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Semana 1
Semana
Filosofia pré-socrática......................................................................................................39
Termometria.....................................................................................................................74
Fordismo e Toyotismo......................................................................................................92
Revoluções industriais.....................................................................................................107
Triângulos.........................................................................................................................215
A dissertação argumentativa............................................................................................298
Surgimento da Sociologia................................................................................................323
Aprofundamento
Interpretando gráficos, tabelas e figuras.........................................................................336
Do mito à Filosofia...........................................................................................................347
Conceitos de Geografia..................................................................................................360
Elos entre a arte e a vida: valores e ideais defendidos em algumas obras universalmente
conhecidas......................................................................................................................413
Biologia
Objetivo
Aprender as características gerais da água, suas propriedades e funções; aprender o que são os sais minerais
e quais suas funções; estudar as características dos glicídios e suas funções nos sistemas biológicos; estudar
as características dos glicídios e suas funções nos sistemas biológicos; aprender quais as características e
principais tipos de lipídios, além das suas funções nos sistemas biológicos.
Curiosidade
A água é fundamental para o transporte de substâncias, como o oxigênio, nutrientes e sais minerais, pois faz
parte da composição do plasma sanguíneo.
Os glicídios, assim como os lipídios, possuem funções importantes em nosso organismo, e é importante
mantê-los de forma equilibrada em nossa dieta alimentar.
Teoria
A água é uma substância importante para a vida, sendo responsável por formar a maior parte da massa dos
seres vivos. É inorgânica, sendo composta por um átomo de oxigênio e dois de hidrogênio, formando uma
molécula polar, com o lado do oxigênio apresentando carga negativa e o lado dos hidrogênios apresentando
uma carga positiva. Essas diferentes cargas fazem com que a água seja considerada um dipolo.
Ela é representada quimicamente pela fórmula H2O e possui certas propriedades que ocorrem devido a
disposição dos átomos e através das ligações de hidrogênio (também chamadas de pontes de hidrogênio).
Dentre estas podemos citar:
● Alto calor específico: é o quanto de calor 1g de substância tem que receber para aumentar a sua
temperatura em 1°C. Quanto maior esse calor específico, maior a quantidade de calor que deve ser
fornecida. O calor específico da água é o maior, igual a 1cal/g°C, ou seja, ela apresenta uma alta
capacidade de absorver e conservar o calor, sem mudar de estado físico ou mesmo aquecer/esfriar de
maneira brusca.
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Biologia
● Adesão: força que permite que a água se ligue a outras superfícies carregadas, formadas por substâncias
que não são a água.
● Coesão: força que permite que a água se ligue com outras moléculas de água.
● Tensão superficial: força que permite que a ligação das moléculas de água na superfície não se rompa
quando se exerce força sobre essa água, por exemplo, quando há insetos caminhando sobre ela.
A partir dessas propriedades, a água possui diferentes funções para os seres vivos, como:
● Participar da maioria das reações metabólicas: em reações de hidrólise (quebra de moléculas pela água,
em que a presença de uma molécula de água faz com que a ligação entre dois compostos se rompa –
reações de catabolismo) ou de síntese por desidratação (quando duas moléculas se unem para formar
uma outra, os H+ e OH- liberados se ligam, formando água – reações de anabolismo).
● Atuar como solvente universal: por conta de sua polaridade, ela consegue solubilizar com facilidade
outras moléculas também polares, chamadas de hidrofílicas, como os carboidratos, proteínas e sais
minerais. A água não consegue reagir com moléculas apolares, sendo que essas moléculas são
chamadas de hidrofóbicas, como os lipídios. É por isso que, ao colocar óleo e água, as duas substâncias
não se misturam, e podemos observar diferentes fases na mistura.
● Participar no transporte de substâncias: no nosso corpo carrega, por exemplo, excretas e nutrientes.
● Participar na regulação térmica: por conta do alto calor específico, suas moléculas transportam calor
em processos como sudorese ou diurese, fazendo a regulação térmica. Nesses casos, a água presente
no suor absorve o calor do nosso corpo, diminuindo nossa temperatura, e quando ela evapora, o calor
também é retirado. Essa propriedade está relacionada ao calor latente de vaporização.
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Biologia
Cálcio Participa na formação dos ossos e dentes, contração muscular Laticínios e folhas verdes
e coagulação sanguínea. Sua falta provoca problemas nos (brócolis, espinafre, alface,
(Ca)
ossos, como osteoporose e raquitismo. etc.)
Participa na composição das membranas da célula, na Carnes, aves, peixes, ovos,
Fósforo formação ATP, na formação de DNA e RNA e também auxilia laticínios e leguminosas
(P) na formação de ossos e dentes. Sua falta gera uma maior
probabilidade de fraturas ósseas e problemas musculares.
Flúor Fortalece ossos e dentes. A falta desse sal pode levar ao Água fluoretada, peixes e
desenvolvimento de cáries e, em certos casos, contribui para a chás
(F) osteoporose.
Ferro Participa na composição da hemoglobina. Sua falta pode Fígado, carnes, gema do
causar anemia ferropriva. ovo, pinhão, legumes e
(Fe) folhas verdes
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Biologia
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Biologia
Os glicídios, também conhecidos como carboidratos, são compostos orgânicos e podem ter função de
fornecer energia ou compor estruturas. São constituídos basicamente de carbono, hidrogênio e oxigênio, e
podem ser encontrados nas seguintes formas:
● Monossacarídeos: estrutura básica (monômero). São absorvidos diretamente pela célula. Sua fórmula
química básica é Cn(H2O)n. Dentre os principais monossacarídeos, podemos citar as pentoses e as
hexoses. As pentoses apresentam 5 átomos de carbono, com a fórmula C 5H10O5 para a ribose (que
forma o RNA), e C5H10O5 para a desoxirribose (que forma o DNA), visto que há perda de um oxigênio.
Dentre as hexoses, podemos citar a frutose, a glicose e a galactose, todas com a fórmula química
C6H12O6, com alteração apenas do posicionamento de alguns átomos (são estruturas isômeras –
estruturas diferentes com mesma fórmula química).
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Biologia
● Oligossacarídeos: são formados pela junção de dois a seis monossacarídeos. Dentre eles, os mais
importantes são os dissacarídeos, que são formados pela ligação glicosídica entre dois
monossacarídeos. São exemplos deles a sacarose (frutose + glicose), a maltose (glicose + glicose) e a
lactose (galactose + glicose).
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Biologia
Os polissacarídeos podem ser digeridos, com ação enzimática, formando dissacarídeos, e estes também
podem ser digeridos para, ao romper as ligações glicosídicas, formar os monossacarídeos. Isso é importante
para que os monossacarídeos possam ser absorvidos no nosso trato digestivo, servindo para a nossa
nutrição.
O principal monossacarídeo energético é a glicose, usada diretamente no processo de respiração celular. A
glicose pode ser encontrada circulante no nosso sangue ou armazenada no fígado e nos músculos, sob a
forma de glicogênio.
Lipídios são moléculas orgânicas apolares, já que não apresentam em suas moléculas polos com cargas. Por
conta disso, são insolúveis em água (hidrofóbicos), porém solúveis em compostos alcoólicos, como no
etanol. São formados basicamente por uma molécula de ácido graxo e um álcool. Eles apresentam diversas
funções e estão presentes em diferentes partes do nosso organismo:
● Membrana celular: a membrana é formada por uma bicamada de fosfolipídios, sendo que a região do
fosfato é polar e fica em contato com o meio externo e com o meio intracelular, e a região lipídica é
apolar e voltada para o interior da membrana. A membrana celular animal é a única que possui o lipídio
colesterol em sua composição, ajudando a manter a fluidez da membrana.
● Energia: os lipídios são uma fonte secundária de energia para o metabolismo celular. Para isso, ocorre o
processo de gliconeogênese, liberando glicose para que as células possam fazer a respiração celular.
● Hormônios: participam da composição de hormônios esteroides, como o estrogênio, a progesterona e a
testosterona.
● Bile: participam da formação dos sais biliares, que formam a bile, importante para a emulsificação de
gorduras no duodeno, facilitando a digestão desses alimentos pelas enzimas liberadas no local.
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Biologia
Os lipídios podem ser encontrados no nosso organismo em diferentes grupos: carotenoides, cerídeos,
esteroides, fosfolipídios e glicerídeos.
● Carotenoides: são moléculas formadas apenas por álcool e formam pigmentos lipossolúveis, com
coloração amarela, laranja ou avermelhada. O betacaroteno é um pigmento alaranjado e utilizado na
síntese da vitamina A.
● Cerídeos: são ésteres, formados pela união de um ácido graxo com um álcool graxo, e são comumente
chamados de ceras. São densos e muito insolúveis em água, ajudando a evitar a perda de água. São
exemplos a cutina das plantas, a cera de abelha e a cera de ouvido.
● Esteroides: Formados por hidrocarbonetos, se diferenciam pelas suas ramificações e grupos funcionais.
O principal esteroide é o colesterol, cujo grupo funcional é um álcool, e só existe em animais. O colesterol
é precursor de vitamina D, ajuda na constituição da bile e forma hormônios sexuais.
● Fosfolipídios: são lipídios associados a uma molécula de ácido fosfórico. Formam todas as membranas
presentes em uma célula, sendo o fosfato hidrofílico, e o lipídio hidrofóbico.
● Glicerídeos: os principais são os triglicerídeos, em que há uma molécula de glicerol com três moléculas
de ácidos graxos. São os óleos e as gorduras. Os óleos, líquidos à temperatura ambiente, apresentam
uma estrutura insaturada (com uma ligação dupla na molécula), enquanto as gorduras, sólidas em
temperatura ambiente, apresentam ácidos graxos saturados (apenas com ligações simples na
molécula). Essas são as formas para armazenamento de energia.
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Biologia
Os ácidos graxos insaturados podem ser classificados em monoinsaturados (com apenas uma ligação
dupla), como o azeite de oliva, ou poli-insaturados (com mais de uma ligação dupla ao longo da cadeia), como
o ômega 3.
Colesterol
O colesterol é um lipídio esteroide exclusivo de células animais, tendo em sua estrutura um radical de
hidrocarbonetos apolar.
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Biologia
O colesterol pode ser sintetizado no fígado ou ingerido através da alimentação (apenas alimentos de origem
animal). Para serem transportados no sangue e também para transportar outros lipídios para o corpo, eles
formam as lipoproteínas, que são associações de colesterol, triglicerídeos e proteínas do tipo apoproteína.
As lipoproteínas variam de densidade e de tamanho e podem ser o VLDL, LDL e HDL.
● VLDL: do inglês very low density lipoprotein, traduzido literalmente em lipoproteína de muito baixa
densidade. Apresenta um grande tamanho e é produzido no fígado, para transportar principalmente
triglicerídeos pelo corpo. Junto com o LDL, quando está em altas quantidades no organismo, é um dos
responsáveis pela formação de placas de ateroma, que entopem os vasos sanguíneos. Quando perde os
triglicerídeos para os tecidos, a molécula de VLDL se transforma em uma molécula de LDL.
● LDL: do inglês low density lipoprotein, traduzido literalmente em lipoproteína de baixa densidade. Fica
circulando no sangue para fazer o transporte de lipídios (colesterol e triglicerídeos), levando a gordura
do fígado para o corpo. Porém, devido a sua baixa densidade, pode se prender às paredes dos vasos
sanguíneos e causar entupimento. É conhecido popularmente como “mau” colesterol.
● HDL: Do inglês high density lipoprotein, traduzido literalmente em lipoproteína de alta densidade, é uma
molécula capaz de absorver os cristais de colesterol que estão depositados nas artérias, removendo-os
e transportando-os de volta ao fígado para ser eliminado. É conhecido popularmente como “bom”
colesterol.
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Biologia
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Biologia
Exercícios de fixação
2. A água é um elemento de suma importância para a vida na terra. Sabendo disso, quais são as principais
contribuições da água para o ser humano?
4. Qual sal mineral relaciona-se com a formação de ossos e dentes, coagulação sanguínea e contração
muscular?
5. Qual sal mineral pode causar anemia por sua falta no organismo?
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Biologia
Exercícios de vestibulares
1. O fato de alguns insetos se locomoverem sobre a superfície da água e algumas espécies de plantas
crescerem por cima da superfície da água é também uma das propriedades que deixa as células
individualizadas e coesas. Essa propriedade físico-química da água é denominada:
a) Densidade.
b) Tensão superficial.
c) Capacidade térmica.
d) Temperatura de fusão.
e) Alto poder de dissolução.
2. Um ser humano pode ficar semanas sem ingerir alimentos, mas passar de três a cinco dias sem ingerir
líquidos pode ser fatal. Os especialistas recomendam que se deve beber no mínimo 2,5 litros de água
por dia. “Quando a pessoa está com sede, é porque já passou do ponto de beber água, diz a
pneumologista Juliana Ferreira, do Hospital das Clínicas, em São Paulo”. Em dias muito quentes ou
quando a pessoa faz exercícios intensos, essa ingestão pode até superar 6 litros, principalmente porque
o suor “desperdiça” muito líquido, na tentativa de manter a temperatura do corpo num nível adequado.
“É preciso se hidratar corretamente, caso contrário o organismo gasta mais água do que absorve,
afirma a nutricionista Isabela Guerra, que desenvolve doutorado na área de hidratação e esporte”
Disponível em: Mundo Estranho / Saúde http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quais-sao-as-funcoes-da-agua-nocorpo-
humano. Adaptado.
Sabe-se que a recomendação de hidratação diária para o corpo humano é de 2.550 ml de água, que
podem ser abastecidos por meio da ingestão de alimentos (1.000 ml) e líquidos (1.200 ml) e de reações
químicas internas (350 ml). A desidratação diária, em condições normais, é do mesmo montante.
Assinale a alternativa que apresenta, em ordem decrescente, a perda de água no nosso organismo.
a) Fezes, urina, suor e respiração.
b) Suor, urina, fezes e respiração.
c) Respiração, urina, fezes e suor.
d) Suor, urina, fezes e respiração.
e) Urina, suor, respiração e fezes.
3. O iodo está entre um dos mais importantes sais minerais que necessitamos. Assinale abaixo a
alternativa correta sobre a importância desse sal mineral.
a) Faz parte da molécula de ácido nucleico.
b) Participa da transmissão do impulso nervoso.
c) Proteção dos dentes contra as cáries.
d) Participa nos processos de contração muscular.
e) Faz parte das moléculas dos hormônios da tireoide que estimulam o metabolismo.
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Biologia
4. No Alasca, o salmão é capturado pelos ursos durante a desova. As partes do peixe não consumidas
pelos ursos servem de alimento para outros animais e de fertilizante para as plantas. Já se observou
que plantas ribeirinhas de regiões onde ursos se alimentam de salmão crescem três vezes mais do que
plantas de outras áreas. Isso se deve ao fato de que as carcaças de peixes descartadas pelos ursos
enriquecem o solo com um dos macronutrientes mais importantes para o crescimento das plantas. A
que macronutriente o texto se refere?
a) Ao ferro
b) Ao zinco
c) Ao cloro
d) Ao nitrogênio
e) Ao manganês
5. Os sais minerais são reguladores e desempenham diversas funções relacionadas com o metabolismo.
São considerados ativadores enzimáticos e essenciais para o funcionamento celular. Sobre isso, é
correto afirmar-se que
a) o sódio interfere na pressão arterial e no volume celular.
b) a condução de impulsos nervosos nos nervos, nos músculos e no coração é desencadeada pelo
ferro.
c) o enxofre atua na produção de hormônios pela glândula tireoide.
d) a coagulação sanguínea depende diretamente do potássio.
e) o magnésio faz parte da hemoglobina.
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Biologia
Assim, existem bicamadas lipídicas com diferentes composições de fosfolipídios, como as mostradas
de I a V.
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Biologia
9. “Dentre os tipos de esteróides, grupo particular de lipídios, é o mais abundante nos tecidos animais.
Está na composição da membrana plasmática das células animais. É produzido em nosso próprio
corpo, principalmente no fígado. Trata-se de composto químico, precursor da vitamina D e dos
hormônios estrógeno e testosterona.”
O texto refere-se a
a) Caroteno.
b) Colesterol.
c) Triglicerídeo.
d) Glicogênio.
e) Glicerol.
10. Os lipídios são considerados grandes vilões da saúde humana, o que não é verdade. É preciso lembrar
de que esses compostos desempenham importantes funções biológicas. Com relação aos lipídios
pode-se afirmar corretamente que
a) os fosfolipídios revestem a membrana dos neurônios, facilitando a condução do impulso nervoso.
b) as gorduras são predominantemente de origem animal e têm cadeia insaturada, enquanto os
óleos são predominantemente saturados.
c) os carotenoides, presentes em certos vegetais, são precursores da vitamina D, cuja carência causa
o raquitismo.
d) os esteroides são derivados do colesterol e alguns deles atuam com papel hormonal.
e) alguns deles como a queratina e a melanina têm papel estrutural enquanto outros, como a
cortisona, têm ação anti-inflamatória.
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Biologia
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. Através das ligações de hidrogênio. Como a água é uma substância muito polar, entre suas moléculas
formam-se fortes ligações (de hidrogênio) que mantêm as moléculas coesas entre si;
2. A água é um elemento essencial para a manutenção da vida: cerca de 80% do nosso organismo é
composto por água; ela é responsável pelo transporte de nutrientes em nosso organismo; é um regulador
de temperatura corporal; auxilia na eliminação de substâncias tóxicas durante o metabolismo; participa
de todas as reações químicas no organismo humano; participa de todos os processos fisiológicos de
digestão, absorção, assimilação e de excreção; auxilia na prevenção de doenças (cálculo renal, infecção
urinária, entre outros).
4. Cálcio: o cálcio é um sal mineral que apresenta várias funções, tais como formação de ossos e dentes,
atuação na contração muscular, na coagulação e liberação de hormônios e neurotransmissores.
5. A falta de ferro pode provocar um tipo de anemia conhecido como anemia ferropriva ou anemia por
carência de ferro.
Exercícios de vestibulares
1. B
A tensão superficial promovida pelas moléculas de água faz com que elas fiquem muito unidas,
formando uma tensão que permite que alguns insetos se locomovam sobre a sua superfície.
2. E
Perdemos muita água pela urina, já que todos nossos excretas estão diluídos em água. Depois, a perda
de água pelo suor ocorre para ajudar a controlar a temperatura corporal. Durante a respiração, temos a
perda de água em menor quantidade e, por fim, nas fezes teremos a menor perda de água.
3. E
O iodo é o principal constituinte dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que são hormônios
reguladores do metabolismo.
4. D
Durante a decomposição da matéria orgânica, é liberado nitrogênio em grande quantidade. Esse
nitrogênio proveniente dos salmões mortos auxilia na nutrição das plantas.
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Biologia
5. A
O sódio altera a pressão arterial, influenciando a reabsorção de água nos néfrons, e atua no controle
osmótico, alterando o volume celular.
6. D
A celulose é rica em fibras e, por não ser digerida, auxilia na formação do bolo fecal, facilitando a
eliminação das fezes.
7. C
Os carboidratos são solúveis em água, o que facilita a sua utilização pelas enzimas que também são
hidrossolúveis. Dessa forma, sua utilização é mais rápida que a dos lipídios para a geração de energia.
8. B
O maior número de insaturações diminui as interações entre os fosfolipídios, aumentando a fluidez da
membrana. Cadeias menores também tendem a ser mais fluidas do que maiores.
9. B
O colesterol é um lipídio do tipo esteroide, componente importante dos hormônios sexuais e da vitamina
D.
10. D
Os esteroides são um grupo de lipídios que formam os hormônios sexuais.
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Biologia
Objetivos
Identificar os principais níveis de organização estudados em ecologia; aprender o que é cadeia alimentar, bem
como matéria e energia se comportam nos ecossistemas; e identificar o processo de biomagnificação.
Curiosidade
Um animal pode estar presente em várias cadeias alimentares ao mesmo tempo e representar vários níveis
tróficos.
Teoria
Ecologia é um campo de estudo muito amplo dentro da biologia. Podemos dizer que ela estuda a relação dos
seres vivos entre si e com o meio ambiente, levando em consideração os diferentes níveis de organização
biológica. O estudo da ecologia pode ser diferenciado em:
• Ecobiose: estuda as relações dos seres vivos com o meio, envolvendo componentes abióticos (químicos,
físicos ou geológicos);
• Alelobiose: estuda a relação dos seres vivos entre si; ou seja, apenas relações entre componentes bióticos.
Os componentes bióticos da ecologia (ou seja, os seres vivos) podem ser divididos em dois grupos:
• Seres autótrofos: são os organismos que conseguem produzir seu próprio alimento. Podem ser chamados
de produtores, sendo fotossintetizantes (realizam a fotossíntese) ou quimiossintetizantes (realizam a
quimiossíntese);
• Seres heterótrofos: são os organismos que não produzem seu próprio alimento. Podem ser consumidores
(organismos que se alimentam de outros organismos) ou decompositores (degradam a matéria orgânica).
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Biologia
• Ecossistema: é quando os fatores bióticos (fauna e flora) e os fatores abióticos (solo, temperatura, água)
se relacionam.
• Biótopo ou ecótopo: é o local habitado por organismos vivos, onde podemos identificar, por exemplo: meio
terrestre, substrato arenoso e fatores ambientais, como clima árido.
• Biosfera: é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra, onde a vida é permanentemente possível.
Relações alimentares
As relações alimentares entre os seres vivos são chamadas de relações tróficas. Elas podem ser
representadas como uma cadeia ou como uma teia alimentar. Nessas representações, as setas indicam o
sentido do fluxo de matéria orgânica e de energia, que é do sentido do ser vivo que foi consumido para o que
consumiu. Os níveis tróficos são as posições que os organismos ocupam em uma relação trófica, e podem
ser:
• Produtor: primeiro nível trófico: organismos autotróficos, que produzem matéria orgânica a partir da
fotossíntese ou quimiossíntese;
• Consumidor primário: segundo nível trófico: animais que se alimentam de organismos produtores,
podendo ser chamados de herbívoros;
• Consumidor secundário: terceiro nível trófico: animais que se alimentam de consumidores primários,
podendo ser chamados de carnívoros.
Os níveis dos consumidores serão sempre um a mais do que o nível anterior. A cadeia alimentar é a
transferência de matéria e energia representada de maneira linear, entre organismos em um ecossistema, no
qual o organismo é alimento de apenas um outro ser vivo.
Exemplo de cadeia alimentar, na qual a planta é o produtor (1º nível trófico), o grilo é o consumidor primário (2º nível trófico), o sapo
é o consumidor secundário (3º nível trófico) e a cobra é o consumidor terciário (4º nível trófico). Todos os seres podem ser
decompostos pelos decompositores.
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Biologia
Os decompositores podem não ser mostrados em imagens de cadeias tróficas, porém possuem um papel
importante na reciclagem de nutrientes, transformando a matéria orgânica em matéria inorgânica. Assim, os
nutrientes são disponibilizados novamente no ambiente e retornam à cadeia alimentar. São exemplos de
decompositores, principalmente, fungos e bactérias. Esses organismos não possuem um nível trófico fixo,
visto que eles podem decompor qualquer componente da cadeia alimentar.
A teia alimentar é um conjunto de cadeias alimentares. Nela, um organismo pode ser alimento para mais de
um outro ser vivo; ou até um consumidor se alimentar de mais de um tipo de organismo, fazendo com que
um mesmo indivíduo possa ocupar mais de um nível trófico. Neste caso, temos organismos onívoros, que
podem se alimentar tanto de produtores quanto de outros consumidores.
Exemplo de teia alimentar. Importante lembrar que todos os níveis podem ser decompostos por decompositores.
Ciclo da matéria
Tanto nas cadeias quanto nas teias, podemos ver o ciclo da matéria. Os organismos do primeiro nível trófico
produzem matéria orgânica por meio da fotossíntese ou quimiossíntese utilizando nutrientes inorgânicos
disponíveis no meio. Essa matéria será transferida ao longo da cadeia trófica no momento da alimentação.
Quando os seres morrem, os decompositores são os responsáveis por transformar a matéria orgânica
existente em matéria inorgânica, reiniciando o ciclo.
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Biologia
Transferência de energia
A energia entra no sistema pelos organismos produtores e é armazenada nas moléculas orgânicas. Durante
a vida, o metabolismo dos organismos gasta energia, então apenas parte da energia passa para o nível trófico
seguinte no momento da alimentação. O fluxo de energia sempre seguirá um fluxo unidirecional, pois parte
da energia é perdida ao longo da cadeia trófica.
Repare que o tamanho das setas amarelas diminui conforme passam os níveis tróficos, representando que a energia transferida
diminui ao longo da cadeia.
Pirâmides ecológicas
As cadeias alimentares podem ser representadas em pirâmides ecológicas, e elas podem ser:
• de número: indica o número de organismos em cada nível trófico;
• de biomassa: indica o peso/a quantidade de matéria orgânica presente nos organismos de cada nível
trófico;
• de energia: indica a quantidade de energia presente em cada nível trófico.
Tanto as pirâmides de número quanto de biomassa podem ser diretas (com a base mais larga, reduzindo o
tamanho a cada nível trófico) ou invertidas (com a base menor curta que o próximo nível). As pirâmides de
energia sempre serão diretas, pois o fluxo de energia é unidirecional. Os decompositores não são
representados em nenhuma destas pirâmides. Veja na página a seguir.
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Biologia
Exemplos de pirâmides de energia. Pirâmides de biomassa invertidas são comuns em ambientes aquáticos. A letra “C”, nas pirâmides
de biomassa, indica “consumidor”.
Esquema da magnificação trófica do pesticida DDT (diclorodifeniltricloroetano), mostrando os componentes da cadeia alimentar e
uma representação em pirâmide de número. Ilustração por Rebeca Khouri.
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Biologia
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Biologia
Exercícios de fixação
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Biologia
Exercícios de vestibulares
1. (FPS) Utilizando-se de conceitos ecológicos, o diagrama abaixo ilustra resumidamente interações que
constituem:
a) um ecossistema;
b) uma população;
c) a biosfera;
d) o meio ambiente;
e) uma comunidade.
2. (UFPE) Ao dizer onde uma espécie pode ser encontrada e o que faz no lugar onde vive, estamos
informando, respectivamente,
a) nicho ecológico e habitat.
b) habitat e nicho ecológico.
c) habitat e biótopo.
d) nicho ecológico e ecossistema.
e) habitat e ecossistema.
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Biologia
3. (Enem, 2014) Os parasitoides (misto de parasitas e predadores) são insetos diminutos que têm hábitos
muito peculiares: suas larvas podem se desenvolver dentro do corpo de outros organismos, como
mostra a figura. A forma adulta se alimenta de pólen e de açúcares. Em geral, cada parasitoide ataca
hospedeiros de determinada espécie e, por isso, esses organismos vêm sendo amplamente usados
para o controle biológico de pragas agrícolas.
4. (Mackenzie, 2015) Há espécies de insetos como, por exemplo, o Aedes aegypti, cujos machos e fêmeas
vivem no mesmo esconderijo; porém, na hora de se alimentar, a fêmea busca o sangue de outros
animais, enquanto que o macho se alimenta de frutas ou outros vegetais adocicados. Assim, podemos
afirmar que o macho e a fêmea
a) ocupam nichos ecológicos diferentes, porém o mesmo habitat.
b) ocupam o mesmo nicho ecológico, porém com habitats diferentes.
c) ambos ocupam o mesmo nicho ecológico e o mesmo habitat.
d) são consumidores de primeira ordem.
e) são consumidores de segunda ordem.
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Biologia
5. (FGV, 2006) Durante a aula de campo, a professora chamou a atenção para o fato de que, naquela área,
havia inúmeros formigueiros, cada um deles de uma diferente espécie de formiga e todos eles
interagindo pelos recursos daquela área. Em ecologia, cada formigueiro em particular, e o conjunto de
formigueiros naquela área, referem-se, respectivamente, a:
a) ecossistema e população;
b) comunidade e ecossistema;
c) população e ecossistema;
d) comunidade e população;
e) população e comunidade.
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Biologia
7. (Enem, 2012) O menor tamanduá do mundo é solitário e tem hábitos noturnos, passa o dia repousando,
geralmente em um emaranhado de cipós, com o corpo curvado de tal maneira que forma uma bola.
Quando em atividade, se locomove vagarosamente e emite som semelhante a um assobio. A cada
gestação, gera um único filhote. A cria é deixada em uma árvore à noite e é amamentada pela mãe até
que tenha idade para procurar alimento. As fêmeas adultas têm territórios grandes e o território de um
macho inclui o de várias fêmeas, o que significa que ele tem sempre diversas pretendentes à disposição
para namorar!
Ciência Hoje das Crianças, ano 19, n. 174, nov. 2006 (adaptado).
8. (Enem, 2016) Suponha que um pesticida lipossolúvel que se acumula no organismo após ser ingerido
tenha sido utilizado durante anos na região do Pantanal, ambiente que tem uma de suas cadeias
alimentares representadas no esquema:
PLÂNCTON –> PULGA-D’ÁGUA –> LAMBARI –> PIRANHA –> TUIUIÚ
Um pesquisador avaliou a concentração do pesticida nos tecidos de lambaris da região e obteve um
resultado de 6,1 partes por milhão (ppm). Qual será o resultado compatível com a concentração do
pesticida (em ppm) nos tecidos dos outros componentes da cadeia alimentar?
a)
b)
c)
d)
e)
11
Biologia
9. Observe o esquema abaixo, que mostra os componentes de um ambiente onde vivem sapos, e depois
marque a alternativa que contém os números de componentes bióticos e abióticos, respectivamente.
a) 6 e 7.
b) 4 e 8.
c) 5 e 7.
d) 6 e 6.
e) 4 e 8
12
Biologia
Analise as pirâmides I e II. É correto afirmar, com relação às cadeias 1 e 2 e aos modelos de pirâmides
I e II, que:
a) a pirâmide I pode representar tanto o número de indivíduos como a quantidade de energia disponível
em cada nível trófico da cadeia 2;
b) a pirâmide II pode representar tanto o número de indivíduos como a quantidade de energia
disponível em cada nível trófico da cadeia 1;
c) a pirâmide II pode representar a quantidade de energia disponível em cada nível trófico da cadeia 2;
d) a pirâmide I pode representar o número de indivíduos em cada nível trófico da cadeia 1;
e) a pirâmide I pode representar o número de indivíduos da cadeia 2 e a pirâmide II, a quantidade de
energia disponível em cada nível trófico da cadeia 1.
13
Biologia
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. D
As populações são conjuntos de organismos da mesma espécie. No caso, três populações refere-se a
três grupos de organismos de três espécies diferentes; e, por serem seres vivos, são considerados
fatores bióticos.
2. A cadeia alimentar é a representação linear das relações alimentares de alguns seres vivos; já a teia
alimentar é o conjunto de várias cadeias alimentares de um ecossistema, que se interligam.
3. B
Ecossistema é o conjunto dos fatores bióticos (seres vivos) e abióticos (elementos não vivos, como luz,
temperatura, pH etc.) em um determinado ambiente.
4. Não são a mesma coisa. Nível trófico está relacionado com os grupos de organismos que possuem
hábitos de alimentação semelhantes e que conseguem seu alimento pelo mesmo número de passos em
uma cadeia alimentar. O primeiro nível trófico sempre será um produtor: todas as plantas, por exemplo
ocupam o mesmo nível trófico. O consumidor primário é aquele que se alimenta do produtor. O
consumidor primário ocupa o segundo nível trófico da cadeia alimentar.
5. As pirâmides servem para representar as cadeias alimentares. Elas podem ser numéricas (indica o
número de organismos em cada nível trófico), de biomassa (indica o peso de matéria orgânica presente
em cada nível trófico) ou de energia (que indica a quantidade de energia presente em cada nível trófico).
Exercícios de vestibulares
1. A
O ecossistema engloba os seres vivos presentes na comunidade juntamente com os fatores abióticos
como luminosidade, temperatura, água e nutrientes.
2. B
Habitat: lugar onde uma espécie vive. Nicho ecológico: atividades de uma espécie, “função” da espécie
no ambiente e na ecologia.
3. B
Como a lagarta é um herbívoro (ou seja, um consumidor primário), o parasitoide, então, ocupará a função
de consumidor secundário.
4. A
Machos e fêmeas vivem no mesmo esconderijo, o que indica a ocorrência de habitat comum entre eles.
Como eles possuem comportamentos alimentares diferentes, o nicho ecológico é diferente.
5. E
Cada formigueiro constitui uma população com o número de indivíduos de uma espécie. Em um conjunto
de formigueiros, pode haver mais espécies, constituindo, assim, uma comunidade.
14
Biologia
6. B
Com a toxicidade foi afetada no capim, isso influenciou toda a cadeia trófica, diminuindo a população do
consumidor primário e, consequentemente, a do consumidor secundário.
7. D
A descrição fala sobre os hábitos de vida do tamanduá, sua relação com o ambiente e com outros de
sua espécie. Trata-se do nicho ecológico.
8. C
A questão fala sobre bioacumulação e magnificação trófica. Esses conceitos têm relação com o
aumento de compostos tóxicos nos organismos, e sempre com um maior acúmulo nos organismos de
maior nível trófico. Como o lambari possui uma concentração de 6,1, os organismos abaixo dele
(plâncton e pulga d’água), na cadeia alimentar, devem ter uma concentração menor, enquanto os
indivíduos acima (piranha e tuiuiú) devem ter uma concentração maior do composto.
9. C
Fatores bióticos são aqueles que envolvem organismos vivos, como os cinco representados no
esquema, listados aqui: outros sapos, microrganismos, predadores, plantas e parasitas. Já fatores
abióticos são os componentes não vivos do ecossistema, como os sete representados no esquema,
listados aqui: temperatura, lama, vento, água, rochas, luz e umidade
10. A
Tanto o número de indivíduos quanto o fluxo de energia podem ser representados pela pirâmide I, pois
ela é decrescente ao longo da cadeia.
15
Filosofia
Filosofia pré-socrática
Objetivo
Você aprenderá sobre algumas das ideias dos primeiros filósofos, bem como a passagem do pensamento
mítico para o pensamento racional e a distinção entre o imobilismo de Parmênides de Eleia e o mobilismo de
Heráclito de Éfeso
Curiosidade
O período pré-socrático também é conhecido como cosmológico, pois seus filósofos buscavam entender a
origem e a composição do universo (cosmo)
Teoria
1
Filosofia
unidades indivisíveis de diversos tamanhos e pesos e agrupadas de variadas formas, o que resulta no mundo
como experimentamos.
A questão do conhecimento
2
Filosofia
Exercícios de fixação
4. “Não se pode entrar no mesmo rio duas vezes” é uma frase do filósofo:
a) Anaxímenes
b) Empédocles
c) Heráclito
5. Tudo é imóvel, toda mudança é ilusória. O ser é, o não ser não é. Tais afirmações traduzem o
pensamento de qual filósofo?
a) Pitágoras
b) Empédocles
c) Parmênides
3
Filosofia
Exercícios de Vestibulares
1. A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a
matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três
razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em
segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela embora
apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.
NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural. 1999
2. O homem sempre buscou explicações sobre os aspectos essenciais da realidade que o cerca e sobre
sua própria existência. Na Grécia antiga, antes de a filosofia surgir, essas explicações eram dadas pela
mitologia e tinham, portanto, um forte caráter religioso. Historicamente, considera-se que a filosofia
tem início com Tales de Mileto, em razão de ele ter afirmado que “a água é a origem e a matriz de todas
as coisas”. Nesse sentido, pode-se dizer que a frase de Tales tem caráter filosófico pelas seguintes
razões:
a) Porque destaca a importância da água para a vida; porque faz referência aos deuses como causa
da realidade e, porque nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “tudo é
matéria”.
b) Porque enuncia algo sobre a origem das coisas; porque o faz sem imagem e fabulação e porque
nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “tudo é um”.
c) Porque narra uma lenda; porque narra essa lenda através de imagens e fabulação e porque nela,
embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “tudo é movimento”.
d) Porque enuncia uma verdade revelada por Deus; porque o faz através da imaginação e, porque nela,
embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “o homem é a medida de todas as
coisas”.
e) Porque enuncia algo sobre a origem das coisas; porque o faz recorrendo a deuses e a imaginação
e, porque nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “conhece-te a ti mesmo”.
4
Filosofia
3. Em 4 de julho de 2012, foi detectada uma nova partícula, que pode ser o bóson de Higgs. Trata-se de
uma partícula elementar proposta pelo físico teórico Peter Higgs, e que validaria a teoria do modelo
padrão, segundo a qual o bóson de Higgs seria a partícula elementar responsável pela origem da massa
de todas as outras partículas elementares.
(Jean Júnio M. Pimenta et al. “O bóson de Higgs”. In: Revista brasileira de ensino de física, vol. 35, no 2, 2013. Adaptado.)
O que se descreve no texto possui relação com o conceito de arché, desenvolvido pelos primeiros
pensadores pré-socráticos da Jônia.
A arché diz respeito
a) à retórica utilizada pelos sofistas para convencimento dos cidadãos na polis.
b) a uma explicação da origem do cosmos fundamentada em pressupostos mitológicos.
c) à investigação sobre a constituição do cosmos por meio de um princípio fundamental da natureza.
d) ao desenvolvimento da lógica formal como habilidade de raciocínio.
e) à justificação ética das ações na busca pelo entendimento sobre o bem.
4. Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a mesma coisa. E isto é evidente.
Porque se as coisas que são agora neste mundo – terra, água, ar e fogo e as outras coisas que são
agora neste mundo – , se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente em sua
natureza própria e se não permanecesse a mesma coisa em suas muitas mudanças e diferenciações,
então não poderiam as coisas, de nenhuma maneira, mistura-se umas às outras, nem fazer bem ou mal
umas às outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir à
existência, se todas as coisas não fossem compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas
nascem, através de diferenciações, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra, retomando
sempre a mesma coisa.
DIÓGENES. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1967.
O texto descreve argumentos dos primeiros pensadores, denominados pré-socráticos. Para eles, a
principal preocupação filosófica era de ordem
a) cosmológica, propondo uma explicação racional do mundo fundamentada nos elementos da
natureza.
b) política, discutindo as formas de organização da pólis ao estabelecer as regras da democracia.
c) ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores virtuosos que tem a felicidade como o bem maior.
d) estética, procurando investigar a aparência dos entes sensíveis.
e) hermenêutica, construindo uma explicação unívoca da realidade.
5
Filosofia
O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento de Demócrito, segundo o qual o “princípio
constitutivo das coisas” estava representado pelo(a)
a) número, que fundamenta a criação dos deuses.
b) devir, que simboliza o constante movimento dos objetos.
c) água, que expressa a causa material da origem do universo.
d) imobilidade, que sustenta a existência do ser atemporal.
e) átomo, que explica o surgimento dos entes.
6
Filosofia
7. A filosofia, para muitos filósofos e comentadores, tem data e local de nascimento – séc. VII a. C. – e o
primeiro filósofo teria sido Tales de Mileto (640-550 a.C.). Esse nascimento da filosofia marcou toda
história do Ocidente, deixando um vasto legado de conquistas que ainda hoje influenciam nosso modo
de ser. Dentre esses legados, destaca-se
a) a desconfiança nas decisões puramente racionais, exigindo que os sentimentos e as paixões
tivessem prioridade sobre a razão.
b) a visão fatalista da realidade, já que os gregos acreditavam que a vontade humana era
condicionada por determinismos sociais e históricos.
c) o nascimento da filosofia enquanto fato histórico-social, circunscrito à realidade grega, exercendo
pouca influência no desenvolvimento posterior do Ocidente.
d) o pensamento operando conforme leis e princípios que permitem distinguir o verdadeiro do falso,
além de postular que as práticas humanas eram resultado da deliberação da vontade.
e) A criação da ideia de Estado-Nação, ordenação sociopolítica que veio a se tornar o modelo de
organização das sociedades ocidentais herdeiras do legado grego.
8. TEXTO I
Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal alcançar duas
vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo reúne.
HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São Paulo. Abril Cultural, 1996 (adaptado).
TEXTO II
Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é compacto, inabalável
e sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como poderia o que é
perecer? Como poderia gerar-se?
PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).
Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma oposição que se insere no campo das
a) investigações do pensamento sistemático.
b) preocupações do período mitológico.
c) discussões de base ontológica.
d) habilidades da retórica sofistica.
e) verdades do mundo sensível.
7
Filosofia
a) A identidade é uma característica inerente ao domínio da opinião, uma vez que a pluralidade das
opiniões é o que atesta a identidade de cada indivíduo.
b) Segundo Parmênides, um mesmo homem não pode entrar duas vezes em um mesmo rio, posto
que a mutabilidade do mundo impede que o mesmo evento se repita.
c) Uma das leis lógicas, presente no pensamento de Parmênides, é o princípio de identidade, segundo
o qual todas as coisas podem ser e não ser ao mesmo tempo.
d) O caminho da verdade é também a via da identidade e da não contradição. Nesse sentido, somente
o Ser – por ser imóvel e idêntico – pode ser pensado e dito.
e) Para Parmênides “o ser é e o não ser não é”, princípio que afirma que tudo que existe possui um
exato oposto que o contradiz e o anula.
10. A atitude filosófica inicia-se dirigindo indagações ao mundo que nos rodeia e às relações que
mantemos com ele. Pouco a pouco, porém, descobre que essas questões se referem, afinal, à nossa
capacidade de conhecer, à nossa capacidade de pensar.
(CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia, 1996. p. 14).
Sobre isso, é CORRETO afirmar que a filosofia
a) pode ser entendida como aspiração ao conhecimento sensível, lógico e assistemático da realidade
natural e humana.
b) é tão-somente uma forma consciente e acrítica de pensar e de agir.
c) é uma forma crítica e incoerente de pensar o mundo, produzindo um entendimento de seu
significado e formulando uma concepção específica desse mundo.
d) designava, desde a Grécia Antiga, a particularidade do conhecimento sensitivo, desenvolvido pelo
homem.
e) como forma consciente e crítica de compreender o mundo e a realidade não se confunde, de
maneira alguma, com o fato de estar "investida" inconscientemente de valores adquiridos com
base no "senso comum".
8
Filosofia
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. C
O primeiro filósofo do pensamento grego foi Tales de Mileto, que viveu entre o final do século VII e meados
do século VI a.C.
2. A
Tales de Mileto, considerado o primeiro filósofo, defendia que o princípio originário de todas as coisas
(arché) é a água.
3. B
Demócrito de Abdera, assim como seu mestre Leucipo, defendia que o princípio originário de todas as
coisas (arché) é o átomo.
4. C
A frase “Não se pode entrar no mesmo rio duas vezes” é atribuída ao filósofo Heráclito de Éfeso. Para ele,
isso se dá por dois motivos. Primeiro, porque as águas do rio correm, isto é, se alteram constantemente.
Segundo, porque nós também estamos sujeitos à mudança constante.
5. C
As afirmações: “tudo é imóvel, toda mudança é ilusória. O ser é, o não ser não é”, traduzem o pensamento
de Parmênides de Eleia, a primeira diz respeito ao imobilismo, a segunda ao princípio de identidade.
Exercícios de vestibulares
1. C
Nietzsche faz referência ao surgimento da filosofia através dos pré-socráticos que buscavam na
natureza (physis) uma justificativa racional para a origem de tudo. Inicialmente, encontravam um
elemento essencial (arché) como solução primordial.
2. B
O surgimento da filosofia está atrelado ao momento em que os homens passam a investigar as origens
do mundo, dos seres, enfim, de tudo o que os cerca, sem ter de recorrer a explicações baseadas nas
divindades ou nos mitos. A frase de Tales de Mileto aponta justamente isso, porque atribui a origem das
coisas a um ente físico (a água) e não a um ente sobrenatural. Encaixa-se nas teorias monistas dos
primórdios da filosofia (uma única origem para tudo). Excetuando a questão B, todas as alternativas
estão erradas, porque referem-se a uma informação que não está presente na afirmação (a presença de
deuses ou fabulação para explicarem a realidade); e se esses elementos estivessem presentes, não
estaríamos falando de filosofia, mas de mitos.
9
Filosofia
3. C
A arché diz respeito à investigação sobre a constituição do cosmos por meio de um princípio
fundamental da natureza. Encontrar o fundamento ou a origem de todas as coisas que existem era uma
questão central para os filósofos pré-socráticos. Dentre eles está Demócrito de Abdera que, juntamente
com Leucipo, defendia que o princípio fundamental que deu origem a todas as coisas é o átomo.
4. A
Para os filósofos pré-socráticos, a principal preocupação era de ordem cosmológica, isto é, explicar de
maneira racional a origem e o funcionamento do universo (cosmo). Eles buscavam, na natureza,
respostas que definiriam o princípio que rege a existência em si. Não à toa, também eram conhecidos
como filósofos da physis.
5. E
Os filósofos pré-socráticos foram responsáveis por buscar na natureza um elemento primordial que
pudesse justificar a origem de todas as coisas (arché). Para Demócrito de Abdera, a arché seria o átomo,
parte indivisível e eterna, que permanece em constante movimento. Segundo ele, a partir dos átomos se
formam todos os entes.
6. B
Além de sua conhecida afirmação “tudo flui” onde enfatiza o caráter mutável da realidade, Heráclito
também defende que a realidade é composta pela tensão entre os opostos, “dia-noite, inverno-verão,
guerra-paz”. Há, porém, um logos que rege tanto as mudanças da realidade quanto a tensão entre os
opostos, que ele denominou Lógos-Fogo. Segundo ele, “todas as coisas são trocadas em fogo e o fogo
se troca em todas as coisas, como as mercadorias se trocam por ouro e o ouro é trocado por
mercadorias”. Note-se que a ideia de oposição não implica em desgoverno ou caos, pois o Lógos-Fogo
garante não só a unidade entre os opostos como também impõe medida ao fluxo de transformações.
7. D
Graças à atitude filosófica, os fatos, fenômenos, ações e ideias passaram a ser encarados por uma
perspectiva racional, produzindo um encadeamento lógico que permite distinguir o verdadeiro do falso.
Além disso, essa mesma perspectiva racional permite dar autonomia aos seres humanos nas suas
ações, formando uma noção de aproximação da ideia de bem pela prática do controle da vontade.
8. C
Parmênides e Heráclito dão início às discussões de base ontológica, isto é, acerca da natureza, realidade
e existência dos entes. Ou seja, do ser enquanto ser. Heráclito defende que tudo o que existe no mundo
está em constante transformação, num fluxo perpétuo, ou seja, nada permanece idêntico a si mesmo,
“tudo flui” (mobilismo). Parmênides, por sua vez, estabelece o princípio de identidade segundo o qual: “o
ser é e o não ser não é”. Assim, se para Heráclito a permanência é uma ilusão, para Parmênides a
mudança é que consiste numa ilusão, sendo impossível a passagem do ser para o não ser ou do não ser
para o ser (imobilismo).
9. D
Para Parmênides o que “é” é o que pode ser pensado e dito, e o que “não é” não pode nem ser pensado
nem dito. Ou seja, pluralidade ou multiplicidade, mudança ou movimento e as oposições são irreais,
impensáveis e indizíveis. Assim, “não ser”, “perceber” e “opinar” são o mesmo: nada, diante do
pensamento, que exige estabilidade, permanência e verdade.
10
Filosofia
10. E
A alternativa [E] está correta, pois apresenta a filosofia como uma disciplina consciente e crítica. A
alternativa [A] está incorreta porque a filosofia não se vale somente do conhecimento sensível, mas
também do racional, além disso, é sistemática em seus procedimentos. A alternativa [B] está incorreta
porque a filosofia é crítica e não acrítica. A alternativa [C] está incorreta porque a filosofia é coerente e
não incoerente. E a alternativa [D] está incorreta porque a filosofia não se restringe apenas a refletir sobre
o conhecimento sensitivo, nem o indicava como particular apenas aos homens, pois todas as criaturas
sentem: o que diferencia o homem é justamente a capacidade de pensar.
11
Física
Objetivo
Aprender o que define um movimento retilíneo uniforme (M.U.)
Se liga
Que tal dar um start nos estudos vendo esse mapa mental que mostra de forma simples conceitos como
velocidade média e a construção dos gráficos do movimento retilíneo e uniforme.
Curiosidade
O movimento retilíneo uniforme é uma forma de ajudar a lembrar do tipo de movimento que estamos
estudando. A palavra “retilíneo” fala de um movimento que será observado em linha reta. Já a palavra
“uniforme” diz que esse movimento apresenta uma única forma.
Teoria
Imagina que você está em casa e pede um taxi para ir até a casa de um amigo. Durante todo trajeto, o taxista
permanece a uma velocidade de 20 km/h. Eu sei que você estaria bem nervoso dentro desse carro, mas vamos
tentar entender o movimento que o taxista fez.
Se um carro percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais, o seu movimento é chamado de
movimento uniforme (M.U.) Sendo um movimento uniforme, então podemos dizer que ele apresenta uma
velocidade média constante (valor fixo) e esse valor pode ser calculado como:
∆𝑆
𝑉𝑚 =
∆𝑡
Sendo:
● 𝑉𝑚 = velocidade escalar média
● ∆𝑆 = deslocamento (variação de posição)
● ∆𝑡 = intervalor de tempo (variação de tempo)
1
Física
Note que, na fórmula, temos um ∆. Esse termo chamasse delta e a função dele é calcular a variação da
grandeza que ele está atrelado. Logo:
∆𝑆 = 𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑆 − 𝑆0
∆𝑡 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑡 − 𝑡0
2
Física
3
Física
Exercícios de fixação
1. Uma partícula descreve um movimento uniforme. A função horária dos espaços, com unidades do
Sistema Internacional de Unidades é: 𝑠 = −2,0 + 5,0. 𝑡. Nesse caso, podemos afirmar que a
velocidade escalar da partícula é:
a) -2 m/s e o movimento é retrógrado.
b) -2 m/s e o movimento é progressivo.
c) 5,0 m/s e o movimento é progressivo
d) 5,0 m/s e o movimento é retrógrado
2. Uma partícula descreve um movimento uniforme. A função horária dos espaços, com unidades do
Sistema Internacional de Unidades é: 𝑠 = 2,0 − 4,0. 𝑡. Nesse caso, podemos afirmar que a velocidade
escalar da partícula é:
a) -2 m/s e o movimento é retrógrado.
b) -2 m/s e o movimento é progressivo.
c) 4,0 m/s e o movimento é progressivo
d) 4,0 m/s e o movimento é retrógrado
3. A posição de um móvel, em movimento uniforme, varia com o tempo conforme a tabela que segue.
s(m) 25 21 17 13 9 5
t(s) 0 1 2 3 4 5
4. A posição de um móvel, em movimento uniforme, varia com o tempo conforme a tabela que segue.
s(m) 31 26 21 16 11 6
t(s) 0 1 2 3 4 5
4
Física
5. Sabendo que o espaço do móvel varia com o tempo, e obedece a seguinte função horária do espaço:
𝑥 = −100 + 25𝑡. O instante quando o móvel passa na origem das posições é:
a) t = 2s
b) t = 4s
c) t = 8s
d) t = 10s
5
Física
Exercícios de Vestibulares
1. (G1 - ifsp 2016) Milhares de pessoas morrem em acidentes de trânsito no país todos os anos. Pneus
desgastados (“carecas”), freios ruins e o excesso de velocidade são fatores que contribuem para elevar
o número de acidentes. A utilização de pneus “carecas” é uma falta de trânsito grave e é responsável
por 20% dos acidentes de trânsito. Um condutor negligente partiu de São Paulo às 05h00 da manhã e
percorreu 600 km em direção à cidade de Blumenau. Durante a viagem, um dos pneus “carecas” furou
e o condutor gastou 60 minutos para realizar a troca. Algumas horas antes de chegar a Blumenau, o
condutor fez uma parada de 60 minutos para um lanche. Sabendo que o condutor negligente chegou
a Blumenau às 11h00 da manhã do mesmo dia, assinale a alternativa que apresenta qual foi sua
velocidade média, em m s.
27,8 m s.
a)
b) 100 m s.
c) 41,7 m s.
32 m s.
d)
150 m s.
e)
a) 2h
b) 3h
c) 4h
d) 5h
3. (Ufpr 2017) A utilização de receptores GPS é cada vez mais frequente em veículos. O princípio de
funcionamento desse instrumento é baseado no intervalo de tempo de propagação de sinais, por meio
de ondas eletromagnéticas, desde os satélites até os receptores GPS. Considerando a velocidade de
propagação da onda eletromagnética como sendo de 300.000 km s e que, em determinado instante,
um dos satélites encontra-se a 30.000 km de distância do receptor, qual é o tempo de propagação da
onda eletromagnética emitida por esse satélite GPS até o receptor?
a) 10 s.
b) 1 s.
c) 0,1 s.
d) 0,01 s.
e) 1 ms.
6
Física
4. (Enem PPL 2012) Em apresentações musicais realizadas em espaços onde o público fica longe do
palco, é necessária a instalação de alto-falantes adicionais a grandes distâncias, além daqueles
localizados no palco. Como a velocidade com que o som se propaga no ar (𝑣𝑠𝑜𝑚 = 3,4 × 102 𝑚/𝑠) é
muito menor do que a velocidade com que o sinal elétrico se propaga nos cabos (𝑣𝑠𝑖𝑛 𝑎𝑙 =
2,6 × 108 𝑚/𝑠), é necessário atrasar o sinal elétrico de modo que este chegue pelo cabo ao alto-falante
no mesmo instante em que o som vindo do palco chega pelo ar. Para tentar contornar esse problema,
um técnico de som pensou em simplesmente instalar um cabo elétrico com comprimento suficiente
para o sinal elétrico chegar ao mesmo tempo que o som, em um alto-falante que está a uma distância
de 680 metros do palco.
A solução é inviável, pois seria necessário um cabo elétrico de comprimento mais próximo de
a) 1,1 × 103 𝑘𝑚.
b) 8,9 × 104 𝑘𝑚.
c) 1,3 × 105 𝑘𝑚.
d) 5,2 × 105 𝑘𝑚.
e) 6,0 × 1013 𝑘𝑚.
5. (Enem PPL 2020) Nas estradas brasileiras existem vários aparelhos com a finalidade de medir a
velocidade dos veículos. Em uma rodovia, cuja velocidade máxima permitida é de 80 𝑘𝑚 ⋅ ℎ−1 , um carro
percorre a distância de 50 cm entre os dois sensores no tempo de 20 ms. De acordo com a Resolução
n. 396, do Conselho Nacional de Trânsito, para vias com velocidade de até 100 𝑘𝑚 ⋅ ℎ−1 , a velocidade
medida pelo aparelho tem a tolerância de +7 𝑘𝑚 ⋅ ℎ−1 além da velocidade máxima permitida na via.
Considere que a velocidade final registrada do carro é o valor medido descontado o valor da tolerância
do aparelho.
6. (Espcex (Aman) 2017) Um trem de 150 m de comprimento se desloca com velocidade escalar
constante de 16 m s. Esse trem atravessa um túnel e leva 50 s desde a entrada até a saída completa
de dentro dele. O comprimento do túnel é de:
a) 500 m
650 m
b)
800 m
c)
950 m
d)
e) 1.100 m
7
Física
7. (Famema 2020) De dentro do ônibus, que ainda fazia manobras para estacionar no ponto de parada, o
rapaz, atrasado para o encontro com a namorada, a vê indo embora pela calçada. Quando finalmente
o ônibus para e o rapaz desce, a distância que o separa da namorada é de 180 m.
Sabendo que a namorada do rapaz se movimenta com velocidade constante de 0,5 m s e que o rapaz
pode correr com velocidade constante de 5 m s, o tempo mínimo para que ele consiga alcançá-la é de
a) 10 s.
b) 45 s.
c) 25 s.
d) 50 s.
e) 40 s.
8. (Ita 2016) No sistema de sinalização de trânsito urbano chamado de “onda verde”, há semáforos com
dispositivos eletrônicos que indicam a velocidade a ser mantida pelo motorista para alcançar o próximo
sinal ainda aberto. Considere que de início o painel indique uma velocidade de 45 km h. Alguns
segundos depois ela passa para 50 km h e, finalmente, para 60 km h. Sabendo que a indicação de
50 km h no painel demora 8,0 s antes de mudar para 60 km h, então a distância entre os semáforos é
de
a) 1,0 × 10−1 𝑘𝑚.
b) 2,0 × 10−1 𝑘𝑚.
c) 4,0 × 10−1 𝑘𝑚.
d) 1,0 km.
1,2 km.
e)
9. (Udesc 2016) Um automóvel de passeio, em uma reta longa de uma rodovia, viaja em velocidade
constante de 100 km h e à sua frente, à distância de 1,00 km, está um caminhão que viaja em
velocidade constante de 80 km h. O automóvel tem de comprimento 4,50 m e o caminhão 30,0 m. A
distância percorrida pelo carro até ultrapassar completamente o caminhão é, aproximadamente, igual
a:
a) 517 m
b) 20,7 km
c) 515 m
d) 5,15 km
e) 5,17 km
8
Física
10. (Enem 2019) A agricultura de precisão reúne técnicas agrícolas que consideram particularidades locais
do solo ou lavoura a fim de otimizar o uso de recursos. Uma das formas de adquirir informações sobre
essas particularidades é a fotografia aérea de baixa altitude realizada por um veículo aéreo não
tripulado (vant). Na fase de aquisição é importante determinar o nível de sobreposição entre as
fotografias. A figura ilustra como uma sequência de imagens é coletada por um vant e como são
formadas as sobreposições frontais.
O operador do vant recebe uma encomenda na qual as imagens devem ter uma sobreposição frontal
de 20% em um terreno plano. Para realizar a aquisição das imagens, seleciona uma altitude H fixa de
voo de 1.000 m, a uma velocidade constante de 50 𝑚 𝑠 −1 . A abertura da câmera fotográfica do vant é
de 90. Considere tg (45) = 1.
Natural Resources Canada. Concepts of Aerial Photography. Disponível em: www.nrcan.gc.ca. Acesso em: 26 abr. 2019
(adaptado).
Com que intervalo de tempo o operador deve adquirir duas imagens consecutivas?
a) 40 segundos
b) 32 segundos
c) 28 segundos
d) 16 segundos
e) 8 8 segundos
9
Física
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. C
A forma mais fácil de identificar a resposta certa é comparando a equação e os valores dados.
𝑥 = 𝑥0 + 𝑣 . 𝑡
𝑥 = −2,0 + 5,0. 𝑡
2. D
A forma mais fácil de identificar a resposta certa é comparando a equação e os valores dados.
𝑥 = 𝑥0 + 𝑣 . 𝑡
𝑥 = 2,0 − 4,0. 𝑡
3. B
1º - Vamos calcular a velocidade, não esquecendo que a velocidade média será igual a instantânea.
𝑉 = 𝛥𝑠 ÷ 𝛥𝑡
𝑉 = (5 − 25) ÷ (5 − 0)
𝑉 = −20 ÷ 5
𝑉 = −4 𝑚/𝑠
4. A
1º - Vamos calcular a velocidade, não esquecendo que a velocidade média será igual a instantântea.
𝑉 = 𝛥𝑠 ÷ 𝛥𝑡
𝑉 = (6 − 31) ÷ (5 − 0)
𝑉 = −20 ÷ 5
𝑉 = −5 𝑚/𝑠
5. B
𝑥 = −100 + 25 .8
𝑥 = −100 + 200
𝑥 = 100𝑚
10
Física
Exercícios de vestibulares
1. A
Δt = 6h
ΔS = 600 km
ΔS 600
Vm = Vm = Vm = 100 km h
Δt 6
100
Vm = Vm 27,8 m s
3,6
2. D
Escrevendo a função horária da posição do movimento uniforme para os corpos A e B, temos:
𝑆𝐴 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡 → 𝑆𝐴 = 0 + 30. 𝑡 → 𝑆𝐴 = 30. 𝑡
𝑆𝐵 = 𝑆0 – 𝑣. 𝑡 → 𝑆𝐵 = 400 – 50. 𝑡
3. C
A velocidade média é dada pela razão entre a distância percorrida e o tempo gasto em percorrê-la.
Δs
v=
Δt
4. D
O tempo deve ser o mesmo para o som e para o sinal elétrico.
t sinal = t som
Lcabo
=
d
v sinal v som
Lcabo
2,6 108
=
680
340
(
Lcabo = 2 2,6 108 )
5. C
Dados: Δ𝑆 = 50𝑐𝑚 = 5 × 10−1 𝑚; Δ𝑡 = 20𝑚𝑠 = 2 × 10−2 𝑠.
ΔS 5 10−1
v= = = 25m s v = 90km h
Δt 2 10−2
11
Física
6. B
Situação 1: Trem iniciando a estrada ao túnel.
7. E
Considerando a namorada e o namorado como móveis A e B respectivamente, ambos efetuando um
movimento retilíneo uniforme, podemos definir as equações das suas posições (s) com relação ao tempo
(t) usando as grandezas no Sistema Internacional de Unidades:
sA = 180 + 0,5t
sB = 5t
Quando houver o encontro dos dois, suas posições são as mesmas, portanto:
sA = sB
180 + 0,5t = 5t
12
Física
8. D
Um carro A para pelo semáforo com uma velocidade de 45 km h = 12,5 m s e demora T segundos pra
passar o pelo percurso.
Um carro B, que esta mais distante passa pelo semáforo com uma velocidade de 50 km h = 13,889 m s
e demora T − 8 segundos.
Ambos pegando a “onda verde”.
ΔS = V0 Δt
ΔS = 12,5 T (i)
ΔS = 13,889 (T − 8) (ii)
12,5 T = 13,889 (T − 8)
T = 80 s (iii)
(iii) em (i)
ΔS = 12,5 80 ΔS = 1.000 m ΔS = 1km
9. E
Para descobrirmos o tempo gasto, utilizaremos toda a distância que o carro deverá percorrer, que é a
distancia da pista (1km) mais a distância do caminhão (30 m) mais a distância do carro (4,5 m). Como
o carro viaja a 100 km h e o caminhão a 80 km h, para um observador dentro do carro, é como o
caminhão estivesse parado e o carro a 20 km h.
ΔS
S = S0 + V0 Δt ΔS = V0 Δt Δt =
V0
1,0345
Δt = Δt = 0,051725 h
20
S = S0 + V0 Δt ΔS = V0 Δt
ΔS = 100 0,051725
ΔS 5,17 km
10. B
Analisando dois triângulos sobrepostos, temos:
1000
tg45 = L = 2000 m
L2
13
Física
d 1600 m
Δt = =
v 50 m s
Δt = 32 s
14
Física
Objetivo
Aprender a metodologia científica, além de saber reconhecer os níveis de organização biológica
Se liga
Você pode dar start no estudo desse conteúdo com esse mapa mental que explica de forma bem completa e
rápida este movimento. Ah, para esse assunto é legal que você saiba as Unidades de Medida e conversão, ein
Curiosidade
O Movimento Uniforme é um dos assuntos mais cobrados nos diversos vestibulares do país e é muito
importante para os demais assuntos que iremos aprender no futuro
Teoria
Imagina que você está em casa e pede um taxi para ir até a casa de um amigo. Durante todo trajeto, o taxista
permanece a uma velocidade de 20 km/h. Eu sei que você estaria bem nervoso dentro desse carro, mas vamos
tentar entender o movimento que o taxista fez.
Se um carro percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais, o seu movimento é chamado de
movimento uniforme (M.U.) Sendo um movimento uniforme, então podemos dizer que ele apresenta uma
velocidade média constante (valor fixo) e esse valor pode ser calculado como:
∆𝑆
𝑉𝑚 =
∆𝑡
Sendo:
● 𝑉𝑚 = velocidade escalar média
● ∆𝑆 = deslocamento (variação de posição)
● ∆𝑡 = intervalor de tempo (variação de tempo)
Note que, na fórmula, temos um ∆. Esse termo chamasse delta e a função dele é calcular a variação da
grandeza que ele está atrelado. Logo:
1
Física
2
Física
Exercícios de Fixação
1. Uma ave migratória consegue voar enormes distâncias. Suponha que ela consiga voar com velocidade
constante de 10 m/s durante o período de uma semana. Qual terá sido a distância, em quilômetros,
percorrida pela ave durante esse período?
a) 2056 Km
b) 6048 Km
c) 7512 Km
d) 8600 Km
2. No instante de tempo t0, um corpo encontra-se na posição 3 m com relação a um sistema de referência,
movendo-se com uma velocidade de 10 m/s. A alternativa que representa corretamente a função
horária da posição desse móvel é:
a) 𝑆 = 3 + 10𝑡
b) 𝑆 = 10 + 3𝑡
c) 𝑆 = 3𝑡 + 5𝑡 2
d) 𝑆 = 10𝑡 + 4𝑡²
3. Com relação a um corpo que descreve um movimento retilíneo e uniforme, assinale a alternativa
correta.
a) Um corpo em MU percorre espaços cada vez maiores a cada intervalo de tempo posterior.
b) Um corpo em MU percorre distâncias iguais em intervalos de tempos iguais.
c) Um corpo em MU move-se com aceleração constante.
d) Um corpo em MU permanece em uma posição constante em todos os instantes de tempo.
4. Sobre dois móveis A e B cujas funções horárias são SA = 15 + 20t e SB = 20 – 5t, são feitas as seguintes
afirmações:
I. O móvel A descreve um movimento acelerado.
II. O móvel B descreve um movimento retrógrado.
III. A velocidade de A é 10m/s.
IV. Nos instantes iniciais, A e B se aproximam a cada segundo.
São verdadeiras:
a) I e IV;
b) II e III;
c) II e IV;
d) III e IV.
3
Física
Exercícios de Vestibulares
1. Um veículo move-se com velocidade constante de 36 km/h. Ao seu lado, um outro veículo trafega com
velocidade constante de 54 km/h. Assinale a alternativa que indica qual será a distância, em km, entre
esses veículos após um intervalo de tempo de 5 minutos.
a) 5,0 km
b) 2,0 km
c) 1,5 km
d) 3,0 km
2. Um veículo move-se com velocidade constante de 18 km/h. Ao seu lado, um outro veículo trafega com
velocidade constante de 72 km/h. Assinale a alternativa que indica qual será a distância, em km, entre
esses veículos após um intervalo de tempo de 3 minutos.
a) 5,0 km
b) 2,1 km
c) 1,5 km
d) 2,7 km
3. Uma pessoa sobe por uma escada rolante de 8 m de base por 6 m de altura com uma velocidade
constante de 0,5 m/s. Determine o intervalo de tempo necessário para que ela consiga chegar ao topo
dessa escada.
a) 15 s
b) 20 s
c) 10 s
d) 40 s
4. Uma pessoa sobe por uma escada rolante de 12 m de base por 9 m de altura com uma velocidade
constante de 0,6 m/s. Determine o intervalo de tempo necessário para que ela consiga chegar ao topo
dessa escada.
a) 25 s
b) 20 s
c) 30 s
d) 40 s
4
Física
5. Deseja-se fazer uma viagem de 90 km de distância com velocidade média de 60 km/h. Um veículo
percorre os primeiros 30 km desse trajeto em um intervalo de tempo de 30 minutos (0,5 h). Assinale a
alternativa que mostra o tempo restante para o motorista terminar o percurso, a fim de que ele
mantenha a velocidade média desejada.
a) 3,0 h
b) 2,0 h
c) 0,5 h
d) 1,0 h
6. Deseja-se fazer uma viagem de 240 km de distância com velocidade média de 80 km/h. Um veículo
percorre os primeiros 120 km desse trajeto em um intervalo de tempo de 60 minutos. Assinale a
alternativa que mostra o tempo restante para o motorista terminar o percurso, a fim de que ele
mantenha a velocidade média desejada.
a) 3,0 h
b) 2,0 h
c) 0,5 h
d) 1,0 h
7. Um trem necessita completar uma viagem de 400 km em um tempo máximo de 4h, movendo-se a 80
km/h. Após 30 minutos de viagem, o trem quebra e fica parado por 30 minutos. Determine a velocidade
média que o trem precisará desenvolver no restante do trajeto para chegar a tempo em seu destino.
a) 100 km/h
b) 120 km/h
c) 160 km/h
d) 90 km/h
8. Um trem necessita completar uma viagem de 800 km em um tempo máximo de 8h, movendo-se a 90
km/h. Após 60 minutos de viagem, o trem quebra e fica parado por 30 minutos. Determine a velocidade
média aproximada que o trem precisará desenvolver no restante do trajeto para chegar a tempo em
seu destino.
a) 100 km/h
b) 120 km/h
c) 160 km/h
d) 109 km/h
5
Física
9. Um trem carregado de combustível, de 120m de comprimento, faz o percurso de Campinas até Marília,
com velocidade constante de 72 Km/h. Esse trem gasta 12s para atravessar completamente a ponte
sobre o rio Tietê. O comprimento da ponte é:
a) 120m
b) 88,5m
c) 90m
d) 75,5m
10. Um trem carregado de combustível, de 120m de comprimento, faz o percurso de Campinas até Marília,
com velocidade constante de 50 Km/h. Esse trem gasta 15s para atravessar completamente a ponte
sobre o rio Tietê. O comprimento da ponte é:
a) 100m
b) 88,5m
c) 80m
d) 75,5m
6
Física
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. B
Podemos resolver o exercício utilizando a equação da velocidade média, entretanto é necessário que as
unidades sejam adequadas. Para tanto, podemos simplesmente converter a velocidade, que está em
metros por segundo, para quilômetros por hora, multiplicando-a pelo fator 3,6. Além disso, também é
necessário transformar o período de uma semana em horas (1 semana = 7 dias, 1 dia = 24 h, portanto 1
semana equivale a 168 h). Em seguida, basta fazermos o cálculo a seguir:
Fazendo o cálculo acima, descobrimos que a ave consegue percorrer uma distância de 6048 km.
2. A
A função horária da posição do movimento uniforme é escrita na forma S = S0 + v.t, sendo S0 a posição
inicial, v a velocidade e t o instante de tempo. A alternativa correta, portanto, é a letra A.
3. B
Quando um corpo descreve um movimento uniforme, dizemos que ele percorre espaços iguais para
intervalos de tempos iguais. Sendo assim, a alternativa correta é a letra B.
4. C
I. FALSA. O móvel A se desloca com velocidade constante em um movimento progressivo e não
acelerado.
II. VERDADEIRA.
III. FALSA. A velocidade do móvel A é de 10 m/s, e não 20 m/s.
IV. VERDADEIRA. Uma vez que o A move-se para frente e B move-se para esquerda, nos primeiros
instantes, eles se deslocam um em direção ao outro, portanto a afirmativa é verdadeira até que eles
se encontrem.
5. A
Para resolver essa questão, basta igualar as posições SA e SB. Confira o cálculo:
7
Física
Exercícios de vestibulares
1. C
𝑣1 = 36𝑘𝑚/ℎ = 10𝑚/𝑠
𝑣2 = 54𝑘𝑚/ℎ = 15𝑚/𝑠
𝛥𝑡 = 5𝑚𝑖𝑛 = 300𝑠
𝛥𝑆
𝑣=
𝛥𝑡
𝛥𝑆
𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 1 ⟶ {10 = 𝛥𝑆 = 3000𝑚
300
𝛥𝑆
𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 2 ⟶ {15 = 𝛥𝑆 = 4500𝑚
300
𝛥𝑆 = 1500𝑚 = 1,5𝑘𝑚
2. D
𝑣1 = 18𝑘𝑚/ℎ = 5𝑚/𝑠
𝑣2 = 72𝑘𝑚/ℎ = 20𝑚/𝑠
𝛥𝑡 = 3𝑚𝑖𝑛 = 180𝑠
𝛥𝑆
𝑣=
𝛥𝑡
𝛥𝑆
𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 1 ⟶ {5 = 𝛥𝑆 = 900𝑚
180
𝛥𝑆
𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 2 ⟶ {20 = 𝛥𝑆 = 3600𝑚
180
𝛥𝑆 = 2700𝑚 = 2,7𝑘𝑚
3. B
𝛥𝑆 2 = 62 + 82
𝛥𝑆 2 = 36 + 64
𝛥𝑆 2 = 100
𝛥𝑆 = 10𝑚
𝛥𝑆
𝑣=
𝛥𝑡
10
0,5 =
𝛥𝑡
𝛥𝑡 = 20𝑠
4. A
𝛥𝑆 2 = 92 + 122
𝛥𝑆 2 = 81 + 144
𝛥𝑆 2 = 225
𝛥𝑆 = 15𝑚
8
Física
𝛥𝑆
𝑣=
𝛥𝑡
15
0,6 =
𝛥𝑡
𝛥𝑡 = 25𝑠
5. D
𝛥𝑆
𝑣=
𝛥𝑡
90
60 =
𝛥𝑡
90
𝛥𝑡 = = 1,5ℎ
60
Como o motorista gasta 30 minutos nos primeiros 30 km do trajeto e o tempo total de viagem não pode
exceder 1,5 h, então, o tempo que lhe resta para percorrer os 60 km seguintes é de 1 h.
6. B
𝛥𝑆
𝑣=
𝛥𝑡
240
80 =
𝛥𝑡
240
𝛥𝑡 = = 3ℎ
80
Como o motorista gasta 60 minutos nos primeiros 120 km do trajeto e o tempo total de viagem não
pode exceder 3 h, então, o tempo que lhe resta para percorrer os 120 km seguintes é de 2 h.
7. B
Para resolver esse exercício, precisamos descobrir quanto o trem andou antes de ter quebrado. De
acordo com o exercício, o trem movia-se a 80 km/h e, após 30 minutos, quebrou. Fazendo o cálculo,
descobrimos que esse trem andou uma distância de 40 km. Como o conserto do trem demorou mais 30
minutos, restam apenas 3h do tempo total de viagem, para que o trem não se atrase, e uma distância de
360 km. Dessa forma, fazemos o cálculo da velocidade para a distância e o tempo restante, então,
encontramos o valor de 120 km/h. Veja o cálculo:
𝛥𝑆
𝑣=
𝛥𝑡
𝛥𝑆
80 = ⟶ 𝛥𝑆 = 40𝑘𝑚
0,5
360
𝑣= = 120𝑘𝑚/ℎ
3
8. D
Para resolver esse exercício, precisamos descobrir quanto o trem andou antes de ter quebrado. De
acordo com o exercício, o trem movia-se a 90 km/h e, após 60 minutos, quebrou. Fazendo o cálculo,
descobrimos que esse trem andou uma distância de 90 km. Como o conserto do trem demorou mais 30
minutos, restam apenas 6,5h do tempo total de viagem, para que o trem não se atrase, e uma distância
de 710 km. Dessa forma, fazemos o cálculo da velocidade para a distância e o tempo restante, então,
encontramos o valor de 109 km/h. Veja o cálculo:
9
Física
𝛥𝑆
𝑣=
𝛥𝑡
𝛥𝑆
90 = ⟶ 𝛥𝑆 = 90𝑘𝑚
1,0
710
𝑣= ≅ 109 𝑘𝑚/ℎ
6,5
9. A
72 𝐾𝑚/ℎ ÷ 3,6 = 20 𝑚/𝑠
𝑉𝑚 = 𝐿(𝑡𝑟𝑒𝑚) + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) / 𝛥𝑡
20 = 120 + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) / 12
20 . 12 = 120 + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒)
240 − 120 = 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒)
𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) = 120𝑚
10. B
50 𝐾𝑚/ℎ ÷ 3,6 = 13,9 𝑚/𝑠
𝑉𝑚 = 𝐿(𝑡𝑟𝑒𝑚) + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) / 𝛥𝑡
13,9 = 120 + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) / 15
13,9 . 15 = 120 + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒)
208,5 − 120 = 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒)
𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) = 88,5𝑚
10
Física
Termometria
Objetivo
Você irá aprender a fazer os cálculos corretamente a fim de fazer as devidas conversões entre as diferentes
escalas termométricas
Se liga
Para esse conteúdo é legal que você saiba o conteúdo de função do primeiro grau. Tem alguma dúvida nesse
conteúdo? Assista a aula “Introdução aos estudos das funções” da nossa biblioteca
Curiosidade
A termometria é a base para uma das principais conversões da termologia, pois será muito utilizada em
conteúdos futuros
Teoria
A termometria define, suas medidas nas diversas escalas termométricas e as transformações dessas
temperaturas entre as escalas.
Introdução
Termologia é a parte da Física que estuda os fenômenos relativos ao aquecimento, resfriamento ou às
mudanças de estado físico em corpos que recebem ou cedem um determinado tipo de energia. Estudaremos,
em Termologia, as formas pelas quais essa energia, que denominaremos energia térmica, muda de local,
propagando-se através de um meio. Estudaremos, ainda, o comportamento de um modelo teórico de gás,
denominado gás perfeito, e, dentre outras coisas, as relações existentes entre a energia térmica e a energia
mecânica.
No estudo de todos os fenômenos relativos à Termologia, sempre aparece um parâmetro muito importante,
denominado temperatura, capaz de definir o estado térmico do sistema físico estudado. Assim, iniciaremos
o nosso estudo de Termologia conceituando a temperatura e estabelecendo processos e regras usados para
sua medição.
Temperatura
Grandeza que caracteriza o estado térmico de um sistema.
É comum as pessoas avaliarem o estado térmico de um corpo pela sensação de quente ou frio que sentem
ao tocá-lo. Até que ponto, entretanto, podemos confiar nessa sensação? Muitas vezes pessoas diferentes em
um mesmo ambiente experimentam sensações térmicas diferentes! Note que isso ocorre porque as
sensações de quente e frio são individuais e subjetivas, dependendo do indivíduo e das condições a que ele
está sujeito.
1
Física
Agora você deve estar se perguntando: como podemos avaliar fisicamente esse “quente” e esse “frio”?
Imaginemos um balão de borracha, fechado, com ar em seu interior. O ar, como sabemos, é constituído de
pequenas partículas que se movimentam em todas as direções. Agora, vamos aquecer o ar. O que acontece?
O balão estufa, aumentando de tamanho. O que provocou isso? Foi o ar em seu interior, que, ao ser aquecido,
empurrou mais fortemente as paredes elásticas, aumentando o volume do balão. Isso ocorre porque as
partículas de ar movimentam-se, possuindo certa velocidade, certa energia cinética. Quando aumentamos
a temperatura dessas partículas por aquecimento, essa energia cinética aumenta, intensificando os choques
dessas partículas com as paredes internas do balão, o que produz aumento de volume.
Assim, podemos associar a temperatura do ar à energia cinética de suas partículas, isto é, ao estado de
movimento dessas partículas.
Entretanto, o que acontece nos sólidos e nos líquidos, cujas partículas são impedidas de movimentar-se
livremente?
Nesses casos, as partículas apenas agitam-se em regiões limitadas, e esse estado de agitação aumenta com
o aquecimento, com o aumento de temperatura.
A conclusão a que podemos chegar é que, de alguma forma, a temperatura está relacionada com o estado de
movimento ou de agitação das partículas de um corpo. Assim, como uma ideia inicial, podemos dizer que a
temperatura é um valor numérico associado a um determinado estado de agitação ou de movimentação das
partículas de um corpo, umas em relação às outras.
2
Física
Termômetro
Considerando o que vimos anteriormente, você deve ter percebido que não temos condições de medir
diretamente a energia de agitação das moléculas de um corpo. Como podemos, então, avaliar sua
temperatura?
É simples: isso deve ser feito por um processo indireto, usando-se um segundo corpo que sofra alterações
mensuráveis em suas propriedades físicas quando do processo de busca do equilíbrio térmico com o
primeiro. A esse corpo chamamos de termômetro.
Escalas termométricas
Escala termométrica é um conjunto de valores numéricos em que cada valor está associado a uma
determinada temperatura. Se, por exemplo, a temperatura de um sistema A é representada pelo valor 50 e a
de um sistema B, pelo valor 20, em uma mesma escala termométrica, dizemos que a temperatura de A é maior
que a de B. Isso indica que as partículas do sistema A estão em um nível energético mais elevado que as do
sistema B.
Como uma escala termométrica é constituída por um conjunto de valores arbitrários, um mesmo estado
térmico pode ser representado em escalas termométricas diversas, por valores numéricos diferentes. Os
valores numéricos de uma escala termométrica são obtidos a partir de dois valores atribuídos previamente a
dois estados térmicos de referência, bem definidos, denominados pontos fixos.
3
Física
4
Física
Na escala Celsius, temos 100 divisões iguais entre os pontos fixos, cada divisão correspondendo à unidade
da escala, que recebe o nome de grau Celsius, simbolizado por °C.
Na escala Fahrenheit, temos 180 divisões iguais entre os pontos fixos, sendo a unidade da escala
denominada grau Fahrenheit, simbolizado por °F.
Perceba que os intervalos de temperaturas correspondentes nos dois termômetros são proporcionais. Assim,
vale a relação:
𝜃𝑐 − 0 100 − 0
=
𝜃𝐹 − 32 212 − 32
𝜃𝑐 100 5
= =
𝜃𝐹 − 32 180 9
5
Física
𝜃𝑐 𝜃𝐹 − 32
=
5 9
Variação de temperatura
Para converter uma variação de temperatura em graus Celsius para graus Fahrenheit, ou vice-versa, observe
o esquema abaixo, em que comparamos essas duas escalas.
Note que a variação em uma das escalas é proporcional à variação correspondente na outra. Assim, podemos
afirmar que:
∆𝜃𝑐 ∆𝜃𝐹
=
100 180
O zero absoluto
Imagine um sistema físico qualquer. Quando o aquecemos, sua temperatura se eleva, aumentando o estado
de agitação de suas partículas. Se o esfriamos, sua temperatura diminui porque o estado de agitação das
partículas também diminui. Se continuarmos a esfriar esse sistema, o estado de agitação das partículas
diminuirá mais e mais, tendendo a um mínimo de temperatura, denominado zero absoluto.
No zero absoluto, ainda existe nas partículas do sistema uma quantidade finita, não nula, de energia cinética.
Essa energia é denominada energia do ponto zero.
6
Física
Escala absoluta
O físico britânico William Thomson (1824-1907), mais conhecido como Lord Kelvin, foi quem verificou
experimentalmente a variação da pressão de um gás a volume constante. Por meio de uma extrapolação, ele
concluiu que a menor temperatura que aquele gás poderia atingir coincidia com a anulação da pressão.
Até chegar a essa conclusão ele realizou experiências com diferentes amostras de gases, a volume constante.
As variações de pressão foram plotadas (marcadas) em um gráfico, em função da temperatura Celsius. O
prolongamento do gráfico levou-o ao valor -273,15 °C, que foi denominado “zero absoluto”. Para facilitar os
cálculos, aproximamos esse -273 °C. A escala Kelvin, também denominada escala absoluta, tem sua origem
no zero absoluto e utiliza o grau Celsius como unidade de variação. O símbolo da unidade da escala Kelvin é
K.
Do exposto, pode-se concluir que a equação de conversão entre as escalas Celsius e Kelvin é dada por:
7
Física
Exercícios de Fixação
1. A preocupação com o efeito estufa tem sido cada vez mais notada. Em alguns dias do verão de 2009,
a temperatura na cidade de São Paulo chegou a atingir 34°C. O valor dessa temperatura em escala
Kelvin é:
a) 239,15
b) 307,15
c) 273,15
d) 1,91
e) – 307,15
4. Comparando as medidas de temperatura nas escalas Celsius e Fahrenheit observa-se que enquanto na
primeira escala a temperatura de ebulição da água é de 100 ºC, na segunda escala a água passa para
o estado gasoso em 212 ºF. Já a fusão da água ocorre em 0 ºC e a respectiva temperatura na outra
escala é 32 ºF. Observe o gráfico e assinale a alternativa com a temperatura que pode ser marcada
pelo mesmo número nas duas escalas.
a) 30
b) 10
c) – 20
d) – 40
5. Um termômetro mede uma temperatura igual a 20 ºF, determine o valor dessa temperatura na escala
Celsius e Kelvin.
8
Física
Exercícios de Vestibulares
1. Pernambuco registrou, em 2015, um recorde na temperatura após dezessete anos. O estado atingiu a
média máxima de 31 C, ° segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC). A falta de chuvas
desse ano só foi pior em 1998 – quando foi registrada a pior seca dos últimos 50 anos, provocada pelo
fenômeno “El Niño”, que reduziu a níveis críticos os reservatórios e impôs o racionamento de água.
Novembro foi o mês mais quente de 2015, aponta a APAC. Dos municípios que atingiram as
temperaturas mais altas esse ano, Águas Belas, no Agreste, aparece em primeiro lugar com média
máxima de 42 C°
Fonte: g1.com.br.
a) 300 e 317.
b) 273 e 373.
c) 304 e 315.
d) 242 e 232.
e) 254 e 302.
2. Com o aumento do efeito estufa, a chuva ácida pode atingir a temperatura de 250º.C
Na escala Kelvin, esse valor de temperatura corresponde a:
a) 212
b) 346
c) 482
d) 523
9
Física
Com esses dados, pode-se concluir que a variação de temperatura na sexta-feira e a máxima, no
sábado, na escala Fahrenheit, foram, respectivamente:
a) 9 e 33,8.
b) 9 e 68.
c) 36 e 9.
d) 68 e 33,8.
e) 68 e 36.
4. Quando se mede a temperatura do corpo humano com um termômetro clínico de mercúrio em vidro,
procura-se colocar o bulbo do termômetro em contato direto com regiões mais próximas do interior do
corpo e manter o termômetro assim durante algum tempo, antes de fazer a leitura. Esses dois
procedimentos são necessários porque:
a) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois corpos e porque demanda
sempre algum tempo para que a troca de calor entre o corpo humano e o termômetro se efetive.
b) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura interna do corpo, e porque
demanda sempre algum tempo para que a troca de calor entre o corpo humano e o termômetro se
efetive.
c) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois corpos e porque é preciso
evitar a interferência do calor específico médio do corpo humano.
d) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura interna do corpo, e porque
o calor específico médio do corpo humano é muito menor que o do mercúrio e o do vidro.
e) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois corpos e porque é preciso
reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura interna do corpo.
10
Física
Utilizando a escala como referência, podemos dizer que 0°C e 50°C equivalem, em Kelvin, a?
a) 212 e 273.
b) 273 e 373.
c) 212 e 32.
d) 273 e 37.
e) 273 e 323.
6. O texto a seguir foi extraído de uma matéria sobre congelamento de cadáveres para sua preservação
por muitos anos, publicada no jornal O Estado de S. Paulo de 21.07.2002.
“Após a morte clínica, o corpo é resfriado com gelo. Uma injeção de anticoagulantes é aplicada e um
fluido especial é bombeado para o coração, espalhando-se pelo corpo e empurrando para fora os
fluidos naturais. O corpo é colocado numa câmara com gás nitrogênio, onde os fluidos endurecem em
vez de congelar. Assim que atinge a temperatura de – 321°, o corpo é levado para um tanque de
nitrogênio líquido, onde fica de cabeça para baixo.”
O Estado de S. Paulo
Na matéria, não consta a unidade de temperatura usada. Considerando que o valor indicado de – 321°
esteja correto e que pertença a uma das escalas, Kelvin, Celsius ou Fahrenheit, pode-se concluir que foi
usada a escala
a) Kelvin, pois trata-se de um trabalho cientifico e esta é a unidade adotada pelo Sistema
Internacional.
b) Fahrenheit, por ser um valor inferior ao zero absoluto e, portanto, só pode ser medido nessa escala.
c) Fahrenheit, pois as escalas Celsius e Kelvin não admitem esse valor numérico de temperatura.
d) Celsius, pois só ela tem valores numéricos negativos para a indicação de temperatura.
e) Celsius, por tratar-se de uma matéria publicada em língua portuguesa e essa ser a unidade adotada
oficialmente no Brasil.
11
Física
7. Um termômetro com defeito está graduado na escala Fahrenheit, indicando 30 °𝐹 para o ponto de fusão
do gelo e 214 °𝐹 para o ponto de ebulição da água. A única temperatura neste termômetro medida
corretamente na escala Celsius é
a) 158
b) 86
c) 122
d) 50
e) 194
8. Vários turistas frequentemente têm tido a oportunidade de viajar para países que utilizam a escala
Fahrenheit como referência para medidas da temperatura. Considerando-se que quando um
termômetro graduado na escala Fahrenheit assinala 32°F, essa temperatura corresponde ao ponto de
gelo, e quando assinala 212°F, trata-se do ponto de vapor. Em um desses países, um turista observou
que um termômetro assinalava temperatura de 74,3°F. Assinale a alternativa que apresenta a
temperatura, na escala Celsius, correspondente à temperatura observada pelo turista.
a) 12,2 °C.
b) 18,7 °C.
c) 23,5 °C.
d) 30 °C.
e) 33,5 °C.
9. O gráfico indicado a seguir representa a relação entre a temperatura medida numa escala X e a mesma
temperatura medida na escala Celsius.
12
Física
10. Os termômetros são instrumentos utilizados para efetuarmos medidas de temperaturas. Os mais
comuns baseiam-se na variação de volume sofrida por um líquido considerado ideal, contido em um
tubo de vidro cuja dilatação é desprezada. Num termômetro em que se utiliza mercúrio, vemos que a
coluna deste líquido “sobe” cerca de 2,7 cm para um aquecimento de 3,6 °C. Se a escala termométrica
fosse a Fahrenheit, para um aquecimento de 3,6°F, a coluna de mercúrio “subiria”:
a) 11,8 cm.
a) 3,6 cm.
b) 2,7 cm.
c) 1,8 cm.
d) 1,5 cm.
13
Física
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. B
Para resolver essa questão basta:
𝑇𝐾 = 𝑇𝐶 + 273,15
𝑇𝐾 = 34 + 273
𝑇𝐾 = 307,15 𝐾
2. E
Para resolver basta:
𝑇𝐶 𝑇𝐹 − 32
=
5 9
𝑇𝐹 − 32
40 =
1,8
72 = 𝑇𝐹 − 32
𝑇𝐹 = 72 + 32 = 104
3. C
De acordo com a questão precisamos converter as escalas termométricas da seguinte forma:
14
Física
4. D
Como o gráfico nos dá as temperaturas equivalentes nas duas escalas, podemos calcular a temperatura
através da variação observada.
Portanto, quando na escala Celsius estiver indicando – 40, o mesmo valor será dado na escala
Fahrenheit.
15
Física
5. Vamos usar a igualdade entre as escalas termométricas para calcular a temperatura de 20 ºF nas escalas
pedidas:
Exercícios de vestibulares
1. C
Para a resolução da questão, basta passar as temperaturas médias da escala Celsius para a escala
Kelvin.
Para a média do estado de Pernambuco:
𝑇1 = 31 + 273 ∴ 𝑇1 = 304𝐾
2. D
A transformação da escala Celsius em Kelvin é realizada pela equação:
K = C + 273
3. B
4. B
Por meio da transpiração, a pele regula a temperatura interna do corpo humano. Assim, para obter o valor
dessa temperatura, devemos introduzir o termômetro em uma das aberturas do corpo, como, por
exemplo, a boca. O termômetro deve ficar algum tempo em contato com o corpo para que haja
16
Física
transferência de calor e possa proporcionar o equilíbrio térmico entre o mercúrio (do termômetro) e o
interior desse corpo humano.
5. E
Usando a expressão que relaciona as escalas termométricas Celsius e Kelvin, vem:
6. C
O menor valor de temperatura na escala Celsius é -273ºC e na escala Kelvin é o zero absoluto.
7. D
Aplicando a equação de conversão:
T − 30 T − 32 T − 30 T − 32
= = 46T − 1.472 = 45T − 1.350 T = 122 F.
214 − 30 212 − 32 46 45
Transformando para C :
TC 122 − 32
= TC = 50 C.
5 9
8. C
9. B
17
Física
10. E
18
Geografia
Fordismo e Toyotismo
Objetivo
Aprender sobre as características do Taylorismo/Fordismo e Toyotismo e entender as mudanças provocadas
por esses modelos na sociedade, na organização do espaço produtivo e no mundo do trabalho.
Se liga
Para melhor entendimento desse conteúdo, é fundamental que você tenha assistido à aula sobre Revoluções
Industriais.
Curiosidade
Filme: Tempos Modernos, de 1936, roteirizado, dirigido e produzido por Charlie Chaplin, é a grande referência
para esse assunto.
QQD sobre Toyotismo.
Teoria
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki
1
Geografia
Fordismo
Fotografia de Henry Ford
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki
Henry Ford (1862-1947) já desenvolvia sua linha de montagem para aumentar sua produção, quando ouviu
falar das ideias de Taylor. Impressionado, Ford contratou o engenheiro para trabalhar na sua fábrica. O
Fordismo nasce dessa associação entre as ideias de Taylor e a prática de Ford. Aqui é possível observar a
combinação perfeita entre redução dos custos de produção, pela adoção das práticas tayloristas, e o aumento
do consumo, pela elevação dos salários dos trabalhadores. Muitas vezes, o Fordismo também é chamado de
Fordismo-Taylorismo.
Todavia, o Fordismo transcende como principal modelo, pois sua ideia parte do princípio de que toda a
população poderia se constituir como consumidora de produtos produzidos em massa, incluindo seus
veículos automotores. Logo, ele não se limita a ditar as regras na fábrica, mas impõe uma lógica de consumo
a toda uma sociedade.
2
Geografia
Características do Fordismo:
● Linha de montagem: é a famosa esteira de produção retratada no filme Tempos Modernos.
● Trabalho especializado (repetitivo): é a pura aplicação das ideias de Taylor. Quanto mais fragmentada
fosse a tarefa, isto é, quanto mais simples, mais fácil seria executada pelo trabalhador. A repetição dessa
ação faria o trabalhador se tornar um especialista naquela tarefa. Por isso, a mão de obra desse período
é denominada especializada. Ao mesmo tempo, isso gerava grande dependência daquela indústria, pois
o trabalhador só sabia fazer aquela tarefa e desconhecia as outras etapas produtivas. Nesse sentido,
esses trabalhadores eram considerados alienados.
● Padronização: a repetição das tarefas exigia uma padronização da produção.
● Mão de obra alienada: o trabalhador executava apenas uma tarefa e não conhecia todo o método de
produção, apenas a sua função.
● Produção concentrada: espacialmente, a fábrica fordista era concentrada em um local, produzindo e
armazenando (estoques lotados) tudo no mesmo espaço. A concentração espacial reunia no mesmo
espaço milhares de trabalhadores, o que facilitava a ação de sindicatos; por isso, a pressão sindical era
muito forte.
O gigantesco complexo industrial da Ford
3
Geografia
O surgimento do Toyotismo
O modelo de produção toyotista foi idealizado por Kiichiro Toyoda e Taiichi Ohno e difundido pelo mundo a
partir de 1970. O Toyotismo, também conhecido como sistema flexível, ou pós-fordista, foi desenvolvido em
uma fábrica de automóveis da Toyota, no Japão, buscando atender às especificidades da produção e do
território japonês. Todavia, suas características despontaram como alternativa ao Fordismo, que enfrentava
sua crise na década de 1970. Ele está relacionado com a Terceira Revolução Industrial, ou Revolução Técnico-
Científico-Informacional.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki
Características do Toyotismo:
● Produtos pouco duráveis: a durabilidade foi um problema para o Fordismo. Nesse sentido, a lógica do
Ciclo de Obsolescência Programada, em que os produtos possuem uma data de “validade”, foi
fundamental para superar as limitações do consumo fordista. Não é que o produto quebre com
facilidade, mas ele vai se tornando lento, limitado e obsoleto. É o que acontece com os celulares; à
medida que o tempo passa, parece demorar mais para conseguir abrir os mesmos aplicativos.
● Diversificação: a produção diversificada, com muitas opções, buscando atender às características de
cada mercado, foi importantíssima para ampliar a variedade de produtos. Assim, se aquele país
apresenta um poder de compra menor, a empresa não deixa de vender para ele, pois pode produzir algo
mais barato e adequado ao poder aquisitivo de cada região do mundo.
● Produção sob demanda e recurso logístico just in time: a ideia era produzir de acordo com a demanda,
sem gastar matéria-prima excessiva, fazendo a requisição de um produto ou recurso apenas quando ele
fosse necessário. Isso possibilitou a redução dos estoques e da chance de perdas financeiras em caso
de crise.
● Desconcentração industrial: com os avanços nos transportes e comunicações, possibilitados pela
Terceira Revolução Industrial, foi possível espalhar a indústria por diversos lugares no mundo, buscando
vantagens competitivas individuais que os lugares tinham a oferecer, como mão de obra mais barata ou
legislação ambiental mais flexível.
● Mão de obra qualificada: outra característica que possibilita o amplo desenvolvimento desse modelo.
Com uma mão de obra altamente educada e qualificada, toda melhoria no processo produtivo poderia
ser mais rapidamente incorporada, ao mesmo tempo que esses trabalhadores contribuiriam para esse
progresso. Era muito comum incentivar o trabalhador a desenvolver melhorias na estrutura produtiva.
Quando isso era alcançado, ele recebia um bônus no salário, por exemplo.
4
Geografia
● Automação da produção e robótica: por fim, a automação da linha de produção possibilita a redução dos
custos produtivos com mão de obra e a maximização dos lucros. Com o desenvolvimento tecnológico
associado à robótica, informática e outros setores, foi possível criar fábricas cada vez mais autônomas,
com exigência de menos mão de obra. Tal condição leva ao desemprego estrutural, que é irreversível,
pois o emprego perdido não será recuperado no futuro. Essa questão é um dos principais desafios do
século XXI.
Diferença do fluxo de produção industrial. No primeiro fluxo da ilustração, está escrito “produção empurrada”,
que corresponde ao Fordismo. No segundo, “produção puxada”, que indica o Toyotismo.
5
Geografia
6
Geografia
Exercícios de fixação
4. O ________________, por sua vez, vem integrar outras famílias de sistemas produtivos do movimento da
________________. Essas técnicas se deram em concomitância e possibilitadas pelas novas condições
fornecidas pela ________________.
a) Fordismo – acumulação rígida – Terceira Revolução Industrial
b) Toyotismo – acumulação flexível - Terceira Revolução Industrial.
c) Just in case – acumulação flexível – Segunda Revolução Industrial
7
Geografia
Exercícios de vestibulares
1. (Enem 2016)
A forma de organização interna da indústria citada gera a seguinte consequência para a mão de obra
nela inserida:
a) Ampliação da jornada diária.
b) Melhoria da qualidade do trabalho.
c) Instabilidade nos cargos ocupados.
d) Eficiência na prevenção de acidentes.
e) Desconhecimento das etapas produtivas.
2. (Enem 2014 PPL) A introdução da organização científica taylorista do trabalho e sua fusão com o
fordismo acabaram por representar a forma mais avançada da racionalização capitalista do processo
de trabalho ao longo de várias décadas do século XX.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009
(adaptado).
8
Geografia
3. “No tempo em que os sindicatos eram fortes, os trabalhadores podiam se queixar do excesso de
velocidade na linha de produção e do índice de acidentes sem medo de serem despedidos. Agora,
apenas um terço dos funcionários da IBP [empresa alimentícia norte-americana] pertence a algum
sindicato. A maioria dos não sindicalizados é imigrante recente; vários estão no país ilegalmente; e no
geral podem ser despedidos sem aviso prévio por seja qual for o motivo. Não é um arranjo que encoraje
ninguém a fazer queixa. [...] A velocidade das linhas de produção e o baixo custo trabalhista das fábricas
não sindicalizadas da IBP são agora o padrão de toda indústria.”
SCHLOSSER, Eric. País Fast- Food. São Paulo: Ática, 2002. p. 221.
No texto, o autor aborda a universalização, no campo industrial, dos empregos do tipo Mcjobs
“McEmprego”, comuns em empresas fast-food. Assinale a alternativa que apresenta somente
características desse tipo de emprego.
a) Alta remuneração da força de trabalho adequada à especialização exigida pelo processo de
produção automatizado.
b) Alta informalidade relacionada a um ambiente de estabilidade e solidariedade no espaço da
empresa.
c) Baixa automatização num sistema de grande responsabilidade e de pequena divisão do trabalho.
d) Altas taxas de sindicalização entre os trabalhadores aliadas a grandes oportunidades de avanço
na carreira.
e) Baixa qualificação do trabalhador acompanhada de má remuneração do trabalho e alta
rotatividade.
4. (Enem 2020) “O Toyotismo, a partir dos anos 1970, teve grande impacto no mundo ocidental, quando
se mostrou para os países avançados como uma opção possível para a superação de uma crise de
acumulação.”
(ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo. 2009.
Adaptado.)
9
Geografia
Os diferentes modelos produtivos de cada momento do sistema capitalista sempre foram o resultado
da busca por caminhos para manter o crescimento da produção e do consumo.
A crítica ao sistema econômico presente na letra da canção está relacionada à seguinte estratégia
própria do atual modelo produtivo toyotista:
a) aceleração do ciclo de renovação dos produtos
b) imposição do tempo de realização das tarefas fabris
c) restrição do crédito rápido para o consumo de mercadorias
d) padronização da produção dos bens industriais de alta tecnologia
e) ausência de preocupação com a vida humana
6. (Enem 2015) No final do século XX e em razão dos avanços da ciência, produziu-se um sistema
presidido pelas técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais,
unindo-as e assegurando ao novo sistema uma presença planetária. Um mercado que utiliza esse
sistema de técnicas avançadas resulta nessa globalização perversa.
SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2008 (adaptado).
Uma consequência para o setor produtivo e outra para o mundo do trabalho advindas das
transformações citadas no texto estão presentes, respectivamente, em:
a) Eliminação das vantagens locacionais e ampliação da legislação laboral.
b) Limitação dos fluxos logísticos e fortalecimento de associações sindicais.
c) Diminuição dos investimentos industriais e desvalorização dos postos qualificados.
d) Concentração das áreas manufatureiras e redução da jornada semanal.
e) Automatização dos processos fabris e aumento dos níveis de desemprego.
10
Geografia
Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões como emprego e renda, sendo possível
explicar essas transformações pelo(a)
a) crise bancária e o fortalecimento do capital industrial.
b) inovação toyotista e a regularização do trabalho formal.
c) impacto da tecnologia e as modificações na estrutura produtiva.
d) emergência da globalização e a expansão do setor secundário.
e) diminuição do tempo de trabalho e a necessidade do diploma superior
8. (Enem 2013) Na imagem, estão representados dois modelos de produção. A possibilidade de uma crise
de superprodução é distinta entre eles em função do seguinte fator:
a) Origem da matéria-prima.
b) Qualificação da mão de obra.
c) Velocidade de processamento.
d) Necessidade de armazenamento.
e) Amplitude do mercado consumidor.
11
Geografia
Pelas características dos modelos produtivos do momento da Segunda Revolução Industrial, é possível
afirmar que o fordismo absorveu certos aspectos do taylorismo, incorporando novas características.
Essa afirmação se justifica, dentre outras razões, porque os objetivos do fordismo, principalmente,
pressupunham:
a) elevada qualificação intelectual do trabalhador ligada ao controle de tarefas sofisticadas.
b) altos ganhos de produtividade vinculada a estratégias flexíveis de divisão do trabalho na linha de
montagem.
c) redução do custo de produção associada às potencialidades de consumo dos próprios operários
das fábricas.
d) máxima utilização do tempo de trabalho do operário relacionada à despreocupação com os
contratos de trabalhos.
e) racionalização dos estoques, diminuindo a disponibilidade dos produtos e a possibilidade de
crises econômicas.
12
Geografia
Gabaritos
Exercícios de fixação
2. Taylorismo corresponde a um conjunto de ideias criadas por Frederick Taylor, que buscava melhor
organizar o trabalho dentro da fábrica, para aumentar a produção. O Fordismo compreende um modelo
produtivo mais complexo, que, além de adotar esses preceitos de Taylor, ficou famoso por melhor
incorporar a linha de montagem na produção. Assim, muitos afirmam que o Fordismo vai além do
Taylorismo, pois também gera impactos na sociedade, devido à lógica de produção e ao consumo em
massa, enquanto as ideias de Taylor se limitam a questões internas da fábrica.
4. B
O Toyotismo é um modelo produtivo que surgiu no contexto da Terceira Revolução Industrial e na
consolidação do processo de globalização. Ele integra a família de modelos produtivos flexíveis, cujas
alterações na linha de montagem são mais rápidas, além de mais fáceis. Just in case é um recurso
logístico vinculado ao Fordismo. Ele é o oposto de just in time.
5. B
Ao adotar o recurso do just in time, o modelo limita as possibilidades de crises de produção, pois a
demanda só irá acontecer após a venda do produto, então não tem chances de ficar parada no estoque.
Exercícios de vestibulares
1. E
A organização interna da indústria e do trabalho fordista/taylorista é caracterizada pela adoção da linha
de montagem, produção em massa, grandes estoques e especialização do trabalho. Um dos impactos
da divisão e especialização do trabalho é que o operário não conhece a totalidade ou o conjunto das
etapas produtivas.
2. D
A racionalização da produção em larga escala levou à criação de um modelo produtivo altamente
fragmentado, em que os trabalhadores executavam atividades repetitivas dentro de uma cadeia de
produção.
13
Geografia
3. E
Os fast-foods são um bom exemplo das heranças fordistas e demonstram como a sobreposição dos
tempos traz a historicidade nos novos modelos. Alta rotatividade, baixa qualificação e má remuneração
são características desse tipo de trabalho.
4. C
O Toyotismo é um modelo produtivo que passou a ser usado de forma significativa nas indústrias a partir
da década de 1970, devido à crise estrutural do Fordismo. Entre as características do Toyotismo, é
possível destacar: baixa durabilidade dos produtos, diversificação produtiva, produção sob demanda
(just In time) e exigência de mão de obra qualificada. A característica organizacional do modelo que
passou a ser exigida no contexto da crise fordista foi a adequação da produção à demanda. A alternativa
D está incorreta, pois, mesmo que a mecanização/automação da produção seja uma característica desse
modelo, sua adoção não era solução para crise produtiva daquele momento.
5. A
Na música, é abordada a questão da obsolescência programada, que consiste em tornar os produtos
ultrapassados, através de lançamentos constantes, por exemplo, de modelos de celular, e da programada
defasagem técnica dos produtos em um curto espaço de tempo. Com isso, ocorre a renovação dos
estoques, através da compra regular de mercadorias pelos consumidores.
6. E
A questão trata do mundo globalizado inserido em um contexto de crescente aplicação tecnológica. A
mensagem do texto é de crítica ao modelo que, ao criar possibilidades de substituição de mão de obra
por máquinas, aumentou muito o nível de desemprego, o modelo Toyotista de produção industrial.
7. C
O texto fala sobre o processo de desenvolvimento de novas lógicas de tecnologia e de localização
industrial, típicas do Toyotismo e da Terceira Revolução Industrial. Outro ponto bastante claro no texto é
o fato de a modernização industrial não ter promovido uma distribuição de renda e nem uma alteração
das formas de trabalho. O enunciado pede os processos que geraram a situação descrita, que são o
advento de novas tecnologias e a reestruturação da indústria e da forma de produzir, constantemente
atendendo à demanda de mercado.
8. D
Observando-se as duas imagens, é possível notar que a diferença entre elas é a necessidade ou não de
estoque. No modelo 1, o armazenamento é originado pela produção em massa, característica do modelo
fordista-taylorista de produção, enquanto no modelo 2, a produção ocorre quando é requerida,
eliminando, assim, os estoques, característica essa que corresponde ao modelo toyotista de produção
(just in time).
9. C
A exploração do trabalhador assalariado presume o aumento da lucratividade, a mais-valia com que o
patrão lucra. Ao mesmo tempo, em um sistema que busca a máxima produção, é preciso que os
trabalhadores tenham dinheiro para consumir seu produto, a fim de movimentar os estoques.
14
Geografia
10. C
O engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor (1856-1915), visando a aumentar a eficiência
produtiva, estudou tempos e movimentos de operários e máquinas na linha de produção. Seus estudos
foram reunidos e publicados no seu livro Princípios de Administração Científica. Taylor defendia que a
indústria deveria adotar princípios da racionalidade no uso de ferramentas e matérias-primas, para
reduzir os custos de produção. Além de que, as tarefas deveriam ser simplificadas ao máximo. Quanto
mais fragmentada fosse a tarefa, isto é, quanto mais simples, mais fácil seria executada pelo trabalhador.
A repetição dessa ação faria o trabalhador se tornar um especialista naquela tarefa. Por isso, a mão de
obra desse período é denominada especializada. Tais indústrias não buscavam a qualificação da mão
de obra, e a divisão do processo se resumia a gestos simples, o que explica o erro da alternativa A e B. A
esteira de produção é a posição que definia a tarefa a ser executada. Você não poderia decidir apertar
um parafuso se na posição da esteira você fosse responsável por pintar uma peça. Isso explica o erro da
D. Por fim, a produtividade do trabalhador é medida a partir da velocidade com que ele executa as tarefas,
podendo ser promovido de cargo. Se fosse lento, seria demitido.
15
Geografia
Revoluções industriais
Objetivos
Estudar as características das diferentes fases da Revolução Industrial e entender as principais mudanças de
uma fase para a outra, além de entender as atuais mudanças no mundo do trabalho.
Se liga
Esta é uma aula-base para a discussão do próximo tema, sobre Fordismo e Toyotismo.
Curiosidade
QQD sobre Revolução Industrial.
Tempos Modernos – É uma excelente indicação de filme para entender o Fordismo e sua crítica.
Teoria
1
Geografia
Fonte: https://www.livescience.com/
Os trabalhadores que, anteriormente, contavam com maior autonomia e maior domínio de todos os processos
produtivos, passaram a se assalariar nessas pequenas e médias fábricas têxteis que estavam surgindo. Os
fatores de localização da indústria eram muito regulados pela disponibilidade de matéria-prima, dada a
dificuldade do desenvolvimento dos transportes naquele período. Diz-se que o modelo produtivo da Primeira
Revolução Industrial, ou seja, o modo, a forma de se produzir e organizar a produção, ficou conhecido como
padrão manchesteriano. Sobre isso, é importante destacar que não é propriamente um modelo produtivo,
mas uma característica das fábricas na cidade de Manchester, Reino Unido.
Fonte: https://oqueehistoria.com.br/francis-cabot-lowell-a-revolucao-textil/
2
Geografia
Fonte: https://www.livescience.com/
Sobre os fatores locacionais, é importante frisar que as indústrias naquele período eram enormes, pois
possuíam em si todas as etapas do processo de produção. Contavam também com as vilas operárias onde
moravam os trabalhadores, muito próximas das fábricas, o que, somado aos níveis de exploração do trabalho,
facilitava a formação de sindicatos e movimentos trabalhistas.
O modelo produtivo, ou seja, o modo, a forma de se produzir e organizar a produção, ficou conhecido como
Fordismo-Taylorismo. Esse modelo contava com uma alta fragmentação das tarefas, em que cada
trabalhador era especializado em uma única função repetitiva, num regime de trabalho rígido. Chama-se,
nesse período, mão de obra alienada, por conta de o trabalhador não conseguir enxergar no produto, a etapa
do seu trabalho. É um modelo de produção em massa que conta com linhas ou esteiras de montagem para
aumentar a produtividade. O empregador ditava o ritmo da produção do empregado por meio delas. Além
disso, o trabalho era bem simples, o que possibilitou contratação de muitas pessoas, havendo diversas
denúncias de trabalho infantil dentro dessas fábricas. Até hoje, existem indústrias mais simples que se
organizam dessa forma.
3
Geografia
Fonte: https://www.educabras.com/enem/materia/geografia/sistemas_economicos/aulas/segunda_revolucao_industrial_2
4
Geografia
De modo geral, vamos ver na tabela as principais características e diferenças das duas Revoluções Industriais
estudadas:
5
Geografia
Futuro do trabalho
Com a modernização da produção e uma exigência cada vez maior da qualificação da mão de obra, é possível
observar diferentes mudanças na questão do trabalho. Imagine uma fábrica que funciona de forma totalmente
automática, os trabalhadores manuais substituídos pela robótica inteligente, e poucos trabalhadores muito
bem qualificados por trás disso tudo. Claro que, do ponto de vista econômico, um robô pode ser mais rentável
que um trabalhador humano, mas a crise do desemprego pode ter graves consequências. Essa revolução
industrial promete mudanças significativas nas relações de trabalho, gerando desemprego e novas formas
de contratação.
Tipos de desemprego:
● Desemprego conjuntural: aquele que ocorre devido às crises econômicas e são recuperados com o
crescimento econômico, ou seja, de acordo com a conjuntura.
● Desemprego estrutural: aquele gerado pela introdução de novas tecnologias, lógicas e processos
produtivos. Ele passa a fazer parte da estrutura organizacional da sociedade produtiva e é mais difícil de
ser superado.
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Geografia
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Geografia
Exercícios de fixação
1. O ____________ foi o combustível da ___ Revolução Industrial, que motivou o crescimento da indústria
têxtil e seu maquinário na Inglaterra. Na __ Revolução Industrial, temos o ________ dominando e
impulsionando a indústria automobilística.
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas:
a) Carvão Mineral - 1ª - 2ª - Petróleo
b) Carvão Mineral - 2ª - 3ª - Petróleo
c) Petróleo - 1ª - 2ª - Carvão Mineral
d) Petróleo - 2ª - 3ª - Carvão Mineral
3. O fordismo foi o modelo produtivo da 2ª Revolução Industrial. Cite em lista pelo menos 5 características
do Fordismo
5. A Quarta Revolução Industrial ainda não se confirmou como conceito. Explique o motivo disso:
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Geografia
Exercícios de vestibulares
2. Podemos dizer que, na segunda metade do século XIX, iniciou-se a "era do petróleo e da eletricidade".
A partir de 1870, principalmente, houve não só uma gigantesca expansão da economia mundial,
firmemente sustentada na industrialização de numerosos países, como a aceleração da produção de
mercadorias e grande concentração de capitais para investimento.
A respeito dessas transformações, é correto afirmar que
a) marcaram a passagem do sistema de produção artesanal para o sistema de produção fabril,
concentrando-se, principalmente, na produção têxtil destinada ao mercado interno.
b) demonstraram o declínio do capitalismo monopolista, com a perda de poder das grandes
corporações, e a sua substituição por um sistema de livre concorrência.
c) estão relacionadas à chamada Segunda Revolução Industrial, marcada pela substituição das
pequenas unidades fabris por complexos industriais com processos de produção mais
sofisticados e pela concentração maciça de capital para os investimentos de base.
d) ficaram restritas à Europa, não chegando a atingir os Estados Unidos, que só se industrializaram
a partir do período pós-guerras.
e) tornaram possível prescindir de mercados fornecedores de matérias-primas, em vista das
transformações tecnológicas ocorridas, o que fortaleceu o isolamento da Europa.
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Geografia
3. (Enem 2015) Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma certa liberação dos ritmos
cíclicos da natureza, com a passagem das estações e as alternâncias de dia e noite. Com a iluminação
noturna, a escuridão vai cedendo lugar à claridade, e a percepção temporal começa a se pautar pela
marcação do relógio. Se a luz invade a noite, perde sentido a separação tradicional entre trabalho e
descanso - todas as partes do dia podem ser aproveitadas produtivamente.
SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará: Secult-CE. 2001 (adaptado).
4. Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial (FEM), escreveu, em artigo publicado na
“Foreign Affairs”, que:
A 1a revolução industrial usou água e vapor para mecanizar a produção entre o meio do século XVIII e
o meio do século XIX.
A 2a revolução industrial usou a eletricidade para criar produção em massa a partir do meio do século
XIX.
A 3a revolução industrial usou os eletrônicos e a tecnologia da informação para automatizar a produção
na segunda metade do século XX.
Agora, no século XXI, a 4a revolução industrial é caracterizada pela fusão de tecnologias entre as
esferas física, digital e biológica.
Disponível em: https://tinyurl.com/y72sm8v5> Acesso em: 17.09.2018. Adaptado.
De acordo com a tendência expressa no texto, a última revolução industrial citada pelo autor
caracteriza-se por
a) redes aéreas de comunicação e pela intensificação do uso do fordismo.
b) viagens interespaciais e pelo grande emprego de carvão mineral.
c) cabeamento telegráfico submarino e pela adoção do taylorismo.
d) computadores a válvula e pela utilização de linhas de produção.
e) internet móvel e pela inteligência artificial.
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Geografia
5. (Enem 2019) No sistema capitalista, as muitas manifestações de crise criam condições que forçam a
algum tipo de racionalização. Em geral, essas crises periódicas têm o efeito de expandir a capacidade
produtiva e de renovar as condições de acumulação. Podemos conceber cada crise como uma
mudança do processo de acumulação para um nível novo e superior.
HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005 (adaptado).
A condição para a inclusão dos trabalhadores no novo processo produtivo descrito no texto é a
a) associação sindical.
b) participação eleitoral.
c) migração internacional.
d) qualificação profissional.
e) regulamentação funcional.
6. (Enem 2016 PPL) A Segunda Revolução Industrial, no final do século XIX e início do século XX, nos EUA,
período em que a eletricidade passou gradativamente a fazer parte do cotidiano das cidades e a
alimentar os motores das fábricas, caracterizou-se pela administração científica do trabalho e pela
produção em série.
MERLO, A. R. C.; LAPIS, N. L. A saúde e os processos de trabalho no capitalismo: reflexões na interface da psicodinâmica do
trabalho e da sociologia do trabalho. Psicologia e Sociedade, n. 1, abr. 2007.
De acordo com o texto, na primeira metade do século XX, o capitalismo produziu um novo espaço
geoeconômico e uma revolução que está relacionada com a
a) proliferação de pequenas e médias empresas, que se equiparam com as novas tecnologias e
aumentaram a produção, com aporte do grande capital.
b) técnica de produção fordista, que instituiu a divisão e a hierarquização do trabalho, em que cada
trabalhador realizava apenas uma etapa do processo produtivo.
c) passagem do sistema de produção artesanal para o sistema de produção fabril, concentrando-se,
principalmente, na produção têxtil destinada ao mercado interno.
d) independência política das nações colonizadas, que permitiu igualdade nas relações econômicas
entre os países produtores de matérias-primas e os países industrializados.
e) constituição de uma classe de assalariados, que possuíam como fonte de subsistência a venda
de sua força de trabalho e que lutava pela melhoria das condições de trabalho nas fábricas.
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Geografia
7. A Terceira Revolução Industrial, que se iniciou desde a década de 1970, vem impulsionando alterações
no que se refere à espacialização de áreas fabris. No atual ciclo de inovações, configuram-se novas
regiões industriais que primam pela localização nas proximidades de
a) grandes aglomerações de força de trabalho.
b) áreas com recursos naturais abundantes.
c) amplos mercados consumidores.
d) universidades e institutos de pesquisa.
e) rodovias e estradas federais.
8.
A Terceira Revolução Industrial foi responsável por uma nova configuração espacial do mundo, a qual
o geógrafo Milton Santos denominou de meio técnico-científico-informacional. Os objetos técnicos
passam a ser, ao mesmo tempo, técnicos e informacionais, reorganizando o espaço com
a) uma intencionalidade que extrapola os limites nacionais, permitindo uma organização do espaço
geográfico através de redes que ampliam os fluxos possíveis.
b) uma ampliação das desigualdades em escala global, reduzindo a importância das infraestruturas
e dos bens de produção.
c) uma maior propagação da informação e menor difusão das técnicas em escala global, fazendo
com que as especializações produtivas sejam solidárias em nível mundial.
d) uma coexistência de pontos contínuos e contíguos que garantem certa homogeneidade na forma
que os lugares se inserem na estrutura produtiva.
e) um conteúdo técnico e científico, substituindo um meio técnico por um meio cada vez menos
artificializado.
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Geografia
9. (Enem 2016) Quanto mais complicada se tomou a produção industrial, mais numerosos passaram a
ser os elementos da indústria que exigiam garantia de fornecimento. Três deles eram de importância
fundamental: o trabalho, a terra e o dinheiro. Numa sociedade comercial, esse fornecimento só poderia
ser organizado de uma forma: tornando-os disponíveis a compra. Agora eles tinham que ser
organizados para a venda no mercado. Isso estava de acordo com a exigência de um sistema de
mercado. Sabemos que em um sistema como esse, os lucros só podem ser assegurados se se garante
a autorregulação por meio de mercados competitivos interdependentes.
POLANYI, K. A grande transformação: as origens de nossa época. Rio de Janeiro: Campus, 2000 (adaptado).
10. (Enem 2020 Digital) Ao mesmo tempo que as novas tecnologias inseridas no universo do trabalho estão
provocando profundas transformações nos modos de produção, tornam cada vez mais plausível a
possibilidade de liberação do homem do trabalho mecânico e repetitivo.
JORGE, M. T. S. Será o ensino escolar supérfluo no mundo das novas tecnologias? Educação e Sociedade, v. 19, n. 65, dez.
1998 (adaptado).
O paradoxo da relação entre as novas tecnologias e o mundo do trabalho, demonstrado no texto, pode
ser exemplificado pelo(a)
a) utilização das redes sociais como ferramenta de recrutamento e seleção.
b) transferência de fábricas para locais onde estas desfrutem de benefícios fiscais.
c) necessidade de trabalhadores flexíveis para se adequarem ao mercado de trabalho.
d) fenômeno do desemprego que aflige milhões de pessoas no mundo contemporâneo.
e) conflito entre trabalhadores e empresários por conta da exigência de qualificação profissional.
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Geografia
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. A
A indústria têxtil começou a crescer na Inglaterra sobretudo pela queima de carvão mineral, que propiciou
o desenvolvimento de máquinas e motores movidos a vapor. A Segunda Revolução Industrial é marcada
pelo petróleo e crescimento do setor automobilístico, consolidado e consolidando o modelo de produção
fordista.
2. B
A Primeira Revolução Industrial começou localizada na Inglaterra, só se expandiu para os EUA na
Segunda. A B está correta, e esse processo se aprofunda. No modelo fordista, da Segunda Revolução
Industrial, era comum relatos de crianças trabalhando nas fábricas, uma vez que o trabalho repetitivo
poderia ser realizado por qualquer um. E por fim, para a industrialização atingir países subdesenvolvidos
e regiões longínquas, foi necessária uma modernização nos meios de transporte e comunicação, o que
foi atingido pelo trabalho realizado e desenvolvido ao longo da Segunda Revolução Industrial.
3. Algumas características;
01) Produção em série, padronizada;
02) Esteiras de produção ou linhas de montagem;
03) Alienação do trabalhador;
04) Modelo rígido;
05) Produtos duráveis;
06) Mão de Obra pouco qualificada e especializada;
07) Trabalho repetitivo.
4. C
A Terceira Revolução Industrial é caracterizada pela adoção de práticas mais flexíveis de produção, como
o Toyotismo. Dentro desse modelo produtivo predomina a prática do just in time, isto é, produção sob
demanda. O ciclo de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias possibilita a constante inovação
dos produtos, adicionando mais e mais informação, e aumentando a margem de lucro.
5. As inovações propostas pela Quarta Revolução Industrial proporcionam uma mudança significativa na
forma de produzir, o que justificaria esse conceito. Porém, a adoção de práticas protecionistas, limitando
o comércio global, dificulta a expansão e consolidação dessa quarta fase.
Exercícios de vestibulares
1. A
Somente após a Segunda Guerra Mundial, Portugal, ao contrário dos demais países que tiveram
industrialização precoce e hegemônica, pôde aprofundar-se na sua industrialização; logo, não se
destacou ao longo do século XIX, como os outros países mencionados na questão.
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Geografia
2. C
Os avanços técnicos e produtivos da Segunda Revolução Industrial possibilitaram o surgimento de
grandes complexos industriais, que passaram a se organizar em grandes conglomerados.
3. E
Dominar a luz foi um passo fundamental para superar o tempo da natureza. Com o sucessivo avanço
das técnicas de iluminação noturna, foi possível “colonizar” a noite. Esse processo, concomitantemente
ao desenvolvimento capitalista, permitiu cada vez mais usar o período noturno para o trabalho humano,
aumentando a jornada de trabalho e a produtividade.
4. E
Tema de debates no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, nos últimos anos, a 4ª Revolução
Industrial já avança nos países desenvolvidos centrais, como Estados Unidos, Japão e Alemanha, bem
como na principal potência emergente, a China. É caracterizada por avanços na fronteira da ciência, com
destaque para as inovações tecnológicas nas áreas de nanotecnologia e biotecnologia. As aplicações
são múltiplas: informática, telecomunicações, química, física, medicina e engenharia.
5. D
A expansão da capacidade produtiva e a renovação das condições de acumulação, citadas no texto,
sugerem maior tecnificação da produção, o que demanda, por sua vez, maior qualificação para que haja
a inserção do profissional no mercado de trabalho.
6. B
O Fordismo, modelo de produção traduzido pela divisão do trabalho dentro do ambiente fabril e pela linha
de montagem, é típico da Segunda Revolução Industrial.
7. D
Com a Terceira Revolução Industrial e o avanço dos transportes e comunicações, as indústrias migraram
de áreas próximas aos mercados consumidores e fontes de energia para áreas com boa infraestrutura e
próximas a universidades e centros de pesquisa (tecnopolos). É importante destacar que, no atual
contexto de inovação, as indústrias de ponta vão se localizar próximas às universidades e aos institutos
de pesquisa. Todavia, outros tipos de indústria, não intensivos em tecnologia, tendem a buscar condições
mais favoráveis, como mão de obra mais barata e flexibilização das leis ambientais. No contexto
explicado acima, essas indústrias da terceira fase buscam localizar-se próximo às universidades e
institutos de pesquisa.
8. A
Com os avanços científicos, os objetos técnicos passaram a reorganizar o espaço em um ritmo
acelerado, extrapolando o nacional até alcançar o global. Isso foi possível a partir de um complexo
conjunto de redes (transportes e comunicações) que possibilitaram os fluxos (informações) em uma
escala nunca vista. A produção também passou a ser reorganizada nesse sentido, com a
desterritorialização produtiva.
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Geografia
9. C
A consolidação do capitalismo industrial provocou mudanças importantes na organização da sociedade,
a exemplo da divisão social em classes (burguesia e proletariado), a acumulação de capital através da
elevação dos lucros, a propriedade privada dos meios de produção e a difusão do trabalho assalariado.
10. D
A inserção de novas tecnologias na esfera da produção tem provocado significativas mudanças no
mundo do trabalho. À medida que a mão de obra destinada a tarefas mecânicas e repetitivas é liberada
pela automação das fábricas, estas passam a exigir maior qualificação. Quando a oferta de qualificação
da mão de obra de um país não é ampla, se observa o crescimento do desemprego.
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História
Objetivo
Você aprenderá sobre a formação do feudalismo e das bases do Período Medieval.
Se liga
Para essa matéria é importante que você saiba o conteúdo sobre o Mundo Antigo.
Curiosidade
Foi durante o Período Medieval que surgiram alguns dos contos de fadas famosos, como Chapeuzinho
vermelho.
Teoria
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História
A Idade Média começou a se estruturar com a queda de Roma, quando começou a se desenvolver uma nova
estrutura social, política e econômica, caracterizada por uma sociedade rural, descentralizada e estamental.
O período durou mais de 1000 anos e pode ser dividido em Alta Idade Média e Baixa Idade Média. Nesse longo
período se consolidou o que ficou conhecido como o feudalismo, modo de produção que associava
elementos romanos e germânicos, como o teocentrismo, baseado na grande influência ideológica da Igreja
Católica Apostólica e na descentralização política que acontecia nos últimos anos do império romano.
No feudalismo, as relações políticas entre nobres eram baseadas no princípio da suserania e da vassalagem,
no qual um nobre doava terras conquistadas por ele (suserano) a outro nobre (vassalo) em troca de fidelidade
nos compromissos militares do suserano. Apesar da existência da figura do rei, seus poderes eram limitados,
já que o poder estava descentralizado entre diversos senhores feudais.
Essa relação era estabelecida através de uma cerimônia conhecida como homenagem, que era dividida em
dois atos: o juramento e a investidura. Pelo ato de juramento, o vassalo anunciava sua lealdade e seus
serviços, enquanto pela investidura, o senhor doava uma parte de suas terras ao vassalo, tudo realizado frente
a testemunhas e normalmente selado com um beijo. Essas alianças entre diversos vassalos e suseranos
construía uma rede de proteção entre os feudos na Idade Média que envolvia até mesmo os reis que, com o
tempo, passaram a acumular cada vez mais vassalos ao seu redor.
A economia feudal também ocorria de forma descentralizada, dentro de estruturas chamadas de feudos. Os
feudos se baseavam na atividade agrícola, realizada pelos servos, e, em geral, eram autossuficientes, ou seja,
produziam os principais produtos necessários à sobrevivência de seus habitantes, tendo pouca necessidade
de troca entre os feudos. Isso gerou um desaquecimento do comércio e das atividades urbanas. A sociedade
feudal se caracterizou por uma estrutura estamental. Os estamentos eram divididos entre os que guerreavam
(nobreza), os que rezavam (clero) e os que trabalhavam (servos). A mobilidade social era quase inexistente,
já que a posição ocupada era determinada pelo nascimento.
Apesar de cada classe ter sua função, cada uma apresentava também as suas obrigações, no entanto, apenas
os servos não possuíam privilégios, sendo condenados ao pagamento de diversos tributos e serviços para
poderem produzir ou viver no feudo. Dentre os chamados impostos feudais, cobrados aos servos, podemos
citar: talha, corveia, banalidade, tostão de Pedro e mão morta.
Por parte da nobreza e dos senhores feudais, a principal obrigação que estes tinham era a de manter a
segurança no feudo e garantir a estabilidade nas terras. Para isso, realizavam alianças com outros feudos e
contratos de suserania e vassalagem para ampliar suas conexões, influências e poderes. Neste acordo, um
nobre com maior influência doava um pequeno pedaço de terra para outro nobre de menor influência,
normalmente o segundo filho de algum senhor, que não teria direito a grande herança (direito de
primogenitura). Desta forma, o que doava a terra se tornava o suserano e prometia proteger aquele que
recebeu, este, por sua vez, se tornava um vassalo, um cavaleiro do senhor, jurando lealdade, apoiando em
guerras, protegendo o feudo, cobrando impostos e realizando serviços ao seu suserano.
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História
A Igreja Medieval
As relações sociais e o modo de produção feudal foram característicos fundamentais da
sociedade medieval, mas, não podemos compreender este período sem entendermos importância
da influência da Igreja Católica neste mundo. A questão espiritual, desde a antiguidade, sempre se
manifestou como característica essencial de diversas culturas e, no caso europeu, desde o fim do
Império Romano, o cristianismo se tornava cada vez mais a grande influência religiosa da região.
Com o período Carolíngio, como visto, a Igreja Católica passou a exercer mais do que um poder espiritual,
pois adentrou definitivamente nas questões políticas dos reinos germânicos, passou a influenciar decisões,
controlar a vida das pessoas e se tornou, enfim, uma grande proprietária de terras, fortemente vinculada à
estrutura feudal. Assim, a Igreja Católica detinha um vasto poder sobre os calendários, as datas, as decisões
políticas, as horas de trabalho e até mesmo os dias que poderiam ter batalhas e os dias santos.
Dominando grande parte da Europa e se relacionando com as principais monarquias e nobrezas, a Igreja
conseguiu se tornar a principal instituição do mundo e realizar obras faraônicas para constantemente reforçar
o seu poder. Visto isso, durante a Idade Média, diversas igrejas de arquitetura gótica, mosteiros e abadias
foram construídas pela Europa, sendo estes últimos importantes centros de cultura letrada.
Nos mosteiros e nas abadias os monges preservavam textos antigos, traduziam livros estrangeiros,
organizavam bibliotecas e escolas e guardavam artefatos considerados sagrados. Muitos monges chegaram
a abandonar a chamada “vida secular” (em contato com a terra, com as riquezas), para se dedicarem
integralmente às regras do cristianismo, isolando-se em mosteiros e abrindo mão de todos os bens materiais,
ficando conhecidos como o clero regular.
Por outro lado, o chamado clero secular, manteve-se ligado às riquezas possuídas pela Igreja Católica, à
administração de terras e ao mundo material. Muitos monges acumularam vastas riquezas através das
doações que recebiam de fiéis que buscavam perdão por seus pecados. Por volta do ano 1000 essa onda de
doações se tornou ainda maior, visto que a crença na proximidade do fim do mundo desesperava muitos fiéis,
que tentavam de tudo para conseguir o perdão. De fato, o apego de parte deste clero a tais bens materiais
acabou gerando muitas críticas e denúncias por parte de fiéis que não concordavam com essa ostentação e,
antes mesmo das grandes reformas protestantes.
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História
Em comparação com as disputas territoriais do início da Alta Idade Média, a Europa vivia neste momento uma
fase muito mais segura. As alianças realizadas entre os feudos e a proteção dos cavaleiros garantiu uma
maior estabilidade para os senhores e servos. No entanto, a condição estável e a redução dos saques e
invasões garantiram também um crescimento demográfico neste período. Este aumento da população
proporcionou um inchaço dos feudos, que não conseguiu proporcionar alimentação para todas as pessoas e
ainda precisava se esforçar cada vez mais para submeter tantos servos aos tributos e opressões.
Apesar de inovações técnicas terem facilitado a produção agrícola neste período, essas novidades foram
insuficientes para garantir uma produção que atendesse as necessidades da população desses séculos. Este
cenário, portanto, provocou um deslocamento de massas de camponeses e cavaleiros que, expulsos de suas
terras, passaram a vagar entre feudos ou a vadiar em busca de trabalhos temporários e pequenos saques.
Nessa conjuntura, apesar de muitos ainda vagarem pelos bosques e terras vazios, outros decidiram se
aventurar nas antigas ruínas do Império Romano e reocupar as cidades abandonadas.
Esse processo de crescimento demográfico e de êxodo marcou o início da Baixa Idade Média e deu origem
ao que conhecemos como a crise do feudalismo. Tendo em vista esse cenário, que além da miséria europeia
ainda contava com a expansão árabe, um movimento religioso com apoio da nobreza surgiu tentando
conciliar soluções para os dois problemas. As chamadas cruzadas, portanto, tinham como objetivo
reconquistar a cidade sagrada de Jerusalém (dominada pelos turcos desde o século VII), expandir a fé cristã,
penetrar novamente o catolicismo romano no Império Bizantino e, por fim, resolver o problema do crescimento
demográfico e da miséria na Europa.
Ainda que as cruzadas não tenham solucionado muitos desses problemas, sobretudo o da quantidade de
miseráveis vagantes, ela acabou abrindo caminhos para outras questões. As marchas cruzadistas além de
reconquistarem novos territórios, também foram fundamentais para a abertura de antigas rotas comerciais,
dominadas pelos árabes, pelo estabelecimento de postos comerciais, que garantiram um ressurgimento das
cidades e, enfim expandiram a fé cristã.
Uma outra importante conquista das cruzadas também foi a retomada das rotas comerciais
do mediterrâneo, dominada pelos muçulmanos desde o século VIII, isolando a Europa. As
cruzadas, portanto, abriram caminhos para o acesso a importantes centros comerciais da
região, como Veneza, Gênova e até mesmo Constantinopla. Visto isso, podemos perceber
que as cruzadas foram fundamentais para desenvolver um processo que já se iniciava há
anos na Europa, o de renascimento comercial e urbano.
Em 1315, intensas chuvas no noroeste da Europa dificultaram a produção agrícola da região, causando uma
crise de abastecimento no continente. Para piorar, alguns anos depois os alimentos e produtos que
atravessavam as novas rotas comerciais começaram a sofrer com o bloqueio dos caminhos ocasionado por
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História
batalhas, como a Guerra dos Cem anos, entre 1337 e 1453. Esse cenário caótico de más colheitas e bloqueio
comercial acabou gerando a chamada grande fome do século XIV.
Com a fome e as guerras assolando a maior parte da Europa, um novo problema também
surgiu neste período para ampliar o número de mortos e devastar cerca de 1/3 da população
europeia: a peste negra. Na época, com uma medicina incipiente e com poucos estudos sobre
a questão, não havia medicamentos ou tratamentos eficazes contra a doença e nem mesmo
uma informação exata sobre os motivos reais da peste negra, sendo genericamente
associada à grande população de ratos que circulavam pelas cidades reocupadas. No
entanto, a verdadeira causa da peste, descoberta graças aos estudos da microbiologia no
século XIX, estaria nas pulgas que transmitiam a doença.
Essa conjuntura de fome, doenças, guerras e mortes, somados à vida precária e submissa de servos no campo
acabou sendo o estopim para diversas revoltas na Europa e, naturalmente, para o desgaste do próprio
feudalismo. Não bastasse todo o infortúnio, os senhores feudais começam a aumentar o valor dos impostos
sobre os camponeses a fim de suprir a diminuição de seus ganhos em decorrência da peste e da baixa
produtividade.
Um grande exemplo dessas revoltas que apavorou senhores feudais na Europa foi a chamada jacquerie, que
estourou no norte da França em 1358. Cerca de 20 mil camponeses foram mortos pelo exército francês após
se rebelarem contra as opressões sofridas e contra os problemas que abatiam a população local. Este
movimento acabou dando o nome de jacqueries para diversas outras manifestações camponesas do período.
Todo esse contexto gerou um clima de insegurança nos senhores feudais, que começaram a se assustar com
as constantes revoltas camponesas. Boa parte deles, começam a, gradualmente, ceder o seu poder e sua
fidelidade a figura do rei (sim, ele mesmo, aquele que quase não possuía poder político) com o intuito de
proteger suas terras. Além disso, a ascensão da burguesia e o seu interesse na expansão comercial mostrou
como o feudalismo havia entrado em colapso e que ele, na verdade, não dava mais conta das transformações
da modernidade que ganhavam cada vez mais força na sociedade.
E quais foram as consequências desse rolê histórico? Aguardem as cenas dos próximos capítulos…
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História
Exercícios de fixação
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História
Exercícios de vestibulares
1. (Enem, 2014)
Sou uma pobre e velha mulher,
Muito ignorante, que nem sabe ler.
Mostraram-me na igreja da minha terra
Um Paraíso com harpas pintado
E o Inferno onde fervem almas danadas,
Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.
(VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC, 1999.)
Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às imagens presentes nos templos
católicos medievais. Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de:
a) redefinir o gosto dos cristãos.
b) incorporar ideais heréticos.
c) educar os fiéis através do olhar.
d) divulgar a genialidade dos artistas católicos.
e) valorizar esteticamente os templos religiosos.
2. (Enem, PPL, 2014) Veneza, emergindo obscuramente ao longo do início da Idade Média das águas às
quais devia sua imunidade a ataques, era nominalmente submetida ao Império Bizantino, mas, na
prática, era uma cidade estado independente na altura do século X. Veneza era única na cristandade
por ser uma comunidade comercial: “Essa gente não lavra, semeia ou colhe uvas”, como um surpreso
observador do século XI constatou. Comerciantes venezianos puderam negociar termos favoráveis
para comerciar com Constantinopla, mas também se relacionaram com mercadores do islã.
(FLETCHER, R. A cruz e o crescente: cristianismo e islã, de Maomé à Reforma. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004.)
A expansão das atividades de trocas na Baixa Idade Média, dinamizadas por centros como Veneza,
reflete o(a)
a) importância das cidades comerciais.
b) integração entre a cidade e o campo.
c) dinamismo econômico da Igreja cristã.
d) controle da atividade comercial pela nobreza feudal.
e) ação reguladora dos imperadores durante as trocas comerciais.
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História
3. (UEA, 2013) Igreja, em torno de 1030, proclamou que, segundo o plano divino, os homens dividiam-se
em três categorias: os que rezam, os que combatem, os que trabalham, e que a concórdia reside na
troca de auxílios entre eles. Os trabalhadores mantêm, com sua atividade, os guerreiros, que os
defendem, e os homens da Igreja, que os conduzem à salvação. Assim a Igreja defendia, de maneira
lúcida, o sistema político baseado na senhoria.
(DUBY, Georges. Arte e sociedade na Idade Média, 1997. Adaptado.)
Segundo essa definição do universo social, feita pela Igreja cristã da Idade Média, a sociedade medieval
era considerada
a) injusta e imperfeita, na medida em que as atividades dos servos os protegiam dos riscos a que
estavam submetidos os demais grupos sociais.
b) perfeita, porque era sustentada pelas atividades econômicas da agricultura, do comércio e da
indústria.
c) sagrada, contendo três grupos sociais que deveriam contribuir para o congraçamento dos
homens.
d) dinâmica e mutável, na medida em que estava dividida entre três estamentos sociais distintos e
rivais.
e) guerreira, cabendo à Igreja e aos trabalhadores rurais a participação direta nas lutas e empreitadas
militares dos cavaleiros,
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História
5. (Mackenzie 2014) Aquilo que dominava a mentalidade e a sensibilidade dos homens da Idade Média
era o seu sentimento de insegurança (…) que era, no fim das contas, a insegurança quanto à vida futura,
que a ninguém estava assegurada (…). Os riscos da danação, com o concurso do Diabo, eram tão
grandes, e as probabilidades de salvação, tão fracas que, forçosamente, o medo vencia a esperança.
(Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval.)
O mundo medieval configurou-se a partir do medo da insegurança, como retratado no texto acima.
Encontre a alternativa que melhor condiz com o assunto.
c) O clima de insegurança que predominou em toda a Idade Média decorreu das guerras constantes
entre nobres – suseranos – e servos – vassalos, contribuindo para a emergência de teorias
milenaristas no continente.
6. (Enem 2019) A cidade medieval é, antes de mais uma sociedade da abundância, concentrada num
pequeno espaço em meio a vastas regiões pouco povoadas. Em seguida, é um lugar de produção e de
trocas, onde se articulam o artesanato e o comércio, sustentados por uma economia monetária. É
também centro de um sistema de valores particular, do qual emerge a prática laboriosa e criativa do
trabalho, o gosto pelo negócio e pelo dinheiro, a inclinação para o luxo, o senso da beleza. E ainda um
sistema de organização de um espaço fechado com muralhas, onde se penetra por portas e se caminha
por ruas e praças e que é guarnecido por torres.
(LE GOFF, J.; SCHMITT, J.-C. Dicionário temático do Ocidente Medieval. Bauru: Edusc, 2006.)
No texto, o espaço descrito se caracteriza pela associação entre a ampliação das atividades urbanas e
a
a) emancipação do poder hegemônico da realeza.
b) aceitação das práticas usurárias dos religiosos.
c) independência da produção alimentar dos campos.
d) superação do ordenamento corporativo dos ofícios.
e) permanência dos elementos arquitetônicos de proteção.
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História
7. (Enem 2018) A existência em Jerusalém de um hospital voltado para o alojamento e o cuidado dos
peregrinos, assim como daqueles entre eles que estavam cansados ou doentes, fortaleceu o elo entre
a obra de assistência e de caridade e a Terra Santa. Ao fazer, em 1113, do Hospital de Jerusalém um
estabelecimento central da ordem, Pascoal II estimulava a filiação dos hospitalários do Ocidente a ele,
sobretudo daqueles que estavam ligados à peregrinação na Terra Santa ou em outro lugar. A
militarização do Hospital de Jerusalém não diminuiu a vocação caritativa primitiva, mas a fortaleceu.
(DEMURGER, A. Os Cavaleiros de Cristo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002 (adaptado).)
8. (Enem 2013) Quando ninguém duvida da existência de um outro mundo, a morte é uma passagem que
deve ser celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da Idade Média tem a convicção de não
desaparecer completamente, esperando a ressurreição. Pois nada se detém e tudo continua na
eternidade. A perda contemporânea do sentimento religioso fez da morte uma provação aterrorizante,
um trampolim para as trevas e o desconhecido.
(DUBY, G. Ano 2000 na pista dos nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).)
Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado com a morte, o autor considera que houve
um processo de:
a) mercantilização das crenças religiosas.
b) transformação das representações sociais.
c) disseminação do ateísmo nos países de maioria cristã.
d) diminuição da distância entre saber científico e eclesiástico.
e) amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna.
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História
TEXTO II
A nossa geração tem arraigado o defeito de recusar admitir tudo o que parece vir dos modernos. Por
isso, quando descubro uma ideia pessoal e quero torná-la pública, atribuo-a a outrem e declaro: — Foi
fulano de tal que o disse, não sou eu. E para que acreditem totalmente nas minhas opiniões, digo: — O
inventor foi fulano de tal, não sou eu.
(BATH, A. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.)
Nos textos são apresentados pontos de vista distintos sobre as mudanças culturais ocorridas no
século XII no Ocidente. Comparando os textos, os autores discutem o (a)
a) produção do conhecimento face à manutenção dos argumentos de autoridade da Igreja.
b) caráter dinâmico do pensamento laico frente à estagnação dos estudos religiosos.
c) surgimento do pensamento científico em oposição à tradição teológica cristã.
d) desenvolvimento do racionalismo crítico ao opor fé e razão.
e) construção de um saber teológico científico.
Nessa passagem, o historiador Jacques Le Goff compara a cidade medieval com a contemporânea,
estabelecendo uma aproximação entre ambas. A característica da cidade medieval que permite tal
relação é a
a) exaltação da vida cívica, associada aos jogos e aos espetáculos promovidos por seus
governantes.
b) laicização da cultura, expressa na arquitetura dos edifícios públicos em contraste com o domínio
religioso.
c) afirmação da autonomia política, revelada pela oposição dos citadinos ao poder dos senhores
feudais.
d) valorização das atividades de produção e de trocas comerciais, alimentadas por uma economia
monetária.
e) segregação social, manifestada na criação de bairros periféricos pobres e violentos.
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História
Gabaritos
Exercícios de fixação
2. As relações políticas entre nobres eram baseadas no princípio da suserania e da vassalagem, no qual
um nobre doava terras conquistadas por ele (suserano) a outro nobre (vassalo) em troca de fidelidade
nos compromissos militares do suserano. Essas alianças entre diversos vassalos e suseranos construía
uma rede de proteção entre os feudos que envolvia até mesmo os reis, que poderiam ser tanto suseranos
quanto vassalos.
3. As cruzadas foram missões da Igreja Católica com intuito de conquistar a cidade sagrada de Jerusalém
do domínio dos turcos, expandir a fé cristã, penetrar novamente o catolicismo romano no Império
Bizantino. Dentro do contexto de ruralização e do fechamento da economia dentro dos feudos, as
cruzadas facilitaram a reocupação das antigas cidades, o reavivamento do comércio e a abertura de
antigas rotas comerciais.
4. A sociedade feudal se caracterizou por uma estrutura estamental. Os estamentos eram divididos entre
os que guerreavam (nobreza), os que rezavam (clero) e os que trabalhavam (servos). A mobilidade social
era quase inexistente, já que a posição ocupada era determinada pelo nascimento.
5. A burguesia surgiu durante a Baixa Idade Média e é resultado direto da ocupação das antigas cidades e
do reavivamento do comércio. A nova classe social surgiu com os burgos, que eram cidades onde os
habitantes se dedicavam a produção artesanal e a atividade mercantil, ficando conhecidos como
burgueses.
Exercícios de vestibulares
1. C
A maioria dos fiéis católicos durante a Idade Média não sabia ler e nem escrever, logo, para fins
educativos, os vitrais e as imagens católicas auxiliaram muito na difusão das ideias.
2. A
Com o renascimento das cidades e o reavivamento do comércio durante a Baixa Idade Média, as cidades
comerciais começaram a ganhar importância com suas atividades mercantis.
3. C
Essa divisão defendida pelos religiosos, com base na fé (sagrada) favorecia as classes que batalhavam
e oravam, ou seja, a nobreza e o clero.
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História
4. A
Os servos, presos a terra, deviam uma série de obrigações ao senhor, cobradas na forma de impostos,
como a corveia, banalidade e talha.
5. A
Nesse contexto, a ideologia medieval altamente religiosa atribuía uma explicação punitiva aos eventos
como a peste e as guerras. Deste modo, mantinham a estrutura social com base no medo divino.
6. E
As cidades medievais se tornaram, sobretudo, na baixa idade média um espaço de trocas comerciais
centrada em uma economia monetária. Apesar do contraste com o ambiente feudal, as cidades
mantiveram elementos arquitetônicos dos feudos, como as muralhas.
7. A
O grande projeto de expansão do cristianismo, especialmente com as cruzadas, a partir de uma
estratégia de retomada de territórios levou a Igreja Católica a um processo de militarização da própria
instituição.
8. B
As mudanças sociais, culturais e econômicas realizadas entre o ano 1000 e o ano 2000 provocaram
alterações também na forma como o ser humano se relaciona com o mundo físico e espiritual, ou seja,
houve uma mudança nas representações sociais do que seria entendido como vida, morte e eternidade.
9. A
Ambos os textos tratam de uma importante característica da filosofia medieval: a valorização dos
argumentos de autoridade, isto é, das ideias e perspectivas de autores consagrados. De fato, seja vista
sob um prisma positivo (como no texto I) ou negativo (como no texto II), o fato é que o pensamento
medieval sempre entendia que as novas verdades devem sempre ser procuradas a partir da tradição e
não contra ela.
10. D
Com o reavivamento das antigas cidades e o do comércio, a ocupação desses locais se tornou cada vez
mais comum na Baixa Idade Média e, dentro desses espaços, as atividades comerciais eram
preponderantes. Essa questão pode parecer confusa, haja vista que durante o período medieval ocorreu
à retração do comércio e uma ruralização, porém o trecho está se referindo ao período de crise da Idade
Média e da transição para a modernidade, aonde a atividade mercantil e a ocupação das antigas cidades
se tornaram cada vez mais comum.
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História
Objetivo
Compreender o processo de formação dos Estados Modernos, a importância da centralização do poder no
período e as características do absolutismo e do mercantilismo, assim como analisar o contexto cultural e
religioso do período, com o renascimento artístico e as reformas protestantes.
Se liga
A transição da Baixa Idade Média para a Idade Moderna foi marcada por processos de centralização política
em diversas regiões da Europa. Neste contexto surgiram os primeiros Estados Modernos e novas práticas
políticas e econômicas, como o absolutismo e o mercantilismo. Para essa matéria é importante que você
saiba o conteúdo de Idade Média, bem como compreenda o processo de crise do sistema feudal.
Curiosidade
Portugal foi pioneiro no processo de formação dos Estados Modernos, o que possibilitou uma sólida base
política e econômica para as expansões marítimas!
Teoria
Visto isso, é importante destacar que toda essa condição de melhoria na qualidade de vida garantiu também
um crescimento demográfico neste período, ou seja, cada vez mais os feudos estavam lotados, sobretudo de
servos camponeses. Toda essa situação nos leva a acreditar que o aumento demográfico poderia também
ampliar a produção nos campos, mas, tome cuidado, pois a lógica foi inversa!
Apesar de inovações técnicas terem facilitado a produção agrícola ao longo da Idade Média, com os moinhos
hidráulicos, os arados de ferro e as práticas de rotação de cultura, essas novidades foram insuficientes para
garantir uma produção que atendesse às necessidades da população desses séculos. Além disso, o aumento
populacional e a ampliação da produção demandavam também uma maior carga tributária, o que muitas
vezes não animava os servos a ampliarem as produções.
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História
Portanto, este cenário de altos tributos, exploração, violência e desigualdades provocou um deslocamento de
massas de camponeses e cavaleiros que, expulsos de suas terras, passaram a vagar entre feudos ou a vadiar
em busca de trabalhos temporários e pequenos saques. Esse processo de crescimento demográfico e de
êxodo marcou o início da chamada Baixa Idade Média e deu origem ao que conhecemos como a crise do
feudalismo.
50
Milhões de habitantes
40
30
20
10
0
1000 1100 1200 1300
Ano
(Fonte: FRANCO Jr., Hilário e FILHO, Ruy de Oliveira Andrade. Atlas de História Geral. São Paulo: Scipione,
1993, p.23.)
Assim, tendo em vista esse cenário, além da miséria europeia, um outro problema surgia no Oriente para os
nobres e clérigos europeus: a expansão árabe. Visto isso, por volta do ano 1000, uma série de expedições
militares conhecidas como Cruzadas foram financiadas por monarcas, senhores feudais e pela própria Igreja
Católica. As cruzadas, portanto, tinham como objetivo reconquistar a cidade sagrada de Jerusalém
(dominada pelos turcos desde o século VII), expandir a fé cristã e, por fim, resolver o problema do crescimento
demográfico e da miséria que se instalou na Europa.
Ainda que as cruzadas não tenham solucionado muitos desses problemas, sobretudo o da
quantidade de miseráveis vagantes, as expedições ao longo da Europa, sobretudo na região do
Mediterrâneo, foram responsáveis pela expansão da fé cristã, pela abertura de antigas rotas
comerciais (dominadas pelos árabes) e pelo ressurgimento das cidades, que se tornaram
importantes postos comerciais e de defesa. As cruzadas, portanto, abriram caminhos para o
acesso a importantes centros comerciais da região, como Veneza, Gênova e até mesmo Constantinopla. Visto
isso, podemos perceber que as cruzadas foram fundamentais para desenvolver um processo que já se
iniciava há anos na Europa, o de renascimento comercial e urbano.
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História
Assim, tendo em vista todo esse cenário da Baixa Idade Média, cansados das opressões feudais e sem
perspectivas vagando em territórios isolados, muitos servos e camponeses se deslocaram para a vida nas
pequenas cidades que se formavam, trabalhando como artesãos ou comerciantes e estimulando a realização
de feiras e do comércio.
Essa nova vida promoveu, enfim, a possibilidade de uma ascensão econômica para muitas pessoas que
passaram a depender dessas atividades. A poderosa estrutura comercial que se estabeleceu possibilitou
inclusive o enriquecimento de indivíduos, que passaram a empregar outros funcionários de forma assalariada,
controlar rotas comerciais, dominar o mercado e, consequentemente, fortalecer uma nova classe que
ascendia: a burguesia. Assim, com o tempo, a monetarização da economia, o estabelecimento de novas
relações sociais e o desenvolvimento de novas atividades comerciais, enfraqueceu ainda mais o antigo
sistema feudal.
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História
Para entendermos essa crise do século XIV, vale destacar que diversos sãos os motivos para a fome, para as
guerras e as doenças. Em 1315, por exemplo, intensas chuvas no noroeste da Europa dificultaram a produção
agrícola da região, causando uma crise de abastecimento no continente. Para piorar, alguns anos depois os
alimentos e produtos que atravessavam as novas rotas comerciais começaram a sofrer com o bloqueio dos
caminhos ocasionado por batalhas, como a Guerra dos Cem anos, entre 1337 e 1453. Esse cenário caótico
de más colheitas e bloqueio comercial acabou gerando a chamada grande fome do século XIV.
Assim, com a fome e as guerras assolando a maior parte da Europa, um novo problema também surgiu neste
período para ampliar o número de mortos e devastar cerca de 1/3 da população europeia: a peste bubônica.
Na época, com uma medicina incipiente e com poucos estudos sobre a questão, não havia medicamentos ou
tratamentos eficazes contra a doença e nem mesmo uma informação precisa sobre os motivos reais da
epidemia, sendo assim, genericamente associada à grande população de ratos que circulavam pelas cidades
reocupadas. No entanto, a verdadeira causa da peste, descoberta graças aos estudos da microbiologia no
século XIX, estaria nas pulgas de ratos, que transmitiam a doença.
Visto isso, se não bastasse essa conjuntura de fome, doenças, guerras e mortes, os servos no campo ainda
continuaram sofrendo com a exploração. Por conta da crise, os senhores feudais aumentavam
constantemente o valor dos impostos sobre os camponeses a fim de suprir a diminuição de seus ganhos em
decorrência da peste e da baixa produtividade.
Desta forma, nesse caótico cenário do século XIV, a crise, a miséria e a exploração acabaram sendo o estopim
para diversas revoltas na Europa e, naturalmente, para a continuidade do desgaste do próprio feudalismo. Um
grande exemplo dessas revoltas que apavorou senhores feudais foram as chamadas jacqueries, que
estouraram no norte da França em 1358. Cerca de 20 mil camponeses foram mortos pelo exército francês
após se rebelarem contra as opressões sofridas e contra os problemas que abatiam a população local.
Todo esse contexto vai gerar um clima de insegurança nos então senhores feudais, que começaram a se
assustar com as constantes revoltas camponesas. Assim, alguns passam a ceder gradualmente o seu poder
e sua fidelidade a figura do rei (sim, ele mesmo, aquele que quase não possuía poder político) com o intuito
de proteger suas terras. Além disso, a ascensão da burguesia e o seu interesse na expansão comercial vai
mostrar como o feudalismo havia entrado em colapso e que ele, na verdade, não dava mais conta das
transformações que ganhavam cada vez mais força na sociedade.
Assim, mediante ao caos em que a Europa se encontrava, a alternativa encontrada pela nobreza e pela alta
burguesia com o intuito de manter seus interesses e privilégios foi o de centralizar o poder nas mãos de uma
única pessoa – o Rei. A figura do monarca até então não possuía grande expressão de poder político, uma
vez que a sua autoridade estava diluída entre os nobres que possuíam os títulos de senhores feudais e muitas
vezes o mesmo só concentrava poderes militares.
Desta forma, diversos territórios ao longo da Europa realizaram esse movimento de centralização, com apoio
de nobres e burgueses, que sustentaram a formação de grandes reinos que conhecemos como os Estados
Modernos, governados por monarcas.
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História
Alguns fatores foram essenciais para a consolidação desses Estados que tinham características em comum,
como:
• Delimitação de um território: definição de fronteiras e de uma unidade territorial.
• Criação de um exército nacional: para defender os interesses do Estado recém-formado e garantir a
sua soberania.
• Burocracia administrativa: corpo responsável pela administração pública, pela cobrança de impostos e
pelo aparato administrativo.
• Unidade cultural: elementos culturais em comum que possibilitaram uma identificação entre os diversos
grupos que ocupavam o mesmo espaço.
• Criação de um conjunto de leis: possibilitaram a manutenção da ordem e a aplicação de uma justiça na
qual as pessoas pudessem recorrer.
• Um Monarca: que concentrava em suas mãos o poder sobre o território.
Como visto, o acordo entre diferentes grupos possibilitou a formação desses Estados Modernos, no entanto,
nem todos se privilegiaram com a nova configuração política. Os nobres foram os que mais ganharam, pois
se transformaram na base política dessas monarquias, ocupando cargos de confiança e sendo sustentados
por esse Estado que está nascendo. A Igreja Católica, no entanto, apesar de inicialmente apoiar esse
processo, logo perdeu forças graças à expansão da Reforma Protestante e ao fortalecimento dos monarcas,
pois muitos Estados passaram a adotar religiões próprias e se afastar do catolicismo, diminuindo a influência
do Papa.
A burguesia, por sua vez, também apoiou o rei inicialmente e chegou a lucrar com
expedições militares e comerciais. Entretanto, ao longo dos séculos XVI e XVII a
centralização do poder passou a se aprofundar ainda mais em alguns reinos como a
França, construindo regimes extremamente autoritários que ficaram conhecidos como
absolutistas. Assim, o chamado absolutismo foi uma teoria política que configurou a forma de muitos
monarcas governarem, concedendo a eles poderes quase absolutos. O rei absolutista, portanto, tornava-se
em muitos locais uma figura quase uma encarnação do próprio Estado, intervindo diretamente na vida dos
súditos, na economia e nas decisões políticas.
Assim, para a burguesia, o surgimento do absolutismo e essa constante intervenção do rei nas práticas
burguesas, no mercado, na vida particular e nas liberdades pessoais passou a incomodar profundamente
essa classe com o tempo.
Vale destacar que esse poder absoluto do rei, no entanto, possui algumas especificidades. O primeiro ponto
a ser destacado é que para ser entendido como um “poder natural” pelos súditos, os monarcas precisavam
construir e difundir discursos que confirmassem essa ideia. Logo, durante a Idade Moderna vários pensadores
surgiram com o intuito de teorizar sobre os ideais absolutistas corroborando com a ideia de uma sociedade
disciplinada e sob o controle de um único líder.
Desta forma, teóricos como Thomas Hobbes, com a “Teoria do Contrato Social”, Nicolau Maquiavel, com seu
livro “O Príncipe” e Jacques Bossuet, com sua ideia do “Direito Divino do Rei” foram importantes nomes que
fundamentaram e embasaram esses novos modelos de governabilidade. Além disso, as práticas absolutistas
se fundamentavam na própria figura do rei no dia a dia.
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História
Ou seja, para convencer os súditos de seus poderes e da sua divindade, o rei deveria sempre ser visto cercado
por luxos e glórias, jamais por fraqueza e incapacidade. Visto isso, era fundamental sempre construir
narrativas que glorificassem o monarca, pinturas que o mostrassem como um herói e realizar rituais que
fortalecessem os aspectos de divindade, visando sempre a manutenção desse poder.
Mercantilismo
O período de transição da Baixa Idade Média para a Idade Moderna, como visto acima, marcou profundas
mudanças na sociedade europeia. Assim, com as transformações políticas e sociais do período, o aumento
exponencial da comercialização com a descoberta de novas rotas comerciais, a conquista de novos territórios
e a própria centralização do poder nas mãos dos reis passaram a demandar novas ideias e práticas
econômicas. Logo, é neste contexto que podemos observar a formação de um conjunto de práticas chamadas
de Mercantilismo, que foi estruturado de forma a explorar as novas terras extraindo o máximo de riquezas
possíveis e proporcionando uma grande acumulação de capital, principalmente para a nobreza.
Visto isso, o mercantilismo está intimamente associado à Idade Moderna e ao próprio absolutismo. Portanto,
apesar de não podermos afirmar que todos os reinos praticavam igualmente o mercantilismo ou que todos
os monarcas defendiam ideias econômicas semelhantes, algumas características em comum podem ser
observadas.
Outra característica importante na economia desses Estados Modernos era a grande valorização dos metais
preciosos. O chamado metalismo, portanto, foi a promoção de uma intensa busca por metais preciosos que,
pelas ideias mercantilistas, eram vistos como uma das principais fontes de arrecadação e de abastecimento
dos Estados.
Apesar dos metais serem considerados a principal fonte de riqueza, extraídas principalmente da América
através da colonização, o comércio também tinha uma função fundamental na manutenção dessa riqueza.
Logo, para um Estado manter uma saúde econômica, além do acúmulo de metais era preciso valorizar a
produção interna e a exportação. Assim, as práticas mercantilistas defendiam a adoção de medidas
protecionistas, como aumento de impostos sobre produtos estrangeiros e a valorização de uma balança
comercial favorável, visando regular as importações e exportações a fim de controlar o fluxo de mercadorias
dentro de suas fronteiras.
Assim, o mercantilismo, conhecido também por alguns autores como “capitalismo comercial”, difundiu-se
pela Europa, estabelecendo-se principalmente em regiões como Gênova, Veneza, Holanda, Portugal, França,
Inglaterra e Espanha. Apesar do Estado e do monarca serem os grandes privilegiados por esse sistema
econômico, inicialmente expansão comercial também chegou a beneficiar a burguesia. No entanto, com o
passar dos séculos, assim como o absolutismo passou a restringir as liberdades e a limitar os poderes da
burguesia, o mercantilismo também se tornou um entrave econômico para os interesses dessa classe, que
passaram a não tolerar mais o protecionismo, o monopólio e as intervenções na economia.
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História
Enfim, é importante ressaltar que a escravidão africana e o tráfico negreiro proveniente da colonização e da
expansão marítima também foram fontes de arrecadação de extrema importância para as monarquias
nacionais.
Dentro do processo de formação das monarquias modernas, Portugal se destacou por concretizar a sua
unificação de forma pioneira. Assim, a centralização do Estado português possibilitou que ainda no século
XIV se tornassem uma potência comercial e marítima.
Visto isso, antes de pensar a formação desse importante reino, vale destacar que antes da centralização, os
reinos da Península Ibérica conviveram com grande parte do território ocupado por mulçumanos desde a
invasão árabe no século VIII. Assim, a saga pela constituição dos reinos de Portugal e Espanha começou com
a própria retomada de seus territórios durante o que ficou conhecido como o processo de Reconquista.
Assim, entre o século VIII e o XV diversos conflitos foram deflagrados entre os monarcas católicos da região
e os árabes, disputando justamente a hegemonia política, religiosa e econômica da região, que tinha suma
importância por conta das rotas comerciais para o sul da Europa e o norte da África. Logo, apesar de Portugal
já ter conquistado a cidade do Faro, seu último território em 1249, foi apenas em 1492 que, enfim, os cristãos
reconquistaram todo a península com a tomada do Reino de Granada.
Tendo em vista todo esse processo ao longo dos séculos, podemos perceber que os reinos da Península
Ibérica visando se defender de possíveis novos avanços árabes, passaram a construir sistemas de defesa
cada vez mais sólidos, assim como fortaleceram as alianças militares e familiares entre os reinos cristãos.
Desta forma, ao longo das guerras de reconquistas, reinos como Aragão, Castela, Leão e Navarra surgiram.
Assim, foi neste cenário que nasceu o Reino de Portugal em 1139, através de uma cisão do Condado Portucal,
que pertencia ao Reino de Leão. D. Afonso Henriques, portanto, proclamou-se rei de Portugal e iniciou a
dinastia Borgonha, que teve fim apenas em 1383, com a morte de Fernando I, após grande sucesso na luta
contra os árabes e na expansão territorial.
A realidade do fim da dinastia Borgonha, que não havia legado um herdeiro ao trono estabeleceu, portanto,
uma crise de sucessão e atraiu o interesse expansionista de reinos vizinhos, como de Castela. Neste cenário
de incertezas quanto ao futuro, com a possibilidade de ser anexado e temendo perder sua autonomia, alguns
setores portugueses, como a burguesia e uma parte da nobreza, declararam seu apoio ao irmão bastardo do
rei falecido, João – conhecido também como Mestre de Avis. A burguesia portuguesa que já se encontrava
em um crescente sucesso econômico devido ao comércio no Mar Mediterrâneo e no Mar do Norte, proveu os
recursos financeiros para a manutenção do Exército que garantiu vitória de Dom João.
Assim, a vitória portuguesa marcou o processo conhecido como a Revolução de Avis, que consolidou o poder
monárquico em Portugal e unificou o país em torno da figura de Dom João I. O rei então iniciou uma política
de favorecimento à expansão econômica dos burgueses, que mudaram de patamar ao levar a sua expansão
para o Atlântico, abrindo caminho para novas rotas comerciais.
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História
E a Espanha?
Até o século XV o território que virá a ser chamado de Reino da Espanha se encontrava
descentralizado e dividido em diversos reinos e vice-reinos como Leão, Castela, Aragão e
Granada (que ainda se encontrava em poder dos mouros). Com o casamento entre
Fernando, rei de Aragão, e Isabel, sucessora no trono de Castela, a unificação começa a
tomar forma após a morte do pai da herdeira e a decisão de unir as duas coroas. Conhecidos
popularmente como os “Reis Católicos”, Fernando e Isabel firmaram um acordo com a Igreja Católica a fim
de expulsar os árabes e os judeus do seu território criando assim um Tribunal do Santo Ofício - Inquisição –
na região sob a responsabilidade da coroa.
Assim, os Reis Católicos promoveram uma caçada política e religiosa contra aqueles considerados inimigos
durante o processo de Reconquista. Utilizada como um instrumento de controle, a Inquisição utilizou o terror
como forma de subjugar todos aqueles que questionassem o poder da monarquia espanhola.
Com a conquista de Granada em 1492, o último reduto de mulçumanos na Península Ibérica, consolidou-se
o Estado espanhol. Vale destacar que no mesmo ano, Cristóvão Colombo chegou às Américas, financiado
pela coroa espanhola que rivalizava com a expansão portuguesa. Fatores importantes, como a Universidade
de Salamanca, facilitaram a expansão marítima espanhola através do desenvolvimento de novas tecnologias
marítimas e de estudos humanistas. Com as Grandes Navegações e a conquista de possessões no além-mar,
a Espanha se tornou um dos maiores impérios comerciais do início da Era Moderna.
A monarquia a là francesa
Com Felipe IV (1285-1314) no poder, a expansão do poderio monárquico ficou ainda maior com a convocação
dos Estados Gerais – uma assembleia composta pelo clero, pela nobreza e pela burguesia – e a aprovação
da cobrança de impostos às propriedades da Igreja Católica. A decisão marcou o início de uma relação
conturbada entre a Igreja e o reino francês, conhecida como “Cisma do Ocidente”, uma vez que o papa
ameaçou excomungar o rei francês.
A Guerra dos Cem Anos (1337 -1453) entre a França e a Inglaterra foi um divisor de águas para ambas as
coroas e seu resultado impulsionou o processo de unificação monárquica francesa. O interesse inglês em
unir as duas coroas, sob o comando de Eduardo III, que se considerava o herdeiro direto do antigo rei, levou a
Inglaterra a invadir o território francês após a morte de Felipe IV, conhecido como O Belo. O conflito estimulou
a construção de um exército e a cobrança de impostos unificada para a sua manutenção na guerra contra os
ingleses por territórios que pertenciam ao reino. A durabilidade do conflito também possibilitou a criação de
um sentimento de pertencimento à população do território francês.
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História
Com mais de cem anos de duração, a guerra foi composta por vitórias inglesas e francesas em momentos
diferentes. Contudo, o conflito terminou com a expulsão dos ingleses do reino francês e com a garantia da
unidade territorial. Terminada a guerra, a França consolida de vez a centralização política na figura do rei e,
a partir da expansão do poder dessa monarquia ao longo dos próximos séculos, ela se torna o símbolo do
absolutismo na Europa.
A Inglaterra e o absolutismo
Apesar de o absolutismo ter representado um regime político bem difundido pela Europa
durante a Idade Moderna, na Inglaterra, esse modelo não obteve uma longa estabilidade
como em outros Estados modernos do continente.
Assim como a França, a tentativa de centralização política ocorreu bem antes do início
da Idade Moderna sob o comando de Guilherme, o Conquistador, no século XI. A
imposição de impostos unificados e a obrigatoriedade do juramento de vassalagem
diretamente ao rei foram ações que visavam a centralização do poder na mão do monarca inglês. Com a
promulgação das Common Law – leis que valiam para todo o território – no reinado de Henrique II (1154-
1189) ocorre a tentativa de recrudescimento desse poder.
Porém, como dito anteriormente, os ingleses não eram muito fãs do absolutismo. Assim, em 1215, a nobreza
reage ao fortalecimento do poder do rei com a imposição da Magna Carta, ao rei conhecido como João Sem-
Terra, limitando o poder real e frustrando as tentativas de centralização. A manutenção da fragmentação
deste poder no início da Idade Moderna permitiu não só que as nobrezas regionais tivessem maior poder
como a própria burguesia ascendesse economicamente.
Com a derrota para a França na Guerra dos Cem Anos, essa descentralização foi interrompida apenas no
século XVI quando, após a Guerra das Duas Rosas (1455 – 1485), entre as famílias York e Lancaster pelo
trono inglês. Esse conflito foi responsável pelo enfraquecimento da nobreza e pela ascensão de Henrique VII,
da família Tudor ao trono e, posteriormente, Henrique VIII (1509-1547), que deu corpo ao absolutismo inglês.
Apesar da postura centralizadora deste rei, o absolutismo não conseguiu se estabilizar na Inglaterra, gerando
assim diversos conflitos com o parlamento e sendo muitas vezes responsável pelo crescimento das tensões
religiosas. O momento mais sensível entre rei e parlamento, no entanto, se configurou com a dinastia Stuart,
com Jaime I (1603 – 1625) e Carlos I (1625 – 1648), em um contexto conhecido pela Revolução Inglesa.
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História
Neste contexto, dentre os processos migratórios e a circulação de ideias e mercadorias pela região, destaca-
se principalmente a fuga dos sábios bizantinos para a “Itália”, após a queda de Constantinopla, em 1453,
levando consigo elementos da cultura clássica greco-romana preservados no oriente.
Assim, é aceito por muitos historiadores que o renascimento teria surgido na Península Itálica, espalhando-
se, posteriormente, por outras regiões europeias. Desta forma, as cidades pioneiras no desenvolvimento do
Renascimento, faziam parte dessa região, destacando-se Florença, no século XV, e, posteriormente, Roma e
Veneza, no século XVI.
Essas cidades, que hoje fazem parte do que conhecemos como a Itália, apresentavam significativo
desenvolvimento comercial, sendo dirigidas por uma classe de poderosos mercadores. Logo, com o comércio
marítimo pelo Mediterrâneo, esses grandes comerciantes burgueses acumularam enorme riqueza e
buscaram cada vez mais adotar práticas econômicas que permitissem a livre concorrência, o individualismo
e a busca racional do lucro.
Já o humanismo, por sua vez, também foi um elemento essencial do renascimento, pois reforçou a
necessidade de se observar o mundo racionalmente e destacou o ser humano como uma figura central da
criação divina. Assim, enquanto a sociedade medieval pode ser entendida pelo teocentrismo, ou seja, Deus
no centro de tudo, os renascentistas podem ser vistos como antropocêntricos, pois deslocam suas maiores
preocupações para os seres humanos, suas potencialidades e capacidades.
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História
Assim, como visto, durante a Idade Média, apesar da existência de grandes universidades, predominou na
Europa o pensamento católico, muito marcado pelo espiritualismo cristão, pela ideia de comunidade, pela
crença em um iminente apocalipse, pelo teocentrismo e pela fé. Diante disso, as transformações do
renascimento se depararam com esses valores enraizados nas sociedades europeias e, assim, “pensadores
renascentistas” passaram a refletir sobre os séculos anteriores.
Desta forma, visando valorizar as mudanças e tendências de suas gerações, os renascentistas nomearam o
período anterior como Idade Média, pois estaria no meio, entre a antiguidade clássica e a era moderna. Com
isso, esses autores também trataram de produzir conhecimentos sobre o período destacando principalmente
as crises, a baixa produção de conhecimento e a decadência da Europa dominada pela fé.
Portanto, podemos perceber que o termo Idade Média, hoje, é visto por muitos historiadores como algo
pejorativo e ainda uma herança dos renascentista. A transição de um período para o outro não é algo tão
imediato e determinista e, apesar das mudanças, o Renascimento não foi uma ruptura drástica com a Idade
Média. Diversas características consideradas como “medievais” ainda persistiram ao longo dos séculos XVI,
XVII e XVIII, como o próprio sistema feudal, as servidões, a organização social e algumas leis e instituições,
como a própria Igreja Católica.
A arte renascentista
A arte renascentista, até hoje, é considerada por muitos pensadores como um dos momentos estéticos mais
relevantes da história. Obras como a Monalisa, a Última Ceia, a Criação de Adão e Pietá aparecem
constantemente referenciadas em produtos culturais. Ao pensarmos em “renascimento italiano” são essas
artes que facilmente surgem nas nossas ideias, como símbolos dessa geração.
No entanto, é importante destacarmos a relação dessas obras com o contexto que foram produzidas para
compreendermos melhor a relevância das mesmas.
Assim, visando difundir suas formas de ver o mundo e exaltar suas riquezas e conquistas, esses mercadores
passaram a financiar artistas e cientistas para que pintassem, esculpissem e escrevessem a partir dessa
perspectiva. Essa prática ficou conhecida como o mecenato e foi fundamental para o crescimento dos
artistas desse período. Por isso é comum observar obras renascentistas e perceber, por exemplo, paisagens
naturais, marcando o naturalismo, ou pinturas em forma de retrato, famosas como marcas do individualismo
e, principalmente, pinturas demonstrando riquezas, que valorizavam a boa vida e o otimismo burguês.
Vale lembrar que, de fato, os principais financiadores foram os burgueses, destacando-se inclusive célebres
famílias italianas, como os Médici, que foram comerciantes de Florença que dominaram a região com grande
poder político e influenciaram na difusão dos ideais renascentistas. No entanto, os trabalhos de alguns desses
artistas foram tão impressionantes que até mesmo a Igreja Católica e membros da nobreza europeia
passaram a praticar o mecenato.
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História
Já no século XIV, por exemplo, as pinturas de Giotto di Bondoni representavam passagens bíblicas e valores
católicos, mas já com algumas características que logo marcariam a pintura renascentista. Ao invés de
reproduzir as técnicas medievais, que eram marcadas pela falta de profundidade e realismo, Giotto Bondoni
explorou a arte de forma racional, com profundidade espacial, perspectiva e realismo. Nas imagens a seguir,
podemos observar as diferenças entre a pintura medieval e a renascentista:
A arte de Bondoni foi extremamente inovadora, rompeu com características da “arte medieval” e trouxe novas
técnicas para a pintura europeia, influenciando uma geração de novos artistas. Desta forma, nos séculos XV
e XVI, podemos destacar nomes como Masaccio, Sandro Botticelli, Rafael Sanzio, Michelangelo Buonarroti e
o famoso Leonardo da Vinci como seguidores dessas tendências.
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História
Botticelli se tornou uma importante referência da pintura renascentista, ainda no XV, principalmente pela
valorização cultura greco-romana e de temas pagãos. Tendo em vista que as cidades do Mediterrâneo ainda
conviviam com as heranças arqueológicas da antiguidade, as estátuas de deuses e os mitos que contavam a
grandeza do passado apareceram de forma constante nas obras dos artistas da região. No caso de Botticelli,
sua pintura Nascimento de Vênus se tornou um dos maiores símbolos da arte renascentista, representando
justamente a deusa greco-romana.
Vale destacar que muitos desses artistas renascentistas, buscando valorizar esses novos elementos
artísticos, estudaram profundamente outros temas, como a religião, a história e as novas descobertas
científicas. Leonardo da Vinci, por exemplo, além de grande pintor, foi um entusiasta das ciências e das
tecnologias, dedicando-se ao longo da vida a diversos estudos diferentes, sobretudo de anatomia, astronomia,
matemática e à invenção de novas tecnologias. Desta forma, os detalhes anatômicos e racionais nas obras
de da Vinci e Michelangelo são simplesmente frutos de todos esses minuciosos estudos sobre a anatomia
humana. Abaixo, podemos observar os esboços e uma pintura de Leonardo da Vinci e perceber como sua
obra é racional, simétrica e anatomicamente precisa:
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História
Assim, a aproximação entre a arte e as ciências foi algo muito comum entre os artistas do renascimento, que
tanto valorizavam a razão e o humanismo. Logo, em um contexto mudanças culturais e de grande incentivo
à razão, o meio científico também foi impactados pelas transformações.
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História
Assim, apesar da hipótese de Copérnico já defender um modelo heliocêntrico, no qual o centro do sistema
solar seria o sol e não a terra, foi Galileu Galilei quem deu importante continuidade a esse pensamento através
de cálculos, chegando a incomodar a Igreja Católica, que defendia o geocentrismo.
Vale destacar que outros nomes desse período também foram importantes para o que alguns autores
denominam como a “Revolução Científica”, como Giordano Bruno (1548-
1600), Tycho Brahe (1546-1601), Johannes Kepler (1571-1630), René
Descartes (1596-1650) e, para alguns autores, até Isaac Newton (1643-
1727). Apesar dos diversos obstáculos e de alguns deles terem sido
condenados pela inquisição católica, muitos deles, no entanto,
encontraram algumas condições favoráveis para a produção científica
nesses séculos. Nesse ponto, destaca-se sobretudo a invenção da
chamada prensa de tipos móveis, por Johannes Gutenberg.
Durante a Idade Média, a preservação e circulação de livros era algo extremamente difícil, tanto pela
reprodução das obras quanto pelas censuras. Assim, normalmente eram monges os responsáveis por
guardar obras consideradas relevantes e reproduzir manualmente os textos que circulariam, já que poucas
pessoas sabiam escrever. Essa realidade, portanto, era um grande obstáculo para a circulação de
conhecimentos, sobretudo os científicos.
Assim, no ano 1450, o alemão Gutenberg criou uma máquina considerada por muitos historiadores como a
grande invenção do renascimento. A prensa móvel era capaz de organizar letras e imprimir em folhas os
textos. A nova tecnologia possibilitou não só que livros fossem reproduzidos em maior quantidade, como
ajudou a construir todo um complexo mercado de textos na Europa, que se aproveitou das expansões
comerciais e marítimas para alcançar ainda mais locais distantes. Essa nova imprensa que surgia na Europa
e esse mercado de livros, portanto, foi fundamental para a difusão das ideias desses cientistas
contemporâneos.
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História
Ainda no século XIV, autores como Dante Alighieri, Giovanni Boccaccio e Petrarca, na Península Itálica, já
apresentavam em seus livros algumas características marcantes do renascimento. O hedonismo, o realismo,
o naturalismo, antropocentrismo, os valores greco-romanos e as temáticas religiosas podem ser encontradas
em obras clássicas, como O Decameron, Odes a Laura e A Divina Comédia.
As características em comum entre esses autores, principalmente quanto ao uso de línguas similares,
possibilitou inclusive que a literatura se tornasse uma importante ferramenta de união. Logo, em um contexto
de formação dos Estados Modernos, alguns autores renascentistas se tornaram grandes representantes das
culturas, artes e identidades das futuras nações. Nos nomes citados acima, os escritores, hoje, são
extremamente identificados com a identidade italiana, ainda que a Itália tenha se unificado apenas no século
XIX.
No entanto, outros autores estiveram mais próximos a esses processos de centralização, como é o caso, por
exemplo, de Miguel de Cervantes, com a cultura espanhola, Luís de Camões, narrando as heróicas aventuras
portuguesas e William Shakespeare, nome fundamental do teatro inglês.
Reforma Protestante
Durante a Idade Média, a Igreja Católica tinha grande poder e era detentora de muitas riquezas. Muitos
monges acumularam vastas riquezas através das doações que recebiam de fiéis que buscavam perdão por
seus pecados. Por volta do ano 1000 essa onda de doações se tornou ainda maior, visto que a crença na
proximidade do fim do mundo desesperava muitos fiéis, que tentavam de tudo para conseguir o perdão. De
fato, o apego de parte deste clero a tais bens materiais acabou gerando muitas críticas e denúncias por parte
de fiéis que não concordavam com essa ostentação e, antes mesmo das grandes reformas protestantes, já
iniciavam na Idade Média uma leve ruptura com o catolicismo, através da criação de seitas, facções e
orientações que divergiam da doutrina católica. Esses movimentos acabaram condenados como heresias.
O ponto mais alto dessas divergências e da criação de novas correntes religiosas durante a Idade Média
ocorreu em 1054, com o chamado Cisma do Oriente. Há séculos que a Igreja Católica do Império Bizantino e
a de Roma estavam distantes, defendendo inclusive doutrinas que divergiam em certos pontos. No entanto,
o momento mais sensível na relação entre as duas partes ocorreu quando o Papa decidiu excomungar o
patriarca bizantino Miguel Cerulário, que, insatisfeito, proclamou a separação definitiva das duas igrejas,
criando, enfim a Igreja Católica do Oriente, ou a Igreja Ortodoxa, em Constantinopla.
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História
Com a consolidação da Idade Moderna crescia a insatisfação de alguns grupos sociais em relação a isso.
Enquanto os reis nutriam insatisfação em relação ao excesso de poder e terras da igreja católica, a burguesia
em ascensão incomodava-se com a condenação da usura (lucro) por parte da igreja.
Somado a isso, no século XVI, as críticas a determinadas práticas da Igreja ganharam um novo fôlego,
sobretudo, após o Renascimento, movimento que valorizou a razão e permitiu o questionamento da lógica
teocêntrica. Dentre as práticas criticadas, estavam:
Diante de suas críticas à igreja Católica, Lutero foi excomungado pelo papa e a sua sobrevivência foi garantida
pela nobreza feudal da região que, hoje, chamamos de Alemanha. Através da Confissão de Augsburgo,
sintetizou os principais elementos da religião luterana:
• Livre interpretação da Bíblia.
• Manutenção dos sacramentos do batismo e da eucaristia, suprimindo-se
todos os outros.
• Fim da proibição do casamento para os clérigos (celibato).
Outro importante reformador foi João Calvino, que elaborou a Teoria da Predestinação, ou seja, a ideia de
que viemos ao mundo predestinados por Deus à salvação ou a condenação. Os sinais da escolha divina se
manifestariam na vida dos indivíduos. O trabalho e o cumprimento dos deveres seriam alguns desses sinais.
No pensamento calvinista, consolidou-se a ideia de que, com a vida dedicada ao trabalho era possível, por
meio do progresso material, saber se o homem era ou não predestinado à salvação.
Seu sucesso entre a burguesia levou a expansão da religião, inclusive para o continente americano, e seus
fiéis ficaram conhecidos de diversas formas, como os presbiterianos na Escócia, como os puritanos na
Inglaterra e como huguenotes na França.
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História
Na esteira do reformismo religioso, o Anglicanismo surgiu de forma completamente distinta das duas
religiões citadas anteriormente. Enquanto Calvinismo e Luteranismo nascem promovendo uma série de
críticas a algumas práticas do catolicismo romano, a Igreja Anglicana surge de interesses particulares de
Henrique VIII, monarca inglês. O rompimento com a instituição religiosa veio após a negação do seu divórcio
com Catarina de Aragão, uma vez que tal ato não era permitido pela Igreja.
A questão é que o rei não havia conseguido ter herdeiros homens com a sua esposa e queria se divorciar para
se casar com Ana Bolena. Tendo o seu pedido negado pela Igreja, Henrique decide se separar de acordo com
sua vontade a acaba sendo ex-comungado pelo papa Clemente VII. Aproveitando tal ato, o rei, aliado ao
parlamento, decreta o rompimento concreto das relações entre a Igreja Católica e a monarquia inglesa com
a promulgação do Ato de Supremacia, em 1534. O ato, além de fundar a Igreja Anglicana, tornou Henrique VIII
o chefe religioso da mesma. Além disso, o parlamento confiscou os bens da Igreja Católica no território inglês.
Apesar de comumente ouvirmos falar que a separação foi causada pela recusa do divórcio, a historiografia
entende que o rompimento já era algo desejado a um bom tempo pelo monarca, uma vez que a Igreja possuía
muito poder dentro do território inglês e era uma das principais detentoras de terras. Ou seja, o divórcio foi
apenas um pretexto utilizado para concretizar tal objetivo.
Todo o clima de reformulação religiosa contribuiu para um ambiente de instabilidade na Europa com a eclosão
de revoltas camponesas que utilizaram o discurso religioso para pleitear questões políticas, econômicas e
sociais. O movimento Anabatista, que tinha em Tomás Müntzer um de seus líderes, aspirava uma reforma
religiosa e social muito mais radical do que se propunha Lutero. A ideia dos camponeses que faziam parte do
movimento era de divisão de riquezas e a vivência de uma religiosidade ligada a igualdade e a humildade.
Duramente criticado por Lutero, o movimento foi abafado pela nobreza feudal alemã.
A intensa disputa religiosa entre protestantes e católicos também foi um dos fatores que levou a Guerra dos
Trinta Anos (1618-1648). O conflito reuniu uma série de países europeus, mas envolveu principalmente a
região que hoje é a Alemanha. A disputa entre protestantes e católicos foi o pano de fundo de um conflito que
envolvia muito mais do que a religião, o que estava em jogo eram as disputas territoriais, comerciais e a
afirmação de poder de Monarquias recém-formadas. A intolerância e as disputas religiosas foram um dos
principais componentes da sangrenta guerra que só acabou com a assinatura de diversos documentos, ao
longo do ano de 1648, que ficaram conhecidos como o Tratado/Paz de Vestfália.
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História
Contrarreforma
Como vimos até aqui, o contexto de criticas e rompimentos fez com que a Igreja perdesse a sua hegemonia
religiosa em algumas partes da Europa. A insatisfação com a instituição não vinha apenas dos protestantes,
mas também dos católicos que não concordavam com determinadas práticas, como a venda de indulgências.
Tentando gerenciar tais reivindicações e barrar a expansão do protestantismo pelo Velho Continente, e pelo
Novo Mundo também, a Igreja realizou a Contrarreforma.
A resposta da Igreja veio entre os anos de 1545 e 1563 com o Concilio de Trento, aonde as
principais lideranças da instituição se reuniram para criar propostas para o fortalecimento da do
catolicismo mediante as reformas protestantes. Dentre as permanências, podemos citar: a
confirmação da importância dos sete sacramentos, o culto as imagens de santos e a Virgem
Maria, o domínio da interpretação das escrituras sagradas, o papel de intermediador do clero e
a infalibilidade do papa.
No que concerne as modificações, pode ser apontado a criação de ordens que possuíam a incumbência de
levar a palavra sagrada para mais próximo do povo e promover o auxílio aos mais necessitados, proibição da
venda de indulgências e a criação de seminários pra a formação de novos religiosos. Foi criado, além disso,
uma lista de livros proibidos - Index Librorum Prohibitorum - em uma época em que a imprensa criada por
Gutenberg havia facilitado a difusão da cultura escrita. E, para atuar nos novos territórios descobertos, houve
a utilização da recém-criada Companhia de Jesus, cujo objetivo era a expansão da fé e a catequização dos
nativos através dos jesuítas.
Ainda ocorreu a reativação do Tribunal do Santo Ofício, a Inquisição, com a intenção de perseguir todos
aqueles que eram considerados hereges, como os protestantes, os acusados de praticar bruxaria, pensadores
que se posicionavam contra as ideias da Igreja e até mesmo os novo-cristãos, acusados de praticar o
judaísmo. Com a sua retomada, houve a perseguição desenfreada a milhares de pessoas que poderiam ser
torturadas, condenadas ao confisco de seus bens, a excomunhão e até a morte na fogueira.
Contudo, é importante salientar que muitos historiadores consideram que a Contrarreforma foi um movimento
iniciado ainda no século XV, conhecido como reforma interna, que a Igreja já vinha fazendo devido ao aumento
das criticas a algumas de suas práticas religiosas. A Reforma Protestante teria apenas acelerado o processo
de renovação interna da igreja de Roma.
O estilo artístico Barroco também surgiu nesse momento de crise e tentativa de renovação da Igreja com a
intenção de mostrar a grandiosidade e reafirmar os valores católicos através de representações artísticas
ligadas a religiosidade.
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História
Exercícios de fixação
3. O processo de centralização política dos reinos da Península Ibérica foi marcado por conflitos
antecedentes, como:
a) As guerras entre as dinastias Tudor e Stuart.
b) As chamadas Guerras de Reconquista contra os povos árabes.
c) A disputa pelo trono português na Revolução dos Cravos.
4. Ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII, os processos de centralização política na Europa deram
origem aos Estados Modernos. No entanto, a concentração do poder nas mãos de alguns reis, com
o tempo também deu início as chamadas práticas absolutistas. Cite duas características do
absolutismo.
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História
Exercícios de vestibulares
1. (Enem, 2009) O que se entende por Corte do antigo regime é, em primeiro lugar, a casa de habitação
dos reis de França, de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de longe, dela fazem parte.
As despesas da Corte, da imensa casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do reino da
França sob a rubrica significativa de Casas Reais.
(ELIAS, N. A sociedade de corte. Lisboa: Estampa, 1987.)
Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande efetividade política e terminaram por se
transformar em patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é:
a) o palácio de Versalhes.
b) o Museu Britânico.
c) a catedral de Colônia.
d) a Casa Branca.
e) a pirâmide do faraó Quéops.
2. (Enem, 2012) Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu
cumprimento. Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento,
sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio. Que é
indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como para
corrigir, afirmar e conservar leis. Declaração de Direitos.
(Disponível em: http://disciplinas.stoa.usp.br Acesso em: 20 dez. 2011 (adaptado).)
No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais Estados
europeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime político que predominavam na Europa
continental estão indicados, respectivamente, em:
a) Redução da influência do papa – Teocracia.
b) Limitação do poder do soberano – Absolutismo.
c) Ampliação da dominação da nobreza – República.
d) Expansão da força do presidente – Parlamentarismo.
e) Restrição da competência do congresso – Presidencialismo.
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História
3. (Enem, 2011) Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio sobre a
natureza e sobre o espaço geográfico, através da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os
cientistas também iriam se atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço,
a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento.
SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.
O texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção artística, marcada pela
constante relação entre:
a) fé e misticismo.
b) ciência e arte.
c) cultura e comércio.
d) política e economia.
e) astronomia e religião.
4. (Enem, 2006) “O que chamamos de corte principesca era, essencialmente, o palácio do príncipe. Os
músicos eram tão indispensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os cozinheiros e os
criados. Eles eram o que se chamava, um tanto pejorativamente, de criados de libré. A maior parte dos
músicos ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistência, como acontecia com as outras
pessoas de classe média na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas ele
também se curvou às circunstâncias a que não podia escapar”.
(Norbert Elias. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações).)
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História
5. (Enem, 2015)
6. (Enem, 2020) Desde o mundo antigo e sua filosofia, que o trabalho tem sido compreendido como
expressão de vida e degradação, criação e infelicidade, atividade vital e escravidão, felicidade social e
servidão. Trabalho e fadiga. Na Modernidade, sob o comando do mundo da mercadoria e do dinheiro,
a prevalência do negócio (negar o ócio) veio sepultar o império do repouso, da folga e da preguiça,
criando uma ética positiva do trabalho.
ANTUNES. R. O século XX e a era da degradação do trabalho, ln: SILVA. J. P (Org.). Por uma sociologia do século XX. São
Paulo Annablume, 2007 (adaptado).
O processo de ressignificação do trabalho nas sociedades modernas teve inicio a partir do surgimento
de uma nova mentalidade, influenciada pela
a) reforma higienista, que combateu o caráter excessivo e insalubre do trabalho fabril.
b) Reforma Protestante, que expressou a importância das atividades laborais no mundo secularizado.
c) força do sindicalismo, que emergiu no esteio do anarquismo reivindicando direitos trabalhistas.
d) participação das mulheres em movimentos sociais, defendendo o direito ao trabalho.
e) visão do catolicismo, que, desde a Idade Média, defendia a dignidade do trabalho e do lucro.
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História
7. (Enem, 2010) “O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito
é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do
que outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.”
(MAQUIAVEL, N. O Príncipe, São Paulo: Martin Claret, 2009.)
No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a Monarquia e a função do governante. A
manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na:
a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.
b) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
c) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
d) neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.
8. (Enem, 2011) Se a mania de fechar, verdadeiros hábitos da mentalidade medieval nascido talvez de um
profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio
urbano, pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha.
(DUBY, G. e t al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa Feudal à Renascença. São Paulo:
Cia. das Letras, 1990 (adaptado).)
As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média, quando
elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está diretamente
relacionado com:
a) o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
b) a migração de camponeses e artesãos.
c) a expansão dos parques industriais e fabris.
d) o aumento do número de castelos e feudos.
e) a contenção das epidemias e doenças.
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História
9. (Enem, 2012)
(Charge anônima. BURKE, P. A fabricação do rei. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. (Foto: Enem).)
Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem fabricada por um conjunto de estratégias que visavam
sedimentar uma determinada noção de soberania. Neste sentido, a charge apresentada demonstra
a) a humanidade do rei, pois retrata um homem comum, sem os adornos próprios à vestimenta real.
b) a unidade entre o público e o privado, pois a figura do rei com a vestimenta real representa o
público e sem a vestimenta real, o privado.
c) o vínculo entre monarquia e povo, pois leva ao conhecimento do público a figura de um rei
despretensioso e distante do poder político.
d) o gosto estético refinado do rei, pois evidencia a elegância dos trajes reais em relação aos de
outros membros da corte.
e) a importância da vestimenta para a constituição simbólica do rei, pois o corpo político adornado
esconde os defeitos do corpo pessoal.
10. (Enem, PPL, 2017) O garfo muito grande, com dois dentes, que era usado para servir as carnes aos
convidados, é antigo, mas não o garfo individual. Esta data mais ou menos do século XVI e difundiu-se
a partir de Veneza e da Itália em geral, mas com lentidão. O uso só se generalizaria por volta de 1750.
(BRAUDEL, F. Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII; as estruturas do cotidiano. São Paulo: Martins
Fontes, 1977 (adaptado).)
No processo de transição para a modernidade, o uso do objeto descrito relaciona-se à:
a) construção de hábitos sociais.
b) introdução de medidas sanitárias.
c) ampliação das refeições familiares.
d) valorização da cultura renascentista.
e) incorporação do comportamento laico.
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História
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. C
O classicismo foi uma característica marcante nas pinturas renascentistas, presente na forma como
pintavam os corpos, nas paisagens, na arquitetura e até nos temas escolhidos para serem representados
artisticamente.
2. B
As obras da Idade Média não eram assinadas, portanto, não possuíam uma fácil identificação do artista.
Durante o renascimento, no entanto, a valorização do indivíduo colocou o artista em um novo plano, como
parte da própria obra através de sua assinatura.
3. B
Com a Península Ibérica dominada pelos povos Árabes desde a Alta Idade Média, os povos cristãos da
região, que se diziam descendentes dos antigos visigodos, tentaram durante séculos retomar as terras
através de conflitos. Esse processo ficou conhecido pelos portugueses como “Reconquista” e foi
fundamental para a centralização política e a formação de reinos na região.
4. Dentre as características do absolutismo que podem ser citadas estão: a concentração dos poderes nas
mãos de um monarca, a fundamentação do regime através da teoria do Direito Divino, a intervenção do
Estado na vida privada, censurado e impedindo a liberdade dos súditos, a valorização dos privilégios
nobiliárquicos, a interferência real em assuntos religiosos, a concentração da carga tributária no terceiro
estado e a transmissão hereditária do poder e a adoção de práticas mercantilistas.
Exercícios de vestibulares
1. A
O Palácio de Versalhes é um dos maiores símbolos do período absolutista por ter sido durante séculos
um luxuoso cenário para a corte francesa e para a tomada de decisões políticas.
2. B
O texto aborda a questão da limitação do poder monárquico na Inglaterra pelo parlamento e se refere
também aos possíveis excessos do poder Real, que podiam ser observados na Europa do período através
dos regimes absolutistas.
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História
3. B
A revolução científica e o renascimento artístico muitas vezes cruzaram seus caminhos, sobretudo
através de personalidades como Michelangelo e Leonardo Da Vinci, que valorizavam a observação, os
estudos científicos e a razão como ferramentas para se criar uma obra de arte.
4. C
Apesar de conviverem em relação de proximidade com a corte, os músicos pertenciam ao terceiro
estado, assim como a burguesia, os camponeses, etc.
5. C
Durante o período das cruzadas, um dos grandes objetivos católico foi a retomada de Jerusalém, cidade
considerada sagrada para muitas religiões. Logo, no mapa, podemos observar a cidade representada no
centro do mundo, como algo importante e disputado por todos.
6. B
A mentalidade católica, desde a Idade Média, via o trabalho físico muitas vezes como uma condenação,
como algo que não deveria ser valorizado. Essa mentalidade muda com a reforma protestante, pois
doutrinas como a calvinista passam a perceber o trabalho e a riqueza gerada por ele como um sinal de
salvação.
7. E
Maquiavel aconselhava o soberano a balancear o uso da força, a fim de passar a imagem de um
governante justo.
8. A
Durante a baixa idade média, o renascimento das atividades comerciais e o processo de migração dos
campos para os meios urbanos remodelou o convívio social e as formas de defesa e deslocamento do
período. Assim, muralhas, pontes e portas passaram a limitar o espaço urbano para evitar saques,
ataques e inimigos.
9. E
No regime absolutista, o Rei era visto como uma figura sagrada e, muitas vezes, como a encarnação do
próprio Estado. Desta forma, para convencer seus súditos do poder real, o governante precisava
esconder seus defeitos e construir uma imagem de beleza, glória e força.
10. A
No processo de construção dos regimes absolutistas e de consolidação das cortes ao redor do Rei, a
formação de hábitos sociais que distinguissem os diferentes estados era fundamental. Portanto, hábitos
como o uso de talheres foram difundidos pela Europa entre os nobres para reforçar as diferenças sociais.
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Literatura
Objetivo
Você aprenderá sobre os conceitos iniciais da arte literária para prosseguir nos gêneros e escolas literárias
Se liga
Para esse conteúdo é legal que você traga seus próprios conhecimentos de mundo e tenha em mente o
conceito básico de arte
Curiosidade
A arte se modifica ao longo dos anos, de acordo com as influências e vontades sociais. Para conhecer um
pouco mais que tal fazer uma visita virtual à Pinacoteca de São Paulo? Clique aqui.
Teoria
Os conceitos iniciais da arte se desdobram nas áreas da música, expressões dança, literatura, etc. Para essa
aula, veremos alguns pontos importantes sobre esse conteúdo.
A arte
Saber o que é arte, “todo mundo sabe”, não é mesmo? Ela está no nosso cotidiano, no que ouvimos, vemos e
sentimos, mas você já parou para pensar sobre a sua definição? Não? Bom, vamos lá!
A arte pode ser composta pela linguagem não verbal (por meio de imagens, sons, gestos, etc.) ou, ainda, pela
linguagem verbal, formada por palavras. Quando ocorre a fusão entre os dois tipos de linguagem, chamamos
de linguagem mista ou híbrida. É importante dizer, ainda, que ainda que a arte faça referência a algum período
histórico ou político, essa não possui compromisso de retratar fidedignamente a realidade e possui o intuito
de instigar, despertar o incômodo, romper com os padrões.
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Literatura
A literatura
Como a gente já viu, as produções de expressão podem aparecer de diversas maneiras, e a literatura também
é um tipo de manifestação artística, sendo “matéria prima” as palavras, que podem compor prosas ou versos
literários. A linguagem, em geral, explora bastante o sentido conotativo e o uso das figuras de linguagem
contribuem para a construção estética do texto. Os movimentos literários, que estudaremos em breve, estão
vinculados a um contexto histórico e possuem características que representam os anseios e costumes de
um determinado tempo.
Os textos literários têm maior expressividade, há uma seleção de vocabulário que busca transmitir
subjetividade, uma preocupação com a função estética, com o intuito de provocar e desestabilizar o leitor, as
palavras possuem uma extensão de significados e faz-se preciso um olhar mais atento à leitura, que não
prioriza a informação, mas sim, o caráter poético.
Vejamos alguns exemplos de textos literários:
Anúncios classificados
Vendedoras. Ótima aparência, excelente salário. Rua tal, no tal. Recusada.
Boutique cidade precisa moça boa aparência entre 25 e 30 anos. Marcar entrevista tel. no tal. Recusada.
Moças bonitas e educadas para trabalhar como recepcionistas. Garantimos ganhos acima de um milhão.
Procurar D. Fulana das 12,00 às 20,00 horas, na rua tal, no tal. Recusada.
Senhor solitário com pequeno defeito físico procura moça de 30 anos para lhe fazer companhia. Não precisa
ser bonita. Endereço tal.
Desta vez ela não disfarçou a corcunda nem pôs óculos escuros para esconder o estrabismo. Contratada.
(CUNHA, Helena Parente. Cem mentiras de verdade, 1985)
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Literatura
Capítulo 4, Versículo 3
60% dos jovens de periferia Na queda ou na ascensão minha atitude vai além
Sem antecedentes criminais já sofreram violência E tenho disposição pro mal e pro bem
policial Talvez eu seja um sádico, um anjo, um mágico
A cada quatro pessoas mortas pela polícia, três Juiz ou réu, um bandido do céu
são negras
Nas universidades brasileiras, apenas 2% dos Malandro ou otário, padre sanguinário
alunos são negros Franco atirador, se for necessário
A cada quatro horas, um jovem negro morre Revolucionário, insano ou marginal
violentamente em São Paulo Antigo e moderno, imortal
Aqui quem fala é Primo Preto, mais um
sobrevivente Fronteira do Céu com o Inferno
Astral imprevisível, como um ataque cardíaco no
Minha intenção é ruim, esvazia o lugar verso
Eu tô em cima, eu tô a fim, um, dois pra atirar Violentamente pacífico, verídico
Eu sou bem pior do que você tá vendo Vim pra sabotar seu raciocínio
Preto aqui não tem dó, é 100% veneno
Vim pra abalar seu sistema nervoso e sanguíneo
A primeira faz bum, a segunda faz tá Pra mim ainda é pouco, Brown cachorro louco
Eu tenho uma missão e não vou parar Número um guia terrorista da periferia
Meu estilo é pesado e faz tremer o chão Uni-duni-tê o que eu tenho pra você
Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita [...]
munição
Racionais MC’s
3
Literatura
Poema Brasileiro
No Piauí de cada 100 crianças que nascem
78 morrem antes de completar 8 anos de idade
No Piauí
de cada 100 crianças que nascem
78 morrem antes de completar 8 anos de idade
No Piauí
de cada 100 crianças
que nascem
78 morrem
antes
de completar
8 anos de idade
2
Literatura
Exercícios de fixação
Fábio Sexugi.
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Literatura
4. Analise a obra abaixo, visando estabelecer o tipo de arte, a linguagem utilizada, seu possível momento
histórico e interpretação de conteúdo.
Arte: Os Gêmeos
4
Literatura
Exercícios de Vestibulares
1.
PICASSO, P. Cabeça de touro. Bronze, 33,5 cm x 43,5 cm x 19 cm. Musée Picasso, Paris. França, 1945. JANSON, H. W.
Iniciação à história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
Na obra Cabeça de touro, o material descartado torna-se objeto de arte por meio da
a) reciclagem da matéria-prima original.
b) complexidade da combinação de formas abstratas.
c) perenidade dos elementos que constituem a escultura.
d) mudança da funcionalidade pela integração dos objetos.
e) fragmentação da imagem no uso de elementos diversificados.
5
Literatura
Reconhecido pela linguagem impressionista, Raul Pompeia desenvolveu-a na prosa poética, em que se
observa a
a) imprecisão no sentido dos vocábulos.
b) dramaticidade como elemento expressivo.
c) subjetividade em oposição à verossimilhança.
d) valorização da imagem com efeito persuasivo.
e) plasticidade verbal vinculada à cadência melódica.
No poema, o eu lírico faz um inventário de estados passados espelhados no presente. Nesse processo,
aflora o
a) cuidado em apagar da memória os restos do amor.
b) amadurecimento revestido de ironia e desapego.
c) mosaico de alegrias formado seletivamente.
d) desejo reprimido convertido em delírio.
e) arrependimento dos erros cometidos.
6
Literatura
5. amora
a palavra amora
seria talvez menos doce
e um pouco menos vermelha
se não trouxesse em seu corpo
(como um velado esplendor)
a memória da palavra amor
a palavra amargo
seria talvez mais doce
e um pouco menos acerba
se não trouxesse em seu corpo
(como uma sombra a espreitar)
a memória da palavra amar
Marco Catalão, Sob a face neutra
É correto afirmar que o poema
a) aborda o tema da memória, considerada uma faculdade que torna o ser humano menos amargo e
sombrio.
b) enfoca a hesitação do eu lírico diante das palavras, o que vem expresso pela repetição da palavra
“talvez”.
c) apresenta natureza romântica, sendo as palavras “amora” e “amargo” metáforas do sentimento
amoroso.
d) possui reiterações sonoras que resultam em uma tensão inusitada entre os termos “amor” e
“amar”.
e) ressalta os significados das palavras tal como se verificam no seu uso mais corrente.
7
Literatura
6. O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que fazia uma volta atrás
de casa.
Passou um homem e disse: Essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada. Não era
mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Best Seller, 2008.
Considerando que se trata de um texto literário, uma interpretação que seja capaz de captar a sua
complexidade abordará o poema como
a) uma defesa da natureza.
b) um ataque às forças armadas.
c) uma defesa dos direitos humanos.
d) uma defesa da resistência civil.
e) um ataque à passividade.
8
Literatura
8.
TEXTO I TEXTO II
Utilizando chocolate derretido como matéria-prima, essa obra de Vick Muniz reproduz a célebre
fotografia do processo de criação de Jackson Pollock. A originalidade dessa releitura reside na
a) apropriação parodística das técnicas e materiais utilizados.
b) reflexão acerca dos sistemas de circulação da arte.
c) simplificação dos traços da composição pictórica.
d) contraposição de linguagens artísticas distintas.
e) crítica ao advento do abstracionismo.
9
Literatura
9. TEXTO I
ALMEIDA, H. Dentro de mim, 2000. Fotografia p/b. 132 cm x 88 cm. Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
TEXTO II
A body art põe o corpo tão em evidência e o submete a experimentações tão variadas, que sua
influência estende-se aos dias de hoje. Se na arte atual as possibilidades de investigação do corpo
parecem ilimitadas – pode-se escolher entre representar, apresentar, ou ainda apenas evocar o corpo
– isso ocorre graças ao legado dos artistas pioneiros.
SILVA, P R. Corpo na arte, body art, body modification: fronteiras. II Encontro de História da Arte: IFCH-Unicamp, 2006
(adaptado).
10
Literatura
10. Somente uns tufos secos de capim empedrados crescem na silenciosa baixada que se perde de vista.
Somente uma árvore, grande e esgalhada mas com pouquíssimas folhas, abre-se em farrapos de
sombra. Único ser nas cercanias, a mulher é magra, ossuda, seu rosto está lanhado de vento. Não se
vê o cabelo, coberto por um pano desidratado. Mas seus olhos, a boca, a pele – tudo é de uma aridez
sufocante. Ela está de pé. A seu lado está uma pedra. O sol explode.
Ela estava de pé no fim do mundo. Como se andasse para aquela baixada largando para trás suas
noções de si mesma. Não tem retratos na memória. Desapossada e despojada, não se abate em
autoacusações e remorsos. Vive. Sua sombra somente é que lhe faz companhia. Sua sombra, que se
derrama em traços grossos na areia, é que adoça como um gesto a claridade esquelética. A mulher
esvaziada emudece, se dessangra, se cristaliza, se mineraliza. Já é quase de pedra como a pedra a seu
lado. Mas os traços de sua sombra caminham e, tornando-se mais longos e finos, esticam-se para os
farrapos de sombra da ossatura da árvore, com os quais se enlaçam.
FRÓES, L. Vertigens: obra reunida. Rio de Janeiro: Rocco, 1998
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Literatura
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. C
Embora a arte tenha nascido em um espaço restrito de possibilidades e expressões, ao longo dos anos
ela obteve maiores formas de representação, ao passo que também se modificava a sociedade. Nesse
sentido, ela é expressada de diversas maneiras, por culturas e momentos diferentes.
2. C
Geralmente, a dança, música instrumental e artes plásticas, em sua maioria, não recebem a presença de
marcações verbais, sendo consideradas expressões não-verbais do mundo artístico.
3. A obra de Fábio Sexugi é a representação de um poema concreto, muito comum no século XX. A obra
contém linguagem verbal, por ser um poema construído com palavras, mas, ao mesmo tempo, também
utiliza da linguagem não-verbal, pois realiza o formato de uma xícara de café.
4. A arte de “Os Gêmeos” é uma representação no grafite, gênero de arte visual, que faz a utilização da
linguagem não-verbal, podendo ser encontrada em momentos mais atuais da sociedade, tendo em vista
que o gênero ganha notoriedade no período pós-moderno. Nela, é possível ver um indivíduo caricato, com
trejeitos atuais, saindo de uma parede cinza e dando espaço às cores fortes e chamativas da pintura.
5. D
Textos jornalísticos, enciclopédias e textos didáticos fazem parte dos não-literários, uma vez que
possuem cunho mais objetivo e referencial, diferentemente da arte literária.
Exercícios de vestibulares
1. D
O enunciado fala em um material descartado tornando-se obra de arte, visto que há uma nova
funcionalidade que lhe é atribuída a partir da junção de objetos. É válido ressaltar que a reciclagem
implicaria na transformação do objeto fonte.
2. E
A plasticidade verbal verifica-se na oscilação do tamanho dos sintagmas. Além disso, a cadência
melódica diz respeito à construção do texto como prosa poética, indicado no próprio título “Canções sem
metro”.
3. B
A expressão “isso te devo” reveste-se de um sentido potencialmente irônico, pois o eu-lírico indica por
meio dela sentimentos negativos (expressos pelo desassossego, alma esvaziada, etc) causados por
esse interlocutor. Nota-se, também, o amadurecimento do eu-lírico em função dessas experiências
vividas e um desapego em relação a essa figura com quem eu-poético teve um vínculo emocional.
4. E
O poema se constrói com base em incongruências temporais propostas a partir de transformações do
eu lírico.
12
Literatura
5. D
O jogo de palavras em que se dispõe o eu írico para cultivar um sentimento no leitor traz a análise
morfológica dos termos “amor” e “amar”, de modo a ressignificar seus sentidos para a caracterização
literária.
6. B
O uso do substantivo “enseada” destitui o cenário admirado pelo eu lírico de beleza, graça, poesia. Ou
seja, trata-se de uma perda da impressão subjetiva sobre o espaço, característica típica de Manoel de
Barros.
7. D
A interpretação do texto aborda a resistência, representada pela planta, em aguentar a imensidão de
repressão, aí caracterizada pelo exército de pisadas. Embora ela sofra, há também o impacto por quem
a pisa, demonstrando, desse modo, uma força contrária para se fortalecer diante a ações hostis.
8. A
O texto II propõe um diálogo intertextual. Há um elemento paródico ao se utilizar o chocolate derretido
como matéria-prima da obra de arte. É válido ressaltar que não necessariamente a paródia implica uma
atitude de zombaria.
9. B
A partir da análise dos dois textos, é possível identificar que a concepção de body art diz respeito à
utilização do corpo como suporte para a expressão do sujeito.
10. A
O enunciado reforça o entrelaçamento dos elementos contidos no texto, e a letra A, por meio da palavra
“amalgamada”, evidencia essa fusão da mulher com a natureza.
13
Matemática
Exercícios
0,4𝑚
b) > 0,8
𝑞
𝑞
c) > 0,8
0,4𝑚
0,08𝑚
d) > 0,4
𝑞
𝑞
e) > 0,4
0,08𝑚
2. De acordo com a Lei Universal da Gravitação, proposta por Isaac Newton, a intensidade da força
gravitacional F que a Terra exerce sobre um satélite em órbita circular é proporcional à massa m do
satélite e inversamente proporcional ao quadrado do raio r da órbita, ou seja,
𝑘𝑚
𝐹 =
𝑟²
No plano cartesiano, três satélites, A, B e C, estão representados, cada um, por um ponto (m; r) cujas
coordenadas são, respectivamente, a massa do satélite e o raio da sua órbita em torno da Terra.
8
Matemática
Com base nas posições relativas dos pontos no gráfico, deseja-se comparar as intensidades 𝐹𝐴, 𝐹𝐵 𝑒 𝐹𝐶
da força gravitacional que a Terra exerce sobre os satélites A, B e C, respectivamente. As intensidades
𝐹𝐴, 𝐹𝐵 𝑒 𝐹𝐶 expressas no gráfico satisfazem a relação:
a) 𝐹𝐶 = 𝐹𝐴 < 𝐹𝐵
b) 𝐹𝐴 = 𝐹𝐵 < 𝐹𝐶
c) 𝐹𝐴 < 𝐹𝐵 < 𝐹𝐶
d) 𝐹𝐴 < 𝐹𝐶 < 𝐹𝐵
e) 𝐹𝐶 < 𝐹𝐴 < 𝐹𝐵
3. Em um trabalho escolar, um aluno fez uma planta do seu bairro, utilizando a escala de 1:500, sendo que
as quadras possuem as mesmas medidas, conforme a figura.
O professor constatou que o aluno esqueceu de colocar a medida do comprimento da ponte na planta,
mas foi informado por ele que ela media 73m.
O valor a ser colocado na planta, em centímetro, referente ao comprimento da ponte deve ser:
a) 1,46
b) 6,8
c) 14,6
d) 68
e) 146
8
Matemática
4. Para contratar três máquinas que farão o reparo de vias rurais de um município, a prefeitura elaborou
um edital que, entre outras cláusulas, previa:
- Cada empresa interessada só pode cadastrar uma única máquina para concorrer ao edital;
- O total de recursos destinados para contratar o conjunto das três máquinas é de R$31.000,00;
- O valor a ser pago a cada empresa será inversamente proporcional à idade de uso da máquina
cadastrada pela empresa para o presente edital.
As três empresas vencedoras do edital cadastraram máquinas com 2, 3 e 5 anos de idade de uso.
Quanto receberá a empresa que cadastrou a máquina com maior idade de uso?
a) R$3.100,00
b) R$6.000,00
c) R$6.200,00
d) R$15.000,00
e) R$15.500,00
5. Numa atividade de treinamento realizada no Exército de um determinado país, três equipes – Alpha,
Beta e Gama – foram designadas a percorrer diferentes caminhos, todos com os mesmos pontos de
partida e de chegada.
● A equipe Alpha realizou seu percurso em 90 minutos com uma velocidade média de 6,0 km/h.
● A equipe Beta também percorreu sua trajetória em 90 minutos, mas sua velocidade média foi de
5,0 km/h.
● Com uma velocidade média de 6,5 km/h, a equipe Gama concluiu seu caminho em 60 minutos.
Com base nesses dados, foram comparadas as distâncias 𝑑𝛼 , 𝑑𝛽 𝑒 𝑑𝛾 percorridas pelas três equipes. A
ordem das distâncias percorridas pelas equipes Alpha, Beta e Gama é
a) 𝑑𝛾 < 𝑑𝛽 < 𝑑𝛼
b) 𝑑𝛼 = 𝑑𝛽 < 𝑑𝛾
c) 𝑑𝛾 < 𝑑𝛽 = 𝑑𝛼
d) 𝑑𝛽 < 𝑑𝛼 < 𝑑𝛾
e) 𝑑𝛾 < 𝑑𝛼 < 𝑑𝛽
8
Matemática
6. Sabe-se que a distância real, em linha reta, de uma cidade A, localizada no estado de São Paulo, a uma
cidade B, localizada no estado de Alagoas, é igual a 2 000 km. Um estudante, ao analisar um mapa,
verificou com sua régua que a distância entre essas duas cidades, A e B, era 8 cm.
Os dados nos indicam que o mapa observado pelo estudante está na escala de
a) 1 : 250.
b) 1 : 2500.
c) 1 : 25000.
d) 1 : 250000.
e) 1 : 25000000.
7. Uma empresa de comunicação tem a tarefa de elaborar um material publicitário de um estaleiro para
divulgar um novo navio, equipado com um guindaste de 15 m de altura e uma esteira de 90 m de
comprimento. No desenho desse navio, a representação do guindaste deve ter sua altura entre 0,5 cm
e 1 cm, enquanto a esteira deve apresentar comprimento superior a 4 cm. Todo o desenho deverá ser
feito em uma escala 1 : X. Os valores possíveis para X são, apenas,
a) X > 1 500.
b) X < 3 000.
c) 1 500 < X < 2 250.
d) 1 500 < X < 3 000.
e) 2250 < X < 3000.
8
Matemática
9. Um produtor de milho utiliza uma área de 160 hectares para as suas atividades agrícolas. Essa área é
dividida em duas partes: uma de 40 hectares, com maior produtividade, e outra, de 120 hectares, com
menor produtividade. A produtividade é dada pela razão entre a produção, em tonelada, e a área
cultivada. Sabe-se que a área de 40 hectares tem produtividade igual a 2,5 vezes à da outra. Esse
fazendeiro pretende aumentar sua produção total em 15%, aumentando o tamanho da sua propriedade.
Para tanto, pretende comprar uma parte de uma fazenda vizinha, que possui a mesma produtividade
da parte de 120 hectares de suas terras. Qual é a área mínima, em hectare, que o produtor precisará
comprar?
a) 36
b) 33
c) 27
d) 24
e) 21
8
Matemática
10. Um ciclista quer montar um sistema de marchas usando dois discos dentados na parte traseira de sua
bicicleta, chamados catracas. A coroa é o disco dentado que é movimentado pelos pedais da bicicleta,
sendo que a corrente transmite esse movimento às catracas, que ficam posicionadas na roda traseira
da bicicleta. As diferentes marchas ficam definidas pelos diferentes diâmetros das catracas, que são
medidos conforme indicação na figura.
O ciclista já dispõe de uma catraca com 7 cm de diâmetro e pretende incluir uma segunda catraca, de
modo que, à medida em que a corrente passe por ela, a bicicleta avance 50% s mais do que avançaria
se a corrente passasse pela primeira catraca, a cada volta completa dos pedais.
O valor mais próximo da medida do diâmetro da segunda catraca, em centímetro e com uma casa
decimal, é:
a) 2,3
b) 3,5
c) 4,7
d) 5,3
e) 10,5
8
Matemática
Gabaritos
1. E
Como a concentração de álcool no sangue pode ser entendida como a razão entre a quantidade 𝑞 de
álcool ingerido, medida em grama, e o volume de sangue, em litro, temos:
𝑞
𝑅=
𝑉
2. E
Sejam 𝐴 = (𝑚𝐴, 𝑟𝐴), 𝐵 = (𝑚𝐵, 𝑟𝐵) 𝑒 𝐶 = (𝑚𝐶, 𝑟𝑐). Logo, sendo 𝑚𝐴 = 𝑚𝐶 < 𝑚𝐵 𝑒 𝑟𝐴 = 𝑟𝐵 < 𝑟𝑐,
Podemos perceber pela fórmula dada que a Força é inversamente proporcional ao quadrado do raio, ou
seja, quando o raio aumenta a força diminui. E é diretamente proporcional à massa, ou seja, quando a
massa aumenta a força também.
Podemos então ver que quem possui o maior raio é o C, então a força é menor que as outras. Como a
maior massa entra A e B é a de B, então a força de B será maior que a de A.
Portanto, 𝐹𝐶 < 𝐹𝐴 < 𝐹𝐵 .
3. C
Temos que a escala é 1:500. Ou seja,
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑛ℎ𝑜 1
𝐸= =
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 500
Queremos descobrir quanto que é o valor do comprimento da ponte, sendo que sua medida real é 73 m.
Passando 73 m para centímetros, temos: 73 m = 7300 cm
Substituindo em
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑛ℎ𝑜 1
=
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 500
𝑑 1
=
7300 500
500𝑑 = 7300
7300
𝑑=
500
𝑑 = 14, 6 𝑐𝑚
8
Matemática
4. B
Sejam 𝑥, 𝑦 e 𝑧, respectivamente, os valores recebidos pelos contratos das máquinas com 2, 3 e 5 anos
de idade de uso. Logo, temos
2𝑥 = 3𝑦 = 5𝑧 = 𝑘,
Em consequência, vem
𝑘 𝑘 𝑘
𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 31000 ⇔ + + = 31000
2 3 5
⇔ 𝑘 = 30000.
30000
A resposta é 𝑧 = = R$ 6.000,00.
5
5. A
Tem-se que
90
𝑑𝛼 = 6 ∙ = 9𝑘𝑚;
60
90
𝑑𝛽 = 5 ∙ = 7,5 𝑘𝑚
60
60
𝑑𝛾 = 6,5 ∙ = 6,5 𝑘𝑚
60
Então 𝑑𝛾 < 𝑑𝛽 < 𝑑𝛼
6. E
O mapa observado pelo estudante está na escala de:
8 𝑐𝑚 8 𝑐𝑚 1
= = = 1: 25000000
2000 𝑘𝑚 200000000 𝑐𝑚 25000000
7. C
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑛ℎ𝑜
Temos que a escala é dada por 𝐸 =
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙
1 0,5
= → 𝑥 = 3000
𝑥 1500
8. D
A figura possui dimensões 800 cm x 600 cm e a folha possui dimensões 36 cm x 24 cm, pois de tiramos
6 de cada lado.
8
Matemática
24 1 36 1
portanto, fazendo a escala temos que = e = .
600 25 800 22,2…
6 2
Podemos perceber que na figura 1 temos proporção e na figura 2 a proporção é , para que a proporção
8 3
da figura 2 fique igual a da figura 1, a dimensão da folha deverá ser 32 cm x 24 cm. Visto isso, agora
32 1
temos que =
800 25
Assim, a gravura ocupará o máximo possível da folha de papel se for desenhada na escala 1 : 25.
9. B
Sejam 𝑃1 𝑒 𝑃2 , respectivamente, a produtividade da área de 120 hectares e a produtividade da área de 40
hectares, com 𝑃2 = 2,5 ∙ 𝑃1 . Logo, sendo 𝑞1 𝑒 𝑞2 , respectivamente, a produção da área de 120 hectares
e a produção da área de 40 hectares, tem que 𝑞1 = 120 ∙ 𝑃1 e 𝑞2 = 40 ∙ 𝑃2 → 𝑞2 = 100 ∙ 𝑃1 .
Portanto, sofrendo um aumento de 15%, a produção passará a ser 1,15 ∙ 220 ∙ 𝑃1 = 253 ∙ 𝑃1 . Em
consequência, se x é o resultado procurado, então:
(120 + 𝑥) ∙ 𝑃1 + 100 ∙ 𝑃1 = 253 ∙ 𝑃1 → 120 + 𝑥 + 100 = 253
𝑥 = 33
10. C
O diâmetro da catraca e a distância percorrida são inversamente proporcionais, pois quanto menor o
diâmetro, maior a frequência e, assim, maior será a velocidade. Por conseguinte, se D é o diâmetro da
segunda catraca e l é a distância percorrida com a primeira catraca, então 𝐷 ∙ 1,5 ∙ 𝑙 = 7 ∙ 𝑙 ⇨ 𝐷 ≅ 4,7.
8
Matemática
Objetivo
Compreender os conceitos de razão proporção e escala. Resolver exercícios que envolvam grandezas direta
e inversamente proporcionais, escalas e razões.
Se liga
Para essa aula é necessário ter conhecimento das operações básicas e também sobre operações com
frações. Caso não se lembre dos assuntos citados, eles podem ser encontrados clicando aqui (minuto 37:41).
Curiosidade
Você sabia que razão e proporção aparecem no nosso dia a dia?
Para saber mais confere um post nosso mostrando 3 momentos em que razão e proporção estarão em sua
vida, basta clicar aqui.
Teoria
Razões e proporções
Razão é a fração determinada por duas grandezas, que visa a obter a relação que se estabelece entre as
quantidades de cada uma delas em uma determinada situação. Assim, uma razão entre as grandezas a e b é
𝑎
dada por .
𝑏
Quando duas razões têm o mesmo resultado, ou seja, se elas são iguais, determinam uma proporção. Desse
modo, a proporção dada por quatro números a, b, c e d é representada pela seguinte igualdade de razões:
𝑎 𝑐
= =𝑘
𝑏 𝑑
em que k é a constante de proporcionalidade.
8
Matemática
Chamemos por A, B e C as quantias recebidas por André, Bruno e Cristiano, respectivamente. A seguinte
proporção pode ser montada:
𝐴 𝐵 𝐶
= = =𝑘
1 2 4
Dessa maneira, sabemos que a soma das quantias recebidas por cada um é o valor total da herança,
R$ 70.000,00:
𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 70000
𝑘 + 2𝑘 + 4𝑘 = 70000
7𝑘 = 70000
70000
𝑘=
7
𝑘 = 10000
Chamemos por A, B e C as quantias recebidas por André, Bruno e Cristiano, respectivamente. A seguinte
proporção pode ser montada:
𝐴 = 2𝐵 = 4𝐶 = 𝑘
Igualando-se cada razão à constante k de proporcionalidade, podem-se criar as seguintes equações:
𝑘 𝑘
𝐴 = 𝑘, 𝐵 = 𝑒𝐶 =
2 4
Dessa maneira, sabemos que a soma das quantias recebidas por cada um é o valor total da herança, R$
70.000,00:
8
Matemática
𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 70000
𝑘 𝑘
𝑘+ + = 70000
2 4
4𝑘 + 2𝑘 + 𝑘
= 70000
4
7𝑘
= 70000
4
7𝑘 = 70000 ∙ 4
280000
𝑘=
7
𝑘 = 40000
Escala
Escalas de mapas e miniaturas são exemplos de razões entre grandezas de mesma natureza (neste caso,
comprimento). Uma escala (E) é a razão entre o comprimento do desenho ou da miniatura (d) e o
comprimento real (r).
medida do desenho 𝑑
𝐸= =
medida real 𝑟
8
Matemática
Exercícios de fixação
1. Paulo e Marcos são irmãos. Sabe-se que Marcos nasceu 4 anos antes de Paulo e que os dois
aniversariam no mesmo dia do ano. Considere que, no dia em que Paulo completou 8 anos de idade, o
pai deles dividiu R$ 300,00 entre os dois de modo que cada um deles tenha recebido uma quantia
proporcional à sua idade. Nesse caso, Paulo recebeu R$ 120,00 e Marcos, R$ 180,00.
a) Certo.
b) Errado.
2. Certa empresa de contabilidade recebeu um grande malote de 115 documentos para serem arquivados.
O gerente pediu que André, Bruno e Carlos realizassem esse arquivamento. Para tentar favorecer os
funcionários mais antigos, o gerente decidiu que a distribuição do número de documentos que cada
um dos três ficaria responsável em arquivar seria inversamente proporcional ao seu tempo de serviço
na empresa. Antônio era o mais novo na empresa, com 3 anos de contratado; Bruno era o mais antigo,
com 16 anos de contratado; e Carlos tinha 12 anos de contratado. Com isso, Carlos ficou responsável
por arquivar:
a) 25 documentos
b) 15 documentos
c) 20 documentos
d) 30 documentos
e) 80 documentos
3. Duas torneiras são utilizadas para encher um tanque vazio. Sabendo que sozinhas elas levam 10 horas
e 15 horas, respectivamente, para enchê-lo. Quanto tempo as duas torneiras juntas levam para encher o
tanque?
a) 6 horas;
b) 12 horas e 30 minutos;
c) 25 horas;
d) 8 horas e 15 minutos.
5. Em uma empresa de móveis, um cliente encomenda uma estante nas dimensões 208 cm de altura, 320
cm de largura e 64 cm de profundidade. Alguns dias depois um projetista, com o desenho elaborada na
escala 1:16, entra em contato com o cliente para fazer sua apresentação. Qual é a medida da largura
do desenho?
a) 20 cm
b) 30 cm
c) 54 cm
8
Matemática
Exercícios de vestibulares
1. Um pesquisador, ao explorar uma floresta, fotografou uma caneta de 16,8 cm de comprimento ao lado
de uma pegada. O comprimento da caneta (c), a largura (L) e o comprimento (C) da pegada, na
fotografia, estão indicados no esquema.
2. A mensagem digitada no celular, enquanto você dirige, tira a sua atenção e, por isso, deve ser evitada.
Pesquisas mostram que um motorista que dirige um carro a uma velocidade constante percorre “às
cegas” (isto é, sem ter visão da pista) uma distância proporcional ao tempo gasto ao olhar para o celular
durante a digitação da mensagem. Considere que isso de fato aconteça. Suponha que dois
motoristas (X e Y) dirigem com a mesma velocidade constante e digitam a mesma mensagem em seus
celulares. Suponha, ainda, que o tempo gasto pelo motorista X olhando para seu celular enquanto digita
a mensagem corresponde a 25% do tempo gasto pelo motorista Y para executar a mesma tarefa.
(Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 21 jul. 2012 (adaptado).)
A razão entre as distâncias percorridas às cegas por X e Y, nessa ordem, é igual a:
5
a)
4
1
b)
4
4
c)
3
4
d)
1
3
e)
4
8
Matemática
3. O resultado de uma pesquisa eleitoral, sobre a preferência dos eleitores em relação a dois candidatos,
foi representado por meio do Gráfico 1.
Ao ser divulgado esse resultado em jornal, o Gráfico 1 foi cortado durante a diagramação, como mostra
o Gráfico 2.
Apesar de os valores apresentados estarem corretos e a largura das colunas ser a mesma, muitos
leitores criticaram o formato do Gráfico 2 impresso no jornal, alegando que houve prejuízo visual para
o candidato B. A diferença entre as razões da altura da coluna B pela coluna A nos gráficos 1 e 2 é:
a) 0
1
b)
2
1
c)
5
2
d)
15
8
e)
35
4. Para contratar três máquinas que farão o reparo de vias rurais de um município, a prefeitura elaborou
um edital que, entre outras cláusulas, previa:
• Cada empresa interessada só pode cadastrar uma única máquina para concorrer ao edital;
• O total de recursos destinados para contratar o conjunto das três máquinas é de R$ 31 000,00;
• O valor a ser pago a cada empresa será inversamente proporcional à idade de uso da máquina
cadastrada pela empresa para o presente edital.
As três empresas vencedoras do edital cadastraram máquinas com 2, 3 e 5 anos de idade de uso.
8
Matemática
Quanto receberá a empresa que cadastrou a máquina com maior idade de uso?
a) R$ 3 100,00
b) R$ 6 000,00
c) R$ 6 200,00
d) R$ 15 000,00
e) R$ 15 500,00
5. Para uma temporada das corridas de Fórmula 1, a capacidade do tanque de combustível de cada carro
passou a ser de 100 kg de gasolina. Uma equipe optou por utilizar uma gasolina com densidade de 750
gramas por litro, iniciando a corrida com o tanque cheio. Na primeira parada de reabastecimento, um
carro dessa equipe apresentou um registro em seu computador de bordo acusando o consumo de
quatro décimos da gasolina originalmente existente no tanque. Para minimizar o peso desse carro e
garantir o término da corrida, a equipe de apoio reabasteceu o carro com a terça parte do que restou
no tanque na chegada ao reabastecimento.
(Disponível em: www.superdanilof1page.com.br. Acesso em: 6 jul. 2015 (adaptado).)
A quantidade de gasolina utilizada, em litro, no reabastecimento, foi:
20
a)
0,075
20
b)
0,75
20
c)
7,5
d) 20 ∙ 0,075
e) 20 ∙ 0,75
8
Matemática
7. Em uma cantina, o sucesso de venda no verão são sucos preparados à base de polpa de frutas. Um
dos sucos mais vendidos é o de morango com acerola, que é preparado com 2/3 de polpa de morango
e 1/3 de polpa de acerola.
Para o comerciante, as polpas são vendidas em embalagens de igual volume. Atualmente, a
embalagem da polpa de morango custa R$ 18,00 e a de acerola, R$ 14,70. Porém, está prevista uma
alta no preço da embalagem da polpa de acerola no próximo mês, passando a custar R$ 15,30.
Para não aumentar o preço do suco, o comerciante negociou com o fornecedor uma redução no preço
da embalagem da polpa de morango.
A redução, em real, no preço da embalagem da polpa de morango deverá ser de:
a) 1,20.
b) 0,90.
c) 0,60.
d) 0,40.
e) 0,30
8. Em um jogo on-line, cada jogador procura subir de nível e aumentar sua experiência, que são dois
parâmetros importantes no jogo, dos quais dependem as forças de defesa e de ataque do participante.
A força de defesa de cada jogador é diretamente proporcional ao seu nível e ao quadrado de sua
experiência, enquanto sua força de ataque é diretamente proporcional à sua experiência e ao quadrado
do seu nível. Nenhum jogador sabe o nível ou a experiência dos demais. Os jogadores iniciam o jogo
no nível 1 com experiência 1 e possuem força de ataque 2 e de defesa 1. Nesse jogo, cada participante
se movimenta em uma cidade em busca de tesouros para aumentar sua experiência. Quando dois deles
se encontram, um deles pode desafiar o outro para um confronto, sendo o desafiante considerado o
atacante. Compara-se então a força de ataque do desafiante com a força de defesa do desafiado e
vence o confronto aquele cuja força for maior. O vencedor do desafio aumenta seu nível em uma
unidade. Caso haja empate no confronto, ambos os jogadores aumentam seus níveis em uma unidade.
Durante um jogo, o jogador J1, de nível 4 e experiência 5, irá atacar o jogador J2, de nível 2 e experiência
6.
O jogador J1 venceu esse confronto porque a diferença entre sua força de ataque e a força de defesa
de seu oponente era
a) 112.
b) 88.
c) 60.
d) 28.
e) 24.
8
Matemática
9. A figura apresenta dois mapas, em que o estado do Rio de Janeiro é visto em diferentes escalas.
Há interesse em estimar o número de vezes que foi ampliada a área correspondente a esse estado no
mapa do Brasil. Esse número é
a) Menor que 10.
b) Maior que 10 e menor que 20.
c) Maior que 20 e menor que 30.
d) Maior que 30 e menor que 40.
e) Maior que 40.
8
Matemática
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. A
𝑀 =𝑃+4
𝑀 𝑃
= =𝑘
12 8
Então,
𝑀 = 12𝑘 e 𝑃 = 8𝑘
Então,
12𝑘 + 8𝑘 = 300
20𝑘 = 300
𝑘 = 15
2. C
Vamos considerar A a quantidade de documentos de André, B de Bruno e C de Carlos e são inversamente
proporcionais, respectivamente, a 3, 16 e 12 então: 3𝐴 = 16𝐵 = 12𝐶 = 𝑘. Colocando em função de k,
temos:
𝑘
𝐴=
3
𝑘
𝐵=
16
𝑘
𝐶=
12
Portanto,
𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 115
𝑘 𝑘 𝑘
+ + = 115
3 16 12
240
Substituindo achamos: 𝐶 = = 20 𝑑𝑜𝑐𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠
12
8
Matemática
3. A
A torneira 1 enche 1 tanque em 10 horas, então temos:
1 𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒
𝑇1 =
10 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
4. x = 12; y = 18; z= 24
8
Matemática
11𝑥 = 66 ∙ 2
132
𝑥=
11
𝑥 = 12
Então,
3𝑥 3∙12
𝑦= = = 3 ∙ 6 = 18 e 𝑧 = 2𝑥 = 2 ∙ 12 = 24
2 2
5. A
Se a escala é 1:16, e o valor real da largura do móvel é 320 cm
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑛ℎ𝑜
𝐸=
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙
1 𝑑
𝐸= =
16 320
16𝑑 = 320
𝑑 = 20 𝑐𝑚
Exercícios de vestibulares
1. D
Sejam L’ e C’, respectivamente, a largura e o comprimento reais da pegada. Tem-se que
2,2 3,4 1,4
= =
𝐿′ 𝐶′ 16,8
1,4
Simplificando a fração por 1,4 em cima e em baixo, temos que:
16,8
2,2 3,4 1
= =
𝐿′ 𝐶′ 12
3,4 1
=
𝐶′ 12
𝐶 ′ = 3,4 ∙ 12
𝐶 ′ = 40, 8 𝑐𝑚
8
Matemática
2. B
Calculando:
𝑉𝑥 = 𝑉𝑦
{ ∆𝑡𝑦
∆𝑡𝑥 = 0,25∆𝑡𝑦 =
4
∆𝑡𝑦
∆𝑑𝑥 ∆𝑑𝑦 ∆𝑑𝑥 ∆𝑡𝑥 1
= → = = 4 =
∆𝑡𝑥 ∆𝑡𝑦 ∆𝑑𝑦 ∆𝑡𝑦 ∆𝑡𝑦 4
3. E
Analisando no gráfico 1, podemos perceber que a razão B sobre A será:
30 3
𝑅1 = =
70 7
Então a diferença é
3 1 15 − 7 8
− = =
7 5 35 35
4. B
Sejam x, y e z, respectivamente, os valores recebidos pelos contratos das máquinas com 2, 3 e 5 anos de
idade de uso. Logo, temos 2𝑥 = 3𝑦 = 5𝑧 = 𝑘, com k sendo a constante de proporcionalidade. Em
consequência, vem
𝑘 𝑘 𝑘
𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 31000 ⇔ + + = 31000 ⇔ 𝑘 = 30000
2 3 5
A resposta é
𝑘 30000
𝑧= = = 𝑅$ 6.000,00
5 5
5. B
Calculando:
Início: 100 kg
4
𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 → ∙ 100 = 40 𝑘𝑔
1ª 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑑𝑎 { 10
𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 → 100 − 40 = 60 𝑘𝑔
60 20 ∙ 1000 20
𝑅𝑒𝑎𝑏𝑎𝑠𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 → = 20 𝑘𝑔 → 𝑒𝑚 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠 → = 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠
3 750 0,75
8
Matemática
6. C
Primeiro iremos transformar 45 cm³ em dm³, então 45 cm³ = 0,045 dm³. Sendo C a capacidade em
medida real do reservatório, temos:
0,045 1 3
=( ) ↔ 𝐶 = 360000 𝑑𝑚³
𝐶 200
Observação: Como estamos tratando sobre capacidade/volume, temos que elevar a escala ao cubo para
assim podermos fazer a conta. Como 1 dm³ = 1L, temos que C = 360000 L.
Logo, o reservatório cheio será suficiente para abastecer o condomínio por, no máximo,
360000
= 12 𝑑𝑖𝑎𝑠
30000
7. E
Iremos primeiro calcular o custo para fazer o suco antes do valor da embalagem da polpa de acerola
aumentar
2 1
𝐶 = 18 ∙ + 14,70 ∙ = 16,90
3 3
Como ele não quer aumentar o valor do suco, ele pediu para que houvesse uma redução no preço da
embalagem da polpa de morango, e para o custo ser o mesmo, então essa redução será:
2 1
16,90 = ∙ 𝑥 + ∙ 15,30
3 3
2
16,90 = ∙ 𝑥 + 5,10
3
2
16,90 − 5,10 = ∙ 𝑥
3
2
11,8 = ∙ 𝑥
3
11,8 ∙ 3 = 2 ∙ 𝑥
2 ∙ 𝑥 = 35,4
35,4
𝑥=
2
𝑥 = 17,70
8. B
Sejam d e a, respectivamente, a força de defesa e a força de ataque. Logo, sendo n o nível e l a
experiência, temos 𝑑 = 𝛼 ∙ 𝑛 ∙ 𝑙² 𝑒 𝑎 = 𝛽 ∙ 𝑛² ∙ 𝑙.
Desse modo, segue que 1 = 𝛼 ∙ 1 ∙ 1² ⇔ = 1 𝑒 2 = 𝛽 ∙ 1² ∙ 1 ⇔ 𝛽 = 2
Portanto, sabendo que J1 ataca J2, podemos concluir que a resposta é dada por 2 ∙ 4² ∙ 5 – 2 ∙ 6² =
160 – 72 = 88
8
Matemática
9. D
A escala apresenta a relação entre duas medidas, a do desenho e a real. No mapa do brasil, 1 unidade
do desenho equivale a 25 000 000 do real. Já no mapa do Rio de Janeiro, 1 unidade equivale a 4 000 000
do real. Logo a escala é
25000000 25
=
4000000 4
Como a escala é de área então seu valor é
25 2 625
( ) = = 39,06
4 16
Então, o número de vezes que foi ampliada a área é um número maior que 30 e menor que 40.
10. A
Como S é diretamente proporcional a b e d², isso quer dizer que:
𝑆 = 𝑘 ∙ 𝑏 ∙ 𝑑²
Lembrando que k já está incluso na fórmula.
8
Matemática
Objetivo
Essa aula tem como objetivo ensinar as relações entre ângulos obtidas através de uma reta transversal que
corta duas retas paralelas e as relações de proporcionalidade obtidas pelo teorema de Tales
Se liga
Para esse conteúdo é legal ter conhecimento sobre os conceitos de geometria plana tais como relações entre
ângulos. Se quiser relembrar esses conceitos, clique aqui ou pesquise na Biblioteca pela aula de Introdução
a geometria plana.
Curiosidade
O teorema de Tales recebeu esse nome por ser atribuído a Tales de Mileto. O que muitos não sabem é que
Tales era não só matemático, como também um filósofo e astrônomo da Grécia antiga. Ele foi o primeiro a
explicar o eclipse solar e é, também, considerado o primeiro filósofo.
Teoria
A reta t é denominada transversal às retas r e s. Sua intersecção com as retas determina oito ângulos. Com
relação aos ângulos formados, podemos classificá-los como:
1
Matemática
Com isso, podemos demonstrar como a soma dos ângulos internos de um triângulo vale 180°.
Seja ABC um triângulo. Trace a reta que contém o segmento BC . Em seguida, tome a reta paralela à BC
passando por A, conforme a figura abaixo:
Note que a reta que passa por A e por C é transversal às duas outras retas. Com isso o ângulo 𝐴𝐶̂ 𝐵 (ângulo
vermelho) e 𝐴𝐵̂𝐶 (ângulo verde) tem seus alternos internos na reta que passa por A. Podemos reparar
também que a soma do ângulo verde com o ângulo vermelho e o ângulo cinza dá 180°, conforme queríamos
provar.
Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas é cortado por duas retas transversais, os segmentos determinados sobre a
primeira transversal são proporcionais a seus correspondentes determinados sobre a segunda transversal.
𝐴𝐵 𝐵𝐶
Por Tales: =
𝐷𝐸 𝐸𝐹
Usando as propriedades de proporção, podemos reescrever a proporção acima de outras formas ainda mais
𝐴𝐶 𝐷𝐹
completas, como, por exemplo, = .
𝐴𝐵 𝐸𝐹
2
Matemática
Exercícios de Fixação
1. Observando os ângulos entre as retas paralelas e a reta transversal, determine os ângulos indicados na
figura:
a) 120° e 120°
b) 120° e 60°
c) 60° e 60°
d) 60° e 120°
2. Uma transversal intercepta duas paralelas formando ângulos alternos internos expressos em graus por
(5x + 8) e (7x – 12). O valor de x é igual a:
a) 5
b) 10
c) 15
d) 20
3. Uma transversal intercepta duas paralelas formando ângulos colaterais externos expressos em graus
por 2x e 3x. A medida do menor desses ângulos é:
a) 36°
b) 72°
c) 108°
d) 180°
3
Matemática
a) 4
b) 4,5
c) 3
d) 3,2
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
4
Matemática
Exercícios de Vestibulares
1. A figura a seguir representa um terreno com frente para duas ruas. A frente para a rua da Paz mede 270
metros.
O proprietário do terreno resolveu dividi-lo em três lotes menores, traçando sobre ele duas paralelas
perpendiculares à rua do Amor. Os terrenos I, II e III ficaram com 80 m, 60 m e 40 m de frente para essa
rua, respectivamente.
Com base nessas informações, determine as medidas das frentes dos três terrenos para a rua da Paz.
a) I = 90 m, II = 60 m e III = 120 m.
b) I = 60 m, II = 90 m e III = 120 m.
c) I = 120 m, II = 60 m e III = 90 m.
d) I = 60 m, II = 60 m e III = 90 m.
e) I = 120 m, II = 90 m e III = 60 m.
2. Na figura abaixo, as retas r, s e t são paralelas. Sendo assim, qual é o valor dos ângulos a, b, c e d?
5
Matemática
3. Para melhorar a qualidade do solo, aumentando a produtividade do milho e da soja, em uma fazenda é
feito o rodízio entre essas culturas e a área destinada ao pasto. Com essa finalidade, a área produtiva
da fazenda foi dividida em três partes conforme a figura.
Considere que
– os pontos A, B, C e D estão alinhados;
– os pontos H, G, F e E estão alinhados;
– os segmentos 𝐴𝐻, 𝐵𝐺, 𝐶𝐹 e 𝐷𝐸 são, dois a dois, paralelos entre si;
– 𝐴𝐵 = 500𝑚, 𝐵𝐶 = 600𝑀, 𝐶𝐷 = 700𝑚 e 𝐻𝐸 = 1980𝑚.
a) 40°.
b) 45°.
c) 50°.
d) 65°.
e) 130°.
6
Matemática
5. A crise energética tem levado as médias e grandes empresas a buscarem alternativas na geração de
energia elétrica para a manutenção do maquinário. Uma alternativa encontrada por uma fábrica foi a
de construir uma pequena hidrelétrica, aproveitando a correnteza de um rio que passa próximo as suas
instalações. Observando a figura e admitindo que as linhas retas r, s e t sejam paralelas, pode-se afirmar
que a barreira mede:
a) 33 m.
b) 38 m.
c) 43 m.
d) 48 m.
e) 53 m.
6. O jardineiro do Sr. Artur fez um canteiro triangular composto por folhagens e flores onde as divisões
são todas paralelas à base AB do triangulo ABC, conforme figura.
7
Matemática
a) 3.
b) 4.
c) 5.
d) 6.
8. Numa gincana, a equipe “Já Ganhou” recebeu o seguinte desafio: Na cidade de Curitiba, fotografar a
construção localizada na rua Marechal Hermes no número igual à nove vezes o valor do ângulo  da
figura a seguir:
8
Matemática
9. Na figura a seguir, as retas r e s são paralelas. Considerando que a reta t é bissetriz do ângulo PÂQ, a
medida do ângulo x é:
a) 50°.
b) 80°.
c) 90°.
d) 100°.
O valor de a, b e x é:
a) x = 70°, a = 150° e b = 140°.
b) x = 140°, a = 150° e b = 70°.
c) x = 150°, a = 70° e b = 140°.
d) x = 70°, a = 140° e b = 150°.
e) x = 150°, a = 140° e b = 70°.
9
Matemática
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. D
Podemos observar que 120° e y são alternos externos e, portanto, são congruentes.
Logo, y também vale 120°.
Podemos observar também que 120° e x são colaterais externos, então eles são suplementares.
Ou seja, x + 120° = 180, dessa forma, x vale 60°.
Portanto, a resposta correta é x = 60° e y = 120°
2. B
Se esses ângulos são alternos internos, então eles são congruentes, ou seja, possuem a mesma medida,
Logo:
5𝑥 + 8 = 7𝑥 − 12
8 + 12 = 7𝑥 − 5𝑥
20 = 2𝑥
20
𝑥=
2
𝑥 = 10
3. B
Se esses ângulos são colaterais externos, então eles são suplementares, ou seja, a soma deles resulta
em 180 graus. Logo,
2𝑥 + 3𝑥 = 180
5𝑥 = 180
180
𝑥=
5
𝑥 = 36
O menor desses ângulos vai ser o 2x, já que 3x > 2x
Calculando então o menor dos ângulos, considerando x = 36, temos:
𝑀𝑒𝑛𝑜𝑟 â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 = 2𝑥 = 2 ∙ 36 = 72
4. D
Usaremos a proporção do teorema de Tales para resolver essa questão.
Dessa forma, temos que
20 16
=
4 𝑥
Multiplicando cruzado, temos
20𝑥 = 4 ∙ 16
20𝑥 = 48
64
𝑥=
20
𝑥 = 3,2
10
Matemática
5. C
Usaremos a proporção do teorema de Tales para resolver essa questão:
8 6
=
4 𝑥
Multiplicando cruzado, temos
8𝑥 = 4 ∙ 6
8𝑥 = 24
24
𝑥=
8
𝑥=3
Exercícios de vestibulares
1. E
Pelo teorema de Tales, temos:
270 I
= I = 120m
180 80
270 II
= II = 90m
180 60
270 III
= III = 60m
180 40
2. A
Pela figura, vemos que a = 120° pois são ângulos correspondentes. Além disso, a e b são colaterias
internos, assim, somam 180°. Dessa maneira, b = 60°. Indo além, d e 120° também são colaterias internos,
assim, somam 180°. Dessa maneira, d = 60°. Por fim, vemos que b + c + d = 180°. Encontramos c = 60°.
3. B
11
Matemática
4. A
Observe a figura:
5. B
6. B
Usando o teorema de Talles, temos que:
𝒙 𝟐𝟎 𝟑𝟓 𝟐𝟓
= 𝒆 = . Assim, x = 28 e y = 56.
𝟑𝟓 𝟐𝟓 𝒚 𝟒𝟎
7. B
Pelo teorema de Tales, temos que:
𝑥+2 2𝑥+7
=
𝑥 𝑥+6
Evoluindo a equação, encontramos x² - x - 12 = 0.
Resolvendo a equação, encontramos x = 4 ou x = -3. Descartamos a solução negativa por se tratar de um
comprimento.
8. C
Gire a figura para a esquerda e observe:
12
Matemática
Como r e s são paralelas, trace uma transversal e calcule os ângulos alternos internos. O ângulo  é
ângulo externo ao triângulo inferior, portanto  = 65 + 46 = 111. Queremos saber o valor de 9 = 9 x 111
= 999.
9. A
Observe a figura:
Assim, x + x + 80 = 180.
x = 50 graus.
10. A
Pela figura, vemos que b e 40° são colaterais internos, assim, somam 180°. Logo, b = 140°. Vemos,
também, que a e 30° são colaterais internos, assim, somam 180°. Logo, a = 150°. Por fim:
a + b + x = 360
150 + 140 + x = 360
x = 70
13
Matemática
Triângulos
Objetivo
Aprender a condição de existência de um triângulo, suas leis, como classificá-los quanto aos lados e quanto
aos ângulos e o cálculo da área. Além disso, apresentar as principais características desse polígono.
Se liga
Para essa aula, não são necessários pré-requisitos!
Curiosidade
Você sabia que a fórmula da área do triângulo vem da fórmula da área do paralelogramo? Isso mesmo! A área
do paralelogramo é dada por “base x altura”; mas, se você traçar uma diagonal em um paralelogramo, você
terá dois triângulos idênticos de mesma base e mesma altura. Por isso, a fórmula da área do triângulo é “(base
x altura)/2”.
Teoria
Definição
Um triângulo é uma figura geométrica constituída a partir de três pontos distintos não colineares e segmentos
de reta que os liga.
Na figura acima, temos que A, B e C são chamados de vértices, e os segmentos AB, BC e CA são os lados do
triângulo.
1
Matemática
Condição de existência
A condição de existência de um triângulo é: “Num triângulo ABC, tomando um lado qualquer, ele é menor que
a soma dos outros dois e maior que o módulo da diferença deles.” Ou seja:
|b − c| < a < b + c
|a − c| < b < a + c
|a − b| < c < a + b
Exemplo: note que um triângulo possui lados 5, 12 e 13. Comparando com a fórmula anterior (a = 5, b = 12
e c = 13):
Lei angular
A soma dos ângulos internos de um triângulo qualquer mede 180°.
2
Matemática
x=β+θ
{y = α + θ
z=α+β
Classificação do triângulo
Quanto aos lados:
• Equilátero: apresenta os três lados congruentes;
• Isósceles: apresenta dois lados congruentes (e ângulos da base iguais);
• Escaleno: apresenta os três lados diferentes entre si.
3
Matemática
Área do triângulo
Temos algumas maneiras de calcular a área do triângulo. Abaixo, apresentamos quatro fórmulas:
1) Utilizando um lado, tomado como base, e sua respectiva altura:
b ∙ h
S∆ =
2
Obs.: no caso de triângulo retângulo, o caminho mais rápido para calcular a área do triângulo é
considerando os catetos como sendo a sua base a sua altura.
cat1 ∙ cat 2
S∆(ret.) =
2
2) Utilizando dois lados quaisquer do triângulo e o ângulo formado entre esses lados escolhidos:
4
Matemática
Baricentro: o baricentro é exatamente o ponto de encontro das medianas. É o centro de gravidade (ponto de
equilíbrio) do triângulo. É importante saber uma propriedade do baricentro: ele divide a mediana em
seguimentos proporcionais a 2 e 1. Isto é:
BG = 2DG
2
BG = BD
3
1
DG = BD
3
Obs.: é importante ressaltar que um triângulo possui três medianas, e a propriedade do baricentro funciona
com todas elas.
5
Matemática
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6
Matemática
Exercícios de fixação
1. Dois triângulos colocados lado a lado possuem as seguintes características: o primeiro possui um
ângulo de 92° e o segundo possui três lados iguais. As classificações respectivamente corretas para
esses triângulos são:
a) Retângulo e isósceles;
b) Retângulo e escaleno;
c) Retângulo e equilátero;
d) Obtusângulo e escaleno;
e) Obtusângulo e equilátero.
2. De acordo com as classificações quanto aos lados, um triângulo não é escaleno quando, e apenas
quando, ele
a) é isósceles.
b) é isósceles, mas não é equilátero.
c) não é isósceles.
d) não é equilátero, nem é isósceles.
e) não é equilátero.
4. Calcule a área de um triângulo sabendo que seus três lados valem 6 metros. Considere √3 = 1,7.
a) 9 m².
b) 13 m².
c) 13,5 m².
d) 15 m².
e) 15,3 m².
7
Matemática
5. Considere um triângulo de lados 6, 7 e 8. Sabendo que, entre os lados que medem 7 e 8, existe um
ângulo de 30 graus, calcule a área desse triângulo. Dados: sen(30°) = 0,5.
a) 7.
b) 14.
c) 28.
d) 56.
e) 112.
8
Matemática
Exercícios de vestibulares
1. O remo de assento deslizante é um esporte que faz uso de um barco e dois remos do mesmo
tamanho. A figura mostra uma das posições de uma técnica chamada afastamento.
Nessa posição, os dois remos se encontram no ponto A e suas outras extremidades estão indicadas
pelos pontos B e C. Esses três pontos formam um triângulo ABC cujo ângulo BÂC tem medida de 170°.
O tipo de triângulo com vértices nos pontos A, B e C, no momento em que o remador está nessa
posição, é
a) retângulo escaleno.
b) acutângulo escaleno.
c) acutângulo isósceles.
d) obtusângulo escaleno.
e) obtusângulo isósceles.
9
Matemática
2.
3. ̅̅̅̅ = BP
No triangulo ABC a seguir, temos AP ̅̅̅̅ = CQ
̅̅̅̅ e AQ ̅̅̅̅. Sendo assim, os valores de x e y são,
respectivamente, iguais a:
a) 30 e 24;
b) 20 e 4;
c) 5 e 16;
d) 8 e 10;
e) 4 e 8.
10
Matemática
Sabendo que essa ligação terá um número inteiro de quilômetros, quais as medidas, mínima e máxima,
respectivamente, que poderá ter?
a) 24 km e 86 km.
b) 23 km e 87 km.
c) 23 km e 86 km.
d) 24 km e 87 km.
a) 72 cm²;
b) 62 cm²;
c) 50 cm²;
d) 42 cm²;
e) 36 cm².
11
Matemática
6. Uma criança deseja criar triângulos utilizando palitos de fósforo de mesmo comprimento. Cada
triângulo será construído com exatamente 17 palitos e pelo menos um dos lados do triângulo deve ter
o comprimento de exatamente 6 palitos. A figura ilustra um triângulo construído com essas
características.
A quantidade máxima de triângulos não congruentes dois a dois que podem ser construídos é
a) 3.
b) 5.
c) 6.
d) 8.
e) 10.
a) 20°;
b) 30°;
c) 50°;
d) 60°;
e) 90°.
12
Matemática
8. Observe a figura.
Nela, a, 2a, b, 2b, e x representam as medidas, em graus, dos ângulos assinalados. O valor de x, em graus,
é:
a) 100;
b) 110;
c) 115;
d) 120;
e) 130.
a) [0, 15].
b) [15, 20].
c) [20, 25].
d) [25, 30].
e) [30, 35].
13
Matemática
a) 90°;
b) 120°;
c) 110°;
d) 130°;
e) 140°.
14
Matemática
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. E
O primeiro triângulo possui um ângulo de 92 graus; ou seja, um ângulo obtuso. Isso torna esse triângulo
um triângulo obtusângulo. O segundo triângulo possui os três lados iguais; ou seja, ele só pode ser um
triângulo equilátero.
2. A
Devemos ter atenção, pois a questão quer saber quando o triângulo não é escaleno. Por definição, o
triângulo escaleno possui os 3 lados diferentes, então basta que dois de seus lados sejam iguais para
que ele NÃO seja escaleno. Então um triângulo não é escaleno apenas quando ele é isósceles. Portanto
alternativa A. Observação: o triângulo equilátero não é escaleno, mas todo triângulo equilátero também
é um triângulo isósceles, então a afirmativa acima continua válida.
3. D
Vamos aplicar os valores da base e da altura na fórmula da área:
b ⋅ h 12 ⋅ 5 60
A= = = = 30 m2
2 2 2
4. E
Nessa questão, temos um triângulo equilátero de lado medindo 6 metros. Vamos usar a fórmula da área
de um triângulo equilátero:
2 2
l √3 6 √3 36 ⋅ 1,7 61,2
A= = = = = 15,3
4 4 4 4
5. B
Nessa questão, vamos usar a fórmula da área de um triângulo quando conhecemos dois lados e o ângulo
entre esses dois lados:
a ⋅ b ⋅ senθ 7 ⋅ 8 ⋅ Sen(300 ) 56 ⋅ 0,5 28
A= = = = = 14
2 2 2 2
Exercícios de vestibulares
1. E
̅̅̅̅ = AC
Como AB ̅̅̅̅, temos que o triângulo é isósceles. Como BÂC = 170°, o triângulo é obtusângulo.
2. A
n = 180° − 115° ⇒ n = 65°
PM = PN ⇒ m = 65°
Logo,
p = 180° − 2 ⋅ 65° = 50°
15
Matemática
3. C
Pela relação do baricentro:
Y = 2 ∙ 8 = 16
10
X = = 5
2
4. A
Repare que que a ligação é um lado de um triângulo, cujos outros dois lados medem 32 e 55. Assim, pela
condição de existência de um triângulo qualquer, temos:
|55 − 32| < x < 55 + 32
23 < x < 87
5. E
Sabemos que uma propriedade importante das medianas de um triângulo é a de dividir o triângulo em 6
triângulos de mesma área. Assim, a área do triângulo ACD vale 6 ∙ 6 = 36 cm².
6. A
O perímetro do triângulo é de 17 palitos. Temos que esse triângulo deve ter um lado medindo 6 palitos.
Desse modo, poderemos formar os triângulos com as seguintes medidas de lados, levando em
consideração a condição de existência de um triângulo:
6−6−5; 7−6−4; 8−6−3
7. A
Observe a figura:
Sendo o triângulo ABC isósceles (AB = BC), os ângulos da base AC têm a mesma medida α. Os triângulos
ADE e DCF são semelhantes, porque são isósceles e possuem os ângulos dos vértices congruentes, logo
os ângulos de suas bases também são congruentes e medem δ. Analisando a figura ao lado, conclui-se
que:
ADE + EDF + FDC = 180°
2δ + 80 = 180
2δ = 100
α = 80°
2 α = 160
β = 20°
16
Matemática
8. D
Sabemos que x é igual 2a + 2b, pois x é ângulo externo do triângulo que possui os ângulos 2b (oposto
pelo vértice) e 2a.
x = 2a + 2b
x = 2(a + b) *
Sabemos, também, que a + b + x = 180°, pois são ângulos de um triângulo. Agora, substituímos o valor
que encontramos de y na primeira, e colocamos nessa:
a + b + x = 180°
a + b + 2(a + b) = 180°
a + b + 2a + 2b = 180°
3a + 3b = 180°
Simplificando por 3: a + b = 60
Agora, voltamos em *:
x = 2(a + b)
x = 2 ⋅ 60
x = 120
9. B
1º triângulo:
y + 3x + 4x = 180°
y + 7x = 180
y = 180 − 7x
2º triângulo:
y + z + 5x = 180°
3º triângulo:
z + 6x + 2x = 180°
2x + 6x + 2x = 180
10x = 180
x = 18°
17
Matemática
10. B
Observe a figura:
O triângulo CEF é isósceles, pois CE = CF. Logo BÊD = CÊF = CFE = 40. Como ACB é externo ao
triângulo CEF, temos ACB = 40 + 40 = 80°.
18
Português
Objetivo
Perceber que as classes gramaticais auxiliam a progressão temática e ajudam a estruturação do texto.
Analisar que o conhecimento sobre as classes gramaticais ajuda a compreensão dos diversos gêneros
textuais.
Curiosidade
O uso das palavras está diretamente relacionado à nossa intenção comunicativa e à produção de sentido.
Teoria
Morfologia
A morfologia é a área da gramática que estuda a formação das palavras, sua estrutura e as classes
gramaticais. Nessa área de estudo, a palavra é analisada isoladamente, sem, necessariamente, estar inserida
em um contexto frasal, por exemplo, como é o caso da sintaxe.
As classes gramaticais são classificadas em:
a) Classe de palavras variáveis: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome e verbo.
b) Classe de palavras invariáveis: conjunção, preposição, advérbio e interjeição.
Neste material, veremos algumas delas (substantivos, artigos, adjetivos, numerais, advérbios, preposições e
interjeições). Depois, veremos as demais.
Substantivo
É a palavra que usamos para designar seres, pessoas, lugares, sentimentos, processos, características e
afins. Eles devem funcionar sempre como termo mais importante das expressões nominais das quais fazem
parte. Os substantivos podem ser classificados:
Quanto ao significado:
1. Concreto: designam seres, sejam reais ou fictícios.
Exemplo: caneta, árvore, homem, cavalo.
1
Português
Quanto à abrangência:
1. Comuns: designam, genericamente, um elemento de um conjunto.
Exemplo: aluno, homem, país, cachorro.
Quanto à formação:
1. Simples: são formados por um só radical.
Exemplo: mar, lápis, casa, mesa.
Quanto à origem:
1. Primitivos: são aqueles cujo radical não passa por nenhuma forma de derivação.
Exemplo: blusa, menina, cabelo.
2. Derivados: são aqueles que sofrem sufixação, prefixação ou alguma forma de derivação.
Exemplo: blusinha, menininha, cabeleira.
Os substantivos podem ser flexionados de acordo com seu número (singular e plural), e gênero (feminino e
masculino). Além disso, por adição de sufixo, eles assumem categoria de grau (diminutivo e aumentativo).
Artigo
São palavras variáveis em número e gênero que se antepõem aos substantivos para indicar um ser já
conhecido (definido) pelo leitor ou para indicar um representante de uma espécie ao qual não se fez menção
anterior (indefinido).
Classificações
a) Artigos definidos (“a”, “as”, “o”, “os”) - têm a função semântica de especificar, determinar os
substantivos.
Ex.: O jornalista recebeu o prêmio. (= jornalista específico, já mencionado anteriormente).
b) Artigos indefinidos (“um”, “uns”, “uma”, “umas”) – têm a função de indeterminar o substantivo que
acompanham.
Ex.: Um jornalista recebeu o prêmio. (= jornalista genérico, não mencionado antes).
2
Português
Substantivação
Os artigos podem substantivar qualquer palavra ou expressão a que se antepõem, independentemente da
classe gramatical a que essa palavra pertence. Esses casos são conhecidos como derivação imprópria.
Ex.: O andar de Gabriela chama atenção.
O esperto se deu mal: levou uma bronca.
Atenção!
O artigo definido também é utilizado para ressaltar a notoriedade de algum ser para destacar o seu caráter
único. Esse recurso é muito utilizado em propagandas para apresentar produtos como os melhores de sua
categoria.
Na publicidade acima, podemos observar a frase “É assim que se constrói o Canal Campeão”. Logo, o artigo
‘o’ enfatiza que o canal apresentado é o melhor, o campeão dentre todos os outros canais.
3
Português
Adjetivos
São palavras que modificam substantivos e servem para caracterizar seres, objetos indicando uma qualidade
ou defeito, modo de ser, aspecto ou aparência e estado e para estabelecer com o substantivo relações de
tempo, de espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade.
Por exemplo: aluno inteligente, pessoa humilde, céu azul, casa arruinada, nota mensal (= nota relativa ao
mês), vinho português (= vinho proveniente de Portugal).
Locuções adjetivas
São expressões formadas pela união de preposição e substantivo com o objetivo de caracterizar
substantivos.
Exemplo: Amor de mãe (= amor materno)
Sol da manhã (= sol matutino)
Estilística
Em algumas situações, a mudança de posição do adjetivo lhe confere maior destaque, o que, ainda que
mantenha seu sentido original, tende a enfatizá-lo.
Exemplo: menina bela/bela menina.
Já em outros casos, é possível que a mudança de posição do adjetivo provoque mudança em seu significado
original. Exemplo: homem grande/grande homem.
Além disso, o adjetivo (termo determinante) tem uma relação muito próxima com o substantivo (termo
determinado) e por isso deve-se ter muita atenção com a sua posição em uma frase. Veja:
No primeiro caso, a palavra “autor” é um substantivo que é caracterizado pelo adjetivo “defunto”, enquanto no
segundo, ocorre o contrário,”defunto” é um substantivo e “autor” é adjetivo.
Existe também a substantivação do adjetivo quando um determinante (artigo) está anteposto ao adjetivo e
provoca uma alteração de sentido na frase. Compare:
O céu cinzento indica chuva.
O cinzento do céu indica chuva.
4
Português
Numeral
É uma classe de palavras que indica número ou quantidade exata de seres ou o lugar por eles ocupados em
uma série. Em seu aspecto semântico, designa o conceito número-ordem, multiplicação e divisão e podemos
utilizá-los para intensificar ou atenuar uma ideia.
Veja: Já disse mil vezes.
Troquei duas palavras com ele.
Obs.: Ambos/ambas são considerados numerais e são muito empregados para retomar elementos citados
anteriormente.
Exemplo: Mário e Lucas, alunos do Colégio Pedro II, foram classificados para a final do campeonato de xadrez.
Ambos foram ovacionados.
5
Português
Advérbios
A função primordial do advérbio é modificar o adjetivo, o advérbio e, principalmente, o verbo para atribuir-lhe
uma circunstância. Há casos em que o advérbio pode atribuir circunstância a uma oração inteira. Observe os
exemplos:
Ficara completamente imóvel.
O homem caminhava muito devagar.
Eu me recuso, simplesmente.
A classificação dos advérbios ocorre devido à circunstância que expressam. Entre essas circunstâncias
listamos as seguintes: afirmação, assunto, causa, companhia, concessão, condição, conformidade, dúvida,
finalidade, instrumento, intensidade, lugar, meio, modo, negação, tempo, entre outras.
Grau superlativo: é formado pela variação de intensidade dos advérbios. Pode ser:
Grau comparativo: formado pelo uso de advérbios com valor comparativo. Pode ser:
a) De inferioridade – Ela fala mais lentamente (do) que as outras professoras.
b) De igualdade – Breno foi tão bem quanto Eduarda na prova.
c) De superioridade – Juliana chegou mais rápido do que Joana.
Locuções Adverbiais
São expressões formadas por mais de uma palavra que exercem papel semelhante ao advérbio. Iniciam-se
comumente por preposição e contribuem para ampliar a lista das circunstâncias adverbiais.
Exemplos: às cegas, às claras, à toa, a medo, à pressa, às pressas, à tarde, à noite, a fundo, às escondidas, às
vezes, ao acaso, de súbito, vez por outra, lado a lado, etc.
O capitão me olhou de alto a baixo.
Chegou de tardinha a Floripa.
Todos ficaram à vontade na reunião.
6
Português
Posição do advérbio
Além disso, cabe destacar que a maioria dos advérbios (e das locuções adverbiais) pode mudar sua posição
dentro da frase. Isso ocorre devido ao destaque que o emissor deseja dar a uma determinada informação.
Note que nos exemplos anteriores não há alteração de sentido entre as frases. Preciso apenas ressaltar que,
devido ao deslocamento da locução adverbial, a vírgula se torna obrigatória.
No segundo quadrinho, Armandinho fala “Existem problemas de visão muito piores…”. A palavra “muito”,
nesse caso, é um advérbio de intensidade, pois é um termo invariável que acompanha um adjetivo. Repare,
também, que o advérbio é um termo dispensável à estrutura da frase (chamado “termo acessório”), já que, se
fosse retirado da estrutura frasal, não haveria prejuízo na organização sintática. No entanto, o sentido seria
prejudicado, por conta de os advérbios serem semanticamente importantes.
No terceiro quadrinho, aparece a palavra “muita”. Nesse caso, não podemos dizer que se trata, também, de
um advérbio de intensidade, pois, além de estar flexionado em gênero, está acompanhando um substantivo.
Trata-se, então, de um pronome adjetivo (veremos com mais detalhes quando chegarmos em “pronomes”).
7
Português
Semântica adverbial
Como vimos acima, os advérbios e locuções adverbiais têm importância semântica, ou seja, são relevantes
para a construção de sentido do discurso. Por isso, listaremos, aqui, alguns dos principais valores semânticos
(circunstâncias) que eles podem desempenhar:
• Tempo – hoje, amanhã, à noite, ao longo do tempo, nunca, atualmente, etc.
• Modo – em geral, mal, rapidamente, calmamente, às pressas, etc.
• Afirmação – certamente, sim, com certeza, sem dúvidas, de fato, etc.
• Dúvida – talvez, provavelmente, quiçá, possivelmente, etc.
• Negação – não, nunca, de forma alguma, etc.
• Lugar – aqui, de perto, à direito, à esquerda, no parque, etc.
• Intensidade – muito, bastante, demasiadamente, pouco, meio, apenas, etc.
Atenção!
É comum que os advérbios de modo sejam formados pelo sufixo “-MENTE”. No entanto, é importante perceber
que nem todo advérbio terminado em “mente” será de modo, assim como existem, também, advérbios de
modo que não são terminados em “mente” (como podemos ver nos exemplos acima). Por isso, devemos
sempre estar atentos ao contexto da frase.
Advérbio x adjetivo
É importante que tenhamos atenção para não confundir locuções adverbiais com locuções adjetivas. Em
primeiro lugar, é importante destacar que a locução adjetiva só se liga a substantivos (assim como o adjetivo),
já a locução adverbial se liga a verbos, adjetivos e advérbios. Veja os exemplos:
Guido passeia na praia. (= locução adverbial de lugar, pois se liga ao verbo “passeia”)
O passeio na praia foi divertido. (= locução adjetiva, pois se liga ao substantivo “passeio”)
Estilística
Outro caso importante, além dos que vimos no material anterior, é que o advérbio pode modificar toda uma
oração. Nesses casos, ele aparece, geralmente, destacado no início ou no fim da oração separados por uma
pausa, marcada na escrita por uma vírgula. Por exemplo:
Concorrendo na frase vários advérbios terminados em “–mente”, é possível e usual o emprego desse sufixo
apenas no último; a menos que, por ênfase, prefira-se a repetição/eco. Veja os exemplos:
8
Português
Advérbios interrogativos
Esses advérbios são utilizados em interrogações diretas ou indiretas em relação às circunstâncias de tempo,
modo, lugar e causa. São eles: quando, como, onde, aonde, por que.
Ex.: Como foram na prova?
Perguntaram onde estive.
Não sabia por que choravam.
Preposição
Na tirinha acima, é possível perceber a ocorrência das preposições. No primeiro quadrinho, temos a
preposição “em” introduzindo o complemento nominal (calma! Veremos esse conteúdo mais para frente
quando estudarmos as funções sintáticas). No segundo quadrinho, vemos a preposição “de” que, na primeira
ocorrência, introduz um objeto indireto e, na segunda, um adjunto adnominal. Já no último quadrinho, a
preposição “de” em “ele detesta de contas…” não é exigida pelo verbo (que é transitivo direto), mas foi
empregada como um recurso estilístico.
Dessa forma, já podemos perceber o quanto as preposições são importantes para a gramática e organização
textual. Além de estabelecerem vínculo sintático, elas também estabelecem valor semântico, tais como
posse, companhia, causa, assunto, entre outros.
Conceito
É a classe gramatical responsável pela coesão textual no nível vocabular; ou seja, cumpre a função de
conectar vocábulos/palavras (de funções sintáticas diferentes) para estabelecer entre elas, em geral, um nexo
semântico.
Na frase “Vou a Roma”, por exemplo, a preposição “a” conecta o substantivo “Roma” à forma verbal “Vou”.
Dessa forma, relaciona dois termos da oração, subordinando o segundo termo ao primeiro. O termo que
precede a preposição é chamado de regente e o termo que sucede recebe o nome de regido.
As preposições são: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob,
sobre, trás.
9
Português
Visto isso, veremos, a seguir, as possibilidades de uso das preposições, e, consequentemente, mais exemplos
contextualizados. Não se preocupe, pois alguns termos – ainda que você, provavelmente, já tenha visto na
sua vida escolar – serão vistos mais detalhadamente nas próximas aulas.
Algumas preposições podem aparecer unidas a outras palavras. Se na união da preposição com outra palavra
não ocorrer alteração fonética, dizemos que houve combinação da preposição; caso ocorra alteração
fonética, dizemos que houve contração da preposição. Os exemplos mais comuns são:
Combinação: Contração:
ao (preposição a + artigo o). do (preposição de + artigo o).
aos (preposição a + artigo os). desta (preposição de + pronome esta).
aonde (preposição a + advérbio onde). naquela (preposição em + pronome aquela).
pelo (preposição per + artigo o)
Locução prepositiva
Quando um conjunto de palavras estiver funcionando como preposição, receberá o nome de locução
prepositiva. É o caso dos exemplos a seguir:
• abaixo de, acima de
• acerca de,
• a fim de,
• além de
• de acordo com,
• diante de,
• em vez de,
• junto de, junto a, junto com
10
Português
Interjeição
‘
A interjeição é a expressão com que traduzimos uma reação emotiva ou um sentimento. Uma mesma
interjeição pode corresponder a sentimentos variados (são polissêmicas) e, por isso, deve-se estar atento ao
contexto e à entoação dessa palavra. Assim como os advérbios, as interjeições também são classificadas de
acordo com o sentimento que denotam. Veja os exemplos mais comuns:
• alegria: oba! oh! ah!
• aplauso: bis! bravo! viva!
• dor: ai! ui!
• espanto ou surpresa: ah! ih! oh! ué! puxa!
• invocação: alô! ô! ó! olá! psiu!
• silêncio: psiu! silêncio!
Destaca-se, também, que a interjeição pode ser classificada como locução interjetiva quando for expressa
por um grupo de palavras.
Por exemplo: Ora bolas!; Cruz credo!; Puxa vida!; Valha-me Deus!; Se Deus quiser!, entre outros.
Palavras denotativas
As palavras denotativas recebem essa nomenclatura por não se enquadrarem em nenhuma classe gramatical
convencional, mas por serem capazes de expressar valores semânticos. Embora elas se assemelhem, em
alguns aspectos, aos advérbios, não mantêm as mesmas relações que eles.
Do ponto de vista semântico, elas são importantes no contexto em que se encontram e são classificadas de
acordo com a ideia que expressam. Algumas dessas ideias são: designação, exclusão, inclusão, realce,
retificação, situação, afetividade, explanação e limitação.
Sinto que ele me escapa, ou melhor, que nunca me pertenceu. (retificação)
Da família só elas duas subsistiam. (exclusão)
Tudo na vida engana, até a Glória. (inclusão)
Ainda bem que o orador foi breve! (afetividade)
11
Português
Exercícios de fixação
4. “Pedro era o mais querido da turma.”. Qual a classe gramatical da palavra destacada?
12
Português
Exercícios de vestibulares
1. ACHADO
Aqui, talvez, o tesouro enterrado
há cem anos pelo guarda-mor.
Se tanto o guardou, foi para os trinetos,
principalmente este: o menor.
Cavo com faca de cozinha, cavo
até, no outro extremo, o Japão
e não encontro o saco de ouro
de que tenho a mor precisão
para galopar no lombo dos longes
fugindo a esta vidinha choca.
Mas só encontro, e rabeia, e foge
uma indignada minhoca.
Carlos Drummond de Andrade.
2. Durante uma Copa do Mundo, foi veiculada, em programa esportivo de uma emissora de TV, a notícia
de que um apostador inglês acertou o resultado de uma partida porque seguiu os prognósticos de seu
burro de estimação. Um dos comentaristas fez, então, a seguinte observação: "Já vi muito comentarista
burro, mas burro comentarista é a primeira vez."
Percebe-se que a classe gramatical das palavras se altera em função da ordem que elas assumem na
expressão. Assinale a alternativa em que isso não ocorre:
a) obra grandiosa
b) jovem estudante
c) brasileiro trabalhador
d) velho chinês
e) fanático religioso
13
Português
4. (Fuvest) Assinalar a alternativa que registra a palavra que tem o sufixo formador de advérbio.
a) desesperança
b) pessimismo
c) empobrecimento
d) extremamente
e) sociedade
14
Português
5. Leia o seguinte trecho de uma entrevista concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal,
Joaquim Barbosa:
Entrevistador: — O protagonismo do STF dos últimos tempos tem usurpado as funções do Congresso?
Entrevistado: — Temos uma Constituição muito boa, mas excessivamente detalhista, com um número
imenso de dispositivos e, por isso, suscetível a fomentar interpretações e toda sorte de litígios.
Também temos um sistema de jurisdição constitucional, talvez único no mundo, com um rol enorme
de agentes e instituições dotadas da prerrogativa ou de competência para trazer questões ao Supremo.
É um leque considerável de interesses, de visões, que acaba causando a intervenção do STF nas mais
diversas questões, nas mais diferentes áreas, inclusive dando margem a esse tipo de acusação. Nossas
decisões não deveriam passar de duzentas, trezentas por ano. Hoje, são analisados cinquenta mil,
sessenta mil processos. É uma insanidade.
Veja, 15/06/2011.
6. Há situações em que o adjetivo muda de sentido, caso seja colocado antes ou depois do substantivo.
Observe:
Lá se vão os pobres meninos
Pelas ruas da cidade.
Meninos pobres,
pelas ruas da cidade rica.
15
Português
A charge é uma ilustração que tem como objetivo fazer uma sátira de alguém ou de alguma situação
atual por meio de desenhos caricatos.
I. O advérbio “já”, indicativo de tempo, atribui à frase o sentido de mudança;
II. Entende-se pela frase da charge que a população de idosos atingiu um patamar inédito no país;
III. Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere o
aumento de idosos no país.
16
Português
9. (Fuvest) Tornando da malograda espera do tigre, alcançou o capanga um casal de velhinhos, que
seguiam diante dele o mesmo caminho, e conversavam acerca de seus negócios particulares. Das
poucas palavras que apanhara, percebeu Jão Fera que destinavam eles uns cinquenta mil-réis, tudo
quanto possuíam, à compra de mantimentos, a fim de fazer um moquirão*, com que pretendiam abrir
uma boa roça.
- Mas chegará, homem? perguntou a velha.
- Há de se espichar bem, mulher!
Uma voz os interrompeu:
- Por este preço dou eu conta da roça!
- Ah! É nhô Jão!
Conheciam os velhinhos o capanga, a quem tinham por homem de palavra, e de fazer o que prometia.
Aceitaram sem mais hesitação; e foram mostrar o lugar que estava destinado para o roçado.
Acompanhou-os Jão Fera; porém, mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada, a qual ele
esquecera um momento no afã de ganhar a soma precisa, que sem mais deu costas ao par de velhinhos
e foi-se deixando-os embasbacados.
José de Alencar, Til.
* moquirão = mutirão (mobilização coletiva para auxílio mútuo, de caráter gratuito).
Considerada no contexto, a palavra sublinhada no trecho “mal seus olhos descobriram entre os
utensílios a enxada” expressa ideia de
a) tempo
b) qualidade
c) intensidade
d) modo
e) negação
17
Português
10. (Unicamp)
Considerando os sentidos produzidos pela tirinha, é correto afirmar que o autor explora o fato de que
palavras como “ontem”, “hoje” e “amanhã”
a) mudam de sentido dependendo de quem fala.
b) adquirem sentido no contexto em que são enunciadas.
c) deslocam-se de um sentido concreto para um abstrato.
d) evidenciam o sentido fixo dos advérbios de tempo.
18
Português
Na frase do texto “O médico não está sozinho.”, o uso do artigo definido “o” pode se justificar porque:
a) vulgariza esse simples especialista.
b) especifica uma categoria em ascensão.
c) determina um profissional em particular.
d) generaliza essa classe profissional.
19
Português
13. (Enem)
A frase, título do filme, reproduz uma variedade linguística recorrente na fala de muitos brasileiros.
Essa estrutura caracteriza-se pelo(a)
a) uso de uma marcação temporal.
b) imprecisão do referente de pessoa.
c) organização interrogativa da frase.
d) utilização de um verbo de ação.
e) apagamento de uma preposição.
20
Português
permaneceram junto a mim, ou vão reaparecendo ao cabo de longa ausência, alteramse, completam-
se, avivam recordações meio confusas − e não vejo inconveniência em mostrá-los.
(...)
E aqui chego à última objeção que me impus. Não resguardei os apontamentos obtidos em largos dias
e meses de observação: num momento de aperto fui obrigado a atirá-los na água. Certamente me irão
fazer falta, mas terá sido uma perda irreparável? Quase me inclino a supor que foi bom privar-me desse
material. Se ele existisse, ver-me-ia propenso a consultá-lo a cada instante, mortificar-me-ia por dizer
com rigor a hora exata de uma partida, quantas demoradas tristezas se aqueciam ao sol pálido, em
manhã de bruma, a cor das folhas que tombavam das árvores, num pátio branco, a forma dos montes
verdes, tintos de luz, frases autênticas, gestos, gritos, gemidos. Mas que significa isso? Essas coisas
verdadeiras podem não ser verossímeis. E se esmoreceram, deixá-las no esquecimento: valiam pouco,
pelo menos imagino que valiam pouco. Outras, porém, conservaram-se, cresceram, associaram-se, e é
inevitável mencioná-las. Afirmarei que sejam absolutamente exatas? Leviandade. (...) Nesta
reconstituição de fatos velhos, neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado. Outros
devem possuir lembranças diversas. Não as contesto, mas espero que não recusem as minhas:
conjugam-se, completam-se e me dão hoje impressão de realidade. Formamos um grupo muito
complexo, que se desagregou. De repente nos surge a necessidade urgente de recompô-lo. Define-se
o ambiente, as figuras se delineiam, vacilantes, ganham relevo, a ação começa. Com esforço
desesperado arrancamos de cenas confusas alguns fragmentos. Dúvidas terríveis nos assaltam. De
que modo reagiram os caracteres em determinadas circunstâncias? O ato que nos ocorre, nítido,
irrecusável, terá sido realmente praticado? Não será incongruência? Certo a vida é cheia de
incongruências, mas estaremos seguros de não nos havermos enganado? Nessas vacilações
dolorosas, às vezes necessitamos confirmação, apelamos para reminiscências alheias, convencemo-
nos de que a minúcia discrepante não é ilusão. Difícil é sabermos a causa dela, desenterrarmos
pacientemente as condições que a determinaram. Como isso variava em excesso, era natural que
variássemos também, apresentássemos falhas. Fiz o possível por entender aqueles homens, penetrar-
lhes na alma, sentir as suas dores, admirar-lhes a relativa grandeza, enxergar nos seus defeitos a
sombra dos meus defeitos. Foram apenas bons propósitos: devo ter-me revelado com frequência
egoísta e mesquinho. E esse desabrochar de sentimentos maus era a pior tortura que nos podiam
infligir naquele ano terrível.
Graciliano Ramos. Memórias do cárcere. Rio de Janeiro: Record, 2002.
O advérbio destacado é empregado para relativizar o sentido da palavra a que se refere em:
a) utilizá-las em história presumivelmente verdadeira? (l. 8-9)
b) Certamente me irão fazer falta, (l.17)
c) Afirmarei que sejam absolutamente exatas? (l.25)
d) desenterrarmos pacientemente as condições que a determinaram. (l.36-37)
21
Português
No trecho “Até me atrapalho com tanta deferência. Até hoje, só a polícia me fotografou.”, a palavra “até”
indica, respectivamente, valores de:
a) limite – intensidade
b) intensidade – restrição
c) restrição – ênfase
d) ênfase – limite
22
Português
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. Nesse caso, a palavra “alma” é sinônimo de “essência”, por isso, é um substantivo abstrato.
2. C
Os artigos indefinidos são utilizados quando nos referimos a algo/alguém de maneira imprecisa. Ex.:
Uma menina ligou mais cedo.
3. C
“Três” e “ambos” são numerais. “Alguns” é pronome.
5. B
“Calmamente” é um advérbio de modo. “Às 15h” é advérbio de tempo; “muito” é advérbio de intensidade.
Exercícios de vestibulares
1. E
O sentido do diminutivo “vidinha” é depreciativo, assim como, nesse caso, o do adjetivo choca
(“paralisada qual uma ave em período de chocar ovos”).
2. A
Entre as alternativas apresentadas, apenas em “obra grandiosa” ou “grandiosa obra” não há alteração de
sentido nem de classe gramatical das palavras caso sua ordem seja alterada porque “obra” é substantivo
e “grandiosa”, adjetivo.
3. C
O diminutivo da palavra “casa” confere uma ideia de simplicidade; uma casa sem luxos.
4. D
O sufixo “mente” forma os advérbios de modo: apressadamente, felizmente, calmamente, etc.
5. C
O artigo definido tem por objetivo especificar palavras, logo, sua presença determina palavras
específicas, bem como sua ausência pode comprometer a singularidade e deixá-las com sentido mais
genérico.
23
Português
6. D
Na primeira ocorrência, o vocábulo “pobres” significa “coitados”, “dignos de pena”. Na segunda,
entendemos que eles não possuem recursos (como dinheiro, por exemplo).
7. B
Uma das características da obra de Veríssimo é o uso de ironias, que fazem uma crítica social. No poema
“O Sedutor Médio”, essa ironia é caracterizada pelo adjetivo “médio” e o advérbio “meio”, utilizada para
criticar o matrimônio.
8. E
De acordo com a charge apresentada, é possível perceber que a fila de idosos esperando um lugar no
banco indica o aumento dessa faixa etária no país. Além disso, o advérbio “já” traz o sentido à frase de
que como o aumento dessa população é esperado, já chegou ao patamar de 10% no país.
9. A
Nesse contexto, o advérbio “mal” é entendido com o mesmo sentido de “assim que”, conferindo ideia de
temporalidade.
10. B
Na tirinha, o significado dos advérbios “ontem”, “hoje” e “amanhã” são estabelecidos pela situação
comunicativa. O referencial do advérbio “hoje” é determinado, no primeiro quadrinho, pela fala do
personagem Mazzaropi, e, a partir dele, depreende-se o significado dos outros advérbios.
11. A
De acordo com a música de Gilberto Gil, pode-se perceber que as preposições “de” e “para” possuem,
respectivamente, o sentido de origem de um site, ou seja, o site é proveniente de Helsinque e tem como
objetivo abastecer.
12. D
Nesse caso específico, o artigo definido serve para generalizar o tipo de profissional: “O médico”, nesse
contexto, equivale a “qualquer médico”.
13. E
O desvio gramatical, comum na oralidade, ocorre devido ao desrespeito à regência tendo em vista que a
expressão adverbial de tempo deve ser introduzida por uma preposição para ligar-se ao verbo (“volta”).
14. A
O advérbio “presumivelmente” indica que não há certeza sobre o que se fala, apenas é
presumível/provável.
15. D
No primeiro caso, “até” serve para enfatizar a ideia de que o enunciador se atrapalha com tanta
deferência. No segundo, “até” indica um limite temporal.
24
Química
Objetivo
Você irá conhecer os modelos atômicos propostos ao longo da história. Além disso, iremos aprender o
famoso Diagrama de Linus Pauling, utilizado nas distribuições eletrônicas.
Se liga
Para que você possa entender atomística, é recomendável que tenha em mente o conceito de eletrosfera.
Tem alguma dúvida nesse assunto? Então clica aqui - caso não seja direcionado, procure na biblioteca pela
aula “Estudo da eletrosfera”.
Curiosidade
Fótons e glúons são os menores componentes do átomo, são feitos puramente de energia e não possuem
massa.
Teoria
Representação do modelo de Dalton: Bola de bilhar. Produzido por Vanussa Fastino, jan. 2021.
Química
Através de estudos com raios catódicos (emitidos de uma fonte de cátions), o físico J. J. Thomson concluiu
que o átomo não era apenas uma esfera indivisível, como Dalton havia sugerido. Foi percebido a existência
de partículas carregadas negativamente, determinando sua relação entre a carga dessas partículas e a
massa.
Experimento com raios catódicos de J.J Thomson. Fonte: https://bityli.com/ApSoD. Acesso em 15 jan. 2021.
Em busca de medir a carga e a massa do elétron, um feixe com raios catódicos foi migrado de um campo
elétrico para um campo magnético, o campo elétrico provoca desvio em um sentido, enquanto o campo
magnético desvia o feixe no sentido oposto. Daí foi possível deduzir a existência de uma carga positiva. Seu
modelo consistia em uma esfera maciça carregada positivamente, na qual se encontram, incrustados, as
cargas negativas. E por conta dessa característica, foi apelidado de pudim de passas.
Representação do modelo de Thomson: pudim de passas. Produzido por Vanussa Fastino, jan. 2021.
Química
Rutherford elaborou um modelo que ficou conhecido como “Modelo planetário”, em que o átomo possuía um
núcleo, onde estaria concentrada a maior parte da massa do átomo, e era envolto por elétrons girando em
elipses.
Representação do modelo de Bohr. Fonte: Química com A. Adaptado. Acesso em 15 jan de 2021.
Usando espectroscópios de alta resolução para a análise da teoria atômica Sommerfeld, revelou a existência
de linhas espectrais muito finas que Niels Bohr não havia detectado em seu modelo. Após seus estudos,
Sommerfeld admitiu que em cada camada eletrônica (n) havia 1 órbita circular e (n-1) órbitas elípticas com
diferentes características. Essas órbitas elípticas foram então chamadas de subníveis ou subcamadas e
caracterizadas por l, onde l=0, l=1, l=2 e l=3 são respectivamente os subníveis s, p, d e f. Por exemplo, na 4ª
camada há uma órbita circular e três elípticas.
Ele propôs este modelo através na teoria da relatividade de Einstein e da teoria quântica, assim podendo
explicar detalhes dos espectros. Como ele complementou o que Bohr não conseguia explicar
satisfatoriamente para átomos além dos hidrogenoides, o modelo ficou conhecido como Bohr-Sommerfeld.
A energia do elétron seria determinada pela distância em que se encontrava do núcleo e pelo tipo de órbita
que descreve.
Distribuição eletrônica
Cada camada e subnível suporta uma quantidade máximo de energia. Linus Carl Pauling elaborou um
diagrama que apresenta os elétrons em ordem crescente de energia. Com esse diagrama nós podemos fazer
a distribuição eletrônica dos átomos e explicar várias propriedades e características.
Para facilitar a distribuição eletrônica, um diagrama prático de distribuição eletrônica foi proposto. Nele, os
elétrons são distribuídos em ordem crescente de energia em níveis e subníveis na eletrosfera do átomo. Veja
o Diagrama de Pauling de subníveis de energia, na figura abaixo, e perceba a ordem de preenchimento
expressa nas setas vermelhas.
Neste ponto, é importante notar que os elétrons que existem hoje, com exceção dos descobertos em 2016,
se distribuem em até 7 níveis de energia e cada nível contém um determinado número de subníveis. Além
disso, todo átomo tem um certo número de elétrons* que devem ser preenchidos seguindo o Diagrama de
Pauling.
Subnível s p d f
Número
máximo de 2 6 10 14
elétrons
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2
O preenchimento da eletrosfera pelos elétrons em subníveis obedece à ordem crescente de energia definida
pelo diagrama de Pauling. Sendo assim, no exemplo acima, o subnível mais energético é o 6s2.
Química
Atenção!
O elétron de diferenciador é o último elétron a entrar no subnível mais energético. No Bário o elétron
diferenciador é o segundo elétron do subnível 6s2.
*Para saber o número de elétrons a preencher em um átomo neutro lembre-se que o número de prótons é
igual ao número de elétrons em um átomo neutro. Portanto, o número atômico indicará o número de elétrons.
No caso de íons, deve-se adicionar ou remover elétrons à quantidade de elétrons no átomo neutro, mas todo
muito cuidado, alguns podem gerar pequenas confusões.
Íons podem seguir a seguinte regra de distribuição: faz-se o preenchimento do átomo em seu estado neutro
e, depois, retira(m)-se o(s) elétron(s) da camada de valência (a mais externa). No caso de ânions, adicionam-
se os elétrons nas camadas seguintes.
Exemplo:
Fe: 1s22s22p63s23p64s23d6
Fe2+: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6
Camadas serão representadas por letras ou números (de 1 a 7 ou de K a Q) e suportam um número definido
de elétrons (representadas abaixo):
Camada 1 ou K = 2;
Camada 2 ou L = 8;
Camada 3 ou M = 18;
Camada 4 ou N = 32;
Camada 5 ou O = 32;
Camada 6 ou P = 18;
Camada 7 ou Q = 8.
Perceba a diferença entre os tipos de preenchimento pelo exemplo do enxofre (S). Em uma das distribuições,
mostram-se os subníveis, enquanto a outra mostra apenas as camadas preenchidas.
A camada de valência é o nível mais afastado do núcleo e que corresponde sempre ao maior valor em suas
camadas e não necessariamente é a última da sequência, mas sim aquela que se encontra na camada mais
externa, no caso do Enxofre(S) acima, é o 3s4, portanto, camada 3 ou M e no Fe2+ é o 4s2 portanto, camada 4
ou N.
Química
Podemos dizer que cada elétron da eletrosfera é identificado por seus quatro números quânticos, são eles:
• número quântico principal: n
• número quântico secundário: l
• número quântico magnético: m ou Ml
• número quântico do spin: s ou Ms
Exemplo:
S: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4
Tem seu elétron diferenciador no 3p4, possuindo assim o seu número quântico principal igual a 3.
Tem seu elétron diferenciador no 3p4, possuindo assim o seu número quântico secundário no subnível p e
sendo assim igual a 1.
Química
Lembrando o segundo elétron só entra em um orbital quando todos os orbitais tiverem com 1 elétron cada,
começando a distribuição da esquerda para a direita e cada orbital só comporta no máximo 2 elétrons.
Exemplo: S: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4
Tem seu elétron diferenciador no 3p4, portanto:
3p4
Tem número quântico magnético igual a -1, onde foi distribuído seu último elétron.
Desse modo, a atração magnética entre os dois elétrons contrabalança a repulsão elétrica entre eles. O spin
+1 −1
é identificado pelo chamado número quântico de spin (Ms ou s), cujos valores são: e .
2 2
Normalmente, a representação dos elétrons nos orbitais é feita por meio de uma seta:
↑ representa, por convenção, um elétron com spin negativo, e ↓ representa, por convenção, um elétron com
spin positivo.
Tem spin igual a +1/2, onde foi distribuído seu último elétron com spin para baixo.
Química
Exercícios de fixação
1. O átomo de bismuto (83 Bi) no seu estado fundamental, conforme o diagrama de Linus Pauling,
apresenta a seguinte distribuição eletrônica, _________________________________. Pode-se afirmar que
seu subnível mais energético é _____ e o período é o ___________.
a) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6 5𝑠 2 4𝑑10 5𝑝6 6𝑠 2 4𝑓 14 5𝑑 5 , 5d5 e 5º período.
b) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6 5𝑠 2 4𝑑10 5𝑝6 6𝑠 2 4𝑓 14 5𝑑 9 , 5d9 e 6º período.
c) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6 5𝑠 2 4𝑑10 5𝑝6 6𝑠 2 4𝑓 14 5𝑑10 , 6s2 e 6º período.
d) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6 5𝑠 2 4𝑑10 5𝑝6 6𝑠 2 4𝑓 14 5𝑑10 6𝑝5 , 6p5 e 5º período.
e) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6 5𝑠 2 4𝑑10 5𝑝6 6𝑠 2 4𝑓 14 5𝑑10 6𝑝3 6p3 e 6º período.
2. O quadro abaixo representa algumas características de modelos atômicos. Com base nos dados
apresentados, relacione as características aos respectivos cientistas:
Tipo Característica
3. Considere as espécies químicas listadas na tabela a seguir e assinale o que for correto:
4. Uma importante contribuição do modelo de Rutherford foi considerar o átomo constituído de:
a) elétrons mergulhados numa massa homogênea de carga positiva.
b) uma estrutura altamente compactada de prótons e elétrons.
c) um núcleo de massa desprezível comparada com a massa do elétron.
d) uma região central com carga negativa chamada núcleo.
e) um núcleo muito pequeno de carga positiva, cercada por elétrons.
Exercícios de vestibulares
( ) Rutherford foi o primeiro cientista a propor a ideia de que os átomos eram, na verdade, grandes
espaços vazios constituídos por um centro pequeno, positivo e denso com elétrons girando ao seu
redor.
( ) Thomson utilizou uma analogia inusitada ao comparar um átomo com um “pudim de passas”, em
que estas seriam prótons incrustados em uma massa uniforme de elétrons dando origem à atual
eletrosfera.
( ) Dalton comparou os átomos a esferas maciças, perfeitas e indivisíveis, tais como “bolas de bilhar”.
A partir deste estudo surgiu o termo “átomo” que significa “sem partes” ou “indivisível”.
( ) O modelo atômico de Bohr foi o primeiro a envolver conceitos de mecânica quântica, em que a
eletrosfera possuía apenas algumas regiões acessíveis denominadas níveis de energia, sendo ao
elétron proibido a movimentação entre estas regiões.
( ) Rutherford utilizou em seu famoso experimento uma fonte radioativa que emitia descargas elétricas
em uma fina folha de ouro, além de um anteparo para detectar a direção tomada pelos elétrons.
2. (ESPCEX - 2018) Quando um átomo, ou um grupo de átomos, perde a neutralidade elétrica, passa a ser
denominado de íon. Sendo assim, o íon é formado quando o átomo (ou grupo de átomos) ganha ou
perde elétrons. Logicamente, esse fato interfere na distribuição eletrônica da espécie química. Todavia,
várias espécies químicas podem possuir a mesma distribuição eletrônica.
Considere as espécies químicas listadas na tabela a seguir:
I II III IV V VI
2+ 2− 1− 1− 2+ 3+
20 Ca 16 S 9F 17 C 38 Sr 24 Cr
A distribuição eletrônica 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6 (segundo o Diagrama de Linus Pauling) pode
corresponder, apenas, à distribuição eletrônica das espécies
a) I, II, III e VI.
b) II, III, IV e V.
c) III, IV e V.
d) I, II e IV.
e) I, V e VI.
3. (UFPR - 2017) As propriedades das substâncias químicas podem ser previstas a partir das
configurações eletrônicas dos seus elementos. De posse do número atômico, pode-se fazer a
distribuição eletrônica e localizar a posição de um elemento na tabela periódica, ou mesmo prever as
configurações dos seus íons.
Sendo o cálcio pertencente ao grupo dos alcalinos terrosos e possuindo número atômico Z = 20, a
configuração eletrônica do seu cátion bivalente é:
a) 1 s 2 2 s 2 2 p6 3 s2
b) 1 s 2 2 s 2 2 p6 3 s2 3 p6
c) 1 s 2 2 s 2 2 p6 3 s2 3 p6 4 s 2
d) 1 s 2 2 s 2 2 p6 3 s2 3 p6 4 s 2 3 d2
e) 1 s 2 2 s 2 2 p6 3 s2 3 p6 4 s 2 4 p2
Química
4. O ferro é bastante utilizado pelo homem em todo o mundo. Foram identificados artefatos de ferro
produzidos em torno de 4000 a 3500 a.C. Nos dias atuais, o ferro pode ser obtido por intermédio da
redução de óxidos ou hidróxidos, por um fluxo gasoso de hidrogênio molecular (H2 )ou monóxido de
carbono. O Brasil é atualmente o segundo maior produtor mundial de minério de ferro. Na natureza, o
ferro ocorre, principalmente, em compostos, tais como: hematita (Fe2 O3 ), magnetita (Fe3 O4 ), siderita
(FeCO3 ), limonita (Fe2 O3 ⋅ H2 O)e pirita(FeS2 ), sendo a hematita o seu principal mineral.
Assim, segundo o diagrama de Linus Pauling, a distribuição eletrônica para o íon ferro (+3), nesse
mineral, é representada da seguinte maneira:
Dado: Fe Z = 26.
5. (Enem) Um teste de laboratório permite identificar alguns cátions metálicos ao introduzir uma pequena
quantidade do material de interesse em uma chama de bico de Bunsen para, em seguida, observar a
cor da luz emitida.
A cor observada é proveniente da emissão de radiação eletromagnética ao ocorrer a:
a) mudança da fase sólida para a fase líquida do elemento metálico.
b) combustão dos cátions metálicos provocada pelas moléculas de oxigênio da atmosfera.
c) diminuição da energia cinética dos elétrons em uma mesma órbita na eletrosfera atômica.
d) transição eletrônica de um nível mais externo para outro mais interno na eletrosfera atômica.
e) promoção dos elétrons que se encontram no estado fundamental de energia para níveis mais
energéticos.
a) ns1
b) np2
c) nd3
d) nf 4
e) sp²
Química
7. (Enem) Em 1808, Dalton publicou o seu famoso livro o intitulado Um novo sistema de filosofia química
(do original A New System of Chemical Philosophy), no qual continha os cinco postulados que serviam
como alicerce da primeira teoria atômica da matéria fundamentada no método científico. Esses
postulados são numerados a seguir:
1. A matéria é constituída de átomos indivisíveis.
2. Todos os átomos de um dado elemento químico são idênticos em massa e em todas as outras
propriedades.
3. Diferentes elementos químicos têm diferentes tipos de átomos; em particular, seus átomos têm
diferentes massas.
4. Os átomos são indestrutíveis e nas reações químicas mantêm suas identidades.
5. Átomos de elementos combinam com átomos de outros elementos em proporções de números
inteiros pequenos para formar compostos.
Após o modelo de Dalton, outros modelos baseados em outros dados experimentais evidenciaram,
entre outras coisas, a natureza elétrica da matéria, a composição e organização do átomo e a
quantização da energia no modelo atômico.
(OXTOBY, D.W.; GILLIS, H. P.; BUTLER, L. J. Principles of Modern Chemistry. Boston: Cengage Learning, 2012 (adaptado).)
Com base no modelo atual que descreve o átomo, qual dos postulados de Dalton ainda é considerado
correto?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
9. (UNIOESTE - 2017) Um átomo possui configuração eletrônica, cujo orbital mais energético é o 3d. Este
orbital se encontra semipreenchido. A respeito da configuração eletrônica deste átomo é CORRETO
afirmar.
a) A distribuição eletrônica da camada de valência é 2s 2 e 2p6 .
b) Todos os elétrons presentes neste átomo possuem spin eletrônico emparelhado, em sua
configuração de menor energia.
c) Apenas um elétron presente neste átomo possui spin eletrônico desemparelhado, em sua
configuração de menor energia.
d) Este átomo possui 25 elétrons, sendo 20 com spins emparelhados e 5 com spins
desemparelhados.
e) A promoção de um elétron do orbital 3p para um orbital de maior energia leva a configuração
eletrônica 3p4 4s1 .
10. (UPE) Um laboratório brasileiro desenvolveu uma técnica destinada à identificação da origem de “balas
perdidas”, comuns nos confrontos entre policiais e bandidos. Trata-se de uma munição especial,
fabricada com a adição de corantes fluorescentes, visíveis apenas sob luz ultravioleta. Ao se disparar
a arma carregada com essa munição, são liberados os pigmentos no atirador, no alvo e em tudo o que
atravessar, permitindo rastrear a trajetória do tiro.
(Adaptado de MOUTINHO, Sofia. À caça de evidências. Ciência Hoje, maio, 24-31, 2011.)
Qual dos modelos atômicos a seguir oferece melhores fundamentos para a escolha de um
equipamento a ser utilizado na busca por evidências dos vestígios desse tipo de bala?
a) Modelo de Dalton.
b) Modelo de Thompson.
c) Modelo de Rutherford-Bohr.
d) Modelo de Dalton-Thompson.
e) Modelo de Rutherford- Thompson.
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. E
2
83 Bi : 1s 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f 14 5d10 6p3
Subnível
mais
energético
O átomo de bismuto (83 Bi) no seu estado fundamental, conforme o diagrama de Linus Pauling,
apresenta a seguinte distribuição eletrônica,
1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑 4𝑝 5𝑠 4𝑑 5𝑝 6𝑠 4𝑓 5𝑑 6𝑝 . Pode-se afirmar que seu subnível
2 2 6 2 6 2 10 6 2 10 6 2 14 10 3
2. B
A matéria é formada por átomos indivisíveis: Modelo atômico de Dalton.
Núcleos positivos, pequenos e densos: Modelo atômico de Rutherford.
Carga negativa dispersa pelo átomo positivo: Modelo atômico de Thomson.
3. 01 + 08 = 09
(01) A distribuição eletrônica do 20𝐶𝑎2+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6
(02) A distribuição eletrônica do 16𝑆 2− é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6
(04) A distribuição eletrônica do 38𝑆𝑟 2+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6
(08) A distribuição eletrônica do 24𝐶𝑟 3+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑3
4. E
Justificando as alternativas incorretas:
a) [INCORRETA] De acordo com Rutherford, os elétrons apresentavam carga negativa.
b) [INCORRETA] A estrutura onde se encontrava os elétrons (eletrosfera) era considerada vazia, e não
compactada.
c) [INCORRETA] O núcleo continha praticamente toda a massa do átomo, segundo o conceito de
Rutherford.
d) [INCORRETA] O experimento permitiu concluir que a região central (núcleo) possuía carga positiva
5. D
“O modelo de Rutherford propõe que o átomo seria composto por um núcleo muito pequeno e de carga
elétrica positiva, que seria equilibrado por elétrons, de carga elétrica negativa, que ficavam girando ao
redor do núcleo, numa região periférica denominada eletrosfera.”
Química
Exercícios de vestibulares
1. D
Verdadeira. Em seu experimento, Rutherford e seus alunos bombardearam uma fina lâmina de ouro,
conseguindo demonstrar que o átomo era constituído por um centro pequeno e denso que chamou de
núcleo, e os elétrons giravam ao s eu redor.
Falsa. O modelo de Thomson, comparava o átomo a um “pudim de passas”, nesse modelo, a massa seria
positiva e as passas seriam as cargas negativas incrustadas;
Falsa. A palavra átomo surgiu na Grécia antiga, com os filósofos Leucipo e Demócrito, que acreditavam,
que a matéria a era dividida, chegaria em sua menor parte, chamada então de átomo (a = não; tomos =
parte).
Falsa. Segundo Bohr, os elétrons estariam em níveis estacionários de energia, e para que o elétron
saltasse de nível de energia para outro, seria necessário, ganhar energia.
Falsa. A fonte radioativa emitia partículas alfa (positiva) em direção a uma fina lâmina de ouro.
2. D
2 2 6 2 6 2
20 Ca : 1s 2s 2p 3s 3p 4s
2+
20 Ca : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 (I)
2 2 6 2 4
16 S : 1s 2s 2p 3s 3p
2−
16 S : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 (II)
2 2 5
9 F : 1s 2s 2p
1− 2 2 6
9 F : 1s 2s 2p
2 2 6 2 5
17 C : 1s 2s 2p 3s 3p
1−
17 C : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 (IV)
2 2 6 2 6 2 10
38 Sr : 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p6 5s2
2+
38 Sr : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6
2 2 6 2 6 2 4 2
24 Cr : 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 24 Cr : 1s 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1 3d5
3+
24 Cr : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d3
3. B
Configuração eletrônica do cátion bivalente do cálcio:
2 2 6 2 6 2
20 Ca : 1s 2s 2p 3s 3p 4s
2+
20 Ca : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s0
2+
20 Ca : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
4. A
A distribuição eletrônica do ferro atômico é:
(
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6 ; retirando 3 elétrons, teremos Fe3 + : )
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5 .
Química
5. D
De acordo com o modelo de Böhr, a cor observada é proveniente da emissão de radiação eletromagnética
ao ocorrer a transição eletrônica de um nível mais externo (mais energético) para outro mais interno
(menos energético) na eletrosfera atômica.
6. A
Configuração da camada de valência (coincidentemente do subnível mais energético) dos elementos do
grupo 1 ou família IA: ns1.
1
1H : 1s
2
3 Li : 1s 2s1
2
11Na : 1s 2s2 2p6 3s1
2
19 K : 1s 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1
2 2 6 2 6 2 10
37 Rb : 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p6 5s1
2 2 6 2 6 2 10
55 Cs : 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p6 5s2 4d10 5p6 6s1
2 2 6 2 6 2 10
87 Fr : 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f 14 5d10 6p6 7s1
7. E
[1] Incorreto. A matéria é constituída de átomos divisíveis (existem subpartículas).
[2] Incorreto. Os átomos de um dado elemento químico não são idênticos em massa e em todas as
outras propriedades, pois a quantidade de nêutrons pode variar nos isótopos.
[3] Incorreto. As massas atômicas de elementos diferentes podem coincidir devido à existência dos
isóbaros.
[4] Incorreto. Os átomos são destrutíveis (existe a possibilidade de fissão nuclear), além disso, o número
de oxidação de um elemento químico pode variar em uma reação química.
[5] Correto. Átomos de elementos combinam com átomos de outros elementos em proporções de
números inteiros pequenos para formar compostos (vide o cálculo estequiométrico).
8. B
No caso da abordagem da questão, para chegar-se a uma alternativa deve-se fazer a associação com o
único metal citado no enunciado, ou seja, o sódio, pois outras possibilidades para a mudança da cor da
chama, como a ocorrência de uma combustão incompleta do gás utilizado devido ao derramamento da
água de cozimento, não são citadas.
Pressupõe-se, então, que na água de cozimento estejam presentes cátions Na+ dissociados a partir do
NaCl.
O elemento metálico sódio, mesmo na forma iônica, libera fótons quando sofre excitação por uma fonte
de energia externa e a cor visualizada é o amarelo.
9. D
a) Incorreta. A distribuição eletrônica da camada de valência é 4s2 :
A
Z E : 1s
2
2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d(10− x)
Camada
de
valência
.
Química
b) Incorreta. Nem todos os elétrons presentes neste átomo possuem spin eletrônico emparelhado, em
sua configuração de menor energia, pois o orbital mais energético 3d se encontra semipreenchido.
c) Incorreta. Apenas o orbital mais energético 3d se encontra semipreenchido, por isso, existem várias
possibilidades.
d) Correta. O átomo possui configuração eletrônica, cujo orbital mais energético é o 3d, que se
A
encontra semipreenchido. Então: Z E : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d(10−x).
A 2 2 6 2 6 2 5
Z E : 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d
A 2 2
Z E : 1s 2s 2p6 3s2 3p6 4s2 3d5
10. C
O modelo de Bohr oferece melhores fundamentos para a escolha de um equipamento a ser utilizado na
busca por evidências dos vestígios. A partir das suas descobertas científicas, Niels Bohr propôs cinco
postulados:
1º) Um átomo é formado por um núcleo e por elétrons extranucleares, cujas interações elétricas seguem
a lei de Coulomb.
2º) Os elétrons se movem ao redor do núcleo em órbitas circulares.
3º) Quando um elétron está em uma órbita ele não ganha e nem perde energia, dizemos que ele está em
uma órbita discreta ou estacionária ou num estado estacionário.
4º) Os elétrons só podem apresentar variações de energia quando saltam de uma órbita para outra.
5º) Um átomo só pode ganhar ou perder energia em quantidades equivalentes a um múltiplo inteiro
(quanta).
Química
Objetivo
Serão apresentados os estados físicos da matéria e suas propriedades. Você irá compreender o conceito de
misturas e também serão abordadas as transformações da matéria. Além de ser capaz de conseguir separar
os componentes da mistura com os métodos de separação de misturas.
Se liga
Para compreender as propriedades da matéria é recomendável que você conheça alguns conceitos
relacionados à química básica. Se surgir alguma dúvida clique aqui para assistir uma aulinha e tirar suas
dúvidas, caso não seja redirecionado automaticamente, busque na nossa biblioteca pela aula “Estados físicos
e suas transformações”.
Curiosidade
O gás Hélio é um exemplo de substância simples que é muito utilizada por mergulhadores. Ele está presente
para substituir o nitrogênio durante os mergulhos. Você deve estar se perguntando o porquê do gás Hélio ser
utilizado, não é mesmo? A resposta é simples! Quando submetido a altas pressões, como em mergulhos
profundos, o nitrogênio pode causar um fenômeno chamado narcose por nitrogênio (embriaguez das
profundidades).
Teoria
No estado sólido as interações intermoleculares são extremamente fortes, isso faz com que sua forma e
volume sejam fixas. Os sólidos têm um grau de agitação das moléculas baixas.
Os líquidos têm suas interações intermoleculares com um maior comprimento que dos sólidos, por exemplo,
isso faz com que esse estado físico assuma uma forma fluída e seja possível moldá-los na forma do recipiente
onde se encontra.
Atenção! Apesar de sua forma moldável, o estado líquido possui volume fixo, pois o seu grau de agitação é
intermediário, ou seja, maior que dos sólidos, porém menor que dos gases, ainda não é suficiente para fazer
com que seu volume seja variável.
8
Química
No estado gasoso, temos baixa interação molecular, as partículas se movimentam espontaneamente, o grau
de agitação das moléculas nos gases é elevado, e com isso vem a explicação do fato da forma e do volume
dos gases serem variáveis e ocuparem todo o volume do recipiente que podem se encontrar.
Para saber mais clique aqui e conheça um simulador incrível dos estados físicos da matéria!
As mudanças de estado físico são representadas por cinco processos que levam de um estado para outro.
Note que cada tipo de mudança é marcado por suas especificidades.
• Condensação ou liquefação: nesse processo ocorre a passagem do estado gasoso para o estado líquido.
• Solidificação: passagem do estado líquido para sólido, quando a sua temperatura diminui .
• Fusão: ao contrário da solidificação, a fusão é o processo de passagem de sólido para líquido.
• Sublimação: nesse processo, a matéria vai do estado sólido para o gasoso e do estado gasoso para o
sólido (ressublimação).
• Vaporização: passagem do estado líquido para o gasoso. Porém, é importante ressaltar que a
vaporização é um processo dividido em subcategorias.
● Evaporação: vaporização lenta
● Ebulição: vaporização intermediária
● Calefação: vaporização instantânea
Que tal dar uma olhada nesse super mapa mental que preparamos para você no nosso “quer que
desenhe?” clique aqui para assistir.
8
Química
Propriedades da matéria
Essas propriedades podem ser classificadas em gerais e específicas que por sua vez se dividem em
propriedades químicas, físicas, organolépticas e funcionais.
Propriedades gerais
As propriedades gerais são propriedades que se aplicam a qualquer matéria, independente de sua
constituição. Sendo elas:
• Inércia: Uma matéria sempre apresenta a tendência de manter o seu estado, seja de repouso, seja de
movimento.
• Massa: Fisicamente, massa é uma grandeza que indica a medida da inércia ou da resistência de um
corpo de ter seu movimento acelerado. Porém, podemos, de uma forma geral, associar a massa à
quantidade de partículas existentes em uma matéria.
• Impenetrabilidade: Duas matérias não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.
• Elasticidade: É a característica que uma matéria tem de voltar à sua forma original quando uma força
externa a estica ou comprime.
• Divisibilidade: É a capacidade que a matéria possui de ser dividida inúmeras vezes sem deixar de ser o
que ela é.
Propriedades específicas
As propriedades específicas são propriedades exclusivas de cada matéria, permitindo diferenciá-las umas
das outras.
• Ponto de Fusão (PF): É a temperatura em que ocorre a passagem do estado sólido para o líquido a uma
determinada pressão.
• Ponto de Ebulição (PE): É a temperatura em que ocorre a passagem do estado líquido para o gasoso a
uma determinada pressão.
• Densidade: É a relação entre a quantidade de matéria em massa e o seu volume. A densidade absoluta
de um corpo é igual a m/V. Se a massa é medida em gramas e o volume em centímetros cúbicos, a
densidade é obtida em gramas por centímetros cúbicos.
8
Química
• Solubilidade: É a característica que uma determinada matéria apresenta de dissolver outra. Por exemplo,
a solubilidade do sal de cozinha em água é encontrada pela relação da quantidade de sal que é
solubilizada em determinada quantidade de água.
• Dureza: É a capacidade que um material tem de riscar outro. Por exemplo, o diamante é considerado o
material com maior dureza conhecida, pois ele consegue risca quaisquer outros materiais.
• Tenacidade: Algumas pessoas acabam confundindo tenacidade com dureza, mas tenacidade é a
capacidade que uma matéria tem de resistir ao impacto com outra matéria. Quando uma pedra é
arremessada no vidro, este se quebra, ou seja, a pedra é mais tenaz que o vidro.
Propriedades Funcionais
São características constantes em determinadas matérias, sendo pertencentes a um mesmo grupo funcional,
como por exemplo: ácidos, bases, óxidos e sais.
Ácidos: ionizam em solução aquosa, liberam íons hidrônio (H+ ) apresentando um azedo.
Bases: em solução aquosa, libera íons hidroxila (OH-) e tem sabor adstringente.
Sais: apresentam, no mínimo, um cátion diferente de H+ e um ânion diferente de OH-.
Óxidos: compostos binários, que têm dois elementos, sendo um deles o oxigênio.
Substâncias puras
As substâncias puras são matérias que possuem composição química, propriedades físicas e químicas
constantes, uma vez que elas sofrem modificação em pressão e temperatura constantes. Além disso, as
substâncias puras podem ser divididas em dois grupos: substâncias simples e substâncias compostas.
• Substâncias simples: São os compostos químicos formados por átomos do mesmo elemento químico.
Como o exemplo da molécula do gás hidrogênio (H2), ou o gás hélio (He), essa estrutura é formada por
um único elemento químico, o Hélio.
• Substâncias Compostas: São compostos químicos formados por átomos de diferentes elementos
químicos. Um exemplo clássico é o da molécula do gás Dióxido de Carbono (CO2).
8
Química
Misturas
Trata-se de uma porção de matéria constituída por duas ou mais substâncias (compostas ou simples) que
sejam diferentes. As propriedades físicas presentes em uma mistura não são definidas pois são variáveis.
Isso é, as propriedades físicas irão depender da quantidade de cada substância presente na mistura e da
natureza delas, como mostra o gráfico a seguir.
Azeotrópicas: mistura de duas ou mais substâncias que, a uma certa composição, possui um ponto de
ebulição constante e fixo, como se fosse uma substância pura.
Eutéticas: é uma mistura de compostos ou elementos químicos, em uma determinada proporção, na qual o
ponto de fusão é o mais baixo possível.
8
Química
Muito provavelmente você já tentou colocar algumas gotinhas de óleo em um copo de água e não conseguiu
fazer com que os dois se misturassem. Isso acontece porque na junção da água e do óleo se obtém uma
mistura heterogênea, que possui mais de uma fase. É possível observar misturas heterogêneas em água e
areia, granito (mistura de quartzo, feldspato e mica) e assim por diante.
Misturas homogêneas
As misturas homogêneas apresentam-se de forma uniforme, em apenas uma fase (monofásica). Isso
acontece porque as substâncias se dissolvem e se tornam uma solução. São exemplos de misturas
homogêneas:
● copo de água com açúcar: mistura homogênea líquida;
● cadeado de latão (o latão é feito a partir de uma mistura entre cobre e zinco): mistura homogênea sólida;
● ar (mistura homogênea gasosa).
Você já parou para pensar em como é feita a separação desses tipos de misturas? Entre os métodos que nos
permitem separar misturas homogêneas estão eles: destilação simples, destilação fracionada, fusão
fracionada, liquefação fracionada e evaporação.
8
Química
Evaporação: a evaporação é utilizada para a separação de mistura homogêneas onde temos pelo menos uma
fase líquida e uma fase sólida e a fase sólida é a de interesse. Por exemplo, o sal de cozinha é extraído da
água do mar por evaporação. A água do mar é represada em grandes tanques, de pequena profundidade,
construídos na areia, chamados de salinas. Sob a ação do sol e dos ventos a água do mar represada nas
salinas sofre evaporação e o sal de cozinha e outros componentes sólidos vão se depositando no fundo dos
tanques.
Destilação simples: Ocorre de acordo com a diferença nos pontos de ebulição do solvente e soluto. Por
aquecimento, em aparelhagem apropriada com um condensador, apenas o líquido entra em ebulição,
passando para o estado gasoso, o qual é condensado e recolhido. Por exemplo: separação da mistura de sal
e água.
8
Química
Destilação fracionada: Usada na separação quando os componentes da mistura são líquidos e tem o ponto
de ebulição muito próximos. A técnica e a aparelhagem utilizadas na destilação fracionada são as mesmas
empregadas na destilação simples, com exceção de um aparelho adicional chamado coluna de
fracionamento.
Por exemplo: separação da mistura dos componentes do petróleo em que, a cada temperatura alcançada, é
recolhido um componente.
A destilação fracionada é o método de separação utilizado para a separação das frações do petróleo.
8
Química
Fusão fracionada: Esse processo é baseado nas diferenças nos pontos de fusão dos componentes de uma
mistura. A mistura sólida é aquecida até que um dos componentes se funda(liquefazer) completamente. Por
exemplo: separação em cada metal que compõe uma liga metálica.
Liquefação fracionada: É o processo de separação de uma mistura gasosa. Resfria-se a mistura até que os
gases componentes atinjam seu ponto de ebulição, passando assim para o estado líquido.
Por exemplo: separação do ar atmosférico, sabendo-se que o gás nitrogênio passa para o estado líquido antes
do gás oxigênio.
8
Química
Misturas heterogêneas
As misturas heterogêneas são aquelas constituídas por duas ou mais substâncias, que podem ser
visualmente distinguíveis. Nesse tipo de mistura os componentes ficam em fases diferentes, um bom
exemplo de sistema heterogêneo é a mistura da água e do óleo.
Filtração: Nesse processo, quando a mistura é despejada sobre o filtro, o sólido não dissolvido fica retido no
filtro e a fase líquida passa.
Líquido e sólido: A fase sólida(barro), por ser mais densa, deposita-se(sedimenta-se) no fundo do recipiente
e a fase líquida pode ser transferida para outro frasco. A decantação é usada, por exemplo, nas estações de
tratamento de água.
Líquido e líquido: O líquido mais denso permanece no fundo do funil de decantação e é escoado pela torneira.
8
Química
Sifonação: após uma decantação, se não for possível retirar o líquido para o outro recipiente, podemos retirá-
lo por sifonação através de um sifão, da sucção e da ação gravitacional. Por exemplo, podemos trocar a água
de um aquário por intermédio de um sifão, deixando o cascalho no fundo do aquário.
Separação magnética ou imantação: É uma técnica que consiste em separar misturas em que um dos
componentes é atraído por um ímã. Por exemplo, separar limalha de ferro de areia.
Será que é da separação magnética que saíram os poderes do Magneto? Uma vez que ele é um mutante com
enormes poderes de manipulação de campos magnéticos, ele controla qualquer tipo de metal!
8
Química
Dissolução fracionada: quando se tem uma mistura de sólidos em que apenas um desses componentes é
solúvel em um determinado solvente. Por exemplo: uma mistura de sal e areia. Ao adicionarmos água, apenas
o sal irá se dissolver.
• Ventilação: É usada para dois componentes sólidos com densidades diferentes, por meio da aplicação
corrente de ar sobre a mistura. Exemplo: beneficiamento de arroz (separação dos grãos de sua palha).
• Levigação: Utiliza a força da água para separar o componente menos denso de uma mistura formada por
sólidos. Um exemplo de mistura para aplicá-la é ouro e cascalho.
• Flotação: Método no qual um líquido, que não é capaz de dissolver nenhum dos componentes da mistura,
é adicionado a uma mistura formada por dois sólidos ou um sólido e um líquido para separá-los pela
diferença de densidade.
8
Química
Exercícios de fixação
1. Os átomos dos elementos químicos combinam uns com os outros de diversas formas, constituindo as
moléculas das substâncias. Estas podem ser simples ou compostas. Diante do exposto, trata-se uma
substância simples:
a) Ácido sulfúrico (H2SO4)
b) Gás carbônico (CO2)
c) Ar atmosférico (O2,N2, CO2)
d) Gás ozônio (O3)
e) Ácido fosfórico (H3PO4)
2. Para que seja possível separar a mistura heterogênea SAL + AREIA, devemos aplicar qual método de
separação?
a) Dissolução e filtração.
b) Diluição e filtração.
c) Decantação e destilação.
d) Destilação e filtração.
e) Diluição e decantação.
3. O técnico em metalurgia é o profissional que planeja e supervisiona a produção de peças fundidas, bem
como a aplicação e tratamento dos metais e suas ligas e execução das atividades de caldeiraria e
soldagem. Como exemplo de ligas temos o bronze, liga de cobre (Cu) e estanho (Sn), e a solda, liga de
estanho e chumbo (Pb).
a) substâncias simples.
b) substâncias compostas.
c) misturas de substâncias compostas.
d) misturas de substâncias simples.
e) 1 mistura de substância simples e 1 mistura de substância composta.
4. Em condições normais, o ponto de ebulição da água é 100 °C. Podemos afirmar que esta é uma
propriedade:
a) Genérica
b) Específica
c) Organoléptica
d) Funcional
e) Nenhuma das alternativas
8
Química
5. Colocar exercício sobre misturas O ponto de fusão do ferro é igual a 1530 ºC e o ponto de ebulição é
de 2 450ºC. Baseado nisso, qual será o estado físico do ferro nas seguintes temperaturas: 25 ºC, 130
ºC, 1 459 ºC, respectivamente.
a) Sólido, líquido, líquido.
b) Sólido, líquido, gasoso
c) Sólido, sólido, sólido.
d) Líquido, líquido, gasoso.
e) Gasoso, líquido, sólido.
8
Química
Exercícios de vestibulares
1. (UNESP) Alguns historiadores da Ciência atribuem ao filósofo pré-socrático Empédocles a Teoria dos
Quatro Elementos. Segundo essa teoria, a constituição de tudo o que existe no mundo e sua
transformação se daria a partir de quatro elementos básicos: fogo, ar, água e terra. Hoje, a química tem
outra definição para elemento: o conjunto de átomos que possuem o mesmo número atômico.
Portanto, definir a água como elemento está quimicamente incorreto, porque trata-se de:
a) uma mistura de três elementos.
b) uma substância simples com dois elementos.
c) uma substância simples com três elementos
d) uma mistura de dois elementos.
e) uma substância composta por dois elementos.
2. (FGV 2013) A química é responsável pela melhora em nossa qualidade de vida e está inserida em nosso
cotidiano de muitas formas em substâncias e misturas que constituem diversos materiais. Assinale a
alternativa que apresenta, respectivamente, substância simples, substância composta, mistura
homogênea e mistura heterogênea.
a) Água, granito, alumínio, aço.
b) Água, aço, alumínio, granito.
c) Alumínio, aço, água, granito.
d) Alumínio, água, aço, granito.
e) Alumínio, água, granito, aço.
3. (Enem – PPL/2019) Na perfuração de uma jazida petrolífera, a pressão dos gases faz com que o
petróleo jorre. Ao se reduzir a pressão, o petróleo bruto para de jorrar e tem de ser bombeado. No
entanto, junto com o petróleo também se encontram componentes mais densos, tais como água
salgada, areia e argila, que devem ser removidos na primeira etapa do beneficiamento do petróleo.
A primeira etapa desse beneficiamento é a:
a) decantação.
b) evaporação.
c) destilação.
d) floculação.
e) filtração.
8
Química
5. (FCC-SP) Esta questão apresenta três afirmativas que podem estar corretas ou incorretas. Responda-
às, obedecendo ao seguinte código:
8
Química
6. (UFAL-AL) Uma pessoa comprou um frasco de álcool anidro. Para se certificar de que o conteúdo do
frasco não foi fraudado com a adição de água, basta que ela determine, com exatidão,
I. a densidade
II. o volume
III. a temperatura de ebulição
IV. a massa
7. (USC – 2012) Na adição de cloreto de sódio à água reduz o seu ponto de congelamento devido ao efeito
crioscópico. A presença de 23,3% de NaCls na água pode reduzir o seu ponto de congelamento a -
21,1 °C, formando entre ambos uma mistura eutética. Se NaCl sólido for adicionado ao gelo acima
dessa temperatura, parte desse gelo se fundirá e ocorrerá a dissolução do sal adicionado. Se mais sal
for adicionado, o gelo continuará a fundir. Essa é uma prática comum, utilizada para remover o gelo
das ruas das cidades em que neva no inverno.
PERUZZO, F. M; CANTO, E. L. Química: na abordagem do cotidiano. v. 2. Físico-Química. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2006. –
Texto adaptado.
Assinale a alternativa na qual a curva de aquecimento da mistura eutética citada acima está
corretamente representada. Legenda: S = Sólido; L= Líquido; G = Gasoso.
a) c) e)
b) d)
8
Química
8. (EAM) Um estudante realiza a seguinte experiência durante um dia em que a temperatura ambiente é
de 30°C: retira uma caçamba de gelo e a coloca sobre um balcão. Após determinado tempo, o gelo
derreterá completamente. Se ele, após isso, pegar a porção de água resultante, no estado líquido, e a
colocar em uma panela sobre a chama de um fogão a água irá vaporizar completamente passando
assim pelos três possíveis estados físicos da matéria. A respeito do estado de agregação das
moléculas nos estados físicos da matéria, é correto afirmar que as moléculas:
a) estão pouco agregadas apenas no estado sólido
b) estão bastante agregadas em todos os estados físico
c) possuem um estado de agregação intermediário apenas no estado líquido
d) estão bastante agregadas apenas no estado de vapor
e) estão pouco agregadas em todos os estados
9. (ENEM 2015) Um grupo de pesquisadores desenvolveu um método simples, barato e eficaz de remoção
de petróleo contaminante na água, que utiliza um plástico produzido a partir do líquido da castanha-de-
caju (LCC). A composição química do LCC é muito parecida com a do petróleo e suas moléculas, por
suas características, interagem formando agregados com o petróleo. Para retirar os agregados da
água, os pesquisadores misturam ao LCC nanopartículas magnéticas.
KIFFER, D. Novo método para remoção de petróleo usa óleo de mamona e castanha-de-caju. Disponível em: www.faperj.br.
Acesso em: 31 jul. 2012 (adaptado).
Essa técnica considera dois processos de separação de misturas, sendo eles, respectivamente,
a) flotação e decantação.
b) decomposição e centrifugação.
c) floculação e separação magnética.
d) destilação fracionada e peneiração.
e) dissolução fracionada e magnetização.
10. (Unicamp – 2017) “Quem tem que suar é o chope, não você”. Esse é o slogan que um fabricante de
chope encontrou para evidenciar as qualidades de seu produto. Uma das interpretações desse slogan
é que o fabricante do chope recomenda que seu produto deve ser ingerido a uma temperatura bem
baixa.
Pode-se afirmar corretamente que o chope, ao suar, tem a sua temperatura:
a) diminuída, enquanto a evaporação do suor no corpo humano evita que sua temperatura aumente.
b) aumentada, enquanto a evaporação do suor no corpo humano evita que sua temperatura diminua.
c) diminuída, enquanto a evaporação do suor no corpo humano evita que sua temperatura diminua.
d) aumentada, enquanto a evaporação do suor no corpo humano evita que sua temperatura aumente.
e) inalterada, pois não haverá uma troca de calor entre os materiais.
8
Química
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. D
Substâncias simples são formadas por apenas um tipo de átomo, assim:
a) Incorreta. Ácido sulfúrico (H2SO4) Trata-se de uma substância composta por 3 elementos químicos
diferentes.
b) Incorreta. O gás carbônico (CO2) é composto por 2 elementos diferentes.
c) Incorreta. O ar atmosférico é uma mistura de diferentes tipos de gases, simples e compostos, entre
eles, podemos citar, por exemplo, o dióxido de carbono (CO2).
d) Correta. O ozônio (O3), é uma substância simples formada por apenas 1 elemento químico.
e) Incorreta. Ácido fosfórico (H3PO4) é uma substância composta por 3 elementos químicos diferentes.
2. A
As etapas utilizadas para separar a mistura Sal + Areia seriam:
Dissolução: Adicione água à mistura até que o sal esteja totalmente diluído.
Filtração: Em seguida, promova a filtragem da solução através de papel filtro. A areia vai ficar retida no
papel e a solução salina irá passar através dele. Para obter o sal puro basta aquecer o líquido até sua
completa evaporação, o sal ficará no fundo do recipiente.
3. D
Sabendo que uma mistura é constituída por uma porção de matéria composta por duas ou mais
substâncias, podemos afirmar que o bronze é uma mistura de cobre e estanho, e a solda é uma mistura
de estanho com chumbo. Além disso, podemos dizer que se trata de uma mistura de substâncias simples,
pois ela é formada por átomos do mesmo elemento químico.
4. B
O ponto de ebulição é uma propriedade que nos permite distinguir uma substância de outra, portanto, é
uma propriedade específica da matéria.
5. C
Para que o ferro saia de sua fase sólida para a fase líquida, é preciso atingir seu ponto de fusão (1.538 °C),
sendo assim:
25 ºC: sólido;
130 ºC: sólido;
1 459 ºC: sólido;
Exercícios de vestibulares
1. E
A água é uma substância formada por moléculas compostas por dois elementos químicos: hidrogênio
e oxigênio.
8
Química
2. D
Alumínio: substância simples (formada apenas pelo elemento alumínio).
Água: substância composta por dois elementos químicos (hidrogênio e oxigênio).
Aço: mistura homogênea (basicamente, liga de ferro e carbono).
Granito: mistura heterogênea formada por feldspato, mica e quartzo.
3. A
A primeira etapa desse beneficiamento é a decantação. Neste processo, a fase mais densa (imiscível)
se separa da fase menos densa da mistura.
4. A
A gasolina e a água são insolúveis, ou seja, num recipiente uma vai ficar em cima e a outra embaixo por
causa das diferentes densidades. Dessa forma podemos separá-las por decantação em um funil.
Decantação é um processo de separação que permite separar misturas heterogêneas.
O nitrogênio e o oxigênio formam uma mistura homogênea. O mais aconselhado é fazer um processo de
liquefação, fazendo que uma dessas substâncias passe para o estado líquido e a outra fique no gasoso.
5. B
I. Incorreto: As substâncias não podem ser simples, pois a água é formada por átomos de hidrogênio
e oxigênio, portanto é uma substância composta.
II. Incorreto: No recipiente há água mineral, logo ela é enriquecida com diversos minerais, portanto não
é constituído de uma única substância.
III. Correta: Há três fases distintas: Sólido (gelo), Gasoso (vapor d’água) e líquido (água). Portanto,
podemos afirmar que trata-se de um sistema trifásico.
6. D
O ponto de ebulição e densidade são as únicas propriedades que permitem a identificação dos líquidos.
Tratam-se de propriedades específicas, ou seja, cada uma das substâncias possui valores diferentes
dessas propriedades.
Ponto de ebulição: é a temperatura em que a substância passa do estado líquido para o estado gasoso.
Densidade: é a propriedade da matéria que relaciona a massa da substância e o volume ocupado por ela.
7. B
Misturas eutéticas são aquelas em que a fusão ocorre a uma temperatura constante, mas a ebulição
ocorre num dado intervalo de temperatura. O gráfico correspondente é o da alternativa [B].
8. C
O estado de agregação da matéria diz respeito às moléculas da substância: se elas estão mais unidas ou
mais afastadas.
O estado líquido possui um estado de agregação intermediário: as moléculas não estão super juntinhas
como no estado sólido, mas também não estão tão afastadas quanto no estado gasoso.
9. C
A formação dos aglomerados com o petróleo e o LCC se chama floculação. A floculação é o processo
onde coloides saem de suspensão na forma de agregados, formando partículas maiores, flocos.
Já a parte em que se retiram os agregados com a água é chamada de separação magnética, visto que
ocorre o uso de nanopartículas magnéticas.
8
Química
10. D
A temperatura baixa do chope e do recipiente ocupado por ele provoca a condensação do vapor da água
presente na atmosfera. Este processo é exotérmico: H2O (V) → H2O (l) + calor. Esta mudança de estado
fornece calor ao recipiente e ao chope que tem sua temperatura aumentada.
O processo de evaporação da água presente no suor do corpo humano ocorre com absorção de calor, ou
seja, é endotérmico: H2O (l) + calor → H2O (v). Esta mudança de estado provoca a absorção de calor
do corpo evitando a elevação de sua temperatura.
8
Redação
A dissertação argumentativa
Objetivo
Compreender as funções do texto dissertativo-argumentativo, reconhecendo suas características, a fim de
dominar a estrutura básica da argumentação.
Curiosidade
A dissertação argumentativa é o gênero textual mais exigido nos vestibulares e possui características
próprias, como a linguagem objetiva e a estrutura fixa.
Teoria
Dissertar e argumentar
Argumentar: termo derivado do latim “argumentum”, a argumentação consiste no ato de convencer,
comprovar uma proposição ao interlocutor, no intuito de corroborar com aquilo que foi proferido. Demonstrar
a sua opinião sobre um determinado tema, a fim de validar as suas ideias a outra pessoa, pode ser um tipo
de argumento.
Dissertar: trata-se de expor e discutir ideias com o foco na informação; é fazer juízo sobre um determinado
assunto e se posicionar diante dele, e para isso é preciso apresentar argumentos com criticidade e usando
da persuasão e do convencimento.
Argumentação
Para entender melhor o caráter persuasivo do texto, vejamos um exemplo. Em Janeiro de 2018, a
apresentadora Oprah Winfrey recebeu o Prêmio Cecil B. DeMille, concedido a figuras notáveis da indústria
audiovisual americana, durante o Globo de Ouro. Um dos momentos mais marcantes da entrega do prêmio
foi quando Oprah fez o seu discurso de agradecimento. Leia um trecho abaixo:
“Em 1982, Sidney recebeu o prêmio Cecil B. DeMille aqui no Globo de Ouro, e eu sei que, neste momento, há
algumas garotinhas assistindo eu me tornar a primeira mulher negra a receber esse mesmo prêmio. É uma
honra, é uma honra e é um privilégio compartilhar a noite com todas elas e também com os incríveis homens
e mulheres que me inspiraram, que me desafiaram, que me apoiaram e fizeram minha jornada até esse ponto
possível.
[...]
1
Redação
Então, eu quero hoje a noite expressar gratidão a todas as mulheres que sofreram anos de abuso e agressão
porque elas, como minha mãe, tiveram filhos para se alimentar e contas a pagar e sonhos para perseguir. São
as mulheres cujos nomes nunca conheceremos. São trabalhadoras domésticas e trabalhadoras agrícolas.
Elas estão trabalhando em fábricas, em restaurantes, estão nas universidades, engenharia, medicina e ciência.
Elas fazem parte do mundo da tecnologia, da política e dos negócios. Elas são nossos atletas nas Olimpíadas
e elas são nossas soldadas nas Forças Armadas. [...] Por muito tempo, não ouviam as mulheres, ou não
acreditavam nelas quando ousavam falar a verdade sob o poder desses homens. Mas esse tempo acabou.
Esse tempo acabou. Esse tempo acabou.
[...]
Então, eu quero que todas as garotas assistindo aqui, agora, saibam que um novo dia está no horizonte! E
quando esse novo dia finalmente amanhecer, será por causa de muitas mulheres magníficas, muitas das
quais estão aqui neste auditório, esta noite e alguns homens fenomenais, lutando para garantir que se tornem
os líderes que nos levam ao tempo em que ninguém nunca mais terá de dizer “Eu também”.”
Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/filmes/oprah-winfrey-faz-discurso-inspirado-contra-assedio-racismono-globo-de-
ouro-2018-22264789
Ao interpretar o texto, é possível notar que um dos argumentos utilizados por Oprah é a necessidade de as
mulheres se sentirem representadas e quebrarem barreiras, a fim de obterem a igualdade de gênero, combater
a violência contra a mulher, o racismo, e exercerem a sua cidadania. A apresentadora cita vários exemplos ao
longo de seu discurso para defender o seu ponto de vista.
Atenção!
Existem diversos gêneros textuais de caráter argumentativo. No entanto, para os vestibulares, em geral, e,
principalmente, para o Enem, o que mais nos interessa é a dissertação-argumentativa. Por isso, começaremos
aqui os estudos iniciais sobre esse gênero, a fim de conhecer suas funções e características.
2
Redação
O texto dissertativo-argumentativo
O texto dissertativo-argumentativo é um texto opinativo que se baseia na defesa de uma perspectiva ou um
determinado ponto de vista acerca de um tema. Nele, a opinião do autor é fundamentada com explicações e
argumentos, e quem escreve procura convencer o leitor – ou pelo menos tentar –, mediante a apresentação
de razões, por meio da evidência de provas e contando com um raciocínio coerente e consistente. Em outras
palavras, ao mesmo tempo em que o autor disserta sobre um determinado tema, tecendo comentários,
também tenta convencer e cativar o leitor com argumentos.
• Objetividade e impessoalidade: nesse gênero textual, é essencial que as opiniões sejam mostradas de
forma objetiva, ou seja, evitando trazer informações muito subjetivas, baseadas em convicções
individuais e argumentos pouco racionais, e buscando uma impessoalidade. No Enem e em outros
vestibulares, o uso da 1ª pessoa geralmente não é recomendado, a não ser que a banca instrua o
candidato a essa opção. Desse modo, trabalhar com a 3ª pessoa pode distanciar melhor o autor das
opiniões apresentadas e, assim, deixá-las mais próximas de verdades absolutas.
Vejamos a diferença:
Argumento I: “Eu não tenho a menor dúvida de que alimentos industrializados e fast-foods são
extremamente saborosos. Inclusive, quem nunca trocou uma refeição saudável por uma pizza ou uma
batata frita? É impossível negar que esses alimentos são tentadores, mas sei que não são a melhor opção
para a saúde. Por isso, devemos ter consciência de que o equilíbrio é o segredo e pensar nas
consequências que uma alimentação ruim traz ao nosso corpo.”
Argumento II: “Em primeiro lugar, é importante analisar o sucesso de uma refeição nada benéfica. Vítima
da aceleração do mundo moderno, a alimentação tem se resumido a produtos industrializados e aos
famosos fast-foods, não tão saudáveis e pouquíssimo nutritivos. Adaptando a ideia de modernidade
líquida de Zygmunt Bauman, parece que, hoje, o prazer imediato e o pouco cuidado com o futuro têm
sido prioridade na vida do indivíduo brasileiro, que, em todo o tempo, prefere o mais rápido – de certa
forma, o mais saboroso – e deixa de lado o que pode, de fato, alimentá-lo. Diante desse fator, surgem
diversas consequências que evidenciam ainda mais as características do mundo atual.”
No primeiro argumento, optamos por uma linguagem pessoal e mais informal. Esse tipo de
argumentação é indicado para contextos em que se pretende seduzir o interlocutor por meio da
identificação. Entretanto, se o objetivo é convencer o leitor sobre a credibilidade da argumentação, o ideal
é que retiremos as marcas de pessoalidade e subjetividade e utilizemos uma linguagem mais formal. Por
isso, o segundo modelo é a forma adequada para a dissertação argumentativa.
• Estrutura específica: em geral, para se obter maior clareza na exposição do ponto de vista, a estrutura
do texto é organizada em três partes:
a) Introdução: apresenta-se o tema e o ponto de vista (tese) que será defendido;
3
Redação
b) Desenvolvimento: desenvolve-se o ponto de vista (para convencer o leitor, é preciso usar uma sólida
argumentação, citar exemplos, recorrer a opiniões de especialistas, fornecer dados etc);
c) Conclusão: dá-se um fecho coerente com o desenvolvimento, com os argumentos apresentados. No
caso da redação do Enem, há a apresentação das propostas de intervenções sociais.
Na obra “A Invenção de Hugo Cabret”, é narrada a relação entre um dos pais do cinema, Georges Mélies,
e um menino órfão, Hugo Cabret. A ficção, inspirada na realidade do começo do século XX, tem como um de
seus pontos centrais o lazer proporcionado pelo cinema, que encanta o garoto. No contexto brasileiro atual,
o acesso a essa forma de arte não é democratizado, o que prejudica a disponibilidade de formas de lazer à
população. Esse problema advém da centralização das salas exibidoras em zonas metropolitanas e do alto
custo das sessões para as classes de menor renda.
Primeiramente, o direito ao lazer está assegurado na Constituição de 1988, mas o cinema, como meio
de garantir isso, não tem penetração em todo território brasileiro. O crescimento urbano no século XX atraiu
as salas de cinema para as grandes cidades, centralizando progressivamente a exibição de filmes. Como
indicativo desse processo, há menos salas hoje do que em 1975, de acordo com a Agência Nacional de
Cinema (Ancine). Tal fato se deve à falta de incentivo governamental – seja no âmbito fiscal ou de
investimento – à disseminação do cinema, o que ocasionou a redução do parque exibidor interiorano. Sendo
assim, a democratização do acesso ao cinema é prejudicada em zonas periféricas ou rurais.
Ademais, o problema existe também em locais onde há salas de cinema, uma vez que o custo das
sessões é inacessível às classes de renda baixa. Isso se deve ao fato de o mercado ser dominado por poucas
empresas exibidoras. Conforme teorizou inicialmente o pensador inglês Adam Smith, o preço decorre da
concorrência: a competitividade força a redução dos preços, enquanto os oligopólios favorecem seu
aumento. Nesse sentido, a baixa concorrência dificulta o amplo acesso ao cinema no Brasil.
Portanto, a democratização do cinema depende da disseminação e do jogo de mercado. A fim de
levar os filmes a zonas periféricas, as prefeituras dessas regiões devem promover a interiorização dos
cinemas, por meio de investimentos no lazer e incentivos fiscais. Além disso, visando reduzir o custo das
sessões, cabe ao Ministério da Fazenda ampliar a concorrência entre as empresas exibidoras, o que pode ser
feito pela regulamentação e fiscalização das relações entre elas, atraindo novas empresas para o Brasil. Isso
impediria a formação de oligopólios, consequentemente aumentando a concorrência. Com essas medidas, o
cinema será democratizado, possibilitando a toda a população brasileira o mesmo encanto que tinha Hugo
Cabret com os filmes.
Disponível em:
https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/a_redacao_do_enem_2020_-
_cartilha_do_participante.pdf
4
Redação
o preço dos ingressos é alto porque há poucas empresas atuando no país) e a conclusão encerra a discussão
proposta no texto (soluções para os dois problemas discutidos no texto, reforçando a importância de se
proporcionar esse tipo de lazer à população).
• Coerência e coesão: na construção de qualquer texto, a produção de sentido, tanto de maneira abstrata
quanto formal (com palavras) é essencial. Dessa forma, a coerência, responsável por essas relações no
campo das ideias, e a coesão, que usa palavras nessa construção, precisam ser trabalhadas de maneira
bem rica na dissertação. Teremos, em outro momento, uma aula específica sobre isso, mas não se
esqueça dessa regra: seu texto precisa ter sentido.
Em breve, veremos esse conteúdo de forma mais detalhada e contextualizada nas aulas futuras.
5
Redação
Exercícios de fixação
3. O que é a tese?
5. Qual pessoa do discurso deve ser utilizada a fim de garantir maior credibilidade ao texto?
a) 1ª pessoa
b) 2ª pessoa
c) 3ª pessoa
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Redação
Exercícios de vestibulares
O autor do texto analisa a aprovação da MP 540/2011 pelo Senado, deixando clara a sua opinião sobre
o tema. O trecho que apresenta uma avaliação pessoal do autor como uma estratégia de persuasão do
leitor é:
a) “Ela proíbe os fumódromos em 100% dos locais fechados".
b) "O governo fica autorizado a fixar um novo preço para o maço de cigarros.’’
c) “O Imposto sobre Produtos Industrializados (IP
d) “Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se tornará muito mais ácido."
e) "Deverá subir 20% em 2012 e 55% em 2013."
7
Redação
3. Censura moralista
Há tempos que a leitura está em pauta. E, diz-se, em crise. Comenta-se esta crise, por exemplo,
apontando a precariedade das práticas de leitura, lamentando a falta de familiaridade dos jovens com
livros, reclamando da falta de bibliotecas em tantos municípios, do preço dos livros em livrarias, num
nunca acabar de problemas e de carências. Mas, de um tempo para cá, pesquisas acadêmicas vêm
dizendo que talvez não seja exatamente assim, que brasileiros leem, sim, só que leem livros que as
pesquisas tradicionais não levam em conta. E, também de um tempo para cá, políticas educacionais
têm tomado a peito investir em livros e em leitura.
LAJOLO, M. Disponível em: www.estadao.com.br. Acesso em: 2 dez. 2013 (fragmento).
Os falantes, nos textos que produzem, sejam orais ou escritos, posicionam-se frente a assuntos que
geram consenso ou despertam polêmica. No texto, a autora
a) ressalta a importância de os professores incentivarem os jovens às práticas de leitura.
b) critica pesquisas tradicionais que atribuem a falta de leitura à precariedade de bibliotecas.
c) rebate a ideia de que as políticas educacionais são eficazes no combate à crise de leitura.
d) questiona a existência de uma crise de leitura com base nos dados de pesquisas acadêmicas.
e) atribui a crise da leitura à falta de incentivos e ao desinteresse dos jovens por livros de qualidade.
Sabe-se que para construir um texto de cunho argumentativo é preciso defender um determinado ponto
de vista e, além disso, é preciso que as informações estejam corretas para validar a perspectiva
apresentada. De acordo com os seus conhecimentos, identifique os erros que o produtor do texto
cometeu ao defender as suas ideias.
5. Suponha que você leu uma redação com o tema “A corrupção na sociedade contemporânea” e o
parágrafo de introdução lhe chamou a atenção. Leia-o abaixo e explique, a partir de seus
conhecimentos, por que as informações apresentadas não são defendidas com profundidade.
“A população brasileira vive uma crise de representatividade, visto que todos os políticos existentes
exercem a corrupção. Por esse motivo, o cidadão sente-se desacreditado na política atual e percebe
que os candidatos dos partidos do PT (Partido do Trabalhador) e PSDB (Partido da Social Democracia
Brasileira) permanecem no poder.”
8
Redação
O trecho que você acabou de ler trata-se de um parágrafo introdutório de uma redação, entretanto, ele
está incompleto. Identifique o que falta para a construção do parágrafo argumentativo.
7. TEXTO I
Nesta época do ano, em que comprar compulsivamente é a principal preocupação de boa parte da
população, é imprescindível refletirmos sobre a importância da mídia na propagação de determinados
comportamentos que induzem ao consumismo exacerbado. No clássico livro O capital, Karl Marx
aponta que no capitalismo os bens materiais, ao serem fetichizados, passam a assumir qualidades que
vão além da mera materialidade. As coisas são personificadas e as pessoas são coisificadas. Em
outros termos, um automóvel de luxo, uma mansão em um bairro nobre ou a ostentação de objetos de
determinadas marcas famosas são alguns dos fatores que conferem maior valorização e visibilidade
social a um indivíduo.
LADEIRA, F. F. Reflexões sobre o consumismo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em 18
Jan.2015.
TEXTO II
Todos os dias, em algum nível, o consumo atinge nossa vida, modifica nossas relações, gera e rege
sentimentos, engendra fantasias, aciona comportamentos, faz sofrer, faz gozar. Às vezes
constrangendo-nos em nossas ações no mundo, humilhando e aprisionando, às vezes ampliando nossa
imaginação e nossa capacidade de desejar, consumimos e somos consumidos. Numa época toda
codificada como a nossa, o código da alma (o código do ser) virou código do consumidor! Fascínio
pelo consumo, fascínio do consumo. Felicidade, luxo, bem-estar, boa forma, lazer, elevação espiritual,
saúde, turismo, sexo, família e corpo são hoje reféns da engrenagem do consumo.
BARCELLOS, G. A alma do consumo. Disponível em: www.diplomatique.org.br. Acesso em 18 jan 2015.
Esses textos propõem uma reflexão crítica sobre o consumismo. Ambos partem do ponto de vista de
que esse hábito
a) desperta o desejo de ascensão social.
b) provoca mudanças nos valores sociais.
c) advém de necessidades suscitadas pela publicidade.
d) deriva da inerente busca por felicidade pelo ser humano.
e) resulta de um apelo do mercado em determinadas datas.
9
Redação
8. O último longa de Carlão acompanha a operária Silmara, que vive com o pai, um ex-presidiário, numa
casa da periferia paulistana. Ciente de sua beleza, o que lhe dá certa soberba, a jovem acredita que terá
um destino diferente do de suas colegas. Cruza o caminho de dois cantores por quem é apaixonada. E
constata, na prática, que o romantismo dos contos de fada tem perna curta.
VOMERO, M. F. Romantismo de araque. Vida Simples, n. 121, ago. 2012.
Reconhece-se, nesse trecho, uma posição crítica aos ideais de amor e felicidade encontrados nos
contos de fada. Essa crítica é traduzida
a) pela descrição da dura realidade da vida das operárias.
b) pelas decepções semelhantes às encontradas nos contos de fada.
c) pela ilusão de que a beleza garantiria melhor sorte na vida e no amor.
d) pelas fantasias existentes apenas na imaginação de pessoas apaixonadas.
e) pelos sentimentos intensos dos apaixonados enquanto vivem o romantismo.
9. Embora particularidades na produção mediada pela tecnologia aproximem a escrita da oralidade, isso
não significa que as pessoas estejam escrevendo errado. Muitos buscam, tão somente, adaptar o uso
da linguagem ao suporte utilizado: “O contexto é que define o registro de língua. Se existe um limite de
espaço, naturalmente, o sujeito irá usar mais abreviaturas, como faria no papel", afirma um professor
do Departamento de Linguagem e Tecnologia do Cefet-MG. Da mesma forma, é preciso considerar a
capacidade do destinatário de interpretar corretamente a mensagem emitida. No entendimento do
pesquisador, a escola, às vezes, insiste em ensinar um registro utilizado apenas em contextos
específicos, o que acaba por desestimular o aluno, que não vê sentido em empregar tal modelo em
outras situações. Independentemente dos aparatos tecnológicos da atualidade, o emprego social da
língua revela-se muito mais significativo do que seu uso escolar, conforme ressalta a diretora de
Divulgação Científica da UFMG: “A dinâmica da língua oral é sempre presente. Não falamos ou
escrevemos da mesma forma que nossos avós". Some-se a isso o fato de os jovens se revelarem os
principais usuários das novas tecnologias, por meio das quais conseguem se comunicar com
facilidade. A professora ressalta, porém, que as pessoas precisam ter discernimento quanto às
distintas situações, a fim de dominar outros códigos.
SILVA JR., M. G.; FONSECA, V. Revista Minas Faz Ciência, n. 51, set.-nov. 2012 (adaptado).
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Redação
11
Redação
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. O principal objetivo da argumentação é defender um ponto de vista e convencer o interlocutor sobre ele.
2. B
Para maior credibilidade, a linguagem deve ser impessoal e objetiva.
4. A
Na introdução, devemos contextualizar o tema e apresentar um posicionamento sobre ele.
5. C
Ainda que a 1ª pessoa do plural seja admitida, não podemos usar a 1ª do singular. A 3ª pessoa é a mais
adequada para denotar distanciamento e impessoalidade.
Exercícios de vestibulares
1. A estratégia de contextualização que antecipa a tese é realizada pelo documentário “Blackfish”, uma vez
que a temática engloba a exploração animal.
2. D
No texto, o autor defende um ponto de vista: o cigarro faz mal à saúde. Para convencer os usuários a
deixarem de adquirir esse produto, ele fala sobre os gastos financeiros, pois se houver um aumento do
preço para a venda de maço de cigarros, o custo para bancar o fumo será mais alto e muitos indivíduos
não irão querer manter esse custo.
3. D
No texto, a autora questiona a existência de uma crise de leitura e, com base nos dados de pesquisas
acadêmicas, opina que não há uma real crise de leitura entre os brasileiros porque eles “leem livros que
as pesquisas tradicionais não levam em conta”.
4. Para validar uma determinada perspectiva, é preciso que as informações contidas no texto estejam
corretas. O primeiro erro é afirmar que Karl Marx era um cientista, e o segundo, relacioná-lo à Idade Média,
uma vez que este fez parte do século XIX. O conhecimento de mundo é muito importante para a produção
de textos argumentativos.
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Redação
6. No trecho em questão, não há a presença da tese, isto é, o ponto de vista a ser defendido pelo produtor
do texto para explicar o impacto da internet no acesso à informação.
7. B
Os dois textos discorrem sobre o consumismo e o modo como ele afeta o homem, seus desejos e seu
modo de se relacionar com os demais. Defendem, portanto, a perspectiva de que o consumismo provoca
mudanças nos valores sociais.
8. C
No trecho, a personagem Silmara acredita que a sua beleza serviria de “porta-voz” para possibilidades
de ascensão social; no entanto, o texto evidencia que ela se enganou com esse pensamento, pois isso
não lhe garantiu necessariamente sorte na vida e nos relacionamentos.
9. E
O texto enfatiza a necessidade de o aluno saber utilizar as linguagens em diferentes contextos e
ambientes, o que evidencia o seu caráter argumentativo. Também é importante destacar a crítica feita à
escola, no texto, uma vez que “insiste em ensinar um registro utilizado apenas em contextos específicos”.
10. O produtor do texto focou na exposição de informações e não soube defender seu argumento. É preciso
abordar quais são os empecilhos da obesidade e da má alimentação, justificando a necessidade de os
indivíduos cuidarem de sua saúde a fim de prevenirem doenças cardiovasculares e a obesidade.
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Redação
Objetivo
Você aprenderá as principais etapas pré-textuais da redação.
Se liga
Quer aprender um pouco mais sobre como a coletânea de textos pode ajudar na prova? Clique aqui.
Curiosidade
Um texto bem planejado é valorizado na Competência 3 da correção do Enem.
Teoria
Você já esteve ou se imaginou em uma situação-limite, como o momento da realização da prova de Redação
no vestibular? É fácil imaginar os “estágios” dessa ocasião tão peculiar em nossas vidas: certa tensão no ar,
o silêncio imperando na sala, os minutos do relógio passando tão lenta e, ao mesmo tempo, tão rapidamente,
num paradoxo angustiante. Nesse contexto, apenas um aspecto vem a sua mente: resolver a prova a todo
custo! Escrever é a regra do jogo, e você deve fazer isso de forma consciente, constante e organizada. Então,
você começa a escrever tudo aquilo que foi aprendido, todas as referências lidas, todas as reflexões feitas
em sala de aula... Enfim, tudo o que você sabe e que diga respeito ao tema proposto pela banca. Desse modo,
a nota atribuída pelo corretor será boa, certo? Errado. Infelizmente, a melhor estratégia não é a descrita acima.
De fato, uma prova de Redação só será corrigida se houver um “caderno de respostas” devidamente
preenchido. No entanto, os alunos têm a (falsa) impressão de que somente no momento em que a caneta é
utilizada na folha de prova é que esta está sendo resolvida. Na verdade, a tarefa de produção textual é muito
mais complexa, e necessita de uma fase “pré-textual” talvez até mais demorada que a fase de escritura em
si. Expliquemos: do mesmo modo que um edifício ou uma viagem, para darem certo, devem ser pensados e
planejados com antecedência (quantos pavimentos vão existir, o perímetro a ser construído, a disposição dos
cômodos, entre outros, no caso do edifício; o meio de transporte utilizado, o número de dias, a programação
a ser “conferida”, no caso da viagem), um texto também só produzirá o efeito esperado se tiver passado por
uma fase de preparação. Essa fase pode ser dividida, para fins didáticos, em quatro etapas distintas, que, se
percorridas com o devido cuidado, permitirão ao candidato um gigantesco salto de qualidade no que tange à
apreciação da banca. Vamos a elas?
1
Redação
As etapas de preparação
Etapa 1: Interpretação da proposta de tema.
É preciso ressaltar, antes de tudo, que a primeira etapa talvez seja a mais importante de todas. Isso porque,
se você não tiver conseguido apreender na totalidade aquilo que a banca colocou em discussão, sempre será
aplicado algum tipo de penalidade. Essa “falha” do vestibulando é o que chamamos de fuga ao tema. A fuga
pode ser total ou parcial: no primeiro caso, a redação é anulada pela banca (como corrigir um texto que não
versa sobre o que foi pedido? Como compará-lo com os demais?) e, obviamente, a nota correspondente é
zero; no segundo caso, as possibilidades de erro são inúmeras, com as penalizações variando na mesma
medida.
Para que esse tipo de problema não ocorra, é preciso que nos atenhamos a aspectos extremamente
importantes, abaixo discriminados.
1. Dê atenção total a cada uma das palavras que compõem o tema. A banca teve cerca de um ano para
pensar na proposta e, se aquelas palavras foram utilizadas, cada uma delas desempenha uma função
específica dentro do contexto. Para que a apreensão dos sentidos da proposta seja completa –
impedindo que ocorra fuga ao tema – esses sentidos específicos devem ser inter-relacionados para a
composição do todo.
2. Muito cuidado para não confundir tema e assunto. A falta de distinção pode levar o aluno a uma falha
bastante grave. O assunto pode ser uma referência genérica ou um fato específico; o que o diferencia
do tema é que este último é uma discussão direcionada, construída a partir do assunto escolhido. Para
maior entendimento, observe os exemplos abaixo:
Em ambos os exemplos, fica clara a distinção entre tema e assunto. No primeiro, o assunto vem com uma
referência genérica (educação dos surdos), enquanto o tema traz uma discussão mais direcionada, um
recorte em que se questionam os desafios na formação educacional dos surdos, delimitando o Brasil como
o espaço de análise. No segundo, os casos de intolerância religiosa divulgados em 2016 é o assunto usado
como pretexto para trazer à tona a verdadeira discussão: os caminhos para combater, nos dias de hoje, a
intolerância religiosa no Brasil.
2
Redação
Somente depois de observadas essas quatro etapas é que o candidato deverá começar a escrever. Lembre-
se: quanto mais tempo for investido no planejamento do texto, menos tempo será gasto na escritura
propriamente dita. Isso porque um texto bem planejado “flui” muito mais do que aquele feito “na hora” – em
que o aluno acaba “empacando” inúmeras vezes.
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Redação
Exercícios de fixação
Em 2019, o Brasil acompanhou a tragégia em Brumadinho, com mais de 200 mortos. Mais recentemente, em
Fortaleza, um prédio desabou e deixou 9 mortos. Em situações como essas, quem deve responder pelos
danos e prejuízos? A quem cabe a responsabilidade: ao poder público, aos empresários, aos fiscais? Escreva
um texto dissertativo-argumentativo acerca da responsabilidade sobre esses desastres, suas consequências
e o que deve ser feito para evitar novas tragédias.
2. Diferentemente do modelo Enem, a proposta acima não apresentou uma frase tema bem definida. Com
as suas palavras, elabore uma frase que sintetize o pedido da banca.
3. Quais informações presentes na coletânea de texto seriam relevantes para a escrita da redação?
4. Faça uma seleção de ideias com referências que possam ser utilizadas nesse tema.
4
Redação
Exercícios de vestibulares
TEMA 1
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre
o tema “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite
os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.
Texto I
No dia da primeira exibição pública de cinema — 28 de dezembro de 1895, em Paris —, um homem de teatro
que trabalhava com mágicas, Georges Mélies, foi falar com Lumière, um dos inventores do cinema; queria
adquirir um aparelho, e Lumière desencorajou-o, disse-lhe que o “Cinematógrapho” não tinha o menor futuro
como espetáculo, era um instrumento científico para reproduzir o movimento e só poderia servir para
pesquisas. Mesmo que o público, no início, se divertisse com ele, seria uma novidade de vida breve, logo
cansaria. Lumière enganou-se. Como essa estranha máquina de austeros cientistas virou uma máquina de
contar estórias para enormes plateias, de geração em geração, durante já quase um século?
BERNARDET, Jean-Claude. O que é Cinema. In BERNARDET, Jean-Claude; ROSSI, Clóvis. O que é Jornalismo, O que é Editora, O que
é Cinema. São Paulo: Brasiliense, 1993
Texto II
Edgar Morin define o cinema como uma máquina que registra a existência e a restitui como tal, porém levando
em consideração o indivíduo, ou seja, o cinema seria um meio de transpor para a tela o universo pessoal,
solicitando a participação do espectador.
GUTFREIND, C. F. O filme e a representação do real. E-Compós, v. 6, 11, 2006 (adaptado).
Texto III
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Redação
Texto IV
O Brasil já teve um parque exibidor vigoroso e descentralizado: quase 3 300 salas em 1975, uma para cada
30 000 habitantes, 80% em cidades do interior. Desde então, o país mudou. Quase 120 milhões de pessoas a
mais passaram a viver nas cidades. A urbanização acelerada, a falta de investimentos em infraestrutura
urbana, a baixa capitalização das empresas exibidoras, as mudanças tecnológicas, entre outros fatores,
alteraram a geografia do cinema. Em 1997, chegamos a pouco mais de 1 000 salas. Com a expansão dos
shopping centers, a atividade de exibição se reorganizou. O número de cinemas duplicou, até chegar às atuais
2 200 salas. Esse crescimento, porém, além de insuficiente (o Brasil é apenas o 60º país na relação habitantes
por sala), ocorreu de forma concentrada. Foram privilegiadas as áreas de renda mais alta das grandes cidades.
Populações inteiras foram excluídas do universo do cinema ou continuam mal atendidas: o Norte e o Nordeste,
as periferias urbanas, as cidades pequenas e médias do interior.
Disponível em: https://cinemapertodevoce.ancine.gov.br.
TEMA 2
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema
Publicidade infantil em questão no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
Texto I
A aprovação, em abril de 2014, de uma resolução que considera abusiva a publicidade infantil, emitida pelo
Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), deu início a um verdadeiro cabo de
guerra envolvendo ONGs de defesa dos direitos das crianças e setores interessados na continuidade das
propagandas dirigidas a esse público.
Elogiada por pais, ativistas e entidades, a resolução estabelece como abusiva toda propaganda dirigida à
criança que tem “a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço” e que utilize
aspectos como desenhos animados, bonecos, linguagem infantil, trilhas sonoras com temas infantis, oferta
de prêmios, brindes ou artigos colecionáveis que tenham apelo às crianças.
Ainda há dúvidas, porém, sobre como será a aplicação prática da resolução. E associações de anunciantes,
emissoras, revistas e de empresas de licenciamento e fabricantes de produtos infantis criticam a medida e
dizem não reconhecer a legitimidade constitucional do Conanda para legislar sobre publicidade e para impor
a resolução tanto às famílias quanto ao mercado publicitário. Além disso, defendem que a
autorregulamentação pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) já seria uma
forma de controlar e evitar abusos.
IDOETA, P. A.; BARBA, M. D. A publicidade infantil deve ser proibida? Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 23 maio 2014
(adaptado).
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Redação
Texto II
Texto III
Precisamos preparar a criança, desde pequena, para receber as informações do mundo exterior, para
compreender o que está por trás da divulgação de produtos. Só assim ela se tornará o consumidor do futuro,
aquele capaz de saber o que, como e por que comprar, ciente de suas reais necessidades e consciente de
suas responsabilidades consigo mesma e com o mundo.
SILVA, A. M. D.; VASCONCELOS, L. R. A criança e o marketing: informações essenciais para proteger as crianças dos apelos do
marketing infantil. São Paulo: Summus, 2012 (adaptado).
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Redação
TEMA 3
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo da sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre
o tema “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, apresentando proposta de intervenção
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e
fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Texto I
CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo
em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento
possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características,
interesses e necessidades de aprendizagem.
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação
de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e
discriminação.
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
[...]
IV – oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua
portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; [...]
XII – oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a
ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação.
BRASIL Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 9 jun. 2017 (fragmento).
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Redação
Texto IV
No Brasil, os surdos só começaram a ter acesso à educação durante o Império, no governo de Dom Pedro II,
que criou a primeira escola de educação de meninos surdos, em 26 de setembro de 1857, na antiga capital
do País, o Rio de Janeiro. Hoje, no lugar da escola funciona o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).
Por isso, a data foi escolhida como Dia do Surdo.
Contudo, foi somente em 2001, por meio da sanção da Lei nº 10.436, que a Língua Portuguesa de Sinais
(Libras) foi reconhecida como segunda língua oficial no País. A legislação determinou também que devem
ser garantidas, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas
institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Libras como meio de comunicação objetiva.
Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 9 jun. 2017 (adaptado).
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Redação
Gabaritos
Exercícios de fixação
A proposta pede que o texto busque uma argumentação que sustente quem é o responsável pelas
tragédias como a de Brumadinho. Assim, é necessário escolher, dentre as opções, poder público,
empresários, fiscais, qual/quais é/são o(s) responsável(is). Isso comporá a tese, que deverá ser
sustentada a partir de argumentos coerentes. O trecho do texto do “El País”, apresentado como base na
proposta, pode ser usado para pensar na responsabilização das empresas diante das tragédias.
Tendo o texto dissertativo-argumentativo como o gênero solicitado pela banca, o objetivo é convencer o
leitor sobre uma determinada opinião. Nesse caso, para fundamentar o ponto de vista, pode-se utilizar a
própria referência ao deslizamento de Brumadinho.
Exercícios de vestibulares
Tema 1: Por meio da leitura da frase-tema é possível perceber o recorte feito pela banca. O assunto é
sobre o cinema, mas o tema pede que sejam analisados os limites e a facilitação do acesso ao meio de
cultura na atualidade, de modo a garantir uma crítica sobre a desigualdade.
Tema 2: A partir da leitura da frase-tema e da coletânea, é possível identificar que o assunto é a
publicidade infantil e o tema possui apenas o recorte no cenário brasileiro. Dessa forma, o aluno deveria,
com auxílio da coletânea de textos, identificar um caminho a ser seguido. No primeiro texto da coletânea,
fala-se sobre as publicidades persuasivas, direcionadas às crianças, que são consideradas abusivas. O
texto II apresenta um gráfico sobre a publicidade para as crianças no mundo e informa que no Brasil há
uma autorregulamentação, pois como não há leis nacionais, o setor cria normas e faz acordos com o
governo. Já o texto III aborda como a criança deve ser preparada para receber informações para poder
tornar-se um consumidor no futuro. Levando em consideração as informações analisadas, deveria ser
pensado como o Brasil não possui leis para a publicidade infantil e propagandas abusivas que visam
persuadir os seus leitores (crianças).
Tema 1: o acesso ao cinema não é igualitário, uma vez que, na atualidade, se disponibilizam em
shoppings e locais de difícil acesso; não há cinema em todos os estados do país; as regiões NO e N são
as mais afetadas.
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Redação
Tema 2: excesso de publicidades infantis persuasivas em mídias (TV, internet); comerciais de produtos
infantis com referência a personagens infantis; restaurantes fast-foods com brinquedos; falta de leis que
regulamentem a publicidade para crianças no Brasil.
Tema 1: Devido à captação de espaços culturais em shoppings, o acesso ao cinema se tornou cada vez
mais monetizado e difícil, uma vez que atualmente possui um valor agregado sobre a disseminação do
meio de arte e é atrelado aos grandes espaços de consumo, que não residem em todo o território
brasileiro, gerando desigualdade.
Tema 2: falta de regulamentação das publicidades infantis, excesso de publicidade voltada para as
crianças.
Tema 2: Introdução – existem, hoje, muitas propagandas voltadas ao público infantil, de alimentos a
brinquedos.
Argumento 1 – não há regulamentação de leis sobre as publicidades direcionadas às crianças;
Argumento 2 – devido à falta de maturidade, as crianças não conseguem bloquear a persuasão feita
pelas publicidades.
Solução – o governo deve criar uma lei efetiva, e é papel da família promover o senso crítico da criança
como futuro consumidor.
Tema: Educação dos surdos. A frase-tema apresentada faz um recorte para que sejam abordados os
desafios que os surdos enfrentam na formação educacional e apresenta o Brasil como o espaço de
análise acerca desse problema.
• O texto I é um fragmento da Lei nº 13.146, que aborda os direitos à educação. Nela é previsto que a
educação é um direito da pessoa com deficiência, assegurado em um sistema inclusivo, sendo dever
do Estado, da família e da comunidade escolar assegurar educação de qualidade a eles. Além disso,
deve-se garantir educação bilíngue, em Libras como primeira língua; oferta de ensino do Sistema
Braille e uso de recursos de tecnologia, com o objetivo de promover a autonomia e participação dos
alunos.
• De acordo com o gráfico apresentado no texto II, desde o ano de 2011 há uma queda no número de
matrícula de surdos na Educação Básica, tanto em classes comuns, quanto em classes especiais ou
em escolas inclusivas.
• A publicidade do texto III apresenta a informação que um homem surdo possui pós-graduação, ou
seja, conseguiu uma continuidade em sua formação; entretanto, questiona se nas empresas há
espaço para pessoas com deficiência (PCD).
• No texto IV são apresentadas informações sobre o percurso percorrido ao longo dos anos pelos
surdos. Apresenta o dia 26 de setembro como Dia do Surdo, visto que, em 1857, essa data foi
importante pela criação da primeira escola de educação de meninos surdos, hoje, atual Instituto
Nacional de Educação de Surdos (Ines), além de mostrar que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é
a segunda língua oficial do país desde 2012.
Constituição – liberdade e igualdade; Princípio de Equidade de Aristóteles; uma escola específica para
surdos no RJ – Ines; licenciatura – disciplina de libras obrigatória; poucas escolas oferecem Libras como
disciplina aos alunos do Ensino Fundamental; Paulo Freire – escola como instituição integradora e crítica
aos estudantes.
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Redação
Liberdade e igualdade não são aplicadas na prática; o futuro professor precisa saber Libras, mas não
adianta somente o professor, se os alunos não forem bilíngues também; poucas escolas especializadas
no ensino de alunos surdos, além de serem restritas à região metropolitana; falta de oportunidades para
continuar a formação acadêmica.
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Sociologia
Surgimento da Sociologia
Objetivo
Você aprenderá sobre o processo de formação da Sociologia, fatores históricos relevantes, o objeto de estudo
dessa ciência e seus objetivos. Além disso, aprenderá sobre a proposta teórico-metodológica de Comte, o pai
da Sociologia, e o positivismo.
Curiosidade
Por conta de sua íntima relação com as rupturas do séc. XVIII, a Sociologia é conhecida como a “filha das
revoluções”.
Teoria
A Sociologia é a ciência que estuda o ser humano em seu aspecto coletivo. Seus agrupamentos, associações,
instituições, etc. Seu principal objetivo é compreender os fenômenos sociais e como estes se dão nas
relações sociais.
1
Sociologia
passou a se ver cada vez mais separada da religião, e se tornou predominante acreditar que o fundamento da
autoridade do Estado está na vontade do povo.
A Revolução Industrial foi o evento histórico mais importante do século XVIII europeu, a industrialização
mudou radicalmente a economia e consolidou definitivamente o capitalismo como sistema econômico
reinante. Pela primeira vez na história, a produção econômica deixava de ser manual e artesanal, passando a
ser baseada no uso de máquinas. Assim, naturalmente, não apenas a produção se tornou muito maior e mais
rápida, como a própria tecnologia passou a ter uma evolução muito mais intensa, que acompanhamos até
hoje. A própria organização social se modificou em função da indústria. Afinal, as fábricas funcionavam nas
cidades e para lá se dirigiram em massa os trabalhadores, ocasionando um grande inchaço populacional.
2
Sociologia
conhecimento, não era apenas interpretar os fenômenos sociais e as transformações abruptas observadas
em seu tempo, ele pretendia criar uma ciência capaz de produzir soluções para os problemas sociais que
causavam o mal-estar das revoluções, principalmente a Revolução Industrial, que teve como consequência
imediata a explosão demográfica, o desemprego, a miséria, a violência e o acirramento da desigualdade social.
A partir de um método científico afinado com o praticado nas ciências da natureza, Comte acreditava que
seria possível encontrar as leis que regiam o funcionamento da sociedade e assim a ajustar. Essa visão da
dinâmica social é fruto da visão de Comte sobre o que homem havia criado de mais profundo e organizado,
a observação e o trabalho científico. Essa corrente de pensamento recebe o nome de positivismo.
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Sociologia
Exercícios de fixação
1. Apresente quais os principais eventos históricos que propiciaram o surgimento da Sociologia e quais
áreas da vida social influenciaram.
2. Qual postura defendida por Auguste Comte na prática da nova ciência, a Sociologia?
a) Rigor científico neutro
b) Engajamento político dos cientistas
c) Contemplação desinteressada da realidade
d) Defesa do retorno ao Antigo Regime
3. Mais que uma tentativa de explicar a sociedade, a Sociologia surge como tentativa de explicar as
transformações sociais. Em resumo, quais perguntas expressam melhor o espírito sociológico?
a) “Por que essas transformações ocorreram? Como podemos as reverter?”
b) “Afinal, o que está acontecendo aqui? O que houve com nossa sociedade?”
c) “Quais fatores influenciaram essas transformações? Como podemos os controlar?”
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Sociologia
Exercícios de vestibulares
1. Para Augusto Comte, uma das funções da Sociologia ou Física Social era encontrar leis sociais que
conduzissem o progresso da humanidade. Sobre os estágios do progresso social discutidos pelo autor,
é correto afirmar:
a) O estágio teológico nega a existência de apenas uma explicação divina para os fenômenos
naturais e sociais.
b) O positivismo é o estágio superior do progresso social, porque se sustenta nos métodos
científicos.
c) O estágio mais simples é o mítico, seguido pelo teológico e pelo científico, que é o mais elaborado.
d) O primeiro estágio do conhecimento é o metafísico, em que conceitos abstratos explicam o
mundo.
e) A Europa exemplificava uma sociedade em estado de desenvolvimento teológico.
3. O autor considerado “pai” da sociologia, Augusto Comte, acreditava que a nova ciência das sociedades
deveria igualar-se às demais ciências da natureza que se pautavam pelos fenômenos observáveis e
mensuráveis para que assim fosse possível apreender as regras gerais que regem o mundo social do
indivíduo. Essa perspectiva ideológica é chamada de:
a) Iluminismo.
b) Darwinismo.
c) Dadaísmo.
d) Positivismo.
e) Futurismo.
5
Sociologia
5. A filosofia da História – o primeiro tema da filosofia de Augusto Comte – foi sistematizada pelo próprio
Comte na célebre “Lei dos Três Estados” e tinha o objetivo de mostrar porque o pensamento positivista
deve imperar entre os homens. Sobre a “Lei do Três Estados” formulada por Comte, é correto afirmar
que
a) Augusto Comte demonstra com essa lei que todas as ciências e o espírito humano desenvolvem-
se na seguinte ordem em três fases distintas ao longo da história: a positiva, a teológica e a
metafísica.
b) na “Lei dos Três Estados” a argumentação desempenha um papel de primeiro plano no estado
teológico. O estado teológico, na sua visão, corresponde a uma etapa posterior ao estado positivo.
c) o estado teológico, segundo está formulada na “Lei dos Três Estados”, não tem o poder de tornar
a sociedade mais coesa e nenhum papel na fundamentação da vida moral.
d) o estado positivista apresenta-se na “Lei dos Três Estados” como o momento em que a observação
prevalece sobre a imaginação e a argumentação, e na busca de leis imutáveis nos fenômenos
observáveis.
e) para Comte, o estado metafísico não tem contato com o estado teológico, pois somente o estado
metafísico procura soluções absolutas e universais para os problemas do homem.
6
Sociologia
6. A Sociologia surgiu no século XIX, com o objetivo de compreender os inúmeros problemas sociais, que
estavam aparecendo no cotidiano, em decorrência da industrialização iniciada no século XVIII. As
novas formas de produção dos excedentes na Europa provocaram o reordenamento das relações entre
as pessoas. Assim, a Sociologia recebeu várias definições por parte de seus pensadores, embora essas
diferenças sejam variações de ênfase.
Com base nessas variações, NÃO podemos afirmar que a Sociologia é assim definida:
a) o estudo das interações e inter-relações humanas, de suas condições e circunstâncias.
b) o estudo científico e sistemático do comportamento social dos grupos e dos indivíduos.
c) a busca de regularidades no comportamento social dos indivíduos, com o objetivo de compreender
o surgimento de alguns problemas na relação e organização dos grupos.
d) o tratado das ações humanas produzidas na mente de cada um dos indivíduos de um grupo social.
e) a ciência da sociedade e dos fenômenos sociais.
7. A sociologia nasce no séc. XIX após as revoluções burguesas sob o signo do positivismo elaborado
por Augusto Comte. As características do pensamento comtiano são:
a) a sociedade é regida por leis sociais tal como a natureza é regida por leis naturais; as ciências
humanas devem utilizar os mesmos métodos das ciências naturais e a ciência deve ser neutra.
b) a sociedade humana atravessa três estágios sucessivos de evolução: o metafísico, o empírico e o
teológico, no qual predomina a religião positivista.
c) a sociologia como ciência da sociedade, ao contrário das ciências naturais, não pode ser neutra
porque tanto o sujeito quanto o objeto são sociais e estão envolvidos reciprocamente.
d) o processo de evolução social ocorre por meio da unidade entre ordem e progresso, o que
necessariamente levaria a uma sociedade comunista.
7
Sociologia
8. Leia os textos 1 e 2.
TEXTO I
A sociologia nasce com a missão de oferecer condições aos homens para entender a sociedade em
que vivem de maneira racional e questionadora.
Disponível em: <http://dirleydossantos.blogspot.com.br/2010/10/condicoes-historicas-que-possibilitaram.html>. Adaptado.
TEXTO II
Nos dias de hoje, as ciências sociais não são muito valorizadas, pois seus resultados não geram lucro
rápido e fácil, e isso para o capitalismo de hoje é inaceitável.
OLIVEIRA, L. F.; COSTA, R. C. R. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro: imperial Novo Milênio, 2007. p. 29.
Adaptado.
Embora a sociologia seja uma ciência social pouco valorizada no campo profissional, ela surgiu
baseada na necessidade de o homem explicar o mundo e suas relações com outros homens e com
outras sociedades em diferentes contextos. Acerca do surgimento da sociologia como ciência da
sociedade, assinale a alternativa correta.
a) Sofreu forte influência da Revolução Francesa e dos movimentos operários das mineradoras
inglesas que transformaram a forma de ver as relações entre máquinas e humanos.
b) Apareceu no cenário científico, a partir do século XIX, fundamentada nas correntes do pensamento
positivista, socialista e funcionalista.
c) Representava, para seu precursor Jean-Jacques Rousseau, uma ciência preocupada em analisar
processos e estruturas sociais, que influenciam nas reformas das instituições.
d) Fez do capitalismo o tema principal de estudo, utilizando seus recursos de cientificidade para
justificar a exploração sociocultural desse sistema econômico.
e) Buscou explicação para o surgimento da sociedade feudal.
Com base nele, o surgimento da sociologia foi motivado pelas transformações das relações sociais
ocorridas na sociedade europeia, nos séculos XVIII e XIX, contribuindo para
a) o aumento da desorganização social estabelecida pela Revolução Industrial.
b) a organização de vários movimentos sociais controlados por pensadores como Saint-Simon e
Comte.
c) a elaboração de um conceito de sociologia incluindo os fenômenos mentais como tema de
reflexão e investigação.
d) a criação da corrente positivista, que propôs uma transformação da sociedade com base na
reforma intelectual plena do ser humano.
e) o surgimento de uma “física social” preocupada com a construção de uma teoria social, separada
das ideias de ordem e desenvolvimento como chave para o conhecimento da realidade.
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Sociologia
TEXTO II
O conjunto da nova filosofia tenderá sempre a fazer sobressair, tanto na vida ativa como na
especulativa, a ligação de cada um a todos, sob uma série de aspectos diversos, de modo a tornar
involuntariamente familiar o sentimento íntimo da solidariedade social, (...) Não somente a ativa busca
do bem público será sempre privada, será sempre representada como a maneira mais conveniente de
assegurar a felicidade privada; mas, por uma influência (...) dos pendores generosos, se tornará a
principal fonte da felicidade pessoal.
COMTE, August. Discurso sobre o espírito positivo. São Paulo: Escala, s/d, p. 74.
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Sociologia
Gabaritos
Exercícios de fixação
2. A
Para Comte, a Sociologia deveria seguir o espírito das ciências naturais, pretensamente rigorosas e
neutras. O sociólogo não deveria permitir que suas paixões, noções ou ideologia produzissem tendências
na sua pesquisa que a enviesassem, sob pena de a invalidar.
3. B
O espírito da Sociologia até hoje reside na tentativa de responder, em essência, o que aconteceu ou o
que está acontecendo no âmbito social. A preocupação primeira da Sociologia é produzir uma
interpretação possível sobre os fenômenos sociais, ou seja, as "coisas" que acontecem socialmente.
4. Anonimato;
Desemprego;
Surgimento do espaço urbano;
Inchaço demográfico;
Aumento do crime e da violência;
Invenção da polícia;
Fome;
Alastramento de doenças;
Racionalização das relações;
Formação da cidadania;
Estabelecimento de direitos;
Proliferação do regime de trabalho livre;
Concentração da produção de bens na indústria.
5. O conhecimento científico, pois este é o único conhecimento positivo, ou seja, verificável e verdadeiro.
Só um conhecimento com essas características pode guiar a humanidade rumo ao progresso.
Exercícios de vestibulares
1. B
Auguste Comte desenvolveu a sua teoria baseada em três estágios: teológico, metafísico e positivo. O
último seria marcado pelo apogeu dos anteriores. Seria sua característica a busca por conexões
regulares, através da observação dos fenômenos, com o objetivo final de estabelecer leis racionais sobre
eles, tendo como base a perspectiva científica das ciências exatas.
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Sociologia
2. C
A alternativa C é a correta. A Sociologia contemporânea perdeu seu intuito de buscar leis e regras gerais
para explicar os fenômenos sociais que estuda. Na busca pelo entendimento, ela volta-se para a
observação de casos individuais ou em grande escala, para entender as possíveis motivações e
consequências do fenômeno.
3. D
Augusto Comte foi um dos principais autores do positivismo, que entendia que o verdadeiro
conhecimento só era construído por meio da experimentação sensível do objeto de estudo. A utilização
do método científico de mensuração, experimentação e observação tinha por finalidade estabelecer leis
e regras fundamentais para o funcionamento dos fenômenos observados.
4. C
Com as mudanças sociais oriundas das mudanças políticas e tecnológicas do século XVIII, chegou-se a
um período de instabilidade social, o que levou ao surgimento da Sociologia.
5. D
A afirmação correta é a da letra D. O estado positivo caracteriza-se, segundo Comte, pela subordinação
da imaginação e da argumentação à observação. Isso quer dizer que o processo de construção do
conhecimento humano ocorre a partir da experimentação própria do método científico.
6. D
A Sociologia não ignora o que os indivíduos pensam, mas certamente esse não é o foco principal da
disciplina. Interessa mais a essa ciência compreender os sentidos e comportamentos gerados na
interação dos indivíduos entre si e com o mundo ao seu redor e como isso dá forma à sociedade.
7. B
A Sociologia, como toda ciência, busca responder questões de maneira confiável, produzindo um
conhecimento seguro e verificado. No entanto, dada a peculiaridade de seu objeto de estudo (o ser
humano e suas interações sociais), seus métodos diferem dos métodos das ciências da natureza. Daí a
importância do estranhamento como ferramenta metodológica, produzindo uma admiração e um
questionamento ante o óbvio, o dado como conhecido pelo senso comum. É preciso enxergar aquilo que
vivenciamos no nosso cotidiano por outra perspectiva, como algo novo, estranho e artificial.
8. B
A Sociologia utilizou-se das correntes de pensamento positivista, socialista e funcionalista em seu
desenvolvimento. A corrente positivista é a responsável por dar o pontapé inicial, trazendo para o campo
da análise social a tentativa do estabelecimento do rigor científico das ciências naturais. A corrente
socialista é a que surge logo depois, com a intenção de expressar a realidade social a partir da análise
materialista da história. Já a corrente funcionalista é a que, influenciada pelas ciências naturais, tenta
explicar a sociedade a partir da noção de função desempenhada por cada indivíduo e grupo social na
comunidade.
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Sociologia
9. D
A Sociologia surge em um contexto de crise das sociedades europeias, advindo das Revoluções
Industrial e Francesa. A primeira muda a forma de produção, com a transformação de sociedades rurais
em sociedades urbanas. A segunda muda os padrões de poder e organização política, passando-se de
um contexto político de poder na mão da nobreza tradicional para um centrado na burguesia nascente.
O positivismo teve um importante papel na construção teórica da Sociologia, ao propor a organização da
vida social por um viés científico-racional, tendente ao progresso e à ordem.
10. B
Para Auguste Comte, apenas a ciência é uma fonte válida de produção de conhecimento. Influenciado
pelas ciências naturais já consolidadas na sua época, que produziam contundentes explicações sobre o
funcionamento do mundo, Comte imaginou a nova ciência, a ciência da sociedade, com base nos
preceitos teórico-metodológicos das ciências naturais.
12
APRO DAMENTO
Semana 1
Semana
Teoria
Tabelas e Figuras
As tabelas apresentam informações em linhas – na horizontal, e colunas – na vertical. Cada linha e cada
coluna apresentam informações que nos levam a observar e deduzir dados (geralmente são dados
quantitativos).
Linha 1
Linha 2
Linha 3
Linha 4
Além da importância de entender como o dado está inserido na linha e na coluna, é importante em muitos
casos interpretar de uma maneira geral toda a tabela e selecionar o que for de interesse para responder uma
questão de vestibular. As tabelas podem apresentar os tópicos do assunto apenas na primeira linha – onde
todas as linhas abaixo são as variáveis de dados, ou apresentar o assunto na primeira linha e na primeira
coluna – sendo as outras partes da tabela dados com a relação destes dois tópicos.
Tabela sobre grupos sanguíneos, sendo que a primeira linha funcionando como tópico. Aglutinogênio – proteína da membrana da
hemácia; Aglutinina – anticorpo. Fonte da imagem: Uerj 1999.
As figuras são elementos ilustrativos, que podem ser em forma de fotos, mapas, gráficos, gravuras, etc. A
interpretação de figuras pode ser feita de varias formas, dependendo do comando da questão. Para qualquer
um dos casos apresentados, tabelas ou figuras, é de extrema importância prestar atenção nas legendas,
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Biologia
Tabela contendo figuras. Aqui a primeira linha e a primeira coluna mostram tópicos que se relacionam para mostrar os dados
presentes nos outros espaços da tabela.
Interpretando Gráficos
Uma das formas para representar os dados é na forma de gráficos. Os gráficos podem trazer diversas
informações que estejam correlacionadas para a melhor interpretação destes elementos. Eles podem ter
diversas formas, mas os mais comuns são de colunas, de linhas, de pizza, de área ou de dispersão.
Quando se vai analisar um gráfico, é muito importante prestar atenção nos eixos: o eixo X é a base do gráfico,
e o Y é a coluna vertical deste. Veja no gráfico de linha abaixo:
É importante perceber que, neste gráfico, a variável “linha laranja” tem os valores de Y variando conforme o
valor de X se altera. Um exemplo para este gráfico: Variação do número de casos de dengue (eixo Y) ao longo
dos anos (eixo X). É essencial notar quais são as variáveis em cada eixo.
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Biologia
Um mesmo gráfico pode possuir informação de mais de uma variável ao mesmo tempo. Veja o gráfico misto,
linear e de barras, a seguir:
Aqui vemos a variável B no eixo Y, e A no eixo Z em função do eixo X. Quando os valores das variáveis são
muito diferentes, colocam-se em eixos diferentes para análise. Nestes casos, sempre conferir com atenção
as legendas do gráfico. Um exemplo para este gráfico: Variação do número de casos de dengue (eixo Y – B)
e do número de casos de leptospirose (eixo Z – A) ao longo dos anos (eixo X).
Os gráficos de pizza mostram uma proporção entre diversas variáveis, representada de forma circular:
O total do gráfico sempre equivalerá a 100% de uma determinada informação. Um exemplo para este gráfico:
Porcentagem de casos de diversas doenças em abril deste ano em uma certa cidade brasileira.
Já os gráficos de dispersão possuem pontos que mostram ao mesmo tempo diversos valores de duas
variáveis X e Y (ou mais). Veja no exemplo a seguir:
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Biologia
Este gráfico é importante para evidenciar como duas variáveis atuam sobre um ponto ao mesmo tempo. Um
exemplo para este gráfico: número de protozoários na população (eixo Y) e tamanho da área ocupada pela
população, em centímetros (eixo X).
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Biologia
Exercícios
1. A pele humana é sensível à radiação solar, e essa sensibilidade depende das características da pele.
Os filtros solares são produtos que podem ser aplicados sobre a pele para protegê-la da radiação solar.
A eficácia dos filtros solares é definida pelo fator de proteção solar (FPS), que indica quantas vezes o
tempo de exposição ao sol, sem o risco de vermelhidão, pode ser aumentado com o uso do protetor
solar. A tabela seguinte reúne informações encontradas em rótulos de filtros solares.
a) as pessoas de pele muito sensível, ao usarem filtro solar, estarão isentas do risco de queimaduras.
b) o uso de filtro solar é recomendado para todos os tipos de pele exposta à radiação solar.
c) as pessoas de pele sensível devem expor-se 6 minutos ao sol antes de aplicarem o filtro solar.
d) pessoas de pele amarela, usando ou não filtro solar, devem expor-se ao sol por menos tempo que
pessoas de pele morena.
e) o período recomendado para que pessoas de pele negra se exponham ao sol é de 2 a 6 horas
diárias
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Biologia
2. O gráfico abaixo refere-se à proporção sexual dependente da temperatura observada em três espécies
de répteis. Em certas espécies de répteis, a temperatura de incubação do ovo durante certo período do
desenvolvimento é o fator determinante na proporção sexual.
Adaptado de: GILBERT S. F. Development Biology. 6. ed. Suderland (MA): Sinauer Associates, 2000.
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Biologia
% respostas certas
Pesquisa
Brasileiros Norte Americanos Europeus
Os antibióticos matam tanto vírus quanto 41,8 51 39,7
bactérias. (Falsa)
Os continentes têm mudado sua posição 78,1 79 81,8
no decorrer dos milênios. (Verdadeira)
O Homo sapiens originou-se a partir de 56,4 53 68,6
uma espécie animal anterior. (Verdadeira)
Os elétrons são menores que os átomos. 53,6 48 41,3
(Verdadeira)
Os primeiros homens viveram no mesmo 61,2 48 59,4
período que os dinossauros. (Falsa)
Fonte: “Percepção pública de ciência: uma revisão metodológica e resultados para São Paulo”. Indicadores de ciência,
tecnologia e inovação em São Paulo. São Paulo: Fapesp, 2004 (adaptado).
De acordo com os dados apresentados na tabela, os norte-americanos, em relação aos europeus e aos
brasileiros, demonstram melhor compreender o fato científico sobre
a) a ação dos antibióticos.
b) a origem do ser humano.
c) os períodos da pré-história.
d) o deslocamento dos continentes.
e) o tamanho das partículas atômicas.
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Biologia
4. Os moluscos são animais de corpo mole que, em sua maioria, possuem sistema circulatório aberto e
concha calcária, movimentam-se lentamente e se restringem a ambientes aquáticos.
Entretanto, modificações nesse padrão são encontradas em cefalópodos, como as lulas, e em alguns
gastrópodos, como o caramujo, conforme se observa na tabela.
Indique uma contribuição de cada uma das modificações apresentadas na última coluna da tabela,
para que os respectivos grupos de moluscos sobrevivam em seus ambientes.
5. Leia o texto e analise, a seguir, a representação gráfica de duas curvas de crescimento populacional (1)
e (2) ao longo do tempo.
Não há exceção à regra segundo a qual organismos aumentam em uma taxa tão elevada que, se não
forem destruídos, a Terra logo seria coberta pela progênie de apenas um par.
(Adaptado de: DARWIN, C. A origem das espécies. Feedbooks, 1872. p.73. Disponível em: <www.feedbooks.com>. Acesso
em: 20 jun. 2016.)
(Adaptado de: BEGON et al. Ecology: from individuals to ecosystems. Oxford Reino Unido: Blackwell Publishing, 2006. p.146.)
a) Explique o que significam as curvas 1 e 2 e qual delas melhor representa a ideia de Charles Darwin
expressa no texto.
b) Sabe-se que o crescimento populacional é determinado por taxas. Cite três exemplos de taxas que
interferem no tamanho de uma população ao longo de um período de tempo.
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Biologia
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Biologia
8. A figura refere-se a um cacto típico da região semi-árida nordestina, o quipá (‘Opuntia sp’). Trata-se de
uma planta xerófila que apresenta respostas morfológicas adaptativas ao seu ambiente.
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Biologia
Gabaritos
1. B
Analisando a tabela conseguimos as informações de que, apesar dos valores e intensidade da
sensibilidade e queimaduras alterarem, o uso de protetor solar é recomendado para todos os tipos de
pele.
2. B
Na espécie 1, entre 28-30ºC, temos um ponto aproximadamente em 35% de proporção de filhotes machos,
ou seja, não teremos indivíduos de apenas um sexo. Na espécie 3, de 31,5-32,5ºC passa a quantidade de
filhotes machos de 0% para 100%. Na espécie 2, temperaturas mais frias e mais quentes geram fêmeas,
enquanto temperaturas intermediárias geram machos.
3. A
A porcentagem de respostas certas dos norte-americanos, quando questionados sobre a atuação dos
antibióticos, foi aproximadamente 10% maior que a dos brasileiros e a dos europeus. Em todas as outras
respostas eles ficam abaixo da porcentagem dessas outras duas populações.
4. Cefalópodos: a concha interna reduzida ou ausente permite que esses animais sejam mais rápidos; o
sistema circulatório fechado transporta o oxigênio de forma mais eficiente. Gastrópodos: o
desenvolvimento direto reduz a necessidade de água; a maior produção de muco reduz o atrito com a
superfície ou reduz a desidratação.
6. E
A figura 1 corresponde a uma flor (estrutura reprodutiva) de uma Angiosperma, enquanto a figura 2
corresponde a uma pinha (estróbilo – estrutura reprodutiva) de Gimnosperma. Já na figura 3, temos o
caule (estrutura para sustentação) de um bambu, também uma Angiosperma. Estes dois grupos de plantas
são vasculares, ou seja, apresentam vasos condutores de seiva (xilema e floema).
7. A
No intervalo A-B a planta recebe iluminação igual ou abaixo de seu ponto de compensação fótico.
Consequentemente, ela consome mais matéria orgânica do que sintetiza. A partir do ponto B, ocorre
aumento da biomassa vegetal, pois o vegetal recebe luz acima de seu ponto de compensação fótico.
b) Podemos citar a presença de uma cutícula impermeável (espessa) e a presença de tecidos para
armazenamento de água desenvolvidos.
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Filosofia
Do mito à Filosofia
Teoria
O que é mitologia?
O mito é antes de mais nada uma narrativa de origem, isto é, um relato que busca explicar, geralmente
recorrendo ao sobrenatural, a origem dos fenômenos e das coisas. Essas narrativas eram construídas
coletivamente e, portanto, não tinham uma autoria definida. Uma vez que, na antiguidade, pouquíssimas
pessoas tinham acesso à leitura e à escrita, as narrativas míticas eram difundidas, principalmente, por meio
da oralidade.
De modo geral, os mitos estavam na base da educação do povo grego, sobretudo aqueles atribuídos aos
poetas Homero (Ilíada e Odisseia) e Hesíodo (Teogonia e Os Trabalhos e os Dias). Através deles, expressos
sob a forma de poemas, eram transmitidos os costumes, os conhecimentos, a cultura e os valores da
sociedade grega. Cada narrativa, permeada por esses elementos, contribuía para a formação moral e
intelectual do indivíduo. Vale lembrar que, na Grécia Arcaica, os poetas eram vistos como dotados de uma
inspiração divina, por isso todas as suas narrativas produzidas por eles eram consideradas como verdades.
Mitologia e religião
Mitologia e religião às vezes se confundem, mas embora haja certa proximidade entre elas, uma vez que toda
religião é composta por mitos (narrativas de origem), há também algumas diferenças. Antes de passarmos
às diferenças é necessário compreender a estrutura básica das religiões. De modo geral, toda religião se apóia
em um tripé composto pelos mitos, pelos ritos e pela doutrina.
No contexto religioso, entende-se por mitos as narrativas de origem que visam dar conta das perguntas mais
comuns que o ser humano se faz, quais sejam: De onde viemos? Onde estamos? Para onde vamos? etc. Na
medida em que um mito é contado e recontado, ao longo de gerações numa mesma religião, faz-se necessário
algo que o atualize, ou seja, que o torne ato.
Nesse sentido, um rito é aquilo que transforma o mito em ação. Por exemplo, o mito da última ceia de Jesus
é atualizado nas Igrejas através da eucaristia. Há, portanto, a ideia de que através do rito é possível vivenciar
o mito, presentificá-lo (no caso da eucaristia, tomando o vinho e comendo a hóstia). Por fim, dentro do mito
e do rito, temos a doutrina, ou seja, os ensinamentos que podemos depreender de determinadas coisas. Tais
ensinamentos dizem respeito às ações que devem ser praticadas ou evitadas pelos religiosos. Assim, a
doutrina de uma religião está intimamente ligada à moral.
Filosofia
Dentre as principais diferenças podemos citar o fato de que as mitologias são politeístas, isto é, reconhecem
a existência de vários deuses. Já as religiões, de modo geral, são monoteístas, ou seja, reconhecem a
existência de uma única divindade. Outra diferença importante é que, na mitologia, é possível estabelecer as
origens e a árvore genealógica dos deuses, ao passo que em algumas religiões, sobretudo as judaico-cristãs,
há a compreensão de que Deus sempre existiu.
As narrativas míticas podem ser classificadas em três tipos: as teogônicas, que narram o nascimento dos
deuses, suas naturezas, seus atributos e suas relações tanto com os homens quanto com as outras
divindades e com o Universo; as cosmogônicas, que narram a origem do Universo (cosmo); e as
escatológicas, que narram os últimos eventos do mundo, isto é, o destino final dos homens. Essas narrativas
geralmente estão associadas à morte.
Os deuses são, de longe, os mais poderosos e também os mais famosos personagens das mitologias, porém
as narrativas míticas estão repletas de seres auxiliares que merecem ser conhecidos, como os heróis, as
ninfas, os sátiros, os centauros, as sereias e as górgonas. Vejamos um pouco sobre cada um deles.
● Heróis: são homens dotados de habilidades acima do normal e capazes de realizar tarefas
extraordinárias. Os heróis também eram chamados de semideuses, pois eram filhos de um(a) deus(a)
com um(a) mortal;
● Ninfas: são espíritos femininos geralmente ligados à partes da natureza, tais como rios, bosques e lagos.
● Sátiros: são seres com o corpo metade bode e metade humano, muito semelhantes aos faunos da
mitologia romana.
● Centauros: são seres que também possuem o corpo híbrido, sendo metade humano e metade cavalo.
● Sereias: são seres aquáticos com o corpo híbrido, sendo metade um tronco de mulher e metade um rabo
de peixe. Elas são famosas por seduzir os homens com seu canto.
● Górgonas: são poderosos monstros femininos, cujos cabelos são formados por serpentes e cujo olhar é
petrificador. A Medusa é a mais famosa das górgonas.
Em um dado momento, as narrativas mitológicas se tornaram insuficientes para explicar o mundo e o homem
sentiu a necessidade de buscar respostas mais racionais para as questões que o afligiam. Diversas
transformações no âmbito da cultura grega contribuíram para o surgimento do pensamento filosófico, tais
como: a redescoberta da escrita, o surgimento da moeda, a formulação da lei escrita, a consolidação da
democracia, entre outras. A partir dessas transformações puderam surgir no século VI a.C. os primeiros
filósofos, que ficaram conhecidos como filósofos pré-socráticos. Esses primeiros pensadores se
interessavam em descrever a natureza (physis) sem apelar para seres sobrenaturais e para figuras
mitológicas. Sua grande tarefa era explicar a natureza a partir dos próprios elementos naturais.
A mitologia era tida como uma verdade absoluta, um conhecimento inquestionável no âmbito da cultura grega
antiga. Já a filosofia, enquanto tentativa de um pensamento mais racional, tem como fundamento o
Filosofia
questionamento, a interrogação, a dúvida, a suspeita, o que provoca uma ruptura na cultura grega. A
passagem do mito para a filosofia não foi rápida, mas sim um lento processo de transformação, em que a
mitologia deixou de ser entendida como uma verdade absoluta, possibilitando o surgimento de explicações
mais racionais da realidade e da natureza.
Mitologia Filosofia
Enquanto a mitologia explicava a origem do Universo e das coisas recorrendo a seres sobrenaturais
(perspectiva que ficou conhecida como cosmogonia), a filosofia, buscava explicá-la a partir da observação
racional da natureza (perspectiva conhecida como cosmologia). Uma das questões principais para os
primeiros filósofos era definir o elemento primordial (arché) que teria dado origem a tudo o que existe na
natureza (physis).
Para Tales de Mileto, considerado o primeiro filósofo, o elemento primordial era a água. Para Heráclito de
Éfeso, a arché era o fogo. Empédocles de Agrigento defendia que o elemento primordial vinha da conjugação
de fogo, água, terra e ar, entre outras concepções. O que é fundamental, entretanto, é a ruptura que esses
filósofos provocaram na medida em que se recusaram a explicar a natureza a partir de seres sobrenaturais e
tentaram fundamentar as suas explicações no próprio pensamento racional. Assim, observamos a lenta
passagem do pensamento mitológico para o pensamento filosófico.
Filosofia
Exercícios
1. A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os chamados pré-
socráticos.
Sobre o tema, é correto afirmar que a filosofia:
a) Estabeleceu-se como um discurso acrítico e teve suas teses endossadas pela força da tradição.
b) Desprezou os conhecimentos produzidos por outros povos, graças à supremacia cultural dos
gregos.
c) Reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetando qualquer prova da existência de alguma força
divina.
d) Retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando hipóteses lógico-
argumentativas.
e) Surgiu como um discurso teórico, sem embasamento na realidade sensível, e em oposição aos
mitos gregos.
3. (Unicentro 2019) Podemos caracterizar a mitologia como resultante dos primeiros esforços do ser
humano no Ocidente para dar explicações para as coisas e atribuir sentido à realidade. Com base nesta
compreensão, é correto afirmar:
a) Os mitos foram as primeiras formas de manifestação escrita do homem no Ocidente e, nesse
sentido, podem ser considerados registros fiéis da realidade no período pré-clássico.
b) O período mitológico teve pouca relevância para a história da humanidade, na medida em que se
baseava sempre na religião predominante e, como tal, cumpriu um papel de dominação do homem.
c) Os mitos cumprem um papel importante na história do pensamento ocidental, dada, entre outras
coisas, sua importância para o nascimento da filosofia.
d) A filosofia dos filósofos pré-socráticos construiu-se como uma radical oposição aos relatos
mitológicos, rebatendo as ilusões epistemológicas e respondendo aos anseios de cientificidade da
época.
e) Mito e filosofia pré-socrática se confundem. O que os diferencia é o rigor metodológico dos
primeiros filósofos.
Filosofia
4. (Uel 2006) Os poemas de Homero serviram de alimento espiritual aos gregos, contribuindo de forma
essencial para aquilo que mais tarde se desenvolveria como filosofia. Em seus poemas, a harmonia, a
proporção, o limite e a medida, assim como a presença de questionamentos acerca das causas, dos
princípios e do porquê das coisas se faziam presentes, revelando depois uma constante na elaboração
dos princípios metafísicos da filosofia grega.
(Adaptado de: REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. v. I. Trad. Henrique C. Lima Vaz e MarceloPerine. São Paulo:
Loyola, 1994. p. 19.)
Com base no texto e nos conhecimentos acerca das características que marcaram o nascimento da
filosofia na Grécia, considere as afirmativas a seguir.
I. A política, enquanto forma de disputa oratória, contribuiu para formar um grupo de iguais, os
cidadãos, que buscavam a verdade pela força da argumentação.
II. O palácio real, que centralizava os poderes militar e religioso, foi substituído pela Ágora, espaço
público onde os problemas da polis eram debatidos.
III. A palavra, utilizada na prática religiosa e nos ditos do rei, perdeu a função ritualista de fórmula
justa, passando a ser veículo do debate e da discussão.
IV. A expressão filosófica é tributária do caráter pragmático dos gregos, que substituíram a
contemplação desinteressada dos mitos pela técnica utilitária do pensar racional.
5. “Os antigos, ou melhor, os antiquíssimos, (teólogos), transmitiram por tradição a nós outros seus
descendentes, na forma do mito, que os astros são Deuses e que o divino abrange toda a natureza ...
Costuma-se dizer que os Deuses têm forma humana, ou se transformam em semelhantes a outros
seres viventes ... Porém, pondo-se de lado tudo o mais, e conservando-se o essencial, isto é, se
acreditou que as substâncias primeiras eram Deuses, poderia pensar-se que isto foi dito por inspiração
divina ...”
(Aristóteles, Metafísica, XII, 8, 1074b, apud Mondolfo, O pensamento antigo, I, São Paulo: Mestre Jou, 1964, p.13).
Com base nesse excerto e no seu conhecimento sobre a questão da origem da filosofia, assinale o que
for correto.
(01) Antes de fazerem filosofia, os gregos já indagavam sobre a origem e a formação do universo; e as
respostas a esse problema eram oferecidas sob a forma de mito, isto é, por meio de uma narrativa
alegórica que descreve a origem ou a condição de alguma coisa, reportando a um passado
imemorial.
(02) Na Teogonia, Hesíodo descreve a gênese do mundo coincidindo com o nascimento dos deuses;
as forças e os domínios cósmicos não surgem como pura natureza, mas sim como divindades:
Gaia é a Terra, Urano é o Céu, Cronos é o Tempo, aparecendo ora por segregação, ora pela
intervenção de Eros, princípio que aproxima os opostos.
(04) Os primeiros filósofos gregos buscaram descobrir o princípio (arché) originário de todas as coisas,
o elemento ou a substância constitutiva do universo; elaborando uma cosmologia, não se
contentavam com doutrinas divinamente inspiradas, mas tentavam compreender racionalmente o
cosmo.
(08) Os gregos foram pouco originais no exercício do pensamento crítico racional; apropriaram-se das
conquistas científicas e do patrimônio cultural de civilizações orientais com mínimas alterações.
(16) É tese hoje bastante aceita que o nascimento da filosofia na Grécia não foi um “milagre” realizado
por um povo privilegiado, mas a culminação de um processo lento, tributário de um passado
mítico, e influenciado por transformações políticas, econômicas e sociais.
SOMA ( )
Filosofia
Gabaritos
1. D
Os pré-socráticos foram os primeiros pensadores a perceber a insuficiência do pensamento mítico para
explicar a realidade. Por isso, eles procuraram produzir explicações sobre a origem do mundo e das
coisas a partir da observação da natureza (physis). Assim, os mesmos temas abordados pelos mitos
eram visitados pelos filósofos, mas através de uma perspectiva racional.
2. C
Diversas transformações no âmbito da cultura grega contribuíram para o surgimento do pensamento
filosófico, tais como: a redescoberta da escrita, o surgimento da moeda, a formulação da lei escrita, o
nascimento da pólis, a consolidação da democracia, entre outras.
3. C
Assim como a mitologia, a filosofia, em seus primórdios, também surge como uma narrativa de origem,
isto é, com a intenção de explicar o mundo. A diferença entre elas é o fundamento da explicação. O
pensamento mitológico explica a realidade recorrendo a seres sobrenaturais (como deuses, sereias,
ninfas etc.) A filosofia, por sua vez, explica a realidade a partir da observação dos elementos naturais.
Vale lembrar que a passagem do mito para a filosofia não foi rápida, mas sim um lento processo de
transformação, em que a mitologia deixou de ser entendida como uma verdade absoluta, possibilitando
o surgimento de explicações mais racionais da realidade e da natureza.
4. D
I. Correta. O surgimento da democracia em Atenas deu origem a um pequeno grupo de iguais,
considerados cidadãos, que eram responsáveis por definir os rumos da cidade por meio de disputas
de oratória e da argumentação retórica.
II. Correta. A Ágora era o espaço público onde os problemas da polis (cidade-Estado) eram debatidos
e solucionados.
III. Correta. Com a democracia a palavra perde o caráter religioso e passa a ser veículo do debate e da
discussão.
IV. Incorreta. A expressão filosófica deve sua origem, sobretudo, ao caráter contemplativo dos gregos,
que serviu de base para o desenvolvimento do pensamento racional.
Desse modo, apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. Portanto, a alternativa D é o gabarito da
questão.
5. 01 + 02 + 04 + 16 = 23
(01) Correta. O mito é antes de mais nada uma narrativa de origem, isto é, um relato que busca explicar,
geralmente recorrendo ao sobrenatural, a origem dos fenômenos e das coisas.
(02) Correto. As narrativas teogônicas, elaboradas por Hesíodo, descrevem o nascimento dos deuses,
suas naturezas, seus atributos e suas relações tanto com os homens quanto com as outras
divindades e com o Universo.
(04) Correto. Os primeiros filósofos, conhecidos como pré-socráticos, buscavam definir o elemento
primordial (arché) que teria dado origem a tudo o que existe na natureza (physis).
(08) Incorreta. Embora os gregos tenham recebido uma grande influência dos povos orientais, não se
pode negar a sua originalidade no modo de exercer o pensamento crítico e racional, que deu origem
à filosofia.
Filosofia
(16) Correta. Durante séculos diversos pesquisadores defenderam uma perspectiva conhecida como
"milagre grego", segundo a qual a filosofia teria surgido na Grécia espontaneamente, como uma
espécie de milagre. Hoje, sabe-se que o pensamento filosófico é fruto de um longo processo,
influenciado por transformações políticas, econômicas e sociais.
Física
Exercícios
1. (CEFET-SP) Uma pessoa percebeu que, durante 10 anos, para acender o seu aquecedor, consumiu uma
caixa de palitos de fósforo a cada mês. Cada caixa apresenta, em média, 40 palitos. A ordem de
grandeza do número de palitos consumidos ao final dos 10 anos é:
a) 10
b) 102
c) 103
d) 104
e) 105
2. (UFPE-PE) Em um hotel com 200 apartamentos o consumo médio de água por apartamento é de 100
litros por dia. Qual a ordem de grandeza do volume que deve ter o reservatório do hotel, em metros
cúbicos, para abastecer todos os apartamentos durante um dia?
a) 101
b) 102
c) 103
d) 104
e) 105
3. (Ifpe - 2017) No passado, Pernambuco participou ativamente da formação cultural, étnica, social e, até
mesmo, quantitativa da população brasileira. No período colonial, e com a chegada dos portugueses à
região, em 1501, o território foi explorado por Gaspar de Lemos, que teria criado feitorias ao longo da
costa da colônia, possivelmente na atual localidade de Igarassu. A partir daí, a população da província
só cresceu, porém, mesmo na época da ocupação holandesa (1630-1654), os colonos contavam entre
10 e 20 mil pessoas (não mencionamos aqui o grande quantitativo e mesmo pouco conhecido de
indígenas que habitavam toda a província). Hoje, o Brasil possui cerca de 200 milhões de habitantes.
Na Física, expressamos a ordem de grandeza como o valor mais próximo de uma medida em potência
de 10. Em uma estimativa aproximada, podemos dizer que a ordem de grandeza do quantitativo de
habitantes em nosso país, na atualidade, e de colonos, no período holandês, são, respectivamente,
a) 10³ e 106
b) 106 e 10³
c) 108 e 104
d) 108 e 105
e) 1010 e 106
1
Física
4. (G1 - ifsp 2016) Mário sabe que sua caixa d’água está com problemas. Para a realização do reparo, foi
dito a ele que a caixa d’água deveria estar, no máximo, com 625 mil centímetros cúbicos de água, o que
representa um volume máximo de:
a) 62,5 litros.
b) 6,25 litros.
c) 0,625 litros.
d) 625 litros.
e) 6.250 litros.
5. (Ufpr - 2010) Sobre grandezas físicas, unidades de medida e suas conversões, considere as igualdades
abaixo representadas:
1. 6 m2 = 60.000 cm2.
2. 216 km/h = 60 m/s.
3. 3000 m3 = 30 litros.
4. 7200 s = 2 h.
5. 2,5 x 105 g = 250 kg.
6. (Cftce - 2007) Um fumante compulsivo, aquele que consome em média cerca de 20 cigarros por dia,
terá sérios problemas cardiovasculares. A ordem de grandeza do número de cigarros consumidos por
este fumante durante 20 anos é de:
a) 102
b) 103
c) 105
d) 107
e) 109
2
Física
7. (Ufpe - 2005) Em um bairro com 2500 casas, o consumo médio diário de água por casa é de 1000 litros.
Qual a ordem de grandeza do volume que a caixa d'água do bairro deve ter, em m3, para abastecer todas
as casas por um dia, sem faltar água?
a) 103
b) 104
c) 105
d) 106
e) 107
8. (Ufpe - 2001) O fluxo total de sangue na grande circulação, também chamado de débito cardíaco, faz
com que o coração de um homem adulto seja responsável pelo bombeamento, em média, de 20 litros
por minuto. Qual a ordem de grandeza do volume de sangue, em litros, bombeado pelo coração em um
dia?
a) 102
b) 103
c) 104
d) 105
e) 106
9. (Ufrrj 2005) Uma determinada marca de automóvel possui um tanque de gasolina com volume igual a
54 litros. O manual de apresentação do veículo informa que ele pode percorrer 12 km com 1 litro.
Supondo-se que as informações do fabricante sejam verdadeiras, a ordem de grandeza da distância,
medida em metros, que o automóvel pode percorrer, após ter o tanque completamente cheio, sem
precisar reabastecer, é de
a) 100.
b) 102.
c) 103.
d) 105.
e) 106.
10. (UFJF- MG) Supondo-se que um grão de feijão ocupe o espaço equivalente a um paralelepípedo de
arestas 0,5cm, 0,5cm e 1,0cm, qual das alternativas abaixo melhor estima à ordem de grandeza do
número de feijões contido no volume de um litro?
a) 10
b) 102
c) 103
d) 104
e) 105
3
Física
Gabaritos
1. D
10 anos x 12 meses = 120 meses 20 meses x 1 caixa (40 palitos) = 4800 palitos.
4800 = 4,8.103 ; 4,8 > 3,162 ; OG = 10.103 = 104.
2. A
V = 200×100 = 2.104 L/dia ; 1dm3 = 1 L ; 1 L = 10-3 m3 ; V = 2.104x10-3 = 101 m3.
3. C
Ordem de grandeza para a população atual:
200 milhões = 200 106 = 2 108 OG = 108
4. D
5. B
1. Correta. 6 m2 = 6 (100 cm)2 = 6 × 104 cm2 = 60.000 cm2.
216
2. Correta. 216 km/h = 3,6 m/s = 60 m/s.
3. Errada. 3.000 m3 = 3.000 (1.000 L) = 3.000.000 L.
7.200
h
4. Correta. 7.200 s = 3.600 = 2 h.
2,5 105
kg
5. Correta. 2,5 105 g = 103 = 2,5 × 102 kg = 250 g
6. C
1 ano tem 365 dias, logo, 20 anos tem 365 . 20 = 7300 dias
Pelo enunciado, são consumidos 20 cigarros durante o dia. Em 7300 dias serão consumidos:
20 . 7300 = 146000 𝑐𝑖𝑔𝑎𝑟𝑟𝑜𝑠 𝑜𝑢 1,46 . 105 𝑐𝑖𝑔𝑎𝑟𝑟𝑜𝑠
O.G = 105
7. A
1 casa consome 1000 litros de água, logo, 2500 casas consomem 2500 . 1000 = 2500000 litros ou:
2,5 . 106 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠
Sabemos que a conversão de litros para metros cúbicos é feita da seguinte forma:
1𝑚3 = 10−3 𝑙
2,5 . 106 . 10−3 = 2,5 . 103 𝑚³
O.G = 103
4
Física
8. C
Pelo enunciado, 20 litros de sangue são bombeados a cada 1 minuto. 1 dia tem 1440 minutos. Logo,
sabemos que que o volume de sangue bombeado durante 1 dia é:
𝑉 = 20 . 1440 = 28800 𝑙𝑉 = 2,88 . 104 𝑙
O.G = 104
9. E
Se a 1 litro é capaz de gerar 12km de movimento, podemos dizer que 54 litros podem gerar 54 x 12 =
648km. Como queremos a Ordem de Grandeza em metros, vamos converter de km para m e colocar esse
valor em notação cientifica.
648𝑘𝑚 = 648000𝑚 = 6,4 . 105 𝑚
Pela regra de O.G, caso o n° seja maior que 3,16, a O.G é a potência de 10𝑛+1 . Logo, O.G é igual a 106 .
10. D
Volume ocupado por um grão V1 =0,5 cmx0,5 cmx1,0 cm = 0,25 cm3 = 0,25.10-3 dm3.
1 L ocupa um volume de 1 dm3 V2 = 1 dm3 1 L contém V2/V1 = 1 dm3/0,2510-3 dm3 = 4000 = 4.10³
4 > 3,16
OG = 104.
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Geografia
Conceitos de Geografia
Teoria
Conceitos-chave da Geografia
Para analisar completamente esse espaço geográfico, objeto de estudo da Geografia, é necessário
compreender quatro conceitos-chave:
• Paisagem: É tudo aquilo que está ao alcance da vista. É resultado da combinação dinâmica entre
elementos naturais e antrópicos, em uma dialética única, produzindo um conjunto indissociável, que é
registro da evolução de determinada sociedade. Pode ser uma paisagem natural, que não sofreu
alteração humana, ou uma paisagem cultural ou alterada, na qual a intervenção humana é marcante.
1
Geografia
• Região: Porção do espaço que, relativamente, representa um todo homogêneo, que se difere do seu
entorno. A região é a superfície em que predomina uma mesma paisagem, um mesmo processo. Existem
diferentes critérios para sua delimitação. Por exemplo, na regionalização abaixo, Pedro Pinchas Geiger
utilizou critérios históricos e econômicos para criar uma regionalização específica do Brasil, que se difere
da regionalização oficial do IBGE em cinco grandes regiões (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e
Sul).
• Lugar: É resultado da relação subjetiva entre o homem e o espaço, estabelecendo uma relação afetiva e
identitária. Pode ser seu bairro, rua ou cidade, pelos quais você possui um sentimento. Quem sabe a sua
futura universidade não seja o seu lugar favorito? Esse conceito pode ser fortemente afetado pela
indústria cultural, que, resumidamente, consegue transformar tudo em mercadoria para consumo em
larga escala, até os bens culturais, como filmes, séries, livros, obras de arte e lugares. Pense em qualquer
obra cinemática ou literária famosa que tenha um lugar que você queira visitar. A partir disso, consegue
reconhecer o lugar abaixo? No filme Up - Altas Aventuras, a história é marcada por um simpático idoso
que sonha em conhecer o Paraíso das Cachoeiras, que foi inspirado em um lugar real, na fronteira da
Venezuela com o Brasil.
2
Geografia
• Território: Espaço delimitado por e a partir de relações de poder. É importante entender que poder é
fruto de uma relação, e não de uma posse. Assim, território consiste em uma área delimitada por
fronteiras, na qual um grupo, naquele momento, exerce alguma forma de poder, legítimo ou não. Essa
definição melhor atende à questão do Estado, isto é, organização política que controla o território.
Todavia, território pode ser abordado a partir do conceito de nação, isto é, conjunto de pessoas que
compartilham uma identidade, uma mesma origem étnica, idioma ou religião. Aquelas nações que
controlam um território formam um Estado-Nação. Porém, nem todas as nações controlam um território.
É o caso dos curdos, que constituem a maior nação sem território. Eles até querem formar seu Estado-
Nação, o Curdistão, porém, esse está incluído no meio do território de outros Estados, o que se configura
em uma questão muito complexa.
3
Geografia
Exercícios
1. (UFV-MG) Observe as figuras adiante, que representam o uso do espaço de uma cidade em dois
momentos distintos:
O uso e a apropriação de determinados espaços pelos agentes sociais definem fronteiras que são
determinadas por relações de poder. Tal processo estabelece uma ordem espacial, em que um grupo
exerce poder sobre o espaço. Assinale o conceito geográfico que está relacionado às práticas espaciais
expressas nas figuras acima:
a) Região.
b) Paisagem.
c) Lugar.
d) Território.
e) Ambiente.
( ) Para algumas correntes da geografia, pode ser entendido(a) como uma classe de área, que pode
apresentar grande uniformidade interna e grandes diferenças quando comparada a outras áreas.
( ) As relações de poder construídas e estabelecidas são determinantes para a sua definição e
delimitação.
( ) É, numa determinada porção do espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de
elementos físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente, uns sobre os outros, fazem
dela, um conjunto indissociável em perpétua evolução.
( ) É marcado(a) pelas relações de consenso, conflito, dominação e resistência onde se cria identidade
e onde se vive.
( ) Conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações, que procura revelar as práticas
sociais dos diferentes grupos.
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Geografia
a) 1,2,4,3,5.
b) 3,4,5,1,2.
c) 5,3,2,4,1.
d) 2,1,3,5,4.
3. (UFPI) Para o geógrafo Milton Santos, paisagem é "o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não
é formada apenas por volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons (...). A dimensão da
paisagem é a dimensão da percepção, o que chega aos sentidos."
(Metamorfose do Espaço Habitado. São Paulo: Hucitec, 1996, p.61-62).
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Geografia
5. (UPE) O texto a seguir, escrito pelo geógrafo pernambucano Manuel Correia de Andrade, examina
algumas questões relacionadas ao espaço geográfico. Analise-o.
"O espaço geográfico, ao contrário do espaço natural, é um produto da ação do homem. O homem,
sendo um animal social, naturalmente atua em conjunto, em grupo, daí ser o espaço geográfico
eminentemente social. A dicotomia entre as ciências da natureza e as ciências da sociedade é falsa,
de vez que se torna difícil separar, de forma absoluta, o natural do social. O homem transforma sempre
o espaço em que vive e, ao transformá-lo, transforma a própria natureza, fazendo com que os desafios
naturais à sua ação sejam diversos da própria natureza modificada pelo homem."
(ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia Econômica. São Paulo: Editora Atlas S.A, 12 ed.)
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Geografia
Gabaritos
1. D
Território corresponde a uma porção do espaço definida por relações de poder. É uma área que implica
a existência de fronteiras e está sujeita às relações de poder de determinado grupo. Assim, a
espacialização da área de prostituição e travestis, mapeada como um território de ação, implica relações
de poder com aquele espaço.
2. C
A primeira alternativa fala sobre uma área classificada a partir de certa uniformidade interna, se referindo
ao conceito de região. A segunda alternativa fala sobre relações de poder, se referindo ao conceito
geográfico de território. A terceira fala sobre um espaço geográfico que une diversos elementos e está
sempre em evolução, nos remetendo as paisagens e a forma como elas se alteram ao longo do tempo.
A quarta fala sobre criar identidade, onde se vive, nos remetendo a ideia de lugar. E por fim a última
alternativa fala a respeito da junção do sistema de objetos e do sistema de ações, nos remetendo a ação
humana, equivalendo, portanto, ao conceito de espaço geográfico.
3. E
Observar a paisagem pode levar ao questionamento dos processos atuantes no espaço geográfico, mas
não revela por si só as explicações por trás desses processos. A paisagem se constitui enquanto
materialidade de processos atuantes. A II está incorreta pois o compreendemos o espaço geográfico
como resultante da ação humana.
4. A
O lugar de fato é tido como um intermédio entre o mundo e o indivíduo. Nele, a lógica de desenvolvimento
dos sistemas sociais se manifesta a partir da globalidade, que interfere diretamente nas individualidades
e dinâmicas locais. O lugar é onde se manifesta a individualidade de um indivíduo, grupo ou sociedade.
É constantemente construído e reconstruído a partir das relações entre local e global.
5. B
O espaço geográfico constitui a totalidade da superfície terrestre apropriada pela humanidade. É
produzido pelo trabalho humano em sua relação com o meio ambiente, do qual extrai os recursos
naturais. A letra D está errada, pois essa ação não ocorre de forma uniforme, uma vez que a evolução
técnica da humanidade permite uma alteração mais intensa em determinados momentos. A letra A está
errada, pois o espaço natural pode conter elementos antrópicos, mas não o suficiente para alterá-lo. Uma
pintura na parede ou um buraco no chão não fazem daquela paisagem um espaço geográfico. Esse
conceito é um pouco relativo de acordo com as correntes de pensamento geográfico. A alternativa B é a
mais correta.
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História
Teoria
Enquanto Constantinopla vivia de riquezas, a irmã Roma, por sua vez, não conseguia se livrar das crises
econômicas que assolavam as grandes cidades do império trazendo fome, miséria e crimes. Com uma vida
tão complicada e sofrendo ainda com as invasões dos povos germânicos ao norte, muitos romanos decidiram
abandonar as cidades e viver no isolamento do campo, iniciando então um processo de êxodo urbano.
Esse processo de ruralização afetou diretamente as relações de trabalho na Europa, visto que a escravidão
greco-romana foi substituída pela servidão. Este cenário impactou nas próprias relações comerciais, pois o
isolamento no campo e a insegurança causada pelas guerras e pelos saques impediram a circulação segura
de moedas e mercadorias. Buscando segurança contra esses problemas, muitos senhores decidiram reforçar
a proteção de suas terras com castelos de pedra e fortalezas, ampliando ainda mais o isolamento.
Esse estado de guerra constante na Europa acontecia porque com a queda do Império Romano do Ocidente,
muitos povos passaram a disputar os novos territórios disponíveis, sobretudo no norte da Europa. Alguns
ainda se anexaram ao antigo império antes da sua queda como povos federados, como os francos que se
instalaram na região da Germânia, os visigodos na Dácia e os Burgúndios em parte da Gália. Nesta conjuntura,
portanto muitas pessoas não se identificavam com a cultura romana, mal sabiam quem era o imperador, e
em muitos lugares, as línguas “bárbaras” eram mais faladas do que o próprio latim.
Os reinos da Europa após a queda do Império Romano do Ocidente. VIDAL-NAQUET, Pierre e BETIN,
Jacques. Atlas histórico: da Pré-história aos nossos dias. Lisboa: Círculo de Leitores, s.d. p. 57.
1
História
No entanto, apesar dessa assimilação nas fronteiras, a continuidade das invasões e das guerras marcou um
período de conflitos que derrubou o Império Romano e que fez do início da Idade Média uma fase caótica e
insegura. A unidade romana já não existia mais, agora imperava o multiculturalismo dos antigos povos
bárbaros.
Apesar da queda de Roma e sem um poder centralizado para se apoiar, a Igreja Católica continuava a crescer
e, agora, difundia o cristianismo também entre esses povos, em uma luta milenar contra as diversas religiões
do continente, que passaram a ser perseguidas e taxadas como paganismo.
O apoio da Igreja foi fundamental inclusive para o crescimento do reino dos francos, visto que, em 496 d.C., o
rei Clóvis, da dinastia merovíngia se converteu ao cristianismo, crescendo, portanto, o poder do clero dentro
do reino. Este apoio foi fundamental, inclusive, para a luta dos francos contra a expansão árabe na batalha de
Poitiers, em 732 d.C.
Apesar do apoio papal, os reis foram perdendo cada vez mais seus poderes, sendo conhecidos inclusive como
“reis indolentes”, deixando o poder para uma espécie de “primeiro-ministro”, responsável pela administração
do reino. Dentre eles, destacou-se Carlos Martel e seu filho, Pepino, o Breve, que com um golpe apoiado pelo
Papa depôs a dinastia dos merovíngios e instalou a nova dinastia carolíngia. Graças a esse apoio concedido,
a Igreja Católica recebeu uma vasta doação de terras conhecidas como o Patrimônio de São Pedro, na região
da Itália, formando o que hoje conhecemos como o Vaticano.
A expansão do Império Carolíngio tomou proporções tão vastas que chegou a dominar com os francos
grande parte da Europa, levando o rei Carlos Magno a receber o título, pelo Papa Leão III, no ano 800 d.C., de
imperador do novo Império Romano do Ocidente, sendo este responsável pela defesa e difusão do
cristianismo na luta contra o paganismo e contra as invasões árabes. Carlos Magno também foi um
importante realizador do movimento conhecido como o renascimento carolíngio, que incentivou a cultura em
seu reino, coma criação de escolas, com a preservação de obras clássicas da antiguidade e o estudo de
grandes pensadores.
Ademais, Carlos Magno foi um dos grandes responsáveis por dar inicio de forma mais
consistente aquilo que ficou conhecido como feudalismo. Para administrar de forma
mais racional os territórios sob o seu domínio e manter a fidelidade dos senhores que
haviam lutado com ele em guerras, o então imperador dividiu a terra em condados e
distribuiu entre os nobres. Junto com a doação de lotes de terras para a nobreza,
Carlos Magno também designava um membro do clero, normalmente um bispo, que
ficava responsável juntamente com o senhor sob determinado território. Para garantir
a boa administração, o governante enviava periodicamente seus representantes,
chamados de missi Dominici, que em latim significa “enviado do senhor”, para supervisionar o trabalho feito
nos ducados.
Só os curiosos ON: foi durante o período que surgiu o que teria sido o primeiro conjunto de leis escritas do
período medieval, as “Leis Capitulares”.
Com a morte de Carlos Magno, o Império Carolíngio começou a ruir, ainda que seu filho Luís, o Piedoso, fizesse
esforços para tentar manter o império. Buscando apoio, Luís dividiu as terras restantes em ducados,
condados e principados doados a homens que formaram o embrião da nobreza medieval, mas, estes cada
vez mais conquistaram autonomia em suas terras, isolando-se e descentralizando o poder.
2
História
Este movimento acabou reduzindo a importância do rei que, após sua morte deixou o império para os seus
três filhos, Carlos, o Calvo, Lotário e Luís, o Germânico. Pelo Tratado de Verdun, assinado em 843 d.C., as
terras herdadas foram divididas entre os 3 e, mais uma vez o poder se fragmentou, isolando ainda mais os
territórios, fortalecendo as nobrezas locais e, por fim, consolidando o sistema conhecido como o feudalismo.
O Feudalismo
O feudalismo foi um sistema de relações sociais e de produção de riquezas que se enraizou na estrutura
europeia durante o período que conhecemos como a Idade Média. Com a perda do poder do rei e a quase
inexistente circulação de moedas e de comércio na Europa, a terra se tornou o bem mais valioso do período
e passou a ser utilizada como ferramenta de troca de serviços, favores ou fidelidade.
Pega a visão:
● Alta Idade Média: período de declínio das bases do império romano e de montagem do sistema feudal
● Baixa Idade Média: período de concretização do feudalismo tal como conhecemos atualmente e seu
declínio.
Assim, o feudalismo foi um modo de produção responsável por definir muito de como as pessoas viviam,
trabalhavam e se relacionavam, sendo fundamental também para a própria manutenção de uma sociedade
de classes onde, no topo, encontravam-se os membros do clero, os nobres e os donos de terras, conhecidos
como os senhores feudais e, embaixo, a camada produtiva, que trabalhava nos campos. Apesar da maior
parte dessa camada ser composta por servos, ou seja, pessoas que estavam ligadas à terra por um contrato
de servidão (diferente da escravidão, pois não eram uma propriedade do senhor feudal), na base da pirâmide
social também existiam os chamados vilões, que eram trabalhadores ou pequenos proprietários livres, mas
ainda assim subordinados aos nobres e aos senhores.
Entre os historiadores, costuma-se dizer que as classes na Idade Média eram divididas entre aqueles que
rezam (clero), os que lutam (nobres) e os que trabalham (camponeses). Apesar de cada classe ter sua função,
cada uma apresentava também as suas obrigações, no entanto, apenas os servos não possuíam privilégios,
sendo condenados ao pagamento de diversos tributos e serviços para poderem produzir ou viver no feudo.
Dentre os chamados impostos feudais, cobrados aos servos, podemos citar:
● Talha – pagamento com parte da produção no manso servil (terras arrendadas aos servos para a
produção pessoal);
● Corveia – de dois a quatro dias na semana os servos eram obrigados a trabalharem
no manso senhorial, seja com manutenção de equipamentos, na agricultura ou em
obras;
● Banalidade – os equipamentos do Senhor Feudal utilizados na produção eram
chamados de banais, logo, para utilizar essas ferramentas (moinho, forno...), os
servos deviam pagar taxas conhecidas como banalidades;
● Tostão de Pedro – destinava parte da produção para a Igreja;
● Mão morta – Tributo pago pela família ao Senhor para continuar na terra caso o
patriarca morresse.
● Formariage – Tributo pago quando um servo ou parente de algum nobre se casava.
Por parte da nobreza e dos senhores feudais, a principal obrigação que estes tinham era a de manter a
segurança no feudo e garantir a estabilidade nas terras. Para isso, realizavam alianças com outros feudos e
3
História
contratos de suserania e vassalagem para ampliar suas conexões, influências e poderes. Neste acordo, um
nobre com maior influência doava um pequeno pedaço de terra para outro nobre de menor influência,
normalmente o segundo filho de algum senhor, que não teria direito a grande herança (direito de
primogenitura). Desta forma, o que doava a terra se tornava o suserano e prometia proteger aquele que
recebeu, este, por sua vez, se tornava um vassalo, um cavaleiro do senhor, jurando lealdade, apoiando em
guerras, protegendo o feudo, cobrando impostos e realizando serviços ao seu suserano.
Esse contrato era estabelecido através de uma cerimônia conhecida como homenagem, que era dividida em
dois atos: o juramento e a investidura. Pelo ato de juramento, o vassalo anunciava sua lealdade e seus
serviços, enquanto pela investidura, o senhor doava uma parte de suas terras ao vassalo, tudo realizado frente
a testemunhas e normalmente selado com um beijo. Essas alianças entre diversos vassalos e suseranos
construía uma rede de proteção entre os feudos na Idade Média que envolvia até mesmo os reis que, com o
tempo, passaram a acumular cada vez mais vassalos ao seu redor.
Pega a visão: tomem muito cuidado aqui porque vocês costumam confundir as relações que existiam no
mundo feudal. Relação de suserania e vassalagem só ocorria entre nobres (!!!!!). Relação de servidão ocorre
entre um nobre e um servo (!!!!!). Ou seja, eram relações distintas que coexistiam no mundo medieval.
Apesar de inovações técnicas terem facilitado a produção agrícola neste período, como os moinhos
hidráulicos, os arados de ferro e as técnicas de rotação de cultura, essas novidades foram insuficientes para
garantir uma produção que atendesse as necessidades da população desses
séculos. Este cenário, portanto, provocou um deslocamento de massas de
camponeses e cavaleiros que, expulsos de suas terras, passaram a vagar entre
feudos ou a vadiar em busca de trabalhos temporários e pequenos saques. Nessa
conjuntura, apesar de muitos ainda vagarem pelos bosques e terras vazios, outros
decidiram se aventurar nas antigas ruínas do Império Romano e reocupar as
cidades abandonadas.
Esse processo de crescimento demográfico e de êxodo marcou o início da Baixa Idade Média e deu origem
ao que conhecemos como a crise do feudalismo. Tendo em vista esse cenário, que além da miséria europeia
ainda contava com a expansão árabe, um movimento religioso com apoio da nobreza surgiu tentando
conciliar soluções para os dois problemas. As chamadas cruzadas, portanto, tinham como objetivo
reconquistar a cidade sagrada de Jerusalém (dominada pelos turcos desde o século VII), expandir a fé cristã,
penetrar novamente o catolicismo romano no Império Bizantino e, por fim, resolver o problema do
crescimento demográfico e da miséria na Europa.
Assim, essa população miserável e os cavaleiros errantes que antes causavam problemas para nobres e para
a Igreja, a partir de agora seriam a solução para outros problemas. Enfim, em 1095, o Papa Urbano II, em um
discurso no Concílio de Clermont convocou os cristãos para as expedições rumo ao oriente, prometendo
4
História
indulgência plena a todos que lutassem e morressem nesta “guerra santa”. , Urbano II acabou reunindo nas
marchas cruzadistas de poderosos reis a cavaleiros miseráveis, que buscavam uma oportunidade de
melhorar suas vidas.
Ainda que as cruzadas não tenham solucionado muitos desses problemas, sobretudo o da
quantidade de miseráveis vagantes, ela acabou abrindo caminhos para outras questões. As
marchas cruzadistas além de reconquistarem novos territórios, também foram
fundamentais para a abertura de antigas rotas comerciais, dominadas pelos árabes, pelo
estabelecimento de postos comerciais, que garantiram um ressurgimento das cidades e,
enfim expandiram a fé cristã.
Uma outra importante conquista das cruzadas também foi a retomada das rotas comerciais do mediterrâneo,
dominada pelos muçulmanos desde o século VIII, isolando a Europa. As cruzadas, portanto, abriram caminhos
para o acesso a importantes centros comerciais da região, como Veneza, Gênova e até mesmo
Constantinopla. Visto isso, podemos perceber que as cruzadas foram fundamentais para desenvolver um
processo que já se iniciava há anos na Europa, o de renascimento comercial e urbano.
Cansados das opressões feudais e sem perspectivas vagando em territórios isolados, muitos servos e
camponeses se deslocaram para a vida nas pequenas cidades que se formavam, trabalhando como artesãos
ou comerciantes e estimulando a realização de feiras e do comércio. Essa nova vida promoveu, enfim, a
possibilidade de uma ascensão econômica para muitas pessoas que passaram a depender dessas
atividades.
Enfim, dois grandes polos comerciais, durante a Baixa Idade Média, estabeleceram-se na Europa, um na Itália
com as ricas cidades mediterrâneas e o outro germânico, com a Liga Hanseática, no norte da atual Alemanha,
controlando o comércio da região. A poderosa estrutura comercial que se estabeleceu possibilitou inclusive
o enriquecimento de indivíduos, que passaram a empregar outros funcionários de forma assalariada, controlar
rotas comerciais, dominar o mercado e, consequentemente, fortalecer uma nova classe que ascendia: a
burguesia.
A Igreja Medieval
As relações sociais e o modo de produção feudal foram características fundamentais da
sociedade medieval, mas, não podemos compreender este período sem nos aprofundarmos
na influência da Igreja Católica neste mundo. A questão espiritual, desde a antiguidade, sempre
se manifestou como característica essencial de diversas culturas e, no caso europeu, desde o
fim do Império Romano, o cristianismo se tornava cada vez mais a grande influência religiosa
da região.
Com o período Carolíngio, como visto, a Igreja Católica passou a exercer mais do que um poder espiritual,
pois adentrou definitivamente nas questões políticas dos reinos germânicos, passou a influenciar decisões,
controlar a vida das pessoas e se tornou, enfim, uma grande proprietária de terras, fortemente vinculada à
estrutura feudal. Assim, a Igreja Católica detinha um vasto poder sobre os calendários, as datas, as decisões
políticas, as horas de trabalho e até mesmo os dias que poderiam ter batalhas e os dias santos.
Dominando grande parte da Europa e se relacionando com as principais monarquias e nobrezas, a Igreja
conseguiu se tornar a principal instituição do mundo e realizar obras faraônicas para constantemente reforçar
o seu poder. Visto isso, durante a Idade Média, diversas igrejas de arquitetura gótica, mosteiros e abadias
foram construídos pela Europa, sendo estes últimos importantes centros de cultura letrada.
5
História
Pega a visão: um dos fatores que fizeram com que o período medieval ficasse conhecido como a Idade das
Trevas foi o amplo domínio da Igreja em diversos setores. Porém, é importante estar ligado que não se usa
mais esse termo, porque já se compreende que ele aplica um juízo de valor sobre o período histórico. Então,
não marca bobeira e chama na crítica, bebês!
Nos mosteiros e nas abadias os monges preservavam textos antigos, traduziam livros estrangeiros,
organizavam bibliotecas e escolas e guardavam artefatos considerados sagrados. Muitos monges chegaram
a abandonar a chamada “vida secular” (em contato com a terra, com as riquezas), para se dedicarem
integralmente às regras do cristianismo, isolando-se em mosteiros e abrindo mão de todos os bens materiais,
ficando conhecidos como o clero regular.
Por outro lado, o chamado clero secular, manteve-se ligado às riquezas possuídas pela Igreja Católica, à
administração de terras e ao mundo material. Muitos monges acumularam vastas riquezas através das
doações que recebiam de fiéis que buscavam perdão por seus pecados. Por volta do ano 1000 essa onda de
doações se tornou ainda maior, visto que a crença na proximidade do fim do mundo desesperava muitos fiéis,
que tentaram de tudo para conseguir o perdão.
De fato, o apego de parte deste clero a tais bens materiais acabou gerando muitas críticas e denúncias por
parte de fiéis que não concordavam com essa ostentação e, antes mesmo das grandes reformas
protestantes, já iniciavam na Idade Média uma leve ruptura com o catolicismo, através da criação de seitas,
facções e orientações que divergiam da doutrina católica. Esses movimentos acabaram condenados como
heresias.
O ponto mais alto dessas divergências e da criação de novas correntes religiosas durante a Idade Média
ocorreu em 1054, com o chamado Cisma do Oriente. Há séculos que a Igreja Católica do Império Bizantino e
a de Roma estavam distantes, defendendo inclusive doutrinas que divergiam em certos pontos. No entanto,
o momento mais sensível na relação entre as duas partes ocorreu quando o Papa decidiu excomungar o
patriarca bizantino Miguel Cerulário, que, insatisfeito, proclamou a separação definitiva das duas igrejas,
criando, enfim a Igreja Católica do Oriente, ou a Igreja Ortodoxa, em Constantinopla.
Entre 1315 e 1322, intensas chuvas no noroeste da Europa dificultaram a produção agrícola da região,
causando uma crise de abastecimento no continente. Para piorar, alguns anos depois os alimentos e produtos
que atravessavam as novas rotas comerciais começaram a sofrer com o bloqueio dos caminhos ocasionado
por batalhas, como a Guerra dos Cem anos, entre 1337 e 1453. Esse cenário caótico de más colheitas e
bloqueio comercial acabou gerando a chamada grande fome do século XIV.
Com a fome e as guerras assolando a maior parte da Europa, um novo problema também surgiu neste período
para ampliar o número de mortos e devastar 1/3 da população europeia: a peste negra.
Na época, com uma medicina incipiente e com poucos estudos sobre a questão, não
havia medicamentos ou tratamentos eficazes contra a doença e nem mesmo uma
informação exata sobre os motivos reais da peste negra, sendo genericamente
6
História
associada à grande população de ratos que circulavam pelas cidades reocupadas. No entanto, a verdadeira
causa da peste, descoberta graças aos estudos da microbiologia no século XIX, estaria nas pulgas que
transmitiam a doença.
Essa conjuntura de fome, doenças, guerras e mortes, somados à vida precária e submissa de servos no campo
acabaram sendo o estopim para diversas revoltas na Europa e, naturalmente, para o desgaste do próprio
feudalismo. Um grande exemplo dessas revoltas que apavorou senhores feudais na Europa foi a chamada
jacquerie, que estourou no norte da França em 1358. Cerca de 20 mil camponeses foram mortos pelo exército
francês após se rebelarem contra as opressões sofridas e contra os problemas que abatiam a população
local. Este movimento acabou dando o nome de jacquerie para diversas outras manifestações camponesas
do período.
7
História
Exercícios
1. (Mackenzie/SP – 2014) Aquilo que dominava a mentalidade e a sensibilidade dos homens da Idade
Média era o seu sentimento de insegurança (...) que era, no fim das contas, a insegurança quanto à vida
futura, que a ninguém estava assegurada (...). Os riscos da danação, com o concurso do Diabo, eram
tão grandes, e as probabilidades de salvação, tão fracas que, forçosamente, o medo vencia a
esperança.
Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval.
O mundo medieval configurou-se a partir do medo da insegurança, como retratado no texto acima.
Encontre a alternativa que melhor condiz com o assunto.
a) A crise econômica decorrente do final do Império Romano, a guerra constante, as invasões
bárbaras, a baixa demográfica, as pestes, tudo isso aliado a um forte conteúdo religioso de punição
divina aos pecados contribuiu para o clima de insegurança medieval.
b) A peste bubônica provocou redução drástica na demografia medieval, levando a crenças
milenaristas e apocalípticas, sufocadas, por sua vez, pela rápida ação da Igreja, disponibilizando
recursos médicos e financeiros para a erradicação das várias doenças que afetam seus fiéis.
c) O clima de insegurança que predominou em toda a Idade Média decorreu das guerras constantes
entre nobres – suseranos – e servos – vassalos, contribuindo para a emergência de teorias
milenaristas no continente.
d) As enfermidades que afetavam a população em geral contribuíram para a demonização de
algumas práticas sociais, como o hábito de usar talheres nas refeições, adquirido, por sua vez, no
contato com povos bizantinos.
e) A certeza da punição divina a pecados cometidos pelos humanos predominava na mentalidade
medieval; por isso, nos vários séculos do período, eram constantes os autos de fé da Inquisição,
incentivando a confissão em massa, sempre com tolerância e diálogo.
8
História
2. (Unicamp SP/2015) “Guerreiros a pé e cavaleiros fizeram um caminho através dos cadáveres. Mas tudo
isso ainda era pouca coisa. Fomos ao Templo dealomão, onde os sarracenos tinham o costume de
celebrar seus cultos. O que se passou nestes lugares? Se dissermos a verdade, ultrapassaremos o
limite do que é possível crer. Será suficiente dizer que, no Templo e no pórtico de Salomão, cavalgava-
se em sangue até os joelhos dos cavaleiros e até o arreio dos cavalos. Justo e admirável julgamento
de Deus, que quis que este lugar recebesse o sangue daqueles que blasfemaram contra Ele durante
tanto tempo.”
Raymond d’Aguiller, Historia Francorum qui ceperunt Jerusalem. Disponível em:
ttp://www.fordham.edu/halsall/source/raymondcde.asp#jerusalem2. Acessado em 01/10/2014.
O texto acima se refere à Primeira Cruzada (1096- 1099). Responda às questões abaixo.
3. (Enem – 2015)
Os calendários são fontes históricas importantes, na medida em que expressam a concepção de tempo
das sociedades. Essas imagens compõem um calendário medieval (1460-1475) e cada uma delas
representa um mês, de janeiro a dezembro. Com base na análise do calendário, apreende-se uma
concepção de tempo:
a) cíclica, marcada pelo mito arcaico do eterno retorno.
b) humanista, identificada pelo controle das horas de atividade por parte do trabalhador.
c) escatológica, associada a uma visão religiosa sobre o trabalho.
d) natural, expressa pelo trabalho realizado de acordo com as estações do ano.
e) romântica, definida por uma visão bucólica da sociedade.
9
História
4. (UEFS 2010) Carlos Magno dividiu [seus domínios] em circunscrições. As circunscrições fronteiriças
chamavam-se marcas. [...] As marcas eram bem fortificadas e serviam para a proteção do Estado
contra invasões posteriores. A frente de cada circunscrição estava um conde.
O conde que chefiava uma marca chamava-se margrave. [...] Carlos Magno distribuía benefícios entre
seus vassalos. Exigia deles não somente participação pessoal nas expedições militares, mas também
a apresentação de homens armados.
(KOMINSKY, [s.d.], p. 92).
O reinado de Carlos Magno (768-814 d.C.), na Gália, concretizou-se por desenvolver uma política
que culminou com
a) a decadência do Império Romano, ao agregar, no seu exército, elementos bárbaros, que se
sublevaram e minaram o poder do exército romano.
b) a formação do feudalismo, através da concessão de benefícios que fortaleciam o poder local, ao
estabelecer uma rede de proteção e favores.
c) a perda da influência política e social da Igreja Católica, ao estabelecer o cesaropapismo e
submetê-la ao controle do Estado.
d) o fortalecimento do Estado Moderno, submetendo a nobreza ao controle do poder real e
contribuindo para desagregar a burguesia industrial.
e) a expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica e a consolidação do poder dos marqueses e dos
condes, em detrimento do poder real.
5. (PUC - RS – 2010) O sistema feudal, que se constitui na Europa Ocidental entre os séculos V e X, é fruto
da progressiva integração entre estruturas sociais _________ e _________, sendo o modelo clássico desse
sistema estabelecido no reino dos _________, sobretudo a partir da fragmentação do império _________.
a) gregas – germânicas – visigodos – carolíngio
b) romanas – normandas – visigodos – bizantino
c) romanas – germânicas – francos – carolíngio
d) gregas – normandas – francos – bizantino
e) romanas – germânicas – visigodos – carolíngio
10
História
Gabaritos
1. A
A espiritualidade medieval, controlada pelo cristianismo, difundia entre os fiéis que o “fim dos tempos”
estava próximo e condenava diversas práticas com punições violentas e até a morte. Se não bastasse a
construção dessa mentalidade escatológica entre os indivíduos da Idade Média, os perigos reais também
assolavam essa população com pestes, guerras e grandes invasões, alimentando esse sentimento
eterno de medo e insegurança.
2.
a) Dentre as motivações econômicas para as cruzadas, podemos citar a busca por novas terras com a
reconquista de territórios dominados pelos muçulmanos e pelos árabes, assim como a abertura de
novas rotas comerciais, principalmente no Mar Mediterrâneo. Na questão política, as cruzadas
poderiam garantir o fortalecimento de reis e nobres que embarcaram nas marchas e até mesmo
enfraquecer a Igreja Católica Ortodoxa com o fortalecimento do Papa.
b) O grupo social que liderou o movimento foi a nobreza, visto que grandes cruzadas foram lideradas
por reis, duques e condes que buscavam conquistar novas terras e ampliar suas influências. Segundo
o cronista, o apoio de divino estaria na vontade de Deus em punir e derramar o “sangue daqueles que
blasfemaram contra Ele durante tanto tempo”.
3. D
O ritmo de trabalho anual apresentado pelo quadro segue as exigências da própria natureza. Com
estações do ano bem demarcadas, os camponeses precisavam dividir bem seus trabalhos para
garantirem uma produção de subsistência para suas famílias e para o pagamento dos tributos
obrigatórios. Portanto, dependiam de questões naturais para dividirem seus trabalhos.
4. B
O trecho falando sobre a administração de Carlos Magno está descrevendo a formação da relação de
vassalagem e suserania, que se tornou um grande marco durante o período medieval. Embora o
imperador tivesse o poder concentrado em suas mãos, suas ações acabaram favorecendo o
fortalecimento do poder local em torno dos senhores feudais.
5. C
O sistema feudal, que se constitui na Europa Ocidental entre os séculos V e X, é fruto da progressiva
integração entre estruturas sociais romanas e germânicas, sendo o modelo clássico desse sistema
estabelecido no reino dos francos, sobretudo a partir da fragmentação do império carolíngio.
11
Matemática
Exercícios
1. Uma pessoa precisa comprar 15 sacos de cimento para uma reforma em sua casa. Faz pesquisa de preço
em cinco depósitos que vendem o cimento de sua preferência e cobram frete para entrega do material,
conforme a distância do depósito à sua casa. As informações sobre preço do cimento, valor do frete e
distância do depósito até a casa dessa pessoa estão apresentadas no quadro.
B 21,50 3,00 12
C 22,00 1,50 14
D 21,00 3,50 18
E 24,00 2,50 2
A pessoa escolherá um desses depósitos para realizar sua compra, considerando os preços do cimento
e do frete oferecidos em cada opção.
Se a pessoa decidir pela opção mais econômica, o depósito escolhido para a realização dessa compra
será o
a) A.
b) B.
c) C.
d) D.
e) E.
8
Matemática
3. Uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno é Templo de Kukulkán, localizado na cidade de Chichén
Itzá, no México. Geometricamente, esse templo pode ser representado por um tronco reto de pirâmide
de base quadrada.
As quantidades de cada tipo de figura plana que formam esse tronco de pirâmide são
a) 2 quadrados e 4 retângulos.
b) 1 retângulo e 4 triângulos isósceles.
c) 2 quadrados e 4 trapézios isósceles.
d) 1 quadrado, 3 retângulos e 2 trapézios retângulos.
e) 2 retângulos, 2 quadrados e 2 trapézios retângulos.
8
Matemática
4. A exposição a barulhos excessivos, como os que percebemos em geral em trânsitos intensos, casas
noturnas e espetáculos musicais, podem provocar insônia, estresse, infarto, perda de audição, entre
outras enfermidades. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, todo e qualquer som que
ultrapasse os 55 decibéis (unidade de intensidade do som) já pode ser considerado nocivo para a saúde.
O gráfico foi elaborado a partir da medição do ruído produzido, durante um dia, em um canteiro de
obras.
8
Matemática
5. Um administrador resolve estudar o lucro de sua empresa e, para isso, traça o gráfico da receita e do
custo de produção de seus itens, em real, em função da quantidade de itens produzidos.
O lucro é determinado pela diferença: 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 – 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜. O gráfico que representa o lucro dessa empresa,
em função da quantidade de itens produzidos, é
8
Matemática
6. O Estatuto do Idoso, no Brasil, prevê certos direitos às pessoas com idade avançada, concedendo a
estas, entre outros benefícios, a restituição de imposto de renda antes dos demais contribuintes. A
tabela informa os nomes e as idades de 12 idosos que aguardam suas restituições de imposto de renda.
Considere que, entre os idosos, a restituição seja concedida em ordem decrescente de idade e que, em
subgrupos de pessoas com a mesma idade, a ordem seja decidida por sorteio.
Nessas condições, a probabilidade de João ser a sétima pessoa do grupo a receber sua restituição é
igual a
1
a)
12
7
b)
12
1
c)
8
5
d)
6
1
e)
4
8
Matemática
8. Uma empresa de ônibus utiliza um sistema de vendas de passagens que fornece a imagem de todos
os assentos do ônibus, diferenciando os assentos já vendidos, por uma cor mais escura, dos assentos
ainda disponíveis. A empresa monitora, permanentemente, o número de assentos já vendidos e
compara-o com o número total de assentos do ônibus para avaliar a necessidade de alocação de
veículos extras.
Na imagem tem-se a informação dos assentos já vendidos e dos ainda disponíveis em um determinado
instante.
A razão entre o número de assentos já vendidos e o total de assentos desse ônibus, no instante
considerado na imagem, é
16
a)
42
16
b)
26
26
c)
42
42
d)
26
42
e)
16
8
Matemática
9. Um pé de eucalipto em idade adequada para o corte rende, em média, 20 mil folhas de papel A4. A
densidade superficial do papel A4, medida pela razão da massa de uma folha desse papel por sua área,
é de 75 gramas por metro quadrado, e a área de uma folha de A4 é 0,062 metro quadrado.
Disponível em: http://revistagalileu.globo.com. Acesso em: 28 fev. 2013 (adaptado).
10. A Figura 1 apresenta uma casa e a planta do seu telhado, em que as setas indicam o sentido do
escoamento da água de chuva. Um pedreiro precisa fazer a planta do escoamento da água de chuva de
um telhado que tem três caídas de água, como apresentado na Figura 2.
A figura que representa a planta do telhado da Figura 2 com o escoamento da água de chuva que o
pedreiro precisa fazer é
e)
a) c)
b) d)
8
Matemática
Gabaritos
1. C
Calcularemos o valor total pela multiplicação da quantidade de sacos comprados pelos valores dos
sacos de cimento, mais o valor do frete por quilômetro. Assim:
A) 15 ∙ 23 + 1 ∙ 10 = 355 reais.
B) 15 ∙ 21,50 + 3 ∙ 12 = 358,50 reais.
C) 15 ∙ 22 + 1,50 ∙ 14 = 351 reais.
D) 15 ∙ 21 + 3,50 ∙ 18 = 378 reais.
E) 15 ∙ 24 + 2,50 ∙ 2 = 365 reais.
2. C
A questão diz que a miniatura tem 100 micrômetros e que um micrômetro é a milionésima parte de um
metro, ou seja:
1 micrômetro = 1,0 x 10 – 6 metros
A questão quer saber qual é a representação, em metros, da miniatura. Devemos nos lembrar que a
miniatura possui 100 micrômetros, e então temos que:
100 micrômetro = 100 x 10 – 6 = 1,0 x 10 – 4 metros.
3. C
A questão fala sobre o tronco de uma pirâmide de base quadrada, vamos agora observar as faces desse
sólido:
Temos 2 faces quadradas (a base inferior e a base superior) e 4 faces trapezoidais (as faces laterais).
Logo, o gabarito é a letra C.
4. E
Para calcular o total de horas, devemos olhar a parte do gráfico que ultrapassa, está acima, a marca de
55 decibéis.
A quantidade de horas que ultrapassa isso é dado, respectivamente, por:
3 + 3 + 3 + 1 + 3 = 13 horas.
5. A
Pelo gráfico, no intervalo de x entre 5 e 15, temos que o valor do custo é maior que o da receita. Por esse
motivo, temos que o resultado receita − custo é negativo nesse intervalo. O único gráfico que ilustra um
lucro negativo para x entre 5 e 15 é o da letra A.
8
Matemática
6. E
A questão diz que em subgrupos de pessoas da mesma idade, a ordem é decidida por sorteio. Temos
que o João está no subgrupo dos 75 anos, onde possuem outros 3 idosos. A sétima pessoa da lista, será
tirada desse subgrupo. Como será feito sorteio, a probabilidade terá 1 caso favorável (João ser sorteado)
e 4 casos possíveis (João, Heloisa, Marisa e Pedro). Logo a probabilidade é dada por:
𝐶𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟á𝑣𝑒𝑖𝑠 1
𝑃= =
𝐶𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑖𝑠 4
7. C
Faremos a razão entre o número de peças produzidas e o número de horas trabalhadas em cada dia:
800
• Dia 1: = 200
4
1000
• Dia 2: = 125
8
1100
• Dia 3: = 220
5
1800
• Dia 4: = 200
9
1400
• Dia 5: = 140
10
Como a maior razão ocorre no dia 3, essa é a nossa solução.
8. A
Calculando a razão:
Total de assentos: 42.
16
Assentos vendidos: 16. Assim, a razão é .
42
9. E
Temos que densidade d = 75 gm²
Então, podemos montar uma regra de três da seguinte forma:
75g-1m²
x-0,062 m²
Multiplicando cruzado, temos
x=75∙0,062
x=4,65 g
Então, em cada folha temos 4,65 g.
Como um pé de eucalipto rende, em média, 20 mil folhas de papel A4, então temos:
20000 ∙ 4,65=93000 g
Passando de gramas para quilogramas, temos 93 kg.
Portanto, um pé de eucalipto, em média, rende 93 kg de papel.
10. B
No enunciado diz que o telhado é dividido em 3 partes. Com isso, pensaremos na alternativa que mostra
a direção do escoamento da água.
A alternativa que representa isso é a de letra B.
8
Português
Teoria
Morfologia
A morfologia é a área da gramática que estuda a formação das palavras, sua estrutura e as classes
gramaticais. Nessa área de estudo, a palavra é analisada isoladamente, sem, necessariamente, estar
inserida em um contexto frasal, por exemplo, como é o caso da sintaxe.
Sintaxe
A sintaxe é a parte da gramática que estuda a organização das palavras em uma oração (estrutura frasal que,
obrigatoriamente, se forma em torno de um verbo ou de uma locução verbal) e a organização das orações em
um discurso.
A sintaxe analisa a função que as palavras desempenham em uma oração/período. Essas funções são
chamadas “funções sintáticas”. São elas: sujeito, predicado, agente da passiva, predicativos, complementos
verbais, complemento nominal, adjunto adverbial, adjunto adnominal, aposto e vocativo. Além disso, ela
também analisa o modo como as orações estão organizadas em um texto.
Analise a frase:
A menina comeu o bolo de chocolate.
1
Português
No entanto, perceba que a função sintática das palavras não é a mesma da oração anterior, pois as palavras
não desempenham funções sintáticas fixas.
O bolo gostoso = sujeito
O = adjunto adnominal
Gostoso = adjunto adnominal
É = verbo de ligação
De chocolate = predicativo do sujeito
Semântica
A semântica estuda o significado e a interpretação do signifcado de um vocábulo, expressão ou até mesmo
de uma frase em um determinado contexto.
Alguns conceitos são extremamente importantes no campo da semântica. São eles:
• Conotação – sentido figurado (não literal).
• Denotação – sentido literal.
• Sinonímia – palavras com sentidos semelhantes.
• Antonímia – palavras com sentidos opostos.
• Polissemia – mais de um significado para uma mesma palavra ou expressão.
• Ambiguidade – mais de uma possibilidade de interpretação/duplo sentido.
2
Português
Exercícios
1. (UEMG) Trabalivre
Um dia minha mãe me disse
Você já é grande, tem que trabalhar
Naquele instante aproveitei a chance
Vi que eu era livre para me virar
Fiz minha mala, comprei a passagem
O tempo passou depressa e eu aqui cheguei
Passei por tudo que é dificuldade
Me perdi pela cidade mas já me encontrei
3
Português
4
Português
5
Português
II. Pensar sobre a vaga, buscar conhecer a empresa e o que ela busca já faz de você alguém especial.
Muitos que procuram o balcão de emprego não compreendem que os detalhessão fundamentais para
conseguir a recolocação. Agora, não pense que você vai conseguir na primeira investida, a busca por
um novo emprego requer paciência e persistência, tenha você 20 anos ou 50.
Balcão de Emprego. Disponível em: <https://empregabrasil.com.br/>
O termo “Agora” pode ser substituído, respectivamente, em I e II e sem prejuízo de sentidos nos dois
textos, por
a) Neste momento; Por conseguinte.
b) Neste ínterim; De fato.
c) Portanto; Ademais.
d) Todavia; Então.
e) Doravante; Mas.
6
Português
5. (UERJ)
Há exatos cem anos, saía da vida para a história um dos maiores brasileiros de todos os tempos: o
pernambucano Joaquim Nabuco. Político que ousou pensar, intelectual que não se omitiu em agir,
pensador e ativista com causa, principal artífice da abolição do regime escravocrata no Brasil. Apesar
da vitória conquistada, Joaquim Nabuco reconhecia: “Acabar com a escravidão não basta. É preciso
acabar com a obra da escravidão”, como lembrou na semana passada Marcos Vinicios Vilaça, em
solenidade na Academia Brasileira de Letras.
Mas a obra da escravidão continua viva, sob a forma da exclusão social: pobres, especialmente negros,
sem terra, sem emprego, sem casa, sem água, sem esgoto, muitos ainda sem comida; sobretudo sem
acesso à educação de qualidade.
Ainda que não aceitemos vender, aprisionar e condenar seres humanos ao trabalho forçado pela
escravidão – mesmo quando o trabalho escravo permanece em diversas partes do território brasileiro
–, por falta de qualificação, condenamos milhões ao desemprego ou trabalho humilhante. Em 1888,
libertamos 800 mil escravos, jogando-os na miséria. Em 2010, negamos alfabetização a 14 milhões de
adultos, negamos Ensino Médio a 2/3 dos jovens. De 1888 até nossos dias, dezenas de milhões
morreram adultos sem saber ler.
Cem anos depois da morte de Joaquim Nabuco, a obra da escravidão se mantém e continuamos
escravocratas.
Somos escravocratas ao deixarmos que a escola seja tão diferenciada, conforme a renda da família de
uma criança, quanto eram diferenciadas as vidas na Casa Grande ou na Senzala. Somos escravocratas
porque, até hoje, não fizemos a distribuição do conhecimento: instrumento decisivo para a liberdade
nos dias atuais. Somos escravocratas porque todos nós, que estudamos, escrevemos, lemos e
obtemos empregos graças aos diplomas, beneficiamo-nos da exclusão dos que não estudaram. Como
antes, os brasileiros livres se beneficiavam do trabalho dos escravos.
Somos escravocratas ao jogarmos, sobre os analfabetos, a culpa por não saberem ler, em vez de
assumirmos nossa própria culpa pelas decisões tomadas ao longo de décadas. Privilegiamos
investimentos econômicos no lugar de escolas e professores. Somos escravocratas, porque
construímos universidades para nossos filhos, mas negamos a mesma chance aos jovens que foram
deserdados do Ensino Médio completo com qualidade. Somos escravocratas de um novo tipo: a
negação da educação é parte da obra deixada pelos séculos de escravidão.
A exclusão da educação substituiu o sequestro na África, o transporte até o Brasil, a prisão e o trabalho
forçado. Somos escravocratas que não pagamos para ter escravos: nossa escravidão ficou mais barata
e o dinheiro para comprar os escravos pode ser usado em benefício dos novos escravocratas. Como
na escravidão, o trabalho braçal fica reservado para os novos escravos: os sem educação.
Negamo-nos a eliminar a obra da escravidão.
Somos escravocratas porque ainda achamos naturais as novas formas de escravidão; e nossos
intelectuais e economistas comemoram minúscula distribuição de renda, como antes os senhores se
vangloriavam da melhoria na alimentação de seus escravos, nos anos de alta no preço do açúcar.
Continuamos escravocratas, comemorando gestos parciais. Antes, com a proibição do tráfico, a lei do
ventre livre, a alforria dos sexagenários. Agora, com o bolsa família, o voto do analfabeto ou a
aposentadoria rural. Medidas generosas, para inglês ver e sem a ousadia da abolição plena.
7
Português
Somos escravocratas porque, como no século XIX, não percebemos a estupidez de não abolirmos a
escravidão. Ficamos na mesquinhez dos nossos interesses imediatos negando fazer a revolução
educacional que poderia completar a quase-abolição de 1888. Não ousamos romper as amarras que
envergonham e impedem nosso salto para uma sociedade civilizada, como, por 350 anos, a escravidão
nos envergonhava e amarrava nosso avanço.
Cem anos depois da morte de Joaquim Nabuco, a obra criada pela escravidão continua, porque
continuamos escravocratas. E ao continuarmos escravocratas, não libertamos os escravos
condenados à falta de educação.
Cristovam Buarque. Adaptado de O Globo, 30/01/2000
8
Português
Gabaritos
1. A
A quebra de expectativa se da pelo fato de que o eu lírico usará o sábado para aprimorar suas capacidades
em vez de descansar.
2. D
É possível verificar no poema a repetição do fonema /v/, que pode ser associada ao barulho do vento. No
plano sintático, vemos a repetição de estruturas como “O vento varria...”.
3. a) As duas possibilidades de interpretação são: i) “Para” sendo verbo no imperativo; “nóia” sendo vocativo.
Nesse caso, a ideia é de parar a nóia, como se mandasse ela acabar. ii) A formação do substantivo
“Paranóia”, que, na psiquiatria, é associado a alguns transtornos psicológicos, mas também é conhecido
pela abreviação “nóia”.
4. E
No primeiro caso, a palavra “agora” tem sentido temporal: daqui pra frente. Já no segundo, ela marca uma
quebra de expectativa e pode ser substituída por “no entanto”, “mas”, “entretanto”.
5. A
Além de estabelecer uma relação de tempo, o conectivo “ao” também permite uma relação de causa. Para
verificar, podemos trocá-lo pela conjunção causal “porque”: “Somos escravocratas porque deixamos que
a escola seja tão diferenciada”.
9
Química
Teoria
Tratamento de água
O tratamento de água, é um longo processo de transformação pelo qual a água passa, até chegar em
condições de uso para abastecer a população, independente da função que ela terá. Esse processo é feito em
sete etapas:
• Coagulação: momento em que a água chega na estação de tratamento de água e recebe uma dosagem
de sulfato de alumínio. O sulfato de alumínio é o responsável para que as partículas de sujeiras iniciem
o processo de união.
• Floculação: continuando o processo de união das partículas de sujeira, só que com a água em
movimento, transformando-as em flocos de sujeira.
• Decantação: aglutinadas e formando flocos, as sujeiras vão se separar da água pela ação da gravidade,
passando para o fundo dos tanques ou ficando presas em suas paredes.
• Filtração: A água passa por filtros de diversas granulações, junto a um carvão mineral. Nessa etapa
ficarão retidas as impurezas que sobreviveram nas fases anteriores.
• Desinfecção: É a cloração, para eliminar germes nocivos à saúde e garantir a qualidade da água até a
torneira da sua casa. Neste processo pode ser usado: hipoclorito de sódio, cloro gasoso ou dióxido de
cloro.
• Fluoretação: etapa onde será adicionado fluossilicato de sódio ou ácido fluossilícico (em dosagens
adequadas). Com a finalidade de prevenir e reduzir a incidência de cárie dentária, seus dentes
agradecem!
• Correção: trata-se da correção do famoso pH. É adicionado carbonato de sódio para uma neutralização
adequada à proteção da tubulação da rede e da residência dos usuários e não haver corrosão.
8
Química
Agora que a água passou por todas essas sete etapas, ela está pronta para o consumo e já está na torneira
da sua casa! Observe no esquema abaixo todo o trajeto descrito acima.
Tratamento de esgoto
Após você utilizar a água, ela vai para o tratamento de esgoto. Como a água proveniente desse tratamento
não é destinada ao consumo humano, o processo é mais simples e menos criterioso. Apesar disso, existem
especificações da água na saída da estação que devem obedecer às normas ambientais. Dependendo do
descarte, a água pode ser reutilizada em sistemas de resfriamento e para geração de vapor industrial. Esse
processo ocorre em cinco fases que serão apresentadas abaixo:
• Peneiramento ou gradeamento: Inicialmente, o esgoto passa por grades e peneiras para retenção de
sólidos grandes.
• Caixa de areia: etapa de separação, a qual areias mais densas, são isoladas do esgoto por decantação;
• Decantação primária: em um decantador primário ocorre a sedimentação das outras partículas sólidas
presentes.
• Aeração: em tanques de aeração, é inserido ar próximo à entrada de esgoto, fazendo com que os micro-
organismos presentes no esgoto se multipliquem. A finalidade dessa etapa é degradar o material
orgânico através de seu metabolismo natural.
• Decantação secundária: por fim, o efluente tratado é separado do lodo ativado, que é coagulado e
decantado para o fundo do tanque. Uma parte deste lodo é retornado ao tanque de aeração para
contribuir com a degradação das impurezas e o restante é separado para secagem e descarte
apropriado. A água resultante pode ser descartada em um corpo hídrico ou reutilizada.
8
Química
Cromatografia
A cromatografia foi proposta por Mikhail Semenovich Tsweet em 1906, quando Mikhail separou clorofila de
uma mistura de pigmento de planta. Essa técnica é trabalhada em duas fases:
• Fase móvel: nessa etapa, componentes “correm” por um solvente fluido, que pode ser líquido ou gasoso.
• Fase estacionária: fase em que o componente que está sendo separado ou identificado irá se fixar na
superfície de outro material líquido ou sólido.
O processo de cromatologia consiste basicamente na passagem da fase móvel para a fase estacionária (pode
ser dentro de uma coluna ou placa). Assim, os componentes da mistura são separados pela diferença de
afinidade através das duas fases.
Cada um dos componentes da mistura é seletivamente retido pela fase estacionária, resultando em
migrações diferenciais destes componentes. Essa técnica é muito útil para identificação de substâncias,
purificação de compostos e separação de componentes de misturas.
A cromatografia pode ser classificada em três categorias, cromatografia gasosa, cromatografia líquida e
cromatografia supercrítica.
Cromatografia gasosa: processo de separação dos componentes da mistura por meio de uma fase gasosa
móvel sobre um solvente. Observe o esquema abaixo:
8
Química
Cromatografia líquida: nessa técnica, a fase estacionária é constituída de partículas sólidas organizadas em
uma coluna, a qual é atravessada pela fase móvel.
Há também a cromatografia supercrítica, técnica que é caracterizada por utilizar na fase móvel um vapor
pressurizado, acima de sua temperatura crítica.
8
Química
Exercícios
1. (PUC-RIO) Considere o esquema abaixo que mostra as etapas de tratamento da água na Companhia
de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP:
Na etapa 2, a adição de cal, nome vulgar do óxido de cálcio, tem o objetivo de corrigir o pH para
aumentar a eficiência no processo de floculação das partículas em suspensão.
Sobre o fenômeno que ocorre nessa etapa, é correto afirmar que a cal reage com:
a) o cloreto de sódio presente na água para diminuir o pH do meio.
b) os íons H+ para aumentar o pH do meio.
c) os íons OH− para diminuir o pH do meio.
d) o hidróxido de sódio presente na água para aumentar o pH do meio.
e) a água da represa para diminuir o pH do meio
8
Química
2. (PUC-PR) A água é de suma importância à população, então, é extremamente necessário que essa água
seja tratada de maneira correta. Entende-se o tratamento de água como sendo um conjunto de
procedimentos físicos e químicos para torná-la potável. A figura a seguir mostra as etapas do
tratamento de água utilizado atualmente. A respeito do tratamento de água e das etapas referentes a
esse processo, assinale a alternativa CORRETA.
8
Química
3. (UEFS) Normalmente as substâncias são obtidas em mistura, seja na natureza, seja em laboratórios
como produtos de reações químicas. Na maioria das vezes, é necessário separar os componentes de
uma mistura para que possam ser utilizados. Para a separação, recorre-se a técnicas baseadas em
diferenças de propriedades entre os componentes da mistura. O esquema mostra as etapas de
separação de uma mistura.
Uma mistura de hexano com 5% (v/v) de acetona foi utilizada como fase móvel na separação dos
componentes de um extrato vegetal obtido a partir de pimentões. Considere que esse extrato contém
as substâncias representadas.
8
Química
(1) Fluoretação: é quando se adiciona flúor na água, cuja finalidade é prevenir a formação de cárie
dentária em crianças.
(2) Floculação: ocorre em tanques de concreto, logo após a coagulação. Com a água em movimento,
as partículas sólidas se aglutinam em flocos maiores.
(4) Decantação: nesta etapa, que é posterior à coagulação e à floculação, por ação da gravidade, os
flocos com as impurezas e partículas ficam depositados no fundo de outros tanques, separando-se
da água. A etapa da decantação pode ser considerada um fenômeno físico.
(8) Filtração: é a etapa em que a água passa por filtros formados por carvão, areia e pedras de diversos
tamanhos. Nesta etapa, as impurezas de tamanho pequeno ficam retidas no filtro. A etapa da
filtração pode ser considerada como um fenômeno químico.
8
Química
(16) Coagulação: é a etapa em que a água, na sua forma bruta, entra na ETA. Ela recebe, nos tanques,
uma determinada quantidade de cloreto de sódio. Esta substância serve para aglomerar partículas
sólidas que se encontram na água como, por exemplo, a argila.
(32) Desinfecção: é a etapa em que cloro ou ozônio é aplicado na água para eliminar microorganismos
causadores de doenças.
(64) Correção de pH: esse procedimento serve para corrigir o pH da água e preservar a rede de
encanamentos de distribuição. Se a água está básica, é aplicada certa quantidade de cal hidratada
ou de carbonato de sódio.
Soma: ( )
8
Química
Gabaritos
1. B
Analisando a figura podemos perceber a presença do processo de floculação, uma das etapas do
tratamento de água. Durante este processo, existe a adição de cal, uma base forte, que tem como o
objetivo principal, o controle do pH.
Isso quer dizer que a adição desta base permitirá que sejam neutralizados os íons H + na solução,
resultando no aumento do pH total, tornando a água mais potável.
2. A
a) Correta. A floculação é uma etapa do tratamento de água onde um composto químico, no caso o
sulfato de alumínio, aglutina os flocos de sujeira para promover a decantação e então ser removido.
b) Incorreta. A filtração embora retenha pequenas partículas que tenham passado da fase da
decantação, existem ainda impurezas, como micro-organismos patogênicos que somente a etapa de
desinfecção é capaz de eliminar.
c) Incorreta. O sulfato de alumínio é formado a partir de uma base fraca e de um ácido forte, sendo,
portanto, um sal com caráter ácido.
d) Incorreta. A função da fluoretação é ajudar na prevenção de cáries dentárias.
e) Incorreta. Depois da filtração a água ainda passa por outras etapas, dentre elas a cloração que é
responsável eliminar micro-organismos patogênicos presentes e a fluoretação.
3. B
4. D
A água absorvida pelas fibras de celulose do papel é que atuam como fase estacionária e, quanto mais
interações a substância fizer com essa fase estacionária, menos ela migrará no papel (informações
fornecidas no enunciado). Quem fará mais interações com a água, será a molécula que possuir maior
8
Química
quantidade de grupos OH na composição, que formarão ligações de hidrogênio com a água. Dessa forma
a capsorubina, será o composto que menos migrará na folha de papel.
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Redação
Teoria
Você sabia que a redação do Enem é avaliada a partir de 5 competências? É importante conhecermos os
parâmetros de avaliação para progredirmos em relação à escrita do texto também. Além disso, essas
competências compõem a grade de correção e avaliam o aprendizado do estudante ao final do Ensino Médio
a partir do domínio das normas gramaticais, interpretação e planejamento textual, conhecimento do gênero
textual solicitado (disssertativo-argumentativo), repertório socio-cultural produtivo, além do conhecimento de
mecanismos de coesão textual. Veja:
Agora que você já conhece as cinco competências que avaliarão a sua redação no Enem, vamos focar na
competência II e analisar como alcançar a nota máxima nesse quesito. Veja as especificações:
1
Redação
Enem: Competência II
De acordo com a Cartilha do Participante, na Competência II, espera-se do aluno “Compreender a proposta
de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos
limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa”. Dessa forma, para obter a pontuação
máxima nessa competência é necessário:
1. Analisar, cautelosamente, a proposta e a coletânea é imprescindível para compreender o que a banca
espera do seu texto. Deve-se, também, ter cuidado para não tangenciar a proposta e abordar tudo aquilo
que ela pede.
2. O segundo fator analisado por essa competência está relacionado ao repertório que você irá apresentar.
É necessário que você aplique conceitos interdisciplinares ao seu texto, mostrando que é capaz de
relacionar seu conhecimento de mundo àquilo que está sendo cobrado pela banca. Em breve, veremos
como enriquecer o repertório e a diferença que isso faz na dissertação.
3. Por último, para mandar muito bem, é preciso respeitar a estrutura da dissertação-argumentativa: não
demonstrar pessoalidade, não ser apenas expositivo, argumentar sobre o tema, fazer parágrafos de
introdução, desenvolvimento e conclusão.
Atenção! Essas informações devem ter um propósito no seu texto, estando relacionadas à sua argumentação
e coerentes com o que foi pedido pela banca. Informações soltas no texto, ainda que sejam interessantes,
perdem a relevância se não estiverem articuladas ao seu ponto de vista. Lembre-se que uma referência usada
na redação deve ser legítima (ou seja, verídica e real), pertinente (deve ter relação com o tema estabelecido)
e produtiva (estar bem articulada ao desenvolvimento do texto).
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Redação
É possível, também, diversificar as estratégias de repertório ao longo do texto, isto é, não repetir a mesma na
contextualização (introdução), nos desenvolvimentos e na conclusão. Dessa forma, seu texto ficará ainda
mais rico e impressionante. Vamos analisar alguns exemplos?
3
Redação
Exercícios
Após analisarmos a teoria sobre a importância do repertório para a competência II da grade de correção do
Enem, leia atentamente os parágrafos e elabore comentários acerca das referências socioculturais utilizadas.
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Redação
5
Redação
Gabaritos
1. O parágrafo de introdução contém uma alusão história e faz referência ao Coliseu e os atos de violência
que aconteciam nesse local em comparação à violência nos estádios brasileiros de futebol.
2. O parágrafo de introdução utiliza-se de uma contextualização história de modo que relaciona José de
Alencar – escritor do Romantismo braisleiro – à questão dos desastres naturais e falta de preservação
ambiental. Essa referência é pertinente uma vez que o autor brasileiro valorizava em seu projeto literário
a fauna, a flora e as riquezas do território, cenário oposto ao que se vê hoje em dia no país.
4. Em relação ao parágrafo de conclusão sobre a questão da adaptação dos clássicos literários, utiliza-se
uma referência à Foucault. No entanto, para entender se a citação foi bem utilizada, deve-se analisar,
também, a introdução do texto, uma vez que a conclusão de uma redação não permite que informações
novas sejam adicionadas nessa parte do texto, pois não haverá espaço suficiente para desenvolver as
ideias.
5. Por mais que a citação de Pitágoras seja legítima e pertinente à proposta de intervenção, deve-se evitar
apresentar informações novas na conclusão de uma redação pela pouca possibildiade de
desenvolvimento e explicação da informação, de modo que a referência em questão não foi articulada à
discussão do texto de modo produtivo.
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Redação
Teoria
Texto I
Arte é a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção,
emoções e ideias, com o objetivo de estimular esse interesse de consciência em um ou mais espectadores,
cada obra de arte com seu significado único e diferente.
Tipo de artes
A arte apresenta-se de diversas formas como a as artes plásticas, música, escultura, cinema, teatro, dança,
arquitetura etc. Existem várias expressões que servem para descrever diferentes manifestações de arte, por
exemplo: artes plásticas, artes cênicas, artes gráficas, artes visuais etc.
Alguns autores (como Hegel e Ricciotto Canudo) e pensadores organizaram as diferentes artes em uma lista
numerada. A inclusão de algumas formas de arte não foi muito consensual; mas, com a evolução da
tecnologia, esta é a lista mais comum nos dias de hoje:
1ª arte - música;
2ª arte - dança/coreografia;
3ª arte - pintura;
4ª arte - escultura/arquitetura;
5ª arte - teatro;
6ª arte - literatura;
7ª arte - cinema;
8ª arte - fotografia;
9ª arte - histórias em quadrinhos;
10ª arte - jogos de computador e de vídeo;
11ª arte - arte digital.
Disponível em: https://www.significados.com.br/arte/
1
Redação
Texto II
Ultimamente, é muito comum ouvir a frase: “Isso é muito Black Mirror”. Essa expressão tem a ver com a série
comprada pela Netflix em 2015 que, de maneira fictícia, aborda questões da sociedade moderna,
principalmente enfatizando a nossa relação com a tecnologia. Todos os episódios são bastante
interessantes. No entanto um, “Queda Livre” (primeiro episódio da quarta temporada), causou um grande
espanto, pois trata da relação dos indivíduos com as redes sociais e os “likes” e a nossa busca por aprovação.
Texto III
“1984” denunciou as mazelas do totalitarismo e tornou-se um dos mais influentes romances do século 20
“Era um dia frio e luminoso de abril, e os relógios davam 13 horas.” Assim começa um dos romances mais
citados do século 20. A frase omite o ano da ação, mas isso seria redundante, pois ele dá nome à obra: 1984.
Só a menção ao título desencadeia uma avalanche de associações mentais: comunismo, polícia política,
nazifascimo, tortura… O livro ganhou fama por tratar de forma ficcional de uma das grandes mazelas
contemporâneas, o totalitarismo.
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Redação
Escrito pelo jornalista, ensaísta e romancista britânico George Orwell e publicado em 1949, o texto nasceu
destinado à polêmica. Foi traduzido em 65 países, virou minissérie, filmes, inspirou quadrinhos, mangás e até
uma ópera. Mas – ah!, estava demorando – ganhou renovados holofotes em 1999, quando a produtora
holandesa Endemol batizou seu reality show (formato que chegou à TV nos anos 1970), de Big Brother, o mais
sinistro personagem, ou melhor, entidade do livro. O pai da ideia, John de Mol, nega de pés juntos a inspiração,
mas há outras associações possíveis além do nome do programa. A origem do título 1984 é controversa.
Orwell supostamente queria “O Último Homem da Europa”, mas seu editor Frederick Warburg insistiu que
trocasse por algo mais comercial. O texto foi concluído em 1948 e o nome traz os dois dígitos finais invertidos.
Era uma forma de dizer que a distopia descrita não era uma ameaça distante.
No enredo que tem Londres como cenário (na fictícia Oceânia), tudo gira em torno do Grande Irmão. “Quarenta
e cinco anos, de bigodão preto e feições rudemente agradáveis”, o Big Brother é o líder máximo. Assumiu o
poder depois de uma guerra de escala global (análoga à Segunda Guerra, porém com mais explosões
atômicas), que eliminou as nações e criou três grandes estados transcontinentais totalitários.
A Oceânia reúne a ex-Inglaterra, as ex-Américas, ex-Austrália e Nova Zelândia e parte da África. É um mundo
sombrio e opressivo. Cartazes espalhados pelas ruas mostram a figura bisonha da autoridade suprema e o
slogan: “O Grande Irmão está de olho em você”. E está mesmo, literalmente, graças às “teletelas”. Espalhadas
nos lugares públicos e nos recantos mais íntimos dos lares, elas são uma espécie de televisor capaz de
monitorar, gravar e espionar a população, como um espelho duplo. A intimidade era tão devassada ali quanto
na casa do Projac que sediou a última edição do Big Brother Brasil.
Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/saiba-mais-sobre-o-livro-1984-de-george-orwell/
Texto IV
Clay Jensen, um estudante, volta para casa da escola, um dia, e encontra uma caixa misteriosa deixada na
sua varanda. Dentro da caixa, ele encontra sete fitas cassete de dois lados gravadas por Hannah Baker, sua
colega de escola e amor não-correspondido, que tragicamente cometeu suicídio duas semanas atrás. Na fita,
Hannah desenvolve um diário de áudio emocional, detalhando os treze motivos pelos quais ela decidiu se
suicidar. Suas instruções são claras: cada pessoa que recebe a caixa é um dos motivos pelos quais ela se
matou. E, depois que cada pessoa termina de escutar das fitas, ela deve passar a caixa para a próxima pessoa.
Se alguém decidir quebrar a corrente, um outro conjunto das fitas será vazado para o público. Cada fita se
dirige a uma pessoa específica em sua escola e detalha o envolvimento do destinatário em seu suicídio.
Disponível em: http://www.feiquenews.com.br/2018/04/30/13-reasons-why-2-temporada-memes/
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Redação
Além da temática do suicídio e depressão, que são extremamente importantes, a série também aborda
questões relacionadas ao machismo, abuso sexual, relações familiares, papel da escola na vida do
adolescente, entre outras.
Texto V
Por que o clipe de Beyoncé e Jay-Z no Louvre é tão representativo do ponto de vista da arte
Vocês têm noção do poder desta imagem e de como ela questiona e até se impõe diante do sistema da arte
e de sua história tradicionalmente eurocêntrica e elitista?
Beyoncé e Jay-Z, o casal mais influente da indústria musical, se colocam à frente daquela que talvez seja a
imagem mais icônica do mundo da arte – a Mona Lisa (1503-1506), de Leonardo da Vinci –, posicionando
seus corpos negros em um espaço marcado pela branquitude e com raízes fincadas no colonialismo: o
museu. Com mais de 15 mil visitas por dia, o Louvre talvez seja o principal símbolo da cultura e da memória
ocidental, com um acervo formado por mais de 35 mil peças, muitas delas oriundas de saques realizados
contra nações africanas e asiáticas.
Não é por menos que, logo no início da música, a frase ‘I can't believe we made it’ (algo como, ‘eu não acredito
que nós conseguimos’) ganha um sentido tão representativo. Afinal, a postura do casal frente a obras de arte
como a Mona Lisa ou a Vênus de Milo acaba se transformando também em um ato político com um potencial
midiático que poucos artistas inseridos no sistema da arte contemporânea teriam a oportunidade de alcançar.
Eles entram no museu pela porta da frente e sabem o quanto isso é valioso e talvez sem precedentes.
Clipe disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kbMqWXnpXcA
Disponível em: http://www.pigmum.com/blog/beyoncenolouvre
Texto VI
10 anos de “Tropa de elite” e como o filme ainda segue atual
Conquistando o Urso de Ouro de Melhor filme no Festival de Berlim 2008, Tropa de Elite se tornou um daqueles
filmes que consegue arrastar um bom público para assisti-lo, não apenas por ser um filme de gênero, mas
também por retratar um país tão cotidiano e esquecido. A obra de José Padilha conseguiu trazer ao grande
público algo que sempre esteve ali gritando, mas que era silenciado pelas pautas de saúde, educação,
transporte, moradia. Estamos falando de segurança pública.
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Redação
Padilha nos transporta para dentro de um dos vieses da guerra do tráfico: o policiamento. Por meio da
estrutura narrativa encontrada em Tropa de Elite, é interposta a visão que o policial tem sobre seu ofício, ao
mesmo tempo entende-se que não há vilões e mocinhos, o mundo não é maniqueísta e o “mal” pode estar
sob a pele de quem acredita que dessa forma esteja fazendo o “bem”, mesmo que o benefício a si seja a
prioridade frente à real questão da segurança. Tomando esse
pressuposto, a primeira impressão que o filme traz é de choque.
Mesmo dez anos após seu lançamento, o choque ainda é
provocado pela projeção. A apologia à violência delineada sob o
prisma do tratamento da polícia às comunidades é algo que gera
incomodo e polêmica pela própria natureza irregular que se
apresenta, mas se naquela época era nauseante, hoje não se faz
diferente.
Disponível em: http://www.cineset.com.br/10-anos-de-tropa-de-elite-e-como-
o-filme-segue-ainda-atual/
“Tropa de Elite” é uma obra prima do cinema brasileiro. Tanto o ele quanto sua sequência, “Tropa de Elite 2 -
O Inimigo Agora É Outro”, abordam questões sobre a guerra em que vivemos, que envolve o tráfico de drogas,
a postura dos policiais, a corrupção do sistema, as milícias e outros fatores.
Texto VII
David é uma das esculturas mais famosas do artista renascentista Michelangelo Buonarroti. O trabalho retrata
o herói bíblico com realismo anatômico impressionante, sendo considerada uma das mais importantes obras
do Renascimento.
Disponível em: https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/david-michelangelo/
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Redação
Texto VIII
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Redação
Exercícios
1.
Em 1956, o artista Flávio de Resende Carvalho desfilou pela Avenida Paulista com o traje New Look,
uma proposta tropical para o guarda-roupa masculino. Suas obras mais conhecidas são relacionadas
às performances. A imagem permite relacionar como características dessa manifestação artística o
uso:
a) da intimidade, da política e do corpo;
b) do público, da ironia e da dor;
c) do espaço urbano, da intimidade e do drama;
d) da moda, do drama e do humor;
e) do corpo, da provocação e da moda.
2. Para que a passagem da produção ininterrupta de novidade a seu consumo seja feita continuamente,
há necessidade de mecanismos, de engrenagens.
Uma espécie de grande máquina industrial, incitante, tentacular, entra em ação. Mas bem depressa a
simples lei da oferta e da procura segundo as necessidades não vale mais: é preciso excitar a demanda,
excitar o acontecimento, provocá-lo, espicaçá-lo, fabricá-lo, pois a modernidade se alimenta disso.
CAUQUELIN, A. Arte contemporânea: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2005 (adaptado).
No contexto da arte contemporânea, o texto da autora Anne Cauquelin reflete ações que explicitam:
a) métodos utilizados pelo mercado de arte;
b) investimentos realizados por mecenas;
c) interesses do consumidor de arte;
d) práticas cotidianas do artista;
e) fomentos públicos à cultura.
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Redação
3. Na exposição “A Artista Está Presente”, no MoMa, em Nova Iorque, a performer Marina Abramovic fez
uma retrospectiva de sua carreira. No meio desta, protagonizou uma performance marcante. Em 2010,
de 14 de março a 31 de maio, seis dias por semana, num total de 736 horas, ela repetia a mesma
postura. Sentada numa sala, recebia os visitantes, um a um, e trocava com cada um deles um longo
olhar sem palavras. Ao redor, o público assistia a essas cenas recorrentes.
ZANIN, L. Marina Abramovic, ou a força do olhar. Disponível em: http://blogs.estadao.com.br. Acesso em: 4 nov. 2013.
O texto apresenta uma obra da artista Marina Abramovic, cuja performance se alinha a tendências
contemporâneas e se caracteriza pela:
a) inovação de uma proposta de arte relacional que adentra um museu;
b) abordagem educacional estabelecida na relação da artista com o público;
c) redistribuição do espaço do museu, que integra diversas linguagens artísticas;
d) negociação colaborativa de sentidos entre a artista e a pessoa com quem interage;
e) aproximação entre artista e público, o que rompe com a elitização dessa forma de arte.
4. TEXTO I
TEXTO II
Ao ser questionado sobre seu processo de criação de ready-mades, Marcel Duchamp afirmou: — Isto
dependia do objeto; em geral, era preciso tomar cuidado com o seu look. É muito difícil escolher um
objeto porque depois de quinze dias você começa a gostar dele ou a detestá-lo. É preciso chegar a
qualquer coisa com uma indiferença tal que você não tenha nenhuma emoção estética. A escolha do
ready-made é sempre baseada na indiferença visual e, ao mesmo tempo, numa ausência total de bom
ou mau gosto.
CABANNE, P.Marcel Duchamp: engenheiro do tempo perdido. São Paulo: Perspectiva, 1987 (adaptado).
Relacionando o texto e a imagem da obra, entende-se que o artista Marcel Duchamp, ao criar os ready-
mades, inaugurou um modo de fazer arte que consiste em:
a) designar ao artista de vanguarda a tarefa de ser o artífice do século XX;
b) considerar a forma dos objetos como elemento essencial da obra de arte;
c) revitalizar de maneira radical o conceito clássico do belo na arte;
d) criticar os princípios que determinam o que é uma obra de arte;
e) atribuir aos objetos industriais o status de obra de arte.
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Redação
Gabarito
1. O artista usa a moda objetivando trazer uma nova proposta de vestimenta para os homens: usa o próprio
corpo como instrumento e suporte para a expressão artística. Além disso, a provocação é instrumento
de reflexão, pois propõe um tipo de roupa que não era utilizado por homens por ser considerado
exclusivamente para mulheres.
3. Nessa performance, Marina busca uma conexão com as pessoas por meio do olhar. É imprescindível
que haja colaboração, interação do público e a disposição para a troca, que ocorre no âmbito dos
sentidos e das emoções.
4. Duchamp integrou o movimento de vanguarda dadaísta, que tinha como norte questionar a obra de arte
com uma atitude "antiarte". Dessa forma, ao colocar em um salão de exposições um objeto já produzido
anteriormente, o artista questiona as razões que apontam e definem o que é ou não uma obra de arte.