
macroPRL for positiva a investigação acaba ali, pois, o osteoporose).
paciente tem uma PRL alta por mecroprolactina. Não • Reverter os efeitos da massa tumoral (no caso dos
necessita de tratamento. macroadenomas).
Se caso o paciente TIVER algum tipo de sintomatologia e a • Preservar a função hipofisária residual (sempre que
dosagem de PRL >150 faz a RNM. possível, tratar com medicamentos! Deixar cirurgia para
último caso).
Caso a PRL 25-150 eu repito, se vier alto novamente deve- • Evitar recidivas ou progressão da doença.
se investigar, procurar causas fisiológicas, medicamentosas
e patológicas (hipotireoidismo). Se não tiver uma causa
óbvia deve ser feito uma RNM. O resultado da PRL <150 e Clínico
na RNM tiver um tumor menor que 1cm fecha o diagnóstico
de Microprolactinoma. Mas se vier na RMN uma massa • Agonistas dopaminérgicos (DA): hiperprolactinemia
maior que 1 cm é indicativo de macroadenoma e não de idiopática, micro e macroprolactinomas – carbegolina
um macroprolactinoma, ou seja, é um tumor não secretor VO, uso – 1x na semana (a dose é ajustada de acordo
mas sim algum tumor que esteja fazendo uma compressão. com a necessidade). O que causa hiperprolactinemia
é a falta de dopamina na hipófise. Então deve
potencializar o efeito dopaminérgico com o agonista
▪ Armadilha 2(efeito gancho): pode estar presente em
uma prolactina entre 25-150 que não consegue para ter bons resultados. O remédio pode diminuir os
explicar a sintomatologia grande e/ou a presença de efeitos da compressão do tumor. Em poucas semanas
um tumor de 2cm. Acontece que muitas vezes esse já tem bons resultados.
efeito é um artefato laboratorial que causa dosagem • Remoção do agente causal: causa farmacológica;
falsamente pouco elevada de PRL. Mesmo quando a • Tratamento da patologia associada – hipotireoidismo
concentração de PRL é muito elevada.
primário.
Isso acontece devido muitas vezes a presença de um
macroprolactinoma não funcionante. Cirúrgico
A grande maioria das dosagens de prolactina são feitas a • Via transesfenoidal ou transcraniana
partir de ensaios monoméricos, onde se usa dois anticorpos
que formam um ¨sanduíche com o antígeno¨, que nesse
caso, é a prolactina. Um desses anticorpos é responsável Tratamento dos microprolactonoma
por captar o antígeno, enquanto o outro anticorpo
funciona como sinalizador, que vai prencher o ¨sanduíche¨ Clínico medicamentoso
de prolatcina. Quando houverem níveis elevados de
antígenos, pode haver uma saturação de anticorpos, Os DA são considerados a abordagem terapêutica inicial -
fazendo com que o anticorpo sinalizador não consiga se por sua maior eficácia, melhor torelabilidade e maior
ligar ao anticorpo que encontra-se com o antígeno. Toda modalidade posológica. A cabergolina representa a
vez que houver um tumor não muito grande, mas com opção de escolha.
prolactina elevada (é isso ou é ao contário?), é necessário
solicitar a dosagem de prolactina após a diluição para
afastar essa armadilha. Cirúrgico
A cirurgia transfenoidal (TSS) quando feita por
*O EFEITO GANCHO É EM RELAÇÃO AOS VALOES DE neurocirurgiões com grande experiencia em TSS normaliza
PROLACTINA* os níveis de PRL, restaura ciclos menstruais e produz
desaparecimento da galactorréia em 85-90% dos
▪ Armadilha 3: decorre do tamanho da imagem que não pacientes, com baixo risco de complicações e
condiz com o efeito clínico do tumor, sendo necessário hipopituitarismo. Essa cirurgia é indicada também nos
investigar novamente, dosando a prolactina, e casos de resistência e/ou intolerância medicamentosa.
refazendo o exame de imagem.

▪ Armadilha 4: O hipotireoidismo primário. Tratamento dos macroprolactinomas


▪ Armadilha 5: O macro não funcionante, pode ter uma Pacientes com macroprolactinoma devem se sempre
morfologia mista (ex: presença de cistos). Então se ele tratados, não só pelos efeitos negativos da
hiperprolactinemia, mas também devido aos riscos de
Beatriz Machado de Almeida
Endocrinologia – Resumo da prova 5

posterior expansão tumoral, hipopituitarismo e defeitos dos


Prolactinoma e gravidez
campos visuais.
 Muitas das pacientes irão procurar o endócrino porque
não conseguem engravidar, e às vezes o primeiro sinal
Tratamento clínico que o tratamento está funcionando é a gravidez.
Considerado a opção inicial, mesmo no caso de tumores  Geralmente quando a paciente engravida pode
gigantes ou que se comprimam o quiasma óptico, pois uma considerar a suspensão do medicamento durante a
redução tumoral importante é conseguida na maioria dos gestação, e não terá um crescimento importante desse
casos após um tratamento de curta duração com DA. tumor.
Quando iniciada a terapia medicamentos, rapidamente
existe uma diminuição tumoral considerável. • A exemplo da hipófise normal, cujo volume aumenta
(70-130%) durante a gravidez, por hiperplasia dos
lactotrofos, prolactinomas podem crescer também.
Cirurgia Esse risco é maior para macroprolactinomas (15,5-
35,7%) do que para microprolactinomas (1,6-5,5%).
Devido a sua baixa eficácia para macroprolactinoma, a • Atualmente não há diretriz estabelecida sobre a melhor
cirurgia deve apenas ser considerada em situações maneira de se acompanhar uma gestante com
especiais em que não se consiga por via medicamentosa prolactinoma.
estabilizar a sintomatologia e cessar o crescimento do
tumor.  Microprolactinoma: Concordância de suspensão dos
DA devido ao baixo risco de expansão tumoral.
OBS: No tratamento de tumores, muitas vezes não se  Macroprolactinoma: Alguns mantém, enquanto outros
consegue zerar o tumor, o importante é diminuir o seu suspendem a medicação. Essas pacientes devem ser
tamanho e a sintomatologia clínica. Muitos dos paciente avaliadas a cada 2 meses.
alcançam uma estabilidade clínica (o tumor para de
crescer) e fazem o uso crônico da medicação. NÃO EXISTE
NECESSIDADE DO DESAPARECIMENTO DO TUMOR. Amamentação
Também é mantida a suspensão do medicamento durante
Resistência aos agonistas dopaminérgico a amamentação. Todavia, se for uma paciente com um
tumor grande e com sintomatologia importante, pode-se
▪ Falta de normalização dos níveis de PRL e/ou redução avaliar a manutenção do medicamento ou suspensão da
tumoral após 3 meses de tratamento com 15 mg/dia de amamentação.
BRC ou 3,5 mg de cabergolina. ▪ Não aumenta o risco de crescimento tumoral.
▪ Não normalização da PRL com dose máxima tolerada ▪ Permitido em pacientes com micro ou macroadenoma
dos DA. que permaneceu estável durante a gravidez —>
▪ Inabilidade dos DA em induzir normalização da PRL e manter sem AD.
redução tumoral de pelo menos 50%. ▪ Contraindicada em mulheres com sintomas
neurológicos na época do parto—> retornar AD.
Um outro exemplo é quando se tem um tumor de 4cm que
já se conseguiu reduzir os níveis de prolactina mas o tumor
ainda continua comprimido estruturas, pode se considerar
a cirurgia.

Deve sempre tratar cada caso com suas particularidades.

Indicações cirúrgicas do prolactinoma


▪ Alterações visuais não responsivas à terapia
medicamentosa.
▪ Adenomas não responsivos à terapia medicamentosa.
▪ Crescimento do tumor durante à terapia
medicamentosa. É muito raro de acontecer.
▪ Intolerância/resistência aos agonistas dopaminérgicos.
▪ Apoplexia hipofisária (raro).

Radioterapia
▪ Crescimento contínuo do tumor apesar de tratamento
cirúrgico e medicamentoso.
▪ HiperPRL persistente, sintomática apesar da terapia
medicamentosa e cirúrgica.
OBS: raramente hoje em dia se faz a radioterapia, mas em
alguns pacientes com hiperPRL secundária a um adenoma
que não é produtor de PRL e que não responde bem ao
medicamento e nem a cirurgia, é necessário considerar a
radioterapia.
Beatriz Machado de Almeida
Endocrinologia – Resumo da prova 6

Osteoporose
A osteoporose é uma doença bastante estudada, já que Quando se avalia uma osteopose em mulheres, ela
trabalha o metabolismo do cálcio. O objetivo do acontece logo depois da menopausa, e osso que perde a
tratamento é diminuir o risco de fraturas. densidade mais rápido é o trabeculado. Já em homens
acima de 70 anos será a de osso cortical.
 Introdução
 Fisiopatologia • Mulheres mais propensas.
 Fatores de risco • Alta morbidade, redução da independência.
 Etiologia • Mortalidade de 20% após fratura de quadril. Não se
 Diagnóstico refere isoladamente a fratura, até porque a morte
 Tratamento geralmente vem depois de 1-2 anos, sendo
relacionada a uma série de coisas.

Introdução Por ser uma doença que não apresenta sintomas, muitas
vezes ela vai se manifestar como uma fratura. Como é uma
 Definição: Doença esquelética silenciosa (muitas vezes doença que em grande parte se manifesta com o avançar
o paciente procura o médico devido a dores ósseas, da idade, ter uma queda/fratura vai fazer com que a
como dor na coluna ou nas pernas, associando isso a recuperação seja mais lenta, levando à morbidade e a
osteoporose, mas ... na realidade, a osteoporose não perda da independência.
dói!). Caracterizada por resistência comprometida,
predispondo a um risco aumentado de fraturas.
TECIDO ÓSSEO
 Resistência óssea reflete a integração de dois fatores:
densidade óssea (grama de osso por cm²) e qualidade ▪ Tecido especializado em constante
óssea. renovação/remodelação, responsável pela
 A osteoporose, em geral, é silenciosa, mas pode vir a sustentação do esqueleto.
doer quando se tem uma fratura osteoporótica ou
▪ Pico massa óssea – nascimento até 3º década da vida
abaulamento da vértebra. (em torno dos 20-25 anos).

O principal objetivo no tratamento da osteoporose é evitar Se na fase inicial da vida exista algo que interfira no ganho
que esse paciente tenha uma fratura. Antigamente existia dessa massa óssea, que contribua para que não se atinja o
um tratamento com fluoreto de sódio para tratar a pico adequado, provavelmente vai haver um maior risco
densidade óssea e começou a perceber que melhorava a de osteoporose no futuro. Portanto, é importante que se
densidade óssea e não tinha diminuição do risco de fratura. atinja o pico da massa óssea na idade adequada.
Pois, esse osso de densidade aumentada era de baixa
qualidade.
▪ Fatores que influenciam: raciais, genéticos, nutricionais
(dieta inadequada), hormonais, atividade física
O principal problema da osteoporose
(sedentarismo é fator de risco).
é o fator de risco para fratura!

Um indivíduo com baixo peso muitas vezes está


 Fator de risco para fratura (devido ao
relacionado com um maior risco de osteoporose,
comprometimento da resistência óssea).
principalmente por não ter feito um pico de massa óssea
 Desordem esquelética mais comum.
adequada, como também pela provável deficiência da
ingesta de cálcio e/ou de vitamina D. Além disso, existem
 Regiões mais precocemente atingidas: ossos
outras alterações que podem contribuir para que esse pico
trabeculares (vértebras dorsais e lombares) e região
de massa óssea não ocorra de forma adequada.
distal do rádio (Colles)
 Mais tardiamente: regiões de osso cortical – colo
Cuidado com o café, viu gente? (Isso, com certeza, foi a
femoral, transtrocantéricas.
pior informação que eu já ouvi na aula )

É importante lembrar que o osso basicamente tem osso


trabecular, que é aquele osso mais esponjoso FISIOLOGIA
(encontrando-se mais a nível de coluna, tendo um
No organismo, existem predomínios de determinados tipos
metabolismo bem acelerado), e o osso cortical, que é
de ossos, a depender do local.
aquele osso mais endurecido, relacionado com ossos mais
longos, como o fêmur, úmero (tem um metabolismo do O osso possui a parte trabecular (mais vascularizada, mais
cálcio com uma velocidade um pouco mais lenta do que porosa, troca metabólica bem acentuada). O osso cortical
o osso trabecular).
Beatriz Machado de Almeida
Endocrinologia – Resumo da prova 7

situa-se na região mais externa do osso (Ex. úmero e fêmur Na osteoporose, ocorre um predomínio na reabsorção
possuem predomínio de osso cortical). óssea, e a remodelação não ocorre de forma rápida e
eficiente como esperada.
 Osso cortical – camada
externa. Força óssea
 Osso esponjoso ou
A densidade óssea (grama/cm²) e a qualidade são muito
trabecular – camada interna
importantes nesse processo. Dentro de qualidade óssea
– interior dos ossos longos e
pode-se destacar: arquitetura do osso, mineralização em
esqueleto axial.
relação a celularidade e atuação do colágeno (faz
 Osso: predomina colágeno tipo 1 onde se deposita o
bastante diferença).
cálcio sob a forma de cristais de hidroxiapatita.

Osteoblastos – formação da matriz óssea

A formação e metabolização
óssea se dá a partir dos
osteoblastos (produtores de osso)
e os osteoclastos (iniciam a
degradação óssea).

O osso começa com a partir da degradação, que funciona


e estimula mais. Primeiramente acontece uma reabsorção
óssea pelo osteoclasto e depois o osteoblasto trabalha
naquele osso que foi reabsorvido, funcionando.
Causas
Em uma pessoa adulta, há o
equilíbrio entre essa  Acontece principalmente pelo predomínio de
atividade osteoclastica e a reabsorção óssea através de osteoclastos sobrepondo
atividade osteoblastica. Na os osteoblastos.
fase senil isso vai se
perdendo à medida que a Podem se dividir em:
atividade osteoclástica tem  Primária
um predomínio. ➢ Tipo 1 → Pós menopausa – alta reabsorção óssea.

Osteoblastos x osteoclastos O estrogênio tem um efeito protetor, e quando a mulher


perde esse estrogênio, existe um aumento muito grande da
Remodelação x reabsorção reabsorção óssea, e muitas vezes em 5-10 anos pode
evoluir para uma osteoporose.
➢ Tipo II → senil - diminuição da atividade osteoblástica.
Esse tipo pode ocorrer tanto na mulher (independente do
estrógeno) quanto no homem.

Primeiramente aparece a pós menopausa e depois a senil,


quando o homem ou mulher passam dos 70 anos.

O homem não desenvolve a tipo I (tem a osteoporose senil


ou secundária), que ocorre logo após os 50 anos. A tipo II
geralmente ocorre após os 70 anos. Quando a mulher
passa dos 70 anos, ela tem um predomínio da osteoporose
senil.
É interessante salientar que o osteoclasto começa a fazer  Secundária:
esse efeito de reabsorção óssea e o osteoblasto compensa ➢ Medicamentos: uso crônico de corticoides (O
essa ação com a remodelação. Entretanto, esse equilíbrio PRINCIPAL), heparina, lítio, anti retrovirais, anti virais,
é perdido na fase mais senil, quando a atividade diuréticos, L tiroxina (dose em excesso).
osteoclástica tem predomínio em relação à atividade
osteoblástica.
Beatriz Machado de Almeida
Endocrinologia – Resumo da prova 8

Quando o hormônio tireoidiano é utilizado para reposição, OBS: Quanto maior o IMC menor o risco de osteoporose.
não se tem esse risco, ou seja, esse risco só ocorre se houver
excesso de medicação.

➢ Endócrinas: hipertireoidismo, síndrome de Cushing,


hiperparatireoidismo (tira o cálcio do osso),
hipogonadismo.

➢ Metástases ósseas de câncer.

Avaliação clínica

▪ Paciente assintomático: O diagnóstico geralmente é


▪ O gráfico mostra como é o ganho normal de massa inesperado, o paciente vai ao consultório com outras
óssea durante os anos. Observa-se que todos os queixas.
indivíduos vão ganhando massa óssea ao longo da ▪ Cifose e perda estatural (muitas vezes existe um
vida, até chegar na terceira década, e posteriormente colapso das vértebras, e isso pode impactar na
ocorre um declínio, devido à perda de massa óssea, diminuição da altura).
▪ Exemplo: se uma pessoa inicia uma dieta pobre em ▪ Dor ou deformidade – associadas às fraturas.
cálcio e diminui o aporte de Vit D a curva vai ▪ Anamnese → história reprodutiva (menarca,
modificando, e chega em um pico que pode ser até gestações, ciclos menstruais e idade à menopausa -
menor. importante).
▪ Depois de uma certa idade vai se perdendo massa Uma das coisas que contribui e é fator de risco bastante
óssea, e em torno dos 70 anos que entra em um limiar importante relacionada à osteoporose é a menopausa
de fraturas. O problema é que a mulher perde muita precoce.
massa óssea pela alta velocidade de reabsorção
óssea que acontece pela deficiência do estrogênio. É importante avaliar história de cirurgia bariátrica. Quando
▪ O próprio tratamento da doença já começa desde a bem indicada, é uma excelente ferramenta para o
infância, oferecendo alimentos ricos em cálcio. tratamento da obesidade e do diabetes. Porém, se as
reposições não forem feitas adequadamente, esse
Fatores de risco paciente tem um maior risco de osteoporose.

 Não modificáveis: idade (acima de 70 anos), sexo ➢ Padrão nutricional – ingestão de cálcio – exposição ao
(feminino), genética, etnia (pessoas brancas). sol.
 Modificáveis: sedentarismo, deficiências nutricionais, ➢ Tabagismo, uso de álcool.
hábitos de vida (cafeína – acima de 200 mg), ➢ Antecedentes mórbidos – hipertireoidismo, diarreia
tabagismo e etilismo), hipogonadismo, imobilização. crônica, uso de corticoide e outras medicações.

A obesidade é um fator de ¨proteção¨ da osteoporose, ou A história clínica não é tão rica! É preciso ficar atento aos
seja, indivíduos obesos são menos propensos a fatores de risco.
desenvolverem osteoporose.
Importante sempre procurar a Osteoporose secundária.
Fatores de risco para fraturas
Avaliação laboratorial
Gênero, aumento da idade, diminuição do IMC, etnia,
fratura, artrite reumatoide, osteoporose, corticoide, ▪ Identificar causas secundárias de osteoporose: mesmo
tabagismo, álcool, diminuição da DEXA. que a idade seja compatível, possa ser que a
Beatriz Machado de Almeida
Endocrinologia – Resumo da prova 9

osteoporose não seja desencadeada pela idade, mas escore, porém, não tem como dizer se ele tem ou não
sim devido a causas secundárias. osteoporose.
▪ Cálcio, hemograma, 25 hidroxi vitamina D, PTH: mais
solicitada na prática clínica. Doenças degenerativas e fraturas podem elevar
▪ Marcadores bioquímicos de remodelação óssea: falsamente a DMO. Portanto, alguns pacientes que tem
osteocalcina, fosfatase alcalina (mais solicitado, é um muita artrose na coluna, às vezes é interessante fazer a
marcador de formação óssea - total ou específica), densitometria de antebraço, para que não se tenha um
pró-peptídeos do colágeno tipo 1, C-telopeptídeo. resultado falso.

➢ Entra para avaliar se há uma reabsorção óssea Muitas vezes o paciente tem o Z escore normal e o T escore
importante. alterado, e é nisso que devemos prestar atenção.
➢ Às vezes, os marcadores entram no
acompanhamento, ao se estipular o
tratamento, analisando se o mesmo é ou não
eficaz.

DENSITOMETRIA ÓSSEA (DO)


É o principal exame, que fecha o diagnóstico de
osteoporose. Apesar de usar raio X, a densitometria é um
exame pouco radioativo. Porém, ela não diferencia se é um Imagem 1: representação do aparelho de densitometria
osso trabecular ou cortical. Sempre que o exame é óssea, que se assemelha a um tomógrafo. A radioatividade
solicitado, pede-se densitometria de coluna lombar (osso+ desse exame é inferior à de um raio X simples. A densidade
trabecular) e fêmur (osso mais cortical), pois é importante é dada em mg/cm². O ideal é que se faça em 2 sítios com
avaliar pelo menos em 2 sítios para saber como encontra- predomínio ósseo distinto.
se o paciente em relação à densidade óssea.

Alguns pacientes, antes de fazer a cirurgia bariátrica,


costuma-se solicitar uma densitometria óssea, pois se quer
avaliar, após a cirurgia, como está sendo a perda de massa
óssea. O aparelho que realiza esse exame normalmente
suporta até 150kg, então em muitos pacientes não se
consegue realizá-lo. Então, nesses casos, a alternativa é
utilizar o antebraço.

Objetivo – determinar a densidade mineral óssea.


• Coluna lombar (L1-L4), fêmur total e colo do fêmur.
• Antebraço (radio distal ou 33%). Gráfico: observa-se a massa óssea de um fêmur total. A
linha tracejada indica a média de pico de massa óssea.
Ele vai ser dado em Z e T escore. Quando o paciente se encontra -1DP, ele não tem nada.
Entretanto, quando ele tem -2,5DP, ele tem osteoporose.
Z escore → Compara densidade óssea de indivíduos
da mesma idade. Ele avalia se o paciente tem BAIXA Aqui é como
massa óssea, e se considera um desvio de -2. se vem um
Massa óssea baixa ≠ Osteoporose. laudo de
densitometria
➢ T escore → Compara densidade óssea com adultos óssea, Nesse
jovens (20 a 30 anos). caso, o
paciente tem
O diagnóstico de osteoporose na densitometria óssea é osteopenia.
dado pelo T escore.

O Z escore não é utilizado para o diagnóstico da


osteoporose, mas sim para identificar se o paciente tem ▪ Geralmente, só se analisa o Z escore em uma
uma massa óssea compatível para a sua idade, sendo população mais jovem (ex. adolescente e adultos
utilizado em paciente mais jovens, ou seja, paciente com jovem).
menos de 50 anos. Não é possível dizer se esse paciente ▪ Em um paciente que realizou cirurgia bariátrica, o Z
possui uma baixa densidade óssea. escore é importante fator a ser avaliado.

Osteopenia X Osteoporose: Qual a diferença?


Quando se faz densitometria em um paciente com menos
de 50 anos de idade, não se utiliza o T score; usa só o Z
Beatriz Machado de Almeida
Endocrinologia – Resumo da prova 10

A Osteopenia é a parte intermediária entre a densidade A DO é sempre pedida em:


óssea considerada normal para a osteoporose. Nem
sempre é necessário o uso de medicamentos para tratar. • Mulheres >= 65anos /
Homens >70 anos.
OBS: a avaliação é feita com o T Escore • Homens ou mulheres
acima de 50 anos + fator de
Interpretação risco importante.
• Se já tiver uma fratura
O T escore só terá validade para homens com mais de 50 osteoporótica.
anos e mulheres na pós menopausa ou climatério. • Menopausa precoce.

T escore:
Tratamento
➢ Até -1 → Normal.
➢ De -1, 01 até - 2,49 → osteopenia ou baixa massa
óssea. ▪ Prevenção – assegurar pico de massa óssea adequado
➢ < ou = - 2,5 → Osteoporose. e evitar perda óssea. Primeira coisa.
▪ Evitar/cessar fatores de risco:
Se possível, fazer o exame sempre na mesma máquina, pois ▪ Parar de fumar.
a calibragem pode ser diferente de uma para outra. ▪ Reduzir consumo de cafeína e álcool.
▪ Prevenção de quedas: desde fortalecer a musculatura
Toda vez que se tem um paciente com para que o paciente tenha mais firmeza e equilíbrio,
probabilidade/fatores de risco para osteoporose, deve-se até proporcionar um ambiente que tenha menos risco
solicitar a densitometria óssea. Esse exame, na maioria das de quedas.
vezes, não é difícil de marcar, conseguindo relativamente ▪ Atividade física resistida: preferir musculação, tanto
fácil pelo SUS, até porque não é exame de urgência. para ganho de força quanto para ganho de massa
Existem situações nas quais o paciente tem uma certa muscular. Muitas vezes, a falta de equilíbrio é
dificuldade em realizar esse exame, podendo-se pensar em desencadeada pela baixa massa muscular
alternativas. (sarcopenia).Cuidados com atividades que propiciam
a queda.

FRAX
Suplementação de cálcio

1. Ingestão adequada de cálcio.


2. 1 a 1,2g de cálcio ao dia.
3. Preferir cálcio alimentar.
4. Suplementação, náuseas, obstipação intestinal, azia,
litíase renal.

É importante estar atento à suplementação de cálcio.


Quando não tem a densitometria óssea, ou o paciente Dentro da anamnese, é importante avaliar se ele está com
possui alguma limitação que o impossibilita de realizar esse uma ingesta adequada de cálcio, ou seja, 1g a 1,2g de
exame, e se quer avaliar ainda mais esse risco de fratura, cálcio por dia. Dentro desse suporte, se for identificado que
tem o FRAX. O médico entra através do link, informa os esse paciente esteja ingerindo menos cálcio, deve-se dar
dados necessários, e ele disponibiliza o risco de fratura, preferência ao cálcio alimentar, mas se não for possível,
utilizando-o no caso da incapacidade de realizar suplementa-se. É importante se atentar que a
densitometria, avaliando-se a necessidade de tratamento. suplementação de cálcio em alguns pacientes pode levar
a náuseas, obstipação intestinal, azia, ou até litíase renal. A
Além disso, no paciente que em que a densitometria epigastralgia é uma queixa importante, e, geralmente se
acusou osteopenia, mas ainda se tem dúvidas, pois acha faz a suplementação de cálcio após a refeição.
que o paciente possui um fator de risco a mais, pode-se
utilizar o FRAX para ajudar na decisão. Existem muitos pacientes que não toleram uso de cálcio
devido à obstipação intestinal ou epigastralgia.
Beatriz Machado de Almeida
Endocrinologia – Resumo da prova 11

• Teriparatida estimula a formação óssea, mas é muito


cara. Essa droga é indicada quando falha do
bifosfonato e fraturas.

(Essa parte de tratamento farmacológico eu realmente


não consegui entender).

Osteoporose no homem
▪ 30%das fraturas osteoporóticas ocorrem nos homens
▪ 15-25% das fraturas- deficiência androgênica
▪ Mesmas causas secundárias (prestar muita atenção -
Principais alimentos com maior quantidade de cálcio: 1 hipogonadismo, uso prévio de corticoide, abuso de
copo de leite, 1 fatia de queijo minas, 1/4 xícara de álcool, passado de ressecção gástrica.
amêndoas, 1 laranja média, 1 iogurte, 4 colheres de ▪ Paciente trans- mantém a massa óssea com reposição
espinafre cozida, 100 g de sardinha em conserva, ½ xícara hormonal.
de brócolis cozido. Nem sempre é possível chegar à
quantidade de cálcio adequada só com a alimentação, Osteoporose por uso de corticoide
mas é importante sempre fazer esse inquérito.
▪ Causa mais comum de osteoporose secundária.
▪ Endógenos (Síndrome de Cushing) ou exógenos.
Tratamento farmacológico
▪ Uso de glicocorticoides (5mg/dia de Predinisona por >3
Deve-se tratar a osteoporose para diminuir o risco de meses). O mais comum é o uso exógeno crônico de
fraturas. cortisol.
▪ Fraturas – 30 a 50% dos usuários crônicos de corticoide.
Indicação – presença de fratura por fragilidade,
independente do T score.
Corticosteroides
Se o FRAX demonstra que o paciente possui uma chance ▪ Supressão da atividade dos osteoblastos, redução na
maior (acima de 3%) de fratura, já se inicia o tratamento. massa óssea e fragilidade para reagir a microlesões.
▪ Inibição da absorção intestinal de cálcio.
• T score < ou = - 2,5. ▪ Aumentam a produção de RANK (onde o denosumab
• T escore entre < ou = - 1,5 (osteopenia) com fatores de vai agir) promovendo atividade osteoclástica.
risco.

Temos 2 formas de tratar: Recomendações em usuários de corticoide


 Estimuladores da formação óssea – Teriparatida.
▪ Dosagem anual de 25 OH vitamina D, acompanhar
Porém, é injetável e cara. Usamos em pacientes que
estatura.
tenham um maior risco de fraturas.
 Inibidores da reabsorção óssea (são os de primeira Se o paciente tem fatores de risco importante deve-se:
escolha – tratamento inicial) – bifosfonatos (escolha –
semanal – tem no SUS). Outros bifosfonatos semanais e ▪ Cessas tabagismo, reduzir ingestão de álcool e realizar
mensais, estrogênios (reposição hormonal pós atividade física.
menopausa – optativo), calcitonina, moduladores ▪ Reposição de cálcio e vitamina D.
seletivos dos receptores de estrógeno, (SERM) ▪ Mulheres pós menopausa e homens >50 anos – avaliar
denosumab (medicação semestral e injetável). introdução de bifosfonato – tratar precocemente.

Moduladores seletivos dos receptores de estrógeno são


aqueles medicamentos que atuam nos receptores de
estrógeno ali do osso, mas atuam também em outros órgãos
Conclusão
(ex.mama), podendo aumentar o risco para CA de mama. ▪ Alta prevalência.
▪ Subdiagnosticada e subtratada.
▪ Fraturas osteoporóticas estão associadas com
• O denosumab - Geralmente se usa em pacientes que significativa morbidade e mortalidade.
não há melhora com o bifosfonato. ▪ O diagnóstico correto e o manejo terapêutico
• O Estrôncio é um medicamento que estimula tanto a adequado são fundamentais para reduzir as
formação óssea como reabsorção óssea. Não tem no consequências desta doença.
brasil.

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