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Semana 2

Sumário
Faixa base
Água.........................................................................................................................4

Dinâmica e distribuição das populações..................................................................14

Sofistas e Sócrates..................................................................................................24

Movimento retilíneo e uniforme (M.U.)...................................................................36

Exercícios sobre Movimento retilíneo e uniforme (M.U.)........................................51

Termometria...........................................................................................................57

Crise de 29 e o Keynesianismo................................................................................75

Fordismo e a produção em massa...........................................................................88

Do mundo antigo ao feudalismo............................................................................101

Formação dos Estados Nacionais...........................................................................115

Gêneros literários: épico/narrativo........................................................................132

Potenciação...........................................................................................................147

Radiciação.............................................................................................................158

Triângulos: cevianas e pontos notáveis..................................................................168

Triângulos: condição de existência, lei angular, classificação e área.....................185

Palavras invariáveis: advérbios - conceito.............................................................200

Palavras invariáveis: advérbios - estilística e semântica..........................................211

Processo de socialização.......................................................................................224
Sumário
Aprofundamento
Interpretando tabelas e figuras..............................................................................236

Filosofia Pré-Socrática...........................................................................................244

Exercícios sobre Movimento retilíneo e uniforme (M.U.) e Termometria...............250

Estados Unidos: construção e regionalização........................................................257

Egito e Mesopotâmia.............................................................................................266

Exercícios de Conjuntos numéricos.......................................................................275

Análise direcionada da proposta............................................................................279

Como se um bom leitor/escritor............................................................................282


Biologia

Água

Objetivo
Você aprenderá os princípios básicos sobre a água, suas propriedades e funções

Se liga
Para esse conteúdo é legal você saber diferenciar substâncias inorgânicas e orgânicas, o que são moléculas
e cargas positivas e negativas

Curiosidade
A água é essencial para a vida! E ela possui várias propriedades e funções específicas

Teoria

Para que os organismos funcionem, são necessárias substâncias orgânicas e inorgânicas que trabalham, por
exemplo, em reações de anabolismo e catabolismo, como reguladores, na constituição estrutural ou como
reserva energética. São substâncias inorgânicas a água e os sais minerais, enquanto os carboidratos são
considerados substâncias orgânicas. No material de hoje, abordaremos a água!

A água é uma substância importante para a vida, sendo responsável por formar a maior parte da massa dos
seres vivos. É inorgânico, sendo composta por um átomo de oxigênio e dois de hidrogênio, formando uma
molécula polar, com o lado do oxigênio apresentando carga negativa e o lado dos hidrogênios apresentando
uma carga positiva. Essas diferentes cargas fazem com que a água seja considerada um dipolo.

Figura 1. Representação de uma molécula de água

Ela é representada quimicamente pela fórmula H2O, e possui certas propriedades que ocorrem devido a
disposição dos átomos e através das ligações de hidrogênio (também chamadas de pontes de hidrogênio).
Dentre estas podemos citar:
● Alto calor específico: É o quanto de calor 1g de substância tem que receber para aumentar a sua
temperatura em 1°C. Quanto maior este calor específico, maior a quantidade de calor que deve ser
fornecida. O calor específico da água é o maior, igual a 1cal/g°C, ou seja, ela apresenta uma alta
capacidade de absorver e conservar o calor, sem mudar de estado físico ou mesmo aquecer/esfriar de
maneira brusca.

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● Adesão: Força que permite que a água se ligue a outras superfícies carregadas, formadas por substâncias
que não são a água.
● Coesão: Força que permite que a água se ligue com outras moléculas de água.
● Tensão superficial: Força que permite que a ligação das moléculas de água na superfície não se rompa
quando se exerce força sobre essa água, por exemplo, insetos caminhando sobre ela.

Figura 2. A imagem mostra a interação das moléculas de água para formar a tensão superficial.

A partir destas propriedades, a água possui diferentes funções para os seres vivos como:

● Participar da maioria das reações metabólicas: em reações de hidrólise (quebra de moléculas pela água,
onde a presença de uma molécula de água faz com que a ligação entre dois compostos se rompa –
reações de catabolismo) ou de síntese por desidratação (quando duas moléculas se unem para formar
uma outra, os H+ e OH- liberados se ligam formando água – reações de anabolismo).

● Atuar como solvente universal: por conta de sua polaridade, ela consegue solubilizar com facilidade
outras moléculas também polares, chamadas de hidrofílicas, como por exemplo carboidratos, proteínas
e sais minerais. A água não consegue solubilizar com moléculas apolares, sendo que essas moléculas
são chamadas de hidrofóbicas, como por exemplo os lipídios. É por isso que, ao colocar óleo e água, as
duas substâncias não se misturam, e podemos observar diferentes fases na mistura.

● Participar no transporte de substâncias: no nosso corpo carrega, por exemplo, excretas e nutrientes.

● Participar na regulação térmica: por conta do alto calor específico, permite que a molécula consiga
transportar calor em processos como sudorese ou diurese, fazendo a regulação térmica. Nestes casos, a
água presente no suor absorve o calor do nosso corpo, diminuindo nossa temperatura, e quando ela
evapora, o calor também é retirado. Essa propriedade está relacionada ao calor latente de vaporização.

Figura 3. Ao juntar água e óleo, vemos uma mistura heterogênea, ou seja, eles não se misturam: a água fica embaixo e o óleo por
cima, já que o óleo é lipossolúvel e não se solubiliza na água. Já a mistura de água com sal, por ser hidrofílico, o sal se dissolve na
água, formando uma mistura homogênea.

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A concentração de água varia no corpo de um indivíduo de acordo com:

● Metabolismo: quanto mais metabólico um tecido é, mais água é necessária. Por exemplo, a quantidade
de água varia entre os tecidos de acordo com a função e taxa metabólica dele (ex.: 20% de água nos
ossos, 85% de água no cérebro).
● Idade: Indivíduos mais jovens apresentam maior quantidade de água no corpo. Quanto maior a idade,
menos água o corpo precisa, pois o metabolismo diminui.
● Espécie: dependendo da espécie, podem ter maior ou menor quantidade de água. Nos humanos, a média
é de 70% do nosso corpo, já as águas-vivas (Cnidários) apresentam mais de 95% do corpo com água, e
uma minhoca (Anelídeo) apresenta cerca de 80% de sua estrutura formada por água.

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Exercícios de fixação

1. As moléculas de água permanecem unidas entre si por qual propriedade?

2. A água é um elemento de suma importância para a vida na terra. Sabendo disso, quais são as principais
contribuições da água para o ser humano?

3. Quais são as propriedades da água?

4. A água é considerada um solvente ou soluto universal? Ela é polar ou apolar?

5. A poluição da água aliada ao desperdício tem gerado vários problemas para a manutenção desse bem
tão precioso. Com o intuito de contribuir para a qualidade e uso responsável da água, cite algumas
possíveis atitudes a serem tomadas.

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Exercícios de vestibulares

1. O fato de alguns insetos se locomoverem sobre a superfície da água e algumas espécies de plantas
crescerem por cima da superfície da água é também uma das propriedades que deixa as células
individualizadas e coesas. Essa propriedade físico-química da água é denominada:
a) Densidade.
b) Tensão superficial.
c) Capacidade térmica.
d) Temperatura de fusão.
e) Alto poder de dissolução.

2. A água apresenta inúmeras propriedades que são fundamentais para os seres vivos. Qual, dentre as
características a seguir relacionadas, é uma propriedade da água de importância fundamental para os
sistemas biológicos?
a) Possui baixo calor específico, pois sua temperatura varia com muita facilidade.
b) Suas moléculas são formadas por hidrogênios de disposição espacial linear.
c) Seu ponto de ebulição é entre 0 e 100 °C.
d) É um solvente limitado, pois não é capaz de se misturar com muitas substâncias.
e) Possui alta capacidade térmica e é solvente de muitas substâncias.

3. A taxa de água em um organismo pode variar de acordo com alguns fatores. São eles:
a) Espécie, enzimas e proteínas.
b) Idade, espécie e proteínas.
c) Atividade, idade e espécie.
d) Atividade, enzimas e proteínas.
e) Idade, enzimas e proteínas.

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4. Com relação à água, é correto afirmar:

a) A água é eliminada pelas plantas, à noite, por transpiração, o que aumenta a temperatura interna
do indivíduo.
b) A água dos oceanos, rios e lagos evapora e, por um processo de sublimação, volta à Terra para
recomeçar um novo ciclo.
c) A água ocupa a maior porção da superfície terrestre, porém a produtividade primária líquida do
ambiente aquático é insignificante, inferior a 0,1.
d) A água, apesar de participar de diversos processos vitais para os seres vivos, pode, quando
contaminada, se tornar um grande vetor de disseminação de diversas doenças, como a febre
amarela.
e) A água é uma das matérias-primas fundamentais da fotossíntese: seus átomos de hidrogênio vão
formar a matéria orgânica fabricada nesse processo e seus átomos de oxigênio se unirão para
formar o gás oxigênio (O2).

5. No corpo humano, a água exerce variadas atividades fundamentais que garantem o equilíbrio e o
funcionamento adequado do organismo como um todo. Considerando que um ser humano adulto tem
entre 40 e 60% de sua massa corpórea constituída por água, é correto afirmar que a maior parte dessa
água se encontra localizada:
a) na linfa.
b) nas secreções glandulares.
c) no meio intracelular.
d) no plasma sanguíneo.
e) nos pelos do corpo

6. Durante uma competição esportiva, observa-se uma intensa sudorese nos atletas, que tem como
principal função:
a) Aliviar a excreção renal.
b) Controlar a pressão arterial.
c) Eliminar os resíduos metabólicos.
d) Manter a temperatura corporal.
e) Aumentar o metabolismo celular

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7. A água é a substância mais abundante na constituição dos mamíferos. É encontrada nos


compartimentos extracelulares (líquido intersticial), intracelulares (no citoplasma) e transcelulares
(dentro de órgãos como a bexiga e o estômago).
Sobre a água e sua presença nos mamíferos é CORRETO afirmar que:

a) A quantidade em que é encontrada nos organismos é invariável de espécie para espécie.


b) Com o passar dos anos, existe uma tendência de aumentar seu percentual em um determinado
tecido.
c) não é importante na regulação térmica dos organismos.
d) em tecidos metabolicamente ativos é inexistente.
e) participa da constituição dos fluidos orgânicos que transportam substâncias dissolvidas por todo
o corpo.

8. A água é de vital importância para todos os seres vivos. Sob o ponto de vista biológico, entre as
propriedades físico-químicas, podemos citar três fundamentais que são:

a) baixo poder de dissolução, pequena tensão superficial e baixo calor específico.


b) grande poder de dissolução, pequena tensão superficial e baixo calor específico.
c) grande poder de dissolução, pequena tensão superficial e alto calor específico.
d) grande poder de dissolução, grande tensão superficial e alto calor específico.
e) grande poder de dissolução, pequena tensão superficial e alto calor específico.

9. Um ser humano pode ficar semanas sem ingerir alimentos, mas passar de três a cinco dias sem ingerir
líquidos pode ser fatal. Os especialistas recomendam que se deve beber no mínimo 2,5 litros de água
por dia. “Quando a pessoa está com sede, é porque já passou do ponto de beber água, diz a
pneumologista Juliana Ferreira, do Hospital das Clínicas, em São Paulo”. Em dias muito quentes ou
quando a pessoa faz exercícios intensos, essa ingestão pode até superar 6 litros, principalmente porque
o suor “desperdiça” muito líquido, na tentativa de manter a temperatura do corpo num nível adequado.
“É preciso se hidratar corretamente, caso contrário o organismo gasta mais água do que absorve,
afirma a nutricionista Isabela Guerra, que desenvolve doutorado na área de hidratação e esporte”
Disponível em: Mundo Estranho / Saúde http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quais-sao-as-funcoes-da-agua-nocorpo-
humano. Adaptado.

Sabe-se que a recomendação de hidratação diária para o corpo humano é de 2.550 ml de água, que
podem ser abastecidos por meio da ingestão de alimentos (1.000 ml) e líquidos (1.200 ml) e de reações
químicas internas (350 ml). A desidratação diária, em condições normais, é do mesmo montante.
Assinale a alternativa que apresenta, em ordem decrescente, a perda de água no nosso organismo.
a) Fezes, urina, suor e respiração.
b) Suor, urina, fezes e respiração.
c) Respiração, urina, fezes e suor.
d) Suor, urina, fezes e respiração.
e) Urina, suor, respiração e fezes.

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10. “A taxa de água varia em função de três fatores básicos: atividade do tecido ou órgão (a quantidade de
água é diretamente proporcional à atividade metabólica do órgão ou tecido em questão), idade (a taxa
de água decresce com a idade) e a espécie em questão (o homem, 65%; fungos, 83%; celenterados,
96%; etc.).”
Baseado nesses dados, o item que representa um conjunto de maior taxa hídrica é:
a) coração, ancião, cogumelo.
b) estômago, criança, abacateiro.
c) músculo da perna, recém-nascido, medusa.
d) ossos, adulto, “orelha-de-pau”.
e) pele, jovem adolescente, coral.

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Através das ligações de hidrogênio. Como a água é uma substância muito polar, entre suas moléculas
formam-se fortes ligações (de hidrogênio) que mantêm as moléculas coesas entre si.

2. A água é um elemento essencial para a manutenção da vida: cerca de 80% do nosso organismo é
composto por água; ela é responsável pelo transporte de nutrientes em nosso organismo; é um regulador
de temperatura corporal; auxilia na eliminação de substâncias tóxicas durante o metabolismo; participa
de todas as reações químicas no organismo humano; ela participa de todos os processos fisiológicos
de digestão, absorção assimilação e de excreção; auxilia na prevenção de doenças (cálculo renal,
infecção urinária, entre outros).

3. As propriedades da água são:


• Alto calor específico
• Adesão
• Coesão
• Tensão superficial

4. A água dissolve uma grande quantidade de substâncias, por isso é considerada um solvente universal.
A água é polar: é formando uma molécula polar, com o lado do oxigênio apresentando carga negativa e
o lado dos hidrogênios apresentando uma carga positiva. Essas diferentes cargas fazem com que a água
seja considerada um dipolo.

5. Atitudes:
• Aproveitar as águas da chuva, armazenando-as de maneira correta.
• Desligar o chuveiro ao ensaboar, e não tomar banhos demorados.
• Fechar a torneira enquanto escova os dentes.
• Acumular a roupa e lavar tudo uma vez.
• Aproveitar a água utilizada para lavar a roupa e reutilizá-la na limpeza da casa.
• Lavar o carro utilizando baldes ao invés de mangueiras.
• Acabar com o pinga-pinga da torneira.
• Reduzir o consumo doméstico de água potável.
• Não contaminar os cursos d’água.
• Agir como consumidores conscientes e exigir que as empresas produzam detergentes e produtos
de limpeza que diminuam a poluição do meio ambiente (biodegradáveis);
• Evitar o desperdício, cuidando dos vazamentos de água, e não lavar as calçadas utilizando água
potável.
• Instalar aerador (peneirinha) nas torneiras da casa para reduzir a vazão de água.

Exercícios de vestibulares

1. B
A tensão superficial promovida pelas moléculas de água, fazem com que elas fiquem muito unidas
formando uma tensão que permite alguns insetos a se locomoverem sobre a sua superfície.

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2. E
A temperatura da água não varia com facilidade, o que permite uma alta capacidade térmica por seu alto
calor específico, além de ser considerada um solvente universal.

3. C
A taxa metabólica, a idade e a espécie são os principais fatores que interferem na quantidade de água em
cada organismo.

4. E
Durante a fotossíntese, ocorre a fotólise da água (quebra da molécula de água pela energia luminosa),
liberando H + que seguem para os outros ciclos da fotossíntese e oxigênio que será liberado para a
atmosfera.

5. C
No meio intracelular é onde terá maior concentração de água, pois é onde ocorre o metabolismo da célula.

6. D
O suor colabora para o resfriamento do corpo, ao retirar o calor do corpo e evaporar.

7. E
A água está presente em diversos fluidos do nosso organismo, estando presente em grande quantidade
no sangue, por exemplo, auxiliando no transporte de nutrientes e hormônios.

8. D
A água é considerada solvente universal, possui uma forte tensão na camada superficial e um alto calor
específico, ou seja, não varia de temperatura com facilidade

9. E
Perdemos muita água pela urina, já que todos nossos excretas estão diluídos em água. Depois, a perda
de água pelo suor ocorre para ajudar a controlar a temperatura corporal. Durante a respiração, temos a
perda de água em menor quantidade e por fim, nas fezes teremos a menor perda de água.

10. C
O músculo tem uma alta atividade metabólica, recém-nascidos já jovens, e possuem um maior acúmulo
de água no organismo, e as medusas são Cnidários (Celenterados), grupo de animais com mais de 90%
do corpo composto por água.

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Biologia

Dinâmica e distribuição das populações


Objetivo
Entender como funciona a dinâmica de crescimento populacional e quais fatures influenciam no número de
indivíduos que a compõe.

Se liga
Este assunto apresenta alguns conceitos básicos de Ecologia. Você pode usar este artigo para tirar dúvidas
sobre estes termos!

Curiosidade
Diversas áreas da Ecologia estudam as populações, então fixando bem este assunto, outros conteúdos
ficarão bem mais fáceis de serem compreendidos!

Teoria

População é o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que convivem e ocupam uma mesma área, no
mesmo período de tempo. As diferentes populações podem variar de tamanho, crescendo ou diminuindo.
Algumas populações conseguem se estabilizar, enquanto outras declinam podendo chegar a extinção. A
presença dessas variações na população é chamada de dinâmica de populações.
Para entender sobre dinâmica de populações, é importante diferenciar dois conceitos:

• Tamanho populacional, que equivale ao número de indivíduos de uma população;


• Densidade populacional, é a relação do tamanho populacional com a área ocupada pela população. A
densidade pode variar de acordo com as alterações do meio, e é determinada pela seguinte fórmula:

Nesta fórmula, temos: D = densidade populacional; N = número de indivíduos da população (tamanho populacional);
S = unidade de área ou de volume, sendo o espaço ocupado pela população.

Os principais fatores que modificam o número de indivíduos em uma população são:


• Imigração: novos indivíduos chegam na população
• Emigração: os indivíduos saem da população
• Natalidade: indivíduos que nascem em uma população
• Mortalidade: número de indivíduos que morrem em uma população

A imigração (I) e a natalidade (N) aumentam a densidade populacional, enquanto a emigração (E) e a
mortalidade (M) a diminuem.

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Biologia

Para saber qual a taxa de crescimento (TC) de uma população, utiliza-se as taxas de natalidade + imigração
e subtrai-se as taxas de mortalidade + emigração, como na seguinte fórmula: TC = (N+I)-(M+E). As relações
entre essas taxas podem indicar como a população está se comportando.

Relação entre os fatores que alteram o tamanho populacional e o que ocorre com a população em cada caso.

Uma população que não tem nenhum fator ambiental impedindo seu crescimento terá um aumento do
número de indivíduos de forma exponencial (chamada de curva J). Esta curva representa o potencial biótico.
O potencial biótico é a capacidade de uma população para crescer em condições favoráveis, ou seja, é a
capacidade dos seres vivos se multiplicarem através da reprodução.

Porém na natureza as populações sofrem com fatores que atrapalham seu crescimento, sendo este o
crescimento real, graficamente representado por uma curva que se estabiliza (chamada de curva S). A
estabilização da curva ocorre no momento em que o tamanho populacional atinge a capacidade suporte do
ambiente (representado por uma linha constante chamada de curva K) e isto se dá por conta da resistência
do meio. A resistência do meio é o conjunto de fatores ambientais que limitam o crescimento populacional,
impedindo um crescimento exponencial da população, e podem gerar como consequências a competição, o
parasitismo e o predatismo.

Gráfico representativo das curvas de crescimento populacional.

A competição por recursos do ambiente pode alterar drasticamente as populações, quando diferentes
indivíduos interagem: no princípio de Gause, ou princípio da exclusão competitiva, duas espécies
compartilham nichos ecológicos semelhantes, e por causa dos recursos limitados competem entre si,
podendo causar a extinção da espécie menos apta à sobrevivência.

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Exercícios de fixação

1. Em qual das alternativas está descrito corretamente o conceito de população?


a) Conjunto de indivíduos de qualquer espécie que vive em um mesmo ambiente ao mesmo tempo
b) Conjunto de indivíduos da mesma espécie que vive em um mesmo ambiente ao mesmo tempo
c) Conjunto de indivíduos de da mesma espécie que vivem isolados entre si ao mesmo tempo

2. Em qual destes casos a população está crescendo?


a) Natalidade e imigração = 75 indivíduos; Mortalidade e emigração = 76 indivíduos
b) Natalidade e imigração = 53 indivíduos; Mortalidade e emigração = 67 indivíduos
c) Natalidade e imigração = 25 indivíduos; Mortalidade e emigração = 21 indivíduos

3. Cite pelo menos dois fatores que podem impedir o crescimento de uma população.

4. Qual termo se refere a capacidade que os organismos tem de se reproduzir em um ambiente sem
restrições ambientais?
a) Potencial biótico
b) Resistência do meio
c) Reprodução sexuada

5. Como pode ser chamada a curva que representa o crescimento real de uma população?
a) Curva J
b) Curva K
c) Curva S

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Exercícios de vestibulares

1. “Em um experimento, foram cultivados separadamente Paramecium caudatum e Paramecium aurelia.


Ambos se desenvolveram, mas o P. aurelia cresceu muito mais rapidamente que o P. caudatum.
Entretanto, quando juntas, em um mesmo meio, o P. aurelia multiplicou-se muito mais rapidamente e
eliminou o P. caudatum”
(CHEIDA, L. E. Biologia integrada. São Paulo: FTD, 2002)
O experimento descrito acima foi muito importante na formulação do Princípio de Gause ou Princípio
da Exclusão Competitiva. Uma das consequências da competição entre duas populações de espécies
diferentes, com o mesmo nicho ecológico, é:
a) A extinção de uma das populações e a sobrevivência da outra;
b) A permanência de ambas num espaço comum, sem interferências recíprocas;
c) O fortalecimento dos limites dos nichos preexistentes, sem possibilidade de readaptações destes;
d) Emigração das duas populações, deixando o nicho do local vago;
e) Extinção de ambas, assim que uma delas emigre.

2. Observe o gráfico abaixo, que representa o crescimento populacional de uma espécie animal, em que
x corresponde ao tamanho populacional e t, ao tempo.

Em relação a essa população, é correto afirmar que


a) ela vive em um ambiente com recursos ilimitados.
b) a sua estabilidade ocorre, quando não há mais predadores.
c) a sua estabilidade ocorre, quando atinge o limite máximo de indivíduos.
d) a resistência do meio não influencia sua densidade.
e) o seu índice de mortalidade é zero.

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3. Em um experimento, populações de tamanho conhecido de duas espécies de insetos (A e B) foram


colocadas cada uma em um recipiente diferente (recipientes 1 e 2). Em um terceiro recipiente
(recipiente 3), ambas as espécies foram colocadas juntas.

Durante certo tempo, foram feitas contagens do número de indivíduos em cada recipiente e os
resultados representados nos gráficos.

A partir desses resultados, pode-se concluir que


a) a espécie A se beneficia da interação com a espécie B.
b) o crescimento populacional da espécie A independe da presença de B.
c) a espécie B depende da espécie A para manter constante o número de indivíduos.
d) a espécie B tem melhor desempenho quando em competição com a espécie A.
e) o número de indivíduos de ambas se mantém constante ao longo do tempo quando as duas
populações se desenvolvem separadamente.

4. Em relação às densidades populacionais dos ecossistemas, é correto afirmar que


a) as populações aumentam independentemente das condições ambientais.
b) os limites ambientais provocam aumento das taxas de mortalidade e diminuição das taxas de
natalidade.
c) os gráficos que expressam o tamanho de populações em relação ao tempo formam curvas
ascendentes contínuas.
d) as espécies de vidas curtas têm baixas taxas reprodutivas.
e) essas densidades são sempre maiores do que teoricamente possível.

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5. Em ecologia, o crescimento das populações cuja curva é do tipo sigmoide, segundo a equação de
Verhulst-Pearl, alcança um limite superior que é representado pela constante K, que corresponde:
a) à curva de crescimento real da população.
b) à capacidade máxima de suporte do ambiente.
c) à capacidade reprodutiva dos indivíduos.
d) ao potencial biótico da espécie.
e) ao tamanho mínimo da população para um determinado ambiente.

6. Em uma comunidade, o predador pode ser regulador quando:


a) contribui para diminuir a densidade da população de presas;
b) determina a extinção das presas;
c) contribui para a manutenção da densidade populacional das presas;
d) mantém e contribui para elevar a taxa de densidade populacional;
e) influi na progressiva extinção das presas.

7. A partir da contagem de indivíduos de uma população experimental de protozoários, durante


determinado tempo, obtiveram-se os pontos e a curva média registrados no gráfico abaixo. Tal gráfico
permite avaliar a capacidade limite do ambiente, ou seja, sua carga biótica máxima. De acordo com o
gráfico:

a) a capacidade limite do ambiente cresceu até o dia 6.


b) a capacidade limite do ambiente foi alcançada somente após o dia 20.
c) a taxa de mortalidade superou a de natalidade até o ponto em que a capacidade limite do ambiente
foi alcançada.
d) a capacidade limite do ambiente aumentou com o aumento da população.
e) o tamanho da população ficou próximo da capacidade limite do ambiente entre os dias 8 e 20.

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Biologia

8. Um biólogo foi convidado para realizar um estudo do possível crescimento de populações de roedores
em cinco diferentes regiões impactadas pelo desmatamento para ocupação humana, o que poderia
estar prejudicando a produção e armazenagem local de grãos. Para cada uma das cinco populações
analisadas (I a V), identificou as taxas de natalidade (n), mortalidade (m), emigração (e) e imigração (i),
em número de indivíduos, conforme ilustrado no quadro.

N M E I
I 65 40 23 5
II 27 8 18 2
III 54 28 15 16
IV 52 25 12 40
V 12 9 6 4

Em longo prazo, se essas taxas permanecerem constantes, qual dessas regiões deverá apresentar
maiores prejuízos na produção/armazenagem de grãos?
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V

f)

9. Os gráficos abaixo foram construídos com base em dados obtidos por diferentes pesquisadores, em
estudos sobre crescimento populacional, considerando diferentes espécies de animais, inclusive o
homem. Nos dois casos mostrados nos gráficos, para efeito de simplificação, faz-se referência ao
tempo, apenas sob o ponto de vista numérico.

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Biologia

Com base nesses gráficos, pode-se afirmar que:


a) Na natureza, a fase de equilíbrio do crescimento populacional, indicada em D, na figura (1), ocorre
em função da resistência ambiental.
b) O crescimento real de uma população não controlada depende de seu potencial biótico, como
indicado em B, na figura (1).
c) A população indicada no gráfico (2) sofreu uma maior ação da resistência ambiental no tempo de
0 a 80 do que no tempo de 100 a 120.
d) Apenas os microrganismos que vivem livres na natureza têm padrão de crescimento populacional
como ilustrado no gráfico (2).
e) A densidade de uma população mantida em laboratório, em condições ideais, deve obedecer à
curva descrita no gráfico (1).

10. As figuras abaixo mostram o crescimento populacional, ao longo do tempo, de duas espécies de
Paramecium cultivadas isoladamente e em conjunto. Os resultados desse experimento embasaram o
que é conhecido como Princípio de Gause.

Considere o tipo de relação ecológica entre essas duas espécies e indique a afirmação correta.
a) A espécie P. aurelia é predadora de P. caudatum.
b) P. aurelia exclui P. caudatum por competição intraespecífica.
c) P. aurelia e P. caudatum utilizam recursos diferentes.
d) P. aurelia exclui P. caudatum por parasitismo.
e) P. aurelia exclui P. caudatum por competição interespecífica.

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Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
População é o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que convivem e ocupam uma mesma área,
no mesmo período de tempo.

2. C
A população descrita em C está crescendo, pois, a taxa de natalidade e imigração é maior que a de
mortalidade e emigração

3. Dentre as respostas, podemos ter: competição intraespecífica, competição interespecífica, falta de


recursos ambientais, alta mortalidade, alta emigração, parasitismo e predação.

4. A
O potencial biótico é a capacidade de uma população para crescer em condições favoráveis onde não
há restrições ambientais. Ou seja, é a capacidade dos seres vivos se multiplicarem através da
reprodução, seja ela sexuada ou assexuada, em um ambiente onde a resistência do meio é ausente.

5. C
O crescimento real é graficamente representado por uma curva sigmóide, que se estabiliza, e pode ser
chamada de curva S

Exercícios de vestibulares

1. A
Quando ocorre o princípio de Gause, pela competição interespecífica, uma das populações é vencedora,
porém a outra pode ter como consequência a sua extinção.

2. C
A população se torna estável ao atingir a capacidade suporte do ambiente, ou seja, o número máximo de
indivíduos da população que conseguem sobreviver em determinado ambiente com os recursos
oferecidos.

3. D
A competição entre espécies acaba limitando o crescimento principalmente da espécie menos adaptada,
podendo levá-la a diminuição do crescimento populacional.

4. B
Os limites ambientais, também conhecidos como fatores de resistência do meio, podem acabar
causando a morte de mais organismos (ex. por predação ou mesmo falta de alimento), também
interferindo na taxa de natalidade.

5. B
A capacidade suporte do ambiente é representada por uma linha reta, horizontal paralela ao eixo X, e
pode ser chamada de curva K.

8
Biologia

6. C
O predador ao se alimentar de suas presas ele controla a densidade populacional da presa evitando
assim o aumento populacional.

7. E
Entre os dias 8 e 20 a população permaneceu de forma estável, ou seja, a população chegou na
capacidade limite do ambiente.

8. D
Ao comparar a taxa de crescimento das diferentes populações, vemos que a população IV é a com a
maior taxa de crescimento, indicando um aumento mais expressivo na população de ratos, que trará
prejuízos para as plantações.
TC = (N+I) - (M+E)
i. (65+5) - (40+23) = 7
ii. (27+2) - (8+18) = 3
iii. (54+16) - (28+15) = 27
iv. (52+40) - (25+12) = 55
v. (12+4) - (9+6) = 1.

9. A
A resistência ambiental irá “frear” o crescimento populacional quando atingir a capacidade de suporte
do ambiente. Assim, a população tenderá a se tornar constante, não tendo um crescimento e nem
diminuição da população grandes.

10. E
O terceiro gráfico mostra que quando cultivadas juntas, a P. aurelia exclui P. caudatum por competição
interespecífica, onde P. aurelia possui elevada densidade, enquanto P. caudatum tem sua densidade
bastante reduzida.

8
Filosofia

Sofistas e Sócrates

Objetivo
Você aprenderá o método socrático (ironia e maiêutica), bem como as principais diferenças entre a dialética
de Sócrates e a retórica dos sofistas.

Curiosidade
O que os sofistas levam para Atenas? O debate e a crise da filosofia decorrente das diferentes posições entre
os filósofos pré-socráticos; a História, um saber tão novo quanto a Filosofia; a dietética e a medicina.
Procedimentos de argumentação: a dialética (de Heráclito e Zenão), a lógica (Parmênides), a eloquência
(Empédocles). Os sofistas chegam a Atenas com os fundamentos da arte retórica. (Chaui, 2002).

Teoria

Sócrates
Sócrates (c.1 470-399 a.C) foi um filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga e é considerado um
dos fundadores da filosofia ocidental. Curiosamente, ele está entre os poucos pensadores da humanidade
que não registraram as suas ideias por escrito. Por isso, tudo o que sabemos sobre o seu pensamento e a
sua biografia vem dos relatos produzidos pelos seus discípulos, sobretudo Platão e Xenofonte. A presença
de Sócrates como personagem principal dos diálogos platônicos, bem como a escassez de registros
históricos, fez com que, durante séculos, a sua real existência fosse amplamente questionada. Somente no
século XIX, com o avanço das pesquisas, houve a possibilidade de comprovação da existência de Sócrates
que, dentre outras coisas, teria participado da Guerra do Peloponeso.
O pensamento socrático é considerado um marco para a filosofia, na medida em que inaugura um período
que ficou conhecido como antropológico. Partindo da máxima Conhece-te a ti mesmo, inscrita na entrada do
Oráculo de Delfos, Sócrates deslocou o foco da investigação filosófica das questões cosmológicas (acerca
da origem e da composição do universo) para as questões antropológicas, isto é, questões relativas ao próprio
homem, tais como: “O que é a coragem?”, “O que é a virtude?”, “O que é a justiça?” etc. O modo de vida
socrático era baseado na dialética, ou seja, Sócrates buscava, por meio do diálogo, produzir uma
transformação nos seus interlocutores. Mas, antes de passarmos ao método socrático, falemos um pouco
da retórica dos sofistas, à qual esse método se opunha.

1
O “c.” antes de datas é uma abreviação de circa, um advérbio do latim que significa “aproximadamente”,
“por volta de”; serve para datação estimada.

1
Filosofia

Sofistas: os mestres da retórica


No período clássico (séc. V e IV a.C), o centro cultural deslocou-se das colônias gregas para a cidade de
Atenas. Nesse período, Atenas vivia uma intensa produção artística, filosófica, literária, além do
desenvolvimento da política. Nesse contexto, surgem os sofistas, pensadores que ficaram conhecidos como
mestres da retórica. Ironicamente, tudo aquilo que sabemos sobre eles procede das obras dos seus
adversários (os filósofos). Por isso, eles passaram para a história como impostores, demagogos e
enganadores. Na verdade, os sofistas eram professores itinerantes que cobravam por seus ensinamentos.
Mas o que ensinavam os sofistas? A arte de falar bem, isto é, “atacar e defender o mesmo assunto com
argumentos igualmente fortes” (CHAUÍ, 2002), além de técnicas de memorização, para que o orador fosse
capaz de proferir longos discursos sem recorrer ao auxílio da leitura, bem como técnicas de dicção, para que
ele pudesse pronunciar as palavras clara e corretamente, de modo a ser entendido por todos os ouvintes
durante a assembleia. Seus alunos aprendiam, sobretudo, a dominar a arte da palavra, ou seja, a falar com
ritmo, graça e elegância. Tais habilidades eram fundamentais na democracia ateniense, em que os cidadãos
participavam ativamente dos debates públicos.
Entretanto, a argumentação retórica não pretendia alcançar a verdade, mas sim a persuasão. Em outras
palavras, seu objetivo era convencer os interlocutores. Para os sofistas, a verdade é relativa (o que vale para
um determinado lugar, não vale para outro), portanto o que importa é dispor de argumentos capazes de, em
qualquer circunstância, vencer o debate. Essa postura lhes rendeu a fama de relativistas. Dentre os sofistas
de maior relevância estão Protágoras e Górgias, ambos presentes nos diálogos de Platão.
Durante séculos perdurou uma visão pejorativa dos sofistas, mas a partir do século XIX uma nova
historiografia surgiu, reabilitando-os e realçando suas principais contribuições. Dentre elas, a contribuição
para a sistematização do ensino, elaborada a partir de um currículo de estudos dividido entre gramática (da
qual são os iniciadores), retórica e dialética. Além disso, eles contribuíram decisivamente para o
estabelecimento do sistema político democrático na Grécia.

O método socrático
É justamente em oposição à argumentação retórica dos sofistas que Sócrates desenvolve a dialética
socrática, com o objetivo de mostrar um caminho racional para que os homens pudessem alcançar um
conhecimento verdadeiro. Para ele, o objetivo do diálogo não é vencer ou persuadir, sua função é, sobretudo,
alcançar a verdade. Ao contrário dos sofistas, Sócrates não cobrava por seus ensinamentos e não fazia
qualquer distinção entre seus discípulos, pois acreditava que todos os homens, independente da condição
financeira ou posição social, eram dotados de razão.
A dialética socrática consistia, basicamente, num duplo movimento. O primeiro chamado de ironia, e o
segundo, de maiêutica. Embora, para nós, a ironia esteja ligada à figura de linguagem em que se diz o contrário
do que se quer dar a entender, ou, ainda, à manifestação de descaso ou de deboche, o sentido dentro do
método socrático é outro. Ironia, do grego eironeia corresponde à “ação de perguntar, fingindo ignorar”. Desse
modo, a ironia socrática diz respeito ao conjunto de perguntas por meio das quais Sócrates interrogava os
seus interlocutores a respeito dos conhecimentos que, até então, eles julgavam possuir. Tal procedimento
tinha o objetivo de fazer com que o interlocutor reconhecesse a fragilidade desses conhecimentos, bem como
a sua própria ignorância.
Concluído o primeiro movimento, passa-se ao segundo: a maiêutica. A maiêutica consiste na investigação
dos conceitos. Sócrates faz novas perguntas para que seu interlocutor reflita. Dessa reflexão, surge a
possibilidade de formular novos conhecimentos, fundamentados na razão. Note-se que, por esse método,
Sócrates não ensina nada às pessoas, elas é que buscam, dentro de si, aquilo que já sabem (reminiscência).

2
Filosofia

Maiêutica, do grego maieutiké, significa “a arte de fazer um parto”. Sócrates dizia que, enquanto sua mãe fazia
parto de corpos, ele ajudava a trazer à luz as ideias. Ainda que muitas vezes os diálogos não cheguem a uma
conclusão efetiva, eles sempre trazem um grande benefício aos participantes: o de abandonar a doxa,
“opinião”, isto é, os conhecimentos imprecisos e sem fundamento que eles anteriormente possuíam.

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Filosofia

Exercícios de fixação

1. Sócrates dá início ao período da filosofia conhecido como:


a) Teológico.
b) Cosmológico.
c) Antropológico.

2. Qual é o principal motivo da rivalidade entre Sócrates e os sofistas?


a) O fato de cobrarem por seus ensinamentos.
b) O fato de ensinarem a persuasão ao invés da verdade.
c) O fato de não serem cidadãos atenienses.

3. Em relação à verdade os sofistas são:


a) Relativistas.
b) Dogmáticos.
c) Céticos.

4. O que a frase “Só sei que nada sei” representa para a filosofia?
a) Um ponto de partida, já reconhecer a própria ignorância nos torna aptos a adquirir novos
conhecimentos.
b) Um ponto final, já que reconhecer a própria ignorância nos afasta dos debates e dos problemas do
mundo.

5. Cite duas das principais contribuições dos sofistas para o pensamento ocidental?

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Filosofia

Exercícios de vestibulares

1. Em um importante trecho da sua obra Metafísica, Aristóteles se refere a Sócrates nos seguintes termos:
Sócrates ocupava-se de questões éticas e não da natureza em sua totalidade, mas buscava o universal
no âmbito daquelas questões, tendo sido o primeiro a fixar a atenção nas definições.
ARISTÓTELES. Metafísica. Tradução Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002. A6, 987b 1-3.

Com base na filosofia de Sócrates e no trecho citado, assinale a alternativa correta.


a) O método utilizado por Sócrates consistia em um exercício dialético, cujo objetivo era livrar o seu
interlocutor do erro e do preconceito − com o prévio reconhecimento da própria ignorância −, e
levá-lo a formular conceitos de validade universal (definições).
b) Sócrates era, na verdade, um filósofo da natureza. Para ele, a investigação filosófica é a busca pela
“Arché”, pelo princípio supremo do Cosmos. Por isso, o método socrático era idêntico aos
utilizados pelos filósofos que o antecederam (Pré-socráticos).
c) O método socrático era empregado simplesmente para ridicularizar os homens, colocando-os
diante da própria ignorância. Para Sócrates, conceitos universais são inatingíveis para o homem;
por isso, para ele, as definições são sempre relativas e subjetivas, algo que ele confirmou com a
máxima “o Homem é a medida de todas as coisas”.
d) Sócrates desejava melhorar os seus concidadãos por meio da investigação filosófica. Para ele,
isso implica não buscar “o que é”, mas aperfeiçoar “o que parece ser”. Por isso, diz o filósofo, o
fundamento da vida moral é, em última instância, o egoísmo, ou seja, o que é o bem para o
indivíduo num dado momento de sua existência.
e) Sócrates concluiu que o universal é apenas uma abstração humana, não existindo na realidade.
Por isso, ficou conhecido como o primeiro relativista, afirmando que a busca do conhecimento se
funda em definir o que é assumido como verdade em dado momento histórico.

2. Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real
e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado
apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não
passavam de invenções humanas.
RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a


correlação entre justiça e ética é resultado de
a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.
e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.

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Filosofia

3. É comum se afirmar que Sócrates era um filósofo dado ao diálogo e que se encontrar com ele para
debater era sempre uma atividade de risco. Isso porque a forma dialogal preferida desse pensador
consistia em colocar em prática a sua Maiêutica, cuja primeira parte era a Ironia. Essa Ironia Socrática
deve ser interpretada como

a) uma postura de deboche e desconsideração em relação ao saber popular da época.


b) uma etapa do método socrático segundo o qual o saber dos filósofos pitagóricos precisava ser
ironizado para demonstrar sua fragilidade e inconsistência.
c) um método criado por Sófocles e adotado por Sócrates para provar a existência de seres
superiores, também chamados deuses.
d) uma prática discursiva criada pelos sofistas e adotada por Sócrates para defender a importância
da filosofia crítica.
e) uma etapa do método socrático que consiste em utilizar-se de perguntas com o objetivo de levar
o interlocutor a reconhecer a impropriedade de seu saber e, assim, torná-lo apto a construir um
novo saber.

4. Leia o trecho abaixo, que se encontra na Apologia de Sócrates de Platão e traz algumas das concepções
filosóficas defendidas pelo seu mestre.

Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se supor sábio quem não o é, porque é supor que
sabe o que não sabe. Ninguém sabe o que é a morte, nem se, porventura, será para o homem o maior
dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorância mais
condenável não é essa de supor saber o que não se sabe?
(Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que é a Filosofia Antiga? São Paulo: Ed. Loyola, 1999, p. 61.)

Com base no trecho acima e na filosofia de Sócrates, assinale a alternativa INCORRETA.


a) Sócrates prefere a morte a ter que renunciar a sua missão, qual seja: buscar, por meio da filosofia,
a verdade, para além da mera aparência do saber.
b) Sócrates leva o seu interlocutor a examinar-se, fazendo-o tomar consciência das contradições que
traz consigo.
c) Para Sócrates, pior do que a morte é admitir aos outros que nada se sabe. Deve-se evitar a
ignorância a todo custo, ainda que defendendo uma opinião não devidamente examinada.
d) Para Sócrates, o verdadeiro sábio é aquele que, colocado diante da própria ignorância, admite que
nada sabe. Admitir o não-saber, quando não se sabe, define o sábio, segundo a concepção
socrática.
e) Sócrates passa a interrogar os homens com reputação de sábios após seu amigo Querefonte ouvir
da pitonisa de Delfos que ele, Sócrates, é o “mais sábio dos homens”.

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Filosofia

5. Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso por interpelar os transeuntes e fazer perguntas aos
que se achavam conhecedores de determinado assunto. Mas durante o diálogo, Sócrates colocava o
interlocutor em situação delicada, levando-o a reconhecer sua própria ignorância. Em virtude de sua
atuação, Sócrates acabou sendo condenado à morte sob a acusação de corromper a juventude,
desobedecer às leis da cidade e desrespeitar certos valores religiosos.
Considerando essas informações sobre a vida de Sócrates, assim como a forma pela qual seu
pensamento foi transmitido, pode-se afirmar que sua filosofia:
a) transmitia conhecimentos de natureza científica.
b) baseava-se em uma contemplação passiva da realidade.
c) transmitia conhecimentos exclusivamente sob a forma escrita entre a população ateniense.
d) ficou consagrada sob a forma de diálogos, posteriormente redigidos pelo filósofo Platão.
e) procurava transmitir às pessoas conhecimentos de natureza mitológica.

6. Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embaraça;
leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum: os temperamentais, como
Alcibíades, sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem porque
receiam essa influência poderosa, que os leva a se censurarem. É sobretudo a esses jovens, muitos
quase crianças, que ele tenta imprimir sua orientação.
BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.

O texto evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na


a) contemplação da tradição mítica.
b) sustentação do método dialético.
c) relativização do saber verdadeiro.
d) valorização da argumentação retórica.
e) investigação dos fundamentos da natureza.

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Filosofia

7. O sofista é um diálogo de Platão do qual participam Sócrates, um estrangeiro e outros personagens.


Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que método ele gostaria de recorrer para
definir o que é um sofista.
Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese que queres demonstrar, numa longa
exposição ou empregar o método interrogativo?
Estrangeiro: – Com um parceiro assim agradável e dócil, Sócrates, o método mais fácil é esse mesmo;
com um interlocutor. Do contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo.
(Platão. O sofista, 1970. Adaptado.)

É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico, adotar
a) a maiêutica, que pressupõe a contraposição dos argumentos.
b) a dialética, que une numa síntese final as teses dos contendores.
c) o empirismo, que acredita ser possível chegar ao saber por meio dos sentidos.
d) o apriorismo, que funda a eficácia da razão humana na prova de existência de Deus.
e) o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possibilidade do saber humano.

8. O Oráculo de Delfos teria declarado que Sócrates (470-399 a.C.) era o mais sábio dos homens. Essa
profecia marcou decisivamente a concepção socrática de Filosofia, pois sua verdade não era óbvia:
“Logo ele, sem qualquer especialização, ele que estava ciente de sua ignorância? Logo ele, numa cidade
[Atenas] repleta de artistas, oradores, políticos, artesãos? Sócrates parece ter meditado bastante
tempo, buscando o significado das palavras da pitonisa. Afinal concluiu que sua sabedoria só poderia
ser aquela de saber que nada sabia, essa consciência da ignorância sobre as coisas que era sinal e
começo da autoconsciência.”
(J. A. M. Pessanha)

Sobre a filosofia de Sócrates, é incorreto afirmar que:


a) a sabedoria de Sócrates está em saber que nada sabe, enquanto os homens em geral estão
impregnados de preconceitos e noções incorretas, e não se dão conta disso.
b) a filosofia de Sócrates consiste em buscar a verdade, aceitando as opiniões contraditórias dos
homens; quanto mais importante era a posição social de um homem, mais verdadeira era sua
opinião.
c) o reconhecimento da própria ignorância é o primeiro passo para a sabedoria, pois, assim, podemos
nos livrar dos preconceitos e abrir caminho para a verdade.
d) após muito questionar os valores e as certezas vigentes, Sócrates foi acusado de não respeitar os
deuses oficiais (impiedade) e corromper a juventude; foi julgado e condenado à morte por ingestão
de cicuta.
e) o caminho socrático para a sabedoria deve ser trilhado pelo próprio indivíduo, que deve por ele
mesmo reconhecer seus preconceitos e opiniões, rejeitá-los e, através da razão, atingir a verdade
imutável.

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Filosofia

9. “Via de regra, os sofistas eram homens que tinham feito longas viagens e, por isso mesmo, tinham
conhecido diferentes sistemas de governo. Usos, costumes e leis das cidades-estados podiam variar
enormemente. Sob esse pano de fundo, os sofistas iniciaram em Atenas uma discussão sobre o que
seria natural e o que seria criado pela sociedade.’’
(GAARDER, J. O Mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995).

Sobre os sofistas, é incorreto afirmar que:


a) eles tiveram papel fundamental nas transformações culturais de Atenas
b) eles se dedicaram à questão do homem e de seu lugar na sociedade
c) eles eram mercenários e só visavam ao lucro na arte de ensinar
d) eles foram os primeiros a compreender que o “homem é medida de todas as coisas"
e) eram pensadores itinerantes, ou seja, viajavam de cidade em cidade em busca de novos
estudantes

10. Os Sofistas surgem na Grécia antiga, século V a. C. na passagem da oligarquia para a democracia. São
os mestres de retórica e oratória, muitas vezes mestres itinerantes, que percorrem as cidades-estados
fornecendo seus ensinamentos, sua técnica, suas habilidades aos cidadãos em geral. Eram relativistas.
Sócrates também ensinava nas praças públicas através de perguntas e respostas que despertavam a
verdade que está no interior de cada um. Sócrates afirmava que a opinião (doxa) é uma expressão
individual, já o conhecimento (episteme) é universal. Desta forma, os sofistas ensinavam a retórica para
convencer aos outros que sua opinião é a melhor e Sócrates ensinava a dialética, que através de
questionamentos (só sei que nada sei) levava ao conhecimento verdadeiro
(MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004, p. 42-48. Adaptado).

De acordo com o texto acima, Sócrates não era um sofista, pois ele
a) buscava a verdade da episteme, enquanto os sofistas despertavam a verdade dentro de cada um.
b) defendia a existência de uma verdade universal, enquanto os sofistas eram relativistas.
c) ensinava nas praças públicas apenas de Atenas, enquanto os sofistas eram itinerantes.
d) era cético, seu lema era “só sei que nada sei”, enquanto os sofistas defendiam uma verdade.
e) persuadia através da retórica de que estava certo, enquanto os sofistas eram dialéticos.

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Filosofia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
O pensamento socrático inaugura um período que ficou conhecido como antropológico. Sócrates
deslocou o foco da investigação filosófica das questões cosmológicas (acerca da origem e da
composição do universo) para as questões antropológicas, isto é, questões relativas ao próprio homem.

2. B
O fato dos sofistas ensinarem a persuasão ao invés da verdade é o principal motivo da rivalidade que há
entre eles e Sócrates. Embora, à primeira vista, não pareça algo de maior relevância, aprender a persuadir,
isto é, a convencer, dava aos alunos dos sofistas a possibilidade de manipular as leis da cidade em
benefício próprio, já que as leis eram aprovadas por meio dos debates públicos que aconteciam na Ágora.
Além disso, a persuasão afastava os homens da busca pelo verdadeiro conhecimento.

3. A
Para os sofistas, a verdade é relativa (o que vale para um determinado lugar, não vale para outro), portanto,
o que importa é dispor de argumentos capazes de, em qualquer circunstância, vencer o debate. Essa
postura lhes rendeu a fama de relativistas.

4. A
A frase “Só sei que nada sei” representa um ponto de partida para a filosofia, na medida em que reconhecer
a própria ignorância nos torna aptos a aprender. Ao proferi-la, Sócrates demonstra uma postura humilde
perante o conhecimento. É justamente o fato de reconhecer a própria ignorância que o torna mais sábio
do que aqueles que têm a ilusão do saber.

5. Dentre as principais contribuições dos sofistas estão a sistematização do ensino, elaborada a partir de um
currículo de estudos dividido entre gramática (da qual são os iniciadores), retórica e dialética, bem como
o estabelecimento do sistema político democrático na Grécia.

Exercícios de vestibulares

1. A
A alternativa B está incorreta. A ideia de que "a investigação filosófica é a busca pela “Arché”, pelo princípio
supremo do Cosmos", corresponde ao pensamento dos filósofos pré-socráticos. Sócrates, por sua vez,
abandona essas questões e passa a tratar das questões antropológicas, isto é, voltadas para a vida dos
homens. Desse modo, não há como dizer que o método socrático era idêntico ao dos filósofos que o
antecederam. A alternativa C está incorreta, porque o objetivo de Sócrates não era ridicularizar os homens,
mas sim fornecer-lhes meios para alcançar o conhecimento verdadeiro. Além disso, a frase "o homem é a
medida de todas as coisas" é atribuída a Protágoras, e não a Sócrates. A alternativa D está incorreta por
dois motivos: primeiro, porque Sócrates buscava o conhecimento verdadeiro, por meio do qual se possa
dizer "o que é", ou seja, capaz de produzir definições com validade universal. Não se trata, portanto, de
aperfeiçoar "o que parece ser", uma vez que o conhecimento do que "parece ser" está ligado à opinião, e

10
Filosofia

não à razão. Segundo, porque a noção de egoísmo ainda não havia sido desenvolvida na Antiguidade. Por
fim, a alternativa E também está incorreta, pois a ideia de relativismo está relacionada ao pensamento dos
sofistas. Por defender que é possível alcançar um conhecimento verdadeiro, Sócrates pode ser
considerado um dogmático.

2. D
Para o pensamento platônico, as noções de justiça e ética estão voltadas para o ensinamento transmitido
através da vida em comunidade, já que cada indivíduo é responsável por suas ações para si e para os
demais, e Trasímaco também compreende que essas noções estão ligadas ao processo social. No
entanto, Platão tem uma posição dogmática em relação a esses conceitos, acreditando que justiça e bem
são coisas reais e que cabe ao filósofo as contemplar no mundo inteligível. Trasímaco, ao contrário,
entende que preceitos de comportamento em comunidade são estabelecidos por convenções e, por isso,
são relativos.

3. E
Embora, para nós, a ironia esteja ligada à figura de linguagem em que se diz o contrário do que se quer dar
a entender, ou, ainda, à manifestação de descaso ou de deboche, o sentido dentro do método socrático é
outro. Ironia, do grego eironeia, corresponde à “ação de perguntar, fingindo ignorar”. Desse modo, a ironia
socrática diz respeito ao conjunto de perguntas por meio das quais Sócrates interrogava os seus
interlocutores a respeito dos conhecimentos que, até então, eles tomavam como verdadeiros, fazendo-os
reconhecer a própria ignorância.

4. C
A alternativa C está incorreta. Em Apologia de Sócrates, temos uma pista da origem do método socrático.
Após descobrir que a pitonisa de Delfos havia dito que ele era “o mais sábios dos homens”, Sócrates, que
se considerava ignorante, decidiu interrogar os homens que possuíam a reputação de sábios, para que
assim pudesse desmentir o oráculo. Interrogou os políticos, os poetas e os artesãos, até que percebeu que
todos eles afirmavam conhecer alguma coisa, mas estavam estagnados e não conheciam nada
exatamente. Havia neles, portanto, uma dupla ignorância. Primeiro, por ignorarem aquilo que diziam
conhecer. Depois, por ignorarem o fato de serem ignorantes. Por isso, ao reconhecer a própria ignorância,
Sócrates concluiu que era mais sábio do que aqueles homens, pois acreditar saber aquilo que não se sabe
era a ignorância mais reprovável.

5. D
As concepções da filosofia socrática foram totalmente transmitidas através de diálogos, isto é, por meio
da oralidade. Curiosamente, Sócrates está entre os poucos pensadores da humanidade que não
registraram as suas ideias por escrito. Por isso, tudo o que sabemos sobre o seu pensamento e a sua
biografia vem dos relatos produzidos pelos seus discípulos, sobretudo Platão e Xenofonte.

6. B
O método dialético de Sócrates consistia, basicamente, num duplo movimento. O primeiro chamado de
ironia, e o segundo, de maiêutica. A ironia, do grego eironeia, corresponde à “ação de perguntar, fingindo
ignorar”. Desse modo, a ironia socrática diz respeito ao conjunto de perguntas por meio das quais Sócrates
interrogava os seus interlocutores a respeito dos conhecimentos que, até então, eles tomavam como
verdadeiros. Tal procedimento tinha o objetivo de fazer com que o interlocutor reconhecesse a fragilidade
desses conhecimentos, bem como a sua própria ignorância. Já a maiêutica, do grego maieutiké, significa

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Filosofia

“a arte de fazer um parto”. Sócrates dizia que, enquanto sua mãe fazia parto de corpos, ele ajudava a trazer
à luz as ideias, ou seja, a maiêutica consiste na investigação dos conceitos, é o momento em que Sócrates
faz novas perguntas para que seu interlocutor reflita. Dessa reflexão surge a possibilidade de formular um
novo conhecimento, fundamentado na razão, e não mais na mera opinião.

7. A
Platão, influenciado fortemente por Sócrates, apresenta em seus diálogos a metodologia de seu mestre
para empreender a busca da verdade. O método socrático constrói-se a partir de perguntas e respostas
(dialética) que levam o interlocutor, que não possua conhecimento e coerência sobre o que está falando,
a contradizer-se e acabar por revelar sua ignorância. A partir desse momento inicia-se outra construção,
que conduz o interlocutor a descobrir a verdade de forma gradativa e coerente. Esse método que busca a
construção da verdade por meio da contraposição de argumentos é conhecido como maiêutica.

8. B
A alternativa B está incorreta, uma vez que, para Sócrates, só é possível alcançar a verdade afastando-se
da mera opinião (doxa). Além disso, a verdade em nada se relaciona com a importância da posição social
dos homens. Para alcançá-la, é preciso, primeiro, reconhecer a própria ignorância e, depois, trilhar o
caminho da filosofia.

9. C
Tudo aquilo que sabemos sobre os sofistas procede das obras dos seus adversários (os filósofos). Por
isso, eles passaram para a história como impostores, demagogos e enganadores. Na verdade, eram
professores itinerantes que cobravam por seus ensinamentos. Durante séculos perdurou uma visão
pejorativa dos sofistas, mas, a partir do século XIX, uma nova historiografia surgiu, reabilitando-os e
realçando suas principais contribuições. Dentre elas, a sistematização do ensino, elaborada a partir de um
currículo de estudos dividido entre gramática (da qual são os iniciadores), retórica e dialética. Além disso,
eles contribuíram decisivamente para o estabelecimento do sistema político democrático na Grécia.

10. B
De acordo com o texto, Sócrates não era um sofista, pois ele defendia a existência de uma verdade
universal, enquanto os sofistas eram relativistas. A alternativa A está incorreta, porque os sofistas
estavam preocupados com a persuasão, isto é, com o convencimento, e não em despertar a verdade
dentro de cada um. Na alternativa C temos um ponto de atenção: embora Sócrates vivesse em Atenas,
nós não podemos, a partir do texto, inferir que ele ensinava apenas nas praças públicas atenienses. A
alternativa D também traz um ponto importante: para os céticos, é impossível alcançar a verdade, por
isso, a atitude mais correta é suspender o juízo (epokhé). Sócrates, ao contrário, acredita que é possível
alcançá-la, mas para isso é necessário, primeiro, reconhecer a própria ignorância. Isso o distancia dos
céticos. Por fim, a alternativa E traz uma inversão nos métodos, pois o método dialético era praticado
por Sócrates, enquanto os sofistas persuadiam através da retórica.

12
Física

Movimento retilíneo e uniforme (M.U.) – Equação horária da posição

Objetivo
Aprender o que define um movimento retilíneo uniforme (M.U.)

Se liga
Que tal dar um start nos estudos vendo esse mapa mental que mostra de forma simples conceitos como
velocidade média e a construção dos gráficos do movimento retilíneo e uniforme.

Curiosidade
O movimento retilíneo uniforme é uma forma de ajudar a lembrar do tipo de movimento que estamos
estudando. A palavra “retilíneo” fala de um movimento que será observado em linha reta. Já a apalavra
“uniforme” diz que esse movimento apresenta uma única forma.

Teoria

Imagina que você está em casa e pede um taxi para ir até a casa de um amigo. Durante todo trajeto, o taxista
permanece a uma velocidade de 20 km/h. Eu sei que você estaria bem nervoso dentro desse carro, mas vamos
tentar entender o movimento que o taxista fez.

Figura 01 – Taxi em M.U

Se um carro percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais, o seu movimento é chamado de
movimento uniforme (M.U.) Sendo um movimento uniforme, então podemos dizer que ele apresenta uma
velocidade média constante (valor fixo) e esse valor pode ser calculado como:
∆𝑆
𝑉𝑚 =
∆𝑡
Sendo:
• 𝑉𝑚 = velocidade escalar média
• ∆𝑆 = deslocamento (variação de posição)
• ∆𝑡 = intervalor de tempo (variação de tempo)

1
Física

Note que, na fórmula, temos um ∆. Esse termo chamasse delta e a função dele é calcular a variação da
grandeza que ele está atrelado. Logo:
∆S = posição final − posição inicial = S − S0
∆t = tempo final − tempo inicial = t − t 0

Classificação do movimento uniforme


O movimento uniforme (M.U) é classificado de acordo com o sentido da velocidade em relação a trajetória.
Classificamos o movimento como:
• Progressivo: Quando a velocidade tem o seu vetor na mesma direção e sentido da trajetória.
• Retrogrado: Quando a velocidade tem o seu vetor na mesma direção, mas sentido oposto a trajetória.

Figura 02 – Classificação do M.U

Função horária da posição


Além dessa fórmula de velocidade escalar média, podemos descrever esse movimento através de uma
função. A função que relaciona a posição 𝑆 com o tempo 𝑡 é denominada função horária da posição dada por:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣𝑡

Principais conversões de unidades


Aqui no Brasil, é comum trabalharmos com velocidade em km/h por conta dos contadores de velocidade dos
automóveis. Mas esse não é o unidade padrão para Física. Lembre-se que, para o Sistema Internacional (SI)
utilizamos:
• [𝑉] = metro por segundo (m/s)
• [∆𝑡] = segundo (s)
• [∆𝑠] = metro (m)

Por conta disso, precisamos aprender a fazer determinadas conversões.


• 1 km = 1000 m
• 1 hora = 60 min = 3600 s
• 1 m/s = 3,6 km/h

Figura 03 – Conversão de km/h para m/s

2
Física

Olha o mapa mental para você assimilar o conteúdo!

3
Física

Exercícios de fixação

1. Uma partícula descreve um movimento uniforme. A função horária dos espaços, com unidades do
Sistema Internacional de Unidades é: 𝑠 = −2,0 + 5,0. 𝑡 . Nesse caso, podemos afirmar que a
velocidade escalar da partícula é:
a) -2 m/s e o movimento é retrógrado.
b) -2 m/s e o movimento é progressivo.
c) 5,0 m/s e o movimento é progressivo
d) 5,0 m/s e o movimento é retrógrado

2. Uma partícula descreve um movimento uniforme. A função horária dos espaços, com unidades do
Sistema Internacional de Unidades é: 𝑠 = 2,0 − 4,0. 𝑡. Nesse caso, podemos afirmar que a velocidade
escalar da partícula é:
a) -2 m/s e o movimento é retrógrado.
b) -2 m/s e o movimento é progressivo.
c) 4,0 m/s e o movimento é progressivo
d) 4,0 m/s e o movimento é retrógrado

3. A posição de um móvel, em movimento uniforme, varia com o tempo conforme a tabela que segue.

s(m) 25 21 17 13 9 5
t(s) 0 1 2 3 4 5

A equação horária desse movimento é:


a) s = 4 – 25.t
b) s = 25 - 4.t
c) s = 25 + 4.t
d) s = -4 + 25.t

4. A posição de um móvel, em movimento uniforme, varia com o tempo conforme a tabela que segue.

s(m) 31 26 21 16 11 6
t(s) 0 1 2 3 4 5

A equação horária desse movimento é:


a) s = 31 – 5.t
b) s = 31 + 5.t
c) s = 5 + 31.t
d) s = -5 - 31.t

4
Física

5. Sabendo que o espaço do móvel varia com o tempo, e obedece a seguinte função horária do espaço:
𝑥 = −100 + 25𝑡. O instante quando o móvel passa na origem das posições é:
a) t = 2s
b) t = 4s
c) t = 8s
d) t = 10s

5
Física

Exercícios de Vestibulares

1. Determine o tempo necessário para que os móveis da figura a seguir se encontrem.:

a) 2h
b) 3h
c) 4h
d) 5h

2. A partir do gráfico abaixo, escreva a função horária da posição para o móvel que executa movimento
uniforme.

a) S = 50 + 5.t
b) S = 50 + 15.t
c) S = 50 – 5.t
d) S = 50 + 10.t

6
Física

3. O gráfico a seguir representa a função horária do espaço de um móvel em trajetória retilínea e em


movimento uniforme.

Com base nele, determine a velocidade e a função horária do espaço deste móvel são respectivamente:
a) v = 20m/s / x = 50 + 20.t
b) v = 10m/s / x = 50 + 20.t
c) v = 10m/s / x = 50 - 20.t
d) v = 20m/s / x = 50 + 10.t

4. O movimento uniforme de um móvel durante certo tempo está representado abaixo. Marque a
alternativa correta.

a) Faltam dados para calcular a velocidade do móvel.


b) A velocidade do móvel é constante e vale 1,42 m/s.
c) A aceleração é um determinado valor diferente de zero.
d) A velocidade do móvel é constante e vale 1 m/s.

7
Física

5. Os dois primeiros colocados de uma prova de 100 m rasos de um campeonato de atletismo foram,
respectivamente, os corredores A e B. O gráfico representa as velocidades escalares desses dois
corredores em função do tempo, desde o instante da largada (t = 0) até os instantes em que eles
cruzaram a linha de chegada.

Analisando as informações do gráfico, é correto afirmar que, no instante em que o corredor A cruzou a
linha de chegada, faltava ainda, para o corredor B completar a prova, uma distância, em metros, igual a
a) 5
b) 25
c) 15
d) 20
e) 10

6. (Mackenzie 2018)

Uma pessoa realiza uma viagem de carro em uma estrada retilínea, parando para um lanche, de
acordo com gráfico acima. A velocidade média nas primeiras 5 horas deste movimento é
10 km h.
a)
12 km h.
b)
15 km h.
c)
30 km h.
d)
60 km h.
e)

8
Física

7. (Enem 2008) O gráfico a seguir modela a distância percorrida, em km, por uma pessoa em certo período
de tempo. A escala de tempo a ser adotada para o eixo das abscissas depende da maneira como essa
pessoa se desloca.

Qual é a opção que apresenta a melhor associação entre meio ou forma de locomoção e unidade de
tempo, quando são percorridos 10 km?
a) carroça - semana
b) carro - dia
c) caminhada - hora
d) bicicleta - minuto
e) avião - segundo

8. (Espcex (Aman) 2011) O gráfico abaixo indica a posição (S) em função do tempo (t) para um
automóvel em movimento num trecho horizontal e retilíneo de uma rodovia.

Da análise do gráfico, pode-se afirmar que o automóvel


a) está em repouso, no instante 1 min.
b) possui velocidade escalar nula, entre os instantes 3 min e 8 min.
c) sofreu deslocamento de 4 km, entre os instantes 0 min e 3 min.
d) descreve movimento progressivo, entre os instantes 1 min e 10 min.
e) tem a sua posição inicial coincidente com a origem da trajetória.

9
Física

9. (Espcex (Aman) 2020) Considere um objeto que se desloca em movimento retilíneo uniforme durante
10 s. O desenho abaixo representa o gráfico do espaço em função do tempo.

O espaço do objeto no instante t = 10 s, em metros, é


a) 25m
b) 30m
c) 33m
d) 36m
e) 40m

10
Física

10. (Ufrgs 2016) Pedro e Paulo diariamente usam bicicletas para ir ao colégio. O gráfico abaixo mostra
como ambos percorreram as distâncias até o colégio, em função do tempo, em certo dia.

Com base no gráfico, considere as seguintes afirmações.

I. A velocidade média desenvolvida por Pedro foi maior do que a desenvolvida por Paulo.
II. A máxima velocidade foi desenvolvida por Paulo.
III. Ambos estiveram parados pelo mesmo intervalo de tempo, durante seus percursos.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Sua específica é exatas e quer continuar treinando esse conteúdo?


Clique aqui para fazer uma lista extra de exercícios

11
Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
A forma mais fácil de identificar a resposta certa é comparando a equação e os valores dados.
𝑥 = 𝑥0 + 𝑣 . 𝑡
𝑥 = −2,0 + 5,0. 𝑡

2. D
A forma mais fácil de identificar a resposta certa é comparando a equação e os valores dados.
𝑥 = 𝑥0 + 𝑣 . 𝑡
𝑥 = 2,0 − 4,0. 𝑡

3. B
1º - Vamos calcular a velocidade, não esquecendo que a velocidade média será igual a instantânea.
𝑉 = 𝛥𝑠 ÷ 𝛥𝑡
𝑉 = (5 − 25) ÷ (5 − 0)
𝑉 = −20 ÷ 5
𝑉 = −4 𝑚/𝑠

2º - Agora vamos substituir os valores na equação.


𝑆 = 25 − 4. 𝑡

4. A
1º - Vamos calcular a velocidade, não esquecendo que a velocidade média será igual a instantântea.
𝑉 = 𝛥𝑠 ÷ 𝛥𝑡
𝑉 = (6 − 31) ÷ (5 − 0)
𝑉 = −20 ÷ 5
𝑉 = −5 𝑚/𝑠

2º - Agora vamos substituir os valores na equação.


𝑆 = 31 − 5. 𝑡

5. B
𝑥 = −100 + 25 .8
𝑥 = −100 + 200
𝑥 = 100𝑚

Temos que calcular o tempo quando o espaço final for 0


𝑥 = −100 + 25. 𝑡
0 = −100 + 25. 𝑡
100 = 25𝑡
100 ÷ 25 = 𝑡
4 = 𝑡
𝐿𝑜𝑔𝑜, 𝑡 = 4𝑠

12
Física

Exercícios de vestibulares

1. D
Escrevendo a função horária da posição do movimento uniforme para os corpos A e B, temos:
𝑆𝐴 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡 → 𝑆𝐴 = 0 + 30. 𝑡 → 𝑆𝐴 = 30. 𝑡
𝑆𝐵 = 𝑆0 – 𝑣. 𝑡 → 𝑆𝐵 = 400 – 50. 𝑡
Sabendo que no momento do encontro SA = SB, temos:
𝑆𝐴 = 𝑆𝐵
30. 𝑡 = 400 – 50. 𝑡
50. 𝑡 + 30. 𝑡 = 400
80. 𝑡 = 400

𝑡 = 5ℎ

2. C
Analisando o gráfico, temos:
Posição inicial: S0 = 50 m;
Tempo até atingir a posição 0: t = 10 s;
Tipo de movimento: Reta decrescente indica movimento retrógrado, logo, a velocidade é negativa.
A partir da definição de velocidade média, podemos determinar a velocidade do móvel:
𝑣 = 𝛥𝑠/𝛥𝑡
(0 – 50)
𝑣 =
10
𝑣 = − 5𝑚/𝑠
De posse da velocidade, podemos determinar a função horária da posição para esse móvel.
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
𝑆 = 50 – 5. 𝑡

3. A
𝑣 = 𝛥𝑠/𝛥𝑡
𝑣 = (250 – 50)/(10 − 0)
𝑣 = 200/10
𝑣 = 20𝑚/𝑠 – 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

𝑥 = 𝑥𝑜 + 𝑣. 𝑡
𝑥 = 50 + 20. 𝑡

4. D
Como o gráfico é uma reta, a função que o representa é a do tipo ax + b, em que o termo “a” é denominado
de coeficiente angular da reta e representa a velocidade na função horária da posição para o movimento
uniforme (s = s0 + v.t). Sabendo que o coeficiente angular é a tangente do ângulo formado pela reta,
podemos escrever que:
𝑡𝑔 45° = 𝑎
𝑎 = 1, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜, 𝑣 = 1 𝑚/𝑠

5. D
A partir do gráfico, podemos perceber que, após o corredor A ter parado, o corredor B correu a 10 m/s
entre os instantes 10 s e 12 s. Sendo assim, a distância percorrida por B após A ter parado é:
𝑣𝐵 = 𝛥𝑠 ÷ 𝛥𝑡
𝛥𝑠 = 𝑣𝐵 . 𝛥𝑡
𝛥𝑠 = 10 . ( 12 – 10)
𝛥𝑠 = 10 . 2 = 20 𝑚

13
Física

6. B
A velocidade média ( vm ) é dada pela razão entre a distância percorrida ( Δs ) e o tempo total gasto em
percorrê-la ( Δt ).
Cálculo da distância percorrida: A distância percorrida equivale à área sob a curva da velocidade pelo
tempo.

km
A1 = 20  2 h  A1 = 40 km
h

km
A2 = 10  2 h  A2 = 20 km
h

Δs = A1 + A2  Δs = 40 km + 20 km  Δs = 60 km

Logo a velocidade média será:


Δs 60 km
vm =  vm =  vm = 12 km h
Δt 5h

7. C
Uma carroça pode se locomover como uma pessoa andando, 3 km/h ou 4 km/h. Neste caso 10 km são
percorridos em menos de 4 horas e não em uma semana.
Um carro pode se locomover a 60 km/h ou mais. A 60 km/h a distância de 10 km é realizada em 10
minutos e não em um dia.
Uma caminhada a 4 km/h precisa de 2 horas e meia para 10 km. E desta forma o diagrama é compatível
com esta situação.
Para uma bicicleta realizar 10 km em 2,5 minutos sua velocidade deveria ser de 4 km/min = 240 km/h.
Fórmula 1 tudo bem, bicicleta não.
10 km em 2,5 segundos corresponde a 4 km/s = 14400 km/h. Um avião comercial viaja próximo de 1000
km/h.

8. B
Note que entre 3 e 8 min a posição não varia. Portanto, o carro está parado.

9. C
Cálculo da velocidade do objeto:
Δs 12 − 3
v= = v =3m s
Δt 3−0

14
Física

Equação horária do espaço:


s ( t ) = s0 + vt  s ( t ) = 3 + 3t

Portanto:
s (10 ) = 3 + 3  10
 s (10 ) = 33 m

10. A
I. Verdadeira. Pedro levou menos tempo para cumprir a mesma distância que Paulo, portanto sua
velocidade média foi maior.
II. Falsa. A velocidade máxima em um gráfico de distância pelo tempo é dada pela inclinação da reta,
que indica o seu coeficiente angular representado pela velocidade. Nota-se no diagrama que Pedro
teve a maior velocidade no primeiro trecho de seu percurso, quando inclusive ultrapassou Paulo.
III. Falsa. Os intervalos de parada de ambos os ciclistas foram diferentes, correspondendo aos trechos
em que as posições não mudam com o tempo. Sendo assim, Pedro esteve parado durante 150 s e
Paulo durante 100 s.

15
Física

Exercícios sobre Movimento retilíneo e uniforme (M.U.)

Exercícios

1. Um móvel com velocidade constante igual a 20 m/s parte da posição 5 m de uma reta numerada e anda
de acordo com o sentido positivo da reta. Qual a posição do móvel após 15 s de movimento?
a) 105 m
b) 205 m
c) 305 m
d) 405 m

2. Um móvel com velocidade constante igual a 36 km/h parte da posição 10 m de uma reta numerada e
anda de acordo com o sentido positivo da reta. Qual a posição do móvel após 20 s de movimento?
a) 105 m
b) 180 𝑚
c) 200 𝑚
d) 210 𝑚

3. Um homem sai da posição 15 m de uma pista de caminhada e anda até a posição 875 m mantendo
uma velocidade constante de 2 m/s. Sabendo disso, o tempo gasto para completar a caminhada é de
a) 430 s
b) 320 s
c) 450 s
d) 630 s

4. (Unicamp 2013) Para fins de registros de recordes mundiais, nas provas de 100 metros rasos não são
consideradas as marcas em competições em que houver vento favorável (mesmo sentido do corredor)
com velocidade superior a 2 m s. Sabe-se que, com vento favorável de 2 m s, o tempo necessário para
a conclusão da prova é reduzido em 0,1 s. Se um velocista realiza a prova em 10 s sem vento, qual
seria sua velocidade se o vento fosse favorável com velocidade de 2 m s?
a) 8,0 m/s.
b) 9,9 m/s.
c) 10,1 m/s.
d) 12,0 m/s.
e) 28,0 m/s.

1
Física

5. Um homem sai da posição 20 m de uma pista de caminhada e anda até a posição 1100 m mantendo
uma velocidade constante de 10,8 km/h. Sabendo disso, o tempo gasto em minutos para completar a
caminhada é de.
a) 5,0 min
b) 5,2 min
c) 6,0 min
d) 6,8 min

6. O gráfico a seguir relaciona a posição de um móvel, em metros, com o tempo, em segundos. Assinale
a alternativa que indica corretamente a sua velocidade média.

a) 3 m/s
b) 2 m/s
c) 4 m/s
d) 30 m/s

7. (G1 - ifsp 2012) Em um trecho retilíneo de estrada, dois veículos, A e B, mantêm velocidades
constantes VA = 14 m/s e VB = 54 km/h .

Sobre os movimentos desses veículos, pode-se afirmar que


a) ambos apresentam a mesma velocidade escalar.
b) mantidas essas velocidades, A não conseguirá ultrapassar B.
c) A está mais rápido do que B.
d) a cada segundo que passa, A fica dois metros mais distante de B.
e) depois de 40 s A terá ultrapassado B.

2
Física

8. (Eear 2017) Uma aeronave F5 sai da base aérea de Santa Cruz às 16h30min para fazer um sobrevoo
sobre a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), no momento da formatura de seus alunos do
Curso de Formação de Sargentos. Sabendo que o avião deve passar sobre o evento exatamente às
16h36min e que a distância entre a referida base aérea e a EEAR é de 155 km, qual a velocidade média,
em km h, que a aeronave deve desenvolver para chegar no horário previsto?

a) 1.550
b) 930
c) 360
d) 180
e) 200

3
Física

9. (G1 - cps 2018) Para exemplificar uma aplicação do conceito de velocidade média, um professor de
Ciências explica aos seus alunos como é medida a velocidade de um veículo quando passa por um
radar.
Os radares usam a tecnologia dos sensores magnéticos. Geralmente são três sensores instalados no
asfalto alguns metros antes do radar. Esse equipamento mede quanto tempo o veículo demora para ir
de um sensor ao outro, calculando a partir daí, a velocidade média do veículo.

Considere um veículo trafegando numa pista cuja velocidade máxima permitida seja de 40 km h
(aproximadamente 11m s) e a distância média entre os sensores consecutivos seja de 2 metros.

O mínimo intervalo de tempo que o veículo leva para percorrer a distância entre um sensor e outro
consecutivo, a fim de não ultrapassar o limite de velocidade é, aproximadamente, de
a) 0,10s
b) 0,18s
c) 0m20s
d) 0,22s
e) 1,00s

10. (Ufpr 2017) A utilização de receptores GPS é cada vez mais frequente em veículos. O princípio de
funcionamento desse instrumento é baseado no intervalo de tempo de propagação de sinais, por meio
de ondas eletromagnéticas, desde os satélites até os receptores GPS. Considerando a velocidade de
propagação da onda eletromagnética como sendo de 300.000 km s e que, em determinado instante,
um dos satélites encontra-se a 30.000 km de distância do receptor, qual é o tempo de propagação da
onda eletromagnética emitida por esse satélite GPS até o receptor?
a) 10s
b) 1s
c) 0,1s
d) 0,01s
e) 1ms

4
Física

Gabaritos

1. C
A partir dos dados fornecidos, temos:
𝑣 = 20 𝑚/𝑠
𝑆0 = 5𝑚
𝑡 = 15
A partir da função horária da posição para o movimento uniforme, temos:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
𝑆 = 5 + 20.15
𝑆 = 5 + 300
𝑆 = 305 𝑚

2. D
A partir dos dados fornecidos, temos:
𝑣 = 36 km/h = 10m/s
𝑆0 = 10𝑚
𝑡 = 20
A partir da função horária da posição para o movimento uniforme, temos:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
𝑆 = 10 + 10.20
𝑆 = 10 + 200
𝑆 = 210 𝑚

3. A
Do enunciado da questão, temos:
𝑆0 = 15 𝑚
𝑆 = 875 𝑚
𝑣 = 2 𝑚/𝑠
A partir da função horária da posição para o movimento uniforme, podemos escrever que:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
875 = 15 + 2. 𝑡
875 – 15 = 2. 𝑡
2. 𝑡 = 860
𝑡 = 430 𝑠

4. C
Velocidade média do atleta com a ajuda do vento:

Δs 100m
v= =
Δt 9.9s
v  10.1m s

5. C
Do enunciado da questão, temos:
𝑆0 = 20 𝑚
𝑆 = 1100 𝑚
𝑣 = 10,8𝑘𝑚/ℎ = 3 𝑚/𝑠

A partir da função horária da posição para o movimento uniforme, podemos escrever que:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
1100 = 20 + 3. 𝑡
1080 = 3. 𝑡

5
Física

𝑡 = 360 𝑠
360
𝑡= = 6,0 𝑚𝑖𝑛
60

6. A
Para calcularmos a velocidade média de um móvel, utilizamos a equação:
Δs
𝑣𝑚 =
Δt
Em ΔS = 𝑆𝑓 – 𝑆0 , 𝑆𝑓 é a posição final, e 𝑆0 , a posição inicial do movimento. Analisando o gráfico, é fácil
perceber que a posição inicial (𝑆0 ), ou seja, a posição no instante t = 0 s é igual a 2 m. A posição final (𝑆𝑓 )
pode ser qualquer uma escolhida, uma vez que, como o gráfico é uma reta, a velocidade é constante.
Vamos escolher a posição correspondente ao instante de tempo t = 2 s, 𝑆𝑓 = 8 m.
8−2 6
𝑣𝑚 = = = 3 𝑚/𝑠
2−0 2
Para calcular a velocidade média, basta calcular a razão entre ΔS e Δt.

7. B
Dados: VA = 14 m/s; VB = 54 km/h = 15 m/s.

Como a velocidade de A é menor que a de B, A não conseguirá ultrapassar B.

8. A
1
6 min = h
10
ΔS 155
Vm =  Vm =  Vm = 1.550 km h
Δt 1
10

9. B
Supondo que a velocidade do veículo é constante ao longo do percurso e igual a 11m s, usamos a
expressão da velocidade média para calcular o tempo de deslocamento entre dois sensores:
Δs Δs 2m
vm =  Δt = =  Δt = 0,18 s
Δt vm 11m s

10. C
A velocidade média é dada pela razão entre a distância percorrida e o tempo gasto em percorrê-la.
Δs
v=
Δt

Portanto, substituindo os dados fornecidos:


30.000 km 30.000 km
300.000 km s =  Δt =  Δt = 0,1 s
Δt 300.000 km s

6
Física

Termometria

Objetivo
Você irá aprender a fazer os cálculos corretamente a fim de fazer as devidas conversões entre as diferentes
escalas termométricas

Se liga
Para esse conteúdo é legal que você saiba o conteúdo de função do primeiro grau. Tem alguma dúvida nesse
conteúdo? Assista a aula “Introdução aos estudos das funções” da nossa biblioteca

Curiosidade
A termometria é a base para uma das principais conversões da termologia, pois será muito utilizada em
conteúdos futuros

Teoria

A termometria define, suas medidas nas diversas escalas termométricas e as transformações dessas
temperaturas entre as escalas.

Introdução
Termologia é a parte da Física que estuda os fenômenos relativos ao aquecimento, resfriamento ou às
mudanças de estado físico em corpos que recebem ou cedem um determinado tipo de energia. Estudaremos,
em Termologia, as formas pelas quais essa energia, que denominaremos energia térmica, muda de local,
propagando-se através de um meio. Estudaremos, ainda, o comportamento de um modelo teórico de gás,
denominado gás perfeito, e, dentre outras coisas, as relações existentes entre a energia térmica e a energia
mecânica.
No estudo de todos os fenômenos relativos à Termologia, sempre aparece um parâmetro muito importante,
denominado temperatura, capaz de definir o estado térmico do sistema físico estudado. Assim, iniciaremos
o nosso estudo de Termologia conceituando a temperatura e estabelecendo processos e regras usados para
sua medição.

Temperatura
Grandeza que caracteriza o estado térmico de um sistema.

É comum as pessoas avaliarem o estado térmico de um corpo pela sensação de quente ou frio que sentem
ao tocá-lo. Até que ponto, entretanto, podemos confiar nessa sensação? Muitas vezes pessoas diferentes em
um mesmo ambiente experimentam sensações térmicas diferentes! Note que isso ocorre porque as

1
Física

sensações de quente e frio são individuais e subjetivas, dependendo do indivíduo e das condições a que ele
está sujeito.

Agora você deve estar se perguntando: como podemos avaliar fisicamente esse “quente” e esse “frio”?

Imaginemos um balão de borracha, fechado, com ar em seu interior. O ar, como sabemos, é constituído de
pequenas partículas que se movimentam em todas as direções. Agora, vamos aquecer o ar. O que acontece?
O balão estufa, aumentando de tamanho. O que provocou isso? Foi o ar em seu interior, que, ao ser aquecido,
empurrou mais fortemente as paredes elásticas, aumentando o volume do balão. Isso ocorre porque as
partículas de ar movimentam-se, possuindo certa velocidade, certa energia cinética. Quando aumentamos
a temperatura dessas partículas por aquecimento, essa energia cinética aumenta, intensificando os choques
dessas partículas com as paredes internas do balão, o que produz aumento de volume.

Assim, podemos associar a temperatura do ar à energia cinética de suas partículas, isto é, ao estado de
movimento dessas partículas.

Entretanto, o que acontece nos sólidos e nos líquidos, cujas partículas são impedidas de movimentar-se
livremente?

Nesses casos, as partículas apenas agitam-se em regiões limitadas, e esse estado de agitação aumenta com
o aquecimento, com o aumento de temperatura.
A conclusão a que podemos chegar é que, de alguma forma, a temperatura está relacionada com o estado de
movimento ou de agitação das partículas de um corpo. Assim, como uma ideia inicial, podemos dizer que a
temperatura é um valor numérico associado a um determinado estado de agitação ou de movimentação das
partículas de um corpo, umas em relação às outras.

Fonte: Tópicos de Física – Vol. 2 – Termologia, Ondulatória e Óptica – 19ª ed – 2012.

Não confunda Temperatura com Energia e tampouco com Energia Térmica


Relembrando: temperatura é a medida do grau de agitação das moléculas, é apenas um número
acompanhado de sua unidade para ter-se ideia do grau de agitação das moléculas. Energia é a quantidade de
agitação dessas mesmas moléculas e energia térmica, mais conhecida como calor, é a energia que flui entre
corpos de diferentes temperaturas.

2
Física

Termômetro
Considerando o que vimos anteriormente, você deve ter percebido que não temos condições de medir
diretamente a energia de agitação das moléculas de um corpo. Como podemos, então, avaliar sua
temperatura?

É simples: isso deve ser feito por um processo indireto, usando-se um segundo corpo que sofra alterações
mensuráveis em suas propriedades físicas quando do processo de busca do equilíbrio térmico com o
primeiro. A esse corpo chamamos de termômetro.

O mais conhecido é o termômetro de mercúrio.

Tópicos de Física – Vol. 2 – Termologia, Ondulatória e Óptica – 19ª ed – 2012.

Há outros tipos de termômetros como os que usam resistores, gás, etc.

Escalas termométricas
Escala termométrica é um conjunto de valores numéricos em que cada valor está associado a uma
determinada temperatura. Se, por exemplo, a temperatura de um sistema A é representada pelo valor 50 e a
de um sistema B, pelo valor 20, em uma mesma escala termométrica, dizemos que a temperatura de A é maior
que a de B. Isso indica que as partículas do sistema A estão em um nível energético mais elevado que as do
sistema B.
Como uma escala termométrica é constituída por um conjunto de valores arbitrários, um mesmo estado
térmico pode ser representado em escalas termométricas diversas, por valores numéricos diferentes. Os
valores numéricos de uma escala termométrica são obtidos a partir de dois valores atribuídos previamente a
dois estados térmicos de referência, bem definidos, denominados pontos fixos.

3
Física

Pontos fixos fundamentais


Pela facilidade de obtenção prática, são adotados usualmente como pontos fixos os estados térmicos
correspondentes ao gelo fundente e à água em ebulição, ambos sob pressão normal. Esses estados térmicos
costumam ser denominados ponto do gelo e ponto do vapor, respectivamente, e constituem os pontos fixos
fundamentais.

Tópicos de Física – Vol. 2 – Termologia, Ondulatória e Óptica – 19ª ed – 2012.

Escala Celsius e Fahrenheit


A escala termométrica mais utilizada no mundo, inclusive no Brasil, foi criada pelo astrônomo e físico sueco
Anders Celsius (1701-1744) e oficializada em 1742 por uma publicação da Real Academia Sueca de Ciência.
O interessante é que, originalmente, Celsius utilizou o valor 0 para o ponto de ebulição da água e o valor 100
para seu ponto de congelamento. Foi um biólogo sueco, chamado Lineu [Carl von Lineé (1707-1778)], quem
inverteu essa escala, tornando-a tal como a conhecemos hoje.
Em 1708, o físico alemão Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736), utilizando as ideias do astrônomo
dinamarquês Ole Römer (1644-1710), estabeleceu os pontos de referência de uma nova escala. Para o ponto
0, ele utilizou a temperatura de uma mistura de gelo e cloreto de amônia e, para o ponto 100, a temperatura
do corpo humano. Somente mais tarde, quando passaram a utilizar a água como referência, observou-se que
a sua escala assinalava 32 para o ponto do gelo e 212 para o ponto do vapor. A escala Fahrenheit de
temperaturas é utilizada principalmente nos países de língua inglesa.

Tópicos de Física – Vol. 2 – Termologia, Ondulatória e Óptica – 19ª ed – 2012.

4
Física

Na escala Celsius, temos 100 divisões iguais entre os pontos fixos, cada divisão correspondendo à unidade
da escala, que recebe o nome de grau Celsius, simbolizado por °C.
Na escala Fahrenheit, temos 180 divisões iguais entre os pontos fixos, sendo a unidade da escala
denominada grau Fahrenheit, simbolizado por °F.

Conversão entre as escalas Celsius e Fahrenheit

A que valor na escala Fahrenheit corresponde, por exemplo, 60 °C?


Para fazer a correspondência, vamos utilizar dois termômetros idênticos de mercúrio, sendo um graduado na
escala Celsius e outro, na Fahrenheit. Ao colocá-los em contato com um mesmo corpo, observamos que as
alturas de mercúrio são iguais, mas, por se tratarem de escalas distintas, os valores numéricos assinalados
são diferentes (θC e θF).

Tópicos de Física – Vol. 2 – Termologia, Ondulatória e Óptica – 19ª ed – 2012.

Perceba que os intervalos de temperaturas correspondentes nos dois termômetros são proporcionais. Assim,
vale a relação:
𝜃𝑐 − 0 100 − 0
=
𝜃𝐹 − 32 121 − 32

𝜃𝑐 100 5
= =
𝜃𝐹 − 32 180 9

Essa equação de conversão pode ser escrita da seguinte maneira:

𝜃𝑐 𝜃𝐹 − 32
=
5 9

5
Física

Variação de temperatura
Para converter uma variação de temperatura em graus Celsius para graus Fahrenheit, ou vice-versa, observe
o esquema abaixo, em que comparamos essas duas escalas.

Tópicos de Física – Vol. 2 – Termologia, Ondulatória e Óptica – 19ª ed – 2012.

Note que a variação em uma das escalas é proporcional à variação correspondente na outra. Assim, podemos
afirmar que:
∆𝜃𝑐 ∆𝜃𝐹
=
100 180

O zero absoluto
Imagine um sistema físico qualquer. Quando o aquecemos, sua temperatura se eleva, aumentando o estado
de agitação de suas partículas. Se o esfriamos, sua temperatura diminui porque o estado de agitação das
partículas também diminui. Se continuarmos a esfriar esse sistema, o estado de agitação das partículas
diminuirá mais e mais, tendendo a um mínimo de temperatura, denominado zero absoluto.

Zero absoluto é o limite inferior de temperatura de um sistema. É a temperatura correspondente ao menor


estado de agitação das partículas, isto é, um estado de agitação praticamente nulo.

No zero absoluto, ainda existe nas partículas do sistema uma quantidade finita, não nula, de energia cinética.
Essa energia é denominada energia do ponto zero.

Escala absoluta
O físico britânico William Thomson (1824-1907), mais conhecido como Lord Kelvin, foi quem verificou
experimentalmente a variação da pressão de um gás a volume constante. Por meio de uma extrapolação, ele
concluiu que a menor temperatura que aquele gás poderia atingir coincidia com a anulação da pressão.
Até chegar a essa conclusão ele realizou experiências com diferentes amostras de gases, a volume constante.
As variações de pressão foram plotadas (marcadas) em um gráfico, em função da temperatura Celsius. O
prolongamento do gráfico levou-o ao valor -273,15 °C, que foi denominado “zero absoluto”. Para facilitar os
cálculos, aproximamos esse -273 °C. A escala Kelvin, também denominada escala absoluta, tem sua origem

6
Física

no zero absoluto e utiliza o grau Celsius como unidade de variação. O símbolo da unidade da escala Kelvin é
K.

Tópicos de Física – Vol. 2 – Termologia, Ondulatória e Óptica – 19ª ed – 2012.

Do exposto, pode-se concluir que a equação de conversão entre as escalas Celsius e Kelvin é dada por:

𝑇(𝐾) = 𝜃(∘ 𝐶) + 273

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Física

Exercícios de Fixação

1. A preocupação com o efeito estufa tem sido cada vez mais notada. Em alguns dias do verão de 2009,
a temperatura na cidade de São Paulo chegou a atingir 34°C. O valor dessa temperatura em escala
Kelvin é:
a) 239,15
b) 307,15
c) 273,15
d) 1,91
e) – 307,15

2. Qual é a temperatura na escala Fahrenheit que corresponde a 40°C?


a) 313
b) 4,444
c) 39,2
d) 2,25
e) 104

3. Transformando a temperatura de 25 ºC para a escala Fahrenheit e, em seguida, convertendo-a para


escala Kelvin, quais as temperaturas registradas nas respectivas escalas?
a) 25°C, 50 °F e 150 K.
b) 25°C, 88 °F e 136 K.
c) 25°C, 77 °F e 298 K.
d) 25°C, 36°F e 194 K.

4. Comparando as medidas de temperatura nas escalas Celsius e Fahrenheit observa-se que enquanto na
primeira escala a temperatura de ebulição da água é de 100 ºC, na segunda escala a água passa para
o estado gasoso em 212 ºF. Já a fusão da água ocorre em 0 ºC e a respectiva temperatura na outra
escala é 32 ºF.

a) 30
b) 10
c) – 20
d) – 40

5. Um termômetro mede uma temperatura igual a 20 ºF, determine o valor dessa temperatura na escala
Celsius e Kelvin.

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Física

Exercícios de Vestibulares

1. Pernambuco registrou, em 2015, um recorde na temperatura após dezessete anos. O estado atingiu a
média máxima de 31 C, ° segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC). A falta de chuvas
desse ano só foi pior em 1998 – quando foi registrada a pior seca dos últimos 50 anos, provocada pelo
fenômeno “El Niño”, que reduziu a níveis críticos os reservatórios e impôs o racionamento de água.
Novembro foi o mês mais quente de 2015, aponta a APAC. Dos municípios que atingiram as
temperaturas mais altas esse ano, Águas Belas, no Agreste, aparece em primeiro lugar com média
máxima de 42 C°
Fonte: g1.com.br.

Utilizando o quadro abaixo, que relaciona as temperaturas em °C (graus Celsius), °F (Fahrenheit) e K


(Kelvin), podemos mostrar que as temperaturas médias máximas, expressas em K, para Pernambuco
e para Águas Belas, ambas em 2015, foram, respectivamente,

a) 300 e 317.
b) 273 e 373.
c) 304 e 315.
d) 242 e 232.
e) 254 e 302.

2. Com o aumento do efeito estufa, a chuva ácida pode atingir a temperatura de 250º.C
Na escala Kelvin, esse valor de temperatura corresponde a:
a) 212
b) 346
c) 482
d) 523

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Física

3. Frente fria chega a São Paulo. Previsão para

Com esses dados, pode-se concluir que a variação de temperatura na sexta-feira e a máxima, no
sábado, na escala Fahrenheit, foram, respectivamente:
a) 9 e 33,8.
b) 9 e 68.
c) 36 e 9.
d) 68 e 33,8.
e) 68 e 36.

4. Quando se mede a temperatura do corpo humano com um termômetro clínico de mercúrio em vidro,
procura-se colocar o bulbo do termômetro em contato direto com regiões mais próximas do interior do
corpo e manter o termômetro assim durante algum tempo, antes de fazer a leitura. Esses dois
procedimentos são necessários porque:
a) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois corpos e porque demanda
sempre algum tempo para que a troca de calor entre o corpo humano e o termômetro se efetive.
b) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura interna do corpo, e porque
demanda sempre algum tempo para que a troca de calor entre o corpo humano e o termômetro se
efetive.
c) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois corpos e porque é preciso
evitar a interferência do calor específico médio do corpo humano.
d) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura interna do corpo, e porque
o calor específico médio do corpo humano é muito menor que o do mercúrio e o do vidro.
e) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois corpos e porque é preciso
reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura interna do corpo.

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Física

5. Para medirmos a temperatura de um objeto, utilizamos principalmente 3 escalas termométricas:


Celsius °C), Fahrenheit (°F) e Kelvin (K). A relação entre elas pode ser vista no quadro abaixo.

Utilizando a escala como referência, podemos dizer que 0°C e 50°C equivalem, em Kelvin, a?
a) 212 e 273.
b) 273 e 373.
c) 212 e 32.
d) 273 e 37.
e) 273 e 323.

6. O texto a seguir foi extraído de uma matéria sobre congelamento de cadáveres para sua preservação
por muitos anos, publicada no jornal O Estado de S. Paulo de 21.07.2002.
“Após a morte clínica, o corpo é resfriado com gelo. Uma injeção de anticoagulantes é aplicada e um
fluido especial é bombeado para o coração, espalhando-se pelo corpo e empurrando para fora os
fluidos naturais. O corpo é colocado numa câmara com gás nitrogênio, onde os fluidos endurecem em
vez de congelar. Assim que atinge a temperatura de – 321°, o corpo é levado para um tanque de
nitrogênio líquido, onde fica de cabeça para baixo.”
O Estado de S. Paulo

Na matéria, não consta a unidade de temperatura usada. Considerando que o valor indicado de – 321°
esteja correto e que pertença a uma das escalas, Kelvin, Celsius ou Fahrenheit, pode-se concluir que foi
usada a escala
a) Kelvin, pois trata-se de um trabalho cientifico e esta é a unidade adotada pelo Sistema
Internacional.
b) Fahrenheit, por ser um valor inferior ao zero absoluto e, portanto, só pode ser medido nessa escala.
c) Fahrenheit, pois as escalas Celsius e Kelvin não admitem esse valor numérico de temperatura.
d) Celsius, pois só ela tem valores numéricos negativos para a indicação de temperatura.
e) Celsius, por tratar-se de uma matéria publicada em língua portuguesa e essa ser a unidade adotada
oficialmente no Brasil.

11
Física

7. Um termômetro com defeito está graduado na escala Fahrenheit, indicando 30 °𝐹 para o ponto de fusão
do gelo e 214 °𝐹 para o ponto de ebulição da água. A única temperatura neste termômetro medida
corretamente na escala Celsius é
a) 158
b) 86
c) 122
d) 50
e) 194

8. Vários turistas frequentemente têm tido a oportunidade de viajar para países que utilizam a escala
Fahrenheit como referência para medidas da temperatura. Considerando-se que quando um
termômetro graduado na escala Fahrenheit assinala 32°F, essa temperatura corresponde ao ponto de
gelo, e quando assinala 212°F, trata-se do ponto de vapor. Em um desses países, um turista observou
que um termômetro assinalava temperatura de 74,3°F. Assinale a alternativa que apresenta a
temperatura, na escala Celsius, correspondente à temperatura observada pelo turista.
a) 12,2 °C.
b) 18,7 °C.
c) 23,5 °C.
d) 30 °C.
e) 33,5 °C.

9. O gráfico indicado a seguir representa a relação entre a temperatura medida numa escala X e a mesma
temperatura medida na escala Celsius.

Para a variação de 1,0 °C, o intervalo observado na escala X é:


a) 1ºX
b) 1,5ºX
c) 2ºX
d) 2,5ºX
e) 3,5ºX

12
Física

10. Os termômetros são instrumentos utilizados para efetuarmos medidas de temperaturas. Os mais
comuns baseiam-se na variação de volume sofrida por um líquido considerado ideal, contido em um
tubo de vidro cuja dilatação é desprezada. Num termômetro em que se utiliza mercúrio, vemos que a
coluna deste líquido “sobe” cerca de 2,7 cm para um aquecimento de 3,6 °C. Se a escala termométrica
fosse a Fahrenheit, para um aquecimento de 3,6°F, a coluna de mercúrio “subiria”:
a) 11,8 cm.
a) 3,6 cm.
b) 2,7 cm.
c) 1,8 cm.
d) 1,5 cm.

Sua específica é exatas e quer continuar treinando esse conteúdo?


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13
Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
Para resolver essa questão basta:
𝑇𝐾 = 𝑇𝐶 + 273,15
𝑇𝐾 = 34 + 273
𝑇𝐾 = 307,15 𝐾

2. E
Para resolver basta:
𝑇𝐶 𝑇𝐹 − 32
=
5 9
𝑇𝐹 − 32
40 =
1,8
72 = 𝑇𝐹 − 32
𝑇𝐹 = 72 + 32 = 104

3. C
De acordo com a questão precisamos converter as escalas termométricas da seguinte forma:

Para isso, podemos utilizar a seguinte relação:

1º Passo: conversão da escala Celsius para Fahrenheit.

2º Passo: conversão da escala Fahrenheit para Kelvin.

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Física

4. D
Como o gráfico nos dá as temperaturas equivalentes nas duas escalas, podemos calcular a temperatura
através da variação observada.

Portanto, quando na escala Celsius estiver indicando – 40, o mesmo valor será dado na escala
Fahrenheit.

15
Física

5. Vamos usar a igualdade entre as escalas termométricas para calcular a temperatura de 20 ºF nas escalas
pedidas:

Exercícios de vestibulares

1. C
Para a resolução da questão, basta passar as temperaturas médias da escala Celsius para a escala
Kelvin.
Para a média do estado de Pernambuco:
𝑇1 = 31 + 273 ∴ 𝑇1 = 304𝐾

Para Águas Belas, a temperatura média foi:


𝑇2 = 42 + 273 ∴ 𝑇2 = 315𝐾

2. D
A transformação da escala Celsius em Kelvin é realizada pela equação:

K = C + 273

Assim, para a temperatura de 250 C :

K = 250 + 273  K = 523 K

3. B

4. B
Por meio da transpiração, a pele regula a temperatura interna do corpo humano. Assim, para obter o valor
dessa temperatura, devemos introduzir o termômetro em uma das aberturas do corpo, como, por
exemplo, a boca. O termômetro deve ficar algum tempo em contato com o corpo para que haja

16
Física

transferência de calor e possa proporcionar o equilíbrio térmico entre o mercúrio (do termômetro) e o
interior desse corpo humano.

5. E
Usando a expressão que relaciona as escalas termométricas Celsius e Kelvin, vem:

6. C
O menor valor de temperatura na escala Celsius é -273ºC e na escala Kelvin é o zero absoluto.

7. D
Aplicando a equação de conversão:
T − 30 T − 32 T − 30 T − 32
=  =  46T − 1.472 = 45T − 1.350  T = 122 F.
214 − 30 212 − 32 46 45

Transformando para C :
TC 122 − 32
=  TC = 50 C.
5 9

8. C

9. B

17
Física

10. E

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Geografia

Crise de 29 e o Keynesianismo

Objetivos
• Entender o contexto, o significado e as consequências da crise do liberalismo;
• Perceber a modificação da postura estatal ante os novos desafios econômicos;
• Perceber o papel do contexto produtivo que cercava a crise.

Se liga
É valido assistir a aula anterior, “Fordismo e a produção em massa” , que contém conceitos que serão
utilizados nessa aula.

Curiosidade
A crise de 29 é considerada a pior crise econômica da história da humanidade. Na época, os EUA eram
responsáveis por quase 50% da produção mundial.

Teoria

A Crise de 29, ou Grande Depressão, foi um momento de crise financeira das principais potências, que
acarretou uma crise mundial em 1929. É uma crise do liberalismo. Com o otimismo pós-guerra (Primeira
Guerra Mundial), observou-se o aumento da produção possibilitado pelo Fordismo. Todavia, esse otimismo e
crescimento não se manifestaram no consumo, em parte, porque não houve aumento do poder de compra
dos trabalhadores. Assim, produzia-se mais do que se consumia. Genericamente, essas foram as condições
para a crise de superprodução de 1929. Cuidado!! Não é uma crise do Fordismo (modelo produtivo), e sim do
modelo econômico, liberalismo.

O liberalismo
O liberalismo defendia a economia de livre mercado, ou seja, uma economia que se “autorregula”. Ele tinha
também como características o individualismo e a defesa da propriedade privada. Foi na decadência do
mercantilismo e com o firmamento do capitalismo que surgiu a teoria do liberalismo econômico. Essa teoria
se baseava na não-intervenção de qualquer agente externo à economia (Estado, leis, políticas, reis), pois, de
acordo com ela, o mercado consegue se autorregular sem a intervenção do Estado. É a ideia da “mão
invisível” que regula a economia a partir dos demais princípios básicos como a livre concorrência, que
causaria uma espécie de seleção das melhores lojas e empresas, e da lei da oferta e da procura, na qual os
preços se autorregulam no mercado a partir da relação entre disponibilidade dos produtos e demanda.

1
Geografia

A crise de 29
O consumismo era uma importante bandeira pregada nesse contexto, no qual a capacidade de expandir o
mercado consumidor estava limitada. Com estoques cheios, os bancos concediam créditos, empréstimos
para que a população pudesse acessar a modernidade que estava sendo produzida. Outra característica de
uma democracia liberal é a redução de direitos trabalhistas, uma vez que é o Estado o responsável por
assegurá-los. Ou seja, havia cosumo sem que houvesse de fato poder de compra por parte dos trabalhadores.
A crise de 29, portanto, foi uma crise de superprodução e de concessão de créditos, que levou a quebra dos
bancos e da Bolsa de Valores de Nova York, assim como fechamento de fábricas, desemprego e
consequente redução do consumo.

Os dizeres: "O melhor padrão de vida do mundo. Não há jeito melhor que o jeito americano"
Em frente ao cartaz, desempregados na fila de alimentos durante a Grande Depressão.

O Keynesianismo
O Keynesianismo, assim como o liberalismo, é uma doutrina econômica que foi instaurada para reaquecer a
economia no contexto de crise liberal. O cientista econômico John Maynard Keynes já vinha apontando para
a possibilidade de uma crise econômica, devido a não interferência do Estado na economia. Ele defendia que
o Estado deveria ser atuante (forte) na economia, para ajudar o capitalismo nos momentos de crise, naturais
desse sistema. O Estado seria, portanto, responsável por prover não somente os direitos básicos da
população, como acesso a serviços de saúde e educação, mas também por realizar grandes obras em setores
estratégicos, como transporte, energia e infraestrutura, além de controlar as empresas e a atuação financeira,
ampliando o setor estatal. O aumento da atuação pública garantiria uma boa qualidade de vida e
reaquecimento do consumo. É o que ficou conhecido como Estado de bem estar social, ou Welfare State.
Após a crise do liberalismo, Keynes, que já apontava para seu esgotamento, passou a ser um grande
referencial na economia.

2
Geografia

O New Deal e a recuperação econômica


Franklin Delano Roosevelt, inspirado nas ideias de Keynes, lançou o New Deal (Novo Acordo), em 1933, para
recuperar a economia americana a partir do aumento do consumo. Lembre-se: a crise de 1929 tinha sido
resultado da superprodução e estagnação do consumo. Roosevelt fundamentou-se nas ideias de Keynes para
recuperar a economia. Fizeram parte das medidas desse Novo Acordo:
• Pleno emprego e estabilidade;
• Aumento dos salários;
• Menos horas de trabalho;
• Aumento dos direitos trabalhistas e previdenciários;
• Obras públicas em setores estratégicos;
• Controle da produção;
• Fiscalização bancária e de outras instituições financeiras;
• Subsídios à pequenas empresas.

Todas essas ações buscavam o crescimento do número de empregos, da renda e do consumo, recuperando
a economia americana. Esse Estado forte na economia ficou conhecido como Estado Keynesiano ou Estado
do Bem-Estar Social. Nos Estados Unidos, foi responsável por consolidar o American Way of Life (estilo de
vida americano). Na Europa, está associado a diversos ganhos sociais pela população desse continente.

3
Geografia

Exercícios de fixação

1. Apesar da crise de 29 não ter sido a crise do fordismo, mas a crise do modelo liberal, pode-se dizer que
o modelo produtivo citado também correspondeu em parte do problema econômico que ocorreu há
época. No entanto, foi a partir do rompimento com o liberalismo que o modelo Keynesiano permitiu
que o fordismo chegasse ao seu auge, os anos dourados dos anos 50.

Dito isso, assinale a alternativa que indica um aspecto do fordismo que contribuiu para a crise de 29.
a) Produção fragmentada e mão de obra alienada
b) Produção em série e acumulação de estoques
c) Obsolescência programada e contratação qualificada
d) Maquinização da produção e desemprego estrutural

2. A quebra da bolsa de valores expôs uma fragilidade do modelo liberal, que guiava o mercado, as
revoluções industriais e os meios de produção. Milhares de investidores tentavam vender suas ações,
e ninguém pensava em comprar naquele momento.

Escreva qual conceito liberal ficou exposto como fragilidade no texto e o explique.

3. Enquanto o ____________ é um modelo econômico no qual o estado possui forte intervenção na


economia, o ________ foram as medidas adotadas para consolidar esse modelo no contexto da crise de
29, onde o estado subsidiou empresas, garantiu a continuidade da circulação econômica por meio da
manutenção de postos de trabalho e outras medidas sociais.

Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna


a) Liberalismo e Livre Mercado
b) Neoliberalismo e Consenso de Washigton
c) Keynesianismo e New Deal

4. Liberalismo, Keynesianismo e Neoliberalismo são modelos


a) Econômicos
b) Produtivos
c) Políticos
d) Sociais

5. Elabore uma frase que associa corretamente a ideia do 1) estilo de vida americano, o 2) consumismo,
o 3) fordismo e a 4) crise de 29. Aponte em seguida as consequências da crise de 29 no Brasil.

4
Geografia

Exercícios de vestibulares

1. “Para Keynes (...) para criar demanda, as pessoas deveriam obter meios para gastar. Uma conclusão
daí decorrente é que os salários de desemprego não deveriam ser considerados simplesmente como
débito do orçamento, um meio por intermédio do qual a demanda poderia aumentar e estimular a oferta.
Além do mais, uma demanda reduzida significava que não haveria investimento suficiente para produzir
a quantidade de mercadorias necessárias para assegurar o pleno emprego. Os governos deveriam,
portanto, encorajar mais investimentos, baixando as taxas de juros (...), bem como criar um extenso
programa de obras públicas, que proporcionaria emprego e geraria uma demanda maior de produtos
industriais.”
O texto refere-se a uma teoria cujos princípios estiveram presentes
a) no “New Deal”, planejamento econômico baseado na intervenção do Estado, elaborado devido à
crise de 1929.
b) na obra MEIN KAMPF, que desenvolveu os fundamentos do nazismo: ideia da existência da raça
ariana.
c) no Plano Marshall, cujo objetivo era recuperar a economia europeia através de maciços
investimentos.
d) na criação da Comunidade Econômica Europeia, organização que visa o livre comércio entre os
países.
e) no livro O CAPITAL, onde se encontram os princípios básicos que fundamentam o socialismo
marxista.

2. A grave crise econômico-financeira que atingiu o mundo capitalista, na década de 30, tem suas origens
nos Estados Unidos. A primeira medida governamental que procurou, internamente, solucionar essa
crise foi o “New Deal”, adotado por Roosevelt, em 1933. Uma das medidas principais desse programa
foi o(a):
a) encerramento dos investimentos governamentais em obras de infraestrutura.
b) fim do planejamento e da intervenção do Estado na economia.
c) imediata suspensão da emissão monetária.
d) política de estímulo à criação de novos empregos.
e) redução dos incentivos à produção agrícola.

5
Geografia

3. TEXTO I
A Europa entrou em estado de exceção, personificado por obscuras forças econômicas sem rosto ou
localização física conhecida que não prestam contas a ninguém e se espalham pelo globo por meio de
milhões de transações diárias no ciberespaço.
ROSSI, C. Nem fim do mundo nem mundo novo. Folha de São Paulo, 11 dez. 2011 (adaptado).

TEXTO II
Estamos imersos numa crise financeira como nunca tínhamos visto desde a Grande Depressão iniciada
em 1929 nos Estados Unidos.
Entrevista de George Soros. Disponível em: www.nybooks.com. Acesso em: 17 ago. 2011 (adaptado).

A comparação entre os significados da atual crise econômica e do crash de 1929 oculta a principal
diferença entre essas duas crises, pois:
a) o crash da Bolsa em 1929 adveio do envolvimento dos EUA na I Guerra Mundial e a atual crise é o
resultado dos gastos militares desse país nas guerras do Afeganistão e Iraque.
b) a crise de 1929 ocorreu devido a um quadro de superprodução industrial nos EUA e a atual crise
resultou da especulação financeira e da expansão desmedida do crédito bancário.
c) a crise de 1929 foi o resultado da concorrência dos países europeus reconstruídos após a I Guerra
e a atual crise se associa à emergência dos BRICS como novos concorrentes econômicos.
d) o crash da Bolsa em 1929 resultou do excesso de proteções ao setor produtivo estadunidense e a
atual crise tem origem na internacionalização das empresas e no avanço da política de livre
mercado.
e) a crise de 1929 decorreu da política intervencionista norte-americana sobre o sistema de comércio
mundial e a atual crise resultou do excesso de regulação do governo desse país sobre o sistema
monetário.

4. Ante a grande depressão de 1929, o economista John M. Keynes defendia o déficit público como uma
forma de enfrentar a recessão. Nos Estados Unidos, o Presidente Franklin Roosevelt, a partir de 1930,
financiou obras públicas a fim de diminuir o desemprego. A partir desse período, as mudanças na
política econômica propiciaram:
a) a oposição do governo norte-americano ao desenvolvimento do intervencionismo na economia.
b) a intervenção do Estado na economia, como estratégia de ampliação do mercado de trabalho.
c) a consolidação dos grupos econômicos que impediam a intervenção estatal.
d) o fechamento do comércio europeu ao capital norte-americano.
e) a livre aplicação do capital pela iniciativa privada.

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Geografia

5. “Cenas de agonia se passavam, nas salas de clientes dos vários corretores. Ali, os que poucos dias
antes haviam-se regalado em ilusões de riqueza, viam todas as suas esperanças esmagadas num
colapso tão devastador, tão além de seus mais desenfreados temores, que tudo parecia irreal.
Buscando salvar um pouco da ruína, mandavam vender suas ações "no mercado", quando descobriam
que não apenas haviam perdido tudo, mas ainda estavam em débito com o corretor.
E então, reviravolta irônica: a sacudida seguinte do louco mercado elevava os preços para onde eles
poderiam haver vendido e conseguido um substancial equilíbrio de caixa restante. Toda jogada era
errada naqueles dias. O mercado parecia uma coisa insensata, se vingava louca e impiedosamente dos
que julgavam dominá-lo."
24/out/1929 - BELL, Elliot V. New York Times. In LEWIS, John - O Grande Livro do Jornalismo. Rio de Janeiro: José Olympio,
2008, p 107.

O texto acima relata uma crise que


a) provocou transformações estruturais na economia europeia que, com déficit de produção, buscou
matéria-prima em outros continentes, dando início ao moderno imperialismo.
b) provocou uma reestruturação das instituições financeiras americanas com o objetivo de evitar a
ampliação da crise e a consequente contaminação da economia mundial.
c) não afetou a economia latino-americana, tradicionalmente agrária, tendo em vista que a crise foi
motivada fundamentalmente pela superprodução industrial.
d) demonstrou a fragilidade do capitalismo liberal e conduziu à adoção de medidas saneadoras que
ampliaram a participação do Estado na economia.
e) levou a Europa a adotar medidas livre-cambistas, como estratégia para conter o avanço da crise
financeira em seu território.

6. No fim da década de 20, após anos de prosperidade, uma grave crise econômica, conhecida como a
Grande Depressão, começou nos EUA e atingiu todos os países capitalistas. J. K. Galbraith, economista
norte-americano, afirma que “à medida que o tempo passava tornava-se evidente que aquela
prosperidade não duraria. Dentro dela estavam contidas as sementes de sua própria destruição.”
Dias de boom e de desastre in J.M. Roberts (org), História do Século XX.

São características da Crise de 1929:


a) o aumento da produção automobilística, a expansão do mercado de trabalho e a falta de
investimentos em tecnologia.
b) a destruição dos grandes estoques de mercadorias, o aumento dos preços agrícolas e o aumento
dos salários.
c) a cultura de massa com a venda de milhões de discos, as dívidas de guerra dos EUA e o aumento
do número de empregos.
d) a superprodução, a especulação desenfreada nas bolsas de valores e a queda da renda dos
trabalhadores.
e) o aumento do mercado externo, o mito do American way of life e a intervenção do Estado na
economia.

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Geografia

7. O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o custo de produção e o preço, entre a cidade e o campo,
entre os preços agrícolas e os preços industriais, reativar o mercado interno – o único que é importante
–, pelo controle de preços e da produção, pela revalorização dos salários e do poder aquisitivo das
massas, isto é, dos lavradores e operários, e pela regulamentação das condições de emprego.
CROUZET,M. Os Estados perante a crise. In: História geral das civilizações. São Paulo: Difel, 1966(adaptado).

Tendo como referência os condicionantes históricos do entre guerras, as medidas governamentais


descritas objetivavam
a) flexibilizar as regras do mercado financeiro.
b) fortalecer o sistema de tributação regressiva.
c) introduzir os dispositivos de contenção creditícia.
d) racionalizar os custos da automação industrial mediante negociação sindical.
e) recompor os mecanismos de acumulação econômica por meio da intervenção estatal.

8. O colapso deflagrado no mundo pela crise financeira dos anos 20 teve como principal ato o craque da
Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929. Como consequência dessa crise, podemos
destacar:
a) os preços e salários subiram, aumentando a oferta de empregos na área industrial europeia.
b) a Europa recuperou sua prosperidade com altos investimentos dos fundos particulares norte-
americanos.
c) o Brasil manteve-se fora da crise com contínuos aumentos das exportações do café.
d) o mundo todo foi afetado drasticamente, quando a Inglaterra abandonou o padrão-ouro,
permitindo a desvalorização da libra.
e) nos primeiros anos da década de 30, a indústria alemã duplicou a sua produção, acarretando o
crescimento do comércio mundial.

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Geografia

9.

A história em quadrinhos apresenta uma característica fundamental do modo de produção capitalista


na atualidade e uma política estatal em curso em muitos países desenvolvidos.
Essa característica e essa política estão indicadas em:
a) liberdade de comércio – ações afirmativas para grupos sociais menos favorecidos
b) sociedade de classe – sistemas de garantias trabalhistas para a mão de obra sindicalizada
c) economia de mercado – programas de apoio aos setores econômicos pouco competitivos
d) trabalho assalariado – campanhas de estímulo à responsabilidade social do empresariado
e) livre circulação de mercadorias – projetos que visam diminuir as barreiras fiscais entre os Estados

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Geografia

10. “A depressão econômica gerada pela Crise de 1929 teve no presidente americano Franklin Roosevelt
(1933 - 1945) um de seus vencedores. New Deal foi o nome dado à série de projetos federais
implantados nos Estados Unidos para recuperar o país, a partir da intensificação da prática da
intervenção e do planejamento estatal da economia. Juntamente com outros programas de ajuda
social, o New Deal ajudou a minimizar os efeitos da depressão a partir de 1933. Esses projetos federais
geraram milhões de empregos para os necessitados, embora parte da força de trabalho norte-
americana continuasse desempregada em 1940. A entrada do país na Segunda Guerra Mundial, no
entanto, provocou a queda das taxas de desemprego, e fez crescer radicalmente a produção industrial.
No final da guerra, o desemprego tinha sido drasticamente reduzido”.
EDSFORD, R. America’s response to the Great Depression. Blackwell Publishers, 2000 (tradução adaptada).

A partir do texto, conclui-se que:


a) o fundamento da política de recuperação do país foi a ingerência do Estado, em ampla escala, na
economia.
b) a crise de 1929 foi solucionada por Roosevelt, que criou medidas econômicas para diminuir a
produção e o consumo.
c) os programas de ajuda social implantados na administração de Roosevelt foram ineficazes no
combate à crise econômica.
d) o desenvolvimento da indústria bélica incentivou o intervencionismo de Roosevelt e gerou uma
corrida armamentista.
e) a intervenção de Roosevelt coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial e foi bem sucedida,
apoiando- se em suas necessidades.

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Gabaritos
Exercícios de fixação

1. B
A produção em série fordista acumulava estoques, que eram estimulados pelas propagandas e ideologia
consumista para serem vendidos. Acontece que isso gerou um desbalanço na oferta de crédito dos bancos
que buscavam estimular esse consumismo. A maquinização da produção e desemprego estrutural são
características da terceira e quarta revolução industrial.

2. Lei da oferta e da procura - um dos princípios que guia o livre mercado. Quando há muita oferta de um
determinado produto e pouca procura, o preço tende a baixar para atrair essa procura e circular a oferta
extra. Quando há muita procura e pouca oferta, o preço pode subir, pois há garantia de venda pela alta
procura.
No caso exposto da quebra da bolsa de valores, todos queriam vender, logo havia muita oferta, e nenhuma
procura, o que baixou o preço das ações e investimentos. Cabe ressaltar que a população no geral já
percebia as contradições dessas leis, como a da livre concorrência e da oferta e da procura, que geravam
vulnerabilidades sociais. Mas no contexto exposto, o impacto foi no setor macroeconômico, o que afetou
a economia em escala.

3. C
O contexto da crise de 29 foi a virada do modelo liberal para modelos onde o Estado se torna um agente
central na economia, a nível hegemônico nos países do mundo.

4. A
Liberalismo, Keynesianismo e neoliberalismo são modelos econômicos. Conceitualmente, divergem
quanto o papel do Estado e das empresas no setor econômico. É comum confudir com modelos políticos
e associar, por exemplo, o Keynesianismo com modelos socialistas. O socialismo, assim como o
capitalismo, é um modelo político. É possível existir um modelo de Estado interventor na economia numa
ditadura militar, como foi o caso brasileiro.

5. O estilo de vida americano era propagado pela mídia com valores consumistas, onde, para ser feliz, era
preciso ter e consumir as modernidades produzidas pelo Fordismo na época. Acontece que esse
consumismo foi estimulado pelos bancos a partir da concessão de créditos, o que gerou um desbalanço
econômico que culminou na crise de 29, ou crise do liberalismo. No Brasil, a exportação de café sofreu
grande impacto, nosso principal produto que sustentava nossas estruturas produtivas. Desse modo, o
governo passou a comprar o próprio café, para não falir as fazendas, e a investir na industrialização interna,
a fim de diminuir a dependência. Foi a política de Vargas que ficou conhecida como substituição de
importações.

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Exercícios de vestibulares

1. A
O New Deal, adotado por Roosevelt, em 1933, foi um programa econômico de governo que empregava as
ideias de John M. Keynes, com o objetivo de recuperar a economia norte-americana após a crise de 1929.

2. D
Entre as principais medidas propostas pelo New Deal para a resolução dos impactos da crise de 1929,
podem-se citar o aumento dos salários, a estabilidade no emprego, a redução das jornadas de trabalho e,
consequentemente, a geração de novos empregos.

3. B
A diferença entre as duas crises refere-se às suas causas. A crise de 29 está relacionada a uma
superprodução industrial e à falta de mercado no período em que o modelo fordista-taylorista estava em
destaque. Já a crise de 2008 está relacionada a uma grande oferta de crédito bancário, em que foi
desconsiderado o pagamento deste.

4. B
O New Deal marca o início de um Estado interventor, com o objetivo de recuperar a economia norte-
americana a partir do consumo. Para isso, o Estado buscou fazer grandes investimentos, garantindo o
pleno emprego.

5. D
A crise da bolsa de Nova Iorque, em 1929, foi caracterizada por um considerável aumento de produção,
não acompanhado pelo respectivo consumo. As empresas vendiam ações no mercado financeiro com
valor alavancado, escorado na produção, mas a economia não dava contrapartida no consumo, e as taxas
de juros praticadas eram altas, atraindo investidores do mundo todo, resultando em um surto especulativo.
Com o estouro da bolha especulativa, ocorreram inúmeras falências e elevadas taxas de desemprego.
Ficou evidente a fragilidade do capitalismo liberal, que facilitou a adoção de medidas saneadoras que
ampliaram a participação do Estado na economia, através do New Deal, política implementada no primeiro
governo de Franklin D. Roosevelt.

6. D
A crise de superprodução, a especulação financeira e a diminuição da renda dos trabalhadores, devido às
demissões, estão entre as principais características dessa crise.

7. E
O New Deal (Novo Acordo) foi a política implementada por Franklin Delano Roosevelt, presidente dos
Estados Unidos, para solucionar a crise econômica que assolou o país após a quebra da bolsa de Nova
Iorque. Essa política representou um rompimento com o modelo liberal vigente. Baseando-se no
Keynesianismo, o New Deal visava a solucionar a crise por meio da intervenção econômica do Estado.

8. D
Devido à forte junção entre capital financeiro e industrial, a crise de 1929 afetou todo o mundo. A Inglaterra
foi um dos poucos países que garantiram uma paridade da sua moeda a um determinado peso em ouro.
Com o fim dessa paridade (padrão-ouro) e a desvalorização da libra, as referências monetárias se
tornaram artificiais.

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Geografia

9. C
Na tirinha, Calvin tenta vender seu produto dentro da lógica capitalista e obter maior lucro, mas isso se
mostra impossível, pois não há procura que dê o retorno desejado. A Lei da Oferta e da Procura possui
limitações que podem obrigar os países a contrair dívidas externas e o Estado a conceder incentivos
fiscais. No final da tirinha, ele pede para ser subsidiado. Subsídio significa uma concessão de dinheiro que
o governo oferece para determinadas atividades, a fim de manter o preço do seu produto acessível para
estimular as vendas, as exportações.

10. A
A questão evidencia a importância do Estado para a recuperação da economia, retomando importante
conceito do intervencionismo keynesiano. Ressalta-se que ingerência é um substantivo feminino, cujo
significado corresponde ao ato ou efeito de ingerir(-se); introdução, intromissão. Nesse sentido,
ingerência do Estado significa intromissão, intervenção e, por isso, Keynesianismo. A alternativa E está
errada, pois a intervenção de Roosevelt NÃO coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial.

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Fordismo e a produção em massa

Objetivo
Você aprenderá o Taylorismo, Fordismo, linha de montagem, trabalho repetitivo, entre outras características
da produção na segunda fase da Revolução Industrial.

Se liga
Esse conteúdo é muito importante para as aulas de Toyotismo e Terceira Revolução Industrial.

Curiosidade
Tempos Modernos, de 1936, roteirizado, dirigido e produzido por Charlie Chaplin, é a grande referência para
esse assunto.

Teoria

Fordismo é o primeiro modelo produtivo utilizado em larga escola que alterou a forma de produzir e que, até
hoje, repercute na nossa sociedade.

Introdução
Para obter maior lucratividade, a indústria passou a aperfeiçoar as formas de trabalho e produção. É nesse
contexto que surgem os modelos produtivos, que consistem em um método de racionalização da produção.
O Fordismo (1914) e o Toyotismo (1970) são os dois modelos produtivos estudados pela Geografia, pois eles
transcendem a organização da fábrica.

Taylorismo
O engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor (1856-1915), visando a aumentar a eficiência produtiva,
estudou tempos e movimentos de operários e máquinas na linha de produção. Seus estudos foram reunidos
e publicados no seu livro, Princípios de Administração Científica. Posteriormente, tais conhecimentos ficaram
conhecidos como Taylorismo. Alguns autores denominam o Taylorismo como modelo de produção. Outros
definem o Taylorismo como uma ciência da organização do trabalho.
É desse sistema que surgiu a ideia de que o trabalhador deveria realizar procedimentos repetitivos e
especializados como forma de aumentar a produtividade. Taylor defendia que a indústria deveria adotar
princípios da racionalidade no uso de ferramentas e matérias-primas para reduzir os custos de produção.

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Geografia

Fordismo
Henry Ford (1863-1947) já desenvolvia sua linha de montagem para aumentar sua produção, quando ouviu
falar das ideias de Taylor. Impressionado, Ford contratou o engenheiro para trabalhar na sua fábrica. O
Fordismo nasce dessa associação entre as ideias de Taylor e a prática de Ford. Aqui é possível observar a
combinação perfeita entre redução dos custos de produção pela adoção das práticas tayloristas e o aumento
do consumo pela elevação dos salários dos trabalhadores. Por isso, o Fordismo também é chamado de
Fordismo-Taylorismo.

Características do Fordismo:

• Linha de montagem: é a famosa esteira de produção retratada no filme Tempos Modernos.

• Trabalho especializado (repetitivo): é a pura aplicação das ideias de Taylor. Quanto mais fragmentada
fosse a tarefa, isto é, quanto mais simples, mais fácil seria executada pelo trabalhador. A repetição dessa
ação faria o trabalhador se tornar um especialista naquela tarefa. Por isso, a mão de obra desse período
é denominada especializada. Ao mesmo tempo, isso gerava grande dependência daquela indústria, pois
o trabalhador só sabia fazer aquela tarefa e desconhecia as outras etapas produtivas. Nesse sentido,
esses trabalhadores eram considerados alienados.

• Padronização: a repetição das tarefas exigia uma padronização da produção.

• Mão de obra alienada: o trabalhador executava apenas uma tarefa e não conhecia todo o método de
produção, apenas a sua função.

• Produção concentrada: espacialmente, a fábrica fordista era concentrada em um local, produzindo e


armazenando (estoques lotados) tudo no mesmo espaço. A concentração espacial reunia no mesmo
espaço milhares de trabalhadores, o que facilitava a ação de sindicatos; por isso, a pressão sindical era
muito forte.

Ilustração da linha de montagem do Ford T. Disponível em: https://cargocollective.com/

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Geografia

Complexo Industrial da Ford. Adaptado de: https://i.wheelsage.org/

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Exercícios de fixação

1. Qual o objetivo de adotar um modelo produtivo?

2. Qual a diferença entre Taylorismo e Fordismo?

3. Diferencie trabalho qualificado de trabalho especializado.

4. Estabeleça a relação entre mão de obra especializada, padronização da produção e rigidez do modelo
fordista.

5. Qual o impacto da concentração industrial fordista no mundo do trabalho?

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Geografia

Exercícios de vestibulares

1.

THAVES. Jornal do Brasil, 19 fev. 1997 (adaptado).

A forma de organização interna da indústria citada gera a seguinte consequência para a mão de obra
nela inserida:
a) Ampliação da jornada diária.
b) Melhoria da qualidade do trabalho.
c) Instabilidade nos cargos ocupados.
d) Eficiência na prevenção de acidentes.
e) Desconhecimento das etapas produtivas.

2. A introdução da organização científica taylorista do trabalho e sua fusão com o fordismo acabaram por
representar a forma mais avançada da racionalização capitalista do processo de trabalho ao longo de
várias décadas do século XX.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009
(adaptado).

O objetivo desse modelo de organização do trabalho é o alcance da eficiência máxima no processo


produtivo industrial que, para tanto,
a) adota estruturas de produção horizontalizadas, privilegiando as terceirizações.
b) requer trabalhadores qualificados, polivalentes e aptos para as oscilações da demanda.
c) procede à produção em pequena escala, mantendo os estoques baixos e a demanda crescente.
d) decompõe a produção em tarefas fragmentadas e repetitivas, complementares na construção do
produto.
e) outorga aos trabalhadores a extensão da jornada de trabalho para que eles definam o ritmo de
execução de suas tarefas.

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3. “No tempo em que os sindicatos eram fortes, os trabalhadores podiam se queixar do excesso de
velocidade na linha de produção e do índice de acidentes sem medo de serem despedidos. Agora,
apenas um terço dos funcionários da IBP [empresa alimentícia norte-americana] pertence a algum
sindicato. A maioria dos não sindicalizados é imigrante recente; vários estão no país ilegalmente; e no
geral podem ser despedidos sem aviso prévio por seja qual for o motivo. Não é um arranjo que encoraje
ninguém a fazer queixa. [...] A velocidade das linhas de produção e o baixo custo trabalhista das fábricas
não sindicalizadas da IBP são agora o padrão de toda indústria.”
SCHLOSSER, Eric. País Fast- Food. São Paulo: Ática, 2002. p. 221.

No texto, o autor aborda a universalização, no campo industrial, dos empregos do tipo Mcjobs
“McEmprego”, comuns em empresas fast-food. Assinale a alternativa que apresenta somente
características desse tipo de emprego.
a) Alta remuneração da força de trabalho adequada à especialização exigida pelo processo de
produção automatizado.
b) Alta informalidade relacionada a um ambiente de estabilidade e solidariedade no espaço da
empresa.
c) Baixa automatização num sistema de grande responsabilidade e de pequena divisão do trabalho.
d) Altas taxas de sindicalização entre os trabalhadores aliadas a grandes oportunidades de avanço
na carreira.
e) Baixa qualificação do trabalhador acompanhada de má remuneração do trabalho e alta
rotatividade.

4. Nas primeiras décadas do século XX, o engenheiro Frederick Taylor desenvolveu os princípios de
administração científica, que consistiam, basicamente, no controle dos tempos e dos movimentos dos
trabalhadores para aumentar a eficiência do processo produtivo. Ao adotar estes princípios em sua
fábrica, Henry Ford criava um novo método de produção. A inovação mais importante do modelo
fordista de produção foi:
a) a fragmentação da produção.
b) o trabalho qualificado.
c) a linha de montagem.
d) a produção diferenciada.
e) a redução dos estoques.

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Geografia

5. Os trabalhadores que construíam seus carros Modelo N, predecessor do Modelo T, dispunham as peças
e partes numa fileira no chão, punham-nas em trilhos deslizadores e arrastavam-nas, ajustando umas
às outras. Mais tarde, o dinamismo do processo tornou-se mais sofisticado. Ford dividiu a montagem
do Modelo T em 84 passos discretos, por exemplo, treinando cada um de seus operários em executar
apenas um dos passos. Contratou também o especialista em estudos de movimento, Frederick Taylor,
para tornar a execução ainda mais eficiente. Nesse meio tempo, construiu máquinas que poderiam
estampar as partes automaticamente e muito mais rapidamente do que o mais ágil dos trabalhadores.
Com base no texto, a produção fordista tem por característica a
a) flexibilização da produção.
b) produção padronizada.
c) produção por demanda.
d) utilização de trabalho escravo.
e) valorização do trabalho artesanal.

6. As inovações na organização do processo de produção, desenvolvidas a partir do fim do século XIX e


início do XX, ficaram conhecidas a partir da derivação dos nomes de seus principais expoentes,
Frederick Winslow Taylor e Henry Ford. Além disso, o taylorismo e o fordismo caracterizam,
respectivamente, dois princípios de organização do trabalho, denominados:
a) empirismo e produção artesanal.
b) administração científica e linhas de produção.
c) administração científica e células de produção.
d) administração empírica e linhas de produção.
e) administração emotiva e produção dispersa.

7. No início do século XX, o desenvolvimento industrial das cidades criou as condições necessárias para
aquilo que Thomas Gounet denominou "civilização do automóvel". Nesse contexto, um nome se
destacou, o de Henri Ford, cujas indústrias aglutinavam contingentes de trabalhadores maiores que o
de pequenas cidades com menos de 10.000 habitantes. O nome de Ford ficou marcado pela forma de
organização de trabalho que propôs para a indústria.
Com base nos conhecimentos sobre a organização do trabalho nos princípios propostos por Ford,
assinale a alternativa correta.
a) A organização dos sindicatos de trabalhadores dentro da fábrica transformou-os em
colaboradores da empresa.
b) A implantação da produção flexível de automóveis garantiu uma variedade de modelos para o
consumidor.
c) A produção em massa foi substituída pela de pequenos lotes de mercadorias, a fim de evitar
estoques de produtos.
d) O método de Ford potencializou o parcelamento de tarefas, largamente utilizado por Taylor.
e) Para obter ganhos elevados, a organização fordista implicava uma drástica redução dos salários
dos trabalhadores.

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8. Outro importante método de racionalização do trabalho industrial foi concebido graças aos estudos
desenvolvidos pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor. Uma de suas preocupações
fundamentais era conceber meios para que a capacidade produtiva dos homens e das máquinas
atingisse seu patamar máximo. Para tanto, ele acreditava que estudos científicos minuciosos deveriam
combater os problemas que impediam o incremento da produção.
Taylorismo e Fordismo. Disponível em www.brasilescola.com. Acesso em: 28 fev. 2012.

O Taylorismo apresentou-se como um importante modelo produtivo ainda no início do século XX,
produzindo transformações na organização da produção e, também, na organização da vida social. A
inovação técnica trazida pelo seu método foi a
a) utilização de estoques mínimos em plantas industriais de pequeno porte.
b) cronometragem e controle rigoroso do trabalho para evitar desperdícios.
c) produção orientada pela demanda enxuta atendendo a específicos nichos de mercado.
d) flexibilização da hierarquia no interior da fábrica para estreitar a relação entre os empregados.
e) polivalência dos trabalhadores que passaram a realizar funções diversificadas numa mesma
jornada.

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9. Utilize as informações abaixo para responder à questão.


Fordismo
Taylorismo • produção e consumo em massa
• separação do trabalho por tarefas e • extrema especialização do trabalho
níveis hierárquicos • rígida padronização da produção
• racionalização da produção • linha de montagem
• controle do tempo
• estabelecimento de níveis mínimos de Pós-fordismo
produtividade.
• estratégia de produção e consumo em
escala planetária
• valorização da pesquisa científica
• desenvolvimento de novas tecnologias
• flexibilização dos contratos de trabalho

Pelas características dos modelos produtivos do momento da Segunda Revolução Industrial, é possível
afirmar que o fordismo absorveu certos aspectos do taylorismo, incorporando novas características.
Essa afirmação se justifica, dentre outras razões, porque os objetivos do fordismo, principalmente,
pressupunham:
a) elevada qualificação intelectual do trabalhador ligada ao controle de tarefas sofisticadas.
b) altos ganhos de produtividade vinculada a estratégias flexíveis de divisão do trabalho na linha de
montagem.
c) redução do custo de produção associada às potencialidades de consumo dos próprios operários
das fábricas.
d) máxima utilização do tempo de trabalho do operário relacionada à despreocupação com os
contratos de trabalhos.
e) racionalização dos estoques, diminuindo a disponibilidade dos produtos e a possibilidade de
crises econômicas.

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10. Em seus Princípios de Administração Científica, Frederick Taylor desenvolvia um sistema de


organização dos processos de produção que poderia ser aplicado em todo o tipo de empresa, mesmo
que os experimentos tenham ocorrido em empresas industriais. Taylor apresentava algumas formas
de organização do trabalho que incluem várias características, como:
a) O estímulo da produção através da qualificação da mão de obra.
b) A divisão do processo de fabricação em gestos complexos.
c) A medição e racionalidade no uso de matérias-primas e ferramentas de trabalho.
d) A liberdade para os trabalhadores escolherem a forma de trabalho.
e) A mensuração da produtividade final e não do tempo para a execução das atividades.

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Geografia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1.
As indústrias passaram a aperfeiçoar e adotar modelos produtivos com o objetivo de maximizar a
produção. A ideia era diminuir os gastos excessivos com maquinário e trabalhadores, aumentando o lucro.
A organização da produção também possibilitava aumentar o total da produção.

2.
Taylorismo corresponde a um conjunto de ideias criadas por Frederick Taylor, que buscava melhor
organizar o trabalho dentro da fábrica para aumentar a produção. O Fordismo compreende um modelo
produtivo mais complexo que, além de adotar esses preceitos de Taylor, ficou famoso por melhor
incorporar a linha de montagem na produção. Assim, muitos afirmam que o Fordismo vai além do
Taylorismo, pois também gera impactos na sociedade, devido à lógica de produção e ao consumo em
massa, enquanto as ideias de Taylor se limitam a questões internas da fábrica.

3.
O trabalho qualificado é aquele vinculado à qualificação educacional do trabalhador, o que significa
frequentar cursos, fazer ensino superior, mestrado, doutorado. Aqui, há maior emprego de informação na
educação do profissional. O trabalho especializado não exige essa qualificação, e o trabalhador pode
adquirir experiência com o tempo, tornando-se o melhor da área sem fazer um curso, apenas reproduzindo
aquela tarefa.

4.
A concepção adotada na época era de fragmentar ao máximo as etapas produtivas. Essa simplificação
possibilitava a qualquer trabalhador ser empregado em uma fábrica fordista. Ao mesmo tempo, dificultava
mudanças internas na linha de produção, pois isso resultava em um longo tempo de aprendizagem do
trabalhador. Os produtos fordistas eram padronizados por essa concepção, que dificultava mudanças
dentro do modelo, o que explica a sua rigidez.

5.
A fábrica fordista era caracterizada por produzir tudo no mesmo espaço. Tal condição gerava uma grande
concentração espacial dos trabalhadores, o que facilitava a ação dos sindicatos. Nesse sentido, devido à
facilidade de união, os trabalhadores conseguiam maiores conquistas laborais, como aumento do salário,
férias e outros benefícios.

Exercícios de vestibulares

1. E
A organização interna da indústria e do trabalho fordista/taylorista é caracterizada pela adoação da linha
de montagem, produção em massa, grandes estoques e especialização do trabalho. Um dos impactos da
divisão e especialização do trabalho é que o operário não conhece a totalidade ou o conjunto das etapas
produtivas.

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2. D
A racionalização da produção em larga escala levou à criação de um modelo produtivo altamente
fragmentado, em que os trabalhadores executavam atividades repetitivas dentro de uma cadeia de
produção.

3. E
Os fast-foods são um bom exemplo das heranças fordistas e demonstram como a sobreposição dos
tempos traz a historicidade nos novos modelos. Alta rotatividade, baixa qualificação e má remuneração
são características desse tipo de trabalho.

4. C
A linha de montagem foi a concretização material das ideias de Taylor, que buscava uma maior
produtividade do trabalho e, consequentemente, lucratividade. Foi a partir da linha de montagem que se
definiu o recorte temporal do Fordismo, sendo um componente fundamental desse modelo.

5. B
As principais características do Fordismo são a linha de montagem e a produção padronizada.

6. B
Os preceitos científicos de Taylor (reduzir tempo de produção, simplificar tarefas, diminuir desperdício de
matéria-prima) publicados em seu livro, Princípios de Administração Científica, juntamente com a prática
de Ford (linhas de produção), fizeram um modelo eficiente de exploração e produção em massa. A letra D
está incorreta, pois Taylor defendia administração científica e não empírica. A alternativa E está incorreta,
pois não é a administração das emoções do trabalhador que irá aumentar a produção.

7. D
O Fordismo apoiou-se na concepção de Taylor, caracterizando-se pela divisão do trabalho nas fábricas,
cuja produção é gerenciada pelo sistema Just-in-case, que buscava ampliar o estoque dos produtos.

8. B
O Taylorismo compreende um sistema de organização industrial desenvolvido no século XX com o
objetivo de maximizar a produção. Seus objetivos são: utilização de métodos de padronização da
produção para evitar o desperdício produtivo, adoção de métodos para evitar a fadiga dos trabalhadores
e disciplina da distribuição das tarefas.

9. C
A exploração do trabalhador assalariado presume o aumento da lucratividade, a mais-valia com que o
patrão lucra. Ao mesmo tempo, em um sistema que busca a máxima produção, é preciso que os
trabalhadores tenham dinheiro para consumir seu produto, a fim de movimentar os estoques.

12
Geografia

10. C
O engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor (1856-1915), visando a aumentar a eficiência
produtiva, estudou tempos e movimentos de operários e máquinas na linha de produção. Seus estudos
foram reunidos e publicados no seu livro, Princípios de Administração Científica. Taylor defendia que a
indústria deveria adotar princípios da racionalidade no uso de ferramentas e matérias-primas, para
reduzir os custos de produção. Além de que, as tarefas deveriam ser simplificadas ao máximo. Quanto
mais fragmentada fosse a tarefa, isto é, quanto mais simples, mais fácil seria executada pelo trabalhador.
A repetição dessa ação faria o trabalhador se tornar um especialista naquela tarefa. Por isso, a mão de
obra desse período é denominada especializada. Tais indústrias não buscavam a qualificação da mão
de obra, e a divisão do processo se resumia a gestos simples, o que explica o erro da alternativa A e B.
A esteira de produção é a posição que definia a tarefa a ser executada. Você não poderia decidir apertar
um parafuso se na posição da esteira você fosse responsável por pintar uma peça. Isso explica o erro da
D. Por fim, a produtividade do trabalhador é medida a partir da velocidade que ele executa as tarefas,
podendo ser promovido de cargo. Se fosse lento, seria demitido.

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História

Do Mundo Antigo ao Feudalismo

Objetivo
Você aprenderá sobre a formação do feudalismo e das bases do Período Medieval.

Se liga
Para essa matéria é importante que você saiba o conteúdo sobre o Mundo Antigo.

Curiosidade
Foi durante o Período Medieval que surgiram alguns dos contos de fadas famosos, como Chapeuzinho
vermelho.

Teoria

Formação do Mundo Medieval


A partir do século III, o Império Romano passou por intensas crises. As guerras de conquista não aconteciam
desde o século II d.C e, com isso, a obtenção de novos escravos foi interrompida. Com a diminuição na
quantidade de escravos, a disponibilidade dessa mão de obra no império começou a diminuir. Assim, esse
processo afetou a economia romana e causou a diminuição de sua produtividade, provocando,
consequentemente, um aumento no custo de vida em todo o império.
Para agravar esse cenário, os altos gastos para manter suas extensas fronteiras protegidas, além de invasões
de povos chamados de bárbaros, principalmente os germânicos, ajudaram a desestabilizar o Império.
Ocorreram diversas tentativas de restabelecer a estabilidade, como a divisão do território em duas partes:
Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano do Oriente,
com capital em Constantinopla, visando melhorar a administração.
No entanto, em meio às invasões ao Império Romano do Ocidente, houve um
intenso processo de ruralização, com o objetivo de fugir e buscar proteção. Tal fato
culminou na queda de Roma, em 476, marcando o fim da Idade Antiga e o início da
Idade Média. Vale lembrar que essas invasões não foram todas agressivas, mas
em muitos casos um processo de migração para o interior das fronteiras do então
império, em busca de segurança e estabilidade. Esse processo provocou uma
pluralidade cultural que forneceu as bases para o feudalismo.

A Idade Média e o feudalismo


A Idade Média começou a se estruturar com a queda de Roma, quando começou a se desenvolver uma nova
estrutura social, política e econômica, caracterizada por uma sociedade rural, descentralizada e estamental.
O período durou mais de 1000 anos e pode ser dividido em Alta Idade Média e Baixa Idade Média. Nesse longo

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História

período se consolidou o que ficou conhecido como o feudalismo, modo de produção que associava
elementos romanos e germânicos, como o teocentrismo, baseado na grande influência ideológica da Igreja
Católica Apostólica e na descentralização política que acontecia nos últimos anos do império romano.
No feudalismo, as relações políticas entre nobres eram baseadas no princípio da suserania e da vassalagem,
no qual um nobre doava terras conquistadas por ele (suserano) a outro nobre (vassalo) em troca de fidelidade
nos compromissos militares do suserano. Apesar da existência da figura do rei, seus poderes eram limitados,
já que o poder estava descentralizado entre diversos senhores feudais.
Essa relação era estabelecida através de uma cerimônia conhecida como homenagem, que era dividida em
dois atos: o juramento e a investidura. Pelo ato de juramento, o vassalo anunciava sua lealdade e seus
serviços, enquanto pela investidura, o senhor doava uma parte de suas terras ao vassalo, tudo realizado frente
a testemunhas e normalmente selado com um beijo. Essas alianças entre diversos vassalos e suseranos
construía uma rede de proteção entre os feudos na Idade Média que envolvia até mesmo os reis que, com o
tempo, passaram a acumular cada vez mais vassalos ao seu redor.
A economia feudal também ocorria de forma descentralizada, dentro de estruturas chamadas de feudos. Os
feudos se baseavam na atividade agrícola, realizada pelos servos, e, em geral, eram autossuficientes, ou seja,
produziam os principais produtos necessários à sobrevivência de seus habitantes, tendo pouca necessidade
de troca entre os feudos. Isso gerou um desaquecimento do comércio e das atividades urbanas. A sociedade
feudal se caracterizou por uma estrutura estamental. Os estamentos eram divididos entre os que guerreavam
(nobreza), os que rezavam (clero) e os que trabalhavam (servos). A mobilidade social era quase inexistente,
já que a posição ocupada era determinada pelo nascimento.
Apesar de cada classe ter sua função, cada uma apresentava também as suas obrigações, no entanto, apenas
os servos não possuíam privilégios, sendo condenados ao pagamento de diversos tributos e serviços para
poderem produzir ou viver no feudo. Dentre os chamados impostos feudais, cobrados aos servos, podemos
citar: talha, corveia, banalidade, tostão de Pedro e mão morta.
Por parte da nobreza e dos senhores feudais, a principal obrigação que estes tinham era a de manter a
segurança no feudo e garantir a estabilidade nas terras. Para isso, realizavam alianças com outros feudos e
contratos de suserania e vassalagem para ampliar suas conexões, influências e poderes. Neste acordo, um
nobre com maior influência doava um pequeno pedaço de terra para outro nobre de menor influência,
normalmente o segundo filho de algum senhor, que não teria direito a grande herança (direito de
primogenitura). Desta forma, o que doava a terra se tornava o suserano e prometia proteger aquele que
recebeu, este, por sua vez, se tornava um vassalo, um cavaleiro do senhor, jurando lealdade, apoiando em
guerras, protegendo o feudo, cobrando impostos e realizando serviços ao seu suserano.
.

A sociedade feudal: rígida hierarquização social.

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História

A Igreja Medieval
As relações sociais e o modo de produção feudal foram característicos fundamentais da
sociedade medieval, mas, não podemos compreender este período sem entendermos
importância da influência da Igreja Católica neste mundo. A questão espiritual, desde a
antiguidade, sempre se manifestou como característica essencial de diversas culturas e, no
caso europeu, desde o fim do Império Romano, o cristianismo se tornava cada vez mais a
grande influência religiosa da região.
Com o período Carolíngio, como visto, a Igreja Católica passou a exercer mais do que um poder
espiritual, pois adentrou definitivamente nas questões políticas dos reinos germânicos, passou
a influenciar decisões, controlar a vida das pessoas e se tornou, enfim, uma grande proprietária de terras,
fortemente vinculada à estrutura feudal. Assim, a Igreja Católica detinha um vasto poder sobre os calendários,
as datas, as decisões políticas, as horas de trabalho e até mesmo os dias que poderiam ter batalhas e os dias
santos.
Dominando grande parte da Europa e se relacionando com as principais monarquias e nobrezas, a Igreja
conseguiu se tornar a principal instituição do mundo e realizar obras faraônicas para constantemente reforçar
o seu poder. Visto isso, durante a Idade Média, diversas igrejas de arquitetura gótica, mosteiros e abadias
foram construídas pela Europa, sendo estes últimos importantes centros de cultura letrada.
Nos mosteiros e nas abadias os monges preservavam textos antigos, traduziam livros estrangeiros,
organizavam bibliotecas e escolas e guardavam artefatos considerados sagrados. Muitos monges chegaram
a abandonar a chamada “vida secular” (em contato com a terra, com as riquezas), para se dedicarem
integralmente às regras do cristianismo, isolando-se em mosteiros e abrindo mão de todos os bens materiais,
ficando conhecidos como o clero regular.
Por outro lado, o chamado clero secular, manteve-se ligado às riquezas possuídas pela Igreja Católica, à
administração de terras e ao mundo material. Muitos monges acumularam vastas riquezas através das
doações que recebiam de fiéis que buscavam perdão por seus pecados. Por volta do ano 1000 essa onda de
doações se tornou ainda maior, visto que a crença na proximidade do fim do mundo desesperava muitos fiéis,
que tentavam de tudo para conseguir o perdão. De fato, o apego de parte deste clero a tais bens materiais
acabou gerando muitas críticas e denúncias por parte de fiéis que não concordavam com essa ostentação e,
antes mesmo das grandes reformas protestantes.

Baixa Idade Média


Em comparação com as disputas territoriais do início da Alta Idade Média, a Europa vivia neste momento uma
fase muito mais segura. As alianças realizadas entre os feudos e a proteção dos cavaleiros garantiu uma
maior estabilidade para os senhores e servos. No entanto, a condição estável e a redução dos saques e
invasões garantiram também um crescimento demográfico neste período. Este aumento da população
proporcionou um inchaço dos feudos, que não conseguiu proporcionar alimentação para todas as pessoas e
ainda precisava se esforçar cada vez mais para submeter tantos servos aos tributos e opressões.
Apesar de inovações técnicas terem facilitado a produção agrícola neste período, essas novidades foram
insuficientes para garantir uma produção que atendesse as necessidades da população desses séculos. Este
cenário, portanto, provocou um deslocamento de massas de camponeses e cavaleiros que, expulsos de suas
terras, passaram a vagar entre feudos ou a vadiar em busca de trabalhos temporários e pequenos saques.
Nessa conjuntura, apesar de muitos ainda vagarem pelos bosques e terras vazios, outros decidiram se
aventurar nas antigas ruínas do Império Romano e reocupar as cidades abandonadas.

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História

Esse processo de crescimento demográfico e de êxodo marcou o início da Baixa Idade Média e deu origem
ao que conhecemos como a crise do feudalismo. Tendo em vista esse cenário, que além da miséria europeia
ainda contava com a expansão árabe, um movimento religioso com apoio da nobreza surgiu tentando
conciliar soluções para os dois problemas. As chamadas cruzadas, portanto, tinham como objetivo
reconquistar a cidade sagrada de Jerusalém (dominada pelos turcos desde o século VII), expandir a fé cristã,
penetrar novamente o catolicismo romano no Império Bizantino e, por fim, resolver o problema do crescimento
demográfico e da miséria na Europa.
Ainda que as cruzadas não tenham solucionado muitos desses problemas, sobretudo o da quantidade de
miseráveis vagantes, ela acabou abrindo caminhos para outras questões. As marchas cruzadistas além de
reconquistarem novos territórios, também foram fundamentais para a abertura de antigas rotas comerciais,
dominadas pelos árabes, pelo estabelecimento de postos comerciais, que garantiram um ressurgimento das
cidades e, enfim expandiram a fé cristã.
Uma outra importante conquista das cruzadas também foi a retomada das rotas comerciais
do mediterrâneo, dominada pelos muçulmanos desde o século VIII, isolando a Europa. As
cruzadas, portanto, abriram caminhos para o acesso a importantes centros comerciais da
região, como Veneza, Gênova e até mesmo Constantinopla. Visto isso, podemos perceber
que as cruzadas foram fundamentais para desenvolver um processo que já se iniciava há
anos na Europa, o de renascimento comercial e urbano.

O outono da Idade Média


Se a crença na chegada iminente do fim do mundo assolava os cristãos durante o ano 1000, a crise do século
XIV representou para a Europa quase um apocalipse atrasado. Durante este século, a população europeia
enfrentou não só as guerras que já estava acostumada, mas também sofreu com a fome causada pelas más
colheitas e pelo fechamento de rotas comerciais por batalhas e, enfim, conheceu a chamada peste negra.
Em 1315, intensas chuvas no noroeste da Europa dificultaram a produção agrícola da região, causando uma
crise de abastecimento no continente. Para piorar, alguns anos depois os alimentos e produtos que
atravessavam as novas rotas comerciais começaram a sofrer com o bloqueio dos caminhos ocasionado por
batalhas, como a Guerra dos Cem anos, entre 1337 e 1453. Esse cenário caótico de más colheitas e bloqueio
comercial acabou gerando a chamada grande fome do século XIV.
Com a fome e as guerras assolando a maior parte da Europa, um novo problema também surgiu neste período
para ampliar o número de mortos e devastar cerca de 1/3 da população europeia: a peste negra. Na época,
com uma medicina incipiente e com poucos estudos sobre a questão, não havia medicamentos ou
tratamentos eficazes contra a doença e nem mesmo uma informação exata sobre os motivos reais da peste
negra, sendo genericamente associada à grande população de ratos que circulavam pelas cidades
reocupadas. No entanto, a verdadeira causa da peste, descoberta graças aos estudos da microbiologia no
século XIX, estaria nas pulgas que transmitiam a doença.

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História

Essa conjuntura de fome, doenças, guerras e mortes, somados à vida precária e submissa de
servos no campo acabou sendo o estopim para diversas revoltas na Europa e, naturalmente,
para o desgaste do próprio feudalismo. Não bastasse todo o infortúnio, os senhores feudais
começam a aumentar o valor dos impostos sobre os camponeses a fim de suprir a diminuição
de seus ganhos em decorrência da peste e da baixa produtividade.
Um grande exemplo dessas revoltas que apavorou senhores feudais na Europa foi a chamada
jacquerie, que estourou no norte da França em 1358. Cerca de 20 mil camponeses foram
mortos pelo exército francês após se rebelarem contra as opressões sofridas e contra os problemas que
abatiam a população local. Este movimento acabou dando o nome de jacqueries para diversas outras
manifestações camponesas do período.
Todo esse contexto gerou um clima de insegurança nos senhores feudais, que começaram a se assustar com
as constantes revoltas camponesas. Boa parte deles, começam a, gradualmente, ceder o seu poder e sua
fidelidade a figura do rei (sim, ele mesmo, aquele que quase não possuía poder político) com o intuito de
proteger suas terras. Além disso, a ascensão da burguesia e o seu interesse na expansão comercial mostrou
como o feudalismo havia entrado em colapso e que ele, na verdade, não dava mais conta das transformações
da modernidade que ganhavam cada vez mais força na sociedade.

E quais foram as consequências desse rolê histórico? Aguardem as cenas dos próximos capítulos…

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História

Exercícios de fixação

1. Cite três características do feudalismo.

2. No que consistia a relação de suserania e vassalagem?

3. Qual foi a importância das cruzadas?

4. Explique como era organizada a sociedade feudal.

5. Como surgiu a burguesia?

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Exercícios de vestibulares

1. (Enem 2014)
Sou uma pobre e velha mulher,
Muito ignorante, que nem sabe ler.
Mostraram-me na igreja da minha terra
Um Paraíso com harpas pintado
E o Inferno onde fervem almas danadas,
Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.
(VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC, 1999.)
Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às imagens presentes nos templos
católicos medievais. Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de:
a) redefinir o gosto dos cristãos.
b) incorporar ideais heréticos.
c) educar os fiéis através do olhar.
d) divulgar a genialidade dos artistas católicos.
e) valorizar esteticamente os templos religiosos.

2. (Enem PPL 2014) Veneza, emergindo obscuramente ao longo do início da Idade Média das águas às
quais devia sua imunidade a ataques, era nominalmente submetida ao Império Bizantino, mas, na
prática, era uma cidade estado independente na altura do século X. Veneza era única na cristandade
por ser uma comunidade comercial: “Essa gente não lavra, semeia ou colhe uvas”, como um surpreso
observador do século XI constatou. Comerciantes venezianos puderam negociar termos favoráveis
para comerciar com Constantinopla, mas também se relacionaram com mercadores do islã.
(FLETCHER, R. A cruz e o crescente: cristianismo e islã, de Maomé à Reforma. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004.)
A expansão das atividades de trocas na Baixa Idade Média, dinamizadas por centros como Veneza,
reflete o(a)
a) importância das cidades comerciais.
b) integração entre a cidade e o campo.
c) dinamismo econômico da Igreja cristã.
d) controle da atividade comercial pela nobreza feudal.
e) ação reguladora dos imperadores durante as trocas comerciais.

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História

3. (UEA 2013) Igreja, em torno de 1030, proclamou que, segundo o plano divino, os homens dividiam-se
em três categorias: os que rezam, os que combatem, os que trabalham, e que a concórdia reside na
troca de auxílios entre eles. Os trabalhadores mantêm, com sua atividade, os guerreiros, que os
defendem, e os homens da Igreja, que os conduzem à salvação. Assim a Igreja defendia, de maneira
lúcida, o sistema político baseado na senhoria.
(DUBY, Georges. Arte e sociedade na Idade Média, 1997. Adaptado.)
Segundo essa definição do universo social, feita pela Igreja cristã da Idade Média, a sociedade medieval
era considerada
a) injusta e imperfeita, na medida em que as atividades dos servos os protegiam dos riscos a que
estavam submetidos os demais grupos sociais.
b) perfeita, porque era sustentada pelas atividades econômicas da agricultura, do comércio e da
indústria.
c) sagrada, contendo três grupos sociais que deveriam contribuir para o congraçamento dos
homens.
d) dinâmica e mutável, na medida em que estava dividida entre três estamentos sociais distintos e
rivais.
e) guerreira, cabendo à Igreja e aos trabalhadores rurais a participação direta nas lutas e empreitadas
militares dos cavaleiros,

4. Analisando as condições de trabalho da Europa medieval, o historiador Marc Bloch afirmou:


O servo, em resumo, dependia tão estreitamente de um outro ser humano que, fosse ele para onde
fosse, esse laço o seguia e se imprimia à sua descendência. Essas pessoas, para com o senhor, não
estavam obrigadas apenas às múltiplas rendas ou prestações de serviços. Deviam-lhe também auxílio
e obediência, e contavam com a sua proteção.
(BLOCH, Marc. A sociedade feudal. Lisboa: Edições 79, s/d., p. 294-295. Adaptado.)
De acordo com o texto, é correto afirmar que a servidão na Europa medieval
a) baseava-se na cobrança de taxas e no trabalho em troca de proteção e moradia.
b) organizava a produção monocultora de exportação que predominava no período.
c) proporcionava ampla mobilidade social para os servos e seus descendentes.
d) garantia aos servos a participação nas decisões políticas dentro dos feudos.
e) impedia a circulação dos trabalhadores nas lavouras dos territórios senhoriais.

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5. (Mackenzie 2014) (Médio) Aquilo que dominava a mentalidade e a sensibilidade dos homens da Idade
Média era o seu sentimento de insegurança (…) que era, no fim das contas, a insegurança quanto à vida
futura, que a ninguém estava assegurada (…). Os riscos da danação, com o concurso do Diabo, eram
tão grandes, e as probabilidades de salvação, tão fracas que, forçosamente, o medo vencia a
esperança.
(Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval.)
O mundo medieval configurou-se a partir do medo da insegurança, como retratado no texto acima.
Encontre a alternativa que melhor condiz com o assunto.
a) A crise econômica decorrente do final do Império Romano, a guerra constante, as invasões
bárbaras, a baixa demográfica, as pestes, tudo isso aliado a um forte conteúdo religioso de punição
divina aos pecados contribuiu para o clima de insegurança medieval.
b) A peste bubônica provocou redução drástica na demografia medieval, levando a crenças
milenaristas e apocalípticas, sufocadas, por sua vez, pela rápida ação da Igreja, disponibilizando
recursos médicos e financeiros para a erradicação das várias doenças que afetam seus fiéis.
c) O clima de insegurança que predominou em toda a Idade Média decorreu das guerras constantes
entre nobres – suseranos – e servos – vassalos, contribuindo para a emergência de teorias
milenaristas no continente.
d) As enfermidades que afetavam a população em geral contribuíram para a demonização de
algumas práticas sociais, como o hábito de usar talheres nas refeições, adquirido, por sua vez, no
contato com povos bizantinos.
e) A certeza da punição divina a pecados cometidos pelos humanos predominava na mentalidade
medieval; por isso, nos vários séculos do período, eram constantes os autos de fé da Inquisição,
incentivando a confissão em massa, sempre com tolerância e diálogo.

6. (Enem 2019) A cidade medieval é, antes de mais uma sociedade da abundância, concentrada num
pequeno espaço em meio a vastas regiões pouco povoadas. Em seguida, é um lugar de produção e de
trocas, onde se articulam o artesanato e o comércio, sustentados por uma economia monetária. É
também centro de um sistema de valores particular, do qual emerge a prática laboriosa e criativa do
trabalho, o gosto pelo negócio e pelo dinheiro, a inclinação para o luxo, o senso da beleza. E ainda um
sistema de organização de um espaço fechado com muralhas, onde se penetra por portas e se caminha
por ruas e praças e que é guarnecido por torres.
(LE GOFF, J.; SCHMITT, J.-C. Dicionário temático do Ocidente Medieval. Bauru: Edusc, 2006.)
No texto, o espaço descrito se caracteriza pela associação entre a ampliação das atividades urbanas e
a
a) emancipação do poder hegemônico da realeza.
b) aceitação das práticas usurárias dos religiosos.
c) independência da produção alimentar dos campos.
d) superação do ordenamento corporativo dos ofícios.
e) permanência dos elementos arquitetônicos de proteção.

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História

7. (Enem 2018) A existência em Jerusalém de um hospital voltado para o alojamento e o cuidado dos
peregrinos, assim como daqueles entre eles que estavam cansados ou doentes, fortaleceu o elo entre
a obra de assistência e de caridade e a Terra Santa. Ao fazer, em 1113, do Hospital de Jerusalém um
estabelecimento central da ordem, Pascoal II estimulava a filiação dos hospitalários do Ocidente a ele,
sobretudo daqueles que estavam ligados à peregrinação na Terra Santa ou em outro lugar. A
militarização do Hospital de Jerusalém não diminuiu a vocação caritativa primitiva, mas a fortaleceu.
(DEMURGER, A. Os Cavaleiros de Cristo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002 (adaptado).)
O acontecimento descrito vincula-se ao fenômeno ocidental do(a)
a) surgimento do monasticismo guerreiro, ocasionado pelas cruzadas.
b) descentralização do poder eclesiástico, produzida pelo feudalismo.
c) alastramento da peste bubônica, provocado pela expansão comercial.
d) afirmação da fraternidade mendicante, estimulada pela reforma espiritual.
e) criação das faculdades de medicina, promovida pelo renascimento urbano.

8. (Enem 2013) Quando ninguém duvida da existência de um outro mundo, a morte é uma passagem que
deve ser celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da Idade Média tem a convicção de não
desaparecer completamente, esperando a ressurreição. Pois nada se detém e tudo continua na
eternidade. A perda contemporânea do sentimento religioso fez da morte uma provação aterrorizante,
um trampolim para as trevas e o desconhecido.
(DUBY, G. Ano 2000 na pista dos nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).)
Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado com a morte, o autor considera que houve
um processo de:
a) mercantilização das crenças religiosas.
b) transformação das representações sociais.
c) disseminação do ateísmo nos países de maioria cristã.
d) diminuição da distância entre saber científico e eclesiástico.
e) amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna.

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9. (Enem 2018)
TEXTO I
Não é possível passar das trevas da ignorância para a luz da ciência a não ser lendo, com um amor
sempre mais vivo, as obras dos Antigos. Ladrem os cães, grunhem os porcos! Nem por isso deixarei de
ser um seguidor dos Antigos. Para eles irão todos os meus cuidados e, todos os dias, a aurora me
encontrará entregue ao seu estudo.
(BLOIS, P. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.)

TEXTO II
A nossa geração tem arraigado o defeito de recusar admitir tudo o que parece vir dos modernos. Por
isso, quando descubro uma ideia pessoal e quero torná-la pública, atribuo-a a outrem e declaro: — Foi
fulano de tal que o disse, não sou eu. E para que acreditem totalmente nas minhas opiniões, digo: — O
inventor foi fulano de tal, não sou eu.
(BATH, A. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.)

Nos textos são apresentados pontos de vista distintos sobre as mudanças culturais ocorridas no
século XII no Ocidente. Comparando os textos, os autores discutem o (a)
a) produção do conhecimento face à manutenção dos argumentos de autoridade da Igreja.
b) caráter dinâmico do pensamento laico frente à estagnação dos estudos religiosos.
c) surgimento do pensamento científico em oposição à tradição teológica cristã.
d) desenvolvimento do racionalismo crítico ao opor fé e razão.
e) construção de um saber teológico científico.

10. (UFG 2014) Leia o fragmento a seguir.


A cidade contemporânea, apesar de grandes transformações, está mais próxima da cidade medieval
do que esta última da cidade antiga.
(LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades. São Paulo: Editora Unesp,1998. p. 25.)
Nessa passagem, o historiador Jacques Le Goff compara a cidade medieval com a contemporânea,
estabelecendo uma aproximação entre ambas. A característica da cidade medieval que permite tal
relação é a
a) exaltação da vida cívica, associada aos jogos e aos espetáculos promovidos por seus
governantes.
b) laicização da cultura, expressa na arquitetura dos edifícios públicos em contraste com o domínio
religioso.
c) afirmação da autonomia política, revelada pela oposição dos citadinos ao poder dos senhores
feudais.
d) valorização das atividades de produção e de trocas comerciais, alimentadas por uma economia
monetária.
e) segregação social, manifestada na criação de bairros periféricos pobres e violentos.

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História

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Características: Descentralização política / relação de suserania e vassalagem / economia agrária /


sociedade estamental / trabalho servil.

2. As relações políticas entre nobres eram baseadas no princípio da suserania e da vassalagem, no qual
um nobre doava terras conquistadas por ele (suserano) a outro nobre (vassalo) em troca de fidelidade
nos compromissos militares do suserano. Essas alianças entre diversos vassalos e suseranos construía
uma rede de proteção entre os feudos que envolvia até mesmo os reis, que poderiam ser tanto suseranos
quanto vassalos.

3. As cruzadas foram missões da Igreja Católica com intuito de conquistar a cidade sagrada de Jerusalém
do domínio dos turcos, expandir a fé cristã, penetrar novamente o catolicismo romano no Império
Bizantino. Dentro do contexto de ruralização e do fechamento da economia dentro dos feudos, as
cruzadas facilitaram a reocupação das antigas cidades, o reavivamento do comércio e a abertura de
antigas rotas comerciais.

4. A sociedade feudal se caracterizou por uma estrutura estamental. Os estamentos eram divididos entre
os que guerreavam (nobreza), os que rezavam (clero) e os que trabalhavam (servos). A mobilidade social
era quase inexistente, já que a posição ocupada era determinada pelo nascimento.

5. A burguesia surgiu durante a Baixa Idade Média e é resultado direto da ocupação das antigas cidades e
do reavivamento do comércio. A nova classe social surgiu com os burgos, que eram cidades onde os
habitantes se dedicavam a produção artesanal e a atividade mercantil, ficando conhecidos como
burgueses.

Exercícios de vestibulares

1. C
A maioria dos fiéis católicos durante a Idade Média não sabia ler e nem escrever, logo, para fins
educativos, os vitrais e as imagens católicas auxiliaram muito na difusão das ideias.

2. A
Com o renascimento das cidades e o reavivamento do comércio durante a Baixa Idade Média, as cidades
comerciais começaram a ganhar importância com suas atividades mercantis.

3. C
Essa divisão defendida pelos religiosos, com base na fé (sagrada) favorecia as classes que batalhavam
e oravam, ou seja, a nobreza e o clero.

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História

4. A
Os servos, presos a terra, deviam uma série de obrigações ao senhor, cobradas na forma de impostos,
como a corveia, banalidade e talha.

5. A
Nesse contexto, a ideologia medieval altamente religiosa atribuía uma explicação punitiva aos eventos
como a peste e as guerras. Deste modo, mantinham a estrutura social com base no medo divino.

6. E
As cidades medievais se tornaram, sobretudo, na baixa idade média um espaço de trocas comerciais
centrada em uma economia monetária. Apesar do contraste com o ambiente feudal, as cidades
mantiveram elementos arquitetônicos dos feudos, como as muralhas.

7. A
O grande projeto de expansão do cristianismo, especialmente com as cruzadas, a partir de uma
estratégia de retomada de territórios levou a Igreja Católica a um processo de militarização da própria
instituição.

8. B
As mudanças sociais, culturais e econômicas realizadas entre o ano 1000 e o ano 2000 provocaram
alterações também na forma como o ser humano se relaciona com o mundo físico e espiritual, ou seja,
houve uma mudança nas representações sociais do que seria entendido como vida, morte e eternidade.

9. A
Ambos os textos tratam de uma importante característica da filosofia medieval: a valorização dos
argumentos de autoridade, isto é, das ideias e perspectivas de autores consagrados. De fato, seja vista
sob um prisma positivo (como no texto I) ou negativo (como no texto II), o fato é que o pensamento
medieval sempre entendia que as novas verdades devem sempre ser procuradas a partir da tradição e
não contra ela.

10. D
Com o reavivamento das antigas cidades e o do comércio, a ocupação desses locais se tornou cada vez
mais comum na Baixa Idade Média e, dentro desses espaços, as atividades comerciais eram
preponderantes. Essa questão pode parecer confusa, haja vista que durante o período medieval ocorreu
à retração do comércio e uma ruralização, porém o trecho está se referindo ao período de crise da Idade
Média e da transição para a modernidade, aonde a atividade mercantil e a ocupação das antigas cidades
se tornaram cada vez mais comum.

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História

Formação dos Estados Nacionais

Objetivo
Compreender o processo de formação dos Estados Modernos, a importância da centralização do poder no
período e as características do absolutismo e do mercantilismo.

Se liga
A transição da Baixa Idade Média para a Idade Moderna foi marcada por processos de centralização política
em diversas regiões da Europa. Neste contexto surgiram os primeiros Estados Modernos e novas práticas
políticas e econômicas, como o absolutismo e o mercantilismo. Para essa matéria é importante que você
saiba o conteúdo de Idade Média, bem como compreenda o processo de crise do sistema feudal.

Curiosidade
Portugal foi pioneiro no processo de formação dos Estados Modernos, o que possibilitou uma sólida base
política e econômica para as expansões marítimas!

Teoria

A Baixa Idade Média: Colapso


Apesar das invasões húngaras, árabes e vikings se manterem ao longo dos séculos IX e X, a Europa vivia
nesse momento uma fase muito mais segura, se compararmos com as disputas territoriais do início da Alta
Idade Média. Assim, neste contexto, além da redução dos ataques, algumas mudanças e práticas, como as
inovações técnicas na agricultura, a manutenção de alianças entre os feudos e a proteção dos cavaleiros
garantiu uma maior estabilidade para os senhores e servos.
Visto isso, é importante destacar que toda essa condição de melhoria na qualidade de vida garantiu também
um crescimento demográfico neste período, ou seja, cada vez mais os feudos estavam lotados, sobretudo de
servos camponeses. Toda essa situação nos leva a acreditar que o aumento demográfico poderia também
ampliar a produção nos campos, mas, tome cuidado, pois a lógica foi inversa!
Apesar de inovações técnicas terem facilitado a produção agrícola ao longo da Idade Média, com os moinhos
hidráulicos, os arados de ferro e as práticas de rotação de cultura, essas novidades foram insuficientes para
garantir uma produção que atendesse às necessidades da população desses séculos. Além disso, o aumento
populacional e a ampliação da produção demandavam também uma maior carga tributária, o que muitas
vezes não animava os servos a ampliarem as produções.

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História

Portanto, este cenário de altos tributos, exploração, violência e desigualdades provocou um deslocamento de
massas de camponeses e cavaleiros que, expulsos de suas terras, passaram a vagar entre feudos ou a vadiar
em busca de trabalhos temporários e pequenos saques. Esse processo de crescimento demográfico e de
êxodo marcou o início da chamada Baixa Idade Média e deu origem ao que conhecemos como a crise do
feudalismo.

Crescimento demográfico na Europa Ocidental de 1000 a


1300.
60

50
Milhões de habitantes

40

30

20

10

0
1000 1100 1200 1300
Ano

(Fonte: FRANCO Jr., Hilário e FILHO, Ruy de Oliveira Andrade. Atlas de História Geral.
São Paulo: Scipione, 1993, p.23.)

Assim, tendo em vista esse cenário, além da miséria europeia, um outro problema surgia no Oriente para os
nobres e clérigos europeus: a expansão árabe. Visto isso, por volta do ano 1000, uma série de expedições
militares conhecidas como Cruzadas foram financiadas por monarcas, senhores feudais e pela própria Igreja
Católica. As cruzadas, portanto, tinham como objetivo reconquistar a cidade sagrada de Jerusalém
(dominada pelos turcos desde o século VII), expandir a fé cristã e, por fim, resolver o problema do crescimento
demográfico e da miséria que se instalou na Europa.
Ainda que as cruzadas não tenham solucionado muitos desses problemas, sobretudo o da quantidade de
miseráveis vagantes, as expedições ao longo da Europa, sobretudo na região do Mediterrâneo, foram
responsáveis pela expansão da fé cristã, pela abertura de antigas rotas comerciais
(dominadas pelos árabes) e pelo ressurgimento das cidades, que se tornaram importantes
postos comerciais e de defesa. As cruzadas, portanto, abriram caminhos para o acesso a
importantes centros comerciais da região, como Veneza, Gênova e até mesmo
Constantinopla. Visto isso, podemos perceber que as cruzadas foram fundamentais para
desenvolver um processo que já se iniciava há anos na Europa, o de renascimento comercial
e urbano.

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História

Assim, tendo em vista todo esse cenário da Baixa Idade Média, cansados das opressões feudais e sem
perspectivas vagando em territórios isolados, muitos servos e camponeses se deslocaram para a vida nas
pequenas cidades que se formavam, trabalhando como artesãos ou comerciantes e estimulando a realização
de feiras e do comércio.
Essa nova vida promoveu, enfim, a possibilidade de uma ascensão econômica para muitas pessoas que
passaram a depender dessas atividades. A poderosa estrutura comercial que se estabeleceu possibilitou
inclusive o enriquecimento de indivíduos, que passaram a empregar outros funcionários de forma assalariada,
controlar rotas comerciais, dominar o mercado e, consequentemente, fortalecer uma nova classe que
ascendia: a burguesia. Assim, com o tempo, a monetarização da economia, o estabelecimento de novas
relações sociais e o desenvolvimento de novas atividades comerciais, enfraqueceu ainda mais o antigo
sistema feudal.

O outono da Idade Média


Se a crença na chegada iminente do fim do mundo assolava os cristãos durante o ano 1000, a crise do século
XIV representou para a Europa quase um apocalipse atrasado. Durante este século, a população europeia
enfrentou não só as guerras que já estava acostumada, mas também sofreu com a avassaladora fome e com
catastrófica epidemia da peste bubônica.

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História

Para entendermos essa crise do século XIV, vale destacar que diversos sãos os motivos para a fome, para as
guerras e as doenças. Em 1315, por exemplo, intensas chuvas no noroeste da Europa dificultaram a produção
agrícola da região, causando uma crise de abastecimento no continente. Para piorar, alguns anos depois os
alimentos e produtos que atravessavam as novas rotas comerciais começaram a sofrer com o bloqueio dos
caminhos ocasionado por batalhas, como a Guerra dos Cem anos, entre 1337 e 1453. Esse cenário caótico
de más colheitas e bloqueio comercial acabou gerando a chamada grande fome do século XIV.
Assim, com a fome e as guerras assolando a maior parte da Europa, um novo problema também surgiu neste
período para ampliar o número de mortos e devastar cerca de 1/3 da população europeia: a peste bubônica.
Na época, com uma medicina incipiente e com poucos estudos sobre a questão, não havia medicamentos ou
tratamentos eficazes contra a doença e nem mesmo uma informação precisa sobre os motivos reais da
epidemia, sendo assim, genericamente associada à grande população de ratos que circulavam pelas cidades
reocupadas. No entanto, a verdadeira causa da peste, descoberta graças aos estudos da microbiologia no
século XIX, estaria nas pulgas de ratos, que transmitiam a doença.

Visto isso, se não bastasse essa conjuntura de fome, doenças, guerras e mortes, os servos no campo ainda
continuaram sofrendo com a exploração. Por conta da crise, os senhores feudais aumentavam
constantemente o valor dos impostos sobre os camponeses a fim de suprir a diminuição de seus ganhos em
decorrência da peste e da baixa produtividade.
Desta forma, nesse caótico cenário do século XIV, a crise, a miséria e a exploração acabaram sendo o estopim
para diversas revoltas na Europa e, naturalmente, para a continuidade do desgaste do próprio feudalismo. Um
grande exemplo dessas revoltas que apavorou senhores feudais foram as chamadas jacqueries, que
estouraram no norte da França em 1358. Cerca de 20 mil camponeses foram mortos pelo exército francês
após se rebelarem contra as opressões sofridas e contra os problemas que abatiam a população local.
Todo esse contexto vai gerar um clima de insegurança nos então senhores feudais, que começaram a se
assustar com as constantes revoltas camponesas. Assim, alguns passam a ceder gradualmente o seu poder
e sua fidelidade a figura do rei (sim, ele mesmo, aquele que quase não possuía poder político) com o intuito
de proteger suas terras. Além disso, a ascensão da burguesia e o seu interesse na expansão comercial vai
mostrar como o feudalismo havia entrado em colapso e que ele, na verdade, não dava mais conta das
transformações que ganhavam cada vez mais força na sociedade.

Assim, mediante ao caos em que a Europa se encontrava, a alternativa encontrada pela nobreza e pela alta
burguesia com o intuito de manter seus interesses e privilégios foi o de centralizar o poder nas mãos de uma
única pessoa – o Rei. A figura do monarca até então não possuía grande expressão de poder político, uma
vez que a sua autoridade estava diluída entre os nobres que possuíam os títulos de senhores feudais e muitas
vezes o mesmo só concentrava poderes militares.
Desta forma, diversos territórios ao longo da Europa realizaram esse movimento de centralização, com apoio
de nobres e burgueses, que sustentaram a formação de grandes reinos que conhecemos como os Estados
Modernos, governados por monarcas.

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História

Alguns fatores foram essenciais para a consolidação desses Estados que tinham características em comum,
como:
• Delimitação de um território: definição de fronteiras e de uma unidade territorial.
• Criação de um exército nacional: para defender os interesses do Estado recém-formado e garantir a
sua soberania.
• Burocracia administrativa: corpo responsável pela administração pública, pela cobrança de impostos e
pelo aparato administrativo.
• Unidade cultural: elementos culturais em comum que possibilitaram uma identificação entre os diversos
grupos que ocupavam o mesmo espaço.
• Criação de um conjunto de leis: possibilitaram a manutenção da ordem e a aplicação de uma justiça na
qual as pessoas pudessem recorrer.
• Um Monarca: que concentrava em suas mãos o poder sobre o território.

Como visto, o acordo entre diferentes grupos possibilitou a formação desses Estados Modernos, no entanto,
nem todos se privilegiaram com a nova configuração política. Os nobres foram os que mais ganharam, pois
se transformaram na base política dessas monarquias, ocupando cargos de confiança e sendo sustentados
por esse Estado que está nascendo. A Igreja Católica, no entanto, apesar de inicialmente apoiar esse
processo, logo perdeu forças graças à expansão da Reforma Protestante e ao fortalecimento dos monarcas,
pois muitos Estados passaram a adotar religiões próprias e se afastar do catolicismo, diminuindo a influência
do Papa.
A burguesia, por sua vez, também apoiou o rei inicialmente e chegou a lucrar com
expedições militares e comerciais. Entretanto, ao longo dos séculos XVI e XVII a
centralização do poder passou a se aprofundar ainda mais em alguns reinos
como a França, construindo regimes extremamente autoritários que ficaram
conhecidos como absolutistas. Assim, o chamado absolutismo foi uma teoria
política que configurou a forma de muitos monarcas governarem, concedendo a
eles poderes quase absolutos. O rei absolutista, portanto, tornava-se em muitos locais uma figura quase uma
encarnação do próprio Estado, intervindo diretamente na vida dos súditos, na economia e nas decisões
políticas.
Assim, para a burguesia, o surgimento do absolutismo e essa constante intervenção do rei nas práticas
burguesas, no mercado, na vida particular e nas liberdades pessoais passou a incomodar profundamente
essa classe com o tempo.

Vale destacar que esse poder absoluto do rei, no entanto, possui algumas especificidades. O primeiro ponto
a ser destacado é que para ser entendido como um “poder natural” pelos súditos, os monarcas precisavam
construir e difundir discursos que confirmassem essa ideia. Logo, durante a Idade Moderna vários pensadores
surgiram com o intuito de teorizar sobre os ideais absolutistas corroborando com a ideia de uma sociedade
disciplinada e sob o controle de um único líder.
Desta forma, teóricos como Thomas Hobbes, com a “Teoria do Contrato Social”, Nicolau Maquiavel, com seu
livro “O Príncipe” e Jacques Bossuet, com sua ideia do “Direito Divino do Rei” foram importantes nomes que
fundamentaram e embasaram esses novos modelos de governabilidade. Além disso, as práticas absolutistas
se fundamentavam na própria figura do rei no dia a dia.

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História

Ou seja, para convencer os súditos de seus poderes e da sua divindade, o rei deveria sempre ser visto cercado
por luxos e glórias, jamais por fraqueza e incapacidade. Visto isso, era fundamental sempre construir
narrativas que glorificassem o monarca, pinturas que o mostrassem como um herói e realizar rituais que
fortalecessem os aspectos de divindade, visando sempre a manutenção desse poder.

Mercantilismo
O período de transição da Baixa Idade Média para a Idade Moderna, como visto acima, marcou profundas
mudanças na sociedade europeia. Assim, com as transformações políticas e sociais do período, o aumento
exponencial da comercialização com a descoberta de novas rotas comerciais, a conquista de novos territórios
e a própria centralização do poder nas mãos dos reis passaram a demandar novas ideias e práticas
econômicas. Logo, é neste contexto que podemos observar a formação de um conjunto de práticas chamadas
de Mercantilismo, que foi estruturado de forma a explorar as novas terras extraindo o máximo de riquezas
possíveis e proporcionando uma grande acumulação de capital, principalmente para a nobreza.
Visto isso, o mercantilismo está intimamente associado à Idade Moderna e ao próprio absolutismo. Portanto,
apesar de não podermos afirmar que todos os reinos praticavam igualmente o mercantilismo ou que todos
os monarcas defendiam ideias econômicas semelhantes, algumas características em comum podem ser
observadas.

Primeiramente, vale destacar que o mercantilismo depende profundamente de um Estado


forte e interventor que era o principal responsável pela exploração de um território
conquistado e colonizado e quem monopolizava a prática comercial mantendo a colônia
ligada diretamente a sua autoridade, sobretudo através de imposições, como o “Exclusivo
comercial” (também chamado as vezes de Pacto Colonial).
Outra característica importante na economia desses Estados Modernos era a grande
valorização dos metais preciosos. O chamado metalismo, portanto, foi a promoção de uma intensa busca por
metais preciosos que, pelas ideias mercantilistas, eram vistos como uma das principais fontes de
arrecadação e de abastecimento dos Estados.
Apesar dos metais serem considerados a principal fonte de riqueza, extraídas principalmente da América
através da colonização, o comércio também tinha uma função fundamental na manutenção dessa riqueza.
Logo, para um Estado manter uma saúde econômica, além do acúmulo de metais era preciso valorizar a
produção interna e a exportação. Assim, as práticas mercantilistas defendiam a adoção de medidas
protecionistas, como aumento de impostos sobre produtos estrangeiros e a valorização de uma balança
comercial favorável, visando regular as importações e exportações a fim de controlar o fluxo de mercadorias
dentro de suas fronteiras.

Assim, o mercantilismo, conhecido também por alguns autores como “capitalismo comercial”, difundiu-se
pela Europa, estabelecendo-se principalmente em regiões como Gênova, Veneza, Holanda, Portugal, França,
Inglaterra e Espanha. Apesar do Estado e do monarca serem os grandes privilegiados por esse sistema
econômico, inicialmente expansão comercial também chegou a beneficiar a burguesia. No entanto, com o
passar dos séculos, assim como o absolutismo passou a restringir as liberdades e a limitar os poderes da
burguesia, o mercantilismo também se tornou um entrave econômico para os interesses dessa classe, que
passaram a não tolerar mais o protecionismo, o monopólio e as intervenções na economia.

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História

Enfim, é importante ressaltar que a escravidão africana e o tráfico negreiro proveniente da colonização e da
expansão marítima também foram fontes de arrecadação de extrema importância para as monarquias
nacionais.

O pioneirismo Português na formação dos Estados Modernos


Dentro do processo de formação das monarquias modernas, Portugal se destacou por concretizar a sua
unificação de forma pioneira. Assim, a centralização do Estado português possibilitou que ainda no século
XIV se tornassem uma potência comercial e marítima.
Visto isso, antes de pensar a formação desse importante reino, vale destacar que antes da centralização, os
reinos da Península Ibérica conviveram com grande parte do território ocupado por mulçumanos desde a
invasão árabe no século VIII. Assim, a saga pela constituição dos reinos de Portugal e Espanha começou com
a própria retomada de seus territórios durante o que ficou conhecido como o processo de Reconquista.

Assim, entre o século VIII e o XV diversos conflitos foram deflagrados entre os monarcas católicos da região
e os árabes, disputando justamente a hegemonia política, religiosa e econômica da região, que tinha suma
importância por conta das rotas comerciais para o sul da Europa e o norte da África. Logo, apesar de Portugal
já ter conquistado a cidade do Faro, seu último território em 1249, foi apenas em 1492 que, enfim, os cristãos
reconquistaram todo a península com a tomada do Reino de Granada.
Tendo em vista todo esse processo ao longo dos séculos, podemos perceber que os reinos da Península
Ibérica visando se defender de possíveis novos avanços árabes, passaram a construir sistemas de defesa
cada vez mais sólidos, assim como fortaleceram as alianças militares e familiares entre os reinos cristãos.
Desta forma, ao longo das guerras de reconquistas, reinos como Aragão, Castela, Leão e Navarra surgiram.
Assim, foi neste cenário que nasceu o Reino de Portugal em 1139, através de uma cisão do Condado Portucal,
que pertencia ao Reino de Leão. D. Afonso Henriques, portanto, proclamou-se rei de Portugal e iniciou a
dinastia Borgonha, que teve fim apenas em 1383, com a morte de Fernando I, após grande sucesso na luta
contra os árabes e na expansão territorial.

A realidade do fim da dinastia Borgonha, que não havia legado um herdeiro ao trono estabeleceu, portanto,
uma crise de sucessão e atraiu o interesse expansionista de reinos vizinhos, como de Castela. Neste cenário
de incertezas quanto ao futuro, com a possibilidade de ser anexado e temendo perder sua autonomia, alguns
setores portugueses, como a burguesia e uma parte da nobreza, declararam seu apoio ao irmão bastardo do
rei falecido, João – conhecido também como Mestre de Avis. A burguesia portuguesa que já se encontrava
em um crescente sucesso econômico devido ao comércio no Mar Mediterrâneo e no Mar do Norte, proveu os
recursos financeiros para a manutenção do Exército que garantiu vitória de Dom João.
Assim, a vitória portuguesa marcou o processo conhecido como a Revolução de Avis, que consolidou o poder
monárquico em Portugal e unificou o país em torno da figura de Dom João I. O rei então iniciou uma política
de favorecimento à expansão econômica dos burgueses, que mudaram de patamar ao levar a sua expansão
para o Atlântico, abrindo caminho para novas rotas comerciais.

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História

E a Espanha?
Até o século XV o território que virá a ser chamado de Reino da Espanha se encontrava
descentralizado e dividido em diversos reinos e vice-reinos como Leão, Castela, Aragão e
Granada (que ainda se encontrava em poder dos mouros). Com o casamento entre
Fernando, rei de Aragão, e Isabel, sucessora no trono de Castela, a unificação começa a
tomar forma após a morte do pai da herdeira e a decisão de unir as duas coroas. Conhecidos
popularmente como os “Reis Católicos”, Fernando e Isabel firmaram um acordo com a Igreja Católica a fim
de expulsar os árabes e os judeus do seu território criando assim um Tribunal do Santo Ofício - Inquisição –
na região sob a responsabilidade da coroa.
Assim, os Reis Católicos promoveram uma caçada política e religiosa contra aqueles considerados inimigos
durante o processo de Reconquista. Utilizada como um instrumento de controle, a Inquisição utilizou o terror
como forma de subjugar todos aqueles que questionassem o poder da monarquia espanhola.
Com a conquista de Granada em 1492, o último reduto de mulçumanos na Península Ibérica, consolidou-se
o Estado espanhol. Vale destacar que no mesmo ano, Cristóvão Colombo chegou às Américas, financiado
pela coroa espanhola que rivalizava com a expansão portuguesa. Fatores importantes, como a Universidade
de Salamanca, facilitaram a expansão marítima espanhola através do desenvolvimento de novas tecnologias
marítimas e de estudos humanistas. Com as Grandes Navegações e a conquista de possessões no além-mar,
a Espanha se tornou um dos maiores impérios comerciais do início da Era Moderna.

A monarquia a là francesa
O reino francês é considerado o primeiro a dar início ao processo de unificação
política, porém essa centralização monárquica foi interrompida devido a uma série de
conflitos com o reino inglês. Ainda no século X, sob o comando da Dinastia dos
Capetíngios, medidas como a salvaguarda – mecanismo de proteção das cidades
promovida pelo rei – iniciavam o aumento do poder em torno da figura do monarca.
Contudo, foi durante o reinado de Felipe II que de fato a centralização tomou consistência com a formação
de uma burocracia administrativa instituída pelo monarca para a cobrança de impostos e assuntos
econômicos.
Com Felipe IV (1285-1314) no poder, a expansão do poderio monárquico ficou ainda maior com a convocação
dos Estados Gerais – uma assembleia composta pelo clero, pela nobreza e pela burguesia – e a aprovação
da cobrança de impostos às propriedades da Igreja Católica. A decisão marcou o início de uma relação
conturbada entre a Igreja e o reino francês, conhecida como “Cisma do Ocidente”, uma vez que o papa
ameaçou excomungar o rei francês.

A Guerra dos Cem Anos (1337 -1453) entre a França e a Inglaterra foi um divisor de águas para ambas as
coroas e seu resultado impulsionou o processo de unificação monárquica francesa. O interesse inglês em
unir as duas coroas, sob o comando de Eduardo III, que se considerava o herdeiro direto do antigo rei, levou a
Inglaterra a invadir o território francês após a morte de Felipe IV, conhecido como O Belo. O conflito estimulou
a construção de um exército e a cobrança de impostos unificada para a sua manutenção na guerra contra os
ingleses por territórios que pertenciam ao reino. A durabilidade do conflito também possibilitou a criação de
um sentimento de pertencimento à população do território francês.

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História

Com mais de cem anos de duração, a guerra foi composta por vitórias inglesas e francesas em momentos
diferentes. Contudo, o conflito terminou com a expulsão dos ingleses do reino francês e com a garantia da
unidade territorial. Terminada a guerra, a França consolida de vez a centralização política na figura do rei e,
a partir da expansão do poder dessa monarquia ao longo dos próximos séculos, ela se torna o símbolo do
absolutismo na Europa.

A Inglaterra e o absolutismo
Apesar de o absolutismo ter representado um regime político bem difundido pela Europa
durante a Idade Moderna, na Inglaterra, esse modelo não obteve uma longa estabilidade
como em outros Estados modernos do continente.
Assim como a França, a tentativa de centralização política ocorreu bem antes do início
da Idade Moderna sob o comando de Guilherme, o Conquistador, no século XI. A
imposição de impostos unificados e a obrigatoriedade do juramento de vassalagem
diretamente ao rei foram ações que visavam a centralização do poder na mão do monarca inglês. Com a
promulgação das Common Law – leis que valiam para todo o território – no reinado de Henrique II (1154-
1189) ocorre a tentativa de recrudescimento desse poder.
Porém, como dito anteriormente, os ingleses não eram muito fãs do absolutismo. Assim, em 1215, a nobreza
reage ao fortalecimento do poder do rei com a imposição da Magna Carta, ao rei conhecido como João Sem-
Terra, limitando o poder real e frustrando as tentativas de centralização. A manutenção da fragmentação
deste poder no início da Idade Moderna permitiu não só que as nobrezas regionais tivessem maior poder
como a própria burguesia ascendesse economicamente.

Com a derrota para a França na Guerra dos Cem Anos, essa descentralização foi interrompida apenas no
século XVI quando, após a Guerra das Duas Rosas (1455 – 1485), entre as famílias York e Lancaster pelo
trono inglês. Esse conflito foi responsável pelo enfraquecimento da nobreza e pela ascensão de Henrique VII,
da família Tudor ao trono e, posteriormente, Henrique VIII (1509-1547), que deu corpo ao absolutismo inglês.
Apesar da postura centralizadora deste rei, o absolutismo não conseguiu se estabilizar na Inglaterra, gerando
assim diversos conflitos com o parlamento e sendo muitas vezes responsável pelo crescimento das tensões
religiosas. O momento mais sensível entre rei e parlamento, no entanto, se configurou com a dinastia Stuart,
com Jaime I (1603 – 1625) e Carlos I (1625 – 1648), em um contexto conhecido pela Revolução Inglesa.

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História

Exercícios de fixação

1. Ao longo do período conhecido como a Baixa Idade Média, milhares de pessoas foram enviadas para
combater os Árabes nas expedições militares e religiosas conhecidas como as Cruzadas. Tendo em
vista o que foi estudado, cite uma consequência econômica e outra social das cruzadas para a
Europa.

2. Durante o século XIV podemos observar uma grave crise que abalou a Europa, criando profundas
cicatrizes no continente. Tendo em vista esse século, cite pelo menos um fenômeno, conflito ou
evento que esteja diretamente relacionada a tal crise.

3. O processo de centralização política dos reinos da Península Ibérica foi marcado por conflitos
antecedentes, como:
a) As guerras entre as dinastias Tudor e Stuart.
b) As chamadas Guerras de Reconquista contra os povos árabes.
c) A disputa pelo trono português na Revolução dos Cravos.

4. Ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII, os processos de centralização política na Europa deram
origem aos Estados Modernos. No entanto, a concentração do poder nas mãos de alguns reis, com
o tempo também deu início as chamadas práticas absolutistas. Cite duas características do
absolutismo.

5. As mudanças no mundo durante a Idade Moderna teve como consequência transformações nas
próprias atividades econômicas. Assim, alguns Estados passaram a adotar um conjunto de práticas
econômicas conhecido como mercantilismo. Cite ao menos duas características das práticas
mercantilistas.

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História

Exercícios de vestibulares

1. (ENEM-2009) O que se entende por Corte do antigo regime é, em primeiro lugar, a casa de habitação
dos reis de França, de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de longe, dela fazem parte.
As despesas da Corte, da imensa casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do reino da
França sob a rubrica significativa de Casas Reais.
(ELIAS, N. A sociedade de corte. Lisboa: Estampa, 1987.)
Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande efetividade política e terminaram por se
transformar em patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é:
a) o palácio de Versalhes.
b) o Museu Britânico.
c) a catedral de Colônia.
d) a Casa Branca.
e) a pirâmide do faraó Quéops.

2. (ENEM-2012) Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu
cumprimento. Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento,
sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio. Que é
indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como para
corrigir, afirmar e conservar leis. Declaração de Direitos.
(Disponível em: http://disciplinas.stoa.usp.br Acesso em: 20 dez. 2011 (adaptado).)
No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais Estados
europeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime político que predominavam na Europa
continental estão indicados, respectivamente, em:
a) Redução da influência do papa – Teocracia.
b) Limitação do poder do soberano – Absolutismo.
c) Ampliação da dominação da nobreza – República.
d) Expansão da força do presidente – Parlamentarismo.
e) Restrição da competência do congresso – Presidencialismo.

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História

3. (FGV-2012) (...) entre os séculos XVII e XVIII ocorreram fatos na França que é preciso recordar. Entre
1660-1680, os poderes comunais são desmantelados; as prerrogativas militares, judiciais e fiscais são
revogadas; os privilégios provinciais reduzidos. Durante a época do Cardeal Richelieu (1585-1642)
aparece a expressão “razão de Estado”: o Estado tem suas razões próprias, seus objetivos, seus
motivos específicos. A monarquia francesa é absoluta, ou pretende sê-lo. Sua autoridade legislativa e
executiva e seus poderes impositivos, quase ilimitados, de uma forma geral são aceitos em todo o país.
No entanto... sempre há um “no entanto”. Na prática, a monarquia está limitada pelas imunidades, então
intocáveis, de que gozam certas classes, corporações e indivíduos; e pela falta de uma fiscalização
central dos amplos e heterogêneos corpos de funcionários.
(Leon Pomer, O surgimento das nações. Apud Adhemar Marques et al,
História Moderna através de textos.)
No contexto apresentado, entre as “imunidades de que gozam certas classes”, é correto considerar
a) os camponeses e os pequenos proprietários urbanos eram isentos do pagamento de impostos em
épocas de secas ou de guerras de grande porte.
b) a burguesia ligada às transações financeiras com os espaços coloniais franceses não estava
sujeita ao controle do Estado francês, pois atuava fora da Europa.
c) a nobreza das províncias mais distantes de Paris estava desobrigada de defender militarmente a
França em conflitos fora do território nacional.
d) os grandes banqueiros e comerciantes não precisavam pagar os impostos devido a uma tradição
relacionada à formação do Estado francês.
e) o privilégio da nobreza que não pagava tributos ao Estado francês, condição que contribuiu para o
agravamento das finanças do país na segunda metade do século XVIII.

4. (ENEM-2006) “O que chamamos de corte principesca era, essencialmente, o palácio do príncipe. Os


músicos eram tão indispensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os cozinheiros e os
criados. Eles eram o que se chamava, um tanto pejorativamente, de criados de libré. A maior parte dos
músicos ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistência, como acontecia com as outras
pessoas de classe média na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas ele
também se curvou às circunstâncias a que não podia escapar”.
(Norbert Elias. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações).)
Considerando-se que a sociedade do Antigo Regime dividia-se tradicionalmente em estamentos:
nobreza, clero e 3° Estado, é correto afirmar que o autor do texto, ao fazer referência a “classe média”,
descreve a sociedade utilizando a noção posterior de classe social a fim de:
a) aproximar da nobreza cortesã a condição de classe dos músicos, que pertenciam ao 3º. Estado.
b) destacar a consciência de classe que possuíam os músicos, ao contrário dos demais
trabalhadores manuais.
c) indicar que os músicos se encontravam na mesma situação que os demais membros do 3.°
Estado.
d) distinguir, dentro do 3.° Estado, as condições em que viviam os “criados de libré” e os camponeses.
e) comprovar a existência, no interior da corte, de uma luta de classes entre os trabalhadores
manuais.

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História

5. (ENEM-2015)

As diferentes representações cartográficas trazem consigo as ideologias de uma época. A


representação destacada se insere no contexto das Cruzadas por:
a) Revelar aspectos da estrutura demográfica de um povo.
b) sinalizar a disseminação global de mitos e preceitos políticos.
c) utilizar técnicas para demonstrar a centralidade de algumas regiões.
d) mostrar o território para melhor administração dos recursos naturais.
e) refletir a dinâmica sociocultural associada à visão de mundo eurocêntrica.

6. (UEA-2019) Em quase todos os lugares, o peso esmagador dos impostos — taille e gabelle na França,
serviços na Espanha — recaía sobre os pobres. Não existia a concepção jurídica de “cidadão” sujeito
ao fisco pelo simples fato de pertencer à nação. Na prática, a classe senhorial estava efetivamente
isenta de taxação direta, em toda a parte.
(Perry Anderson. Linhagens do Estado absolutista, 2016.)
O excerto do livro Linhagens do Estado absolutista descreve:
a) a legalização das desigualdades tributárias, típicas da sociedade pós-industrial.
b) a exploração do operariado industrial, típica do capitalismo contemporâneo.
c) a situação de privilégios sociais, típicos do Antigo Regime da Idade Moderna.
d) a restrição à participação nas decisões políticas, típica da democracia antiga.
e) a manutenção dos poderes políticos da nobreza, típicos do Feudalismo medieval

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História

7. (ENEM-2010) “O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito
é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do
que outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.”
(MAQUIAVEL, N. O Príncipe, São Paulo: Martin Claret, 2009.)
No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a Monarquia e a função do governante. A
manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na:
a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.
b) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
c) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
d) neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.

8. (ENEM-2011) Se a mania de fechar, verdadeiros hábitos da mentalidade medieval nascido talvez de um


profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio
urbano, pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha.
(DUBY, G. e t al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa
Feudal à Renascença. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).)
As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média, quando
elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está diretamente
relacionado com:
a) o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
b) a migração de camponeses e artesãos.
c) a expansão dos parques industriais e fabris.
d) o aumento do número de castelos e feudos.
e) a contenção das epidemias e doenças.

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História

9. (ENEM-2012)

(Charge anônima. BURKE, P. A fabricação do rei. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. (Foto: Enem).)
Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem fabricada por um conjunto de estratégias que visavam
sedimentar uma determinada noção de soberania. Neste sentido, a charge apresentada demonstra
a) a humanidade do rei, pois retrata um homem comum, sem os adornos próprios à vestimenta real.
b) a unidade entre o público e o privado, pois a figura do rei com a vestimenta real representa o
público e sem a vestimenta real, o privado.
c) o vínculo entre monarquia e povo, pois leva ao conhecimento do público a figura de um rei
despretensioso e distante do poder político.
d) o gosto estético refinado do rei, pois evidencia a elegância dos trajes reais em relação aos de
outros membros da corte.
e) a importância da vestimenta para a constituição simbólica do rei, pois o corpo político adornado
esconde os defeitos do corpo pessoal.

10. (ENEM-PPL-2017) O garfo muito grande, com dois dentes, que era usado para servir as carnes aos
convidados, é antigo, mas não o garfo individual. Esta data mais ou menos do século XVI e difundiu-se
a partir de Veneza e da Itália em geral, mas com lentidão. O uso só se generalizaria por volta de 1750.
(BRAUDEL, F. Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII;
as estruturas do cotidiano. São Paulo: Martins Fontes, 1977 (adaptado).)
No processo de transição para a modernidade, o uso do objeto descrito relaciona-se à:
a) construção de hábitos sociais.
b) introdução de medidas sanitárias.
c) ampliação das refeições familiares.
d) valorização da cultura renascentista.
e) incorporação do comportamento laico.

Sua específica é humanas e quer continuar estudando esse assunto?


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História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Dentre as consequências econômicas das cruzadas para a Europa, podemos citar a abertura de novas
rotas comerciais, a conquista de importantes regiões como o Mediterrâneo, a retomada da circulação de
moedas e o surgimento da classe burguesa no processo de renascimento comercial. Já entre as
consequências sociais, podemos citar a reconquista de cidades e o renascimento urbano, o êxodo de
camponeses para os novos centros urbanos e o surgimento de novas relações sociais nas cidades que
não dependiam mais da servidão.

2. Dentre os fenômenos que podemos afirmar como fundamentais para o desenrolar da crise do século XIV
há a peste bubônica, a grande fome e miséria, as más colheitas, o bloqueio de rotas comerciais e a Guerra
dos Cem anos.

3. B
Com a Península Ibérica dominada pelos povos Árabes desde a Alta Idade Média, os povos cristãos da
região, que se diziam descendentes dos antigos visigodos, tentaram durante séculos retomar as terras
através de conflitos. Esse processo ficou conhecido pelos portugueses como “Reconquista” e foi
fundamental para a centralização política e a formação de reinos na região.

4. Dentre as características do absolutismo que podem ser citadas estão: a concentração dos poderes nas
mãos de um monarca, a fundamentação do regime através da teoria do Direito Divino, a intervenção do
Estado na vida privada, censurado e impedindo a liberdade dos súditos, a valorização dos privilégios
nobiliárquicos, a interferência real em assuntos religiosos, a concentração da carga tributária no terceiro
estado e a transmissão hereditária do poder e a adoção de práticas mercantilistas.

5. Dentre as características do mercantilismo que podem ser citadas estão: o metalismo, a balança
comercial favorável, a intervenção do Estado na economia, o monopólio estatal e o protecionismo.

Exercícios de vestibulares

1. A
O Palácio de Versalhes é um dos maiores símbolos do período absolutista por ter sido durante séculos
um luxuoso cenário para a corte francesa e para a tomada de decisões políticas.

2. B
O texto aborda a questão da limitação do poder monárquico na Inglaterra pelo parlamento e se refere
também aos possíveis excessos do poder Real, que podiam ser observados na Europa do período através
dos regimes absolutistas.

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História

3. E
Na França do Antigo Regime, entre os séculos XV e XVIII, a monarquia absolutista reconhecia privilégios
de alguns grupos sociais. Entre esses, a nobreza tinha imunidade fiscal e uma justiça particular. Tais
privilégios são anulados com a Revolução Francesa. O fragmento utilizado como apoio para a questão
mostra como a monarquia absolutista não foi exatamente absolutista, pois havia limitações ao seu
poder.

4. C
Apesar de conviverem em relação de proximidade com a corte, os músicos pertenciam ao terceiro
estado, assim como a burguesia, os camponeses, etc.

5. C
Durante o período das cruzadas, um dos grandes objetivos católico foi a retomada de Jerusalém, cidade
considerada sagrada para muitas religiões. Logo, no mapa, podemos observar a cidade representada no
centro do mundo, como algo importante e disputado por todos.

6. C
O novo modelo de sociedade inaugurado com o Estado Absolutista foi construído em cima de privilégios
nobiliárquicos, onde os grandes beneficiários eram o clero e a nobreza. Enquanto, os tributos eram
cobrados do povo, inclusive da burguesia que fazia parte desse grupo heterogêneo.

7. E
Maquiavel aconselhava o soberano a balancear o uso da força, a fim de passar a imagem de um
governante justo.

8. A
Durante a baixa idade média, o renascimento das atividades comerciais e o processo de migração dos
campos para os meios urbanos remodelou o convívio social e as formas de defesa e deslocamento do
período. Assim, muralhas, pontes e portas passaram a limitar o espaço urbano para evitar saques,
ataques e inimigos.

9. E
No regime absolutista, o Rei era visto como uma figura sagrada e, muitas vezes, como a encarnação do
próprio Estado. Desta forma, para convencer seus súditos do poder real, o governante precisava
esconder seus defeitos e construir uma imagem de beleza, glória e força.

10. A
No processo de construção dos regimes absolutistas e de consolidação das cortes ao redor do Rei, a
formação de hábitos sociais que distinguissem os diferentes estados era fundamental. Portanto, hábitos
como o uso de talheres foram difundidos pela Europa entre os nobres para reforçar as diferenças sociais.

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Literatura

Gêneros literários: épico/narrativo

Objetivo
Você aprenderá sobre os conceitos iniciais dos gêneros literários, com ênfase no épico/narrativo

Se liga
Para esse conteúdo é legal que você lembre do conteúdo sobre arte que exploramos na aula anterior

Curiosidade
O domínio público é uma biblioteca virtual e gratuita, que possui diversas obras para download. Aqui vão duas
sugestões: uma épica, outra narrativa. Boa leitura!

Teoria

A definição dos gêneros literários começa com a visão na Grécia Antiga, tendo modificaçoes até os dias
atuais. Para essa aula, veremos alguns pontos importantes sobre o gênero épico/narrativo.

Os gêneros literários
Os gêneros literários são conjuntos ou categorias que
reúnem aspectos semelhantes de forma e conteúdo em
relação às produções literárias. Esse agrupamento
também pode ser realizado de acordo com características
semânticas, contextuais, discursivas e sintáticas. O
filósofo Aristóteles foi o primeiro a definir os gêneros e os
dividiu em três importantes classificações: épico ou
narrativo, dramático e lírico.

Gênero épico/narrativo
No gênero épico, do grego “epikos”, há a presença de uma narrativa mitológica com temáticas grandiosas e
heróicas sobre a história de um povo e seus personagens. O narrador fala de um determinado passado e
apresenta também o espaço onde sucederam as ações. Em geral, o texto é constituído por versos e há a
presença de elementos míticos ou fantasiosos.
Duas obras muito conhecidas são “Ilíada” e “Odisseia”, heróis épicos da Grécia Antiga. Na Idade Média, Dante
Alighieri retoma a escrita com “Divina Comédia”; já na Era Moderna, Luís Vaz de Camões revive o gênero com
“Os Lusíadas”. Abaixo, você encontra um pequeno trecho de “Ilíada” e algumas características da lírica épica:

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Literatura

“Torna ao conflito o herói; se à frente há pouco


Era atroz, o furor se lhe triplica.
Quando o leão, que assalta agreste bardo,
Sem rendê-lo o pastor golpeia e assanha,
Foge e a grei desampara; a pulo a fera
Trepa, amedronta o ermo, umas sobre outras
Atropela as lanígeras ovelhas,
Do redil sai ovante e ensangüentado:
Anda assim na baralha o cru Tidides.”

Já o texto gênero narrativo nasce na modernidade derivado do épico, no entanto, é constituído em prosa. São
exemplificados pelas novelas, romances, contos, etc. Por desenvolver uma estrutura diferente das antigas
obras épicas, ela é caracterizada por:

● Apresentação: Introdução dos personagens, ● Clímax: momento da história de maior tensão,


tempo, espaço em que seguirá a narrativa. é o ápice da narrativa.
● Desenvolvimento: parte da história é ● Desfecho: finalização dos conflitos e
desenvolvida com base nas ações dos desenvolvimentos, conclusão dos peronagens
personagens, direcionando a um momento de e de suas relações.
ápice.

Leia, abaixo, um trecho da obra “Senhora”, de José de Alencar e identifique as características do texto
narrativo:
“Filho de um empregado público e órfão aos dezoito anos, Seixas foi obrigado a abandonar seus estudos na
Faculdade de São Paulo pela impossibilidade em que se achou sua mãe de continuar-lhe a mesada.
Já estava no terceiro ano, e se a natureza que o ornara de excelentes qualidades lhe desse alguma energia a
força de vontade, conseguiria ele vencendo pequenas dificuldades, concluir o curso; tanto mais quanto um
colega e amigo, o Torquato Ribeiro lhe oferecia hospitalidade até que a viúva pudesse liquidar o espólio.
Mas Seixas era desses espíritos que preferem a trilha batida, e só impelidos por alguma forte paixão, rompem
com a rotina. Ora, a carta de bacharel não tinha grande solução para sua bela inteligência mais propensa à
literatura e ao jornalismo.”

2
Literatura

Elementos do gênero épico/narrativo

Os elementos da narrativa são essenciais para o gênero, pois é por meio deles que ocorre o decorrer das
ações da história. Dividem-se em cinco:
● Personagem: São as pessoas presentes na modo interior e digressivo, é importante
narrativa. De acordo com sua importância, são ressaltar que toda a narrativa é transmitida em
denominados como “protagonistas” (figuras um certo tempo para que se façam os
principais) ou “coadjuvantes” (personagens acontecimentos.
secundários). ● Espaço: É o local em que se desenvolve a
● Enredo: É o tema/assunto da história, que narrativa. Podendo ser físico ou psicológico,
pode ser contada de maneira linear ou não- determinará onde as ações irão acontecer.
linear (respeitando ou não a cronologia). E a ● Narrador: Também chamado de “foco
partir dele que irá se desdobrar o decorrer da narrativo”, é a “voz” do texto, ou seja, é quem
narrativa. irá transmitir as ideias presentes da narrativa.
● Tempo: Podendo ser cronológico (que segue
uma linearidade dos acontecimentos) ou de

Obs: É importante lembrar os tipos de narradores: há o narrador-personagem, que é aquele que narra e
também faz parte do enredo; há o narrador-observador, que não faz parte do enredo e narra a história em 3ª
pessoa e, por fim, há o narrador onisciente, que é aquele que narra e sabe os anseios e sentimentos dos
personagens.

2
Literatura

Textos de apoio:

TEXTO I
Cessem do sábio grego e do troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a musa antiga canta
Que outro valor mais alto se alevanta
CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas

TEXTO II
O arquivo
No fim de um ano de trabalho, joão obteve uma redução de quinze por cento em seus vencimentos.
joão era moço. Aquele era seu primeiro emprego. Não se mostrou orgulhoso, embora tenha sido um os
poucos contemplados. Afinal, esforçara-se. Não tivera uma só falta ou atraso. Limitou-se a sorrir, a agradecer
ao chefe.
No dia seguinte, mudou-se para um quarto mais distante do centro da cidade. Com o salário reduzido, podia
pagar um aluguel menor.
Passou a tomar duas conduções para chegar ao trabalho. No entanto, estava satisfeito. Acordava mais cedo,
e isto parecia aumentar-lhe a disposição.
Dois anos mais tarde, veio outra recompensa.
O chefe chamou-o e lhe comunicou o segundo corte salarial.
Desta vez, a empresa atravessava um período excelente. A redução foi um pouco maior: dezessete por cento.
Novos sorrisos, novos agradecimentos, nova mudança.
Agora joão acordava às cinco da manhã. Esperava três conduções. Em compensação, comia menos. Ficou
mais esbelto. Sua pele tornou-se menos rosada. O contentamento aumentou.
Prosseguiu a luta.
Porém, nos quatro anos seguintes, nada de extraordinário aconteceu.
(...)
A vida foi passando, com novos prêmios.
Aos sessenta anos, o ordenado equivalia a dois por cento do inicial. O organismo acomodara-se à fome. Uma
vez ou outra, saboreava alguma raiz das estradas. Dormia apenas quinze minutos. Não tinha mais problemas
de moradia ou vestimenta. Vivia nos campos, entre árvores refrescantes, cobria-se com os farrapos de um
lençol adquirido há muito tempo.
O corpo era um monte de rugas sorridentes.
Todos os dias, um caminhão anônimo transportava-o ao trabalho. Quando completou quarenta anos de
serviço, foi convocado pela chefia:
— Seu joão. O senhor acaba de ter seu salário eliminado. Não haverá mais férias. E sua função, a partir de
amanhã, será a de limpador de nossos sanitários.

2
Literatura

O crânio seco comprimiu-se. Do olho amarelado, escorreu um líquido tênue. A boca tremeu, mas nada disse.
Sentia-se cansado. Enfim, atingira todos os objetivos. Tentou sorrir:
— Agradeço tudo que fizeram em meu benefício. Mas desejo requerer minha aposentadoria.
O chefe não compreendeu:
— Mas seu joão, logo agora que o senhor está desassalariado? Por quê? Dentro de alguns meses terá de pagar
a taxa inicial para permanecer em nosso quadro. Desprezar tudo isto? Quarenta anos de convívio? O senhor
ainda está forte. Que acha?
A emoção impediu qualquer resposta.
joão afastou-se. O lábio murcho se estendeu. A pele enrijeceu, ficou lisa. A estatura regrediu. A cabeça se
fundiu ao corpo. As formas desumanizaram-se, planas, compactas. Nos lados, havia duas arestas. Tornou-se
cinzento.
João transformou-se num arquivo de metal.
Victor Giudice

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Literatura

Exercícios de fixação

1. Conto, crônica, romances e folhetins fazem parte de uma escrita peculiar na literatura, que se modifica
ao longo dos anos, a partir de diversas temática. Esses exemplos se identificam, geralmente, ao gênero
literário:
a) Lírico
b) Dramático
c) Épico
d) Narrativo

2. Não é uma característica do gênero épico


a) Presença de mitologia para contribuir com a narrativa.
b) História narrada em versos, geralmente.
c) Abandono do caráter heroico.
d) Verbos e acontecimentos no passado.

3. Quais são os elementos necessários para a construção do gênero épico/narrativo?


a) Personagem, enredo, tempo, espaço e modernidade.
b) Personagem, tempo, narrador, eu-lírico e espaço.
c) Personagem, narrador, eu-lírico, verossimilhança e tempo.
d) Personagem, enredo, narrador, tempo e espaço.

4. Analise o excerto abaixo, buscando identificar a qual divisão do gênero literário pertence. Justifique
sua resposta.

O diabo existe e não existe


De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar não pensava. Não possuía os prazos. Vivi puxando difícil de
difícil, peixe vivo no moquém: quem mói no asp'ro não fantasêia. Mas, agora, feita a folga que me vem,
e sem pequenos dessossegos, estou de range rede. E me inventei nesse gosto de especular idéia. O
diabo existe e não existe. Dou o dito. Abrenúncio. Essas melancolias. O senhor vê: existe cachoeira; e
pois? Mas cachoeira é barranco de chão, e água caindo por ele, retombando; o senhor consome essa
água, ou desfaz o barranco, sobra cachoeira alguma? Viver é negócio muito perigoso...
ROSA, Guimarães. Grande Sertão Veredas, 2001, p. 26.

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Literatura

5. Analise o excerto de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.

Cessem do sábio Grego e do Troiano


As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Netuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se levanta.

É sabido que a obra corresponde ao gênero épico. Assim, apresente duas características que
comprovem tal afirmação.

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Literatura

Exercícios de vestibulares

1. Autorretrato falado
Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.

Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar


entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.

Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que


fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!

Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço


coisas inúteis.

No meu morrer tem uma dor de árvore.


Manoel de Barros

Uma obra literária pode combinar diferentes gêneros, embora, de modo geral, um deles se mostre
dominante. O poema de Manoel de Barros, predominantemente lírico, apresenta características de um
outro gênero. Qual?
a) Gênero épico.
b) Gênero poético.
c) Gênero elegíaco.
d) Gênero dramático.
e) Gênero narrativo.

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Literatura

2. “Musa, reconta-me os feitos do herói astucioso que muito


peregrinou, dês que desfez as muralhas sagradas de Troia;
muitas cidades dos homens viajou, conheceu seus costumes,
como no mar padeceu sofrimento inúmeros na alma,
para que a vida salvasse e de seus companheiros a volta.”
HOMERO. Odisseia. Tradução: Carlos Alberto Nunes. 5. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. Coleção Universidade. (Fragmento).

O texto acima é parte da cena de abertura do poema épico grego Odisseia. A partir da leitura atenta do
fragmento e dos conhecimentos acumulados sobre o gênero épico, podemos afirmar que este:
a) Tem como característica principal a existência de cinco fatores: tempo, espaço, narrador,
personagem e enredo.
b) Responde à necessidade humana de expressão da individualidade e da subjetividade, a partir da
presença marcante de um eu lírico.
c) Gira em torno, principalmente, do cuidado com a linguagem, concentrando-se mais na forma do
que no conteúdo.
d) Celebra, em estilo solene e grandioso, um acontecimento histórico protagonizado por um herói.
e) Concentra-se no diálogo como principal fio condutor da história.

3. Ed Mort só vai
Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Tenho um escritório numa galeria de Copacabana
entre um fliperama e uma loja de carimbos. Dá só para o essencial, um telefone mudo e um cinzeiro.
Mas insisto numa mesa e numa cadeira. Apesar do protesto das baratas. Elas não vencerão. Comprei
um jogo de máscaras. No meu trabalho o disfarce é essencial. Para escapar dos credores. Outro dia
entrei na sala e vi a cara do King Kong andando pelo chão. As baratas estavam roubando as máscaras.
Espisoteei meia dúzia. As outras atacarama mesa. Consegui salvar a minha Bic e o jornal. O jornal era
novo, tinha só uma semana. Mas elas levaram a agenda. Saí ganhando. A agenda estava em branco.
Meu último caso fora com a funcionária do Erótica, a primeira ótica da cidade com balconista topless.
Acabara mal. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta.
VERISSIMO, L. F. Ed Mort: todas as histórias. Porto Alegre: L&PM, 1997 (adaptado).

Nessa crônica, o efeito de humor é basicamente construído por uma


a) segmentação de enunciados baseada na descrição dos hábitos do personagem.
b) ordenação dos constituintes oracionais na qual se destaca o núcleo verbal.
c) estrutura composicional caracterizada pelo arranjo singular dos períodos.
d) sequenciação narrativa na qual se articulam eventos absurdos.
e) seleção lexical na qual predominam informações redundantes.

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Literatura

4. Em casa, Hideo ainda podia seguir fiel ao imperador japonês e às tradições que trouxera no navio que
aportara em Santos. […] Por isso Hideo exigia que, aos domingos, todos estivessem juntos durante o
almoço. Ele se sentava à cabeceira da mesa; à direita ficava Hanashiro, que era o primeiro filho, e
Hitoshi, o segundo, e à esquerda, Haruo, depois Hiroshi, que era o mais novo. […] A esposa, que também
era mãe, e as filhas, que também eram irmãs, aguardavam de pé ao redor da mesa […]. Haruo reclamava,
não se cansava de reclamar: que se sentassem também as mulheres à mesa, que era um absurdo
aquele costume. Quando se casasse, se sentariam à mesa a esposa e o marido, um em frente ao outro,
porque não era o homem melhor que a mulher para ser o primeiro […]. Elas seguiam de pé, a mãe um
pouco cansada dos protestos do filho, pois o momento do almoço era sagrado, não era hora de levantar
bandeiras inúteis […].
NAKASATO, O. Nihonjin. São Paulo: Benvirá, 2011 (fragmento).

Referindo-se a práticas culturais de origem nipônica, o narrador registra as reações que elas
provocam na família e mostra um contexto em que
a) a obediência ao imperador leva ao prestígio pessoal.
b) as novas gerações abandonam seus antigos hábitos.
c) a refeição é o que determina a agregação familiar
d) os conflitos de gênero tendem a ser neutralizados.
e) o lugar à mesa metaforiza uma estrutura de poder

5. Leia o texto a seguir e classifique-o de acordo com o gênero:

O lobo e o leão
Um Lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de refletir por um instante, chegou à conclusão
que o melhor seria levá-la para longe do curral, para que enfim fosse capaz de servir-se daquela
merecida refeição, sem o indesejado risco de ser interrompido por alguém.
No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente mudaram de rumo, quando, no
caminho, ele cruzou com um poderoso Leão, que sem muita conversa, de um só bote, lhe tomou a
ovelha.
O Lobo, contrariado, mas sempre mantendo uma distância segura do seu oponente, disse em tom
injuriado, com uma certa dose de ironia: "Você não tem o direito de tomar para si aquilo que por direito
me pertence!"
O Leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu concorrente, olhou em volta, mas como o
Lobo estava longe demais e não valia a pena o inconveniente de persegui-lo apenas para lhe dar uma
merecida lição, disse com desprezo: "Como pertence a você? Você por acaso a comprou ou, por acaso,
terá o pastor lhe dado como presente? Por favor, me diga, como você a conseguiu?"
a) Gênero lírico – crônica.
b) Gênero épico – anedota.
c) Gênero narrativo – conto.
d) Gênero lírico – poema.
e) Gênero narrativo – fábula.

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Literatura

6. Menina
A máquina de costura avançava decidida sobre o pano. Que bonita que a mãe era, com os alfinetes na
boca. Gostava de olhá-la calada, estudando seus gestos, enquanto recortava retalhos de pano com a
tesoura. Interrompia às vezes seu trabalho, era quando a mãe precisava da tesoura. Admirava o jeito
decidido da mãe ao cortar pano, não hesitava nunca, nem errava. A mãe sabia tanto! Tita chamava-a
de ( ) como quem diz ( ). Tentava não pensar as palavras, mas sabia que na mesma hora da tentativa
tinha-as pensado. Oh, tudo era tão difícil. A mãe saberia o que ela queria perguntar-lhe intensamente
agora quase com fome depressa depressa antes de morrer, tanto que não se conteve e — Mamãe, o
que é desquitada? — atirou rápida com uma voz sem timbre. Tudo ficou suspenso, se alguém gritasse
o mundo acabava ou Deus aparecia — sentia Ana Lúcia. Era muito forte aquele instante, forte demais
para uma menina, a mãe parada com a tesoura no ar, tudo sem solução podendo desabar a qualquer
pensamento, a máquina avançando desgovernada sobre o vestido de seda brilhante espalhando luz luz
luz.
ÂNGELO, I. Menina. In: A face horrível. São Paulo: Lazuli, 2017.

Escrita na década de 1960, a narrativa põe em evidência uma dramaticidade centrada na


a) insinuação da lacuna familiar gerada pela ausência da figura paterna.
b) associação entre a angústia da menina e a reação intempestiva da mãe.
c) relação conflituosa entre o trabalho doméstico e a emancipação feminina.
d) representação de estigmas sociais modulados pela perspectiva da criança.
e) expressão de dúvidas existenciais intensificadas pela percepção do abandono.

7. TEXTO I
João Guedes, um dos assíduos frequentadores do boliche do capitão, mudara-se da campanha havia
três anos. Três anos de pobreza na cidade bastaram para o degradar. Ao morrer, não tinha um vintém
nos bolsos e fazia dois meses que saíra da cadeia, onde estivera preso por roubo de ovelha.
A história de sua desgraça se confunde com a da maioria dos que povoam a aldeia de Boa Ventura,
uma cidadezinha distante, triste e precocemente envelhecida, situada nos confins da fronteira do Brasil
com o Uruguai.
MARTINS, C. Porteira fechada. Porto Alegre: Movimento, 2001 (fragmento).

TEXTO II
Comecei a procurar emprego, já topando o que desse e viesse, menos complicação com os homens,
mas não tava fácil. Fui na feira, fui nos bancos de sangue, fui nesses lugares que sempre dão para
descolar algum, fui de porta em porta me oferecendo de faxineiro, mas tava todo mundo escabreado
pedindo referências, e referências eu só tinha do diretor do presídio.
FONSECA, R. Feliz Ano Novo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989 (fragmento).

A oposição entre campo e cidade esteve entre as temáticas tradicionais da literatura brasileira. Nos
fragmentos dos dois autores contemporâneos, esse embate incorpora um elemento novo: a questão
da violência e do desemprego.
As narrativas apresentam confluência, pois nelas o(a)
a) criminalidade é algo inerente ao ser humano, que sucumbe a suas manifestações.
b) meio urbano, especialmente o das grandes cidades, estimula uma vida mais violenta.
c) falta de oportunidades na cidade dialoga com a pobreza do campo rumo à criminalidade.
d) êxodo rural e a falta de escolaridade são causas da violência nas grandes cidades.
e) complacência das leis e a inércia das personagens são estímulos à prática criminosa.

9
Literatura

Texto para as questões 8 e 9


(…) Não resguardei os apontamentos obtidos em largos dias e meses de observação: num momento de aperto
fui obrigado a atirá-los na água. Certamente me irão fazer falta, mas terá sido uma perda irreparável?
Quase me inclino a supor que foi bom privar-me desse material. Se ele existisse, ver-me-ia propenso a
consultá-lo a cada instante, mortificar-me-ia por dizer com rigor a hora exata de uma partida, quantas
demoradas tristezas se aqueciam ao sol pálido, em manhã de bruma, a cor das folhas que tombavam das
árvores, num pátio branco, a forma dos montes verdes, tintos de luz, frases autênticas, gestos, gritos,
gemidos. Mas que significa isso?
Essas coisas verdadeiras não ser verossímeis. E se esmoreceram, deixá-las no esquecimento: valiam pouco,
pelo menos imagino que valiam pouco. Outras, porém, conservaram-se, cresceram, associaram-se, e é
inevitável mencioná-las. Afirmarei que sejam absolutamente exatas? Leviandade.
(…) Nesta reconstituição de fatos velhos, neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado.
Outros devem possuir lembranças diversas. Não as contesto, mas espero que não recusem as minhas:
conjugam-se, completam-se e me dão hoje impressão de realidade (…)
(RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. Rio, São Paulo: Record, 1984.)

8. A relação entre autor e narrador pode assumir feições diversas na literatura. Pode-se dizer que tal
relação tem papel fundamental na caracterização de textos que, a exemplo do livro de Graciliano
Ramos, constituem uma autobiografia – gênero literário definido como relato da vida de um indivíduo
feito por ele mesmo.
A partir dessa definição, é possível afirmar que o caráter autobiográfico de uma obra é reconhecido
pelo leitor em virtude de:
a) Conteúdo verídico das experiências pessoais e coletivas relatadas
b) Identidade de nome entre autor, narrador e personagem principal
c) Possibilidade de comprovação histórica de contextos e fatos narrados
d) Notoriedade do autor e de sua história junto ao público e a sociedade

9. Essas coisas verdadeiras podem não ser verossímeis

Com a frase acima, o escritor lembra um princípio básico da literatura: a verossimilhança – isto é, a
semelhança com a verdade – é mais importante do que a verdade mesma. A melhor explicação para
este princípio é a de que a invenção narrativa se mostra mais convincente se:
a) Parecer contar uma história real.
b) Quer mostrar seu caráter ficcional
c) Busca apoiar-se em fatos conhecidos
d) Tenta desvelar as contradições sociais

10
Literatura

10. Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas
antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve.
Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
[...]
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início,
se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré- história já havia os monstros
apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois
juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida,
inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual – há dois anos e meio
venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde
saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que
justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fatos
antecedentes.
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento).

A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector,
culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se
essa peculiaridade porque o narrador
a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às
personagens.
b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos que
a compõem.
c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso.
d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as palavras
exatas.
e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de ficção.

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11
Literatura

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. D
Os exemplos descritos no enunciado correspondem, geralmente, ao gênero narrativo, uma vez que não
há a necessidade de um feito grandioso, bem como também não é exigida a construção de uma temática
fixa para a apresentação do assunto

2. C
O caráter heroico, sendo a construção de narrativas carregadas de emoção e sentimentalismo sobre um
indivíduo, nação ou situação, é uma das características principais do gênero épico. Assim, sua ausência
descaracteriza o conceito dele.

3. D
Os cinco elementos do gênero épico/narrativo são: persoangem, enredo, narrador, tempo e espaço –
que, juntos, auxiliam na construção da história.

4. A obra de João Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas, faz parte de uma narrativa, cujo gênero textual
é o romance, sendo caracterizado pelo gênero literário narrativo. Desse modo, faz a utilziação dos cinco
elementos da narrativa, sem a presença das características principais da definição sobre épico.

5. A obra épica de Luís Vaz de Camões, Os Lusíadas, é criada em versos que narram a viagem de Vasco da
Gama às Índias, bem como também apresentam o caráter vanglorioso de Portugal. Assim, no excerto, é
possível perceber a característica da história estar sendo narrada em versos, bem como a presença de
mitologia (Netuno e Marte, por exemplo), e, ainda é vista a exaltação da nação portuguesa (peito ilustre
Lusitano/ outro valor mais alto se levanta).

Exercícios de vestibulares

1. E
O poema apresenta características do gênero narrativo. Essa mistura dos gêneros - em que o verso se
aproxima da prosa - é uma herança da poesia modernista. Uma das características do gênero narrativo
que se mostra no poema de Manoel de Barros é a apresentação dos fatos numa sequência temporal, tal
como se dá quando contamos uma história. (Comentário Uerj)

2. D
O gênero épico é conhecido por exaltar grandes feitos, por trazer a imagem do herói.

3. D
O efeito de humor é obtido pela concatenação de sequências inusitadas/absurdas/estranhas: baratas
roubando objetos; o rosto do King Kong andando pela sala; uma ótica com uma balconista fazendo
topless.

12
Literatura

4. E
O lugar à mesa nas práticas culturais nipônicas reflete uma pirâmide hierárquica na qual a mulher ocupa
o lugar mais baixo.

5. E
A fábula de Esopo apresenta os elementos característicos do gênero narrativo: enredo, personagens,
clímax, espaço e tempo.

6. D
A hesitação da menina em perguntar à mãe o sentido da palavra “desquitada”, somada ao clima gerado
após a pergunta, representa o estigma social em relação à figura da mãe solteira.

7. C
A falta de oportunidades econômicas e educacionais na cidade, que exige sempre referências na hora
do emprego, dialoga com a pobreza das áreas pobres, alimentando, assim, a criminalidade e violência.

8. B
Uma vez que se trata de uma autobiografia, aquele que está sendo biografado (personagem principal)
acaba por ser, também, o autor e o narrador de sua própria história.

9. A
A verossimilhança não pode ser confundida com veracidade. Por isso, parecer contar uma história real é
o mais importante.

10. C
Nesse fragmento de “A hora da estrela”, deparamo-nos com um narrador que tece reflexões sobre
questões existenciais (“Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas”, continuarei a escrever”), e
sobre a própria construção de sua narrativa (“Como eu irei dizer agora, esta história...”)

13
Matemática
a
Potenciação
Objetivo
Aprender as propriedades de potenciação e as operações com potência.

Se liga
Para essa aula, é necessário somente conhecimento básico das quatro operações.

Curiosidade
Você sabia que o primeiro matemático a pensar na potenciação foi Arquimedes que, após calcular o volume
do universo (que ele acreditava ser um sistema de esferas com o centro no sol) chegou a um resultado com
muitos algarismos e seria inviável escrever todos, logo ele criou um sistema onde colocava número em cima
do 10 para representar quantas vezes o 10 estava multiplicando. A partir daí, surgiu a ideia de expoente.

Teoria

A potenciação é uma multiplicação de fatores iguais, considere a multiplicação 2.2.2.2 = 16, podemos
escrever essa multiplicação como 24 = 16, essa operação chamamos de potenciação, nesse caso o número
2 é a base, o número 4 o expoente e o número 16 é a potência.

Exemplo:
• 32 = 3.3 = 9
• 53 = 5.5.5 = 125
n
A multiplicação de fatores iguais representado por a onde a é
a base e n é o expoente, o expoente indica
a quantidades de fatores que serão multiplicados (nesse caso n fatores). Exemplo: 4 = 4.4.4 = 64 .
3

As propriedades básicas da potenciação são:

• a m .a n = a m + n
No produto de potências de mesma base, conserva-se a base e soma os expoentes.
Exemplo: 2 .2 = 2
3 2 5

• a m : a n = a m−n
Na divisão de potências de mesma base, conserva-se a base e subtrai os expoentes.
Exemplo: 3 : 3 = 3
4 2 2

8
Matemática
a


(a ) m n
= a m.n
Na potenciação de uma potência, conserva-se a base e multiplica os expoentes.

Exemplo: 2 ( ) 3 2
= 26

( a.b ) = a m .bm
m


Potência de uma multiplicação ou de uma divisão, conserva-se as bases e distribui o mesmo expoente
nas bases.

Exemplo: ( 2.4 ) = 2 .4
2 2 2

𝒂 𝒎 𝒂𝒎
• ( ) =
𝒃 𝒃𝒎
𝟑 𝟐 𝟑𝟐
Exemplo: ( ) =
𝟕 𝟕𝟐

• a0 = 1
Todo número com elevado ao expoente igual a zero, o resultado sempre será 1.

• a1 = a
Todo número elevado ao expoente 1, o resultado será sempre o número da base.

• 1m = 1
O número 1 elevado a qualquer expoente sempre resultará em 1.

m
−m 1
a = 
• a
2
1 −2
Exemplo 2 =  
2

• a = n am
n

1
Exemplo 3 =23
2

8
Matemática
a
Notação científica
Serve para representar grandezas muito grandes ou muito pequenas a partir de potências de 10. A fórmula
n
da notação científica é: m.10 , onde m é a mantissa, ou seja, um número racional maior que 1 e menor que
10 e n represente algum número inteiro que é a potência de 10, também chamado ordem de grandeza.
250000 = 2,5.105
Por exemplo:
0, 002 = 2.10−3

8
Matemática
a
Exercícios de fixação

1. Sabendo que o valor de 57 é 78.125, qual o resultado de 58?


a) 156.250
b) 390.625
c) 234.375
d) 312.500

2. Em um sítio há 12 árvores. Cada árvore possui 12 galhos e em cada galho tem 12 maçãs. Quantas
maçãs existem no sítio?
a) 144
b) 1224
c) 1564
d) 1728

3. O valor de (0,2)3 + (0,16)2 é:


a) 0,0264
b) 0,0336
c) 0,1056
d) 0,2568
e) 0,6256

4. O valor da expressão 20𝑥 3 + 2𝑥 2 𝑦 5 para 𝑥 = −4 e 𝑦 = 2 é:


a) 256
b) - 400
c) 400
d) – 256

5. (27 ⋅ 2−2 ): 23 é igual a:


a) 0
b) 1
c) 2
d) 22

8
Matemática
a
Exercícios de vestibulares

1. Uma das principais provas de velocidade do atletismo é a prova dos 400 metros rasos. No
Campeonato Mundial de Sevilha, em 1999, o atleta Michael Johnson venceu essa prova, com a marca
de 43,18 segundos. Esse tempo, em segundo, escrito em notação científica é
a) 0,4318 × 102
b) 4,318 × 101
c) 43,18 × 100
d) 431,8 × 10−1
e) 4.318 × 10−2

2. A Agência Espacial Norte Americana (NASA) informou que o asteroide YU 55 cruzou o espaço entre a
Terra e a Lua no mês de novembro de 2011. A ilustração a seguir sugere que o asteroide percorreu
sua trajetória no mesmo plano que contém a órbita descrita pela Lua em torno da Terra. Na figura,
está indicada a proximidade do asteroide em relação à Terra, ou seja, a menor distância que ele
passou da superfície terrestre.

Com base nessas informações, a menor distância que o asteroide YU 55 passou da superfície da Terra
é igual a
a) 3,25 × 102 km.
b) 3,25 × 103 km.
c) 3,25 × 104 km.
d) 3,25 × 105 km.
e) 3,25 × 106 km.

8
Matemática
a
3. A gripe é uma infecção respiratória aguda de curta duração causada pelo vírus influenza. Ao entrar no
nosso organismo pelo nariz, esse vírus multiplica-se, disseminando-se para a garganta e demais
partes das vias respiratórias, incluindo os pulmões.
O vírus influenza é uma partícula esférica que tem um diâmetro interno de 0,00011 mm.
(Disponível em: www.gripenet.pt. Acesso em: 2 nov. 2013 (adaptado). )
Em notação científica, o diâmetro interno do vírus influenza, em mm, é
a) 1,1 × 10−1
b) 1,1 × 10−2
c) 1,1 × 10−3
d) 1,1 × 10−4
e) 1,1 × 10−5

4. Considere 𝑎 = 1150 , 𝑏 = 4100 e 𝑐 = 2150 e assinale a alternativa correta.

a) c ab

b) c ba

c) abc

d) ac b

5. Considere que o corpo de uma determinada pessoa contém 5,5 litros de sangue e 5 milhões de
glóbulos vermelhos por milímetro cúbico de sangue. Com base nesses dados, é correto afirmar que o
6
número de glóbulos vermelhos no corpo dessa pessoa é (use que 1L=dm³= 10 mm³):
a) 2,75.109
b) 5,5.1010
c) 5.1011
d) 5,5.1012
e) 2,75.1013

298 +450 −834


6. A fração é igual a:
299 −3220 +2101
a) 1
11
b) −
6
c) 2
5
d) −
2
7
e)
4

8
Matemática
a

2 0
(−5)²−3²+( )
3
7. A expressão 1 1 é igual a:
3−2 + +
5 2
3150
a)
17
b) 90
1530
c)
73
17
d)
3150
e) – 90

8. Se 53𝑎 = 64, o valor de 5−𝑎 é:


a) 1/4
b) 1/40
c) -1/4
d) 1/20

9. No século III, o matemático grego Diofante idealizou as seguintes notações das potências:
x – Para expressar a primeira potência;
xx – Para expressar a segunda potência;
xxx – Para expressar a terceira potência.

No século XVIII, o pensador e matemático francês René Descartes (1596 – 1650) introduziu as
2 3
notações x , x , x para potências, notações que usamos até hoje.
(Fonte: GIOVANNI; CASTRUCCI; GIOVANNI JR. A conquista da matemática. 8 ed. São Paulo: FTD, 2002.)
Analise as igualdades abaixo:

I.
(x y )3 4 4
= x12 y16

−50 + 30 − ( −4 ) = 1
0

II.
1
20 +
2 = −2
1 0
−3
III. 4

(4 0
+ 4−1 )  ( 40 − 4−1 ) =
5
3
IV.

8
Matemática
a
Assinale a alternativa CORRETA.
a) Apenas as igualdades I e II são VERDADEIRAS.
b) Apenas as igualdades I, III e IV são VERDADEIRAS.
c) Apenas as igualdades II e IV são VERDADEIRAS.
d) Apenas a igualdade IV é VERDADEIRA.
e) Todas as igualdades são VERDADEIRAS

1 3 1
1 2 −
( ) ⋅4 2 ⋅36 2 1 −1 −1
10. Se a = 4
( 25) = e x = 3 − ( −3)  , então, é correto afirmar que
−1
b− 2
,

1
25  
10000 4
a) c<b<a
b) b<c<a
c) b<a<c
d) a<b<c
e) a<c<b

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8
Matemática
a
Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
Pela definição de potenciação, temos que 57 é a mesma coisa que 5 x 5 x 5 x 5 x 5 x 5 x 5. Então se
queremos saber quanto vale 58 basta multiplicar o 57 por 5 mais uma vez. Sabendo que 57 é igual a
78.125, vamos multiplicar esse valor por 5 mais uma vez, logo,
58 = 57 × 5 = 78.125 × 5 = 390.625

2. D
Se o sítio tem 12 árvores e em cada uma tem 12 galhos, então o total de galhos é dado por 12 x 12 = 144
Se são 144 galhos e em cada um tem 12 maçãs, então o total de maçãs é dado por 144 x 12 = 1.728.

Logo, o total de maçãs do do sítio é dado por 12 x 12 x 12 = 12³ = 1.728

3. B
(0,2)3 + (0,16)2 = (0,2)3 + (0,4)4 = 0,0008 + 0,0256 = 0,0336

4. D
Primeiro, vamos substituir os valores:
20 ⋅ (−4)3 + 2 ⋅ (−4)2 ⋅ 25

Agora vamos efetuar as potências, tendo atenção com os sinais.


20 ⋅ (−64) + 2 ⋅ (16) ⋅ 32
−1280 + 1024 = −256

Assim, a resposta correta é a alternativa d.

5. D
27 ⋅ 2−2 25
= 3 = 25−3 = 22
23 2

Exercícios de vestibulares

1. B
43,18
A resposta é 43,18 =  10 = 4,318  101.
10

8
Matemática
a
2. D
Utilizando a ideia de notação científica, temos: 325 mil km = 325. 10³ km = 3,25 . 10² . 10³ = 3,25 . 105
km.

3. D
104
Tem-se que 0,00011mm = 0,00011 . = 1,1 . 10−4 mm.
104

4. A
a = 1150
b = 4100 = (42 )50 = 1650
c = 2150 = (23 )50 = 850
850  11501650  c  a  b

5. E
6
5,5 L= 5,5 dm³ = 5,5. 10 mm³. Número de glóbulos vermelhos: 5.106 . 5,5.106 = 27,5.1012 = 2,75.1013

6. B
298 +450 −834 298 +(22 )50 −(23 )34 298 +2100 −2102 298 (1+22 −24 ) 1.−11 11
= = = = =−
299 −3220 +2101 299 −(25 )20 +2101 299 −2100 +2101 299 (1−2+22 ) 2.3 6

7. C
2 0
(−5)²−3²+( ) 25−9+1 17 17 90 1530
3
−2 1 1 = 1 1 1 = 10+18+45 = 73 = 17. =
3 + + + + 73 73
5 2 9 5 2 90 90

8. A
1
53𝑎 = 64 ⇔ (5𝑎 )3 = 43 ⇔ 5𝑎 = 4, logo 5−a =
4

9. B
I. Está correta, pois (𝑥 3 𝑦 4 )4 = 𝑥 3.4 𝑦 4.4 = 𝑥 12 𝑦16
II. Está incorreta, pois −50 + 30 − (−4)0 = −1 + 1 − 1 = −1
1 1 3
20 + 1+ 3 4 12
III. Está correta, pois 1
2
=1 2
= 2
3 = ⋅ (− ) = − = −2
−30 −1 − 2 3 6
4 4 4
1 1 5 3 5
IV. Está correta, pois (40 + 4−1 ) ÷ (40 − 4−1 ) = (1 + ) ÷ (1 − ) = ÷ =
4 4 4 4 3

8
Matemática
a
10. B

√1 ⋅ √43 ⋅ 1 1
⋅8⋅
1 2
4 √36 2 6 200
𝑎= = = 3 =
1 1 1 3
√10000 100 100

1
(25)𝑏−2 = ⇔ 25𝑏−2 = 251 ⇔ 𝑏 − 2 = −1 ⇔ 𝑏 = 1
25

1 1 −1 2 −1 3
𝑐 = [3−1 − (−3)−1 ] = [ + ] = ( ) =
3 3 3 2

3 200
Logo, 1 < < , ou seja, a < c < a
2 3

8
Matemática

Radiciação

Objetivo
Identificar e aplicar propriedades com radicais de forma adequada, a fim de facilitar e simplificar nossos
cálculos.

Se liga
Para este módulo, é interessante saber o produto notável da diferença de quadrados. Recorda-se dele? Caso
não, assista a essa aula ;)

Curiosidade
Diversos radicais representam números irracionais. Para isso, basta tomarmos um radical “não exato”. Isto é,
a raiz quadrada de um número que não é quadrado perfeito, a raiz cúbica de um número que não é cubo
perfeito, etc.

Teoria

Radicais

Definições iniciais
𝑛
Simbolizado por √𝑥 é a raiz 𝑛-ésima de um número 𝑥 , é a operação possível de ser realizada no universo dos
números reais sob as seguintes condições:

𝑛 é 𝑝𝑎𝑟, 𝑥 ≥ 0
Se {
𝑛 é 𝑖𝑚𝑝𝑎𝑟, 𝑥 ∈ ℝ

Ou seja, se 𝑛 (ou índice do radical) for par, o número dentro da raiz (chamado radicando) tem que ser maior
que 0 para que consigamso calcular sua raiz real. Caso o índice seja ímpar, 𝑥 pode assumir qualquer valor
real (considerando que 𝑛 ∈ ℕ, 𝑛 ≥ 2).

Podemos pensar a radiciação como a operação inversa da potenciação no caso do radicando ser um número
𝑛 3
𝑥 ≥ 0 da seguinte forma: √𝑥 𝑛 = 𝑥. Por exemplo: 53 = 125 e √125 = 5.

Observação: Quando o índice 𝑛 estiver ausente, ele vale 2 (raiz quadrada).


2
Exemplo: √36 = √36.

8
Matemática

Propriedades de radicais:


𝑚 𝑚 𝑚
√𝑥 ∙ √𝑦 = √𝑥 ∙ 𝑦 (quando fazemos o produto de dois radicais de mesmo índice, podemos reuní-los
sob o mesmo radical).
5 5 5 5
Exemplo: √18 ∙ √27 = √18 ∙ 27 = √486.

𝑚
√𝑥 𝑥

𝑚
𝑚 = √ (quando fazemos o quociente de dois radicais de mesmo índice, podemos reuní-los sob o
√𝑦 𝑦
mesmo radical).
5
√18 5 18 5
Exemplo: 5 =√ = √6.
√3 3

𝑚 𝑛

𝑚∙𝑛
√ √𝑥 = √𝑥 (em radicais de radicais, podemos transformar essa operação em um único radical, de
modo que seu índice seja produto dos outros dois anteriores).
3 3∙2 6
Exemplo: √√2 = √2 = √2.

𝑚∙ 𝑝

𝑚
√𝑥 𝑛 = √𝑥 𝑛 ∙ 𝑝 (podemos mudar o índice de um radical, contanto que também alteremos o

radicando, elevando-o ao mesmo valor que multiplicou o índice original).


8 8∙ 2 16
Exemplo: √54 = √(54 )2 = √58 .


𝑛 𝑛 𝑛
𝑥 √𝑎 + 𝑦 √𝑎 = (𝑥 + 𝑦) √𝑎 (soma de radicais).
4 4 4
Exemplo: 2 √3 + 5 √3 = 7 √3.


𝑛 𝑛 𝑛
𝑥 √𝑎 − 𝑦 √𝑎 = (𝑥 + 𝑦) √𝑎 (subtração de radicais).
4 4 4
Exemplo: 2 √3 − 5 √3 = −3 √3.

Atenção! Perceba que só podemos aplicar as propriedades de soma e subtração de radicais quando os
radicais da operação são semelhantes. Isto é, quando possuem o mesmo índice e radicando.

Simplificando radicais: No caso do resultado encontrado no exemplo (a), vale ressaltar que ele poderia ser
5 5 5 5 5
simplificado a partir das propriedades apresentadas. Observe: √486 = √35 ∙ 2 = √35 ∙ √2 = 3 √2.

Relação entre radicais e expoentes fracionários: Uma outra propriedade, bastante comum de ser utilizada
durante a resolução de questões que envolvem radicais:
𝑚 𝑚
𝑥 𝑛 = √𝑥 𝑛
2
3
Exemplo: (−5)3 = √(−5)2 .

8
Matemática

Racionalização
Realizar divisões por números irracionais, que são resultados de diversos radicais, é uma tarefa difícil. Imagine
dividir algum número por um número irracional, que tem infinitas casas decimais que seguem nenhum padrão!
Por isso, é comum transformarmos um denominador que seja um radical a partir de operações de
multiplicação, a fim de o tornarmos um número racional. Observe os exemplos:

1 1 √2 √2
• = ∙( )=
√2 √2 √2 2

Explicação de (a): Quando o denominador é a raiz quadrada de algum número, multiplicamos a fração original
“em cima” e “embaixo” por esse radical. Perceba que fazer essa multiplicação não altera o valor do número,
uma vez que isso é o equivalente a multiplicá-lo por 1.

1 1 √3−1 √3−1 √3−1 √3−1


• = ∙ = 2 = =
√3+ 1 √3+1 √3−1 √3 − 12 3−1 2

√2 √2 √3+√2 √2(√3+√2) √6 + 2 √6 + 2
• = ∙ = 2 2 = = = √6 + 2
√3 − √2 √3 − √2 √3+√2 √3 − √2 3−2 1

Explicação de (b) e (c): Quando o denominador é uma soma ou subtração que envolve raízes quadradas,
devemos usar uma outra estratégia: multiplicar a fração “em cima” e “embaixo” pelo conjugado do
denominador. Isto é, por algo quase idêntico a ele, só trocando o sinal do meio. Isso é eficaz porque caímos
no produto notável (𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏) = 𝑎2 − 𝑏², o que elimina as raízes quadradas. Mais uma vez, fazer essa
multiplicação não altera o valor do número, uma vez que é o equivalente a multiplicá-lo por 1. Logo, essa
estratégia é válida!

3 3 3
6 √22 6 ∙ √22 6 ∙ √4

3
3 ∙3 = 3 = = 3 √4
√2 √22 √23 2

Nesse último exemplo, o denominador não é uma única raiz quadrada – seu índice é maior que 2 (no exemplo,
ele é igual a três). Assim, devemos pensar em multiplicar a fração “em cima” e “embaixo” por um radical nos
𝑛
possibilite utilizar a propriedade de que √𝑥 𝑛 = 𝑥.

8
Matemática

Exercícios de fixação

1. Classifique as afirmações abaixo em verdadeiras (V) ou falsas (F):


3 3 3
( ) √2 + √6 = √8
3 6
( ) √5 ∙ √2 = √10
5 6
( ) √2 > √2
( ) 32√𝑥 − 21√𝑥 = 11√𝑥
( ) A raiz quadrada de todo número real não negativo resulta em um valor menor que ele mesmo.
Isto é, √𝑥 < 𝑥 para qualquer 𝑥 ≥ 0.

𝑛
2. A propriedade √𝑥 𝑛 = 𝑥 não vale para todo número real 𝑥 . Dê um exemplo que comprove essa
afirmação.

3. Racionalize:
6
a)
√3
√2
b)
√5−1
4
c) 5
√8

4. Determine entre quais dois números inteiros a raiz √1700 se encontra (de modo que esses dois
números inteiros sejam os mais próximos possíveis um do outro).

5. Utilize as propriedades de potenciação para averiguar qual dentre os números 3√5 e 2√11 é o maior.

8
Matemática

Exercícios de vestibulares

3
1. Usando a tecnologia de uma calculadora pode-se calcular a divisão de 2 por √4 e obter um resultado
igual a:
a) √4
3
b) √3
c) √5
3
d) √2
e) √42

2. O valor exato da raiz cúbica de 1.728 é


a) 9
b) 12
c) 15
d) 18
e) 25

3. Simplificando a expressão 3√2 − 2√18 + 3√72 obtemos:

a) 3√2.
b) 24√2.
c) 15√2.
d) −15√2.
e) √2.

√𝑎+√𝑎3 +√𝑎5
4. Para todo número real positivo 𝑎, a expressão é equivalente a
√𝑎
a) 1 + √𝑎 + 𝑎
b) 1 + 𝑎2 + 𝑎
c) √𝑎 + 𝑎
d) √𝑎 + 𝑎 2
e) 1+𝑎

8
Matemática

5. Dentre outros objetos de pesquisa, a Alometria estuda a relação entre medidas de diferentes partes
do corpo humano. Por exemplo, segundo a Alometria, a área 𝐴 da superfície corporal de uma pessoa
2
relaciona-se com a sua massa m pela fórmula 𝐴 = 𝑘. 𝑚3 , em que 𝑘 é uma constante positiva. Se no
período que vai da infância até a maioridade de um indivíduo sua massa é multiplicada por 8, por
quanto será multiplicada a área da superfície corporal?
3
a) √16
b) 4
c) √24
d) 8
e) 64

237
6. Simplificando-se a expressão , obtém-se o número
235 + 238 + 239
√19
a)
4
√19
b)
2
c) 0,4
d) 0,16
√2
e)
237

3 3
√3+ √9
7. Quanto vale 3 ?
√3
3
a) √3
3
b) √9
3
c) 1 + √3
3
d) 1 + √9
3
e) 2 √3

8
Matemática

1 1
8. Seja 𝐴 =
√3 +√2
e𝐵= , então 𝐴 + 𝐵 é igual a:
√3 − √2

a) −2√2
b) 3√2
c) −2√3
d) 3√3
e) 2√3

9. Se 𝑎 = 16 e 𝑥 = 1,25 quanto vale 𝑎 𝑥 ?


a) 16
b) 32
c) 20
d) 36
e) 64

1
2+
10. Simplificando a expressão √2
obtemos:
√2 − 1
11√2
a)
2
√2
b) +3
2
7
c) + 2√2
2
5√2
d) 3+
2
2 + 3√2
e)
2

Sua específica é exatas e quer continuar estudando esse assunto?


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8
Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. (F) A propriedade de soma só pode ser aplicada entre radicais semelhantes. Ou seja, em radicais com
3 3
mesmo índice e radicando. Dessa forma, a soma √2 + √6 fica desse jeito, não podemos juntar os
radicandos.
(F) A propriedade do produto só pode ser realizada em radicais com mesmo índice. Como o produto está
sendo feito entre em uma raiz quadrada e uma raiz cúbica, não podemos fazer o produto da forma que
está. Para fazer, deveríamos antes trocar os índices para um valor comum, utilizando a propriedade de
𝑚 𝑚∙ 𝑝
que √𝑥 𝑛 = √𝑥 𝑛 ∙ 𝑝 .
5 6
(V) Seja √2 = 𝑥. Então 𝑥 5 = 2. Seja √2 = 𝑦. Então 𝑦 6 = 2. Como 𝑥 precisa ser elevado a uma potência
menor para chegar a 2, ele deve ser um número maior que 𝑦.
(V) Como a operação de subtração está sendo feita entre radicais semelhantes, podemos realizar a
operação. Se está com dificuldade em fazer essa conta, chame √𝑥 de “maçã”. Se tenho trinta e duas
maçãs e perco vinte e uma maçãs, me restam onze maçãs. Isto é, 11√𝑥.
(F) Em muitos casos isso é verdade. Porém, se 𝑥 é um número entre 0 e 1, isso não ocorre. Veja um
exemplo: √0,04 = 0,2, já que 0,2 ∙ 0,2 = 0,04, mas 0,2 > 0,04.

𝟐
2. Podemos fornecer como exemplo qualquer valor de 𝒙 negativo e 𝒏 par. Exemplo: √(−𝟒)² = √𝟏𝟔 = 𝟒,
mas −𝟒 ≠ 𝟒.

3.
𝟔 𝟔 √𝟑 𝟔√𝟑 𝟔√𝟑
a) = ∙ = 𝟐 = = 𝟐√𝟑
√𝟑 √𝟑 √𝟑 √𝟑 𝟑

√2 √2 (√5+1) √2∙√5+√2 √10+√2 √10+√2


b) = ∙ = 2 = =
√5−1 √5−1 (√5+1) √5 −12 5−1 4
5 5 5
4 4 4 √2 2 4 √4 4 √4 5
c) 5 = 5 = 5 ∙5 = 5 = = 2 √4
√8 √2³ √2³ √2 2 √2 5 2

4. Perceba que √𝟏𝟕𝟎𝟎 está entre √𝟏𝟔𝟖𝟏 e √𝟏𝟕𝟔𝟒. Como, √𝟏𝟔𝟖𝟏 = 𝟒𝟏 e √𝟏𝟕𝟔𝟒 = 𝟒𝟐, então √𝟏𝟕𝟎𝟎 está
entre esses dois inteiros, 𝟒𝟏 e 𝟒𝟐. Ou seja, se queremos saber entre quais inteiros um radical “não exato”
está, ele procuramos as raízes quadradas dos quadrados perfeitos mais próximos ao seu radicando.

5. Temos que 𝟑√𝟓 = √𝟑² ∙ √𝟓 = √𝟗 ∙ √𝟓 = √𝟗 ∙ 𝟓 = √𝟒𝟓. Além disso, e 𝟐√𝟏𝟏 = √𝟐² ∙ √𝟏𝟏 = √𝟒 ∙ √𝟏𝟏 =
√𝟒𝟒. Como √𝟒𝟓 > √𝟒𝟒, temos que 𝟑√𝟓 > 𝟐√𝟏𝟏.

8
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. D
3
2 2 2 23 2
=  = =32
3 3 2 3 3 3
4 2 2 2

2. B
1728 3
576 3
192 3
64 2
3
32 2 → 33  23  23 → 3 1728 = 33  23  23 = 12
16 2
82
4 2
2 2

3. C

3 2 − 2 18 + 3 72 = 3 2 − 2 2.3² + 3 2³.3² = 3 2 − 2.3 2 + 3.2.3 2 =


= 3 2 − 6 2 + 18 2 = 15 2

4. B

5. B
Sendo 𝐴 a área da superfície corporal de uma pessoa na infância e 𝑆 a área da superfície corporal dessa
mesma pessoa na maioridade, de acordo com o enunciado, tem-se:

2 2 2 3 2 2
𝑘 ∙ (8𝑚)3 = 83 ∙ 𝑘 ∙ 𝑚3 = ( √8) ∙ 𝑘 ∙ 𝑚3 = 4 ∙ 𝐴

Logo, a área ficará multiplicada por 4.

8
Matemática

6. C

237 237
=
235 + 238 + 239 235 (1 + 23 + 24 )

22
=
25
2
=
5
= 0,4.

7. C
3
3 +39 3
3 3
9
= +
3 3 3
3 3 3
9
= 1+ 3
3
= 1 + 3 3.

8. E

1 3− 2
A= . = 3− 2
3+ 2 3− 2
1 3+ 2
B= . = 3+ 2
3− 2 3+ 2
A +B= 2 3

9. B

( )
1,25
ax = 161,25 = 24 = 25 = 32

10. D
Simplificando a expressão, tem-se:

2+
1 
2 +
2  2 +1 = 
1 
2
 ( 2 +1) 1 5+3 2 2 5 2 +6 5 2
= 2 2 +3+ =  = =3+
2 −1 2 +1 1 2 2 2 2 2

8
Matemática

Triângulos: cevianas e pontos notáveis

Objetivo
Compreender as características e propriedades das cevianas de um triângulo. Atribuir significados aos pontos
de encontro das cevianas de um triângulo.

Se liga
As cevianas são retas que partem de algum dos vértices de um triângulo sob determinadas condições. Elas
possuem certas propriedades e se encontram em pontos que também compartilham de alguma propriedade
geométrica. Para esta aula, é importante que você esteja a par das características gerais de um triângulo.
Quer rever isso? Clique aqui.

Curiosidade
O nome ceviana vem do engenheiro italiano Giovanni Ceva. Ele formulou o Teorema de Ceva, o qual estabelece
uma condição necessária e suficiente para que as três cevianas de um triângulo sejam todas concorrentes.
Quer ver um mapa mental sobre esse assunto sendo construído por um professor? Clique aqui.

Teoria

Ceviana
Ceviana é qualquer segmento que parte de um vértice de um triângulo e corta o lado oposto a esse vértice ou
seu prolongamento. São exemplos de cevianas: mediana, altura e bissetriz.

Mediana
Mediana é uma ceviana que liga o vértice de onde ela parte ao ponto médio do lado oposto a esse vértice.

Baricentro
O baricentro é exatamente o ponto de encontro das medianas. É o centro de gravidade (ponto de equilíbrio)
do triângulo.

8
Matemática

Importante saber que se BD for uma mediana do triangulo temos algumas relações importantes:
BG = 2 DG
2
BG = BD
3
1
DG = BD
3

Observação: É importante ressaltar que um triângulo possui três medianas e a propriedade do baricentro
funciona com todas elas.

Altura
A altura é uma ceviana que parte de um vértice e faz 90° com o lado oposto ao mesmo ou a seu
prolongamento. Ou seja, ela é perpendicular ao lado oposto a esse vértice ou ao seu prolongamento. De cada
vértice do triângulo parte uma única altura.

Ortocentro
O ortocentro é exatamente o ponto de encontro das três alturas desse triângulo, podendo pertencer ao exterior
do triângulo, ou até mesmo coincidir com um de seus vértices.

Bissetriz
A bissetriz é uma ceviana que parte de um vértice do triângulo e que divide ao meio o ângulo referente a esse
vértice. Em um triângulo, de cada vértice parte uma única bissetriz. A bissetriz de um ângulo é uma reta que
está equidistante aos lados que formam esse ângulo.

8
Matemática

Incentro
O incentro é o ponto de encontros das três bissetrizes internas do triângulo.

O incentro também é o centro da circunferência inscrita nesse triângulo, pois equidista dos três lados. Repare
que 𝐷 é um dos pontos de tangência da circunferência com o triângulo.

Mediatriz
É a reta perpendicular a um determinado lado do triângulo e que passa por seu ponto médio.

Circuncentro
Todo triângulo possui três mediatrizes que se encontram em um ponto denominado circuncentro,
simbolizado na figura pela letra 𝐶:

O circuncentro é equidistante dos vértices do triângulo, logo, é o centro da circunferência circunscrita ao


triângulo.

8
Matemática

Informações importantes:
• No triângulo equilátero, os pontos notáveis são coincidentes.
• No triângulo isósceles, a altura relativa à base também é bissetriz, mediana e mediatriz.
• A Mediatriz não é dita ceviana, pois não necessariamente parte do vértice.

8
Matemática

Abaixo, um mapa mental sobre o assunto! :D

8
Matemática

Exercícios de fixação

1. Em um parque de diversões há três estabelecimentos: um posto de primeiros socorros, uma barraca


de pipoca e um guichê para compra de ingressos. Deseja-se construir um banheiro de modo que ele
esteja a uma mesma distância desses três estabelecimentos. Considerando este um problema de
geometria plana, em que os estabelecimentos são representados por pontos e que construímos um
triângulo a partir desses três pontos, o ponto que satisfaz ao objetivo é o:

a) Ortocentro desse triângulo.


b) Incentro desse triângulo.
c) Circuncentro desse triângulo.
d) Baricentro desse triângulo.

2. Duas guaritas estão localizadas em um terreno no qual é desejado construir uma estrada retilínea e
pavimentada. O projeto estabelece que qualquer lugar estrada esteja sempre a uma mesma distância
das guaritas. Considerando este um problema de geometria plana, em que as guaritas são
representadas por pontos e a estrada por uma reta, a estrada é, em relação ao segmento que liga as
duas guaritas:

a) Sua bissetriz.
b) Sua mediana.
c) Sua altura.
d) Sua mediatriz.
e) Sua perpendicular.

8
Matemática

3. Um terreno triangular pertence a uma família e possui o formato triangular, como abaixo. É desejado
construir um poço de água que esteja a uma mesma distância de todos os lados do terreno.

Considerando este um problema de geometria plana, em que o poço é representado por um ponto,
podemos dizer que poço estará no:
a) Circuncentro do triângulo.
b) Incentro do triângulo.
c) Ortocentro do triângulo.
d) Ponto médio de um dos lados do trângulo.
e) Baricentro do triângulo.

4. O proprietário de terreno da questão acima faleceu, sendo necessário dividir o terreno triângular entre
duas irmãs, de modo que elas recebam porções de terra de mesma área. É desejado que a divisão do
terreno seja feita por meio de uma cerca retilínea, a qual se inicia em algum dos vértices do terreno
(𝑉1 , 𝑉2 ou 𝑉3 ), como abaixo:

Considerando este um problema de geometria plana, em que a cerca é representada por um segmento
de reta, podemos dizer que a cerca representa nesse triângulo um(a):
a) Mediana.
b) Mediatriz.
c) Altura.
d) Bissetriz.
e) Ponto médio.

8
Matemática

5. Duas estradas retilíneas se cruzam em um único ponto. É desejado construir um radar de velocidade
em algum lugar no espaço entre essas estradas, mas de modo que seja equidistante às duas estradas.
Considere este um problema de geometria plana, em que cada estrada é representada por uma reta.

Para que a condição acima seja atendida, o radar pode ser construído em qualquer:
a) Reta perpendicular a ambas as estradas.
b) Reta paralela a ambas as estradas.
c) Ponto pertencente à reta perpendicular que passa pela interseção das estradas.
d) Ponto pertencente à bissetriz de algum dos ângulos formados entre as estradas.

8
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. Para fazer um experimento em sala de aula, um professor utilizou uma placa rígida uniforme com
formato de um triângulo escaleno e um pouco maior que um livro escolar. Assim, apoiando seu dedo
indicador em um ponto destacado na superfície da placa, o professor conseguiu equilibrá-la e mantê-
la paralela ao chão.
Esse feito ocorre pelo fato de o ponto destacado sobre a superfície ser
a) o ortocentro da placa triangular.
b) o ex-incentro da placa triangular.
c) o incentro da placa triangular.
d) o circuncentro da placa triangular.
e) o baricentro da placa triangular.

2. No triangulo obtusângulo 𝑀𝑁𝑃 da figura, podemos afirmar que:

a) o baricentro se encontra na região externa do triângulo 𝑀𝑁𝑃.


b) o ortocentro se encontra na região externa do triângulo 𝑀𝑁𝑃.
c) o incentro se encontra na região externa do triângulo 𝑀𝑁𝑃.
d) o circuncentro se encontra na região interna do triângulo 𝑀𝑁𝑃.

8
Matemática

3. ̅̅̅̅ = 𝐵𝑃
No triangulo 𝐴𝐵𝐶 a seguir, temos 𝐴𝑃 ̅̅̅̅ = 𝐶𝑄
̅̅̅̅ e 𝐴𝑄 ̅̅̅̅ . Sendo assim, os valores de 𝑥 e 𝑦 são,
respectivamente, iguais a:

a) 30 e 24.
b) 20 e 4.
c) 5 e 16.
d) 8 e 10.
e) 4 e 8.

4. Na figura, ̅̅̅̅ ̅̅̅̅̅ são medianas do triângulo 𝐴𝐵𝐶. Se 𝐵𝑀


𝐴𝑁 e 𝐵𝑀 ̅̅̅̅̅ é igual a 12 𝑐𝑚, a medida do segmento
̅̅̅̅̅
𝐺𝑀 é igual a:

a) 10.
b) 9.
c) 8.
d) 6.
e) 4.

8
Matemática

5. Em relação a um triangulo qualquer ABC, quais pontos notáveis estão posicionados necessariamente
na região interna do triangulo?
a) Baricentro e ortocentro.
b) Incentro e circuncentro.
c) Baricentro e circuncentro.
d) Incentro e ortocentro.
e) Baricentro e incentro.

6. Se 𝐼 é incentro do triangulo 𝐴𝐵𝐶 abaixo, os ângulos 𝐴̂, 𝐵̂ e 𝐶̂ são, respectivamente, iguais a:

a) 30°, 60° e 90°.


b) 55°, 65° e 60°.
c) 40°, 80° e 60°.
d) 100°, 60° e 20°.
e) 65°, 55° e 60°.

7. ̅̅̅̅̅ = ̅̅̅̅̅
No triangulo 𝐴𝐵𝐶 abaixo, temos 𝐵𝑀 𝐶𝑀, 𝐵𝐴̂𝑃 = 𝑃𝐴̂𝐶 e 𝐴𝐻
̅̅̅̅ perpendicular à 𝐵𝐶
̅̅̅̅ e os pontos 𝑀, 𝑃 e 𝐻
não são coincidentes.

I. ̅̅̅̅̅ ̅̅̅̅ e uma altura


𝐴𝑀 é uma mediana e 𝐴𝐻
II. ̅̅̅̅ é uma mediatriz
𝐴𝑃
III. ̅̅̅̅ é uma bissetriz
𝐴𝑃
̅̅̅̅ é uma altura e ̅̅̅̅̅
IV. 𝐴𝐻 𝐴𝑀 é uma mediatriz

8
Matemática

Podemos afirmar que:


a) 𝐼𝐼 e 𝐼𝑉 são verdadeiras.
b) 𝐼 e 𝐼𝐼𝐼 são verdadeiras.
c) 𝐼 e 𝐼𝐼 são verdadeiras.
d) 𝐼𝐼𝐼 e 𝐼𝑉 são verdadeiras.
e) 𝐼𝐼 e 𝐼𝐼𝐼 são verdadeiras.

8. Na figura, o ponto 𝐺 é o baricentro do triângulo e a área de 𝑆1 é 6 𝑐𝑚². A área do triângulo 𝐴𝐶𝐷 é:

a) 72 𝑐𝑚²
b) 62 𝑐𝑚²
c) 50 𝑐𝑚²
d) 42 𝑐𝑚²
e) 36 𝑐𝑚²

9. Na figura a seguir, temos dois triângulos equiláteros 𝐴𝐵𝐶 e 𝐴’𝐵’𝐶’ que possuem o mesmo baricentro,
tais que 𝐴𝐵//𝐴′𝐵′, 𝐴𝐶//𝐴′𝐶′ e 𝐵𝐶//𝐵′𝐶′. Se a medida dos lados de 𝐴𝐵𝐶 é igual a 3√3 e a distância entre
os lados paralelos mede 2 𝑐𝑚, então, a medida das alturas de 𝐴’𝐵’𝐶’ é igual a

a) 𝟏𝟏, 𝟓
b) 𝟏𝟎, 𝟓
c) 𝟗, 𝟓
d) 𝟖, 𝟓
e) 𝟕, 𝟓

8
Matemática

10. Na figura abaixo, a circunferência de centro 𝑂 está inscrita no triângulo 𝐴𝐵𝐶. Se os pontos 𝐷, 𝑂 e 𝐸 são
̅̅̅̅ , com 𝐴𝐶
̅̅̅̅ é paralelo a 𝐵𝐶
colineares e 𝐷𝐸 ̅̅̅̅ = 19, 𝐵𝐶
̅̅̅̅ = 21 e 𝐴𝐵
̅̅̅̅ = 25, então o perímetro do triângulo 𝐶𝐷𝐸
vale

a) 39
b) 39
c) 40
d) 44
e) 46

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8
Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
O ponto que é equidistante a todos os outros é o circuncentro. O circuncentro é o centro da circunferência
circunscrita ao triângulo (por isso o seu nome). Desse modo, essa circunferência passa pelos três
vértices do triângulo (os primeiros socorros, a pipoca e os ingressos). Assim, a distância de todos esses
vértices ao centro dessa circunferência será a mesma e medirá exatamente o raio 𝑅 desta circunferência.

2. D
A mediatriz é perpendicular ao segmento limitado pelas guaritas e passa pelo ponto médio, bem no meio,
deste segmento. Por conta de sua perpedicularidade, todos os pontos contidos na mediatriz são
equistantes dos extremos do segmento ligando as guaritas.

3. B
O incentro (encontro das bissetrizes) do triângulo coincide com o centro da circunferência inscrita a esse
triângulo (por isso o seu nome). Assim, o círculo inscrito tangencia os lados do triângulo e todos eles
estarão a uma distância 𝑟 (raio) do poço.

8
Matemática

4. A
Quando traçamos a mediana de um triângulo, ela o divide em dois triângulos de mesma área, uma vez
que serão triângulos de mesma base (cada uma medindo metade da original) e mesma altura (já que o
vértice oposto às bases é o mesmo). Assim, essa é a nossa resposta. (Ao lado, os triângulos roxo e bege
têm mesma área).
Pensando além: se traçamos as três medianas, elas se intercpetam no baricentro e o triângulo original é
dividido em seis de mesma área. É por isso que usamos esse nome, baricentro, já que ele corresponde
ao centro de massa do triângulo (bari = peso).

5. D
A bissetriz é a reta que divide um dado ângulo ao meio. Consequentemente, ao tomarmos um ponto
qualquer dessa bissetriz, ele sempre estará a uma mesma distância dos lados que formaram aquele
ângulo.

Exercícios de vestibulares

1. E
O baricentro de um triângulo é também seu centro de massa, ou seja, seu ponto de equilíbrio.

2. B
Todo triângulo obtusângulo possui ortocentro na região externa do triângulo.

3. C
Pelo teorema do baricentro:
𝑌 = 2 ∙ 8 = 16
10
𝑋 = = 5
2

8
Matemática

4. E
1 12
Pelo teorema do baricentro, 𝐺𝑀 mede do segmento 𝐵𝑀. Ou seja, 𝐺𝑀 = = 4.
3 3

5. E
O circuncentro e o ortocentro estão localizados na região externa de triângulos obtusângulos. Eliminando
as alternativas ficamos com a letra E.

6. C
Observe a figura:

Podemos montar o sistema:


𝑎 + 𝑐 + 130 = 180
{ 𝑎 + 𝑛 + 120 = 180
𝑏 + 𝑐 + 110 = 180

Resolvendo o sistema, encontramos 𝑎 = 20, 𝑏 = 40 e 𝑐 = 30. Por fim, Â = 40°, 𝐵̂ = 80° e , 𝐶̂ = 60°.

7. B
• Já que 𝑩𝑴 = 𝑪𝑴, então 𝑨𝑴 é uma mediana. Como 𝑨𝑯 é perpendicular a 𝑩𝑪, então 𝑨𝑯 é altura do
triângulo 𝑨𝑩𝑪. Alternativa 𝑰 verdadeira.
• 𝑨𝑷 não é mediatriz pois não passa pelo ponto médio do segmento 𝑨𝑪, que é o ponto 𝑴. Alternativa
𝑰𝑰 falsa.
• 𝐴𝑃 é uma bissetriz pois 𝐵Â𝑃 = 𝑃Â𝐶. Alternativa 𝐼𝐼𝐼 verdadeira.
• 𝐴𝐻 é uma altura, mas 𝐴𝑀 não é mediatriz por não ser perpendicular ao lado 𝐴𝐶 Alternativa 𝐼𝑉 falsa.

8. E
Sabemos que uma propriedade importante das medianas de um triângulo é de dividir o triângulo em 6
triângulos de mesma área. Assim, a área do triângulo 𝐴𝐶𝐷 vale 6 ∙ 6 = 36 𝑐𝑚².

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Matemática

9. B
Seja 𝑮 o baricentro dos dois triângulos. Como a medida dos lados de 𝑨𝑩𝑪 é 𝟑√𝟑, temos que sua altura
é dada por:
𝒍√𝟑 𝟑√𝟑 ∙ √𝟑 𝟗
= =
𝟐 𝟐 𝟐

Além disso, usaremos a propriedade que nos diz que o baricentro divide a altura em uma proporção 𝟏: 𝟐.
𝟏 𝟗 𝟑
Assim, o segmento 𝑮𝑫 abaixo mede ∙ = .
𝟑 𝟐 𝟐

𝟏
Agora, podemos perceber que 𝑮𝑫’ é equivale a da altura de 𝑨’𝑩’𝑪’. Como sabemos que 𝑫𝑫’ = 𝟐 𝒄𝒎,
𝟑
temos que:

̅̅̅̅̅ 𝟑 𝟕
𝑮𝑫′ = + 𝟐 =
𝟐 𝟐

Por fim:
𝟕 𝑯 𝟐𝟏
= ⇒𝑯= = 𝟏𝟎, 𝟓
𝟐 𝟑 𝟐

10. C
Se 𝑂 é o centro da circunferência inscrita ao triângulo 𝐴𝐵𝐶, então 𝑂 é o incentro do triângulo 𝐴𝐵𝐶. Assim,
é o encontro das bissetrizes de 𝐴𝐵𝐶. Traçando as bissetrizes ̅̅̅̅ 𝐴𝑂 e ̅̅̅̅
𝐵𝑂, formamos dois triângulos
isósceles: 𝐴𝐷𝑂 e 𝐵𝐸𝑂. Dessa maneira, 𝐷𝑂 ̅̅̅̅ = 𝐴𝐷
̅̅̅̅ e 𝐸𝑂
̅̅̅̅ = 𝐵𝐸
̅̅̅̅ . Por fim, o perímetro do triângulo 𝐶𝐷𝐸 é igual
̅̅̅̅ + 𝐵𝐶
a 𝐴𝐶 ̅̅̅̅ = 19 + 21 = 40.

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Matemática

Triângulos: Condição de existência, lei angular, classificação e área

Objetivo
Aprender a condição de existência de um triângulo, suas leis, como classificá-los quanto aos lados e quanto
aos ângulos e o cálculo da área.

Se liga
Para essa aula, será importante lembrar da aula de introdução à geometria plana, principalmente no que diz
respeito aos ângulos.

Curiosidade
Você sabia que a fórmula da área do triângulo vem da fórmula da área do paralelogramo? Isso mesmo, a área
do paralelogramo é dada por “base x altura”, mas se você traçar uma diagonal em um paralelogramo, você
terá dois triângulos idênticos de mesma base, mesma altura e com metade da área. Por isso a fórmula da
área do triângulo é “(base x altura) / 2”

Teoria

Um triângulo é uma figura geométrica constituída a partir de três pontos distintos não colineares e segmentos
de reta que os liga.

Na figura acima, temos que A, B e C são chamados de vértices e os segmentos AB, BC e CA são os lados

Condição de existência
A condição de existência de um triângulo é:
Num triângulo ABC, qualquer lado é menor que a soma dos outros dois e maior que o módulo da diferença,
ou seja, considerando a, b e c os lados do triângulo:

b−c  a  b+c
a −c  b  a +c
a−b ca+b

8
Matemática

Note que o triângulo de lados 5, 12 e 13 (comparando com a fórmula anterior a = 5, b = 12 e c= 13):

|12 − 13 | 5  12 + 13 =| −1| 5  25 = 1  5  25
| 5 − 13 | 12  5 + 13 =| −8 | 12  18 = 8  12  18
| 5 − 12 | 13  5 + 12 =| −7 | 13  17 = 7  13  17
Nesse caso é possível existir um triângulo de lados 5, 12 e 13.

No entanto, se os lados fossem 5,1 e 7, teríamos:

| 5 − 1| 7  5 + 1 = 4  7  6

Como essa desigualdade é falsa, não podemos construir um triângulo cujos lados medem 1, 5 e 7. Ou seja,
isso implica em um triângulo que não “fecha”:

Lei angular
Considere o triângulo abaixo:

Nele temos que α,β e γ são ângulos internos do triângulo. A lei angular dos triângulos diz que a soma dos
ângulos internos de um triângulo qualquer vale 180°. Nesse caso, α + β + γ = 180 .

Teorema do ângulo externo


Observe o triângulo abaixo:

8
Matemática

Temos que θ, λ e ε são chamados de ângulos externos do triângulo e o teorema do ângulo externo diz que
um ângulo externo tem a mesma medida que a soma de dois ângulos internos não adjacentes (ou seja, o que
não está ao lado dele). Nesse triângulo, temos que:
θ = β + γ

λ = α + β
ε = γ + α

Por que isso vale?


Observe que 𝜃 e 𝛼, são suplementares, ou seja, 𝜃 + 𝛼 = 180° ⇒ 𝜃 = 180° − 𝛼.
Vimos na lei angular que 𝛼 + 𝛽 + 𝛾 = 180°. Então, podemos substituir 180° pela soma dos ângulos internos.
α + β + γ = 180
 θ = α + β + γ −α = β + γ
θ = 180 − α 

Classificação do triângulo

Quanto aos lados


Equilátero: Apresenta os três lados congruentes
Isósceles: Apresenta os dois lados congruentes (e ângulos da base iguais)
Escaleno: Apresenta os três lados diferentes entre si

Quanto aos ângulos


Retângulo: Possui um ângulo interno de 90 graus (reto) e dois ângulos agudos.
Acutângulo: Possui três ângulos internos agudos (menor que 90 graus).
Obtusângulo: Possui um ângulo obtuso (maior que 90 graus) e dois ângulos agudos.

8
Matemática

Note que um triângulo é classificado quanto aos lados e quanto aos ângulos.
Exemplo:

O triângulo acima é retângulo e isósceles.

Área do Triângulo
Quando falamos do cálculo da área de uma figura plana, estamos querendo calcular a medida de sua
superfície. Seja b a base do triângulo e h a altura dele. Sua área é dada por:

bh
A=
2

Uma outra fórmula que nos é muito útil pode ser vista abaixo:

a  b  sen
A=
2

Temos, também, uma fórmula exclusiva para o calcula da área de triângulos equiláteros:

L2 3
A=
4

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Matemática

Exercícios de fixação

1. Dois triângulos colocados lado a lado possuem as seguintes características: o primeiro possui um
ângulo de 92° e o segundo possui três lados iguais. As classificações respectivamente corretas para
esses triângulos são:
a) Retângulo e isósceles
b) Retângulo e escaleno
c) Retângulo e equilátero
d) Obtusângulo e escaleno
e) Obtusângulo e equilátero

2. De acordo com as classificações quanto aos lados, um triângulo não é escaleno quando, e apenas
quando, ele
a) é isósceles.
b) é isósceles, mas não é equilátero.
c) não é isósceles.
d) não é equilátero, nem é isósceles.
e) não é equilátero.

3. Qual é a área de um triângulo que possui 12 metros de base e 5 metros de altura?


a) 60m²
b) 50m²
c) 40m²
d) 30m²
e) 20m²

4. Calcule a área de um triângulo sabendo que seus três lados valem 6 metros. Considere √3 = 1,7.
a) 9 m²
b) 13 m²
c) 13,5 m²
d) 15 m²
e) 15,3 m²

5. Considere um triângulo de lados 6, 7 e 8. Sabendo que entre os lados que medem 7 e 8 existe um
ângulo de 30 graus. Calcule a área desse triângulo. Dados: sem (30°) = 0,5
a) 7
b) 14
c) 28
d) 56
e) 112

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Matemática

Exercícios de vestibulares

1. O remo de assento deslizante é um esporte que faz uso de um barco e dois remos do mesmo
tamanho. A figura mostra uma das posições de uma técnica chamada afastamento.

Nessa posição, os dois remos se encontram no ponto A e suas outras extremidades estão indicadas
pelos pontos B e C. Esses três pontos formam um triângulo ABC cujo ângulo BÂC tem medida de 170°.
O tipo de triângulo com vértices nos pontos A, B e C, no momento em que o remador está nessa
posição, é
a) retângulo escaleno.
b) acutângulo escaleno.
c) acutângulo isósceles.
d) obtusângulo escaleno.
e) obtusângulo isósceles.

2.

O triângulo PMN acima é isósceles de base MN. Se p, m e n são os ângulos internos do triângulo,
como representados na figura, então podemos afirmar que suas medidas valem, respectivamente,
a) 50, 65, 65
b) 65, 65, 50

c) 65, 50, 65

d) 50, 50, 80

e) 80, 80, 40

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Matemática

3. Deseja-se fazer uma ligação entre o km 32 da BR-1 e o km 55 da BR-2, como mostra a figura.

Sabendo que essa ligação terá um número inteiro de quilômetros, quais as medidas, mínima e máxima,
respectivamente, que poderá ter?
a) 24 km e 86 km
b) 23 km e 87 km
c) 23 km e 86 km
d) 24 km e 87 km

4. Uma criança deseja criar triângulos utilizando palitos de fósforo de mesmo comprimento. Cada
triângulo será construído com exatamente 17 palitos e pelo menos um dos lados do triângulo deve ter
o comprimento de exatamente 6 palitos. A figura ilustra um triângulo construído com essas
características.

A quantidade máxima de triângulos não congruentes dois a dois que podem ser construídos é
a) 3
b) 5
c) 6
d) 8
e) 10

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Matemática

5. Na figura abaixo, tem-se que AD = AE ,


ˆ mede 80º, então
CD = CF e BA = BC . Se o ângulo EDF
o ângulo
ˆ mede:
ABC

a) 20º
b) 30º
c) 50º
d) 60º
e) 90º

6. Para decorar a fachada de um edifício, um arquiteto projetou a colocação de vitrais compostos de


quadrados de lado medindo 1 m, conforme a figura a seguir.

Nesta figura, os pontos A, B, C e D são pontos médios dos lados do quadrado e os segmentos AP e QC
medem 1/4 da medida do lado do quadrado. Para confeccionar um vitral, são usados dois tipos de
materiais: um para a parte sombreada da figura, que custa R$30,00 o m2, e outro para a parte mais clara
(regiões ABPDA e BCDQB), que custa R$50,00 o m2. De acordo com esses dados, qual é o custo dos
materiais usados na fabricação de um vitral?
a) R$ 22,50
b) R$ 35,00
c) R$ 40,00
d) R$ 42,50
e) R$ 45,00

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Matemática

7. Observe a figura.

Nela, a, 2a, b, 2b, e x representam as medidas, em graus, dos ângulos assinalados. O valor de x, em
graus, é:
a) 100
b) 110
c) 115
d) 120
e) 130

8. Na figura abaixo, o ângulo x em graus pertence a qual intervalo?

a) [0,15]
b) [15,20]
c) [20,25]
d) [25,30]
e) [30,35]

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Matemática

9. Na figura, AB = AC e CE = CF . A medida de β é:

a) 90°
b) 120°
c) 110º
d) 130°
e) 140°

10. Determine a medida do ângulo do vértice A do triângulo isósceles ABC, sabendo que
BC = CD = DE = EF = FA .

a) 15°
b) 20°
c) 25°
d) 30°
e) 35°

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Matemática

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Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. E
O Primeiro triângulo possui um ângulo de 92 graus, ou seja, um ângulo obtuso. Isso torna esse triângulo
um Triângulo Obtusângulo. O Segundo triângulo possui os três lados iguais, ou seja, ele só pode ser um
triângulo equilátero

2. A
Devemos ter atenção pois a questão quer saber quando o triângulo não é escaleno. Por definição, o
triângulo escaleno possui os 3 lados diferentes, então basta que dois de seus lados sejam iguais para
que ele NÃO seja escaleno. Então um triângulo não é escaleno apenas quando ele é isóscele. Portanto,
alternativa A. Observação: o triângulo equilátero não é escaleno, mas todo triângulo equilátero também
é um triângulo isósceles, então a afirmativa acima continua valendo.

3. D
Vamos aplicar os valores da base e da altura na fórmula da área:
𝒃 ⋅ 𝒉 𝟏𝟐 ⋅ 𝟓 𝟔𝟎
𝑨= = = = 𝟑𝟎𝒎𝟐
𝟐 𝟐 𝟐

4. E
Nessa questão temos um triângulo equilátero de lado medindo 6 metros. Vamos usar a fórmula da área
de um triângulo equilátero:
𝟐 𝟐
𝒍 √𝟑 𝟔 √𝟑 𝟑𝟔 ⋅ 𝟏, 𝟕 𝟔𝟏, 𝟐
𝑨= = = = = 𝟏𝟓, 𝟑
𝟒 𝟒 𝟒 𝟒

5. B
Nessa questão vamos usar a fórmula da área de um triângulo quando conhecemos dois lados e o ângulo
entre esses dois lados:
𝒂 ⋅ 𝒃 ⋅ 𝒔ⅇ𝒏𝜽 𝟕 ⋅ 𝟖 ⋅ 𝑺ⅇ𝒏(𝟑𝟎𝟎 ) 𝟓𝟔 ⋅ 𝟎, 𝟓 𝟐𝟖
𝑨= = = = = 𝟏𝟒
𝟐 𝟐 𝟐 𝟐

Exercícios de vestibulares

1. E
𝑨𝑩 = ̅̅̅̅
Como ̅̅̅̅ 𝑨𝑪, temos que o triângulo é isósceles. Como BÂC = 170º, o triângulo é obtusângulo.

2. A
n = 180 − 115  n = 65
PM = PN  m = 65

Logo,
p = 180 − 2  65 = 50

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Matemática

3. A
Repare que que a ligação é um lado de um trângulo cujos outros dois lados medem 32 e 55. Assim, pela
condição de existência de um triângulo qualquer, temos:
55 − 32  x  55 + 32
23  x  87

Dessa maneira, seu comprimento mínimo é 24 e máximo é 86.

4. A
O perímetro do triângulo é de 17 palitos. Temos que esse triângulo deve ter um lado medindo 6 palitos.
Desse modo, poderemos formar os triângulos com as seguintes medidas de lados, levando em
consideração a condição de existência de um triângulo:
6-6-5 ; 7-6-4 ; 8-6-3

5. A
Observe a figura:

Sendo o triângulo ABC isósceles (AB = BC), os ângulos da base AC têm a mesma medida α. Os triângulos
ADE e DCF são semelhantes porque são isósceles e possuem os ângulos dos vértices congruentes, logo
os ângulos de suas bases também são congruentes e medem δ. Analisando a figura ao lado, conclui-se
que:
ADE + EDF + FDC = 180
2δ + 80 = 180
2δ = 100
α = 80
2 α = 160
β = 20

6. B
A área da região clara pode ser calculada através do quádruplo da área do triângulo APB, visto que os
triângulos APB, APD, CQD e CQB são congruentes, possuindo mesmas áreas. A área da região clara é
igual à área da região sombreada e pode ser calculada através da diferença da área do quadrado pela
área clara:

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Matemática

1-0,25=0,75m².
Calcula-se o preço do vitral através do produto da área de cada região pelo preço do m² correspondente.
Preço= 0,25.50 + 0,75.30 = 12,5 + 22,5 = 35 reais.

7. D
Sabemos que X é igual 2a + 2b, pois x é ângulo externo do triângulo que possui os ângulos 2b (oposto
pelo vértice) e 2a.
x = 2a+2b
x= 2(a+b)

e sabemos também que a+b+x=180, pois são ângulos de um triângulo. Agora, substituímos o valor que
encontramos de y na primeira, e colocamos nessa:

a+b+x=180
a+b + 2(a+b) = 180
a+b+2a+2b=180
3a+3b=180
simplificamos por 3:
a + b = 60

Agora voltamos na formula la de cima:


x = 2(a+b)
x = 2 . 60
x = 120.

8. B
1º triângulo:
y + 3x + 4x = 180
y + 7x = 180
y = 180 - 7x

2º triângulo:
y + z + 5x = 180
como y = 180 - 7x, então:
180 - 7x + z + 5x = 180
z = 2x

3º triângulo:
z + 6x + 2x = 180
2x + 6x + 2x = 180
10x = 180
x = 18º

8
Matemática

9. B
Observe a figura:

O triângulo CEF é isósceles, pois CE = CF. Logo, BÊD = CÊF = CFE = 40. Como ACB é externo ao triângulo
CEF, temos ACB = 40 + 40 = 80 graus.
O triângulo ABC é isósceles, pois AB = AC. Logo, ABC = ACB = 80. Como β é externo ao triângulo BDE,
temos β = 40 + 80 = 120 graus.

10. B
Como temos vários triângulos isósceles, e pelo teorema do ângulo externo, podemos fazer as seguintes
marcações:

- AEF é isósceles então Ê = Â = x.


- O ângulo EFD é externo a AEF, então EFD = 2x.
- EFD é isósceles então EFD = EDF = 2x.
- O ângulo CED é externo a AED, então CED = 3x.
- CDE é isósceles então DEC = ECD = 3x.
- O ângulo CDB é externo a ACD, então CDB = 4x.
- CDB e ABC são isósceles então ACB = CDB = CBD = 4x.

Por fim:
4 x + 4 x + x = 180
9 x = 180
x = 20

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Português

Palavras invariáveis (advérbios – conceito + locução adverbial +


posição)

Objetivo
Conhecer os advérbios e suas funções e perceber como eles atuam na progressão e estruturação textual.

Curiosidade
Os advérbios são essenciais para nos expressarmos, pois eles funcionam como modalizadores do discurso,
ajudando, assim, a projetar nosso ponto de vista.

Teoria

Conceito
A função primordial do advérbio é modificar o adjetivo, o advérbio e, principalmente, o verbo, para atribuir-
lhe uma circunstância. Há casos em que o advérbio pode atribuir circunstância a uma oração inteira. Observe
os exemplos:

Ficara completamente imóvel.


O homem caminhava muito devagar.
Eu me recuso, simplesmente.

A classificação dos advérbios ocorre devido à circunstância que expressam. Entre essas circunstâncias
listamos as seguintes: afirmação, assunto, causa, companhia, concessão, condição, conformidade, dúvida,
finalidade, instrumento, intensidade, lugar, meio, modo, negação, tempo, entre outras.

Flexão dos advérbios


Os advérbios fazem parte das classes de palavras invariáveis. Isso significa que eles não sofrem variação
em número e gênero. No entanto, alguns deles podem variar em grau.
I. Grau superlativo – é formado pela variação de intensidade dos advérbios. Pode ser:
a) Analítico: advérbio de intensidade + advérbio
Ex.: Chegaram muito tarde. (advérbio de intensidade “muito” + advérbio de tempo “tarde”)
José dormia bastante profundamente. (advérbio de intensidade “bastante” + advérbio de modo
“profundamente”)
b) Sintético: é formado pelo acréscimo de sufixo intensificador.
Ex.: A encomenda chegou rapidíssimo.

1
Português

II. Grau comparativo – formado pelo uso de advérbios com valor comparativo. Pode ser:
a) De inferioridade – Ela fala mais lentamente (do) que as outras professoras.
b) De igualdade – Breno foi tão bem quanto Eduarda na prova.
c) De superioridade – Juliana chegou mais rápido do que Joana.

Locuções adverbiais
São expressões formadas por mais de uma palavra que exercem papel semelhante ao advérbio. Iniciam-se
comumente por preposição e contribuem para ampliar a lista das circunstâncias adverbiais.
Exemplos: às cegas, às claras, à toa, a medo, à pressa, às pressas, à tarde, à noite, a fundo, às escondidas, às
vezes, ao acaso, de súbito, vez por outra, lado a lado, etc.

O capitão me olhou de alto a baixo.


Chegou de tardinha a Floripa.
Todos ficaram à vontade na reunião.

Posição do advérbio
Além disso, cabe destacar que a maioria dos advérbios (e das locuções adverbiais) pode mudar sua posição
dentro da frase. Isso ocorre devido ao destaque que o emissor deseja dar a uma determinada informação.

Resolverei o problema junto com você. (ordem direta)


Junto com você, resolverei o problema. (ordem inversa)
Resolverei, junto com você, o problema. (ordem inversa)

Note que nos exemplos anteriores não há alteração de sentido entre as frases. Preciso apenas resssaltar que,
devido ao deslocamento da locução adverbial, a vírgula se torna obrigatória.

2
Português

Exercícios de fixação

1. Os advérbios não se ligam a:


a) Advérbios
b) Verbos
c) Substantivos

2. Assinale a alternativa em que há um advérbio de modo:


a) Sofia sairá às 15h.
b) Calmamente, todos foram deixando o prédio.
c) Helena era muito esperta.

3. Em qual opção a palavra sublinhada é advérbio?


a) Aqui, as pessoas são felizes.
b) Talvez ele queira passear mais tarde.
c) Ricardo bebeu meio copo de suco.

4. Comente a frase “Cristina estava meia intrigada com as propostas.” dizendo se está correta ou não.

5. Dê dois exemplos de locuções adverbiais de tempo.

3
Português

Exercícios de vestibulares

1. (UFV) Em todas as alternativas há dois advérbios, exceto em:


a) Ele permaneceu muito calado.
b) Amanhã, não iremos ao cinema.
c) O menino, ontem, cantou desafinadamente.
d) Tranquilamente, realizou-se, hoje o jogo.
e) Ela falou calma e sabiamente.

2. (ITA) (…) As angústias dos brasileiros em relação ao português são de duas ordens. Para uma parte da
população, a que não teve acesso a uma boa escola e, mesmo assim, conseguiu galgar posições, o
problema é sobretudo com a gramática. É esse o público que consome avidamente os fascículos e
livros do professor Pasquale, em que as regras básicas do idioma são apresentadas de forma clara e
bem-humorada. Para o segmento que teve oportunidade de estudar em bons colégios,
a principal dificuldade é com clareza. É para satisfazer a essa demanda que um novo tipo de
profissional surgiu: o professor de português especializado em adestrar funcionários de empresas.
Antigamente, os cursos dados no escritório eram de gramática básica e se destinavam principalmente
a secretárias. De uns tempos para cá, eles passaram a atender primordialmente gente de nível superior.
Em geral, os professores que atuam em firmas são acadêmicos que fazem esse tipo de trabalho
esporadicamente para ganhar um dinheiro extra. “É fascinante, porque deixamos de viver a teoria para
enfrentar a língua do mundo real”, diz Antônio Suárez Abreu, livre-docente pela Universidade de São
Paulo (…)
JOÃO GABRIEL DE LIMA. Falar e escrever, eis a questão. Veja, 7/11/2001, n. 1725.

O adjetivo “principal” (em “a principal dificuldade é com clareza”) permite inferir que a clareza é apenas
um elemento dentro de um conjunto de dificuldades, talvez o mais significativo. Semelhante inferência
pode ser realizada pelos advérbios:
a) avidamente, principalmente, primordialmente.
b) sobretudo, avidamente, principalmente.
c) avidamente, antigamente, principalmente.
d) sobretudo, principalmente, primordialmente.
e) principalmente, primordialmente, esporadicamente.

4
Português

3. (UPE – adaptada) Assinale a alternativa em que a mudança de posição do segmento destacado


alterou significativamente o sentido do enunciado original.
a) “Relacionamentos modernos deixam romantismo de lado, dizem jovens”.
“Relacionamentos modernos deixam de lado romantismo, dizem jovens”.
b) “Um casal de namorados trocando juras de amor parece ser cena rara de se ver atualmente.”
“Um casal de namorados trocando juras de amor parece ser, atualmente, cena rara de se ver.”
c) “Segundo o estudante Bruno Gensen, de 17 anos, a pessoa ideal ainda não chegou.”
“Segundo o estudante Bruno Gensen, de 17 anos, a pessoa ideal não chegou ainda.”
d) “A mãe de Juliana ficou cheia de cuidados, mas logo percebeu que ver a alegria da filha valeria a
pena.”
“A mãe de Juliana ficou cheia de cuidados, mas logo percebeu que valeria a pena ver a alegria da
filha.”
e) “No dia 12 de Junho, em que se comemora a data mais romântica do calendário, o jovem casal é
uma aula [...].”
“No dia 12 de Junho, em que se comemora mais a data romântica do calendário, o jovem casal é
uma aula [...].”

4. (Fuvest) Assinalar a alternativa que registra a palavra que tem o sufixo formador de advérbio.
a) desesperança
b) pessimismo
c) empobrecimento
d) extremamente
e) sociedade

5
Português

5. (UNIFESP) Considere a charge e as afirmações:

A charge é uma ilustração que tem como objetivo fazer uma sátira de alguém ou de alguma situação
atual por meio de desenhos caricatos.
I. O advérbio “já”, indicativo de tempo, atribui à frase o sentido de mudança;
II. Entende-se pela frase da charge que a população de idosos atingiu um patamar inédito no país;
III. Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere o
aumento de idosos no país.

Está correto o que se afirma em:


a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.

6. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa e com a gramática normativa e tradicional,


assinale a alternativa em que o termo destacado tem valor de advérbio.
a) Não há meio mais difícil de trabalhar.
b) Só preciso de meio metro de aniagem para sacos de carvão.
c) Encarou os meninos carvoeiros, esboçando meio sorriso.
d) Os carvões caíram no meio da estrada.
e) Achei o menino meio triste, raquítico.

6
Português

7. (UECE)
GRITO
Quadro que fundou o expressionismo nasceu de um ataque de pânico
Edvard Munch nasceu em 1863, mesmo ano em que O piquenique no bosque, de Édouard Manet,
era exposto no Salão dos Rejeitados, chamando a atenção para um movimento que nem nome tinha
ainda. Era o impressionismo, superando séculos de pintura acadêmica. Os impressionistas deixaram o
realismo para a fotografia e se focaram no que ela não podia mostrar: as sensações, a parte subjetiva
do que se vê.
Crescendo durante essa revolução, Munch – que, aliás, também seria fotógrafo – achava a
linguagem dos impressionistas superficial e científica, discreta demais para expressar o que sentia. (...)
Fruto de suas obsessões, O Grito não foi seu primeiro quadro, mas o que o tornaria célebre. A inspiração
veio do que parece ter sido um ataque de pânico, que ele escreveu em seu diário, pouco mais de um ano
antes do quadro: “Estava andando por um caminho com dois amigos – o sol estava se pondo – quando,
de repente, o sol tornou-se vermelho como o sangue. Eu parei, sentindo-me exausto, e me encostei na
cerca – havia sangue e línguas de fogo sobre o fiorde negro e a cidade. Meus amigos continuaram
andando, e eu fiquei lá, tremendo de ansiedade – e senti um grito infinito atravessando a natureza”.
Ali nasceria um novo movimento artístico. O Grito seria a pedra fundadora do expressionismo, a
principal vanguarda alemã dos anos 1910 aos 1930.
Adaptado (Aventuras da História)

Sobre o advérbio “Ali”, é correto afirmar que indica:


a) um lugar distante da pessoa que fala.
b) um lugar diferente do lugar da pessoa que fala.
c) naquele ato, naquelas circunstâncias, naquela conjuntura.
d) hora, naquele momento.

8. Em “Dos armários tirou as roupas de seda, das gavetas tirou todas as joias”, temos uma mudança na
ordem direta da frase, de modo que o advérbio ficou deslocado de sua posição mais habitual, que seria
após o verbo. Assinale a alternativa em que uma nova posição do advérbio não altera o sentido da frase
original nem gera ambiguidade:
a) Tirou as roupas dos armários de seda.
b) Tirou as roupas de seda dos armários.
c) Tirou dos armários de seda as roupas.
d) Dos armários de seda tirou as roupas.
e) Das roupas de seda tirou o armário.

7
Português

9. (UERJ)

Filme
Berenice não gostava de ir ao cinema, de modo que o pai a levava à força. Cinema era coisa que
ele adorava, sempre sonhara em se tornar cineasta; não o conseguira, claro, mas queria que a filha
partilhasse sua paixão, com o que se sentiria, de certa forma, indenizado pelo destino. Uma
responsabilidade que só fazia aumentar o verdadeiro terror que Berenice sentia quando se aproximava
o sábado, dia que habitualmente o pai, homem muito ocupado, escolhia para a sessão cinematográfica
semanal. À medida que se aproximava o dia fatídico, ela ia ficando cada vez mais agitada e nervosa; e
quando o pai, chegado o sábado, finalmente lhe dizia, está na hora, vamos, ela frequentemente se punha
a chorar e mais de uma vez caíra de joelhos diante dele, suplicando, não, papai, por favor, não faça isso
comigo. Mas o pai, que era um homem enérgico e além disso julgava ter o direito de exigir da filha que
o acompanhasse (viúvo desde há muito, criara Berenice sozinho e com muito sacrifício), mostrava-se
intransigente: não tem nada disso, você vai me acompanhar. E ela o fazia, em meio a intenso
sofrimento.
Por fim, aprendeu a se proteger. Ia ao cinema, sim. Mas antes que o filme começasse, corria ao
banheiro, colocava cera nos ouvidos. Voltava ao lugar, e mal as luzes se apagavam cerrava firmemente
os olhos, mantendo-os assim durante toda a sessão. O pai, encantado com o filme, de nada se
apercebia; tudo o que fazia era perguntar a opinião de Berenice, que respondia, numa voz neutra mas
firme:
– Gostei. Gostei muito.
Era de outro filme que estava falando, naturalmente. Um filme que o pai nunca veria.
MOACYR SCLIAR. In: Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

No trecho “Era de outro filme que estava falando, naturalmente.”, o termo em destaque cumpre a função
de:
a) afirmar ponto de vista
b) projetar ideia de modo
c) revelar sentimento oculto
d) expressar sentido reiterativo

8
Português

10. (PUC-CAMPINAS) Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-
se para a poesia: o tempo do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico de Oz estrelado
por Judy Garland e eternizado pelo tema da canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da música é, sempre,
uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, ritmam e produzem melodias, adensando as
horas com seu envolvimento.

Considere o parágrafo e o verbete extraído do Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa:


aliás: advérbio. 1. De outro modo, de outra forma. Ex: sempre ajudou o filho, a. seria mau pai se não o
fizesse; 2. Além disso. Ex: a., não era a primeira sujeira que ele fazia; 3. Emprega-se em seguida a uma
palavra proferida ou escrita por equívoco; ou melhor, digo. Ex: estávamos em março, a., abril; 4. Seja dito
de passagem; verdade seja dita; a propósito. Ex: não aceitou o emprego, que a. é muito cobiçado; 5. No
entanto, contudo. Ex: andar muito é cansativo, sem, a., deixar de ser saudável.

O sentido preciso com que a palavra “aliás” foi empregada no texto está indicado em:
a) 3
b) 2
c) 5
d) 4
e) 1

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9
Português

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
Os advérbios se ligam somente a outros advérbios, a verbos e a adjetivos.

2. B
“Calmamente” é um advérbio de modo. “Às 15h” é advérbio de tempo; “muito” é advérbio de intensidade.

3. B
“Felizes” é adjetivo; “meio”, nesse caso, é numeral fracionário (= metade de um copo).

4. A frase não está gramaticalmente correta, pois a palavra “meia” não é adequada nesse caso. O certo,
então, seria “meio intrigada”, já que “meio” é um advérbio de intensidade e advérbios não variam em
gênero.

5. À noite, pela manhã, em breve, logo depois, entre outras.

Exercícios de vestibulares

1. A
Na letra A, apenas “muito” é advérbio. Na B, “amanhã” e “não”. Na C, “ontem” e “desafinadamente”. Na D,
“tranquilamente” e “hoje”. Na E, “calma” (subentende-se “calmamente”) e “sabiamente”.

2. D
Os advérbios “sobretudo, principalmente, primordialmente” são os que se enquadram no mesmo
contexto, trazido pelo enunciado da questão, em relação ao adjetivo “principal”, pois demonstram haver
outros fatores envolvidos.

3. E
Na alternativa E, na primeira construção, o advérbio de intensidade “mais” está intensificando o adjetivo
“romântica”: é a data mais romântica dentre as outras datas. Já na segunda construção, a mudança de
posição faz com que o advérbio “mais” intensifique o verbo “comemora”.

4. D
O sufixo “mente” forma os advérbios de modo: apressadamente, felizmente, calmamente, etc.

5. E
De acordo com a charge apresentada, é possível perceber que a fila de idosos esperando um lugar no
banco indica o aumento dessa faixa etária no país. Além disso, o advérbio “já” traz o sentido à frase de
que, como o aumento dessa população é esperado, já chegou ao patamar de 10% no país.

6. E
Nas opções A e D, “meio” é substantivo. Nas opções B e C, numeral. Na alternativa E, “meio” é advérbio
de intensidade.

10
Português

7. C
O advérbio “ali” que inicia o último parágrafo do texto é precedido do relato do próprio Munch sobre o
que aconteceu durante uma crise de ansiedade. Por isso, indica as circunstâncias e a conjuntura em que
o Expressionismo aconteceu.

8. B
A alternativa A apresenta ambiguidade, pois é possível ler que tanto as roupas quanto os armários podem
ser seda. A alternativa C tem o seu sentido alterado. Na alternativa D, entende-se que os armários são
feitos de seda, e na alternativa E, o sentido é alterado, já que coloca que ela tirou o armário de dentro das
roupas de seda.

9. A
O advérbio de modo “naturalmente”, de acordo com o contexto apresentado no texto, apresenta uma
confirmação do ponto de vista do narrador.

10. D
O advérbio “aliás” introduz, por associação instantânea de ideias, um pensamento que, provocado por
situação presente, evoca outro que confirma e reforça a tese defendida, significando “por falar nisso”, “a
propósito”, “por sinal”.

11
Português

Palavras invariáveis (advérbios - estílistica + semântica +


comparação com adjetivo)

Objetivo
Conhecer os advérbios e suas funções e perceber como eles atuam na progressão e estruturação textual.

Se liga
Advérbios (conceito).

Curiosidade
Os advérbios são essenciais para nos expressarmos, pois eles funcionam como modalizadores do discurso,
ajudando, assim, a projetar nosso ponto de vista.

Teoria

Veja a tirinha a seguir:

Disponível em: https://rapaduracult.blogspot.com/2019/09/tirinha-de-


armandinho.html?spref=pi&epik=dj0yJnU9SUxmT2U3bWN3UzBkbFNMV05XY05aZXQ3c01BS3lrUDcmcD0wJm49R3BEQlFlX1E1WVY
xeUo4ckdFN3FMUSZ0PUFBQUFBR0Fab3Nv

1
Português

No segundo quadrinho, Armandinho fala “Existem problemas de visão muito piores…”. A palavra “muito”,
nesse caso, é um advérbio de intensidade, pois é um termo invariável que acompanha um adjetivo. Repare,
também, que o advérbio é um termo dispensável à estrutura da frase (chamado “termo acessório”), já que, se
fosse retirado da estrutura frasal, não haveria prejuízo na organização sintática. No entanto, o sentido seria
prejudicado, por conta de os advérbios serem semanticamente importantes.

No terceiro quadrinho, aparece a palavra “muita”. Nesse caso, não podemos dizer que se trata, também, de
um advérbio de intensidade, pois, além de estar flexionado em gênero, está acompanhando um substantivo.
Trata-se, então, de um pronome adjetivo (veremos com mais detalhes quando chegarmos em “pronomes”).

Semântica
Como vimos acima, os advérbios e locuções adverbiais têm importância semântica, ou seja, são relevantes
para a construção de sentido do discurso. Por isso, listaremos, aqui, alguns dos principais valores semânticos
(circunstâncias) que eles podem desempenhar:
• Tempo – hoje, amanhã, à noite, ao longo do tempo, nunca, atualmente, etc.
• Modo – em geral, mal, rapidamente, calmamente, às pressas, etc.
• Afirmação – certamente, sim, com certeza, sem dúvidas, de fato, etc.
• Dúvida – talvez, provavelmente, quiçá, possivelmente, etc.
• Negação – não, nunca, de forma alguma, etc.
• Lugar – aqui, de perto, à direita, à esquerda, no parque, etc.
• Intensidade – muito, bastante, demasiadamente, pouco, meio, apenas, etc.

ATENÇÃO!
É comum que os advérbios de modo sejam formados pelo sufixo “-MENTE”. No entanto, é importante perceber
que nem todo advérbio terminado em “mente” será de modo, assim como existem, também, advérbios de
modo que não são terminados em “mente” (como podemos ver nos exemplos acima). Por isso, devemos
sempre estar atentos ao contexto da frase.

Advérbio x adjetivo
É importante que tenhamos atenção para não confundir locuções adverbiais com locuções adjetivas. Em
primeiro lugar, é importante destacar que a locução adjetiva só se liga a substantivos (assim como o adjetivo),
já a locução adverbial se liga a verbos, adjetivos e advérbios. Veja os exemplos:

Guido passeia na praia. (= locução adverbial de lugar, pois se liga ao verbo “passeia”)
O passeio na praia foi divertido. (= locução adjetiva, pois se liga ao substantivo “passeio”)

Bruna chegou de casa. (= locução adverbial de lugar)


O trabalho de casa estava complicado. (= locução adjetiva)

2
Português

Estilística
Outro caso importante, além dos que vimos no material anterior, é que o advérbio pode modificar toda uma
oração. Nesses casos, ele aparece, geralmente, destacado no início ou no fim da oração, separado por uma
pausa, marcada na escrita por vírgula. Por exemplo:

Todos compareceram, felizmente.

Concorrendo na frase vários advérbios terminados em “–mente”, é possível e usual o emprego desse sufixo
apenas no último; a menos que, por ênfase, prefira-se a repetição/eco. Veja os exemplos:

Estávamos calma, tranquilamente, aguardando a solução do caso.


“Que brilhe a correção dos alabastros
Sonoramente, luminosamente” (Cruz e Sousa)

Advérbios interrogativos

Esses advérbios são utilizados em interrogações diretas ou indiretas em relação às circunstâncias de tempo,
modo, lugar e causa. São eles: quando, como, onde, aonde, por que.
Ex.: Como foram na prova?
Perguntaram onde estive.
Não sabia por que choravam.

3
Português

Exercícios de fixação

1. Assinale a alternativa em que há um advérbio de afirmação:


a) Amanhã iremos à praia.
b) Indubitavelmente, o país precisa de reformas.
c) Talvez seja melhor conferir o horário.

2. Indique qual é a locução adverbial na frase “os alunos fizeram os deveres de aula na sala”.

3. Em “mal olhou e já disse que não queria”, o advérbio sublinhado atribui circunstância de:
a) Negação
b) Tempo
c) Modo

4. Na frase “Ricardo fechou a porta demorada e calmamente”, temos:


a) 1 advérbio
b) 2 advérbios
c) Nenhum advérbio

5. “Pedrinho era muito mau com os irmãos”. Dê a classe gramatical do vocábulo “mau”.

4
Português

Exercícios de vestibulares

1.

Depois que comecei a tuitar diariamente, não consigo mais escrever com perfeição os relatórios.

As expressões destacadas apresentam, respectivamente, as circunstâncias de:


a) tempo e de modo.
b) tempo e de intensidade.
c) modo e de afirmação.
d) modo e de intensidade.
e) afirmação e de modo.

2. Quando se perde o grau de investimento, corre-se o risco de uma debandada dos capitais estrangeiros,
aí é preciso tomar medidas mais drásticas do que se desejaria.
Joaquim Levy
O vocabulário grifado é:
a) advérbio, expressando a ideia de “nesse lugar”.
b) interjeição, traduzindo ideia de apoio, animação.
c) palavra expletiva (dispensável) ou de realce.
d) advérbio, expressando ideia de conclusão “então”.
e) substantivo, traduzindo ideia de “por outro lado”.

5
Português

3. Em qual das alternativas abaixo o advérbio em destaque é classificado como advérbio de tempo?
a) Não gosto de salada excessivamente temperada.
b) Ele calmamente se trocou, estava com o uniforme errado.
c) Aquela vaga na garagem do condomínio finalmente será minha.
d) Provavelmente trocariam os móveis da casa após a mudança.

4. (UFPR)
PASSO NO RUMO CERTO
Na semana passada, a claque convocada para a inauguração de um aeroporto na cidade mineira
de Uberlândia ouviu de Lula a seguinte frase: "Quero dizer que a crise é extremamente grave. Em horas
de crise é preciso ter muita paciência para não tomar decisão precipitada, não se deixar levar pelo
estado emocional, mas, sim, pela razão". Embora o presidentejá tenha se manifestado a respeito da
dificil situação política em diversas ocasiões (não raro para negar a sua realidade, como se tudo não
passasse de uma alucinação coletiva promovida por prestidigitadores da elite, mas deixemos isso de
lado), foi a primeira vez que ele uniu a palavra "crise" um advérbio de intensidade, "extremamente", e um
adjetivo grandiloquente, "grave". O encadeamento de tais termos permite supor que Lula finalmente (no
que pode ser considerado um advérbio de alívio) reconheceu a existência da fissura ética, política e
criminosa que há mais de 100 dias se aprofunda mais e mais, levando o governo de cambulhada.
Nessa hipótese, e não se quer aqui evocar o doutor Pangloss, aquele personagem de Voltaire para
quem todos vivíamos no melhor dos mundos, é uma ótima notícia o presidente ter admitido que o
horizonte anda carregado. Pelo simples motivo de que, para sanar um problema, qualquer que seja eIe,
é preciso antes de mais nada reconhecer sua existência. Caberia agora a Lula contribuir para que a
resolução da crise seja efetiva, não deixando margem à impressão olfativa de que tudo terminará em
pizza. O presidente volta e meia afirma que não tem como interferir no andamento das investigações e
das punições. Não é verdade. Pelo peso de seu cargo, e sem extrapolar suas atribuições constitucionais,
Lula pode, sim, proceder a que corrompidos e corrompedores, no Legislativo e no Executivo, sintam na
carne e na biografia que não sairão impunes dos crimes de desvio de dinheiro público, formação de
quadrilha e tráfico de influência. Ao empenhar-se com afinco nesse objetivo, movido pela razão e sem
emocionalismos, o presidente prestaria ao mesmo tempo um grande serviço ao Brasil e a si próprio.
(VEJA, Editorial, 07 jul. 2005.)

Ao fazer menção a um "advérbio de alívio", o autor cria uma classificação de advérbio inexistente na
gramática tradicional para um advérbio que representa uma avaliação ou atitude do emissor do texto,
no caso uma atitude de alívio. Qual dos advérbios a seguir, em vez de modificar algum termo da oração,
denota uma avaliação ou atitude do emissor?
a) Além de provocar uma fissura ética, a crise comprometerá gravemente a imagem do governo.
b) As atitudes presidenciais devem ser enérgicas para que a crise seja cuidadosamente resolvida.
c) A fala do presidente mostra que ele agiu precipitadamente e se deixou dominar pela emoção.
d) O presidente se demorou, infelizmente, a reconhecer a existência da crise.
e) A crise política provém do fato de alguns políticos terem agido criminosamente.

6
Português

5. (UNICAMP)

Considerando os sentidos produzidos pela tirinha, é correto afirmar que o autor explora o fato de que
palavras como “ontem”, “hoje” e “amanhã”
a) mudam de sentido dependendo de quem fala.
b) adquirem sentido no contexto em que são enunciadas.
c) deslocam-se de um sentido concreto para um abstrato.
d) evidenciam o sentido fixo dos advérbios de tempo.

7
Português

6. (FUVEST) Tornando da malograda espera do tigre, alcançou o capanga um casal de velhinhos, que
seguiam diante dele o mesmo caminho, e conversavam acerca de seus negócios particulares. Das
poucas palavras que apanhara, percebeu Jão Fera que destinavam eles uns cinquenta mil-réis, tudo
quanto possuíam, à compra de mantimentos, a fim de fazer um moquirão*, com que pretendiam abrir
uma boa roça.
- Mas chegará, homem? perguntou a velha.
- Há de se espichar bem, mulher!
Uma voz os interrompeu:
- Por este preço dou eu conta da roça!
- Ah! É nhô Jão!
Conheciam os velhinhos o capanga, a quem tinham por homem de palavra, e de fazer o que prometia.
Aceitaram sem mais hesitação; e foram mostrar o lugar que estava destinado para o roçado.
Acompanhou-os Jão Fera; porém, mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada, a qual ele
esquecera um momento no afã de ganhar a soma precisa, que sem mais deu costas ao par de velhinhos
e foi-se deixando-os embasbacados.
José de Alencar, Til.
* moquirão = mutirão (mobilização coletiva para auxílio mútuo, de caráter gratuito).

Considerada no contexto, a palavra sublinhada no trecho “mal seus olhos descobriram entre os
utensílios a enxada” expressa ideia de
a) tempo
b) qualidade
c) intensidade
d) modo
e) negação

7. (ITA) Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta:


Sonolento leitor, o jogo do Brasil já aconteceu. Como estou escrevendo ontem, não faço ideia do que
ocorreu. Porém, tentei adivinhar a atuação dos jogadores. Cabe ao leitor avaliar minha avaliação e dar-
me a nota final.
TORETO, José Roberto. Folha de S. Paulo, 13/06/2002, A-1

Com o uso do advérbio em “Como estou escrevendo ontem...”, o autor:


a) marcou que a leitura do texto acontece simultaneamente ao processo de produção do texto.
b) adequou esse elemento à forma verbal composta de auxiliar + gerúndio, para guiar a interpretação
do leitor.
c) não observou a regra gramatical que impede o uso do verbo no presente com aspecto durativo
juntamente com um marcador de passado.
d) sinalizou explicitamente que a produção e a leitura do texto acontecem em momentos distintos.
e) lançou mão de um recurso que, embora gramaticalmente incorreto, coloca o leitor e o produtor do
texto em dois momentos distintos: passado e presente, respectivamente.

8
Português

8. (UERJ)

O advérbio destacado é empregado para relativizar o sentido da palavra a que se refere em:
a) utilizá-las em história presumivelmente verdadeira? (l. 8-9)
b) Certamente me irão fazer falta, (l.17)
c) Afirmarei que sejam absolutamente exatas? (l.25)
d) desenterrarmos pacientemente as condições que a determinaram. (l.36-37)

9
Português

9. (UERJ)

o espelho do humano é, antes de mais nada, o olhar do semelhante. (l. 15)


Em “o espelho do humano é, antes de mais nada, o olhar do semelhante.” (l. 15), a expressão sublinhada
enfatiza uma ideia, tal como se observa em:
a) “A cultura contemporânea do narcisismo, ao remeter as pessoas a buscar continuamente o
testemunho do espelho,” (l. 13-14)
b) “Além disso, dentre todas as partes do corpo, o rosto é a que faz apelo ao outro.” (l. 20-21)
c) “A parte que se comunica, expressa amor ou ódio e, sobretudo, demanda amor.” (l. 21)
d) “A paciente francesa, que agradeceu aos médicos a recomposição de uma face humana, ainda que
não seja a “sua”,” (l. 29-30)

10
Português

10. (USS Adaptada)

O vocábulo “muito” costuma ser classificado como advérbio de intensidade. Essa palavra deixa de
assumir papel adverbial no trecho:
a) isso corrói muito os laços humanos (l. 14)
b) é muito satisfatório ter outro parceiro (l. 16)
c) muito jovem não tem nem mesmo consciência (l. 18)
d) trata-se de uma situação muito ambivalente (l. 25)

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11
Português

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B – “indubitavelmente” indica certeza (= sem dúvidas).

2. “na sala” é a locução adverbial de lugar; “de aula” é uma locução adjetiva.

3. C
“Mal” é advérbio de modo.

4. B – Há dois advérbios (“demorada” e “calmamente”), pois “demorada”, por mais que pareça adjetivo, é
um advérbio de modo cujo sufixo “-mente” foi suprimido por questão de estilística.

5. “Mau” é adjetivo (contrário de “bom”).

Exercícios de vestibulares

1. A
O advérbio “diariamente” dá a ideia de tempo/frequência; já a locução adverbial “com perfeição’ diz
respeito ao modo de realização da ação.

2. D
O advérbio “aí”, no contexto, possui ideia de conclusão: já que a perda do grau de investimento acarreta
o risco de debandada dos capitais estrangeiros, a conclusão é de que, nessas condições, “é preciso
tomar medidas mais drásticas do que se desejaria”. Assim, seria possível substituir “aí” por “então”, sem
prejuízo ao sentido original.

3. C
“Excessivamente” é um advérbio de intensidade; “calmamente”, de modo, e “provavelmente”, de dúvida.

4. D
O advérbio “infelizmente” projeta uma opinião sobre o que está sendo dito.

5. B
Na tirinha, o significado dos advérbios “ontem”, “hoje” e “amanhã” são estabelecidos pela situação
comunicativa. O referencial do advérbio “hoje” é determinado, no primeiro quadrinho, pela fala do
personagem Mazzaropi, e, a partir dele, depreende-se o significado dos outros advérbios.

6. A
Nesse contexto, o advérbio “mal” é entendido com o mesmo sentido de “assim que”, conferindo ideia de
temporalidade.

12
Português

7. D
A combinação do tempo verbal presente com um advérbio de tempo que dá ideia de passado deixa clara
a intenção do autor de explicitar que a produção do texto não se dá no mesmo momento de sua recepção
pelo leitor.

8. A
O advérbio “presumivelmente” indica que não há certeza sobre o que se fala, apenas é
presumível/provável.

9. C
O advérbio “sobretudo”, assim como a locução “antes de mais nada”, indica uma ideia de
importância/prioridade.

10. C
Apenas na letra C, a palavra “muito” equivale à quantidade (= ”diversos jovens”). Nos demais exemplos,
funciona como advérbio de intensidade.

13
Sociologia

Processo de Socialização

Objetivo
Você aprenderá o que é processo de socialização, suas etapas, funções e consequências.

Curiosidade
Sem o processo de socialização é impossível para um indivíduo viver em sociedade

Teoria

Processo de socialização é o meio pelo qual ocorre a interação e integração dos indivíduos em sociedade
pelo aprendizado de hábitos, regras e saberes de uma determinada cultura.

O que é processo de socialização?

Um dos fatores essenciais no âmbito da construção das sociedades é chamado de processo de socialização.
É justamente a partir desse processo que há a interação e integração dos indivíduos na sociedade a qual
pertencem, através do aprendizado de hábitos, regras e saberes vinculados a uma determinada cultura.
Assim, o processo de socialização permite a assimilação de hábitos culturais e guia o aprendizado social dos
indivíduos, que irão assimilar os valores e regras da sociedade específica da qual fazem parte. A educação,
por exemplo, é um componente fundamental do processo de socialização, a partir do qual as crianças se
reconhecem como parte de um todo social, geralmente pelo contato com a geração adulta. Através da
socialização nos tornamos seres sociais.

Como ocorre a socialização?


Todas as relações sociais estabelecidas pelos indivíduos ao longo de sua vida irão contribuir para o processo
de socialização. Pelo contato com as normas, valores e diferentes grupos sociais acontecerá a socialização
do indivíduo, numa teia complexa dentro da qual todas as pessoas moldarão seus hábitos e condutas. É
evidente que os processos de socialização são diferentes de acordo com a sociedade em questão. Podemos
dizer, nesse sentido, que o processo de socialização de uma criança educada num espaço urbano será
diferente, por exemplo, da socialização de uma criança que vive campo. Da mesma forma que podemos
perceber que o processo de socialização de uma criança numa determinada tribo indígena pode apresentar
muitas diferenças em relação ao mesmo processo numa outra tribo indígena.

1
Sociologia

Tipos de Socialização
Em geral, há dois tipos principais de socialização, a
socialização primária e a socialização secundária. A
primeira diz respeito à socialização que ocorre através da
família, quando a criança entrará em contato com a
linguagem e estabelecerá suas primeiras ralações sociais.
Já aqui haverá a internalização de diversas normas que
serão fundamentais para o segundo estágio do processo de
socialização. Essa etapa de socialização tem um valor
primordial, deixando marcas muito profundas e muito
comumente permanentes nos sujeitos. O mundo do
indivíduo é construído a partir dessa socialização e ela se relaciona com a formação do caráter das pessoas.
A escola tem cada vez mais se posicionado com uma instituição que contribui para o estabelecimento uma
socialização primária, por alguns fatores. O principal deles é o fato de crianças estarem cada vez mais novas
sujeitas à inscrição em instituições de ensino como creches e escolas. E entrada precoce das crianças nesse
ambiente aliada às exigências do mundo do trabalho aos parentes faz com que muitas crianças cheguem
nessas instituições ainda com seu processo de consolidação de linguagem, habilidades motoras e
internalização de valores ainda incompleto. A escola é o ambiente favorável para o aprendizado de uma
sociabilidade rica, pois permite a interação com o outro, o que contribui para o sucesso da socialização.
A socialização secundária diz respeito ao estabelecimento de papéis sociais que surgirão da relação e
interação com o mundo e com outros atores sociais além da própria família. Ou seja, um indivíduo já
socializado pelas instituições com esse objetivo continua adquirindo papéis sociais, intensificando a
complexidade de sua rede de relações sociais. Essa complexificação pode ser afetada por problemas
ocorridos na etapa de socialização primária, como a falta de internalização de normas e valores o que pode
levar o indivíduo a descumprir regras básicas de convivência social.
Na socialização secundária o indivíduo internaliza as expectativas de cada área da vida social, como o mundo
do trabalho, atividades políticas, expressões culturais, manifestações religiosas etc. É um processo
subsequente que promove um tipo de especialização do indivíduo em cada âmbito social, diferente da
socialização primária que produz um aprendizado geral para habilitar o sujeito a viver em sociedade.

2
Sociologia

Exercícios de fixação

1. O que ocorre com uma pessoa que não tem seu processo de socialização primária bem-sucedido?
a) Ela conclui seu processo de socialização durante a fase secundária.
b) Ela enfrenta problemas de adequação sendo expulsa da sociedade.
c) Ela fica exposta a possibilidade de descumprir regras básicas de convivência social.
d) Ela se torna livre, pois não está submetida às amarras da sociedade

2. Quais os tipos de processo de socialização?

3. Ao contrário da socialização primária, a socialização secundária não é fundamental, isso por que:

a) Ela não acrescenta nada de novo na socialização do indivíduo


b) Ela produz uma especialização em uma área da vida social que o indivíduo pode ser inserido ou
não
c) Ela repete os mesmos padrões da socialização primária, apenas se diferenciando pela instituição
que realiza a socialização

4. Qual a principal função do processo de socialização primária?

5. Através da socialização nos tornamos:


a) Humanos
b) Pessoas
c) Seres sociais
d) Cidadãos

3
Sociologia

Exercícios de Vestibulares

1. Nenhum dos filmes que vi, e me divertiram tanto, me ajudou a compreender o labirinto da psicologia
humana como os romances de Dostoievski – ou os mecanismos da vida social como os livros de
Tolstói e de Balzac, ou os abismos e os pontos altos que podem coexistir no ser humano, como me
ensinaram as sagas literárias de um Thomas Mann, um Faulkner, um Kafka, um Joyce ou um Proust.
As ficções apresentadas nas telas são intensas por seu imediatismo e efêmeras por seus resultados.
Prendem-nos e nos desencarceram quase de imediato, mas das ficções literárias nos tornamos
prisioneiros pela vida toda. Ao menos é o que acontece comigo, porque, sem elas, para o bem ou para
o mal, eu não seria como sou, não acreditaria no que acredito nem teria as dúvidas e as certezas que
me fazem viver.
(Mario Vargas Llosa. “Dinossauros em tempos difíceis”. www.valinor.com.br. O Estado de S. Paulo, 1996. Adaptado.)

Segundo o autor, sobre cinema e literatura é correto afirmar que


a) a ficção literária é considerada qualitativamente superior devido a seu maior elitismo intelectual.
b) suas diferenças estão relacionadas, sobretudo, às modalidades de público que visam atingir.
c) as obras literárias desencadeiam processos intelectualmente e esteticamente formativos.
d) a escrita literária apresenta maior afinidade com os padrões da sociedade do espetáculo.
e) as duas formas de arte mobilizam processos mentais imediatos e limitados ao entretenimento.

2. Os seres humanos são formados socialmente. A sociologia aborda esse processo de constituição
social dos seres humanos com o termo “socialização”. Desde Marx e Durkheim, passando pela escola
funcionalista até chegar aos sociólogos contemporâneos, esse é um tema fundamental da sociologia,
mesmo sem usar esse termo. Alguns sociólogos atribuem um caráter repressivo e coercitivo ao
processo de socialização em determinadas épocas e sociedades. A socialização, na sociedade
moderna, seria diferente da que ocorre em outras sociedades. A letra da música a seguir apresenta
elementos desse processo de socialização moderna.

4
Sociologia

A letra da música apresenta o processo de

a) socialização de grupos subalternos que são altamente competitivos e voltados para o lucro e a
vitória competitiva independente de qualquer consideração ética.
b) imposição dos valores dos pequenos comerciantes que precisam de educação escolar e aprendem
a ter o lucro como objetivo principal de sua empresa.
c) imposição de elementos da sociabilidade moderna, tais como escolarização e trabalho visando
ascender socialmente e vencer a competição social.
d) socialização nos países subdesenvolvidos, nos quais a falta de oportunidades e de riquezas gera
uma forte competição social.
e) imposição de uma socialização fundada na racionalização, marcada por uma valoração da razão e
dos sentimentos.

3. Os sociólogos estabelecem distinção entre a socialização primária e a socialização secundária. A


socialização primária é o processo por meio do qual a criança se transforma num membro participante
da sociedade. A socialização secundária compreende todos os processos posteriores, por meio dos
quais o indivíduo é introduzido em um mundo específico. Qualquer treinamento profissional, por
exemplo, constitui um processo de socialização secundária.”
(BERGER, P. L. e BERGER, B., “Socialização: como ser membro da sociedade”.In FORACCHI, M. M. e MARTINS, J. S.,
Sociologia e Sociedade – Leituras de introdução à Sociologia. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1999. p. 213-4)

Considerando o texto acima reproduzido, é CORRETO afirmar que

a) a socialização é um fenômeno que ocorre apenas nos anos iniciais da vida.


b) a socialização primária é aquela que ocorre no ambiente familiar e a secundária é aquela que ocorre
apenas nas escolas.
c) as pessoas nascidas em famílias bem estruturadas não precisam passar por processos de
socialização secundária.
d) apenas as sociedades industrializadas apresentam processos de socialização secundária.
e) a socialização é um processo que se inicia quando nascemos e nunca chega ao fim.

4. O que pode acontecer a um indivíduo caso ele não tenha possibilidade de se socializar com ninguém?
Assinale a alternativa correta sociologicamente.

a) Ele ficará sozinho e sem amigos, tornando-se uma pessoa violenta.


b) Ele provavelmente não sobreviverá em sociedade e terá grandes dificuldades para se comunicar.
c) Ele será encaminhado para uma instituição de caridade.
d) Ele não se reconhecerá como pessoa, uma vez que não terá conhecido o significado da palavra
“amor”.
e) Ele se tornará um empecilho para seus pais, um problema para a sociedade e não quererá viver.

5
Sociologia

5.

Os quadrinhos acima apresentam a construção de uma figura social, o monstro. Tendo em conta a
teoria sociológica, podemos dizer que:
a) O monstro surge a partir de um processo social que cria sujeitos rejeitados e desajustados.
b) O monstro é uma figura que já desde o nascimento se mostra desajustada em relação à sociedade.
c) Somente as crianças são monstruosas.
d) Os monstros correspondem a uma forma de classificação escolar dos seus estudantes.
e) Há, na sociedade contemporânea, uma grande preocupação em fazer com que a monstruosidade
seja apagada da personalidade das pessoas.

6
Sociologia

6. Leia.

Sei que os anos vão passando e eu amando mais você.


Dedicando sempre um amor sem fim,
bons momentos de paixão e de felicidade.
E eu sempre acreditei que o seu amor era verdade.

Você sempre jurou a mim eterno amor,


que um dia casaria comigo e seria feliz.
Mas você mentiu, e eu vi que estava errado.
Um dia vi você sair com o ex-namorado.

Eu vou te deletar, te excluir do meu Orkut.


Eu vou te bloquear no MSN.
Não me mande mais scraps, nem e-mails, PowerPoint.
Me exclua também e adicione ele.
(Ewerton Assunção. Eu vou te excluir do meu Orkut.)

A música, acima, acaba por apresentar um aspecto novo da socialização existente na sociedade
contemporânea. Que aspecto é esse?
a) O aumento da importância da internet como mediadora das relações sociais.
b) A relevância sociológica do amor para as relações amorosas.
c) A traição como fato social total.
d) A persistência da traição nas relações sociais.
e) O desejo pela posse de meios de comunicação.

7
Sociologia

7. Hoje em dia, muitos pais acreditam que, a partir de certa idade, devem delegar a educação de seus
filhos à escola, pois já cumpriram seu papel até ali, e nada podem acrescentar para o filho, não melhor
do que faria o colégio.
A questão é que estão enganados. Os pais são os melhores professores de seus filhos, e sempre serão.
Mas quando digo professores, não me refiro aos ensinamentos de matérias como o português ou a
matemática, e sim ao desenvolvimento de virtudes e capacidades relacionadas a todos os âmbitos de
seu ser, pois sabemos que o ser humano não é apenas composto por seu lado racional (aqui me refiro
aos aprendizados puramente escolares).
(Fonte: http://www.serfamilia.com.br/educacao/uma-parceria-ideal.html. Acesso em 03 nov. 2012. )

O discurso acima procura evidenciar a importância da família para a educação da criança. Do ponto de
vista sociológico, o que está ocorrendo é:
a) A democratização do ensino público.
b) A afirmação da autonomia individual em detrimento da sociedade.
c) A defesa da importância da família para a primeira socialização dos indivíduos.
d) A divisão da instituição educacional.
e) O aumento da anomia social.

8. “Socialização significa o processo pelo qual um indivíduo se torna um membro ativo da sociedade em
que nasceu, isto é, comporta-se de acordo com seus folkways e mores […]. Há pouca dúvida de que a
sociedade, por suas exigências sobre os indivíduos determina, em grande parte, o tipo de personalidade
que predominará. Naturalmente, numa sociedade complexa como a nossa, com extrema
heterogeneidade de padrões, haverá consideráveis variações. Seria, portanto, exagerado dizer que a
cultura produz uma personalidade totalmente estereotipada. A sociedade proporciona, antes, os limites
dentro dos quais a personalidade se desenvolverá”.
(Fonte: KOENIG, S. Elementos de Sociologia. Tradução de Vera Borda, Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1967, p. 70-75.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:

a) Existe uma interação entre a cultura e a personalidade, o que faz com que as individualidades sejam
influenciadas de diferentes modos e graus pelo ambiente social.
b) Apesar de os indivíduos se diferenciarem desde o nascimento por dotes físicos e mentais,
desenvolvem personalidades praticamente idênticas por conta da influência da sociedade em que
vivem.
c) A sociedade impõe, por suas exigências, aprovações e desaprovações, o tipo de personalidade que
o indivíduo terá.
d) O indivíduo já nasce com uma personalidade que dificilmente mudará por influência da sociedade
ou do meio ambiente.
e) São as tendências hereditárias e não a sociedade que determinam a personalidade do indivíduo.

8
Sociologia

9. “Pesquisadores das universidades britânicas de Glasgow e Bristol acompanharam os hábitos de 9.000


crianças nos últimos catorze anos. Concluíram que o ambiente no qual elas foram educadas teve tanta
influência nos casos de obesidade infantil quanto a herança genética. O estudo identificou oito fatores
que podem levar à obesidade a partir dos 7 anos, dos quais destacam-se, aqui, dois: crianças com mais
de 3 anos que permanecem diante da TV mais de oito horas por semana têm tendência ao
sedentarismo e à superalimentação; filhos de pais obesos podem, além de herdar características
genéticas de obesidade, imitar seu comportamento.”
(Veja, ano 38, n. 23, p. 37, 8 jun. 2005.)
Com base no texto, é correto afirmar:

a) O fato de filhos de pais obesos serem obesos indica que a causa da obesidade infantil é
necessariamente genética.
b) Escolarização e incidência de obesidade infantil são diretamente proporcionais, revelando o
equívoco dos conceitos sobre alimentação e saúde.
c) Fatores biológicos e a construção de hábitos alimentares no processo de socialização da criança
são determinantes na obesidade infantil.
d) A interdição das crianças à televisão é uma medida que elimina o risco da obesidade infantil.
e) O sedentarismo, a superalimentação e o ambiente no qual as crianças são educadas são fatores
de obesidade infantil circunscritos aos povos de origem anglo-saxã.

10. Se vamos ter mais tempo de lazer no futuro automatizado, o problema não é como as pessoas vão
consumir essas unidades adicionais de tempo de lazer, mas que capacidade para a experiência terão
as pessoas com esse tempo livre. Mas se a notação útil do emprego do tempo se torna menos
compulsiva, as pessoas talvez tenham de reaprender algumas das artes de viver que foram perdidas
na Revolução Industrial: como preencher os interstícios de seu dia com relações sociais e pessoais;
como derrubar mais uma vez as barreiras entre o trabalho e a vida.
(THOMPSON, E. P. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Cia. das Letras, 1998
(adaptado).)

A partir da reflexão do historiador, um argumento contrário à transformação promovida pela Revolução


Industrial na relação dos homens com o uso do tempo livre é o(a)
a) intensificação da busca do lucro econômico.
b) flexibilização dos períodos de férias trabalhistas.
c) esquecimento das formas de sociabilidade tradicionais.
d) aumento das oportunidades de confraternização familiar.
e) multiplicação das possibilidades de entretenimento virtual.

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Sociologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
Sem um processo de socialização bem consolidado, a pessoa não internaliza as regras comuns de uma
sociedade e pode acabar por descumprir normas básicas pelo desconhecimento ou desconsideração às
regras de convivência.

2. Socialização primária e socialização secundária

3. B
A socialização secundária não habilita o indivíduo para viver em sociedade de maneira genérica, sendo
mais uma especialização em um tipo de atividade e convivência em grupo. Sendo assim, ela não é
fundamental, já que o indivíduo pode ou não ser inserido em dada área da vida social sem que isso o
impeça de conviver socialmente.

4. Habilitar genericamente as pessoas para a vida social, produzindo uma internalização de regras básicas
de convivência, capacidades de comunicação e desenvolvimento motor para a interação com o grupo
social.

5. A socialização nos integra a um dado grupo social nos tornando indivíduos pertencentes à uma
sociedade, ou seja, seres sociais.

Exercícios de vestibulares

1. C
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]
É correta a opção [C], pois, no último período do texto, Mario Vargas Llosa afirma que a literatura é
elemento fundamental para a sua formação: “sem elas, para o bem ou para o mal, eu não seria como sou,
não acreditaria no que acredito nem teria as dúvidas e as certezas que me fazem viver”.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]


A análise sociológica possível de ser feita em consonância com o argumento do texto é considerar a
leitura de obras literárias um elemento de socialização. Assim, a única alternativa que está de acordo com
essa linha argumentativa é a [C], dado que todo processo de formação é também um processo de
socialização.

2. C
A letra da música faz referência à imposição de valores e comportamentos exteriores aos indivíduos. Tais
valores representam o ideal de sucesso individual e de competitividade, típicos da sociedade capitalista
contemporânea.

10
Sociologia

3. E
A socialização corresponde ao processo pelo qual um indivíduo passa a fazer parte de uma sociedade,
incorporando hábitos, gostos, normas e símbolos que são próprios dessa sociedade. Pelo fato de a
sociedade estar sempre em mudança, esse processo nunca termina, tal como afirma a alternativa [E].

4. B
A alternativa [B] é a única correta. Um indivíduo que não se socializa é um indivíduo que não aprende a
linguagem social. Um exemplo clássico é o chamado Victor de Aveyron, garoto que foi encontrado em
uma floresta francesa no século XVIII.

5. A
A alternativa [A] é a única correta. O processo que cria “sujeitos monstruosos” é social, pois depende da
interação dos indivíduos e da consequente rejeição de alguns deles.

6. A
A internet cria novos ambientes de socialização e novas regras sociais que devem ser seguidas. Ainda
que a música pareça uma simples paródia ou brincadeira, ela consegue evidenciar a importância da
internet para as relações sociais contemporâneas.

7. C
A família tem um papel importante na socialização das crianças e é por isso que ela também carrega a
função de educá-la. Isso significa não somente educar de maneira escolar, mas valorizando sempre o
tipo de ser humano que a sociedade considera ideal.

8. A
Segundo a corrente interacionista da sociologia, no processo de socialização ocorre uma relação dialética
entre a cultura e a personalidade. A sociedade (ou cultura), construída pelo sujeito, o condiciona e
determina qual a matriz sobre a qual o indivíduo pode construir sua personalidade pessoal. Nesse sentido,
podemos dizer que a individualidade é socialmente condicionada e, por isso, somente a alternativa [A] é
correta

9. C
Uma análise sociológica do problema proposto permite relacionar o processo de socialização das
crianças com a obesidade infantil, dado que os filhos de pais obesos tendem a se manter obesos. Nesse
sentido, fatores de ordem social apresentam praticamente o mesmo efeito que fatores de ordem
biológica

10. C
Pelo argumento do texto, a transformação do tempo livre em tempo de trabalho e produção fez com que
as pessoas se desacostumassem a ocupar seu tempo com relações sociais e pessoais. Esse seria o
desafio contemporâneo, bem expresso na alternativa [C].

11
Semana 2
Biologia

Interpretando tabelas e figuras

Teoria

As tabelas apresentam informações em linhas – na horizontal, e colunas – na vertical. Cada linha e cada
coluna apresentam informações que nos levam a observar e deduzir dados (geralmente são dados
quantitativos).

Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3

Linha 1
Linha 2
Linha 3
Linha 4

Além da importância de entender como o dado está inserido na linha e na coluna, é importante em muitos
casos interpretar de uma maneira geral toda a tabela e selecionar o que for de interesse para responder uma
questão de vestibular. As tabelas podem apresentar os tópicos do assunto apenas na primeira linha – onde
todas as linhas abaixo são as variáveis de dados, ou apresentar o assunto na primeira linha e na primeira
coluna – sendo as outras partes da tabela dados com a relação destes dois tópicos.

Tabela sobre grupos sanguíneos, sendo que a primeira linha funcionando como tópico. Aglutinogênio – proteína da membrana da
hemácia; Aglutinina – anticorpo. Fonte da imagem: Uerj 1999.

As figuras são elementos ilustrativos, que podem ser em forma de fotos, mapas, gráficos, gravuras, etc. A
interpretação de figuras pode ser feita de varias formas, dependendo do comando da questão. Para qualquer
um dos casos apresentados, tabelas ou figuras, é de extrema importância prestar atenção nas legendas,
textos e informações do enunciado, que complementam as informações visuais. Em alguns casos, as
imagens e tabelas podem estar associadas conforme imagem abaixo.

1
Biologia

Tabela contendo figuras. Aqui a primeira linha e a primeira coluna mostram tópicos que se relacionam para mostrar os dados
presentes nos outros espaços da tabela.

2
Biologia

Exercícios

1. (Enem 2007) A pele humana é sensível à radiação solar, e essa sensibilidade depende das
características da pele. Os filtros solares são produtos que podem ser aplicados sobre a pele para
protegê-la da radiação solar. A eficácia dos filtros solares é definida pelo fator de proteção solar (FPS),
que indica quantas vezes o tempo de exposição ao sol, sem o risco de vermelhidão, pode ser
aumentado com o uso do protetor solar. A tabela seguinte reúne informações encontradas em rótulos
de filtros solares.

Tipo de pele e
Proteção FPS Proteção a
Sensibilidade outras
recomendada recomendado queimadura
carecterísticas
extremamente Branca, olhos e
muito alta FPD > 20 muito alta
sensível cabelos claros
Branca, olhos e
muito sensível cabelos próximos alta 12 < FPS < 20 alta
do claro
morena ou
sensível moderada 12 < FPS < 12 moderada
amarela
pouco sensível negra baixa 2 < FPS < 6 baixa
ProTeste, ano V, nº 55, fev./2007 (com adaptações).

As informações anteriores permitem afirmar que

a) as pessoas de pele muito sensível, ao usarem filtro solar, estarão isentas do risco de queimaduras.
b) o uso de filtro solar é recomendado para todos os tipos de pele exposta à radiação solar.
c) as pessoas de pele sensível devem expor-se 6 minutos ao sol antes de aplicarem o filtro solar.
d) pessoas de pele amarela, usando ou não filtro solar, devem expor-se ao sol por menos tempo que
pessoas de pele morena.
e) o período recomendado para que pessoas de pele negra se exponham ao sol é de 2 a 6 horas
diárias

3
Biologia

2. (Enem 2007) O Aedes aegypti é vetor transmissor da dengue. Uma pesquisa feita em São Luís – MA, de
2000 a 2002, mapeou os tipos de reservatório onde esse mosquito era encontrado. A tabela abaixo
mostra parte dos dados coletados nessa pesquisa
População de A. aegypti
Tipos de reservatório
2000 2001 2002
Pneu 895 1658 974
Tambor, Tanque, Depósito de barro 6855 46444 32787
Vaso de planta 465 3191 1399
Material de construção, Peça de carro 271 436 276
Garrafa, Lata, Plástico 675 2100 1059
Poço, Cisterna 44 428 275
Caixa dágua 248 1689 1014
Recipiente natural, Armadilha, Piscina e outros 615 2658 1178
Total 10059 58604 48962

De acordo com essa pesquisa, o alvo inicial para a redução mais rápida dos focos do mosquito vetor
da dengue nesse município deveria ser constituído por:
a) pneus e caixas d'água.
b) tambores, tanques e depósitos de barro.
c) vasos de plantas, poços e cisternas.
d) materiais de construção e peças de carro.
e) garrafas, latas e plásticos.

3. (Enem 2010) A tabela apresenta dados comparados de respostas de brasileiros, norte-americanos e


europeus a perguntas relacionadas à compreensão de fatos científicos pelo público leigo. Após cada
afirmativa, entre parênteses, aparece se a afirmativa é Falsa ou Verdadeira. Nas três colunas da direita
aparecem os respectivos percentuais de acertos dos três grupos sobre esses afirmativas.

% respostas certas
Pesquisa
Brasileiros Norte Americanos Europeus
Os antibióticos matam tanto vírus quanto
41,8 51 39,7
bactérias. (Falsa)
Os continentes têm mudado sua posição no
78,1 79 81,8
decorrer dos milênios. (Verdadeira)
O Homo sapiens originou-se a partir de uma
56,4 53 68,6
espécie animal anterior. (Verdadeira)
Os elétrons são menores que os átomos.
53,6 48 41,3
(Verdadeira)
Os primeiros homens viveram no mesmo
61,2 48 59,4
período que os dinossauros. (Falsa)
Fonte: “Percepção pública de ciência: uma revisão metodológica e resultados para São Paulo”. Indicadores de ciência, tecnologia
e inovação em São Paulo. São Paulo: Fapesp, 2004 (adaptado).

4
Biologia

De acordo com os dados apresentados na tabela, os norte-americanos, em relação aos europeus e aos
brasileiros, demonstram melhor compreender o fato científico sobre
a) a ação dos antibióticos.
b) a origem do ser humano.
c) os períodos da pré-história.
d) o deslocamento dos continentes.
e) o tamanho das partículas atômicas.

4. (Enem 2005) Os transgênicos vêm ocupando parte da imprensa com opiniões ora favoráveis ora
desfavoráveis. Um organismo ao receber material genético de outra espécie, ou modificado da mesma
espécie, passa a apresentar novas características. Assim, por exemplo, já temos bactérias fabricando
hormônios humanos, algodão colorido e cabras que produzem fatores de coagulação sanguínea
humana.
O belga René Magritte (1896-1967), um dos pintores surrealistas mais importantes, deixou obras
enigmáticas. Caso você fosse escolher uma ilustração para um artigo sobre os transgênicos, qual das
obras de Magritte, a seguir, estaria mais de acordo com esse tema tão polêmico?

c) e)
a)

b) d)

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Biologia

5. (Uerj 2017) Os moluscos são animais de corpo mole que, em sua maioria, possuem sistema circulatório
aberto e concha calcária, movimentam-se lentamente e se restringem a ambientes aquáticos.
Entretanto, modificações nesse padrão são encontradas em cefalópodos, como as lulas, e em alguns
gastrópodos, como o caramujo, conforme se observa na tabela.

Moluscos Habitat Preferência Alimentar Modificações


• Concha interna reduzida ou
Cefalópodos Marinhos Peixes ausente
• Sistema circulatório fechado
• Desenvolvimento sem
Gastrópodos Terrestres Vegetais passagem pela etapa de larva
• Maior produção de muco

Indique uma contribuição de cada uma das modificações apresentadas na última coluna da tabela,
para que os respectivos grupos de moluscos sobrevivam em seus ambientes.

6. (UFRGS 2018) Considere as estruturas esquematizadas abaixo, coletadas no Parque Farroupilha, em


Porto Alegre.

Assinale a alternativa correta sobre essas estruturas.


a) 1 e 3 são estruturas reprodutivas.
b) 2 e 3 são estruturas de angiospermas.
c) 3 é uma estrutura com função de absorção de nutrientes.
d) 2 é uma estrutura que corresponde ao fruto.
e) 1, 2 e 3 são estruturas de plantas vasculares.

6
Biologia

7. (UFRJ 1997) A tabela a seguir mostra o consumo de O2 de um certo animal em diferentes temperaturas
ambientes:
Temperatura Consumo de O2/hora
(em °C) (em mm3/g)
5 80
10 105
15 95
20 50
25 36
30 31
35 27

Esse animal é endotérmico (homeotérmico) ou ectotérmico (pecilotérmico)? Justifique sua resposta


com base nos dados da tabela

8. (Unesp 2002) A figura refere-se a um cacto típico da região semi-árida nordestina, o quipá (‘Opuntia sp’).
Trata-se de uma planta xerófila que apresenta respostas morfológicas adaptativas ao seu ambiente.

Tendo como referência a figura, responda.

a) Que adaptações morfológicas você pode identificar nas estruturas indicadas pelas setas 1 e 2?

b) Cite duas formas pelas quais a estrutura indicada por 2 contribui para a sobrevivência dos cactos
nas regiões semi-áridas.

7
Biologia

Gabaritos

1. B
Analisando a tabela conseguimos as informações de que, apesar dos valores e intensidade da
sensibilidade e queimaduras alterarem, o uso de protetor solar é recomendado para todos os tipos de
pele.

2. B
A redução mais rápida vai ser feita no local onde há uma maior população do mosquito. Analisando as
linhas da tabela, vemos que tambores, tanques e depósitos de barro possuem uma população
expressivamente mais alta que qualquer outro reservatório.

3. A
A porcentagem de respostas certas dos norte-americanos, quando questionados sobre a atuação dos
antibióticos, foi aproximadamente 10% maior que a dos brasileiros e a dos europeus. Em todas as outras
respostas eles ficam abaixo da porcentagem dessas outras duas populações.

4. B
A transgenia está relacionada com a modificação genética, incluindo genes de um organismo em outro
de espécie diferente. A figura apresentada em B está de acordo com este tema pois temos duas espécies
misturadas (um homem e um peixe)

5. Cefalópodos: a concha interna reduzida ou ausente permite que esses animais sejam mais rápidos; o
sistema circulatório fechado transporta o oxigênio de forma mais eficiente. Gastrópodos: o
desenvolvimento direto reduz a necessidade de água; a maior produção de muco reduz o atrito com a
superfície ou reduz a desidratação.

6. E
A figura 1 corresponde a uma flor (estrutura reprodutiva) de uma Angiosperma, enquanto a figura 2
corresponde a uma pinha (estróbilo – estrutura reprodutiva) de Gimnosperma. Já na figura 3, temos o
caule (estrutura para sustentação) de um bambu, também uma Angiosperma. Estes dois grupos de
plantas são vasculares, ou seja, apresentam vasos condutores de seiva (xilema e floema).

7. Podemos ver, a partir dos dados da tabela, que o animal é endotérmico, já que há maior consumo de
oxigênio em temperaturas mais baixas. Isso significa que, nestas temperaturas, há uma maior taxa
metabólica, aumentando a quantidade de calor produzida pelo corpo.

8.
a) Em 1 vemos as folhas modificadas em espinhos, e em 2 o caule achatado e com tecidos para
armazenamento de água.

b) Podemos citar a presença de uma cutícula impermeável (espessa) e a presença de tecidos para
armazenamento de água desenvolvidos.

8
Filosofia

Filosofia pré-socrática

Teoria

Pré-socráticos: os primeiros filósofos


Tradicionalmente, o período inaugural da filosofia grega é conhecido como pré-socrático. Iniciado por Tales
de Mileto, vai de VII a.C. até V a.C. Alguns filósofos denominados pré-socráticos foram contemporâneos de
Sócrates. Eles foram classificados como pré-socráticos por manter a tradição de investigar a natureza, não
aderindo à virada antropológica promovida por Sócrates.
Como dissemos, a filosofia pré-socrática estava voltada à investigação do mundo e de seu funcionamento,
motivo pelo qual esses pensadores também são denominados filósofos da natureza. Deve-se a eles a
construção de uma cosmologia, uma abordagem racional para os problemas que os cercavam, relativos ao
funcionamento do mundo e, por extensão, do universo. A virada aqui é o reconhecimento da insuficiência das
explicações vigentes, como a cosmogonia, que explicava a origem do universo a partir dos mitos. Deuses e
heróis não mais satisfaziam a curiosidade e o fascínio do ser humano diante dos fenômenos naturais e, por
isso, iniciou-se uma investida racional na percepção do mundo. Essa investida tenta encontrar um princípio
fundamental para tudo que existe, a arché. A arché seria a substância que compõe tudo, que deu origem a
tudo e que serve de matéria-prima para a existência.

Mileto
A Grécia Antiga nunca foi um Estado unificado, tal qual conhecemos na modernidade. Em vez disso, havia um
conjunto de cidades-estado (pólis) independentes que formavam grupos de aliados e rivais. Dentre essas
cidades estava Mileto, origem de Tales, Anaximandro e Anaxímenes.
Os três eram monistas, ou seja, acreditavam que a arché era composta por apenas um elemento. Tales
atribuiu a origem de tudo à água, dada suas observações da necessidade do elemento para a geração e
manutenção da vida. Anaximandro, seu discípulo, discordava. Para ele, era impossível observar o elemento
primordial – ele era infinito e indeterminado; por isso, recebeu o nome de apeíron (indeterminado em grego),
um elemento que é não só a origem, mas o fim de tudo. Já Anaxímenes, discípulo de Anaximandro, atribuía
ao ar o caráter de arché, apesar de concordar com seu mestre de que a origem de tudo era indeterminada.
Assim, esse pensador diferenciou a origem e a matéria-prima, porque não admitia que o que existe e é
perceptível sensorialmente seja composto pelo indeterminado.

Samos
Tendo contribuído para a história da filosofia com pelo menos um grande nome, Samos é uma cidade próxima
a Éfeso e Mileto. De lá conhecemos Pitágoras, com uma proposta bastante distinta para a definição da arché.
Para ele, todas as coisas são números. Estudando a harmonia dos acordes musicais, Pitágoras percebeu que
havia uma proporção aritmética nessa relação. A partir daí, tentou encontrar na natureza relações parecidas.
Profundo conhecedor de astronomia, percebeu a ordem matemática no movimento dos astros. A realidade,
então, passou a ser percebida pela estrutura numérica. Os corpos são compostos por pontos, e a quantidade
de pontos de um corpo define suas propriedades. Essa proposta é mais formal, define uma ordem e medida
para a existência sensível.

1
Filosofia

Éfeso
Também da Jônia, Éfeso é a cidade de um filósofo de enorme prestígio. Heráclito também percebeu na
natureza grande dinamismo, assim como os pensadores de Mileto, e que há constante transformação. Seu
diferencial foi assumir como objeto de investigação a mudança, e não aquilo que permanece. Concluiu que
tudo flui, tudo muda. Nada permanece em si. O ser agora é o vir a ser, o devir, uma constante mudança.
Observando, como seus predecessores, a ação dos opostos na natureza, Heráclito não apenas reconheceu
esse conflito, como o assumiu como parte essencial de seu pensamento. É esse conflito entre bem e mal, frio
e quente, seco e úmido que produz a eterna mudança, base do pensamento heraclitiano. Por isso, o fogo aqui
recebe o estatuto de arché: em constante movimento, acendendo e apagando, consumindo e transformando.
Heráclito é mobilista, porque dá grande importância ao movimento, sendo também um dos primeiros
pensadores a contribuir com o pensamento dialético.

Eleia
Na escola eleática, o que despertou a atenção dos pensadores foi a grande divergência de opiniões entre os
filósofos anteriores. Por que a diferença entre as linhas de pensamento mobilistas? Parmênides conclui que
os sentidos, na verdade, são enganosos e, por isso, não deveriam receber tanta atenção. Buscar a essência
do mundo naquilo que não é essencial parecia um contrassenso para o pensador, que buscou resolver a
contradição de procurar a permanência naquilo que não permanece. Parmênides privilegiou a razão,
ignorando a mudança que percebia pelos sentidos. Afirmou que o ser é, ou seja, não pode deixar de ser ou
existir numa não permanência. Aquilo que constitui o ser deve ser concebido como uma substância
permanente e imutável. Para Parmênides, o ser é a arché. Temos então uma afirmação de cunho ontológico,
a própria existência compõe a arché. O que é, é permanente. O que não é, não é permanente. A mudança agora
é nada, o não ser, não existe.
Parmênides dá os primeiros caminhos então para o surgimento de duas áreas da filosofia, a lógica e a
ontologia, já que seu pensamento está profundamente baseado no princípio da identidade (todo “A” é igual a
ele mesmo) e o princípio da não contradição (se “A” é “A”, então ele não pode, ao mesmo tempo ser “A” e “não
A”), assumindo esses princípios lógicos para afirmar as condições de existência. Parmênides afirma então
que, na filosofia, tem-se trilhado dois caminhos, o da razão (o seu) e o da opinião (o de Heráclito). Perceba
que esse conflito teórico baseará o pensamento de Platão futuramente.
Eleia também foi a cidade de Zenão, discípulo de Parmênides. Adepto da ideia de permanência, Zenão
elaborou diversos argumentos que radicalizaram o pensamento de seu mestre. A própria ideia de movimento
era contraditória para o pensador. Ele iniciou o questionamento sobre a compreensão de conceitos como
movimento, espaço, tempo e infinito, entre tantos outros, através da formulação de paradoxos, sendo o mais
conhecido o da corrida entre Aquiles e uma tartaruga.

Aeragas
Empédocles tentou conciliar o pensamento de Heráclito e de Parmênides. Acreditando na permanência,
buscou uma forma de racionalizar nossa percepção sensorial. Defendeu o fogo, a terra, a água e o ar como
os quatro elementos primordiais, que reagem dinamicamente a dois princípios universais, o amor,
responsável pela união e harmonização; e o ódio, responsável pela repulsão e dissolução. Tudo que existe
está submetido a ação desses princípios.

2
Filosofia

Abdera
A cidade de Abdera é origem de Demócrito, talvez o filósofo com a proposta mais interessante para a arché.
A resposta concebida por ele, que era contemporâneo de Sócrates, foi, na verdade, um trabalho em conjunto
com seu mestre, Leucipo. Sua proposta ficou conhecida como atomismo, já que propunha que a arché é o
átomo.
Demócrito concordava com a noção de permanência, mas não aceitava o não ser como uma ilusão. O
movimento, por exemplo, era uma prova da existência de um não ser. Muito próximo da concepção físico-
química moderna da realidade, Demócrito afirma que tudo é composto por partículas minúsculas invisíveis e
indivisíveis. Essa composição atendia às características de existência de Parmênides. Para ele, os átomos
eram eternos, imutáveis e plenos.
Apesar disso, Demócrito expande a realidade afirmando que sua composição também inclui o vazio. Esse
vazio é o que torna possível o movimento do ser. Sem espaço vazio, nada poderia se mover. O vazio em si
não poderia compor a arché, pois era um não ser, restando à existência ser composta pelos átomos.
A dinâmica de movimento entre os átomos gerava os diversos corpos com os quais podemos interagir. Os
átomos se movimentam e se chocam ao acaso, formando aglomerações e repulsões. É importante, então,
perceber a relevância que Demócrito dá ao acaso, à ausência de uma ordenação racional do universo.

3
Filosofia

Exercícios

1. De um modo geral, o conceito de physis no mundo pré-socrático expressa um princípio de movimento


por meio do qual tudo o que existe é gerado e se corrompe. A doutrina de Parmênides, no entanto, tal
como relatada pela tradição, aboliu esse princípio e provocou, consequentemente, um sério conflito no
debate filosófico posterior, em relação ao modo como conceber o ser.

Para Parmênides e seus discípulos:


a) A imobilidade é o princípio do não-ser, na medida em que o movimento está em tudo o que existe.
b) O movimento é princípio de mudança e a pressuposição de um não-ser.
c) Um Ser que jamais muda não existe e, portanto, é fruto de imaginação especulativa.
d) O Ser existe como gerador do mundo físico, por isso a realidade empírica é puro ser, ainda que em
movimento.

2. Parmênides e Heráclito foram dois pensadores pré-socráticos com ideias antagônicas: este
considerava que é essencial a mudança e a contradição existente nas próprias coisas; aquele,
contrariamente, considerava que o que não pode ser pensado não pode existir e o que não existe não
pode ser pensado.

Considere:

I. “Nós nos banhamos e não banhamos no mesmo rio. Não é possível descer duas vezes no mesmo
rio”.
II. “O ser tampouco é divisível, pois é todo inteiro, idêntico a ele; não sofre nem acréscimos, o que
seria contrário à sua coesão, nem dominação, mas todo inteiro, está cheio de ser; é, assim,
inteiramente contínuo, pois o ser é contínuo ao ser”.
III. “Este cosmos, o mesmo para todos, nenhum dos deuses e nenhum dos homens o criou: mas
sempre foi, é e será um fogo sempre vivo, acendendo-se e apagando-se com medida”.
IV. “É uma a mesma e a mesma coisa: o vivo e o morto, o acordado e o adormecido, o jovem e o idoso,
pois a mudança de um converte no outro, reciprocamente”.
V. “Não há que temer que jamais se prove que o não ser é. Só nos resta um caminho a percorrer, o
ser é. E há uma multidão de sinais de que o ser é incriado, imperecível, pois somente (o ser) é
completo, imóvel e eterno”.

Corresponde ao pensamento de Heráclito, o que se afirma APENAS em:


a) I, II e IV.
b) II, III e V.
c) III, IV e V.
d) I, III e IV.
e) II, IV e V.

4
Filosofia

3. Quanto aos filósofos pré-socráticos, analise se V (verdadeiro) ou F (falso) e, em seguida, assinale a


alternativa correta.

( ) A filosofia pré-socrática desenvolveu-se, fundamentalmente, como cosmologia.


( ) Os primeiros filósofos pré-socráticos foram também chamados de sofistas.
( ) Tales de Mileto é considerado, pelos historiadores da filosofia, como o primeiro filósofo grego, tendo
se tornado conhecido por defender a tese segundo a qual a água é o maior dom de Deus para a
humanidade.
( ) Opondo-se aos mitos, os primeiros filósofos gregos, também chamados de pré-socráticos,
desenvolveram rigorosos métodos de comprovação de suas teorias sobre o universo, o que lhes
assegurou o reconhecimento como fundadores da cosmologia crítica.
a) V, V, F e F.
b) V, F, V e F.
c) F, F, V e V.
d) V, F, F e V.
e) V, F, F e F.

4. Esta ordem do mundo não a criou nenhum dos deuses, nem dos homens, mas sempre existiu e existe
e há de existir: fogo sempre vivo, que se acende com medida e com medida se extingue.
Heráclito. Fragmento 30. In: Geoffrey Kirk et al. Os filósofos pré-socráticos. Trad. Carlos A. L. Fonseca. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbekian, 2010, p. 205 (com adaptações).

Tendo como referência o fragmento de texto apresentado, do filósofo pré-socrático Heráclito de Éfeso,
que afirmava que o fogo seria o princípio de todas as coisas, julgue o item a seguir.

A noção de “medida” corresponde à noção de harmonia para os filósofos pitagóricos.


a) CERTO
b) ERRADO

5. “Vou explicar-me, e não será argumento sem valor, a saber: que nenhuma coisa é una em si mesma e
que não há o que possas denominar com acerto ou dizer como é constituída. Se a qualificares como
grande, ela parecerá também pequena; se pesada, leve, e assim em tudo o mais, de forma que nada é
uno, ou algo determinado ou como quer que seja. Da translação das coisas, do movimento e da mistura
de umas com as outras é que se forma tudo o que dizemos existir, sem usarmos a expressão correta,
pois em rigor nada é ou existe, tudo devém. Sobre isso, com exceção de Parmênides, todos os sábios
(…) estão de acordo: Protágoras, Heráclito e Empédocles (…)”.
Platão. Teeteto. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2001, p. 50.

Tendo em vista o trecho de Platão citado acima, explique, a partir da distinção entre o uno de
Parmênides e o devir de Heráclito, por que no mobilismo nada é e por que para Parmênides apenas o
Ser é.

5
Filosofia

Gabarito

1. B
Parmênides é um filósofo imobilista e, portanto, se afasta da ideia de que haja movimento. Ele é o
responsável por formular o chamado princípio de identidade, que diz: "O que é, é — e não pode deixar de
ser". A partir dessa formulação, ele nos apresenta alguns atributos do ser (das coisas que existem),
dentre os quais estão a imobilidade e a imutabilidade. Ou seja, nessa perspectiva, o ser não muda e não
se move, por isso o movimento e a mudança pressupõem um não-ser, isto é, aquilo que não existe.

2. D
Apenas as afirmações I, III e IV correspondem ao pensamento de Heráclito. Note que as afirmações I e
IV trazem a ideia de mudança e movimento. Já a afirmação III diz respeito ao Lógos-Fogo, princípio
fundamental (arché) que, segundo ele, confere unidade e medida às transformações da realidade. Quanto
às afirmações II e V, ambas estão relacionadas ao pensamento de Parmênides e tratam dos atributos
do ser, isto é, das coisas que existem.

3. E
(V) Por isso, o período em que se desenvolveu a filosofia pré-socrática é também conhecido como
cosmológico.
(F) A maior parte dos sofistas foi contemporânea de Sócrates. Além disso, há uma clara distinção entre
pré-socráticos e sofistas no que diz respeito à temática do pensamento. Os pré-socráticos tratavam das
questões cosmológicas, isto é, acerca da origem e dos fundamentos do Universo (cosmo). Já os sofistas,
assim como Sócrates, tratavam de questões antropológicas, isto é, acerca do homem e da vida em
sociedade. Os sofistas ensinavam técnicas como a retórica, a oratória e a lógica, essenciais para o
exercício da atividade política na Grécia.
(F) De fato, Tales de Mileto é considerado o primeiro filósofo grego; também é verdade que ele defendeu
a água como arché, ou seja, o princípio fundamental de todas as coisas. Porém, a "tese segundo a qual
a água é o maior dom de Deus para a humanidade" não faz parte do seu pensamento.
(F) Os pré-socráticos realmente foram os primeiros filósofos e se opuseram às explicações apresentadas
pelos mitos; eles são os responsáveis pela transição do pensamento mítico para o pensamento racional.
Embora as suas teorias cosmológicas fossem pautadas na racionalidade, não se pode afirmar que eles
possuíam “rigorosos métodos de comprovação”, nem que sejam os “fundadores da cosmologia crítica”.
Apenas a primeira afirmação é verdadeira; portanto, o gabarito da questão é a alternativa E.

4. Certo. A noção de medida em Heráclito corresponde à noção de harmonia para os pitagóricos, uma vez
que tanto a medida quanto a harmonia têm a função de unir os opostos. Para Heráclito, o fogo é a arché,
isto é, o princípio fundamental de todas as coisas. É ele que governa, que impõe medida ao fluxo de
transformações e às tensões entre os opostos, garantindo a unidade entre eles. Para os pitagóricos, os
números são a arché, entendendo-se números não como meros símbolos para exprimir grandezas, mas
sim como a própria "alma das coisas". Para Filolau, os números surgem a partir da harmonização entre
dois princípios contrastantes: os ilimitados (apeiron) e os limitadores (perainonton). Nesse sentido, a
harmonia é o que permite o “acordo”, a “junção das partes”.

5. O mobilismo de Heráclito é baseado na ideia de o mundo como um eterno devir e no equilíbrio de


contrários. Nesse sentido, o mundo é visto como estando em constante mudança entre aquilo que é e o
seu contrário, ou seja, aquilo que não é. Em contraposição, Parmênides considera que o ser é uno,
imutável e eterno. Isso porque se o ser fosse algo diferente daquilo que é, ele seria um não ser. Esse “não
ser” é impossível na acepção de Parmênides, dado que o ser será sempre uno.

6
Física

Exercícios sobre Movimento retilíneo e uniforme (M.U) e Termometria

Exercícios

1. (Uerj 2020) O universo observável, que se expande em velocidade constante, tem extensão média de
93 bilhões de anos-luz e idade de 13,8 bilhões de anos.
Quando o universo tiver a idade de 20 bilhões de anos, sua extensão, em bilhões de anos-luz, será igual
a:
a) 105
b) 115
c) 135
d) 165

2. (G1 - cftrj 2019) Podemos considerar que a velocidade de crescimento do cabelo humano é, em média,
de 1 milímetro a cada três dias.

Esta velocidade pode variar de pessoa para pessoa, mas é constante para cada um de nós, não havendo
qualquer base científica que venha comprovar que podemos acelerar o crescimento capilar cortando o
cabelo em determinada fase da Lua ou aparando as pontas para dar força ao fio. O que se pode afirmar
é que os hábitos de alimentação e o metabolismo de cada indivíduo influenciam diretamente no
crescimento dos fios.

Se os cabelos de uma jovem têm velocidade de crescimento que acompanha a média, em quanto
tempo seu cabelo crescerá 9cm?
a) 9 horas.
b) 9 dias.
c) 9 meses.
d) 9 anos.

3. (Uerj 2019) O Sol é a estrela mais próxima da Terra e dista cerca de 150.000.000kmdo nosso planeta.
Admitindo que a luz percorre 300.000km por segundo, o tempo, em minutos, para a luz que sai do Sol
chegar à Terra é, aproximadamente, igual a:
a) 7,3
b) 7,8
c) 8,3
d) 8,8

1
Física

4. (Ufu 2019) O morcego é um animal que possui um sistema de orientação por meio da emissão de
ondas sonoras. Quando esse animal emite um som e recebe o eco 0,3 segundos após, significa que o
obstáculo está a que distância dele? (Considere a velocidade do som no ar de 340 m s).
a) 102m
b) 51m
c) 340m
d) 1.133m

5. (G1 - cps 2019) Um escritório utiliza uma fragmentadora de papéis, que corta em tiras muito finas
documentos cujo conteúdo não se deseja tornar público.
Suponha que a fragmentadora desse escritório só aceite uma folha por vez, sendo capaz de fazer sua
função a uma velocidade de 3 metros por minuto. Sendo assim, para que um documento com 25 folhas
seja fragmentado, levando em consideração que cada folha desse documento tem comprimento de
30cm, o tempo mínimo para realizar a completa fragmentação desse documento é de
a) 1min 40s
b) 2min 20s
c) 2min 30s
d) 3min 50s
e) 3min 40s

6. (Uerj simulado 2018) O processo de adaptação consiste na capacidade do ser humano de criar
soluções diante das adversidades, permitindo sua sobrevivência desde os trópicos, cuja temperatura
média é de 20 °𝐶, às regiões polares, onde termômetros atingem temperaturas próximas a −40 °𝐶.
Considerando os valores acima, a variação em módulo da temperatura na escala Kelvin, corresponde
a:
a) 20
b) 40
c) 60
d) 80

7. (Eear 2019) Roberto, empolgado com as aulas de Física, decide construir um termômetro que trabalhe
com uma escala escolhida por ele, a qual chamou de escala R. Para tanto, definiu −20 °𝑅 como ponto
de fusão do gelo e 80 °𝑅 como temperatura de ebulição da água, sendo estes os pontos fixos desta
escala. Sendo R a temperatura na escala criada por Roberto e C a temperatura na escala Celsius, e
considerando que o experimento seja realizado ao nível do mar, a expressão que relaciona
corretamente as duas escalas será:

a) C = R − 20

b) C = R + 20
R + 20
C=
c) 2
R − 20
C=
d) 2

2
Física

8. (G1 - ifsul 2020) Por que a vodca não congela no freezer residencial?

Esse é o questionamento feito por um estudante ao seu professor de Física, em que obtém, a seguinte
resposta: “A vodca contém aproximadamente 50% de álcool, cuja temperatura de congelamento é
próxima a −175 F. Essa quantidade de álcool é suficiente para que a vodca suporte a temperatura do
freezer doméstico sem passar ao estado sólido”. Buscando compreender melhor a explicação do
professor, o estudante converte a temperatura em Fahrenheit, da escala termométrica, utilizada na
explicação, para graus Celsius.

Supondo que o cálculo do estudante esteja correto, qual é o valor encontrado?


a) - 115ºC
b) - 80ºC
c) - 175ºC
d) – 35ºC

9. (Famema 2020) De dentro do ônibus, que ainda fazia manobras para estacionar no ponto de parada, o
rapaz, atrasado para o encontro com a namorada, a vê indo embora pela calçada. Quando finalmente
o ônibus para e o rapaz desce, a distância que o separa da namorada é de 180 m.

Sabendo que a namorada do rapaz se movimenta com velocidade constante de 0,5 m s e que o rapaz
pode correr com velocidade constante de 5 m s, o tempo mínimo para que ele consiga alcançá-la é de
a) 10s
b) 45s
c) 25s
d) 50s
e) 40s

3
Física

10. (Enem 2019) A agricultura de precisão reúne técnicas agrícolas que consideram particularidades locais
do solo ou lavoura a fim de otimizar o uso de recursos. Uma das formas de adquirir informações sobre
essas particularidades é a fotografia aérea de baixa altitude realizada por um veículo aéreo não
tripulado (vant). Na fase de aquisição é importante determinar o nível de sobreposição entre as
fotografias. A figura ilustra como uma sequência de imagens é coletada por um vant e como são
formadas as sobreposições frontais.

O operador do vant recebe uma encomenda na qual as imagens devem ter uma sobreposição frontal
de 20% em um terreno plano. Para realizar a aquisição das imagens, seleciona uma altitude H fixa
de voo de 1.000 m, a uma velocidade constante de 50 m s−1. A abertura da câmera fotográfica do
vant é de 90. Considere tg (45) = 1.
Natural Resources Canada. Concepts of Aerial Photography. Disponível em: www.nrcan.gc.ca. Acesso em: 26 abr. 2019
(adaptado).

Com que intervalo de tempo o operador deve adquirir duas imagens consecutivas?
a) 40 segundos
b) 32 segundos
c) 28 segundos
d) 16 segundos
e) 8 segundos

4
Física

Gabarito

1. C
Como a velocidade de expansão do universo é assumida como constante, a razão entre a extensão do
universo observável atual e o tempo se mantém constante. Assim, a proporção abaixo é válida, e
podemos determinar a extensão do universo em 20 bilhões de anos.
93 bal x 20 ba  93 bal
= x=  x  135 bal
13,8 ba 20 ba 13,8 ba

2. C
Usando regra de três simples e direta:
1mm 3 dias
 t = 270 dias  t = 9 meses.
90 mm t

3. C
ΔS 150.0 00.000
Δt = = = 500 s  Δt  8,3 s.
v 3 00.000

4. B
O ultrassom emitido pelo morcego deve percorrer o dobro da distância entre os dois objetos. Neste caso,
consideramos que ambos estão parados ou com o mesmo movimento uniforme, ou seja, a velocidade
relativa entre ambos é nula. Assim, usando a definição de velocidade média:
2d vt
v= d=
t 2
340 m s  0,3 s
d=  d = 51m
2

5. C
- Usando movimento uniforme:
O espaço percorrido é:
ΔS = 25  30 = 750cm = 7,5m.

Calculando o tempo:
ΔS 7,5
Δt = = = 2,5 min  Δt = 2 min e 30 s.
v 3

- Usando análise dimensional:


1 min 0,3 m
Δt =   25 folhas = 2,5 min  Δt = 2 min e 30 s.
3m folha

6. C
Como a variação de temperatura nas escalas Celsius e Kelvin são iguais, então a variação dada no texto
em Celsius, já nos fornece a variação na escala Kelvin, ou seja:
ΔT = 20 − ( −40 )  ΔT = 60 C = 60 K

5
Física

7. B
Relação entre as escalas:

C−0 R − ( −20 )
=
100 − 0 80 − ( −20 )
C R + 20
=
100 100
 C = R + 20

8. A
A transformação de escalas de temperatura em Fahrenheit (F) para Celsius (C) é dada pela
proporção:
C F − 32
=
5 9

Assim, substituindo o valor da temperatura em Fahrenheit para o congelamento do álcool, temos


C −175 − 32 5  ( −207 )
= C=  C = −115C
5 9 9

9. E
Considerando a namorada e o namorado como móveis A e B respectivamente, ambos efetuando um
movimento retilíneo uniforme, podemos definir as equações das suas posições (s) com relação ao
tempo (t) usando as grandezas no Sistema Internacional de Unidades:
sA = 180 + 0,5t
sB = 5t

Quando houver o encontro dos dois, suas posições são as mesmas, portanto:
sA = sB
180 + 0,5t = 5t

Assim, isolando o tempo temos o tempo de encontro.


180 = 5t − 0,5t
4,5t = 180
180
t=
4,5
 t = 40 s

6
Física

10. B
Analisando dois triângulos sobrepostos, temos:

1000
tg45 =  L = 2000 m
L2

Distância percorrida pelo avião entre duas fotos:


d = 0,8  2000 m = 1600 m

Portanto, o intervalo de tempo procurado é de:


d 1600 m
Δt = =
v 50 m s
 Δt = 32 s

7
Geografia

Estados Unidos: construção e regionalização

Teoria

Formação socioespacial
Os Estados Unidos foram uma colônia britânica. Em 4 de julho de 1776, declararam sua independência e
começaram um processo de expansão imperialista, e sua ocupação se dava na costa leste. Eram 13 colônias
do Atlântico, por onde as capitanias chegaram; o processo de ocupação era semelhante ao do Brasil e dos
demais países colonizados, e a concentração populacional se dava no litoral. No caso dos EUA, o objetivo,
naquele momento, era expandir o imperialismo norte americano em direção ao oeste, cruzando os montes
apalaches. A ocupação e a colonização contaram com muitos impactos ambientais e com o genocídio da
população indígena.

Montes apalaches e o desafio imperialista

Ocupação para o Oeste


Essa política foi criada com o intuito de atrair imigrantes, mas o que poderia convencer os europeus a saírem
do seu país em direção às colônias recém consolidadas?! Para isso, os EUA estabeleceram uma política de
distribuição de terras, ou seja, venda de terra a preços muito baixos e com uma cláusula de que a pessoa teria
de permanecer nela por pelo menos 5 anos. Isso permitiria uma consolidação do vínculo, criando também
uma estrutura ao redor.
Essa política, além de ocupar o interior, criou uma classe média, pois a distribuição de terras ocorreu de forma
menos concentrada que no Brasil. As ferrovias eram o terceiro eixo de ação para essa integração, permitindo
também o escoamento de mercadorias e criando cidades ao redor da linha férrea. Toda essa ocupação era
feita com base no Destino Manifesto, que dizia que o povo americano seria portador da missão divina de
promover o desenvolvimento de áreas de subdesenvolvimento, justificando o genocídio de pessoas indígenas
e os impactos ambientais.
A partir disso, os EUA compraram muitos territórios franceses e espanhóis, invadiram territórios e compraram
parte dos mexicanos, além de ter ganhado terras dos ingleses. Dessa forma, conseguiram consolidar um
imenso território do oceano Atlântico ao Pacífico ainda no século XIX.

1
Geografia

Regionalização dos EUA

Nordeste – Manufecturing Belt


Em azul, se estabelece o cinturão manufatureiro (ou cinturão fabril), que marca o início da industrialização e
é fruto das antigas 13 colônias. Se destacou pela exploração de ferro e carvão, muito importantes para
industrialização não só dos EUA, mas do mundo; nele esteve presente a 2ª e a 3ª Revolução Industrial
(lembrando que a 1ª Revolução Industrial demandava carvão, e na 2ª, houve o crescimento das
automobilísticas e siderúrgicas onde a jazida de ferro tem papel central). Foi nesse território, portando a
região de desenvolvimento do Fordismo e, consequentemente, a área mais povoada do EUA, em que houve
algumas consequências espaciais:
• Detroit: muito destaque na indústria automobilística;
• Bosh–Wash: maior megalópole do mundo; aglomerado urbano fruto dessa intensa ocupação urbano-
industrial;
• New York: empresas e bancos sediados lá; bolsa de valores de NY;
• Chicago: centro da tecnologia agropecuária – bolsa das commodities definem seu valor para o mundo.
Sede de importantes faculdades e polos tecnológicos; MIT - Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Atualmente, a desconcentração industrial altera essas espacialidades. Por exemplo: no centro de NY não
estão as indústrias, e sim os centros de poder, isso porque as partes pesadas das indústrias foram enviadas
para os países subdesenvolvidos, sobretudo as partes de extração de matéria-prima e indústria mais bruta, o
que ajuda a industrialização dos países economicamente atrasados. Os países subdesenvolvidos ofereciam
vantagens comparativas, como mão de obra barata e vantagens fiscais. Essa região, portanto, perdeu grande
parte de suas indústrias, mas manteve-se enquanto centro de poder, uma vez que as sedes administrativas
das empresas permanecem lá.
Detroit é um grande exemplo disso, uma cidade de Michigan que se estabelecia como um grande polo
industrial da indústria automobilística. Com a desconcentração industrial, há um esvaziamento das vagas de
emprego na região, o que gerou uma grande migração de uma população branca para subúrbios, como
Brooklyn (Nova York), além da própria gentrificação. A concorrência japonesa no setor automobilístico
também contribuiu para esse esvaziamento. A população reduziu muito e ela se tornou uma espécie de cidade
fantasma, muito perigosa em seus vazios urbanos. Em 2013, declarou falência e atualmente se estabelece
novamente enquanto uma área de oportunidade de investimentos, justamente por essa desvalorização.

2
Geografia

Costa-Oeste ao Sul dos EUA - Sun Belt


Essa é a área de ocupação mais recente e que ganha muita importância no pós-Segunda Guerra Mundial. Aqui
se deu o desenvolvimento de importantes atividades militares e tecnológicas. É nessa área que encontramos
a famosa “Área 51”, que foi uma importante região para desenvolvimento e uso de material nuclear. Por não
ser habitada, era usada para testes, o que possibilitou um crescimento tecnológico de maneira geral.
Vale do Silício – principalmente no pós-Guerra Fria, os EUA passaram a investir mais em tecnologia do que
em poder militar naquela área, e então surge o Vale do Silício, o polo tecnológico mais importante do mundo.
É importante lembrar que os polos tecnológicos (ou tecnopolos) são centros de pesquisa onde tecnologias
são desenvolvidas. Ali se concentram universidades e empresas que fazem pesquisas de mercado e
desenvolvem as melhores tecnologias. Com esse desenvolvimento, foi possível que o país entrasse na 3ª
Revolução Industrial. Por isso, pode-se entender que foi nesse território que o Toyotismo se implementou.
Com isso, ocorre uma grande migração do Nordeste dos EUA para o Sun Belt.
Além disso, podemos destacar na região:
• Texas e o polo tecnológico de Austin;
• Sedes da Nasa, da Texaco (Texas Company);
• Califórnia, São Francisco e Los Angeles, a 2ª maior metrópole americana. Isso indica grandes capitais,
uma em cada extremo do país (NY a leste). Atraiu muitas indústrias de ponta. Em L.A. fica também
Hollywood, demonstrando que a região possui influência financeira, econômica, produtiva e também
cultural.

Doutrina Bush e suas consequências


Todos os conflitos precisam de alguma justificava, mesmo que ela seja artificialmente criada. Até o final da
década de 1980, vivia-se um contexto de Guerra Fria. O grande inimigo dos países naquele momento eram
os contrários à ideologia dominante, fosse ela capitalista ou socialista.
Com o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos e parte do mundo ficaram de certa forma sem um inimigo
evidente, parecia que os conflitos iriam diminuir. Todavia, o atentado terrorista provocado pela al-Qaeda no
dia 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, mudou isso. O terrorismo passou a ser o novo inimigo que
deveria ser enfrentado a partir de ataques preventivos, concepção que ficou conhecida como Doutrina Bush.
Essa reorientação geopolítica do final do século XX para o XXI significou um conjunto de transformações no
Oriente Médio, resultando em diversas guerras ainda em andamento.
A partir desse atentado, o governo de George W. Bush declara Guerra ao Terror e estabelece o “Eixo do Mal”,
lista de países que, possivelmente, teriam vínculos com organizações terroristas. Depois da Primeira Guerra
do Golfo, o regime de Saddam Hussein não caiu, e a necessidade de dominar territorialmente a região
continuava presente. Assim, o governo americano aproveitou o plano de fundo do terrorismo para realizar
uma segunda invasão ao Iraque. Com o apoio do Reino Unido, e contra a decisão da ONU, os Estados Unidos
invadem o Iraque, alegando uma suposta produção de armas químicas de destruição em massa. Os países
muçulmanos consideram o ataque como uma guerra contra o islamismo, e a instabilidade na região só
cresceu. O líder Saddam Hussein foi capturado por tropas norte-americanas e entregue à justiça iraquiana,
sendo julgado e condenado à morte em 2006. Somente em 2011, o presidente Barack Obama iniciou a retirada
de soldados do Iraque, sem que a situação política estivesse pacificada.

3
Geografia

Tropas americanas invadem o Iraque

Fonte: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/975331/eua-invadiram-iraque-ha-15-anos-como-e-que-se-deixou-aquilo-
acontecer

Crise de 2008
Sobre a crise de 2008, é importante entender que o crescimento do mercado nesse período ocorria de forma
especulativa, a exemplo do mercado imobiliário. Similar ao que acontece no Brasil, você compra o imóvel e
espera ele ficar mais caro para revender, de modo que a questão da moradia urbana se torne, na verdade, um
investimento financeiro; gerando mais compras, o mercado se aquece. Nos EUA, o que estava acontecendo
era o seguinte: muita gente pegando empréstimo no banco para comprar imóveis financiados, mas para isso
a população hipotecava sua casa para poder investir e fazer mais dinheiro, na maioria das vezes. Ou seja, o
plano do americano médio era pegar um empréstimo, comprar um imóvel, esperar ele ficar mais caro, vender,
pagar o empréstimo e ficar com o lucro. À medida que muitos faziam isso, com base na lei da oferta e da
procura, a oferta de apartamento era imensa: todo mundo que comprou queria vender, tinha pouca gente para
comprar, os preços dos imóveis começam a cair, as dívidas passam a crescer – porque as pessoas pegaram
o empréstimo, mas não conseguem pagar – e então, para se livrar do problema, acabavam vendendo barato
e não ficando com lucro nenhum, e as vezes até com mais dívidas.
Com isso, muitos empréstimos não foram não quitados e os bancos ficaram no déficit. Com bancos e
seguradoras em crise, travou-se a liberação de crédito, reduzindo o consumo. Uma indústria que sentiu muito
o impacto da crise foi a automobilística, já que para comprar um carro as pessoas precisam de um
empréstimo ou financiamento. Em uma economia globalizada, quando a bolsa americana quebra, todos os
países que dependem dela quebram junto. Para sair da crise, o Estado americano injetou muito dinheiro na
economia. Houve até a estatização do Northern Rock, um grande banco britânico de crédito imobiliário. Nesse
mesmo período, União Europeia e Japão também passavam por crises. Por isso, até 2013 eram os países
emergentes (com destaque para os BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que dominavam o
crescimento da economia do mundo. Em 2013, o crescimento econômico passa de novo para a mão dos
países mais ricos, que detém mais de 50% do crescimento. EUA, Reino Unido e Japão voltam a se recuperar.

4
Geografia

Era Trump
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sustentou toda a sua campanha presidencial, durante o
ano de 2016, com promessas de desenvolvimento para os Estados Unidos sob o lema “America First”. Ele
prometia um grande crescimento econômico mais uma política de empregos. Porém, as medidas que o
empresário expunha contemplavam apenas uma parcela dos americanos.
A eleição de Trump representou o desejo dos republicanos. Durante os oito anos de governo Obama, as
fronteiras dos Estados Unidos estiveram mais abertas para os estrangeiros. Trump implementou uma política
de protecionismo, restringindo a atividade econômica americana, dificultando processos de imigração,
incitando uma corrida armamentista e cancelando programas de políticas públicas.
Ao mesmo tempo, no sentido oposto, a China tem demonstrando um crescimento assombroso, a partir de
investimentos em transportes e comunicações. Pode-se dizer que está em curso uma guerra comercial, onde
essas duas grandes superpotências se sobretaxam, ou seja, dificultam o comércio entre elas próprias. A
China, Rússia, Irã, Venezuela, Coreia do Norte e Cuba são importantes países que lutam contra a hegemonia
americana nos modelos desenvolvimentistas.
Além dos EUA, os próprio BREXIT, o crescimento de eurocéticos e movimentos separatistas indicam uma
crise nas uniões econômicas, propiciadas num primeiro momento pela globalização, além do próprio
crescimento dos muros e barreiras, sejam comerciais ou físicas, como é o caso do muro com o México ou a
recusa em aceitar refugiados.
Com a eleição e posse de Joe Biden e Kamala Harris, diversas decisões políticas de Trump foram revertidas.
Entre elas, Estados Unidos voltam a fazer parte do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde. A
construção do muro entre Estados Unidos e México é paralisada, e o veto à migração de pessoas de países
mulçumanos é suspenso. Por fim, foi criado um programa de 1,9 trilhão de dólares para recuperação
econômica dos Estados Unidos.

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Geografia

Exercícios

1. Durante a expansão territorial, a forma encontrada pelo governo americano para incentivar a ocupação
de todo esse “vazio territorial” foi a partir da Homestead Act, que determinava:
a) A distribuição gratuita de territórios para todo cidadão americano, desde que ele não fosse
pertencente à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
b) A venda da terra a um preço muito baixo desde que a pessoa tivesse ao menos 21 anos e que
habitasse e cultivasse a terra por, pelo menos, cinco anos.
c) A distribuição de terra gratuita para todos aqueles que tivessem informações que levassem à
prisão de criminosos.
d) A distribuição de terras para os veteranos da Guerra Mexicano-Americana.
e) A venda da terra por preços normais com condições de pagamento facilitadas para todos que
lutassem contra as nações indígenas hostis.

2. A formação de blocos econômicos tem como principal objetivo a maximização das relações comerciais
entre os países integrantes. Nesse sentido, os países da América do Norte formaram um dos blocos
econômicos mais importantes do planeta. Marque a alternativa que corresponde a esse bloco
econômico.
a) Mercosul
b) Apec
c) União Europeia
d) Nafta
e) Comunidade dos Estados Independentes (CEI).

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Geografia

3. (FUVEST) Observe o mapa.

Atlas Geográfico Escolar. IBGE, 2012.

Com base no mapa e em seus conhecimentos sobre os EUA,


a) aponte duas razões da importância geopolítica desse país, na atualidade, considerando sua
localização e dimensão territorial;
b) explique a importância econômica, para esse país, da região circundada no mapa, considerando
os recursos naturais e os aspectos humanos.

4. (UECE 2018) Assinale com V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso, o que se diz a seguir sobre o
papel dos Estados Unidos da América na geopolítica e na geoeconomia internacionais.
( ) Continuam sendo a maior potência política e econômica do mundo, pois sua superioridade militar
é esmagadora e o país ainda detém o maior produto interno bruto (PIB) do planeta.
( ) Têm no seu mais recente presidente eleito, Donald Trump, um reconhecido conservador no que
tange às ações de política externa em relação a países como Irã, Venezuela e Coreia do Norte.
( ) Fortaleceram importante posição de liderança ambiental global ao assumir compromissos na luta
contra os efeitos das mudanças climáticas, em especial durante o Acordo de Paris sobre Mudança do
Clima.
( ) Com a crise econômica sentida nos último anos, o país tem desenvolvido uma política de
desmilitarização e redução dos custos com armamentos, fato que já resultou numa diminuição das
tensões internacionais com países inimigos.

Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:


a) F, V, F, V.
b) V, F, V, F.
c) V, V, F, F.
d) V, F, V, V.

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Geografia

5. (FUVEST 2016) O processo de expansão das características multilaterais do sistema ocidental nas
diversas áreas do mundo conheceu crescente impasse a partir do início do novo século. A
sustentabilidade de um sistema substancialmente unipolar mostrou-se cada vez mais crítica,
precisamente em face das transformações estruturais, ligadas, antes de mais nada, ao crescimento
econômico da Ásia, que pareciam complementar e sustentar a ordem mundial do pós - Guerra Fria. A
ameaça do fundamentalismo islâmico e do terrorismo internacional dividiu o Ocidente. O papel de pilar
dos Estados Unidos oscilou entre um unilateralismo imperial, tendendo a renegar as próprias
características da hegemonia, e um novo multilateralismo, ainda a ser pensado e definido.
Silvio Pons. A revolução global: história do comunismo internacional (1917-1991). Rio de Janeiro: Contraponto, 2014.

O texto propõe uma interpretação do cenário internacional no princípio do século XXI e afirma a
necessidade de se
a) Valorizar a liderança norte-americana sobre o Ocidente, pois apenas os Estados Unidos dispõem
de recursos financeiros e militares para assegurar a nova ordem mundial.
b) Reconhecer a falência do modelo comunista, hegemônico durante a Guerra Fria, e aceitar a vitória
do capitalismo e da lógica multilateral que se constituiu a partir do final do século XX.
c) Combater o terrorismo islâmico, pois ele representa a principal ameaça à estabilidade e à
harmonia econômica e política entre os Estados nacionais.
d) Reavaliar o sentido da chamada globalização, pois a hegemonia política e financeira norte
americana tem enfrentado impasses e resistências.
e) Identificar o crescimento vertiginoso da China e reconhecer o atual predomínio econômico e
financeiro dos países do Oriente na nova ordem mundial.

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Geografia

Gabaritos

1. B
A estratégia de ocupação dos EUA foi a venda de terras a preço baixíssimo, com a promessa de
permanência, o que tinha como objetivo criar infraestrutura de cidades e colonização.

2. D
O Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) é um bloco econômico composto pelos três
países que compõem a América do Norte: México, Estados Unidos e Canadá.

3.
a) Entre as razões da importância geopolítica dos Estados Unidos, podem-se citar: o país é a principal
potência mundial, tanto política como militar; é uma das maiores extensões territoriais do mundo,
banhado pelos oceanos Atlântico e Pacífico. Além disso, é rico em diversos recursos naturais, como
petróleo, gás natural, gás de xisto, metais; possui a terceira maior população mundial e o maior
mercado consumidor, devido ao seu alto poder aquisitivo.

b) A região destacada no mapa é o Nordeste americano. Corresponde ao Cinturão dos Manufaturados


(Manufacturing Belt) ou Cinturão da Ferrugem, como é conhecido hoje. Possui uma grande
concentração populacional e urbana, a exemplo da megalópole BosWash (Boston até Washington).
É um dos maiores mercados consumidores do país, além de ser uma região rica em recursos
naturais, como ferro e carvão.

4. C
Os EUA seguem investindo muito na indústria bélica e no poderio militar, e permanecem como o país
com maior PIB do mundo, apesar da China ser um forte concorrente. Tal condição explica o erro da quarta
afirmativa. A terceira afirmativa é falsa, pois em 2018, durante a presidência de Trump, os Estados Unidos
protocolaram sua saída do Acordo de Paris. Com a eleição e posse de Biden, voltaram ao acordo.

5. D
A ameaça do fundamentalismo islâmico e do terrorismo internacional e as mudanças estruturais ligadas
ao crescimento econômico da Ásia remetem ao questionamento, respectivamente, da hegemonia
política e militar dos Estados Unidos.

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História

Egito e Mesopotâmia

Teoria

O Egito e o Nilo
Assim como as sociedades que se desenvolveram ao redor dos rios Tigre e Eufrates, na África, povos
anteriormente nômades passaram a ocupar as margens do rio Nilo e desenvolver uma sociedade hidráulica
e agrária graças as cheias do rio. Tendo em vista que o norte da África possui um clima árido e regiões
desérticas, o rio Nilo, como afirmou o grego Heródoto, tornou-se a “dádiva do Egito”. Para compreendermos
o desenvolvimento dessa civilização, podemos dividir a história do Egito em 3 fases: o Antigo Império (3200
a.C. – 2100 a.C.), o Médio Império (2100 a.C. – 1580 a.C.) e o Novo Império (1580 a.C.-715 a.C.).

(Fonte: https://www.coladaweb.com/historia/civilizacao-egipcia)

O Antigo Império (3200 a.C. – 2100 a.C.)


Antes das formações dinásticas do Egito, as civilizações que viviam na região já desenvolviam muitas
tecnologias e técnicas fundamentais para o estabelecimento da agricultura e para o uso das águas do rio
Nilo. Esse desenvolvimento também culminou na própria divisão da sociedade em “nomos” e, posteriormente,
na formação de cidades e de um império com um governo centralizado na figura do Faraó. Por volta de 3500
a.C., enfim, dois reinos haviam se formado na região, sendo eles o Alto Egito, ao sul e o Baixo Egito, no Norte.

8
História

Apesar de ainda ser algo controverso e da existência do Faraó Menés não ser amplamente aceita, estima-se
que mais ou menos em 3.200 a.C. este Faraó teria unificado os dois territórios e iniciado os períodos
dinásticos do Antigo Império. O novo Faraó passou a ser cultuado como um deus, em um regime conhecido
como monarquia teocrática, centralizou o governo dos nomos e desenvolveu ainda mais os aparatos de
controle sobre o rio Nilo, burocratizando o acesso às tecnologias, à terra e desenvolvendo o modo de
produção.

Sobre essa questão, vale destacar que, quem controlava as terras e a exploração das tecnologias usadas para
canalização do Nilo, para a irrigação, para a drenagem e para o aproveitamento das enchentes era o Estado e
uma elite local. Visto isso, o Estado aproveitava a mão de obra que trabalhava nas terras e nas obras públicas
em um regime de servidão coletiva. Assim, apesar de utilizarem a terra para a subsistência de suas famílias,
estes servos deveriam pagar ao Estado tributos em forma de dinheiro, mercadoria, excedente de produção ou
mais trabalho pelo uso da terra. Essa forma de relação social desenvolveu classes sociais distintas e foi muito
comum em regiões como o Egito e a Mesopotâmia, sendo conhecido como o Modo de Produção Asiático.
Graças ao trabalho dessas pessoas, o Egito viveu um grande período de
desenvolvimento político, econômico e cultural e, durante a terceira e a quarta dinastia,
sobretudo no poder dos faraós Seneferu (2613 – 2589 a.C.) e Queóps (2589 – 2498
a.C.) o Antigo Império viveu seu auge, com a construção inclusive de grandes
pirâmides e monumentos arquitetônicos. Essas obras, apesar de terem um importante
significado político, pois demonstrava o poder de seus Faraós, eram utilizadas como
túmulos para Faraós e nobres. Os egípcios, politeístas, acreditavam que com a
mumificação e o enterro dos Faraós ao lado de seus pertences, o corpo divino do líder estaria protegido pela
pirâmide e pronto para uma possível reencarnação no futuro, segundo os ideais religiosos.
Vale destacar que, graças à prática da mumificação, os egípcios também foram fundamentais para o
desenvolvimento de noções anatômicas, de componentes químicos e de uma medicina antiga muito rica.
Assim como, a construção das pirâmides levou à descoberta de noções matemáticas e ao desenvolvimento
de técnicas de arquitetura avançadíssimas.

Médio Império (2000 a.C. – 1580 a.C.)


Por volta de 2300 a.C., o Antigo Império passou a conviver com séculos de instabilidade política e econômica,
marcada pelas secas, pela fome e por pestes. Neste período, a crise levou ao enfraquecimento do Faraó e ao
fortalecimento de nobres locais, nos antigos nomos, chegando ao fim o Antigo Império.
Apenas em 2061 que o império retomou a centralização do poder com o faraó Mentuhotep II (2061 a.C. –
2010 a.C.), que derrotou os líderes das nomas e transformou Tebas na nova capital do império. No entanto,
apesar da vitória, os constantes conflitos entre o faraó e os nomarcas permitiu o enfraquecimento dos
egípcios e, posteriormente, o início de uma forte invasão estrangeira, com os hebreus e os hicsos. A ocupação
dos hicsos durou quase dois séculos e sacramentou o fim do chamado Médio Império.

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História

Novo Império (1580 a.C. – 525 a.C.)


A unidade política foi resgatada novamente por volta de 1580 a.C., com a insurreição dos egípcios contra os
hicsos, que marcou enfim o início do Novo Império. Os hebreus, que também haviam penetrado na civilização
egípcia, foram escravizados com a derrota dos hicsos, mantendo-se nesta condição de cativeiro até a fuga
em 1250 a.C.
Foi neste período que se consolidou no Egito a estrutura social mais complexa dessa civilização: no topo, o
Faraó era uma figura divina e representava o Estado, abaixo, entre os nobres, encontrava-se o Vizir, que era
indicado pelo Faraó para cuidar da administração do Estado, e os sacerdotes, responsáveis pelas questões
religiosas. Nas classes intermediárias, além dos soldados, existiam os escribas, responsáveis pela
contabilidade, por registros e fiscalizações no reino. Por fim, dentre as classes mais baixas estavam os
artesãos, os comerciantes, os camponeses e, na base os escravizados.

Uma das principais características deste período foi o desenvolvimento bélico e a expansão egípcia para
novas terras, conquistando regiões ao sul, próximo ao Sudão e ao leste, próximo à Mesopotâmica com
Tutmés III (1480 a.C. – 1448 a.C.) e, com Ramsés II(1292 a.C. – 1225 a.C.) chegando inclusive na Ásia. Essa
expansão garantiu o domínio de outros povos, a conquista de escravizados uma era de muita riqueza para o
Novo Império.
Entretanto, apesar das diversas conquistas no exterior, internamente o império mais uma vez ruía graças aos
conflitos entre nobres e sacerdotes. Por volta de 1100 a.C., mais uma vez o Egito voltou a se fragmentar em
dois reinos, o que foi crucial para o enfraquecimento desta civilização e a posterior conquista do Egito por
outros impérios que cresciam ao redor, como o macedônico e o romano.

Mesopotâmia, a “terra entre rios”

(Fonte: https://www.todoestudo.com.br/historia/crescente-fertil)

A região da Mesopotâmia (palavra que em grego significa “entre rios”) marca um processo histórico de
sedentarização da humanidade. Os antigos grupos humanos que habitavam aquele território costumavam
viver como nômades, sem lugar fixo, no entanto, a ocupação da região ao redor dos rios Tigre e Eufrates
permitiu uma experiência revolucionária, que estabeleceu Cidades-Estados, uma agricultura estável e a
construção de importantes tecnologias e técnicas para aproveitar a água da região.

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História

A escolha da Mesopotâmia para a ocupação está relacionada a larga faixa de terra fértil que vai do rio Nilo ao
Golfo Pérsico, permitindo acesso à água, fácil agricultura e uso das cheias para irrigação. Assim, a geografia
da região influenciou diretamente na formação de sociedades hidráulicas, que dependiam profundamente
das cheias dos rios e do que as águas poderiam fornecer.

As civilizações da mesopotâmia

Sumérios
Foram os primeiros povos a habitarem a Mesopotâmia aproximadamente em 4.000 a.C.,
migrando principalmente para a região conhecida, hoje, como o Iraque. Os sumérios se
estabeleceram na região fundando cidades como Quish, Ur, Uruk, Nipur e Lagash, que,
segundo achados arqueológicos, demonstram um impressionante desenvolvimento
urbano, com complexas formas de administração e organização para o período. Os
sumérios também desenvolveram ricas técnicas de arquitetura, engenharia e escrita,
construindo enormes templos como os zigurates (templos de poder político e religioso), armazéns, técnicas
de irrigação e plantio e até mesmo a escrita cuneiforme.

Acádios
Com o enfraquecimento Sumério depois de muitas disputas internas, outros grupos que habitavam a região,
principalmente vindos da Síria, passaram a invadir as cidades construídas na Mesopotâmia. Por volta de 2500
a.C., esses grupos absorveram os conhecimentos sumérios e desenvolveram novas formas de ocupar a
região, construindo a cidade conhecida, como Acad. Com a conquista realizada, o rei Sargão I unificou as
antigas cidades e fundou o Império Mesopotâmico.

Amoritas – Primeiro Império Babilônico


Os povos amoritas foram os sucessores dos acádios na ocupação da região mesopotâmica. As amoritas
ocuparam inicialmente a região da Babilônia, mas, com o reinado de Hamurabi (1728-1686 a.C.) logo se
espalharam por todo o Golfo Pérsico, fundando o I Império Babilônico.
Hamurabi também foi responsável pela criação de um conjunto de leis conhecidas como o “Código de
Hamurabi”, sintetizadas pela frase “Olho por olho, dente por dente”. Na lei, aquele que cometesse um crime,
seria condenado com uma pena semelhante ao crime que cometeu. A antiga Babilônia também se tornou um
importante centro comercial na antiguidade e uma referência urbana e arquitetônica para a época.

Assírios - Império Assírio


Semitas que viviam na região norte da Mesopotâmia e assumiram o poder após a queda das amoritas. Os
assírios ficaram conhecidos pelo Estado forte e centralizado e pela militarização dessa civilização. Eram
cruéis e utilizavam técnicas inovadoras no combate, destacando o uso de armas de ferro, cobre e estanho,
que garantiram grandes vitórias e a conquista de escravos, base de trabalho dessa sociedade. Apesar o
desenvolvimento, sucessivas crises internas permitiram que os Impérios Assírios fossem derrotados pelos
povos Caldeus.

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História

Caldeus - Segundo Império Babilônico


Em 612 a.C. os Caldeus e os Medos iniciaram ataques à Nínive, capital do Império Assírio, e conquistaram o
território, fundando o Segundo Império Babilônico. Foi o rei Nabucodonosor (605 – 563 a.C.), com um poder
centralizado, quem transformou a capital Babilônica novamente em um importante centro comercial, criando
fortalezas militares, investindo em obras públicas e na construção os famosos Jardins suspensos e o zigurate
conhecido como Torre de Babel.

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História

Exercícios

1. (UFSM 2013)

O mapa acima indica os diversos caminhos do povo hebreu na Antiguidade, destacando a migração de
Ur para a Palestina (por volta de 1900 a.C.), a ida ao Egito (1700 a.C.), o Êxodo (1200 a.C.), a deportação
para a Babilônia e o regresso à Palestina (século VI a.C.). A partir desses dados, pode-se inferir:
a) O povo hebreu realizou trocas comerciais e culturais com o Egito e a Mesopotâmia, e essas trocas
influíram na sua formação cultural e religiosa.
b) Como se percebiam como "povo eleito por Deus", os hebreus recusavam qualquer influência das
culturas e das religiões dos povos do Oriente Médio.
c) A força política e militar dos hebreus se impôs sobre os reinos do Oriente Médio, originando uma
cultura e religião dominantes na região.
d) As migrações dos povos da Antiguidade eram raras, devido às péssimas condições das estradas
e à precariedade dos meios de transporte.
e) As migrações de povos tornaram-se possíveis com as facilidades criadas pelas sociedades
estatais no Egito e Mesopotâmia.

8
História

2. (UFTM MG/2011) (...) um dos traços mais visíveis da economia egípcia antiga era, sem dúvida, o
estatismo faraônico: a quase totalidade da vida econômica passava pelo faraó e seus funcionários, ou
pelos templos. Estes últimos devem ser considerados parte integrante do Estado, mesmo se, em certas
ocasiões, houve atritos entre a realeza e a hierarquia sacerdotal (...). As atividades produtivas e
comerciais, mesmo quando não integravam os numerosos monopólios estatais, eram estritamente
controladas, regulamentadas e taxadas pela burocracia governamental.
(Ciro F. Cardoso. O Egito Antigo, 1982. Adaptado.)
A partir do texto, conclui-se que, no antigo Egito:
a) a economia era ineficiente, pois funcionários corruptos exploravam os camponeses e desviavam
os impostos devidos ao Estado.
b) as constantes disputas entre a burocracia estatal e os sacerdotes levaram à separação entre o
poder político e religioso, o que comprometeu o poder do faraó.
c) o domínio do poder público sobre a sociedade inibiu o surgimento de iniciativas privadas, capazes
de racionalizar a produção e evitar o desperdício.
d) a cobrança de impostos constituía-se na principal atividade do Estado, que não dispunha de
exércitos organizados para enfrentar inimigos externos.
e) a organização da economia garantia ao estado o controle dos excedentes de produção, que se
constituíam em importante fator de poder político.

3. (UFPEL RS/2014) Leia o trecho abaixo:


― Desde o início da década de 1990, o __________ – país que ocupa a região situada entre os rios Tigre
e Eufrates – tem se envolvido em conflitos com os países vizinhos (como o Kuwait) e outras nações
(como Estados Unidos e Inglaterra). Além das trágicas perdas humanas, essas guerras acarretaram
outro prejuízo também irreparável: a destruição de sítios arqueológicos e vestígios de antigos povos da
_____________, importante material de estudo que nos auxilia a compreender o modo de vida na
Antiguidade.
(PETTA, Nicolina, OJEDA, Eduardo. História: uma abordagem integrada. v. único. São Paulo: Moderna, p. 10.)

Com base na leitura do texto, a alternativa que preenche corretamente as lacunas é:


a) Irã – Mesopotâmia.
b) Iraque – Grécia.
c) Iraque – Mesopotâmia.
d) Irã – Itália.
e) Iraque – Galícia.

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História

4. (UPF 2018) Na chamada Antiguidade Oriental, as sociedades, notadamente a egípcia e a


mesopotâmica, desenvolveram-se em regiões semiáridas, onde obras hidráulicas grandiosas eram
necessárias para o cultivo agrícola. Então, nessas sociedades:
a) Desenvolveu-se o modo de produção escravista intimamente ligado ao caráter bélico e
expansionista dessas sociedades.
b) A forma de trabalho predominante era a servidão coletiva, e o indivíduo explorava a terra como
membro da comunidade e servia ao Estado, proprietário dessa terra.
c) O principal instrumento de poder das camadas populares era constituído pelo Estado, que
assegurava o seu domínio sobre os outros grupos sociais.
d) A superação das comunidades coletivas levou ao surgimento da propriedade privada e, como
resultado, à utilização da mão de obra escrava.
e) A ampla utilização do trabalho livre garantia a produção de excedentes, que era necessária para
as trocas comerciais e para o progresso econômico.

5. (UEG GO/2013) Grandes civilizações começaram a se formar por volta de 7 mil anos atrás [...]. Essas
civilizações, pelas suas características, são chamadas de sociedades agrárias ou férteis, mas existem
ainda outras denominações, como Impérios Teocráticos de Regadio.
(ARRUDA, José J. de A; PILETTI, Nelson. Toda a história – História geral e
história do Brasil. São Paulo: Ática, 2000. p. 17.)
O texto refere-se ao nascimento das primeiras civilizações humanas no Crescente Fértil. Sobre este
assunto:
a) identifique três dessas grandes civilizações, uma no continente africano e duas no asiático.
b) Explique o significado da expressão “Impérios Teocráticos de Regadio”.

8
História

Gabaritos

1. A
O mapa demonstra a intensa migração dos hebreus pela região do Oriente Próximo devido as diásporas
que foram obrigados ou a movimentos de fuga de determinadas situações, logo, todo esse deslocamento
foi marcado pelo contato com outros povos, cultura e religiões, o que, naturalmente, influenciou tanto
religiosamente quanto culturalmente esses grupos.

2. E
No Egito Antigo o Estado era o grande detentor de terras e quem tinha o controle sobre os trabalhos
realizados na servidão comunitária. Assim, o Estado e a nobreza garantiam para si tributos pagos pelos
camponeses e trabalhadores urbanos, excedentes de produção e até mesmo o monopólio sobre
tecnologias hidráulicas.
.
3. C
Um país que hoje ocupa a região entre os rios é o Iraque e herda vestígios e sítios arqueológicos das
antigas civilizações mesopotâmicas.

4. B
Na antiguidade oriental as relações de produção e trabalho foram marcadas pelo modo de produção
asiático que consistia na utilização da terra, pelos servos, para a subsistência de suas famílias, em
contrapartida eles deveriam pagar ao Estado tributos em forma de dinheiro, mercadoria, excedente de
produção ou mais trabalho pelo uso da terra.

5.
a) Na Ásia: assírios, babilônicos, caldeus, sumérios, fenícios, hebreus. Na África: Civilização Egípcia, o
Reino de Kush, a Civilização Núbia e o Império Axumita.

b) Este modelo político estava relacionado ao monopólio do Estado sobre as tecnologias hidráulicas e
sobre as terras e, consequentemente, a profunda relação entre um líder político com características
divinas e o próprio Estado.

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Matemática

Exercícios: Conjuntos numéricos

Exercícios

1. Considere o número abaixo:


𝑋 = 1, 01001000100001 …

(O padrão se mantém, ou seja, a quantidade de zeros entre números uns consecutivos sempre aumenta
exatamente uma unidade). O número 𝑋 e racional ou irracional?

2. De acordo com os conjuntos numéricos, analise as afirmativas abaixo:


I. Todo número natural é inteiro.
II. A soma de dois números irracionais é sempre irracional.
III. Todo número real é complexo.
IV. Todo número racional é inteiro.

São verdadeiras as afirmativas


a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) III e IV.

3 5 4 3
3. (Uece) Dados os números racionais , , e , a divisão do menor deles pelo maior é igual a
7 6 9 5
27
.
a) 28
18
.
b) 25
18
.
c) 35
20
.
d) 27

8
Matemática

4. Considere o conjunto 𝐴, formado pelos números racionais não naturais, e o conjunto 𝐵, formado pelos
números reais que também são inteiros. Dê o exemplo de um número que pertença simultaneamente
à 𝐴 e 𝐵.

5. Transforme as dízimas periódicas abaixo de modo a representá-las a partir de frações.


a) 1,333...
b) 5,2333...

3 𝑛 2
6. (Uece) A quantidade de números inteiros positivos 𝑛, que satisfazem a desigualdade < < é:
7 14 3

a) 2.
b) 3.
c) 4.
d) 5.

7. Considere os conjuntos: ℕ, dos números naturais, ℚ, dos números racionais, ℚ+ , dos números racionais
não negativos, ℝ, dos números reais. Assinale a alternativa que compelte corretamente a frase: “o
número que expressa...”
a) a quantidade de habitantes de uma cidade é um elemento de ℚ+ , mas não de ℕ.
b) a medida da altura de uma pessoa é um elemento de ℕ.
c) a velocidade média de um veículo é um elemento de ℚ, mas não de ℚ+ .
d) o valor pago, em reais, por um sorvete é um elemento de ℚ+ .
e) a medida do lado de um triângulo é um elemento de ℚ.

8. Sejam 𝑥, 𝑦 e 𝑧 números reais tais que −1 < 𝑥 < 0; 0 < 𝑦 < 1 e −2 < 𝑧 < −1. Dos números abaixo,
aquele que é necessariamente positivo é:
a) 𝑧 2 + 4𝑥
b) 𝑥2 + 𝑥
c) 2𝑦 2 + 𝑧
d) 𝑥 − 𝑦𝑧
e) 𝑥−𝑧

8
Matemática

Gabarito

1. O número é irracional.
Apesar de termos um padrão, não temos uma periodicidade nesse número decimal. Isto é, não há um
bloco que se repete de forma exatamente igual. Logo, ele é irracional.

2. B
I. Verdadeira. O conjunto dos números naturais compreendem os números inteiros e positivos.
II. Falsa. A soma de dois números irracionais pode ser irracional ou racional.
III. Verdadeira. O conjunto dos números reais é subconjunto do conjunto dos números complexos,
portanto todo número real é complexo.
IV. Falsa. O conjunto dos números racionais é formado por números inteiros, decimais ou fracionários,
positivos ou negativos.

3. C
3 270 5 525 4 280 3 378
Sendo mmc(7, 6, 9, 5) = 630, temos = , = , = e = .
7 630 6 630 9 630 5 630
3
18
Portanto, segue que a resposta é igual a 7 = .
5 35
6

4. Qualquer número negativo serve de exemplo.


O conjunto 𝐴 simboliza o conjunto de números racionais negativos. O conjunto 𝐵 simboliza o conjunto
dos números inteiros. Logo, o que há em comum entre eles são os números negativos. Logo, sua
resposta pode ser qualquer número negativo.

5.
a) Tomando 𝑥 = 1,333 …, vale dizer que 10𝑥 = 13,333 … e que 10𝑥 − 𝑥 = 13,333 … − 1,333 … = 12 →
12 4
9𝑥 = 12 → 𝑥 = →𝑥= .
9 3

b) Tomando 𝑥 = 5,2333 …, vale dizer que 10𝑥 = 52,333 … e que 100𝑥 = 523,333 …. Logo, 100𝑥 − 10𝑥 =
471 157
523,333 … − 52,333 … = 471. Portanto, 90𝑥 = 471 → 𝑥 = = .
90 30

6. B
Multiplicando todos os termos da desigualdade por mmc(7, 14, 3) = 42, encontramos

3 n 2
   18  3n  28.
7 14 3
Portanto, como 21, 24 e 27 são os únicos múltiplos de 3 pertencentes ao intervalo, segue que a
resposta é 3.

8
Matemática

7. D
A quantidade de habitantes de uma cidade é sempre um número natural. Logo, a afirmativa (a) é falsa.
A altura de uma pessoa pode não ser um número natural, como 1,84 𝑚. Logo, a afirmativa (b) é falsa.
A velocidade escalar de um veículo deve ser um valor positivo. Logo, a afirmativa (c) é falsa.
O nosso sistema monetário envolve números racionais. Logo, a afirmativa (d) é verdadeira.
Um triângulo pode ter como medida para um lado um valor irracional, como √2 𝑐𝑚. Logo, a afirmativa (e)
é falsa.

8. E
Vamos mostrar as alternativas falsas a partir de contra-exemplos:
(a) Se 𝑧 = −1,1 e 𝑥 = −0,9, então 𝑧 2 + 4𝑥 = (−1,1)2 + 4 ∙ (−0,9) = 1,21 − 3,6 = −2,39 < 0.
(b) Se 𝑥 = −0,2, então 𝑥 2 + 𝑥 = (−0,2)2 − 0,2 = 0,04 − 0,2 = −0,16 < 0.
(c) Se 𝑦 = 0,1 e 𝑧 = −1,9, então 2𝑦 2 + 𝑧 = 2(0,1)2 + (−1,9) = 0,02 − 1,9 = −1,88 < 0.
(d) Se 𝑥 = −0,9; 𝑦 = 0,001 e 𝑧 = −1,1, então 𝑥 − 𝑦𝑧 = −0,9 − (0,001) ∙ (−1,1) = −0,9 + 0,0011 =
−0,8989 < 0.

Por eliminação, a letra (e) é a correta. Vamos verificar o porquê:


(e) Para qualquer valor de 𝑧, −𝑧 > 0. Além disso, −𝑧 > 0 > 𝑥. Logo, 𝑥 − 𝑧 > 0.

8
Redação

Análise direcionada da proposta: “O valor da educação nas


transformações sociais do Brasil”

Teoria

Neste material, veremos um tema muito relevante para os vestibulares: o valor da educação nas
transformações sociais do Brasil. Analise os textos de apoio, organize suas ideias, escreva uma redação
sobre o tema e leia uma redação exemplar.

Textos de apoio

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa
sobre o tema “O valor da educação nas transformações sociais do Brasil”, apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1

O cão e a árvore também são inacabados, mas o homem se sabe inacabado e por isso se educa. Não
haveria educação se o homem fosse um ser acabado. O homem pergunta-se: quem sou? de onde venho?
onde posso estar? O homem pode refletir sobre si mesmo e colocar-se num determinado momento, numa
certa realidade: é um ser na busca constante de ser mais e, como pode fazer esta autorreflexão, pode
descobrir-se como um ser inacabado, que está em constante busca. Eis aqui a raiz da educação. A educação
é uma resposta da finitude da infinitude.
A educação é possível para o homem, porque este é inacabado e sabe-se inacabado. Isto leva-o à sua
perfeição. A educação, portanto, implica uma busca realizada por um sujeito que é o homem. O homem deve
ser o sujeito de sua própria educação. Não pode ser o objeto dela. Por isso, ninguém educa ninguém. Sem
dúvida, ninguém pode buscar na exclusividade, individualmente. Esta busca solitária poderia traduzir-se em
um ter mais, que é uma forma de ser menos. Essa busca deve ser feita com outros seres que também
procuram ser mais e em comunhão com outras “consciências”. Jaspers disse: “Eu sou na medida em que os
outros também são”.
Freire, P. Educação e mudança. 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p.14 (adaptado).

1
Redação

TEXTO 2

A presidente Dilma Rousseff divulgou, em seu discurso de posse, o novo lema de seu governo: “Brasil,
Pátria Educadora”. Ela explicou que a educação será a “prioridade das prioridades” no segundo mandato que
começa nesta quinta-feira, 1º. “Só a educação liberta um povo e abre as portas de um futuro próspero”,
afirmou.
Ela anunciou que a área de educação começará a receber volumes mais expressivos de recursos e que
o governo continuará expandindo o acesso a creches e pré-escolas, uma promessa de campanha e também
do primeiro mandato.
Sobre o ensino técnico, Dilma afirmou que vai dar especial atenção ao Pronatec Jovem Aprendiz. Dilma
anuncia o novo lema: Brasil, Pátria Educadora.
Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/dilma-anuncia-o-novo-lema-brasil-patria-educadora. Acesso em 5 janeiro
2015 (trecho).

TEXTO 3
A história da sociedade é marcada, ao longo do seu desenvolvimento, pela busca da efetivação da
educação para uma sociedade harmônica. E, apesar das transformações sociais e da escola, sabemos que
muito ainda temos a conquistar. De certa forma, o ensino tradicional ainda prevalece na maioria das escolas,
busca-se uma educação para a vida democrática onde o homem seja capaz de criar e transformar o seu
mundo em prol da humanidade.
Em um mundo de constantes mudanças, nem os conhecimentos acumulados, nem a conduta “correta”
são tão importantes quanto a capacidade crescente do estudante de identificar os problemas existenciais e
de pesquisar soluções originais e criativas. Tomando a educação como condição necessária para mudança
social, deve ser construída para o processo de democratização das relações de poder na sociedade, como
também pode comportar, ao mesmo tempo, conservação e inovação, podendo funcionar como instrumento
para mudanças.
A escola deve servir como instrumento de conscientização do cidadão, extrapolando, assim, sua função
de mera transmissora de conhecimento e lançando-se numa ação social diretamente relacionada à formação
do senso crítico, direcionada para a intervenção e mudança da realidade social. A educação tem uma função
de mudança social.
Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/a-educacao-tem-uma-funcao-de-mudanca-social/81431/. Acesso em 5 jan 2015
(adaptado)

2
Redação

Redação exemplar

Nos anos 60, o educador Paulo Freire criou um sistema de alfabetização direcionado ao público adulto
para combater as altíssimas taxas de analfabetismo no Nordeste brasileiro. Tal ação contribuiu para que os
cidadãos aprendessem a relação entre a palavra e o seu significado em um determinado contexto e, assim,
refletissem sobre o seu uso linguístico. Neste sentido, nota-se que a educação é uma forte ferramenta de
transformação social, mas seu valor não tem sido reconhecido na contemporaneidade.
É sabido, em primeiro lugar, que a escola é um importante espaço de interação. Isso significa que os
conhecimentos transmitidos em sala de aula ultrapassam os conteúdos disciplinares; os debates em classe,
intermediados pelo professor, podem estimular o estudante a refletir sobre a sua atuação em sociedade. Por
conseguinte, se temas como “o culto ao corpo” forem discutidos em classe a fim de desnaturalizar padrões
de beleza, por exemplo, a escola também cumprirá com a função de combater estereótipos e incitar o senso
crítico dos alunos. Porém, a profissão docente é desvalorizada, desmotivando-os a elaborarem novos
métodos de ensino.
Além disso, os cortes públicos na educação prejudicam o poder transformador dessas instituições. Em
2016, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 propôs o congelamento de gastos na área educacional
por vinte anos, sendo que escolas e universidades públicas sofrem, há décadas, com a falta de verbas e o
sucateamento estrutural. Essas restrições afetam não só a qualidade e o alcance ao ensino, como também,
atingem diretamente as camadas mais pobres, pois os investimentos são uma das principais engrenagens
para diminuir a desigualdade social brasileira. Nesta perspectiva, vê-se a urgência de alteração do cenário
vigente.
Faz-se preciso, portanto, a valorização do ensino a fim de promover mudanças sociais. Para isso, o
governo deve investir no reconhecimento dos professores, aumentando o seu salário e, junto ao Ministério de
Educação, oferecer novos cursos a fim de ampliar sua qualificação profissional. Ademais, é imprescindível a
participação popular para cobrar uma atuação mais democrática das reformas sociopolíticas, visto que os
investimentos na educação são necessários para oferecer um ensino de qualidade, que é um direito
assegurado pela Constituição de 1988. Só assim, a educação potencializará os indivíduos a exercerem a sua
cidadania e prezarem pelo bem-estar social.

3
Redação

Como ser um bom leitor/escritor?

Teoria

A importância do ato de ler


A leitura é a etapa mais importante para se tornar tanto um bom leitor quanto um bom escritor. Você sabe
por quê? Em 1981, Paulo Freire, educador e pedagogo brasileiro, publicou um artigo intitulado “A importância
do ato de ler”. Ele nos conta que o processo de escrever um texto depende do autor de cada texto e a sua
compreensão crítica sobre diversas leituras, pois só a partir delas é possível expressar um ponto de vista
construído por meio de interpretações.

Devido à a importância da leitura e da reflexão crítica, a Fuvest, no ano de 2019, pediu que o candidato
elaborasse uma dissertação argumentativa sobre um problema que faz parte do nosso cotidiano: “o papel da
ciência no mundo contemporâneo”. A relação desse tema com a leitura é que a banca esperava que o autor
do texto fizesse uma leitura atenta dos textos de apoio e, a partir deles, refletisse sobre a temática de modo
que esta auxiliasse a argumentação. Vamos ver essa coletânea?

TEXTO I

TEXTO II
Somente numa sociedade onde exista um clima cultural, em que o impulso à curiosidade e o amor à
descoberta sejam compreendidos e cultivados, pode a ciência florescer. Somente quando a ciência se torna
profundamente enraizada como um elemento cultural da sociedade é que pode ser mantida e desenvolvida
uma tecnologia progressista e inovadora, tornandose, então, possível uma associação íntima e vital entre
ciência e tecnologia. Essa associação é uma característica da nossa época e certamente essencial para a
manutenção de uma civilização com os níveis presentes de população e qualidade de vida.
Oscar Sala, O papel da ciência na sociedade. 1974. Disponível em http://www.revistas.usp.br/revhistoria. Adaptado.

1
Redação

TEXTO III Balançando o corpo da flor


Quanta do latim Levando o veleiro pro mar
Plural de quantum Vento de calor
Quando quase não há De pensamento em chamas
Quantidade que se medir Inspiração
Qualidade que se expressar Arte de criar o saber
Fragmento infinitésimo Arte, descoberta, invenção
Quase que apenas mental Teoria em grego quer dizer
Quantum granulado no mel O ser em contemplação
Quantum ondulado no sal Sei que a arte é irmã da ciência
Mel de urânio, sal de rádio Ambas filhas de um Deus fugaz
Qualquer coisa quase ideal Que faz num momento
Cântico dos cânticos E no mesmo momento desfaz
Quântico dos quânticos Esse vago Deus por trás do mundo
Canto de louvor Por detrás do detrás
De amor ao vento Cântico dos cânticos Quântico dos quânticos
Vento arte do ar Gilberto Gil, Quanta. 1997.

TEXTO IV
Nós criamos uma civilização global em que os elementos mais cruciais – o transporte, as comunicações e
todas as outras indústrias, a agricultura, a medicina, a educação, o entretenimento, a proteção ao meio
ambiente e até a importante instituição democrática do voto – dependem profundamente da ciência e da
tecnologia. Também criamos uma ordem em que quase ninguém compreende a ciência e a tecnologia. É uma
receita para o desastre. Podemos escapar ilesos por algum tempo, porém mais cedo ou mais tarde essa
mistura inflamável de ignorância e poder vai explodir na nossa cara.
Carl Sagan, 1996.

TEXTO V
Algo muito estranho está acontecendo no mundo atual. Vivemos melhor que qualquer outra geração anterior.
Pessoas são saudáveis graças às ciências da saúde. Moram em residências robustas, produto da engenharia.
Usam eletricidade, domada pelo homem devido ao seu conhecimento de química e física. Paradoxalmente,
essas mesmas pessoas ligam seus computadores, tablets e celulares para adquirir e disseminar informações
que rejeitam a mesma ciência que é tão presente em suas vidas. Vivemos num mundo em que pessoas usam
a ciência para negar a ciência.
Alicia Kowaltowski, Usando a ciência para negar a ciência. 2019. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/. Adaptado

Essa temática foi de extrema importância para promover a reflexão dos alunos que realizaram a prova. Ao
longo dos textos de apoio, é possível perceber uma vasta multiplicidade de autores em diversas áreas da
atuação, que mostram não só a ampliação do termo “ciência” – que sobressai as ciências humanas, como
também garante ao leitor mais de uma vertente para guiar a produção textual.

2
Redação

Como se tornar um bom escritor?


Agora que já entendemos a importância da leitura para a escrita, a primeira dica é: Leia muito! Esteja sempre
atento às reportagens de jornais, de revistas e aos documentários. Mesmo que o tema não seja diretamente
relacionado a algo que você tenha lido, essas leituras contribuirão para a construção do seu repertório
sociocultural, também conhecido como conhecimento de mundo que vai auxiliar na argumentação do seu
ponto de vista.

Vimos com a prova da Fuvest que precisamos ser leitores críticos, sobretudo analisar mais de um texto, não
é mesmo? Então não só leia com frequência, mas também compare fontes. Leia diferentes jornais e veja
como uma mesma notícia pode ser veiculada de diferentes formas. Esse treinamento vai servir para que você
pratique a leitura crítica e fique atento ao emprego de palavras, de expressões, entre outros recursos.

Vale ressaltar, ainda, que a escrita nunca é perfeita desde o primeiro texto, para isso é importante que pratique
a reescritura do seu texto. Mesmo que você já tenha um domínio da escrita e da estrutura de redação, busque
sempre melhorar. Escreva, entenda seus erros e reescreva sua redação, só assim você poderá entender quais
pontos precisam de atenção e melhorá-los antes de partir para o próximo treinamento.

Leitura Escrita + Reescrita Nota 1000

Como a leitura pode se tornar um hábito?


O dicionário Michaelis apresenta como significado para a palavra “hábito” as seguintes frases:

1. Inclinação por alguma ação, ou disposição de agir constantemente de certo modo, adquirida pela
frequente repetição de um ato.
2. Forma habitual de ser ou de agir.
3. Procedimento repetido que conduz a uma prática.

Logo, só se pode ter o hábito de ler se esse ato tiver uma repetição frequente. Utilize seu tempo de descanso
para ler informações na internet, em jornais, ou revistas e aproveite os primeiros meses do ano para adquirir
repertório para escrever redações para quando chegarmos nas provas, podermos falar sobre qualquer
assunto. Para isso, separamos algumas dicar para você iniciar suas práticas nessa modalidade, assim como
também mantê-las ao longo do ano:

Pratique com constância – é imprescindível que a leitura faça parte da sua rotina, mesmo que seja alguns
minutos do seu dia; para garantir o hábito, é necessário praticar;

• Amplie seus horizontes – sair da zona de conforto na hora da leitura é essencial para garantir um maior
repertório. Caso o vestibular de interesse não possua leitura obrigatória, opte por livros de indicações de
amigos, colegas, professores, etc;

• Prepare sua leitura – conhecer o contexto externo do livro é compreender melhor sobre as temáticas
abordadas; assim, opte em saber o que acontecera na época datada no livro, notas sobre o autor,
curiosidades, etc;

2
Redação

• Não tenha medo do vocabulário – livros mais antigos podem possuir empecilhos sobre a divergência
vocabular, mas não se assuste! Caso sinta necessidade, procure estar perto de um dicionário ou de sites
de buscas para auxiliar a leitura;

• Evite frustrações iniciais – começar com uma leitura mais fácil e menos complexa em enredo, linguagem
e forma pode ser uma ótima forma de dar o primeiro passo para a criação do hábito da leitura;

• Dialogue sobre o livro – converse com colegas, familiares, professores e amigos sobre a obra que está
lendo, explique sobre o contexto, faça-os também querer ler; isso trará maior vivacidade para o seu
projeto.

3
Redação

Exercícios

Leia o texto abaixo e responda às questões 1 e 2:

O dicionarista e historiador Nei Lopes, autor do Dicionário banto do Brasil, afirmou, em entrevista à Revista
Fapesp: Resolvi elaborar um dicionário para identificar os vocábulos da língua portuguesa com origem no
universo dos povos bantos, denominação que engloba centenas de línguas e dialetos africanos. Palavras
como babá, baia, banda, caçapa, cachimbo, dengo, farofa, fofoca e minhoca, por exemplo, têm origem
provável ou com - provada em línguas bantas e o quimbundo pode ter sido o idioma que mais contribuiu à
formação de nosso vocabulário. Ao constatar tal quantidade de palavras originárias de idiomas bantos que
circulam pelo país, quis comprovar a importância dessas culturas para o contexto nacional. Assim, escrever
dicionários, para mim, também é uma tarefa política. Percebi que dicionários funcionam como um meio
didático eficaz para disseminar conhe - cimento. Os currículos costumam começar a abordagem sobre a
África a partir da escravidão, partindo do princípio de que os nossos ancestrais foram todos escravos. Nos
ensinamentos sobre o assunto, é preciso descolonizar o pensamento brasileiro, deixando evidente como os
grandes centros europeus espoliaram o continente e que, hoje, a realidade africana é fruto dessas ações.
Adaptado de Nei Lopes, O dicionário heterodoxo. Entrevista concedida a Cristina Queiroz. Revista Fapesp. Edição 275, jan. 2019.

1. Explique, com base em dois argumentos presentes no texto, por que, para o autor escrever dicionários
é uma tarefa política.

2. Que crítica o autor faz aos currículos escolares e que abordagem propõe para o assunto?

3.

Disponível em: https://www.seuguara.com.br/2013/03/intolerancia-chargedo-duke-270313.html

4
Redação

Após analisar a tirinha de Duke, assinale (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas.

( ) A excessiva repetição da palavra “tolerar” e seus cognatos tem como efeito de sentido realçar o
sentimento provocado por essas mesmas palavras.
( ) A intolerância é um comportamento comum, aceitável e praticado, em todas as esferas da sociedade,
por todos os cidadãos, tendo sua origem nas redes sociais.
( ) As três personagens são intolerantes, entretanto a segunda personagem que está embaixo da janela
é a mais intolerante delas. ( ) A fala e as atitudes das três personagens são incoerentes, pois, ao
mesmo tempo em que criticam a intolerância entre as pessoas, elas a praticam no seu cotidiano.
( ) Muitos comportamentos sociais são assimilados em função das circunstâncias, haja vista a
segunda e a última fala da segunda personagem que está embaixo da janela.
( ) A primeira e a última falas da primeira personagem que está embaixo da janela demonstram
conformidade entre seu pensamento e sua atitude.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.


a) F, V, V, F, V, F
b) V, F, V, V, F, F
c) V, F, F, F, V, V
d) F, V, F, V, F, V

4. Haiti
(...)
E quando ouvir o silêncio sorridente de Sâo Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
(...)
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
(Caetano Veloso e Gilberto Gil, Tropicália 2, 1993).

Explicite as duas visões dos compositores ao dizerem: “O Haiti é aqui” / “O Haiti não é aqui”.

5
Redação

5. Poesia, minha tia, ilumine as certezas dos homens e os tons de minhas palavras. É que arrisco a prosa
mesmo com balas atravessando os fonemas. É o verbo, aquele que é maior que o seu tamanho, que
diz, faz e acontece. Aqui ele cambaleia baleado. Dito por bocas sem dentes e olhares cariados, nos
conchavos de becos, nas decisões de morte. A areia move-se no fundo dos mares. A ausência de sol
escurece mesmo as matas. O líquido-morango do sorvete mela as mãos. A palavra nasce no
pensamento, desprende-se dos lábios adquirindo alma nos ouvidos, e às vezes essa magia sonora não
salta à boca porque é engolida a seco. Massacrada no estômago com arroz e feijão a quase palavra é
defecada ao invés de falada.
Falha a fala. Fala a bala.
Paulo Lins. Fragmento de Cidade de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

Esse fragmento de texto ressalta a importância da literatura como forma de


a) manifestação de grupos marginalizados.
b) documentação da desigualdade social.
c) descrição da violência cotidiana.
d) validação da cultura dominante

6
Redação

Gabaritos

1. Segundo o autor, a grande quantidade de palavras originárias de idionas bantos que circulam no país
comprova a importância dessas culturas no contexto nacional o que, associado à necessidade de
disseminação de conhecimento, transforma a elaboração de dicionários dessas línguas em uma tarefa
política: “escrever dicionários, para mim, também é uma tarefa política”, “dicionários funcionam como um
meio didático eficaz para disseminar conhecimento”.

2. Nei Lopes critica o fato de os currículos abordarem a Áfroca a partir da escravidão, ignorando o fato de
que foram os grandes centros europeus que espoliaram o continente e que, hoje, a realidade africana é
fruto dessas ações. Desta forma, defende que o ensino da história da África nas escolas brasileiras seja
baseado na ancestralidade do continente e não no tráfico atlântico e na escravidão.

3. C
As alternativas são falsas, pois: não há nenhuma menção à origem da intolerância na tirinha. Além disso,
o contexto em que se dá a discussão não é de rede social, e sim de uma conversa entre duas pessoas
frente a frente na rua; no início da tirinha, a segunda personagem se mostra mais tolerante do que as
outras. Somente no último quadrinho é que ela se revela, também, intolerante; a personagem que aparece
na janela não participa da discussão e não se posiciona como intolerante ou tolerante. Ela apenas
apresenta uma postura intolerante.

4. O verso “O Haiti é aqui” faz referência à pobreza do país ao associá-la a um país vitimado pela guerra e
pela fome, enquanto em “O Haiti não é aqui” denuncia o fato de um país como o Brasil, com uma economia
relevante no plano mundial, conviver com tão profundas desigualdades sociais.

5. A
O trecho “Aqui ele cambaleia baleado. Dito por bocas sem dentes e olhares cariados, nos conchavos de
becos, nas decisões de morte” nos insere em uma realidade marginalizada, ao mesmo tempo em que o
texto trata da literatura, nas formas de poesia e prosa. Assim, vemos a importância da literatura como
forma de manifestação de grupos marginalizados.

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