Você está na página 1de 82

METABOLISMO

LIPÍDIOS
LIPÍDIOS
FUNÇÕES DOS LIPÍDIOS

• Estrutura da membrana celular; • Chaperonas;


• Reserva de energia; • Agentes emulsificantes;
• Síntese de vitaminas e • Proteção;
hormônios; • Isolantes térmicos;
• Cofatores enzimáticos;
• Pigmentos fotossensíveis;
• Mensageiros intracelulares
• Transportadores de elétrons;
CARACTERÍSTICA DOS LIPÍDIOS

• Baixa (ou nenhuma) solubilidade em água;


• Solubilidade em solventes orgânicos (éter e
Clorofórmio);
• Encontrados na forma de micelas
CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS
ÁCIDOS GRAXOS
• SATURADOS: Não possuem duplas ligações e são geralmente sólidos à temperatura ambiente. As gorduras de origem
animal são geralmente ricas em ácidos graxos saturados (carne bovina, porco, galinha, gema do ovo (principalmente
produtos animais); óleo de coco, folhas de palmeiras).
• INSATURADOS (Cis ou Trans): Possuem uma ou mais duplas ligações sendo mono (uma ligação dupla) ou poliinsaturados
(duas ou mais ligações duplas). São geralmente líquidos à temperatura ambiente. Os óleos de origem vegetal são ricos
em ácidos graxos insaturados.
CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS
ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS: CIS
• Em quase todos os ácidos graxos insaturados que ocorrem naturalmente, as ligações duplas encontram se
em configuração cis (quando os hidrogênios se encontram no mesmo lado do plano)
CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS
ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS: CIS
Óleos vegetais são hidrogenados parcialmente:
• Aumentar o prazo de validade;
• Aumentar a sua estabilidade às altas temperaturas;
• Converte muitas das ligações duplas cis em ligações simples aumentando o ponto de fusão dos óleos;

Efeito indesejado: algumas ligações duplas cis são convertidas em ligações duplas trans.
CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS
ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS: TRANS
• Os ácidos graxos trans (quando os hidrogênios se encontram em lados opostos do plano ) estão presentes
em produtos industrializados, como na margarina e na gordura vegetal hidrogenada.
CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS
ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS: TRANS
• Aumentam o nível de triacilgliceróis;
• Aumento do nível de LDL;
• Diminuição do HDL;
• Aumento da gordura visceral;
• Produção de placa de ateroma;
• Obesidade;
• Diabetes;
CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS
ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS:
São poliinsaturados não sintetizados pelas células do organismo, portanto, devem ser adquiridos através da
alimentação. Existem dois ácidos graxos essenciais, são eles: ômega-3 (ácido linolênico) e ômega-6 (ácido
linoleico). O ácido graxo ômega-3 é encontrado principalmente nos peixes e óleos de peixe. Por outro lado,
as melhores fontes alimentares de ácido graxo ômega-6 são os óleos vegetais (girassol, milho, soja, algodão).
CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS

LIPÍDIOS DE MEMBRANA
• Fosfolipídios (esfingolipídios e glicerofosfolipídios): lipídios compostos por uma
molécula de glicerol, por uma cadeia insaturada de ácido graxo e uma cadeia
saturada, por um ou dois grupos fosfato e uma molécula polar ligada a ele.
Fosfolipidios são moléculas anfipátias, ou seja, possuem parte da molécula que é
hidrofílica e a outra parte que é hidrofóbica.
CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS

LIPÍDIOS DE MEMBRANA

• Glicolipídios (esfingolipídios e galactolipídios):derivados do composto precursor


ácido fosfatídico, são lipídios de membrana, compostos de dois ácidos graxos
ligados ao primeiro e segundo carbono do glicerol por uma ligação éster e o
grupo bem polar está ligado por uma ligação fosfodiéster ao terceiro carbono.
Uma vez que os ácidos graxos que o compõem podem ser de qualquer tipo, um
mesmo fosfolipídio pode ter moléculas distintas.
CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS
• ESTERÓIS COFATORES
• Hormônios • Vitaminas
• Vitaminas • Quinonas
• Colesterol Mensageiros
ESTRUTURAIS • Eicosanoides
• Ceras • prostaglandinas,

ARMAZENAMENTO • tromboxanos
• leucotrienos
• Triacilgliceróis
METABOLISMO DE TAG E GLICEROL

As células podem obter energia de ácidos graxos de três fontes:


• Gorduras consumidas na dieta;
• Gorduras armazenadas nas células como gotículas de lipídeos;
• Gorduras sintetizadas no fígado para exportação a outro órgão.
METABOLISMO
ÁCIDOS
GRAXOS
2 destinos: músculo ou tec
Quilomicrons caem na adiposo. Nos capilares
Gorduras alimentação são corrente linfática e desses tecidos, lipases
insolúveis em água lipoprotéicas quebram os
passam para a corrente TAGs em AGL e glicerol e
sanguínea são absorvidos pelas células
alvo

Voltam a ser TAGs na célula


Emulsificados pelos sais epitelial, juntam-se com No músculo AGL e glicerol
biliares no instino delgado apolipoproteínas colesterol são oxidados para
formando TAGs e fosfolipídios, formando produção de energia
QUILOMICRONS

Quebrados em DAGs, Absorvidos pelas células No tecido adiposo voltam a


MAGs, AGL e glicerol pelas epiteliais do intestino formar TAG e são
lipases armazenados
QUILOMICRONS

Os quilomícrons são as lipoproteínas que transportam


na circulação os lipídios da dieta absorvidos pelo
intestino delgado após o intenso processo e hidrólise
dos triglicérides, fosfolípides e do colesterol, que
ocorre na luz intestinal sob catálise de Lipases de
origem pancreática.
CONTROLE DA VIA
Baixa de glicose no sangue AGL passam para a Ligam-se a albumina sérica
libera glucagon na corrente corrente sanguínea e são transportados até os
sanguínea tecidos

Dissociam-se da albumina e
Interage com seu receptor Ação de lipases que passam para ocitosol das
na membrana do adipócito liberam AGL + glicerol células através de um
transportador

Proteína G ativa adenilato cAMP ativa PKA que abre AGL são oxidados para
ciclase a produzir cAMP as gotículas de lipídios produção de energia
SÍNTESE DE ÁCIDO GRAXO
Síntese de lipídeos é uma parte essencial do
metabolismo celular, pois esse compostos são
elementos fundamentais das membranas celulares. A
mais importante dessas vias é a síntese de ácidos
graxos, pois estes são necessários aos triacilgliceróis.
Outras vias biossintéticas importantes incluem a
síntese de colesterol, a de eicosanoides e a dos
esfingolipídeos. Os lipídeos também podem ser
degradados como parte do metabolismo celular
normal.

SÍNTESE DE ÁCIDO GRAXO


As vias catabólicas do metabolismo lipídico são parte do
metabolismo energético básico dos animais. Os triacilgliceróis e
o glicogênio são suas duas principais fontes de energia
armazenada. O glicogênio pode fornecer ATP para a contração
muscular apenas por uma fração de hora. O trabalho intenso e
prolongado, como a migração dos pássaros ou o esforço dos
maratonistas, é mantido pelo metabolismo dos triacilgliceróis.

SÍNTESE DE ÁCIDO GRAXO


Estes são anidros, e seus ácidos graxos são mais reduzidos do que os aminoácidos ou os
monossacarídeos, o que os torna mais eficientes como fonte de energia armazenada para uso
posterior.

SÍNTESE DE ÁCIDO GRAXO


Os triacilgliceróis são oxidados quando a
demanda energética cresce. Na maioria dos
casos, a gordura só é utilizada quando outras
fontes de energia, como a glicose, não estão
disponíveis.

SÍNTESE DE ÁCIDO GRAXO


SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
Os ácidos graxos são sintetizados pela adição repetida de duas unidades de carbono a uma
cadeia hidrocarbônica. Essa cadeia crescente é ligada de forma covalente à proteína carreadora
de acila (ACP), uma coenzima. Essa ligação é do tipo tioéster, como no acetil-CoA. Uma visão geral
da síntese de ácidos graxos é apresentada a seguir:

SÍNTESE DE ÁCIDO GRAXO


As primeiras etapas da via sintética dos ácidos graxos são a produção de acetil-
-ACP e a de malonil-ACP a partir de acetil-CoA (ácido malônico, ou malonato, é o
nome do ácido dicarboxílico C3 padrão). A etapa de iniciação envolve a condensação
de acetila e malonila para formar um precursor de quatro carbonos e CO2. Esse precursor
serve como iniciador para a síntese de ácidos graxos.

SÍNTESE DE ÁCIDO GRAXO


No estágio de alongamento, o grupo acila ligado ao ACP (acil-ACP) é estendido em dois carbonos
doados pelo malonil-ACP. O produto da condensação inicial (3-cetoacil-ACP) é modificado por
duas reações de redução e uma desidratação, produzindo um acil-ACP mais longo que
serve, então, como substrato para outras reações de condensação.
Em todas as espécies, a síntese de ácidos graxos ocorre no citosol.

SÍNTESE DE ÁCIDO GRAXO


Nos mamíferos adultos, ela ocorre, em grande
parte, nas células hepáticas e nos adipócitos.
Uma parcela da síntese dos ácidos graxos
ocorre em células especializadas, como as
glândulas mamárias no período da
amamentação.

SÍNTESE DE ÁCIDO GRAXO


SÍNTESE DE MALONIL-ACP E DE ACETIL-ACP
O malonil-ACP é o substrato da biossíntese dos ácidos graxos. Ele é sintetizado em
duas etapas, a primeira das quais é a carboxilação do acetil-CoA no citosol, formando
malonil-CoA. Essa reação é catalisada por uma enzima dependente de
biotina, a acetil-CoA carboxilase, e seu mecanismo é semelhante ao da reação catalisada
pela piruvato carboxilase. A ativação dependente de ATP do HCO3- forma carboxibiotina.

SÍNTESE DE MALONIL-ACP E DE
ACETIL-ACP
A essa reação segue-se a transferência do CO2 ativado para o acetil-coa, formando malonil-coa.
Essas reações são catalisadas nos eucariontes por uma enzima bifuncional, cuja porção biotina fica
em um braço flexível e se move entre os dois sítios ativos. A acetil-CoA carboxilase é a principal
enzima reguladora da síntese de ácidos graxos, e a reação de carboxilação é metabolicamente
irreversível.

SÍNTESE DE MALONIL-ACP E DE
ACETIL-ACP
A segunda etapa na síntese de malonil-ACP é a
transferência da porção malonila da coenzima A
para o ACP. Essa reação é catalisada pela
malonil-CoA:ACP transacilase. Uma enzima
semelhante, chamada acetil-CoA:ACP transacilase,
converte acetil-CoA em acetil-ACP. Na maioria das
espécies, essas são enzimas separadas, específicas
para malonil-CoA ou para acetil-CoA, mas nos
mamíferos as duas atividades são combinadas em
uma enzima bifuncional, a malonil-acetil
transferase (MAT), que faz parte de um complexo
maio

SÍNTESE DE MALONIL-ACP E DE
ACETIL-ACP
A REAÇÃO DE INICIAÇÃO DA SÍNTESE DE
ÁCIDOS GRAXOS
A síntese dos ácidos graxos de cadeia longa começa com a
formação de uma unidade de quatro carbonos ligada ao
ACP. Essa molécula, chamada acetoacetil-acp, e formada
pela condensação de um substrato de dois carbonos (acetil-
coa ou acetil-acp) e um de três carbonos (malonil-acp), com
perda de CO2. A reação e catalisada pela 3-cetoacil-acp
sintase (KAS).

A REAÇÃO DE INICIAÇÃO DA
SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
Uma unidade de dois carbonos do acetil-coa e transferida a
enzima, onde se liga covalentemente, através de uma
ligação tioester. A enzima, então, catalisa a transferência
dessa unidade de dois carbonos para a extremidade da
cadeia de malonil-acp, gerando um intermediário de quatro
carbonos e liberando CO2. Versões eucariontes da 3-
cetoacil-acp sintase catalisam a mesma reação, exceto pelo
fato de que utilizam acetil-acp como substrato inicial

A REAÇÃO DE INICIAÇÃO DA
SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
AS REAÇÕES DE ALONGAMENTO NA SÍNTESE DE
ÁCIDOS GRAXOS
O acetoacetil-acp contém a menor versão de uma porção 3-cetoacila. O “3-ceto-” no nome dessa
molécula refere-se à presença de um grupo ceto na posição C-3. Na terminologia mais antiga, esse
átomo de carbono era chamado carbono-β e o produto era uma porção β-cetoacila.

AS REAÇÕES DE ALONGAMENTO
NA SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
A enzima de condensação também é chamada β-cetoacil-acp sintase. Para preparar as reações de
condensação seguintes, essa porção 3-cetoacila oxidada precisa ser reduzida pela transferência de
elétrons (e prótons) à posição C-3. Para tal são necessárias três reações:

AS REAÇÕES DE ALONGAMENTO
NA SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
Finalmente, uma segunda redução adiciona hidrogênios para criar o grupo acila reduzido. Essa é
uma estratégia de oxidação-redução comum nas vias bioquímicas.

AS REAÇÕES DE ALONGAMENTO
NA SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
A Primeira redução é catalisada pela 3-cetoacil-
acp redutase (KR). O nome completo Da enzima de
desidratação é 3-hidroxiacil-acp desidratase (DH).
A segunda redução é catalisada pela enoil-acp
redutase (ER). Observe que, durante a síntese, o
isômero D do intermediário α-hidroxi é formado em
uma reação dependente de NADPH.

AS REAÇÕES DE ALONGAMENTO
NA SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
Produto final das etapas de redução, desidratação
e redução e um acil-acp mais longo em dois
carbonos. Esse produto torna-se o substrato para
as formas de alongamento da 3-cetoacil-acp
sintase (KAS I e KAS II). Todas as espécies usam
malonil-ACP como doador de carbono na reação
de condensação. As reações de alongamento são
repetidas muitas vezes, resultando em cadeias de
ácidos graxos cada vez mais longas.

AS REAÇÕES DE ALONGAMENTO
NA SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
Produtos finais da síntese de ácidos graxos saturados tem 16 e 18 carbonos. Cadeias maiores não
podem ser acomodadas no sitio de ligação da enzima de condensação. O acido graxo pronto e
liberado da ACP por ação de uma tioesterase (TE), que catalisa uma reação de clivagem,
regenerando HS-ACP. Por exemplo, palmitoil-acp e um substrato para uma tioesterase que catalisa
a formação de palmitato e HS-ACP.

AS REAÇÕES DE ALONGAMENTO
NA SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
A estequiometria completa da síntese de palmitato a partir de acetil-coa e malonil-Coa e:

AS REAÇÕES DE ALONGAMENTO
NA SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
O grande polipeptídio de mamíferos tem cerca de
2.500 resíduos de aminoácidos (mr = 270 kda). A
acido graxo sintase e um dímero no qual os dois
monômeros são fortemente ligados, criando uma
enzima com dois sítios, em que os ácidos graxos são
sintetizados de cada lado do eixo do dímero.

AS REAÇÕES DE ALONGAMENTO
NA SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
A parte de baixo da enzima tem as atividades condensadoras de malonil/acetil transferase (MAT)
e 3-cetoacil-ACP sintase (KAS), responsável pela adição de dois novos carbonos a cadeia em
crescimento. Essas enzimas ligam o acido graxo a um grupo prostético acp-fosfopanteteina (ACP)
ligado a enzima, posicionado em um braço flexível. O acido graxo ligado a ACP visita os sítios
ativos das atividades modificadoras:
• 3-cetoacil-acp redutase (KR),
• 3-hidroxiacil-acp desidratase (DH),
• enoil-acp redutase (ER).
Por fim, a cadeia de acido graxo e liberada pela atividade de tioesterase (TE).

AS REAÇÕES DE ALONGAMENTO
NA SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
As estruturas dos domínios ACP e TE não são resolvidas na estrutura cristalina porque eles são
presos a parte principal da enzima por um pequeno grupo de resíduos intrinsecamente
desordenados. Esses domínios flexíveis precisam ter movimento livre durante a reação.

AS REAÇÕES DE ALONGAMENTO
NA SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS
ATIVAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS
A reação da tioesterase resulta na liberação de ácidos graxos livres,
mas modificações subsequentes destes requerem uma etapa de ativação
na qual eles são convertidos a tioesteres da coenzima A, em uma reação
dependente de ATP, catalisada pela acil-coa sintetase.

ATIVAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS


O pirofosfato liberado nessa reação é hidrolisado em duas moléculas de
fosfato, por ação da pirofosfatase. Em consequência, duas ligações
fosfoanidrido, ou dois equivalentes de ATP, são consumidos para formar os
tioesteres de coa dos ácidos graxos. Bactérias, em geral, tem apenas uma
acil-coa sintetase, mas nos mamíferos ha pelo menos quatro isoformas
diferentes dessa enzima.

ATIVAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS


Ativação dos ácidos graxos e
necessária para sua incorporação
nos lipídeos de membranas

ATIVAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS


EXTENSÃO E INSATURAÇÃO DE ÁCIDOS
GRAXOS
Via da acido graxo sintase não e capaz de produzir ácidos graxos com mais do que 16 ou 18
carbonos (C16 ou C18). Ácidos graxos maiores são feitos pela extensão da cadeia de palmitoil-coa
ou de estearoil-coa em reações de extensão separadas.

EXTENSÃO E INSATURAÇÃO DE
ÁCIDOS GRAXOS
As enzimas que catalisam essas extensões são conhecidas como
elongases; elas utilizam malonil--coa (e nao malonil-acp) como
fonte de dois carbonos para a extensão. Um exemplo de reação
de elongase e mostrada abaixo, na etapa 2 da figura 16.8.
Ácidos graxos de cadeia longa, como os C20 e C22, são comuns;
no entanto, os C24 e C26 são raros.

EXTENSÃO E INSATURAÇÃO DE
ÁCIDOS GRAXOS
Ácidos graxos insaturados são sintetizados tanto nas bactérias como nos eucariontes, mas as vias são
bem diferentes. Nos sistemas tipo II de síntese de ácidos graxos (bacteriano), uma ligação dupla e
adicionada a cadeia crescente quando ela atinge o tamanho de dez átomos de carbono.

EXTENSÃO E INSATURAÇÃO DE
ÁCIDOS GRAXOS
A reação e catalisada por enzimas especificas, que
reconhecem o intermediário C10. Por exemplo, a 3-
hidroxidecanoil-acp desidratasse introduz uma
ligação dupla, especificamente, na posição 2,
exatamente como na reação normal de
desidratação da síntese de ácidos graxos.

EXTENSÃO E INSATURAÇÃO DE
ÁCIDOS GRAXOS
Mas a C10 desidratase especifica cria um cis-2-
decanoil-acp, e não o produto de configuração
trans, que serve como substrato para a enoil-acp
redutase.

EXTENSÃO E INSATURAÇÃO DE
ÁCIDOS GRAXOS
O alongamento subsequente desse acido graxo insaturado se da pela via normal da acido graxo
sintase, exceto pelo fato de que uma enzima 3-cetoacil-acp sintase especifica reconhece o acido
graxo insaturado na reação de condensação. Os produtos finais serão os ácidos graxos insaturados
16:1 Δ8 e 18:1 Δ10. Estes podem ser ainda modificados nas bactérias para criar ácidos graxos
poli-insaturados (pufas).

EXTENSÃO E INSATURAÇÃO DE
ÁCIDOS GRAXOS
As cadeias podem ser estendidas por elongases, e duplas ligações adicionais podem ser
introduzidas por uma classe de enzimas chamadas dessaturases. As bactérias contem uma grande
variedade de pufas, que servem para aumentar a fluidez das membranas quando as espécies
enfrentam temperaturas baixas.

EXTENSÃO E INSATURAÇÃO DE
ÁCIDOS GRAXOS
Por exemplo, muitas espécies de bactérias marinhas sintetizam pufas 20:5 e 22:6. Nessas espécies,
ate 25% dos ácidos graxos de membranas são ácidos graxos poli-insaturados grandes.

EXTENSÃO E INSATURAÇÃO DE
ÁCIDOS GRAXOS
A introdução de uma ligação dupla durante a síntese dos ácidos graxos não e possível nos
eucariontes porque estes empregam a acido graxo sintase tipo I, que tem atividade apenas de
uma 3-cetoacil-acp sintase (KAS), parte da grande proteína multifuncional. O sitio ativo da KAS dos
eucariontes não reconhece intermediários insaturados dos ácidos graxos e não e capaz de estende-
los se estes forem criados na etapa C10, como nas bactérias. Em consequência, os eucariontes
sintetizam ácidos graxos insaturados inteiramente através das dessaturases, que atuam sobre os
derivados palmitoil-coa e estearoil-coa completos.

EXTENSÃO E INSATURAÇÃO DE
ÁCIDOS GRAXOS
A maior parte das células eucariontes contem varias dessaturases, que catalisam a formação de
ligações duplas em posições afastadas ate 15 carbonos da carboxila do acido graxo. Por exemplo,
o palmitoil-coa e oxidado em seu analogo 16:1 Δ9, que pode ser hidrolisado para formar o acido
graxo comum palmitoleato. Ácidos graxos poli-insaturados são sintetizados pela ação sequencial de
diferentes dessaturases, altamente especificas. Na maioria dos casos, as ligações duplas são
espaçadas por intervalos de três carbonos, como na síntese de α-linolenato nas plantas ( que
eventualmente podem ser digeridas e processadas pelo nosso corpo durante a alimentação).

EXTENSÃO E INSATURAÇÃO DE
ÁCIDOS GRAXOS
SÍNTESE DE COLESTEROL
O esteroide colesterol é um componente importante de muitas membranas e um precursor dos
hormônios esteroidais e dos sais biliares nos mamíferos. Todos os átomos de carbono do colesterol
vêm do acetil-coa, um fato que foi verificado nos primeiros experimentos com marcação de
radioisótopos. O esqualeno, um hidrocarboneto linear de 30 carbonos, é um intermediário na
biossíntese da molécula de colesterol, com 27 carbonos. O esqualeno é formado por unidades de
cinco carbonos relacionadas ao isopreno. As etapas da rota biossintética do colesterol são:

SÍNTESE DE COLESTEROL
ETAPA 1: ACETIL-COA A ISOPENTENIL-DIFOSFATO

Primeira etapa na síntese do colesterol é a


condensação sequencial de três moléculas de acetil-
coa. Essas etapas de condensação são catalisadas
pela acetoacetil-coa tiolase e pela HMG-CoA
sintase. O produto, HMG-CoA, é reduzido a
mevalonato em uma reação catalisada pela HMG-
CoA redutase.

SÍNTESE DE COLESTEROL
ETAPA 1: ACETIL-COA A ISOPENTENIL-DIFOSFATO

Mevalonato é convertido no composto de cinco


carbonos isopentenil-difosfato por meio de duas
fosforilações seguidas de descarboxilação. A
conversão de três moléculas de acetil-coa em
isopentenil-difosfato requer energia sob a forma de
três ATPs e duas moléculas de NADPH

SÍNTESE DE COLESTEROL
ETAPA 2: ISOPENTENIL-DIFOSFATO A
ESQUALENO
Isopentenil-difosfato é convertido em dimetilalil-difosfato por uma
isomerase específica, chamada de isopentenil difosfato isomerase (IDI). Os
dois isômeros são unidos por meio de uma reação de condensação
cabeça-cauda catalisada pela prenil transferase.

SÍNTESE DE COLESTEROL
ETAPA 2: ISOPENTENIL-DIFOSFATO A
ESQUALENO
Uma segunda reação de condensação, também catalisada pela prenil
transferase, produz um importante intermediário de quinze carbonos, o
farnesil-difosfato. A condensação das unidades de isoprenila produz um
hidrocarboneto ramificado característico, com ligações duplas espaçadas
regularmente nas posições de ramificação. Essas unidades isoprênicas
estão presentes em diversos cofatores importantes.

SÍNTESE DE COLESTEROL
ETAPA 2: ISOPENTENIL-DIFOSFATO A
ESQUALENO
Duas moléculas de farnesil-difosfato são unidas em uma reação de
condensação cabeça-cabeça, para formar a molécula de esqualeno
(C30). O pirofosfato, cuja hidrólise leva o equilíbrio da reação no sentido
de sua completude, é produzido em três etapas na via sintética do
esqualeno. Todas as ligações duplas do esqualeno são trans.

SÍNTESE DE COLESTEROL
ETAPA 3: ESQUALENO A COLESTEROL

As etapas entre esqualeno e o primeiro intermediário totalmente ciclizado,


o lanosterol, incluem uma adição de grupo hidroxila, seguida por uma
série coordenada de ciclizações para formar o núcleo de quatro anéis dos
esteroides.

SÍNTESE DE COLESTEROL
ETAPA 3: ESQUALENO A COLESTEROL

O lanosterol se acumula em quantidades apreciáveis nas células que


sintetizam colesterol ativamente. A conversão do lanosterol em colesterol
ocorre através de duas vias, ambas com várias etapas.

SÍNTESE DE COLESTEROL
OUTROS BIOPRODUTOS DO METABOLISMO DO
COLESTEROL

SÍNTESE DE COLESTEROL
OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS
Ácidos graxos, liberados dos triacilgliceróis, são oxidados por uma via que os degrada pela
remoção de unidades de dois carbonos em cada etapa. Os fragmentos de dois carbonos são
transferidos à coenzima A para formar acetil-coa; o que resta dos ácidos graxos entra novamente
na via oxidativa.

OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS


Esse processo de degradação é chamado via da β-oxidação, porque o átomo de carbono β (C-3)
do ácido graxo é oxidado. A oxidação de ácidos graxos é dividida em dois estágios: ativação dos
ácidos graxos e degradação em fragmentos de dois carbonos (como acetil-CoA).

OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS


O NADH e o ubiquinol (QH2) produzidos pela
oxidação dos ácidos graxos podem ser oxidados
pela cadeia de transporte de elétrons
respiratórios, e o acetil-coa pode entrar no ciclo
do ácido cítrico.

OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS


O acetil-CoA consegue ser completamente
oxidado no ciclo do ácido cítrico para fornecer
energia (na forma de ATP), que pode ser usada
em outras vias bioquímicas.
Os átomos de carbono dos ácidos graxos podem
também ser usados como substratos na síntese de
aminoácidos, pois vários intermediários do ciclo
do ácido cítrico são desviados para as vias de
biossíntese de aminoácidos

OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS


A oxidação de ácidos graxos ocorre como parte da renovação
normal dos lipídeos de membranas. Assim, todos, bactérias,
protistas, fungos, plantas e animais, têm uma via de β-oxidação.
Além de sua função normal no metabolismo celular, a oxidação
dos ácidos graxos é um componente importante do metabolismo
energético nos animais

OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS


Uma porcentagem importante dos alimentos consiste em lipídeos
de membrana e gordura (triacilgliceróis), e esse rico conteúdo
energético é explorado pela oxidação dos ácidos graxos. Nesta
seção, descrevemos as vias bioquímicas básicas da oxidação de
ácidos graxos.

OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS

Você também pode gostar